13objetos da pesquisa, <strong>de</strong> forma a obter informações sobre as ações e opiniões dosobservados <strong>de</strong> uma forma privilegiada.Com o intuito <strong>de</strong> captar o mais possível da realida<strong>de</strong> dos sujeitos da pesquisa,as observações ocorreram <strong>em</strong> dois locais distintos, a saber: a se<strong>de</strong> do campo <strong>de</strong>pesquisa, um Centro <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) e <strong>em</strong> umAmbiente Pedagógico Descentralizado (APED) ambos situados na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba.Questionários fechados foram utilizados para recolha <strong>de</strong> informações, tanto dosprofessores como dos educandos. Ressalta-se que sendo os alunos da <strong>Educação</strong> <strong>de</strong>Jovens, Adultos e Idosos uma classe bastante heterogênea, o critério para adistribuição <strong>de</strong>sse instrumento a c<strong>em</strong> educandos do Ensino Médio foi a busca <strong>de</strong>diferentes pontos <strong>de</strong> vista. Por essa razão foram aplicados a estudantes <strong>de</strong> faixasetárias variadas, nas diferentes modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino que a escola oferece.Com a distribuição <strong>de</strong>ste instrumento aos alunos buscou-se encontrar umcontraponto à fala dos professores, com relação à leitura literária, b<strong>em</strong> como asrepresentações <strong>de</strong> leitor feitas pelos alunos <strong>de</strong> si próprios. Procurou-se apreen<strong>de</strong>r oque estava nas entrelinhas, pois, conforme apontam Bakhtin/Voloshinov (1986) “aspalavras são tecidas a partir <strong>de</strong> uma multidão <strong>de</strong> fios i<strong>de</strong>ológicos e serv<strong>em</strong> <strong>de</strong> trama atodas as relações sociais <strong>em</strong> todos os domínios”. Por essa razão por meio <strong>de</strong>lasprocurou-se <strong>de</strong>linear uma espécie <strong>de</strong> “perfil” do aluno que busca o ensino da EJA.A elaboração <strong>de</strong>ste questionário contou com sugestões <strong>de</strong> colegas doS<strong>em</strong>inário <strong>de</strong> Ensino e Pesquisa <strong>em</strong> fase <strong>de</strong> projeto piloto e tomou como baseinstrumento utilizado por Bernardim (2006), no que tange a perguntas <strong>de</strong> naturezasócio-econômica.Consi<strong>de</strong>rando ainda a necessária or<strong>de</strong>nação conceitual das informações sobrea realida<strong>de</strong> concreta, o uso <strong>de</strong> entrevistas pareceu natural por ser um dos instrumentosbásicos para coleta <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>ntro do enfoque da pesquisa qualitativa. Para tantoforam realizadas cinco entrevistas individuais com os professores <strong>de</strong> LínguaPortuguesa, cujos t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> serviço e vínculo mantidos com o Estado apresentamgran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>. Esse cuidado foi importante, pois se acreditou que esta varieda<strong>de</strong>enriqueceria a discussão.
14Outrossim, foram realizadas entrevistas com alunos jovens e adultos e idosospara uma recolha <strong>de</strong> informações mais <strong>de</strong>talhadas das faixas etárias dos educandosque freqüentam essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino. Para a sua realização, entretanto, utilizouseuma abordag<strong>em</strong> sociológica conforme a enten<strong>de</strong> Bourdieu (1988), pois, segundo ele,esse é um momento privilegiado para a aquisição <strong>de</strong> informações, razão pela qualforam realizadas <strong>em</strong> ritmo compatível com a situação, s<strong>em</strong> que os entrevistados sesentiss<strong>em</strong> forçados a respon<strong>de</strong>r.Ainda se tomou o cuidado, seguindo observações feitas pelo autor, <strong>de</strong> propiciaraos pesquisados o sentimento <strong>de</strong> confiança para respon<strong>de</strong>r as perguntas, reformulandoseperguntas forçadas ou mal colocadas, que nesses casos eram excluídas oumodificadas, s<strong>em</strong> que per<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> o sentido original.Outro probl<strong>em</strong>a apontado por Bourdieu (1988) na interação pesquisadorpesquisado,levado <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração ao se formular<strong>em</strong> as entrevistas, diz respeito àsuperação do <strong>de</strong>sprezo <strong>de</strong> classe que ocorre quando o pesquisado sente-se <strong>em</strong>condições <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong>, ou quando o pesquisador se sente <strong>em</strong> condições <strong>de</strong>superiorida<strong>de</strong>. Dessa forma, redobrou-se a atenção com relação a esse aspecto.Preten<strong>de</strong>u-se, ainda, formular a entrevista como uma situação “natural”, tal qualuma conversa informal, procurando a investigadora colocar-se no lugar do outro <strong>em</strong>pensamento, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado os pontos <strong>de</strong> vista previamente <strong>de</strong>finidos.Foi utilizada também a análise documental das Diretrizes Estaduais para a<strong>Educação</strong> Básica do Estado do Paraná, no concernente ao ensino <strong>de</strong> LínguaPortuguesa, como compl<strong>em</strong>ento das informações obtidas pelas outras técnicas <strong>de</strong>coleta, por se acreditar como Forquin (1993 p.167) que “a escola constitui um ‘mundosocial’, com características próprias, seus ritmos e seus ritos, sua linguag<strong>em</strong>, seuimaginário, seus modos próprios <strong>de</strong> regulação e transgressão, seu regime próprio <strong>de</strong>produção e <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> símbolos”. Por essa razão, tornou-se importante acompanharas relações estabelecidas entre as <strong>de</strong>terminações estatais e o fazer cotidiano dosprofessores <strong>de</strong> Língua Portuguesa.
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