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CRÓNICA - UC Digitalis - Universidade de Coimbra

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Ano XIVRedacção e administração, PÁTIO DA INQPISIÇAO, 6, 1.»PUBLICA-SE AS TEEÇAS-FEIRAS, QUINTAS - FEIRAS E SABA DOS : ; : ;5cbado, 15 <strong>de</strong> Douembro ôe 19Z4 tipografia, PÁTIO DA IHQDISIÇAO, 2T.-TGIEIOM, 351.r 1673liliiiíli!!!! Ecáltor, Dlarriarttlno Aibftlro Arroba» DIRECTOR, Joso Ribeiro Arroba® Admlnlst, Augusto Ribeiro Arroba»81 Hl11 SJavros-^VW-HA 35 AMOS FOI\nPLANTADA A REPUBLICAHO GRANDE PAÍSSão <strong>de</strong> afectuosa simpatia os laços que nosligam ao Brasil: laços estreitos, fortes o peraistentos, como laços morais que estreitam ao coraçãoaqueles que mais queridos são para nós, aquelesque mais parto <strong>de</strong>le andam. Nunca passaqualquer data notável na sua história, que nósnos nao rejubilemos, ou que nós nos não entristeçamos.As máguas <strong>de</strong> irmãos sâo máguas nossastambém; as alegrias <strong>de</strong> irmãos são alegriassaudaveis para nós também.Hoje a gran<strong>de</strong> República festeja-uma suadata: 15 fie Novembro <strong>de</strong> 188í> foi a data da implantaçãoda República em terras <strong>de</strong> Santa Cruz.As formas <strong>de</strong> Governo monárquicas tinham <strong>de</strong>ixado<strong>de</strong> existir nas Américas: o ambiente erapropício para a implantação dum novo regimen,nSo porque fosse menos consi<strong>de</strong>rado o velho imperadorPedro lí, mas porque ama A-ncia <strong>de</strong> novaforma <strong>de</strong> Governo dominava os corações, um <strong>de</strong>sejo<strong>de</strong> tentar uma nova experiência. Foramum tanto turvos os primeiros tempos da novaRepública: a sua formsçãe tornou so difícil, lulasse travaram, ambições se entrechocaram.Mas, passado êsse período <strong>de</strong> agitação, passadoêsse período frenético s convulsivo, a paz e oprogresso aoeutuaram-se, a vida expandin-se valorosamente,e a República Brasileira entrou numperíodo intenso <strong>de</strong> Luz e <strong>de</strong> produtivo Avanço.Po<strong>de</strong> dizer-se que, dia a dia, hora a hora, o Brasilvai caminhando com mais consciência nos seus<strong>de</strong>stinos, com cada vez mais crescente esperançanas suas qualida<strong>de</strong>s o nas suas energias.E <strong>de</strong> sobra tem razão para isso — que a regiãoé duma feracida<strong>de</strong> notável, que o culto dosseus filhos peia sua terra,nunca se <strong>de</strong>smentiu,qae em reserva tem energias estupendas, forçasdum valor incalculável.Isto tsm mostrado exuberantemente os braçosdos seus filhos, a mentalida<strong>de</strong> dos seus homens,o valor <strong>de</strong> todos que amam a terra brasileira,que a estremecem...Po<strong>de</strong> don<strong>de</strong> a on<strong>de</strong> sentir se um agitar turbulentoque pareça querer <strong>de</strong>slustrar o brilho dagran<strong>de</strong> naçSo ; po<strong>de</strong>m alguns <strong>de</strong> seus filhos, piormenteencaminhados, ou menos acertadamenteraciocinando, concorrer para <strong>de</strong>negrir êsse brilhoenorme que o Brasil está lançando sobre a America,mas isso nlo é mais que ura excesso dsSeiva, uma efervescência contínua nunca menosfalta <strong>de</strong> amor pelo Brasil, mas sim uma visão,<strong>de</strong>ficiente, ou diferente, modo <strong>de</strong> perscrutar osacontecimentos, ou <strong>de</strong> analisar a vida social ciogran<strong>de</strong> Estado.Neste momento os 3ornais aiiuneíam tei>se«lado qualquer movimento a agitar o país; maslogo íiós oi.M«mtnoa com satisfação como essagesto <strong>de</strong> rebeldia é ma' acarinho do e mal vistopelos verda<strong>de</strong>iros brasileiros, per aqueles quesão, <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, a gran<strong>de</strong> força da naçSo, o expoentemáximo da sua virilida<strong>de</strong> s da ena energia,B' um espectáculo consolador este, um espectáculoque enternece e que faz acreditar cadayez mais na magna coesão existente <strong>de</strong>ntro dopaís, tão dilatado, tão gran<strong>de</strong>, ião vasto, mas tão.firme nos sen» fundamentos, tão unido na suaforça molecular.sumamente grato para nós constatar estefacto no dia <strong>de</strong> hoje e os nossos votos, saídos dofundo da alma, são para que muito em breve apaz continue a dominar <strong>de</strong>ntro Ho gran<strong>de</strong> povo,que não po<strong>de</strong> nem quer, por um momento afas-Lar-sa do caminho glorioso encetado com lustree com honra.E !Como consequência naturalha <strong>de</strong> verificar- se a supressão previstada Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras e<strong>de</strong> muitas das ca<strong>de</strong>iras da Faculda<strong>de</strong><strong>de</strong> Seiencias, que tambémsofrerá um ru<strong>de</strong> golpe.Nem admira que a Faculda<strong>de</strong><strong>de</strong> Farmacia sofra o me3mo <strong>de</strong>stinoda Facuhla<strong>de</strong>.<strong>de</strong> Letras, porqueu as suas instalaçõesna rua <strong>de</strong>Viscon<strong>de</strong> da Luz.36 a 42;Ha um tempo a esta parteque 110 nosso País se vem legislando,menos criteriosamente, sobromaioria do instrução.Se o actual ministro, que éprofessor duma universida<strong>de</strong>, nolouvável intuito <strong>de</strong> bem servir osinteresses do ensino, sempre sobrelevandoa quaisqner outros <strong>de</strong>Or<strong>de</strong>m meramente particular, preconisava,como necessaria einadiavel,uma reorganização do ensinonormal superior, não se compreen<strong>de</strong>por que motivo a comissãoencarregada <strong>de</strong>ssa reorganizaçãofosso apenas constituída porprofessores <strong>de</strong> Lisboa, e não selecionada<strong>de</strong> entre o professoradodas três cida<strong>de</strong>s universitárias.Mas essa circunstancia expliea-sefacilmente, se aten<strong>de</strong>rmos aque s. ex. a tem revelado uma p3rfeitaignorancia sobro a legislaçãorelativa a este importanteramo <strong>de</strong> ensino, argumentando,por exemplo, que uma escola cietão diminuta frequencia, não tinharazão <strong>de</strong> existir, <strong>de</strong>ste modoignorando que nem outra era <strong>de</strong>esperar, pois que a limitação dasua frequência era, anualmente,fixada por lã,Deixa-nos s. e:%. a a.impressãopouco lisonjeira, na verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>que anda servindo do escudo emessa obra <strong>de</strong>molidora, que se preten<strong>de</strong>executar, no sentido dum<strong>de</strong>smembramento da velha universida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.E a extinção da E, N. S. representao primeiro golpe certeiro<strong>de</strong>ssa guerra, ha muito latente,e cujos efeitos hão <strong>de</strong> repercutirse breve em todo o organismoUniversitário.Po? motivo do falecimentodos pais do sr* dr. HumbertoFernan<strong>de</strong>s Cçata, realisa-se noproximo domingo 10, p«la 1 horada tar<strong>de</strong>, na Avenida Sá da Ban<strong>de</strong>ira,n.° 108, um gran<strong>de</strong> leilão <strong>de</strong>moveis constando dos seguintesobjectos:Uma linda mobília ue quarto,para solteiro, com espelhos <strong>de</strong>cristal, uma riquíssima mobíliado quarto pai a' casal, uma lindamobília em mogno paia casa <strong>de</strong>jantar, uma riquíssima mobília<strong>de</strong> sala <strong>de</strong> visitas em pau pretoconstando <strong>de</strong> 1? peças, uma riquíssimacama D. JoSo V, boascamas ds mogno, bons reposteirose galerias, um lindo escritórioem mogno, boas camas <strong>de</strong>ferro com colchões <strong>de</strong> aramo,uma boa banheira, boa3 louças,bons candieiros <strong>de</strong> metal, boascarpetea e tapetes, um esplendidofogão G muitos outros objectos•que aparecerão no acto do leilãopromovido pelos agentes BatistaDamas & C. R , L.da.DIRECTOS DA MÃTERNÍDÂDEfortes, doenças ôas senhoras2. ÔOB ersançaeHM Ferreira Sofgss (Calada) fé,lfatflf, a, s Wi,que, jà por vezes, tem sido alvocie fortes ataques, e mesmo porque,uma vez no caminho dassupressões, uma coisa arrasta aoutra.Tudo está em principiar...A que íkft reduzido pois ?E ficaria a coisa por aqui ?Mas analisemos os consi<strong>de</strong>randosem que assentam as <strong>de</strong>terminantesda extinção da E. N.S., que não correspon<strong>de</strong>m á rialida<strong>de</strong>da situação invocada, masapenas representam simples artifícios<strong>de</strong> alguns espiritos empenhadosem levar por diante osseus propositos, criando-se assim,simultaneamente, uma situação <strong>de</strong>privilegio e <strong>de</strong> prepon<strong>de</strong>rância.Diz um dos consi<strong>de</strong>randosque nem quo a situação do TesouroPublico o permitisse secompreen<strong>de</strong>ria a existencia <strong>de</strong>duas escolas normais superiores,porquanto uma é em absolutosuficií-rite para as necessida<strong>de</strong>sdocentes do País rio que respeitaaos graus ou especies <strong>de</strong> ensinopara que ela po<strong>de</strong> preparar professores».Mas, ent, ; ", porque não ha <strong>de</strong>existir, s esta circunstancia è importante,apenas a E. N. S. <strong>de</strong><strong>Coimbra</strong>, que fica situada no centrodo País?Diz outro consi<strong>de</strong>rando « quenações mais prosperas, v astas epopulosas como a França, possuemapenas uma escola <strong>de</strong>stanaturez.Não é assim: basta consi<strong>de</strong>rarque só em Pária existem àadamenos <strong>de</strong> cinco escolas, com amesma finalida<strong>de</strong>, e que jà forammencionadas neste jornal.Lembra ainda outro dos consi<strong>de</strong>rar<strong>de</strong>s «que, das duas escolasnormais superiores existentes, é a<strong>de</strong> Lisboa que <strong>de</strong>ve ser mantida,porquanto é a que se encontrano centro mais populoso do país.tem sido a mais frequentada s éa que continua a tradição da antigaEscola do Magistério Secundário,que era o Curso Superior<strong>de</strong> LetrasBesta nos objectar que;—Nem sempre os centrosmais populosos roíam os maisconvenientes para fins <strong>de</strong>sta n?.-tufesa;^2.°—Nâo é Verda<strong>de</strong> que a Es scola <strong>de</strong> Lisboa teuha sido a maisfrequentada, como facilmente sepo<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrai', com a força <strong>de</strong>cisivados números;•V— Não teein direito a falai 4em tradição, quem não sabe respeitar a da veiha <strong>Universida<strong>de</strong></strong><strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>;Entrando, finalmente, so capitu!o da compressão <strong>de</strong> <strong>de</strong>spezas,que vai dando margem aque se executem medidas as maisobliterantee da expansão do ensino,ala<strong>de</strong> o <strong>de</strong>creto * a que aeconomia resuí tante para o tesouro publico é, com a extinção daE. N. Si <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, com a reduçãoda duração da maioria dasca<strong>de</strong>iras e cursos da E. N. S. <strong>de</strong>Lisboa, e com a concentração dospráticos pedagógicas, mediata eimediatamente, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>250:000800».Mas se, como já se disse nestejornal, o montante das <strong>de</strong>spesasresultantes da manutenção da E.N. S. <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> nao ia além <strong>de</strong>150.000800, fica então a saber-seque o funcionamento da Escola<strong>de</strong> Lisboa absorvia 200;OUOSOOa ser verda<strong>de</strong> o que no referido<strong>de</strong>creto se contém.Além disso, observa um dosmais distintos professores da Uni*versida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, que pertencetambém ao corpo docenteda E. N. S., todos os professo»res <strong>de</strong>sta e«c segundo, é a louvação dainteligência, e, pela inteligência, do espírito portuguêspairando por sobre a Tebaida <strong>de</strong>solada dssalmas. O primeiro estima-se, flogia-se, exalia-se;o segundo, medite-se, simplesmente.O sr. dr. Antonio Sardinha <strong>de</strong>n-nos, com oseu último iivro, alguns capítulos difíceis . Habituadoscomo estamos à visão unilateral das coisaso às faltas ds perspectiva r.os <strong>de</strong>lineamento»dos gran<strong>de</strong>s quadros históricos e aos juízos impon<strong>de</strong>radose apaixonados, é preciso trabalho eesforço e adaptação <strong>de</strong> inteligência para que possamosabarcai' duma só vez os diferentes aspectosd» sua grandiosa Unida<strong>de</strong>. Antonio Sardinha,onconehíido no seu talento e 11a sna erudição,aprecia com a mesma segurança <strong>de</strong> critério D.Fernando e \). Carlota Joaquina, Aljubarrota eAIcacer-Quivir, o nosso romper dVlva e o nossocrepúsculo vespertino.Porém, o que sobretudo consola e aos animae nos incita a nós, os nacionalistas, é que neste livro<strong>de</strong> história e <strong>de</strong> crítica, percebesse fscilmentso escrit >r em cata do fio subtil e lógico da nossatradição histórica. Sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser um livro<strong>de</strong>. análises e <strong>de</strong> sínteses po lerosas,

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