634 AS PRÁTICAS DE LEITURA E LEITURA LITERÁRIA E SUAS RELAÇÕESCOM O COTIDIANO ESCOLARDa superfície muda das coisas <strong>de</strong>ve partirUm sinal, um chamado, um piscar:Uma coisa que se <strong>de</strong>staca das outrasCom a intenção <strong>de</strong> significar... O quê?Italo CalvinoSe os pesquisadores universitários quer<strong>em</strong> estudar os saberes profissionais <strong>de</strong><strong>de</strong>terminada área <strong>de</strong> ensino, observa Tardiff (2000, p.13), “<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ir aos lugares <strong>em</strong> queos profissionais do ensino trabalham, para ver o que pensam e falam, como ag<strong>em</strong> <strong>em</strong>sala <strong>de</strong> aula, como transformam programas escolares para torná-los efetivos”, quais asrelações que são estabelecidas e se estabelec<strong>em</strong> a partir <strong>de</strong>le. Para tanto, este capítulofoi <strong>de</strong>stinado à análise das informações colhidas por meio da utilização <strong>de</strong> instrumentosprivilegiados (questionários dos professores, observação <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula e entrevistas)instrumentos estes, que possibilitaram chegar mais perto das práticas <strong>de</strong> leitura literáriautilizadas pelos sujeitos da pesquisa.Primeiramente far-se-á um <strong>de</strong>svio necessário <strong>de</strong>vido à importância dabiblioteca da escola na formação <strong>de</strong> leitores. Para tanto, achou-se pertinente investigarcomo se apresenta este ambiente e principalmente, tentar captar as relaçõesestabelecidas entre os professores, alunos e esse espaço cultural.4.1 A BIBLIOTECA E SUAS RELAÇÔES COM AS PRÁTICAS DE LEITURALITERÁRIAEmbora atualmente se discuta até a permanência ou não <strong>de</strong> bibliotecas nasescolas, consi<strong>de</strong>ra-se ser inegável o valor <strong>de</strong> uma biblioteca escolar, pois, além <strong>de</strong>servir como apoio às ativida<strong>de</strong>s pedagógicas <strong>de</strong>senvolvidas pelos professores <strong>em</strong> sala<strong>de</strong> aula, serv<strong>em</strong> como ponte <strong>de</strong> aproximação do aluno com a leitura. Não se ignora, noentanto, a crítica às bibliotecas escolares das escolas públicas hoje muito aquém dasexpectativas, pois
64são muitas, mas invariavelmente distorcidas, as visões que se costumater <strong>de</strong> uma biblioteca. Ora é lugar sagrado, on<strong>de</strong> se guardam objetostambém sagrados, para <strong>de</strong>sfrute <strong>de</strong> alguns eleitos, ora, sob uma ópticamenos romântica, é apenas uma instituição burocratizada, que servepara consulta e pesquisa, assim como para armazenar bolor, cupins etraças. Para poucos, aqueles que a freqüentam assiduamente, elaconstitui o local do encontro com o prazer <strong>de</strong> ler, conhecer, informar-se.(FRAGOSO, 2002, p. 124)A biblioteca do CEEBJA Profª Maria Deon <strong>de</strong> Lira situa-se no piso inferior doprédio, <strong>em</strong> um espaço que não é o i<strong>de</strong>al, pois está ao lado da cozinha e do refeitório<strong>de</strong>stinado aos estudantes. Costuma-se servir um lanche pela manhã e jantar à noite, oque para muitos alunos é a única refeição que faz<strong>em</strong> no dia. Este fluxo <strong>de</strong> alunosatrapalha o silêncio necessário a uma biblioteca, dificultando a concentração dosalunos.Nela encontram-se três computadores com acesso à internet para pesquisas<strong>de</strong> trabalho, jornais e revistas atualizados, possui acervo literário que conta comcoleções enviadas pelo MEC e pelo governo do Estado. Chama a atenção a ColeçãoPalavra da Gente organizada e apresentada por Mariza Lajolo, produzidos pela EditoraMo<strong>de</strong>rna, fazendo parte do <strong>Programa</strong> Nacional Biblioteca na Escola (PNBE) <strong>de</strong> 2003.Esta coleção possui seis volumes cada um cont<strong>em</strong>plando gêneros literáriosdiferenciados: no primeiro traz o gênero ensaio, no volume dois cont<strong>em</strong>pla crônicas econtos, no volume três traz o gênero tradição popular (literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l), já o volumequatro está <strong>de</strong>stinado à poesia romântica brasileira, no volume cinco traz peças <strong>de</strong>Moliére, Eça <strong>de</strong> Queirós e <strong>de</strong> Fernando Bonassi. Finalmente no volume seis, apresentao relato da viag<strong>em</strong> <strong>de</strong> Caminha, escrito por Eduardo Bueno.Além <strong>de</strong> r<strong>em</strong>eter as coleções, tanto o Estado quanto o MEC enviam geralmentetrinta ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> cada volume, oportunizando ao professor o trabalho das obras <strong>em</strong>sala <strong>de</strong> aula. No entanto a aten<strong>de</strong>nte afirmou que há pouca ou nenhuma procura <strong>de</strong>stascoleções pelos professores da escola.Os alunos do Ensino Médio utilizam pouco a biblioteca para <strong>em</strong>prestar livrosliterários, os do Ensino Fundamental o faz<strong>em</strong> com bastante freqüência, mas <strong>em</strong> busca
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