Geni Alberini Roters - Programa de Pós-Graduação em Educação ...
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54artigos que <strong>de</strong>ram início a reflexões e, posteriormente, que se operacionalizaram váriosprogramas cujo enfoque era a avaliação <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> leitura e escrita dapopulação.É significativo que date aproximadamente da mesma época a proposta daUNESCO (final dos anos 70) para ampliação do conceito <strong>de</strong> alfabetização, observandoqueMais que uma finalida<strong>de</strong> <strong>em</strong> si mesma, a alfabetização <strong>de</strong>ve serconsi<strong>de</strong>rada como uma maneira <strong>de</strong> preparar o hom<strong>em</strong> para um papelsocial, cívico e econômico que vai além da alfabetização que consistasimplesmente <strong>em</strong> ensinar a ler e a escrever. O próprio processo <strong>de</strong>aprendizag<strong>em</strong> da lecto-escrita <strong>de</strong>ve converter-se <strong>em</strong> uma oportunida<strong>de</strong>para adquirir informações que possam ser utilizadas imediatamentepara melhorar os níveis <strong>de</strong> vida; a leitura e a escrita não conduzirãoapenas a um saber geral el<strong>em</strong>entar, mas a uma maior participação navida civil e a melhor compreensão do mundo à nossa volta, abrindo ocaminho, finalmente ao conhecimento humano básico. (UNESCO, 1976Apud COLOMER; CAMPS, 2002, p. 16)O documento sugere, portanto, uma re<strong>de</strong>finição do termo alfabetização que vaialém do medir apenas a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saber ler e escrever, “como um capital fixo queum indivíduo adquire alguns anos <strong>de</strong> sua vida e que administra no resto <strong>de</strong>la”(COLOMER; CAMPS, 2002, p. 17).Não obstante a coincidência com relação ao momento histórico, conformeSoares (2004), a maneira como os países ricos e os <strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento lidaram com oconceito <strong>de</strong> letramento (illetrisme, literacy), e o conceito <strong>de</strong> alfabetização(alphabétisation, reading instruction beginning literacy) foram diferentes basicamentequanto ao grau <strong>de</strong> ênfase posto nas relações entre as práticas sociais <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong>escrita e a aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong>sse sist<strong>em</strong>a.No Brasil, “as preocupações sobre a ciência da leitura vão assim ao sabor <strong>de</strong>solavancos e supetões”, afirma Silva (1981, p. 9), referindo-se às propostaspedagógicas e dogmas importados utilizados pelo po<strong>de</strong>r público, que pecam <strong>em</strong> nãofundamentar o ensino da leitura <strong>em</strong> uma prática mais conseqüente e transformadora.O autor observa que historicamente, no ensino <strong>de</strong> leitura e escrita há umaênfase na <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> mensagens (falar, escrever) esquecendo-se da recepção (ouvir,