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Quem financia e qual o destino dos recursos da ... - Social Watch

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TABELA 2 –Seguri<strong>da</strong>de social: distribuição do percentual <strong>da</strong>s fontes de <strong>recursos</strong> 1999–2006Fontes 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 20061. Recursos provenientes deimpostosMédia sobretotalVariação99/20066,8% 3,7% 9,2% 8,9% 9,4% 6,3% 5,6% 3,8% 6,7% -44,1%2. Contribuições sociais 86,2% 91,0% 88,0% 88,4% 88,8% 90,1% 91,1% 92,5% 89,5% 7,4%2.1 Contribuições <strong>dos</strong> Empregadorese <strong>dos</strong> Trabalhadorespara a Seguri<strong>da</strong>de <strong>Social</strong>(CETSS)2.2 Contribuição sobre o Lucro(CSLL)2.3 Contribuição para Financiamento<strong>da</strong> Seguri<strong>da</strong>de <strong>Social</strong>(Cofins)2.4 Contribuição para o Planode Seguri<strong>da</strong>de do Servidor2.5 Contribuição para o Custeiode Pensões Militares2.6 Contribuição Provisóriasobre Movimentação Financeira(CPMF)2.7 Ren<strong>da</strong> de loteria e concursosde prognósticos47,9% 47,5% 46,6% 45,5% 44,6% 44,3% 44,9% 46,2% 45,9% -3,4%4,9% 6,1% 4,8% 6,4% 6,8% 7,0% 7,4% 8,4% 6,5% 69,5%23,5% 25,3% 26,1% 26,0% 27,2% 28,3% 26,7% 25,6% 26,1% 8,8%2,5% 2% 2,4% 2,3% 2,0% 2,4% 4,4% 4,3% 2,8% 68,4%0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,4% 0,4% 0,4% 0,1% –7,4% 10,1% 8,0% 8,2% 8,2% 7,6% 7,3% 7,7% 8,1% 4,0%0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% –3. Outras fontes 2,7% 5,2% 1,9% 1,7% 1,2% 1,3% 1,3% 1,3% 2,1% -51,1%3.1 Recursos própriosfinanceiros3.2 Recursos próprios nãofinanceiros0,3% 0,3% 0,3% 0,4% 0,2% 0,4% 0,0% 0,4% 0,3% 61,1%0,7% 1,0% 0,9% 0,8% 0,8% 0,7% 0,6% 0,7% 0,8% -8,5%3.3 Recursos próprios 1,0% 1,3% 1,2% 1,3% 0,9% 1,1% 0,7% 1,1% 1,1% 9,7%3.4 Operação de crédito 0,3% 0,5% 0,4% 0,4% 0,2% 0,1% 0,1% 0,1% 0,3% -73,2%3.5 Outros 1,3% 3,4% 0,2% 0,1% 0,1% 0,1% 0,5% 0,1% 0,7% -91,7%4. Fundo de combate e erradicaçãoà pobreza5. Fundo de Estabilização Fiscal(FEF)0,0% 0,0% 0,9% 1,1% 0,6% 2,3% 2,1% 2,4% 1,2% –4,3% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,5% –Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% –Total em R$ milhõescorrentes102.022 118.119 136.476 155.166 181.066 212.346 240.089 275.097 – –Fontes: Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal / Sistema Integrado de Da<strong>dos</strong> (Siafi/Sidor).Disponíveis em: / . Acesso em: 7 nov. 2007Elaboração Própria..parti<strong>da</strong> o valor executado em 1999 acrescido de5%. Para os anos seguintes, o valor apurado deveser corrigido pela variação do PIB nominal. RosaMarques e Áquilas Mendes (2005) destacam o nãocumprimento<strong>da</strong> EC 29, no período de 2000 a 2005,com aporte de <strong>recursos</strong> orçamentários inferior aodito constitucional. De acordo com esses autores,o descumprimento <strong>da</strong> EC 29 pela União e esta<strong>dos</strong>alcança o montante de R$ 5,4 bilhões (R$ 1,8 bilhão<strong>da</strong> União e R$ 3,6 bilhões <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong>).No tocante ao <strong>financia</strong>mento <strong>da</strong> políticade assistência social, observa-se que, no períodode 1999 a 2006, as contribuições sociaisapresentaram variação negativa de 22%. Umaobservação relevante diz respeito ao Fundo deCombate e Erradicação à Pobreza, criado pelaLei Complementar 111/2001, responsável, em2006, por 30,1% <strong>da</strong> função orçamentária <strong>da</strong>assistência social.Em que pese a classificação orçamentária dofundo aparecer na esfera <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social, seus<strong>recursos</strong> podem ser aplica<strong>dos</strong> em políticas que nãocompõem o sistema de seguri<strong>da</strong>de social brasileiro,além de contrariar as determinações <strong>da</strong> Lei Orgânica<strong>da</strong> Assistência <strong>Social</strong> (Loas) e do Fundo Nacional deAssistência <strong>Social</strong> (FNAS) (Boschetti, 2003).A arreca<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Cofins representou 25,6% <strong>da</strong>arreca<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social em 2006 (Tabela2). Porém, destaca-se que as instituições financeirastêm aproveitado to<strong>da</strong>s as brechas legais, fazendoaté mesmo interpretações próprias <strong>da</strong> legislação, 15para escaparem do dever tributário, mesmo queisso implique postergar o pagamento usando oexpediente do depósito em juízo, como ocorreu em15 Com isso, as instituições financeiras reduziram a base decálculo <strong>da</strong>s contribuições do PIS e <strong>da</strong> Cofins, deduzindoas despesas incorri<strong>da</strong>s nas operações de intermediaçãofinanceira, as despesas de obrigações por empréstimos,o deságio na colocação de títulos, as per<strong>da</strong>s com títulosde ren<strong>da</strong> fixa e variável e per<strong>da</strong>s com ativos financeirose mercadorias, entre outras despesas. Assim sendo, abase de cálculo para incidência no recolhimento do PIS e<strong>da</strong> Cofins, na prática, não é o faturamento, e sim o lucrooperacional, o que implica redução <strong>da</strong> base tributável deaté 80% (Luchiezi Júnior; Hickmann; Salvador, 2007).Observatório <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia 2007 / 86


2005. Os bancos usam de muita criativi<strong>da</strong>de parareduzir o recolhimento <strong>da</strong> Cofins. O comportamento<strong>da</strong>s instituições financeiras resultou em retraçãono recolhimento dessas contribuições em 2006,quando compara<strong>da</strong> ao ano anterior. Em valoresdeflaciona<strong>dos</strong> pelo Índice Nacional de Preçosao Consumidor Amplo (IPCA), ocorreu que<strong>da</strong> naarreca<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Cofins (13,08%). Isso significarecolhimento menor para os cofres do governo,em termos reais, de R$ 886,06 milhões, comparativamentea 2005.O <strong>financia</strong>mento <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social noBrasil permanece fracionado com a separação <strong>da</strong>sfontes de <strong>recursos</strong> advin<strong>dos</strong> <strong>da</strong> contribuição diretade pessoas emprega<strong>da</strong>s e de quem emprega paracustear a previdência social, e as contribuiçõessociais incidentes sobre o faturamento, o lucro e amovimentação financeira para as políticas de saúdee assistência. Essa conformação do <strong>financia</strong>mentonão fortalece o conceito de seguri<strong>da</strong>de social emsua totali<strong>da</strong>de.A atual estrutura do <strong>financia</strong>mento <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>desocial aju<strong>da</strong> a compreender a configuração dofundo público no Brasil, com participação irrisóriade <strong>recursos</strong> oriun<strong>dos</strong> <strong>da</strong> esfera fiscal para aplicaçãonas políticas de assistência social, previdênciae saúde. A análise <strong>dos</strong> <strong>recursos</strong> que <strong>financia</strong>ramas políticas <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social de 1999 a 2006,revela a regressivi<strong>da</strong>de do seu custeio: quemsustenta é a classe trabalhadora e as pessoasmais pobres. Não há, portanto, redistribuição deren<strong>da</strong>. Isso significa que são as próprias pessoasbeneficiárias <strong>da</strong>s políticas <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social quearcam com o seu <strong>financia</strong>mento, seja por meio <strong>da</strong>contribuição direta para acesso aos benefícios <strong>da</strong>previdência social, seja no pagamento de tributosindiretos embuti<strong>dos</strong> nos preços <strong>dos</strong> bens e serviços,destina<strong>dos</strong> apenas em parte para as políticasde saúde e assistência social.Destino <strong>dos</strong> <strong>recursos</strong>As Tabelas 3 e 4 fornecem pistas <strong>da</strong> aplicação<strong>dos</strong> <strong>recursos</strong> <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social nas políticas deassistência social, previdência e saúde. A Tabela3 mostra o <strong>destino</strong> desses <strong>recursos</strong> no período de1999 a 2006 para ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s políticas. Os <strong>da</strong><strong>dos</strong>revelam que a previdência social recebeu a maiorparcela de <strong>recursos</strong> em to<strong>dos</strong> os anos, sendo que,em 2006, essa política absorveu 77% do orçamento<strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social. A partir de 2001, ocorre redução<strong>da</strong> participação proporcional <strong>da</strong> saúde no totaldo orçamento <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social e ampliação <strong>dos</strong>gastos com a assistência social, principalmente apartir de 2004, graças à redução <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de <strong>da</strong> populaçãoi<strong>dos</strong>a (de 67 anos para 65) para acesso aoBenefício de Prestação Continua<strong>da</strong> (BPC).No período, ocorreu pequeno crescimento<strong>dos</strong> <strong>recursos</strong> destina<strong>dos</strong> à seguri<strong>da</strong>de social emtermos de participação no PIB brasileiro, evoluindode 9,58% (1999) para 11,18% (2006). Isso revelouque, apesar do aumento <strong>da</strong> carga tributária, doenvelhecimento populacional e de maior deman<strong>da</strong>social, o crescimento do orçamento <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>desocial é vegetativo (Behring; Boschetti, 2006).O Boletim Políticas Sociais – acompanhamentoe análise do Ipea (edição especial, n. 13), divulgadoem abril de 2007, revela que os gastos <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>desocial insusceptíveis a corte, porque correspondema direitos sociais previstos na Constituição, eexercitáveis por iniciativa <strong>da</strong>s pessoas beneficiárias,representam 87% do orçamento <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>desocial. A Tabela 4 mostra o principal <strong>destino</strong> <strong>dos</strong><strong>recursos</strong> aplica<strong>dos</strong> no setor com relação ao PIB.O principal <strong>destino</strong> <strong>dos</strong> <strong>recursos</strong>, em 2006,foi o pagamento <strong>dos</strong> benefícios do Regime Geral<strong>da</strong> Previdência <strong>Social</strong>, que representou 58,8%<strong>dos</strong> gastos <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social. Em segui<strong>da</strong>,estão os gastos com aposentadorias e pensões deservidores(as) públicos federais (16,3%); o programade atendimento hospitalar do SUS (6,8%); eo pagamento do Benefício de Prestação Continua<strong>da</strong>e <strong>da</strong> Ren<strong>da</strong> Mensal Vitalícia (4,2%).O RGPS paga benefícios a 21 milhões debrasileiros(as), entre aposentadorias, pensões eauxílios. De 1999 a 2006, os benefícios concedi<strong>dos</strong>pelo sistema evoluíram de 5,21% do PIBpara 6,96%, ou R$ 161,8 bilhões. Essa evolução éexplica<strong>da</strong>, basicamente, por dois fatores: a dinâmicade maturação do sistema, por conta do direitoadquirido <strong>da</strong>s pessoas que entraram no mercadode trabalho na déca<strong>da</strong> de 1970, e a trajetória <strong>da</strong>evolução real do salário mínimo acima <strong>da</strong> inflação,uma vez que o piso previdenciário obedece ao reajustedo salário mínimo (Boletim Políticas Sociais– acompanhamento e análise, 2007, p. 45-76).Mais exigências para quem trabalhaApós a reforma <strong>da</strong> previdência social realiza<strong>da</strong> em1998 (Emen<strong>da</strong> Constitucional 20), importantes eperversas modificações foram feitas para a classetrabalhadora vincula<strong>da</strong> ao RGPS, entre elas, a redução<strong>dos</strong> benefícios, as restrições de acesso às aposentadoriase a indução a maior permanência detrabalhadores(as) em ativi<strong>da</strong>de. Uma <strong>da</strong>s primeirasconseqüências dessa reforma é a redução drásticana concessão <strong>da</strong>s aposentadorias por tempo decontribuição, implicando aumento <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de médiano momento de concessão <strong>da</strong>s aposentadorias.Quando se analisa somente a soma <strong>da</strong>s aposentadoriasconcedi<strong>da</strong>s por i<strong>da</strong>de e por tempo decontribuição, os benefícios de aposentadoria pori<strong>da</strong>de representam 75% <strong>dos</strong> benefícios concedi<strong>dos</strong>de 1999 a 2006, conforme a base de <strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>dos</strong>anuários estatísticos <strong>da</strong> previdência social. 16 Cercade 66% <strong>dos</strong> benefícios concedi<strong>dos</strong> nesse períodoequivalem a um salário mínimo.A i<strong>da</strong>de média de aposentadoria vem aumentando– os homens estão se aposentado com i<strong>da</strong>demédia de 66 anos e as mulheres com 61 anos –,acima <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de prevista na Carta Magna (65/homeme 60/mulher). Esses <strong>da</strong><strong>dos</strong> revelam que o Brasilvem se tornado um país de eleva<strong>da</strong> exigência parao gozo de benefício de aposentadoria (Salvador,2005). O fluxo de concessão <strong>dos</strong> novos benefíciosprevidenciários, incluindo a aposentadoria por16 Disponível em: .Acesso em: 7 nov. 2007.tempo de contribuição (35/homem e 30/mulher) epor i<strong>da</strong>de, indica que a faixa etária média de aposentadoriano Brasil é semelhante à <strong>dos</strong> países <strong>da</strong>OCDE, apesar <strong>da</strong>s condições sociais, econômicas,demográficas e regionais inferiores do nosso país(Fagnani; Car<strong>dos</strong>o Jr., 2007).Com relação aos <strong>recursos</strong> aplica<strong>dos</strong> na assistênciasocial, a análise feita por Ivanete Boschetti(2003), com base no estudo do <strong>financia</strong>mento<strong>da</strong> assistência social de 1994 a 2002, revela queuma miríade de programas e projetos <strong>da</strong> funçãoAssistência <strong>Social</strong> não seguiam e nem respondiamaos preceitos <strong>da</strong> Loas. Em 2006, os <strong>da</strong><strong>dos</strong> doSiafi revelam que <strong>dos</strong> R$ 21,9 bilhões aplica<strong>dos</strong>nessa função do orçamento, somente 58,60%<strong>dos</strong> <strong>recursos</strong> foram aplica<strong>dos</strong> pelo FNAS, a menorparticipação desde 2000, fragilizando o controle <strong>da</strong>socie<strong>da</strong>de civil e <strong>da</strong> assistência social como políticapública. A estrutura orçamentária do FNAS deveriacontemplar as políticas e os programas anuais <strong>da</strong>assistência social, conforme determina o art. 17<strong>da</strong> Loas e o Decreto 1605/1995.No âmbito <strong>da</strong> política de assistência social, asoma do pagamento do BPC e <strong>da</strong> Ren<strong>da</strong> MensalVitalícia (RMV) evoluiu de 0,14% do PIB (1999) para0,50% (2006) – o equivalente a R$ 11,5 bilhões. OBPC, que substituiu a antiga RMV, 17 garantido pelaLoas, tem por objetivo assegurar ren<strong>da</strong> equivalentea um salário mínimo para to<strong>da</strong>s as pessoas que,por situação de velhice ou de incapaci<strong>da</strong>de, não têmcomo manter sua subsistência. O benefício é pagoàs pessoas i<strong>dos</strong>as e àquelas com deficiência e incapacita<strong>da</strong>spara a vi<strong>da</strong> autônoma, cuja ren<strong>da</strong> familiarmensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo,não importando a contribuição previdenciária.As razões para evolução dessa despesa de1999 a 2006 são: redução do limite de i<strong>da</strong>de paraacesso ao benefício e evolução real do saláriomínimo. O primeiro limite de i<strong>da</strong>de para acesso aoBPC foi fixado em 70 anos, em 1996, sendo reduzidopara 67 anos, em 1998. A partir de 2003, com aprovaçãodo Estatuto do I<strong>dos</strong>o, esse limite foi reduzidopara 65 anos. Com <strong>recursos</strong> <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social,o governo também paga os benefícios previdenciáriosde servidores(as) públicos federais que, porprincípios constitucionais, não incluiriam esse tipode gasto. Na opinião de Guilherme Delgado:Apesar de serem legítimas as despesas cominativos e com pensionistas <strong>da</strong> União, comode resto são legítimos tantos outros gastos doOrçamento <strong>da</strong> União, tais despesas devem pertencerao Orçamento Geral, o <strong>qual</strong> é <strong>financia</strong>dopor tributos e não por <strong>recursos</strong> específicos <strong>da</strong>política de proteção do conjunto <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>decontra os riscos clássicos <strong>da</strong>s privações humanas.(Delgado, 2002, p. 114)17 A RMV foi cria<strong>da</strong>, em 1974, para o atendimento depessoas com 70 anos ou mais que tivessem efetuado 12contribuições à previdência social ao longo de sua vi<strong>da</strong> eque não tivessem acesso à aposentadoria e nem condiçõesde garantir sua sobrevivência. As despesas constantes naTabela 4 referem-se ao estoque de beneficiários existentesem 31 de dezembro de 1995.Observatório <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia 2007 / 87


TABELA 3 – Orçamento <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social: distribuição <strong>dos</strong> <strong>recursos</strong> entre as políticas sociais – 1999–2006Valores em R$ milhões correntesPolíticas 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006Previdência <strong>Social</strong> 83.305 93.408 107.544 123.218 145.478 165.509 187.800 212.965Saúde 15.487 20.270 23.634 25.435 27.172 32.973 36.483 40.577Assistência <strong>Social</strong> 3.231 4.442 5.298 6.513 8.416 13.863 15.806 21.555Total em R$ milhões 102.023 118.120 136.476 155.166 181.066 212.345 240.089 275.097PIB em R$ milhões 1.065.000 1.179.482 1.302.136 1.477.822 1.699.948 1.941.498 2.147.944 2.322.818Em % do PIB 9,58% 10,01% 10,48% 10,50% 10,65% 10,94% 11,18% 11,84%Fonte: Siafi/Sidor Elaboração própria de <strong>da</strong><strong>dos</strong> cita<strong>dos</strong> por Elaine Behring e Ivanete Boschetti (2006); Ivanete Boschetti e Evilásio Salvador (2006).Os <strong>da</strong><strong>dos</strong> do PIB foram revisa<strong>dos</strong>, em 2006, pelo IBGE. Disponível em: . Acesso em: 7 nov. 2007.TABELA 4 – Despesas <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social em % do PIBAno RGPS BPC e RMVAtendimento hospitalarSUSInativos e pensionistas<strong>da</strong> UniãoPrograma VoluntárioTransferência deRen<strong>da</strong>1999 5,21% 0,14% 1,06% 2,10% - 1,07% 9,58%2000 5,40% 0,29% 0,89% 1,76% 0,01% 1,67% 10,01%2001 5,20% 0,29% 0,87% 2,19% 0,04% 1,88% 10,48%2002 5,54% 0,37% 0,83% 2,17% 0,12% 1,47% 10,50%2003 5,95% 0,36% 0,79% 1,99% 0,17% 1,57% 10,84%2004 6,13% 0,38% 0,81% 1,97% 0,29% 1,36% 10,94%2005 6,44% 0,42% 0,78% 1,93% 0,30% 1,30% 11,18%2006 6,96% 0,50% 0,81% 1,93% 0,32% 1,32% 11,84%Fonte: Boletim Polítcas Sociais – acompanhamento e análise, 2007, e Siafi/Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Elaboração própriaNota: os <strong>da</strong><strong>dos</strong> do Boletim Políticas Sociais – acompanhamento e análise, abril de 2007, para o período de 1999 a 2005, foram reagrupa<strong>dos</strong> e recalcula<strong>dos</strong> com base na nova série do IBGE <strong>da</strong>s ContasNacionais (PIB).OutrosTotalA Constituição de 1988 não incluiu a previdênciado(a) servidor público no capítulo específicoque trata <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social. Ao contrário, oassunto encontra-se no Título III (Da Organizaçãodo Estado), principalmente em seu Capítulo VII (DaAdministração Pública), Seção II (Dos ServidoresPúblicos). Com isso, a União transferiu para a responsabili<strong>da</strong>dedo orçamento <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social umestoque de gastos com aposentadorias e pensões deservidores(as) públicos federais, que deveriam serhonra<strong>dos</strong> pelo caixa do orçamento fiscal.Saúde deficitáriaA Tabela 4 revela, também, que o programa deatendimento hospitalar do SUS sofreu declíniono recebimento de <strong>recursos</strong> orçamentários: de1,06% do PIB, em 1999, para 0,81%, em 2006,reduzindo a participação no montante orçamentário<strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social de 11,07% para 6,8%.Por outro lado, esse decréscimo foi compensado,apenas em parte, pelo aumento <strong>dos</strong> gastos comdemais programas na área de saúde que dependemde iniciativa anual do governo. Por exemplo, oprograma Atenção Básica em Saúde.O patamar de gastos públicos em saúde noBrasil é claramente insuficiente para cumprir amissão que a Constituição de 1988 se propôs:estabelecer um sistema de saúde público universal,integral e gratuito. De acordo com a OrganizaçãoMundial <strong>da</strong> Saúde (OMS), o Brasil gasta apenas3,45% do PIB com políticas públicas de saúde– patamar inferior aos 5,1% <strong>da</strong> Argentina, aos6,9% <strong>da</strong> Inglaterra ou aos 7,2% <strong>da</strong> França. Comoagravante, há o fato de a rede priva<strong>da</strong> de planos eseguros direciona<strong>dos</strong> à saúde atender cerca de 43milhões de pessoas, movimentando <strong>recursos</strong> que,soma<strong>dos</strong> ao gasto <strong>da</strong>s famílias com medicamentos,alcança 4,1% do PIB (Boletim Políticas Sociais– acompanhamento e análise, 2007).Ain<strong>da</strong> na Tabela 4, observa-se, a partir de2000, o crescimento de programas voluntáriosde transferência de ren<strong>da</strong>, como o Bolsa Família– criado em outubro de 2003, a partir <strong>da</strong> unificaçãode programas não-constitucionais de transferênciade ren<strong>da</strong> até então vigentes: Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Auxílio Gás e Cartão Alimentação. 18Os gastos com o programa Bolsa Família sobemde 0,17% do PIB, em 2003, para 0,32% em 2006.Equivale a uma transferência de ren<strong>da</strong> diretamenteàs famílias em condição de pobreza e extremapobreza e o auxílio à família na condição de pobrezaextrema, com crianças entre 0 e 6 anos, nomontante de R$ 7,4 bilhões em 2006.18 Uma análise do programa Bolsa Família, partindo <strong>da</strong> discussãosobre pobreza e desigual<strong>da</strong>de, pode ser li<strong>da</strong> em texto deAmélia Cohn, intitulado “Para além <strong>da</strong> justiça distributiva”,publicado no Observatório <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia: relatório 2005.Boschetti, Teixeira e Tomazelli (2004) relevamque os programas de transferência de ren<strong>da</strong>com ênfase nas ações focaliza<strong>da</strong>s no combate àfome e à pobreza absoluta, a exemplo do BolsaFamília, mostram a direção e a concepção <strong>da</strong>política de assistência social do governo Lula,em detrimento a outras ações previstas na Loas.Registra-se que os <strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>da</strong> execução orçamentáriade 2006 (Siafi/Sidor) revelam que 93% doorçamento do Ministério do Desenvolvimento<strong>Social</strong> e Combate à Fome foi comprometido como programa Bolsa Família.A Constituição Federal, no seu art. 145, III,§ 1º, diz que, sempre que possível, os impostosterão caráter pessoal e serão gradua<strong>dos</strong> segundoa capaci<strong>da</strong>de econômica <strong>da</strong> pessoa contribuinte.Um país que tenha como objetivos a erradicação <strong>da</strong>pobreza, a redução <strong>da</strong>s desigual<strong>da</strong>des sociais e aconstrução de uma socie<strong>da</strong>de livre, justa e solidáriadeve utilizar o sistema tributário como instrumentode redistribuição de ren<strong>da</strong> e riqueza, cobrando maisimpostos de quem tem mais capaci<strong>da</strong>de contributivae aliviando a carga <strong>da</strong>s pessoas mais pobres.Para isso, é importante que as bases de <strong>financia</strong>mento<strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social sejam reordena<strong>da</strong>s paracaracterísticas progressivas, via <strong>financia</strong>mento pormeio de tributos diretos incidentes sobre to<strong>da</strong>s asren<strong>da</strong>s (lucros, juros, ren<strong>da</strong> fundiária e salários) esobre o patrimônio.Observatório <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia 2007 / 88


Uma agen<strong>da</strong> para a seguri<strong>da</strong>deDiante <strong>da</strong> análise realiza<strong>da</strong>, apresenta-se, aseguir, uma agen<strong>da</strong> de possibili<strong>da</strong>des para afirmaçãoe ampliação <strong>dos</strong> direitos <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>desocial no Brasil.Fontes de <strong>financia</strong>mento – São regressivas,com base na tributação <strong>da</strong> classe trabalhadorae <strong>da</strong>s pessoas mais pobres, não fazendo,portanto, redistribuição de ren<strong>da</strong>. Devemser substituí<strong>da</strong>s por tributos progressivos,observando os princípios constitucionais <strong>da</strong>capaci<strong>da</strong>de contributiva e <strong>da</strong> isonomia.Hoje,as principais fontes de <strong>financia</strong>mento <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>desocial têm como incidência o faturamento<strong>da</strong>s empresas e a contribuição sobre a folha depagamento. Na prática, esses tributos compõemos custos <strong>da</strong>s empresas repassa<strong>dos</strong> ao públicoconsumidor nos preços de bens de serviços.Essas fontes guar<strong>da</strong>m uma relação inversa aopatamar de ren<strong>da</strong> <strong>da</strong> pessoa contribuinte. Aregressão ocorre porque penaliza mais contribuintesde menor poder aquisitivo. O inversoocorre quando o tributo é progressivo, aumentandoa participação <strong>da</strong> pessoa contribuinte àmedi<strong>da</strong> que cresce sua ren<strong>da</strong>, assegurando aprogressivi<strong>da</strong>de e a justiça fiscal, pois arcamcom maior ônus <strong>da</strong> tributação os indivíduosem melhores condições de suportá-lo, ou seja,quem tem maior ren<strong>da</strong>.Integração entre as políticas – De assistênciasocial, previdência e saúde, não separandoas fontes de <strong>financia</strong>mento e estabelecendocomplementari<strong>da</strong>de por meio <strong>da</strong> definição defunções e benefícios.As políticas que compõem a seguri<strong>da</strong>de socialbrasileira não podem ser pensa<strong>da</strong>s de formaisola<strong>da</strong>, como ocorre hoje. Historicamente, aspolíticas de previdência, saúde e assistênciasocial estiveram imbrica<strong>da</strong>s na construção <strong>dos</strong>istema de previdência social brasileiro. Mas nopassado, ficavam restritas à classe trabalhadorado mercado formal de trabalho.Com os avanços registra<strong>dos</strong> na Constituiçãode 1988 – entre eles, o reconhecimento <strong>da</strong>saúde como direito universal e <strong>da</strong> assistênciasocial como um direito –, a maior integraçãoentre as políticas deveria começar pela integração<strong>da</strong>s fontes de <strong>financia</strong>mento, com um únicoorçamento, contrariamente ao fracionamentohoje existente, com tributos específicos paraca<strong>da</strong> política. A integração do <strong>financia</strong>mentopoderá fortalecer e possibilitar a universalização<strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social, evitando a disputa de<strong>recursos</strong> entre os três setores.Questão orçamentária – Estabelecer um orçamentocom os <strong>recursos</strong> canaliza<strong>dos</strong> para umfundo específico que servirá para o pagamento debenefícios, serviços, ações e programas no âmbito<strong>da</strong>s políticas que integram a seguri<strong>da</strong>de social.A conseqüência de estruturar o <strong>financia</strong>mentode forma totalizadora visa garantir umorçamento próprio como forma de institucionalização<strong>da</strong> precedência de seus compromissosde cobertura sobre os demais gastos do governo.Para tanto, é importante a formação de umfundo único <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social, não sujeitoà política fiscal restritiva de <strong>qual</strong>quer governo,garantindo a seguri<strong>da</strong>de como política relevantee prioritária do Estado brasileiro. Além disso,os <strong>recursos</strong> canaliza<strong>dos</strong> para esse fundo seriamusa<strong>dos</strong> exclusivamente para o pagamento debenefícios, serviços, ações e programas <strong>da</strong> previdência,<strong>da</strong> saúde e <strong>da</strong> assistência social, sendoproibido o desvio para orçamento fiscal.Reformulação <strong>da</strong>s leis orgânicas – Da previdênciasocial, <strong>da</strong> saúde e <strong>da</strong> assistência social,com o intuito de assegurar a universali<strong>da</strong>de<strong>dos</strong> direitos <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social, garantindoa to<strong>da</strong>s as pessoas o acesso aos benefícios <strong>da</strong>previdência social, o livre acesso à saúde e aosserviços sociais.A concretização <strong>dos</strong> direitos <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>desocial previstos na Carta Magna deveriaser materializa<strong>da</strong> nas leis orgânicas em ca<strong>da</strong>setor (previdência, saúde, assistência social).Porém, as condições políticas que permitiramos avanços constitucionais mu<strong>da</strong>ram, no início<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990, com o ideário neoliberal. Acomeçar ain<strong>da</strong> no governo José Sarney, com onão envio ao Congresso Nacional <strong>dos</strong> projetosde lei de regulamentação <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social.A título de exemplo, a Loas foi aprova<strong>da</strong>somente em dezembro de 1993, no governoItamar Franco.Assim, a previdência, a saúde e a assistênciasocial foram regulamenta<strong>da</strong>s por diferentesleis e institucionaliza<strong>da</strong>s em diferentes órgãosministeriais. Torna-se necessário retomar oprincípio universalista que inspirou a Constituiçãode 1988, reformando as leis orgânicas<strong>da</strong>s três políticas que integram a seguri<strong>da</strong>desocial brasileira.Cons. Nacional <strong>da</strong> Seguri<strong>da</strong>de <strong>Social</strong> – Extintopelas Medi<strong>da</strong>s Provisórias (MP) 1.799/1999 e2.216-37/2001 (art. 33), o Conselho Nacional deSeguri<strong>da</strong>de <strong>Social</strong> deve ter composição paritária– governo, trabalhadores(as), aposenta<strong>dos</strong>(as)e empresários(as) – e a missão de articular esistematizar um orçamento previamente debatidocom as áreas responsáveis pela previdênciasocial, saúde e assistência social.O conselho deve ser recriado com a finali<strong>da</strong>deprincipal de articular as políticas sociaisnas áreas envolvi<strong>da</strong>s. Deve ter representaçãoquadripartite, com representantes do governofederal <strong>da</strong> área de saúde, previdência social eassistencial social, além <strong>da</strong> representação <strong>dos</strong>governos estaduais e municipais. A representação<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil seria garanti<strong>da</strong> com oassento de aposenta<strong>dos</strong>(as), trabalhadores(as),empresários(as) e usuários(as). Além disso, seriammanti<strong>dos</strong> os conselhos setoriais <strong>da</strong>s áreas desaúde, previdência social e assistência social.O conselho teria entre suas atribuições:estabelecer as diretrizes gerais e as políticas deintegração entre as áreas; acompanhar e avaliara gestão econômica, financeira e social <strong>dos</strong><strong>recursos</strong> e o desempenho <strong>dos</strong> programas realiza<strong>dos</strong>,exigindo prestação de contas; apreciare aprovar os termos <strong>dos</strong> convênios firma<strong>dos</strong>entre a seguri<strong>da</strong>de social e a rede bancária paraa prestação <strong>dos</strong> serviços; aprovar e submeter aopresidente <strong>da</strong> República os programas anuaise plurianuais <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social; aprovar esubmeter ao órgão central do Sistema de PlanejamentoFederal e de Orçamentos a propostaorçamentária anual <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social.Não-renovação <strong>da</strong> DRU – Assegurando queto<strong>da</strong>s as fontes de <strong>financia</strong>mento <strong>da</strong>s políticasde saúde, previdência e assistencial sejam integralmentedestina<strong>da</strong>s para essas políticas.Desde 1993, os governos criam mecanismosde desvinculação de receitas no orçamentoque, na prática, implicaram retira<strong>da</strong> de <strong>recursos</strong><strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social, transferindo-os para oorçamento fiscal, particularmente após 1999,para composição do superávit primário.As fontes <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social estabeleci<strong>da</strong>sno art. 195 <strong>da</strong> Constituição Federal são umimportante arranjo institucional e financeiro desustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s três políticas. Somente em2006, quase R$ 34 bilhões <strong>da</strong>s contribuiçõessociais para a seguri<strong>da</strong>de social foram canaliza<strong>dos</strong>para o orçamento fiscal. Dessa forma,as principais políticas sociais do governo ficampenaliza<strong>da</strong>s com ausência de <strong>recursos</strong>. A DRU,prevista para acabar em 31 de dezembro de2007, não deveria ser renova<strong>da</strong>, assegurando,assim, o repasse integral <strong>dos</strong> <strong>recursos</strong> paraas áreas de saúde, previdência e assistênciasocial.Observatório <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia 2007 / 89


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