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Monografia Joo Neto - CT-UFPB - Universidade Federal da Paraíba

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - <strong>UFPB</strong>CENTRO DE TECNOLOGIA - <strong>CT</strong>PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA E AMBIENTAL– PPGEUA - MESTRADO -JOÃO FILADELFO DE CARVALHO NETOOTIMIZAÇÃO DE ROTAS COM O AUXÍLIO DE UMAPLATAFORMA “SIG-T” NO SERVIÇO DE ATENDIMENTOMÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU/JOÃO PESSOA/PBJOÃO PESSOA – PB2008


JOÃO FILADELFO DE CARVALHO NETOOTIMIZAÇÃO DE ROTAS COM O AUXÍLIO DE UMAPLATAFORMA “SIG-T” NO SERVIÇO DE ATENDIMENTOMÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU/JOÃO PESSOA/PBDissertação apresenta<strong>da</strong> ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana e Ambiental<strong>da</strong> <strong>Universi<strong>da</strong>de</strong> <strong>Federal</strong> <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong>/Centro deTecnologia, como parte dos requisitos necessáriospara obtenção do título de Mestre.Orientador: Profº. Nilton Pereira de Andrade - Phd.JOÃO PESSOA – PB2008


C 3310 Carvalho <strong>Neto</strong>, João Filadelfo de.Otimização de rotas com o auxilio de umaplataforma “SIG-T” no Serviço de Atendimento Móvel deUrgência - SAMU / João Pessoa /PB / João Filadelfo deCarvalho <strong>Neto</strong>. – João Pessoa, 2008.190 p. : IlOrientador: Nilton Pereira de AndradeDissertação (Mestrado) – <strong>UFPB</strong>/<strong>CT</strong>1. Engenharia Urbana e Ambiental. 2. SAMU –roteirização, Sistema de InformaçõesGeográficas (SIG). 3. Sistema de InformaçõesGeográficas - Otimização de rotas - Transporte -Trânsito.<strong>UFPB</strong>/BC CDU: 62 : 711 (043)


JOÃO FILADELFO DE CARVALHO NETOOTIMIZAÇÃO DE ROTAS COM O AUXÍLIO DE UMAPLATAFORMA “SIG-T” NO SERVIÇO DE ATENDIMENTOMÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU/JOÃO PESSOA/PBDissertação submeti<strong>da</strong> ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana e Ambiental <strong>da</strong><strong>Universi<strong>da</strong>de</strong> <strong>Federal</strong> <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong>/Centro de Tecnologia, como parte dos requisitos necessáriospara obtenção do título de Mestre.Aprovado em: _____/ _____ / ______BANCA EXAMINADORA________________________________________Profº. Nilton Pereira de Andrade - Phd.Orientador<strong>Universi<strong>da</strong>de</strong> <strong>Federal</strong> <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong> - <strong>UFPB</strong>________________________________________Profº. Ernesto Ferreira Nobre Júnior - Dsc.Examinador Externo<strong>Universi<strong>da</strong>de</strong> <strong>Federal</strong> do Ceará - UFC________________________________________Profº. Pedro Costa Guedes Vianna - Dsc.Examinador Externo<strong>Universi<strong>da</strong>de</strong> <strong>Federal</strong> <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong> – <strong>UFPB</strong>________________________________________Profº. Ricardo Almei<strong>da</strong> de Melo - Dsc.Examinador Interno<strong>Universi<strong>da</strong>de</strong> <strong>Federal</strong> <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong> – <strong>UFPB</strong>


Dedico este trabalho ao homem que foi omaior exemplo de honesti<strong>da</strong>de, coerência ecaráter que pude ter em minha vi<strong>da</strong>, o qual meensinou que mais vale o sono tranqüilo de umhomem simples e probo, que a concretizaçãodos sonhos construídos com desonesti<strong>da</strong>de.Por tudo, a você meu pai, sau<strong>da</strong>des.


AGRADECIMENTOSA Deus, por nos <strong>da</strong>r a capaci<strong>da</strong>de de discerni o bom do ruim, o certo do errado e desuperar as adversi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>; a todos os familiares (pais, irmãos, tios e primos); aosamigos e colegas, em especial a minha futura esposa Priscila, pelo amor, paciência ecompreensão nas horas difíceis no transcorrer <strong>da</strong> pesquisa, em fim, a todos que contribuírampara o alcance desta etapa, pois, “as grandes caminha<strong>da</strong>s começam nos primeirospassos”(autor desconhecido).Em especial ao Profº. Nilton, pelo companheirismo, pelo uso de to<strong>da</strong>s as prerrogativasque qualificam um ver<strong>da</strong>deiro professor em sua arte de ensinar, pela paciência, empenho,conhecimento, disponibili<strong>da</strong>de e apreço durante as orientações na pesquisa e de vi<strong>da</strong>, pelacamara<strong>da</strong>gem transmiti<strong>da</strong>, pela convivência fraternal e antes de tudo, pelo respeito ao serhumano fun<strong>da</strong>mental na construção desse trabalho.A todo corpo docente do Centro de Tecnologia e do Programa de Pós-Graduação emEng. Urbana e Ambiental, a Marluce em especial pelos auxílios na secretaria do programa eaos demais funcionários, os quais, silenciosamente, trabalham para proporcionar ensino epesquisa de quali<strong>da</strong>de, amadurecimento científico, assim como conforto e bem estar, dentrodo possível, a to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>UFPB</strong>.A to<strong>da</strong> equipe do DEGEOC/LEPAN-<strong>UFPB</strong> (Laboratório de Ensino e Pesquisa emAnálise Espacial - <strong>Universi<strong>da</strong>de</strong> <strong>Federal</strong> <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong>), com a qual associei-me em prol doconhecimento geográfico, através <strong>da</strong> participação ativa em várias pesquisas, projetos etrabalhos.Aos queridos amigos e amigas Richard, Jorge Flávio, Raquel Porto, Pedro Vianna,Araci Farias, Avaní Torres, Chico, Cacil<strong>da</strong>, Nedja, Eduardo Vianna, Emilia de Ro<strong>da</strong>t,Marcelo, Cristiane, Darlene, Rafaele, Paulinho, Dionísio e Aí<strong>da</strong>, externo o imensoagradecimento por tudo aprendi sobre compromisso, respeito, zelo pelo patrimônio público etambém pela produção acadêmica de quali<strong>da</strong>de, diretamente emprega<strong>da</strong> na extensão social.Tudo regado à base do companheirismo e ética.


Em fim, a todos os órgãos municipais (STTrans e SAMU/JPA), estu<strong>da</strong>is (DNER eCPTran), e federais (PRF e Ministério <strong>da</strong> Saúde do Brasil) que de forma direta, contribuírampara a realização deste trabalho, eternamente meu muito obrigado.


IracemaDemônios <strong>da</strong> GaroaComposição: Adoniran BarbosaIracema, eu nunca mais te viIracema meu grande amor foi emboraChorei, eu chorei de dor porqueIracema meu grande amor foi vocêE hoje ela vive lá no céuEla vive bem juntinho de nosso senhor.De lembrança guardo somente suas meias e seus sapatosIracema, eu perdi o seu retratoE hoje ela vive lá no céuEla vive bem juntinho de nosso senhorDe lembrança guardo somente suas meias e seus sapatosIracema, eu perdi o seu retrato.Iracema, eu sempre dizia, cui<strong>da</strong>do ao“travessar” essas ruas, eu falava masvocê não escutava não, Iracema você“travessou” contra mãoIracema, faltava vinte dias para o nossocasamento, que “nóis ia se casar” vocêatravessou a rua São João, veio umcarro, te pega, te pincha no chão, você foipara assistência, o chofer não teve culpaIracema, paciência Iracema, paciênciaComo amante incondicional <strong>da</strong> música brasileira, é inegável que muitas delas retratam ascenas do cotidiano urbano do Brasil. A música acima canta a estória de Iracema, quepoderia ser a história de João, José ou Maria. Justamente baseado nesses fatos(acidentes eviolências) é que começa este trabalho.João Filadelfo de Carvalho <strong>Neto</strong> – Março de 2006.


RESUMOOs acidentes e as violências no meio urbano resultam <strong>da</strong>s ações e/ou omissões humanas,através de condicionantes técnicos e/ou sociais. Em 2005, essas ocorrências foramresponsáveis por cerca de 75% do total <strong>da</strong>s mortes por causas violentas segundo o Ministério<strong>da</strong> Saúde do Brasil. Um elemento chave no atendimento às vítimas de violências e acidentes éo tempo de deslocamento gasto para realizar o atendimento, que pode mu<strong>da</strong>r o quadro médicoem questão de minutos, e fazer a diferença entre sobreviver ou morrer, conforme osprocedimentos adotados durante a golden hour. No Brasil, um serviço que tem grandeimportância nesta ativi<strong>da</strong>de é o SAMU – Serviço de Atendimento Móvel às Urgências eEmergências, no qual a escolha <strong>da</strong> rota a ser segui<strong>da</strong> pela ambulância, depende na grandemaioria <strong>da</strong>s vezes do conhecimento do motorista sobre a ci<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> sua intuição sobre omelhor caminho a ser seguido, o que muitas vezes não representa o mais rápido. Nestaperspectiva, testou-se uma ferramenta de roteirização associa<strong>da</strong> ao uso de um Sistema deInformações Geográficas (SIG) voltado para Transportes (do tipo SIG-t), conexo ao Sistemade Posicionamento Global (o GPS), potencializando a escolha <strong>da</strong> melhor rota e a diminuiçãodo tempo, do risco de morbimortali<strong>da</strong>de e dos custos gerados na prestação do serviço. Nestetrabalho, foi testa<strong>da</strong> de forma inicial a viabili<strong>da</strong>de de utilização de uma ferramenta deotimização de rotas e tempo de operação no SAMU, através de procedimentos de modelagemem transportes, tendo como célula de aplicação uma área previamente escolhi<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong>de deJoão Pessoa - <strong>Paraíba</strong>.Palavras-Chave: Roteirização. SIG T. SAMU.


ABSTRA<strong>CT</strong>The accidents and the violence in the urban way result of the actions and or human omissions,through conditioning technical and or society. In 2005, those occurrences were responsible forabout 75% of the total of the deaths for violent causes according to ministry of Health ofBrazil. A key element in the atten<strong>da</strong>nce to the victims of violence and accidents is the time ofdisplacement, that can change the medical picture in subject of minutes, and to do thedifference between to survive or to die, according to the procedures of the adopted during thegolden hour. In Brazil, a service that has great importance in this activity it is SAMU -Service of Movable Atten<strong>da</strong>nce of Urgency and Emergency, in which the choice of the routeto be followed by the ambulance, depends in the great majority of the times of the driver'sknowledge on the city and of your intuition on the best road to be proceeded, which a lot oftimes don't represent the fastest. In this perspective, a route tool associated to the use of aGeographical Information System (GIS) was tested gone back to Transports (of the type SIG-T), related to the Global Positioning System (GPS), to potency the choice of the best routeand the decrease of the time, of the morbimortali<strong>da</strong>de risk and of the costs generated in theinstallment of the service. In this work, it was tested in an initial way the viability of use of atool of to optimize of routes and time of operation in SAMU, through modeling procedures intransports, previously tends as application cell an area chosen in João Pessoa - <strong>Paraíba</strong>.Word-Key: To Routing. SIG-t. SAMU.


LISTA DE FIGURASFIGURA 01 - Demonstrativo mundial de mortes segundo a OMS.................................. 28FIGURA 02 - Tendência de falecimento nos países segundo a ren<strong>da</strong>............................... 29FIGURA 03 - Busto de Dominique Larrey (1766-1842) – Cirurgião e Chefe Militar...... 42FIGURA 04 - Modelo de atendimento do SAMU <strong>da</strong> França............................................ 47FIGURA 05 - Representação dos 24 satélites que orbitam a terra..................................... 70FIGURA 06 - Aparelho de GPS E-trex (Navegação), Fabricante Garmin, utilizadona pesquisa.................................................................................................. 71FIGURA 07 - Dados Espaciais ou Geográficos................................................................ 74FIGURA 08 - Informação de natureza gráfica................................................................... 75FIGURA 09 - Ligação de enti<strong>da</strong>des de natureza gráfica e de natureza alfanuméricaconstituindo um banco de <strong>da</strong>dos SIG.......................................................... 76FIGURA 10 - Cama<strong>da</strong>s identificando locais e situações no sentido geográficodentro de um ambiente SIG........................................................................ 77FIGURA 11 - Tela de trabalho do SIG-t TRANSCAD..................................................... 78FIGURA 12 - Representação do mapa <strong>da</strong>s vias arteriais e coletoras de João Pessoacom delimitação <strong>da</strong> área de estudo............................................................. 84FIGURA 13 - Desalinhamento dos eixos viários no arquivo............................................ 87FIGURA 14 - Banco de <strong>da</strong>dos utilizado na modelagem no TRANSCAD........................ 89FIGURA 15 - Registro seqüencial de atendimento realizado............................................ 94FIGURA 16 - Área de Estudo............................................................................................ 95FIGURA 17 - Rede viária com corredores unitários......................................................... 96FIGURA 18 - Rede viária do pré-teste.............................................................................. 97FIGURA 19 - Rota ponto-a-ponto..................................................................................... 98FIGURA 20 - Pontos de coleta de contagem volumétrica................................................. 101FIGURA 21 - Cama<strong>da</strong>s de Informações em um SIG......................................................... 145FIGURA 22 - Registros no banco de <strong>da</strong>dos de linhas e colunas........................................ 147FIGURA 23 - Banco de Dados com as Veloci<strong>da</strong>des Médias Operacionais....................... 148FIGURA 24 - Janela de interação com as formulas no Banco de DadosREDE_VIARIA........................................................................................... 149FIGURA 25 - Banco de Dados REDE_VIARIA com conversões do tempo.................... 151FIGURA 26 - Total do tempo (número real de segundos)................................................. 152


FIGURA 27 - Ocorrência 01.............................................................................................. 157FIGURA 28 - Rota sugeri<strong>da</strong> para uma ocorrência real...................................................... 158FIGURA 29 - Ocorrência 02.............................................................................................. 160FIGURA 30 - Cruzamento <strong>da</strong> Av. Max. Figueiredo com a Av. Duarte <strong>da</strong> Silveira.......... 161FIGURA 31 - Ocorrência 03.............................................................................................. 163FIGURA 32 - Simulação de rota no TRANSCAD............................................................ 170FIGURA 33 - Bloco de notas apresentando instruções de percurso <strong>da</strong> rota...................... 170


LISTA DE GRÁFICOSGRÁFICO 01 - Mortali<strong>da</strong>de por causas externas e tipo de causa. Brasil, 2000............... 31GRÁFICO 02 - Internações por causas externas, segundo tipo de causa. Brasil, 2000.... 32GRÁFICO 03 - Hospitalizações por causas externas, segundo tipo. Brasil, 2004............ 34GRÁFICO 04 - Distribuição dos custos de acidentes nas áreas urbanas – Brasil, 2001(Em R$ de abril/03).................................................................................. 35GRÁFICO 05 - Distribuição dos custos anuais de acidentes de transito por grupode veículos. Aglomerações urbanas – Brasil............................................ 36GRÁFICO 06 - Variação horária de volume de tráfego (intervalos de 15 minutos)......... 109GRÁFICO 07 - Variação horária de volume de tráfego (intervalos de 01 hora)............... 110GRÁFICO 08 - Variação de veloci<strong>da</strong>de após acionamento............................................... 118GRÁFICO 09 - Variação de veloci<strong>da</strong>de em corredores viários......................................... 119GRÁFICO 10 - Variação de veloci<strong>da</strong>de após atendimento no local <strong>da</strong> ocorrência........... 120GRÁFICO 11 - Variação de veloci<strong>da</strong>de em corredor viário.............................................. 121GRÁFICO 12 - Variação de veloci<strong>da</strong>de / mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> geometria viária........................... 122GRÁFICO 13 - Variação de veloci<strong>da</strong>de / mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> geometria viária........................... 123GRÁFICO 14 - Variação de veloci<strong>da</strong>de / mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> geometria viária........................... 124GRÁFICO 15 - Variação de veloci<strong>da</strong>de / mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> geometria viária........................... 124GRÁFICO 16 - Variação de veloci<strong>da</strong>de / mu<strong>da</strong>nça de tipo de pavimento........................ 125GRÁFICO 17 - Veloci<strong>da</strong>des médias operacionais por tipo de via.................................... 129GRÁFICO 18 - Expectativa de comportamento <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de......................................... 168GRÁFICO 19 - Comportamento real <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de.......................................................... 169


LISTA DE TABELASTABELA 01 - Taxas de mortes por 10.000 veículos no mundo....................................... 35TABELA 02 - Custos dos acidentes por gravi<strong>da</strong>de do acidente (01/jul/04 a 30/jun/05).. 37


LISTA DE QUADROSQUADRO 01 - Contagem volumétrica de veículos / Hora................................................ 107QUADRO 02 - Aferição de veloci<strong>da</strong>de operacional.......................................................... 115QUADRO 03 - Veloci<strong>da</strong>des médias por tipo de via.......................................................... 126QUADRO 04 - Registro de rotas e ocorrências coleta<strong>da</strong>s.................................................. 130QUADRO DE FILMAGEM 01 – Interrupção de deslocamento..................................... 119QUADRO DE FILMAGEM 02 – Engarrafamento......................................................... 120QUADRO DE FILMAGEM 03 – Veloci<strong>da</strong>de de Cruzeiro (A)....................................... 121QUADRO DE FILMAGEM 04 – Veloci<strong>da</strong>de de cruzeiro (B)........................................ 122QUADRO DE FILMAGEM 05 – Veloci<strong>da</strong>de / Traçado <strong>da</strong> via...................................... 123


LISTA DE MAPASMAPA 01 - Vias arteriais e coletoras de João Pessoa com delimitação<strong>da</strong> área de estudo............................................................................................ 85MAPA 02 - Localização JPA/PB e Área de Estudo........................................................... 130MAPA 03 - Ocorrência Nº. 01............................................................................................ 132MAPA 04 - Ocorrência Nº. 02............................................................................................ 133MAPA 05 - Ocorrência Nº. 03............................................................................................ 134MAPA 06 - Ocorrência Nº. 04............................................................................................ 135MAPA 07 - Ocorrência Nº. 05............................................................................................ 136MAPA 08 - Ocorrência Nº. 06............................................................................................ 137MAPA 09 - Ocorrência Nº. 07............................................................................................ 138MAPA 10 - Ocorrência Nº. 08............................................................................................ 139MAPA 11 - Ocorrência Nº. 09............................................................................................ 140MAPA 12 - Ocorrência Nº. 10............................................................................................ 141


SUMÁRIOCAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA.................................................................................... 191.2 OBJETIVOS................................................................................................................. 211.3 ABORDAGEM METODOLÓGICA........................................................................... 221.4 ESTRUTURA DO TRABALHO.................................................................................. 24CAPÍTULO 2: ACIDENTES E VIOLÊNCIAS2.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 262.2 CONTEXTO INTERNACIONAL............................................................................... 262.3 CONTEXTO NACIONAL........................................................................................... 302.4 O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR DE EMERGÊNCIA................................. 372.5 HORA DOURADA - THE GOLDEN HOUR.............................................................. 412.6 O SAMU – HISTÓRICO INTERNACIONAL (FRANÇA)........................................ 422.7 O SAMU – BRASIL..................................................................................................... 442.8 O SAMU JOÃO PESSOA/PB...................................................................................... 452.9 COMENTÁRIOS.......................................................................................................... 47CAPÍTULO 3: REFERENCIAL TEÓRICO3.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 503.2 ACESSIBILIDADE..................................................................................................... 503.3 MOBILIDADE............................................................................................................ 543.4 CIRCULAÇÃO............................................................................................................ 583.5 ROTEIRIZAÇÃO......................................................................................................... 603.5.1 Introdução ao Conceito........................................................................................... 603.5.2 O Caixeiro Viajante................................................................................................. 603.5.3 O Menor Caminho................................................................................................... 613.5.4 As Experiências Internacionais.............................................................................. 633.6 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG´S).................................... 643.7 O SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL (GPS´S)....................................... 673.7.1 Fatores que Afetam a Precisão do Sistema GPS................................................... 713.7.2 Aplicações ................................................................................................................. 723.7.3 Limitações ................................................................................................................ 73


3.8 OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG) E O SISTEMADE POSICIONAMENTO GLOBAL (GPS)................................................................ 733.9 O SIG TRANSCAD..................................................................................................... 773.10 COMENTÁRIOS....................................................................................................... 79CAPÍTULO 4: PREPARAÇÃO E COLETA DOS DADOS4.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 824.2 A CIDADE DE JOÃO PESSOA ................................................................................. 824.3 CONFIGURAÇÃO E USO DA BASE CADASTRAL............................................... 834.3.1 Construção <strong>da</strong> Base Digital e Seleção <strong>da</strong> Área para Aplicação do Protótipo.... 834.3.2 Verificação e Correção do Georeferenciamento <strong>da</strong> Área Escolhi<strong>da</strong>.................. 864.3.3 Criação de um Banco de Dados de Linhas e Pontos............................................. 874.3.4 Catalogar os Elementos de Atrito na Via.............................................................. 894.4 REGISTRO DA VELOCIDADE E DO TEMPO......................................................... 904.4.1 Preparação Inicial para a Coleta de Dados........................................................... 904.4.2 Coleta a Partir dos Registros de Ocorrências Reais............................................. 924.4.3 Escolha <strong>da</strong> Área Piloto para Aplicação................................................................. 944.4.4 Realização Inicial de um Pré-Teste........................................................................ 964.5 PERÍODO DE COLETA DOS DADOS ..................................................................... 984.6 COLETA DE DADOS ................................................................................................. 994.7 COMENTÁRIOS.......................................................................................................... 102CAPÍTULO 5: TRATAMENTO DOS DADOS5.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1055.2 PLANILHA E GRÁFICO DE IDENTIFICAÇÃO DE HORÁRIO DE PICO............ 1055.3 VARIÁVEIS DE COMPOSIÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO....................................... 1135.4 MATRIZ DE AFERIÇÃO E GRÁFICOS DE VELOCIDADE.................................. 1145.5 MAPAS DE REGISTRO DE ROTAS......................................................................... 1325.6 COMENTÁRIOS.......................................................................................................... 142CAPÍTULO 6: ANÁLISE DOS DADOS6.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1456.2 USO DO PROGRAMA TRANSCAD......................................................................... 1456.2.1 Criação de um Banco de Dados.............................................................................. 1456.2.2 Criação de um Banco de Área................................................................................ 145


6.2.3 Criação de um Banco de Linhas............................................................................. 1466.2.4 Inserção <strong>da</strong>s Veloci<strong>da</strong>des Médias Operacionais no Banco de Dados.................. 1486.3 COMENTÁRIOS.......................................................................................................... 154CAPÍTULO 7: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS7.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1567.2 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA.......................................................................... 1577.3 O COMPORTAMENTO DA VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL.................. 1677.4 O FUNCIONAMENTO DA FERRAMENTA DE ROTEIRIZAÇÃO........................ 1707.5 COMENTÁRIOS.......................................................................................................... 175CAPÍTULO 8: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES8.1 CONCLUSÕES............................................................................................................ 1788.2 RECOMENDAÇÕES................................................................................................... 181REFERÊNCIAS............................................................................................................... 182


18CAPÍTULO 1INTRODUÇÃO


191.1 APRESENTAÇÃO DO TEMAAo longo <strong>da</strong> história, pôde-se observar que o surgimento e o crescimento <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>desbrasileiras estão diretamente relacionados as heranças européias trazi<strong>da</strong>s através <strong>da</strong>s grandesnavegações. Dentre tantas outras características, o que as diferem de boa parte <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des<strong>da</strong>quele continente são as condições de infra-estrutura e a intensi<strong>da</strong>de com que atualmente osproblemas se apresentam nos centros urbanos brasileiros.Aspectos ligados a localização, às características <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, uso do solo, traço cultural<strong>da</strong> população, tamanho de sua área, a disponibili<strong>da</strong>de de recursos para investimentos em infraestrutura,as condições climáticas, geográficas e os fatores do quadro físico de ca<strong>da</strong> local,tornam esses espaços peculiares e ímpares.A ausência de políticas públicas que apresentem soluções eficientes e sóli<strong>da</strong>s, reforçaca<strong>da</strong> vez mais os problemas urbanos decursos do processo de crescimento <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des. Porexemplo, a presença <strong>da</strong>s desigual<strong>da</strong>des sociais, <strong>da</strong> fragmentação e segregação sócioespacial,dos acidentes, <strong>da</strong>s violências, do trânsito caótico, <strong>da</strong> ineficiência e/ou ausência de segurançapública e por fim e não menos importante, os problemas relacionados a saúde pública, queabsorvem to<strong>da</strong>s as ocorrências originárias de causas externas e/ou biológicas, no seu maisamplo sentido.Hoje em dia, a maior parte <strong>da</strong>s mortes e enfermi<strong>da</strong>des estão diretamente relaciona<strong>da</strong>sao estilo e/ou às condições de vi<strong>da</strong> de ca<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. No Brasil, as violências e os acidentesfiguram entre as dez principais causas de morte no país, especialmente na faixa quecompreende pessoas entre 5 e 49 anos, com grande maioria no público masculino. Lembra-seain<strong>da</strong> que essas ocorrências respondem conjuntamente pela maioria <strong>da</strong>s causas deatendimentos hospitalares e internações.Entretanto os países desenvolvidos estão muito a frente do Brasil na disponibili<strong>da</strong>de derecursos, meios e serviços que envolvam to<strong>da</strong> a estrutura hospitalar no atendimento direto àsurgências e emergências.Os problemas decorrentes <strong>da</strong> falta de infra-estrutura urbana e hospitalar sãodiretamente percebidos nas estatísticas <strong>da</strong>s emergências hospitalares, sendo consideradosultimamente como um problema grave de saúde pública, que requer intervenção imediata eurgente.Entre todos esses problemas, o atendimento médico pré-hospitalar é reconhecido comoum serviço e uma área de atuação relativamente recente na história <strong>da</strong> medicina e mais ain<strong>da</strong>


20no ambiente urbano, tendo sido implantado no Brasil a partir do final dos anos 80, conformemodelo francês criado na déca<strong>da</strong> de 50.Vários modelos regionais foram adotados em diversos municípios do país, sendo que,nos últimos dez anos sentiu-se a real necessi<strong>da</strong>de de melhoria e expansão do sistema deatendimento pré-hospitalar, devido à gravi<strong>da</strong>de e a freqüência com que esses problemas vêmocorrendo, o que motivou a criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência eEmergência – SAMU no Brasil.Para o funcionamento eficiente e ideal desse serviço é imperativo considerar o fatortempo, como regulador <strong>da</strong> eficiência na prestação do serviço. Nesse entendimento, o termo"Hora de Ouro", foi criado no Instituto de Serviços de Emergência Médica de Maryland -USA pelo Dr. A<strong>da</strong>ms Cowley, tido como o pioneiro dos procedimentos atuais no tratamentodo trauma.A filosofia <strong>da</strong> hora doura<strong>da</strong> defende que a maioria dos pacientes de traumas vem afalecer de "choque", resultante de um conjunto de complicações decorrentes do acidente e/ouviolência associa<strong>da</strong> à demora no atendimento a vítima.A literatura <strong>da</strong> área descreve que a maioria desses pacientes poderia ser salva se elesrecebessem o devido atendimento dentro do espaço de uma hora. Casos que passassem pormais de uma hora nessas condições teriam enormes probabili<strong>da</strong>des de se transformarem emfatali<strong>da</strong>des. Assim, essa hora mundialmente chama<strong>da</strong> de The Golden Hour se inicia noprimeiro momento posterior ao que a lesão ocorre.O exercício <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de médica de urgência e emergência através de um serviçomóvel está diretamente interliga<strong>da</strong> ao tempo gasto durante o deslocamento realizado paraalcançar geograficamente o ponto de destino.O ato de roteirizar depende do menor e do melhor caminho, o que implica em adotarum processo eficiente e ágil na toma<strong>da</strong> de decisões. A determinação de um ou mais trajetos,com seqüências de para<strong>da</strong>s ou não, a serem cumpri<strong>da</strong>s por ambulâncias, objetivam visitar umou mais pontos geograficamente dispersos, em locais aleatórios e imprevisíveis, no menorespaço de tempo de deslocamento possível, baseado nos procedimentos apontados pelo uso <strong>da</strong>Golden Hour nos ambientes urbanos.Portanto, o tempo de deslocamento torna-se uma chave fun<strong>da</strong>mental para osalvamento e/ou minimização <strong>da</strong>s seqüelas decorrentes dos problemas abor<strong>da</strong>dos nosparágrafos anteriores.


21A definição do tempo gasto nos roteiros envolve não só aspectos espaciais ougeográficos, mas também temporais, tais como os horários de pico nos sistemas viáriosurbanos e os problemas roteirização e de programação de veículos.Diante do exposto, é importante esclarecer que o processo de roteirização no SAMUno Brasil é realizado de forma intuitiva. O condutor recebe as informações via rádio e emsegui<strong>da</strong> desloca-se para o local de atendimento.Neste processo devem ser considerados todos os fatores mentais, psicológicos, físicose de conhecimento do espaço geográfico por parte do condutor, assim como os do local que sedeseja atingir.Como boa parte dos profissionais envolvidos nesta ativi<strong>da</strong>de possui jorna<strong>da</strong>s duplas ouaté triplas de trabalho, ca<strong>da</strong> vez mais o traçado de rotas ótimas torna-se menos eficiente emfunção de uma série de variáveis que precisam ser analisa<strong>da</strong>s conjuntamente no menor espaçode tempo possível, o que dificulta e aumenta os riscos para as vítimas de causas externas oubiológicas.Nesse contexto, surge a necessi<strong>da</strong>de de uma ferramenta de auxílio para melhorar oprocesso de seleção <strong>da</strong>s rotas, através <strong>da</strong> obtenção <strong>da</strong> solução mais adequa<strong>da</strong> para destinosdeterminados e/ou não previstos na ocorrência atendi<strong>da</strong> naquele momento.Um problema de decisão nesse campo pede a melhor solução para um determinadoconjunto de características no sistema viário, que pode refletir diretamente a reali<strong>da</strong>de local ealterar todo o procedimento de escolha do melhor caminho que se deseja percorrer.O eixo central <strong>da</strong> ferramenta de roteirização gira em torno do auxilio na escolha <strong>da</strong>melhor rota, equacionado o tempo e a distância, através <strong>da</strong>s melhores veloci<strong>da</strong>desoperacionais obti<strong>da</strong>s o que poderá trazer agili<strong>da</strong>de no socorro e conforto de deslocamento paraos pacientes nos casos mais graves.1.2 OBJETIVOSO objetivo primordial dessa pesquisa é contribuir para diminuição do agravamento doestado de saúde <strong>da</strong>s vítimas de causas externas e biológicas no espaço urbano, por meio <strong>da</strong>redução do tempo de deslocamento <strong>da</strong>s ambulâncias no Serviço de Atendimento Móvel deUrgência no socorro as vítimas.


22Para tanto se pretende:1. Quantificar o volume de trânsito em horários alternados em vias arteriais ecoletoras pré-seleciona<strong>da</strong>s na área de estudo;2. Utilizar uma plataforma de um Sistemas de Informações Geográficas (SIG)associa<strong>da</strong> a uma base cartográfica que possibilite a sugestão de rotas principaise/ou alternativas para o deslocamento <strong>da</strong>s ambulâncias quando no atendimentode urgências e emergências;3. Identificar como o uso deste modelo pode ser útil para agilizar o procedimentode atendimento as urgências, equacionando as variáveis: Veloci<strong>da</strong>de, tempo edistância; e4. Apresentar e disponibilizar os resultados obtidos com a pesquisa, paraabastecer de <strong>da</strong>dos e informações estudos relacionados às ativi<strong>da</strong>desdecorrentes do transporte na eficiência do pré-atendimento médico hospitalarno perímetro urbano.1.3 ABORDAGEM METODOLÓGICAPara a escolha <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem metodológica, <strong>da</strong>s técnicas e dos procedimentosutilizados recorreu-se ao conhecimento <strong>da</strong>s ciências de um modo geral, percebendo quedentro de uma visão multidisciplinar, o objeto a ser estu<strong>da</strong>do é derivado de umcomportamento real: o processo de roteirização. Para tanto, quanto mais fossem adequados eprecisos os métodos utilizados, mais rápido seriam obti<strong>da</strong>s respostas que desejava-seconhecer.Nesta pesquisa, a forma, o método e instrumentos delinearam o processo deinvestigação. Entretanto, não foi necessário desconsiderar por completo o senso comum,obtido através <strong>da</strong> experiência dos profissionais que conduzem os veículos.Embora o senso comum seja considerado por alguns autores como superficial,sensitivo, subjetivo, assistemático e acrítico, o ponto de parti<strong>da</strong> de uma pesquisa pode estarjustamente nele.


23Neste caso, partiu-se <strong>da</strong> realização de rotas escolhi<strong>da</strong>s pelos condutores do serviço deurgência e emergência do SAMU em João Pessoa, onde os critérios de roteirizaçãoenquadravam-se em to<strong>da</strong>s as classificações aponta<strong>da</strong>s.Como o conhecimento científico diferencia-se do popular pelo contexto metodológico,o conteúdo <strong>da</strong> pesquisa observou as necessi<strong>da</strong>des e os acontecimentos identificados comoobjeto, através <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des aponta<strong>da</strong>s pelo senso comum dos condutores do SAMU JoãoPessoa.A análise e o processamento <strong>da</strong>s informações foram realizados pela vertente real(factual), sistemática, verificável e falível, pois tinha-se no início <strong>da</strong> pesquisa apenas hipótesesde pesquisa que precisavam ser analisa<strong>da</strong>s, confirma<strong>da</strong>s ou refuta<strong>da</strong>s, através de situaçõesoriginárias de fatos reais.A importância do conhecimento no âmbito científico, transcende os fatos quandoconsegue-se levar o conhecimento além deles, analisando, inferindo e detectando o que podeestar por trás dos acontecimentos ou dos comportamentos. Nesta linha investigou-se o queinfluenciava diretamente na escolha <strong>da</strong> rota e como poder-se-ia otimizar o tempo de respostano atendimento as violências e acidentes.No sentido dessa afirmação, buscou-se propor a utilização de uma ferramenta deotimização de rotas, distâncias, veloci<strong>da</strong>des e de tempo de resposta no SAMU, combinando ouso de um Sistema de Informações Geográficas (SIG) ao Sistema Global de Posicionamento(Global Positioning System - GPS), através de procedimentos de modelagem em transportesem uma plataforma integra<strong>da</strong>.Baseado no método experimental de Galileu Galilei e, em função do fator tempo paraconclusão do trabalho, norteou-se o foco <strong>da</strong> pesquisa científica no levantamento de relaçõesquantitativas no processo de roteirização, adequado-as aos procedimentos de modelagemcomputacional de rotas, chegando aos resultados por intermédio <strong>da</strong> observação e análise donúmero amostral de casos particulares reunidos.As principais etapas para o desenvolvimento <strong>da</strong> pesquisa foram: a observação atravésdo registro de ocorrências reais, a análise feita através do tratamento inicial dos <strong>da</strong>doscoletados, a indução do número de hipóteses para realização de pré-testes, a verificação pelarealização de testes, a generalização indutiva pela obtenção dos resultados em função <strong>da</strong>amostra de escolha de rotas e a verificação <strong>da</strong>s hipóteses através uso <strong>da</strong> ferramenta deroteirização.


241.4 ESTRUTURA DO TRABALHOA presente dissertação está dividi<strong>da</strong> em 09 capítulos, sendo o presente denominado deIntrodução, contendo as informações básicas do trabalho.No transcorrer do Capítulo 2 são feitas abor<strong>da</strong>gens sobre os acidentes e as violências,no contexto internacional e nacional, abor<strong>da</strong>-se após esses itens, um pouco <strong>da</strong> história doatendimento pré-hospitalar de urgência e emergência, a importância <strong>da</strong> golden hour e, ohistórico do SAMU internacional e nacional.O conteúdo do Capítulo 3 denota as referências teóricas que embasaram a pesquisa,trabalhando os conceitos de Acessibili<strong>da</strong>de, Mobili<strong>da</strong>de, Circulação, Roteirização, Sistemasde Informações Geográficas, Sistema de Posicionamento Global, Interação entre Sistemas deInformações Geográficas e Sistemas de Posicionamento Global, e por fim uso do SIG-TTRANSCAD.A preparação, o tratamento e a análise dos <strong>da</strong>dos são descritos nos Capítulos 4, 5 e 6respectivamente. Nesses capítulos, são feitas abor<strong>da</strong>gens que descrevem desde a listagem domaterial a ser utilizado, até a criação de sentenças matemáticas que possibilitassem aoprograma realizar conversões e recálculos de <strong>da</strong>dos numéricos, transformados eminformações espaciais através de agrupamento e combinação de variáveis exibi<strong>da</strong>s por meiode vetores.No capítulo 7, trabalha-se a discussão dos resultados transversalmente analisando aidentificação do problema, o comportamento <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de média operacional e ofuncionamento <strong>da</strong> ferramenta de roteirização, sendo finalizado através de comentários geraissobre os itens acima relacionados.As conclusões presentes no Capítulo 8 trazem os olhares resultantes <strong>da</strong>s respostasobti<strong>da</strong>s ao longo do trabalho, assim como ficam registra<strong>da</strong>s nesse capítulo sugestões paratrabalhos futuros que desejem contribuir para melhoria e/ou reformular a ferramentatrabalha<strong>da</strong> nesta pesquisa.


25CAPÍTULO 2ACIDENTES E VIOLÊNCIAS


262.1 INTRODUÇÃOA globalização promoveu e ain<strong>da</strong> promove novas formas de comportamento, sejamelas na economia, na área tecnológica, nas comunicações, na saúde e/ou no modo de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>spessoas.Nesse sentido as hospitalizações, sejam elas por causas naturais ou externas queincidem sob determina<strong>da</strong> população, refletem-se diretamente na economia nacional e estão demaneira geral associa<strong>da</strong>s a forma de desenvolvimento do país.Os aspectos relacionados aos acidentes e as violências, quando comparados às doençascrônicas e degenerativas, configuram na atuali<strong>da</strong>de um quadro grave nos problemasrelacionados à saúde no mundo e no Brasil.Assim, o Capítulo 2 destaca abor<strong>da</strong>gens teóricas sobre aspectos que envolvem ascaracterísticas liga<strong>da</strong>s aos fatores que originam as hospitalizações. Relatando o valor doatendimento pré-hospitalar de emergência, associado à importância <strong>da</strong> redução do tempogasto para iniciar a efetivação dos atendimentos médicos de urgência, que objetivam reduziras seqüelas, nas vítimas desses eventos.O capítulo destaca ain<strong>da</strong>, a origem e a importância do conceito <strong>da</strong> hora doura<strong>da</strong> (Thegolden hour), como também sua utilização nos serviços médicos de emergência, fazendo umabreve explanação sobre as raízes históricas e a criação dos serviços móveis de urgência ereanimação (SMUR) na França e a sua implantação e atuação no Brasil através do Serviço deAtendimento Móvel de Urgência (SAMU).2.2 CONTEXTO INTERNACIONALEm todo mundo os acidentes e as violências sempre estiveram presentes ao longo <strong>da</strong>história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de. Porém nos dois últimos séculos, os organismos mundiais de pesquisatêm se empenhado em maior grau a fim de compreender que causas não naturais sãoresponsáveis pelo maior número de mortes no mundo.


27Para compreender tal fenômeno, a Organização Mundial de Saúde (OMS), publicouem março de 2007, na sua Hoja descriptiva Nº. 310 – Programas y Proyectos 1 , um relatórioque apontava as 10 principais causas de falecimento conforme o grupo de ren<strong>da</strong> de ca<strong>da</strong> país.Segundo o relatório, nos países de alta ren<strong>da</strong>, as dez causas de maior falecimento estãodiretamente liga<strong>da</strong>s a fatores de origem biológica. Nos países de ren<strong>da</strong> média, as causas deorigem biológica aparecem em primeiro juntamente com as disfunções oriun<strong>da</strong>s <strong>da</strong>simunodeficiências e, em sexto lugar os acidentes de trânsito, que matam cerca de 600 milpessoas por ano com uma média um pouco maior que a dos países de baixa ren<strong>da</strong> em funçãodo poder aquisitivo de seus habitantes.Nos países de baixa ren<strong>da</strong>, uma <strong>da</strong>s causas mais preocupante de acordo com a OMS,são os acidentes de trânsito, que só perdem para as causas de origem biológica(doençasrespiratórias, AIDS, etc.). Os <strong>da</strong>dos apontam que por ano os acidentes nos países de baixaren<strong>da</strong> matam aproxima<strong>da</strong>mente 1.830.000 pessoas.Conforme a OMS (2007), tomando-se aleatoriamente uma população estima<strong>da</strong> de1.000 indivíduos, de acordo com as principais causas de morte no mundo, desse total, 138morariam em países de alta ren<strong>da</strong>, 362 morariam em países de ren<strong>da</strong> média e 501 em paísesde baixa ren<strong>da</strong>, as 10 principais causas de mortes nesses grupos de países, seriamrepresenta<strong>da</strong>s pela quanti<strong>da</strong>de de pessoas que faleceram dentro dos grupos conforme ascausas externas e de morbimortali<strong>da</strong>de 2 (Figura 01).Por outro lado, ain<strong>da</strong> segundo a OMS (2007), um <strong>da</strong>do de grande importância é o doperfil de tendência na i<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s pessoas que vem a óbito (Figura 02). Esse <strong>da</strong>do demonstradiretamente o potencial de per<strong>da</strong> produtiva e econômica para um determinado país se, a faixade falecimento figurar dentro do perfil de i<strong>da</strong>de que está no período de vi<strong>da</strong> economicamenteativa dos indivíduos.Um país, ao apresentar tendência de taxa de mortali<strong>da</strong>de alta na faixa de indivíduoseconomicamente ativos, enfrentará em um futuro próximo, grandes problemas dedisponibili<strong>da</strong>de de mão obra e de per<strong>da</strong>s de capitais intelectuais, o que afeta diretamente oscentros urbanos, locais que mais concentram pessoas pelo fato de empregar maior quanti<strong>da</strong>dede mão de obra em suas ativi<strong>da</strong>des, comerciais, industriais e de serviços.1Material disponível através do Centro de Imprensa <strong>da</strong> OMS / (em meio digital). Disponível em:. Acesso em: Mar-2007.2 Ca<strong>da</strong> balão com o indicador numérico ao lado, representa os indivíduos e indica o número de mortes pormorbimortali<strong>da</strong>de e causas externas.


FIGURA 01 - Demonstrativo mundial de mortes segundo a OMSFONTE: A<strong>da</strong>ptado de Folha Descritiva, Nº 310, Mar 2007.28


FIGURA 02 - Tendência de falecimento nos países segundo a ren<strong>da</strong>FONTE: A<strong>da</strong>ptado de OMS/Folha Descritiva, Nº. 310 Mar. 2007.29


30O fato de se quantificar o número de pessoas que morrem todos os anos e de saberquais motivos causaram as mortes, não serve somente para medir de que modo que as doençasdiferentes e traumatismos afetaram às condições de vi<strong>da</strong>, mas também é um dos meios maiseficazes e importantes de avaliar a efetivi<strong>da</strong>de do sistema de saúde de um país (OMS, 2007).Ter esses <strong>da</strong>dos pode aju<strong>da</strong>r às autori<strong>da</strong>des sanitárias a descobrir se as medi<strong>da</strong>sadota<strong>da</strong>s por eles efetivamente promovem melhorias ou amenizações no tocante a saúdepública dentro do ambiente urbano (OMS, 2007).Os países industrializados possuem diversos sistemas de avaliação <strong>da</strong>s causas de morte<strong>da</strong> população. Na maioria dos países em desenvolvimento faltam esses sistemas, e o númerode mortes e suas causas são calcula<strong>da</strong>s a partir de <strong>da</strong>dos incompletos (OMS, 2007).2.3 CONTEXTO NACIONALA partir <strong>da</strong> construção e do entendimento técnico dos conceitos de acidentes eviolência pelas socie<strong>da</strong>des, observa-se que ao longo <strong>da</strong> história esses fatos resultaram deações e/ou omissões humanas, potencializados por condicionantes técnicos e sociais que seexpandiram desde as mu<strong>da</strong>nças nos padrões de consumo, até os traços culturais her<strong>da</strong>dos porca<strong>da</strong> povo nos dias atuais.Esses tipos de acontecimentos configuram-se como problemas de engenharia urbana ede saúde pública, quando provocam fortes impactos na morbimortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> populaçãobrasileira, principalmente no campo econômico, onde relacionam-se os custos aos prejuízosdiretos e indiretos em valores monetários e à população do país.O impacto econômico dos acidentes e <strong>da</strong>s violências no Brasil pode ser medidodiretamente nos gastos hospitalares com internação. Em 1994, esses gastos corresponderam aR$ 287.000.000,00 representando aproxima<strong>da</strong>mente 0,07% do Produto Interno Bruto do país(LUNES, 1997).Embora esses valores sejam subestimados devido à desconexão <strong>da</strong>s informaçõeshospitalares, estima-se que hospitalizações por lesões e violências representam um gasto/diacerca de 60% superior à média geral <strong>da</strong>s demais internações (LUNES, 1997).Em 2000, as causas externas no Brasil representaram 5,2% do total <strong>da</strong>s internaçõesrealiza<strong>da</strong>s no país. Os resultados obtidos nos Gráficos 01 e 02 a seguir, dizem respeito aouniverso dos 118.367 óbitos por causas externas ocorridos no Brasil no ano de 2000 e


31652.249 internações por essas causas realiza<strong>da</strong>s pelo SUS, que cumpriam os critérios parainclusão no banco de <strong>da</strong>dos DATASUS (GAWRYSZEWSKI et al., 2004).Como exigem numerosos gastos hospitalares, as causas externas vêm se tornando umsignificante ônus para as populações não só no Brasil como também em todo o mundo.Diminuir a morbimortali<strong>da</strong>de é um dos principais desafios para a saúde pública neste inicio deséculo.GRÁFICO 01 - Mortali<strong>da</strong>de por causas externas e tipo de causa. Brasil, 2000FONTE: DATASUS - A<strong>da</strong>ptado de (GAWRYSZEWSKI, et al., 2000).Como demonstra o Gráfico 01, dentre as seis principais causas de mortali<strong>da</strong>de porcausas externas no Brasil, os homicídios lideram as estatísticas com 38% <strong>da</strong>s ocorrências em2000, logo em segui<strong>da</strong> os demais acidentes de transporte respondem por mais 25% dosfalecimentos, não obstante as demais acidentes integram o 3º lugar entre as principais causasde morte no país.Entre as vítimas fatais, observou-se certo padrão de equilíbrio entre os componentesintencional (homicídios e suicídios) e não-intencional (eventos relacionados ao transporte,que<strong>da</strong>s e demais causas), entre as vítimas hospitaliza<strong>da</strong>s, o componente não-intencional épreponderante, 89,4% dessas causas (GAWRYSZEWSKI et al., 2004).


32GRÁFICO 02 - Internações por causas externas, segundo tipo de causa.Brasil, 2000FONTE: DATASUS. - A<strong>da</strong>ptado de (GAWRYSZEWSKI, et al., 2000).No Gráfico 02, novamente as internações mantêm uma relação de causa-efeito muitopróxima <strong>da</strong>s origens dos acidentes e violências. Internações por que<strong>da</strong>s respondeu por 44%dos registros, os demais acidentes por 28% e acidentes com transporte por 18%. Logo sepercebe que os acidentes e as violências são elementos-chave na contribuição para aocorrência de tais fatos, onde no caso do Gráfico 02 as que<strong>da</strong>s em sua maioria resultaram deacidentes de origens adversas.Na pesquisa realiza<strong>da</strong> por Gawryszewski, et al., (2004), não foram contabilizados os<strong>da</strong>dos referentes a hospitais não credenciados a rede SUS, <strong>da</strong>dos de agressões e maus tratos eos acidentes de trabalho não informados a previdência social, em virtude <strong>da</strong>s falhasburocráticas nos serviços municipais, estaduais e federais.Muitas e diversas estratégias de prevenção vêm se mostrando efetivas por todo omundo, tais como a utilização de cintos de segurança nos carros, melhoria nas leis de trânsito,as campanhas educativas sobre o consumo de álcool, entre outras.A prevenção necessita de uma abor<strong>da</strong>gem multidisciplinar e intersetorial, no entantoinicialmente é importante aumentar a compreensão do problema obtendo informaçõescompletas sobre os traumas e lesões fatais e não-fatais que ocorrem em ca<strong>da</strong> região e estadodo país através <strong>da</strong> unificação <strong>da</strong>s bases de <strong>da</strong>dos (GAWRYSZEWSKI et al., 2004).Por esses e outros fatores os acidentes e as violências causam impactos sócioeconômicosmuito severos, embora conceitualmente distintos. Quando voltados para oambiente urbano, esses acontecimentos representaram cerca de 75% do total <strong>da</strong>s mortes por


33causas violentas segundo o Ministério <strong>da</strong> Saúde no Brasil em 2005, especialmente nos casosrelacionados aos acidentes e as violências no ambiente urbano.Vários estudos apontam atualmente a violência sendo considera<strong>da</strong> como um problemauniversal presente no dia-dia <strong>da</strong>s pessoas. O Brasil em 2004 ocupava o terceiro lugar entre ospaíses com os maiores coeficientes de mortali<strong>da</strong>de por homicídios do mundo. As taxasbrasileiras somente são supera<strong>da</strong>s pelas <strong>da</strong> Colômbia e de El Salvador (GAWRYSZEWSKI etal., 2004).Nos dias atuais a questão <strong>da</strong>s violências e dos acidentes tornou-se uma preocupação deto<strong>da</strong>s as socie<strong>da</strong>des. Esses problemas demonstram seu maior impacto através <strong>da</strong> leitura dos<strong>da</strong>dos indicadores de mortali<strong>da</strong>de do que nos de morbi<strong>da</strong>de. As composições desses <strong>da</strong>dosdenunciam altas proporções de uso <strong>da</strong>s armas de fogo, assim como de outros meios pararealizara e consumar as agressões, exibem também as formas mais freqüentes de ocorrênciade acidentes (GAWRYSZEWSKI et al., 2004).As causas de hospitalizações no Brasil refletem intimamente os reflexos <strong>da</strong>s causasexternas geradoras de tal deman<strong>da</strong>. Um apanhado de acidentes e violências evidenciam que asque<strong>da</strong>s e os acontecimentos relacionados a transporte lideram o ranking de causas geradorasde atendimentos, respondendo por 44% e 18% respectivamente. Através dos demaisindicadores, observa-se que muito se tem a fazer, a fim de tentar minorar essas estatísticas epromover saúde no ambiente urbano.No Brasil ocorrem cerca de 45 mil mortes/ano (incluindo os casos <strong>da</strong>s vítimas quevem a óbito após 24 h do acidente, oficialmente, são 26.000 mortes e em 99 foram 23.000).Em média, a ca<strong>da</strong> 22 minutos decorridos, morre uma pessoa em acidente de trânsito, e a ca<strong>da</strong>07 minutos ocorre um atropelamento. A ca<strong>da</strong> 57 segundos acontece um acidente de trânsito(ACIDENTE DE TRÂNSITO, 2007).A possibili<strong>da</strong>de de ocorrência de um acidente ou de uma violência e o risco deexposição a ele, são determinados por falhas de diversas ordens ou por comportamentoshumanos. Dentre os fatores de ordem biológica dos indivíduos e de violência, os acidentes detrânsito são uma <strong>da</strong>s formas mais traumáticas e agressivas à vi<strong>da</strong>, figurando como a segun<strong>da</strong>principal causa de mortes não naturais entre os jovens brasileiros nas grandes ci<strong>da</strong>des (VIDASPERDIDAS, 2007).Segundo as estatísticas, 34% <strong>da</strong>s mortes no trânsito atingem jovens entre 15 e 29 anos,e na maioria <strong>da</strong>s vezes, a vítima é do sexo masculino. Em 1999, foram mais de dez mil mortesno trânsito, de jovens que tinham entre 15 e 29 anos. Estudos realizados pela coordenação doDepartamento de Estatísticas <strong>da</strong> <strong>Universi<strong>da</strong>de</strong> de Brasília, revelou que os homens estão mais


34vulneráveis, apontando que dos 20 aos 29 anos o risco de morrer em um acidente de trânsito éseis vezes maior para os homens do que para as mulheres (VIDAS PERDIDAS, 2007).GRÁFICO 03 - Hospitalizações por causas externas, segundo tipo. Brasil, 2004.FONTE: BRASIL – Ministério <strong>da</strong> Saúde (SIM/SIH)Segundo o relatório do IPEA (2003), o Brasil figura como o quinto colocado mundialem números de mortes a ca<strong>da</strong> 10.000 veículos em circulação (Tabela 01). Isso representa emtermos práticos, 05 vezes o número do Japão e 03(três) vezes e meia o índice dos EUA, quepossui a maior frota automobilística do mundo atualmente.Os acidentes de trânsito no ano de 2001 somaram um custo na ordem de R$ 3,6bilhões, a preços de abril de 2003, para as 49 áreas urbanas considera<strong>da</strong>s no estudo. Conformeo relatório executivo do IPEA, no caso <strong>da</strong> avaliação desse total de áreas urbanas, os custospassam de 3,6 para R$ 5,3 bilhões. Esses valores resultam somente dos acidentes ocorridosem área urbana (Gráfico 04).


35TABELA 01 - Taxas de mortes por 10.000 veículos no mundoFONTE: A<strong>da</strong>ptado de IPEA/2003. Relatório executivo. Brasília/DF.Pelo fato <strong>da</strong> pesquisa ter sido realiza<strong>da</strong> apenas em aglomerações urbanas, os custosdos acidentes ocorridos em rodovias fora do perímetro urbano não foram incluídos, ain<strong>da</strong> queesses acidentes sejam mais graves, embora menos numerosos (IPEA, 2003).GRÁFICO 04 - Distribuição dos custos de acidentes nas áreas urbanas –Brasil, 2001 (Em R$ de abril/03).FONTE: A<strong>da</strong>ptado de IPEA/2003 Relatório executivo. Brasília – DF.


36O relatório aponta os custos de acidentes de trânsito envolvendo os veículos de formaestratifica<strong>da</strong> por tipo de veículo (Gráfico 05), observando-se que existe proporção entre otamanho <strong>da</strong> frota, a ocorrência de acidentes e os custos no ambiente urbano (IPEA, 2003).GRÁFICO 05 - Distribuição dos custos anuais de acidentes de transito porgrupo de veículos. Aglomerações urbanas - BrasilFONTE: A<strong>da</strong>ptado de IPEA/2003. Relatório executivo. Brasília – DF.Os custos com acidentes evoluíram de forma rápi<strong>da</strong> e progressiva, segundo o novorelatório executivo do IPEA em 2006. Os montantes passaram de 5,3 bilhões de reais emáreas urbanas, para cerca de 6,5 bilhões de reais, a preços de dezembro de 2005.Esses valores foram obtidos apenas na contabilização <strong>da</strong>s ocorrências em rodoviasfederais, que em muitos casos integram hoje artérias de trânsito nas grandes ci<strong>da</strong>desbrasileiras em função <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong> malha urbana.Os custos totais vistos sob a ótica <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong>de dos acidentes, foram distribuídosdurante a pesquisa em: acidentes sem vítima, com 17,7%; acidentes com vítima, com 48,8%;e acidentes com fatali<strong>da</strong>de, com 33,5% (IPEA, 2006).As estimativas também mostraram que, nos acidentes classificados pela PolíciaRodoviária como sem vítimas, o custo médio padrão foi de R$16.840,00 por acidente (Tabela02), em valores de dezembro de 2005. Os acidentes com vítima e os acidentes com fatali<strong>da</strong>detiveram um custo médio padrão, respectivamente, 05 vezes e 25 vezes maior que os valoresapresentados nos estudos anteriores realizados em 2005, (IPEA, 2006).


37TABELA 02 - Custos dos acidentes por gravi<strong>da</strong>de do acidente (01jul/04 a 30 jun/05)FONTE: Executivo – Brasília: IPEA/DENATRAN/ANTP, 2006.2.4 O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR DE EMERGÊNCIAOs cui<strong>da</strong>dos pré-hospitalares que exigem a inclusão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de no resgate etransporte rápido, envolvendo medi<strong>da</strong>s intervencionistas com a participação de médicos, são,ain<strong>da</strong>, motivos de controverti<strong>da</strong>s opiniões quando se discute os benefícios para a sobrevi<strong>da</strong> dopolitraumatizado (SANTOS, 2007).Todo sistema de cui<strong>da</strong>dos pré-hospitalares tem um tempo definido e fixo no qual aequipe chega ao local, desce a maca <strong>da</strong> ambulância, avalia a situação, obtém os sinais vitais<strong>da</strong>s vítimas, providencia as intervenções necessárias e transporta o paciente para o tratamentodefinitivo. No tempo gasto nesse processo, não está incluído aquele que se dispensa com aretira<strong>da</strong> <strong>da</strong> vítima do meio <strong>da</strong>s ferragens, nem com a imobilização <strong>da</strong> coluna vertebral.(SANTOS, 2007).Segundo Santos (2007),[...] Para que não haja atraso e o tratamento definitivo seja feito dentro <strong>da</strong>primeira hora, a partir do momento <strong>da</strong> ocorrência [...] Os estudos dos efeitosdo atendimento pré-hospitalar, em grupos pequenos de pacientes, têmresultados que variam com o tempo gasto no cenário. Quando a equipe deresgate gastou 10 minutos para o atendimento e o transporte, a sobrevivênciafoi de 83%, mas quando o atendimento local prejudicou o transporte,elevando o tempo para mais de 25 minutos, não houve sobreviventes. Aconclusão foi que o retardo, por causa de procedimentos intervencionistaslevado a efeito no cenário, contribuiu para a morte dos pacientes.


38Se a demora na remoção ocasiona<strong>da</strong> por intervenção médica no local pode acarretarprejuízos à vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas, o retardo na remoção significa mais ain<strong>da</strong> a potencialização dorisco de morte <strong>da</strong> vítima.Nessa linha, pode-se observar que atualmente o uso <strong>da</strong>s novas tecnologias permitesuficientemente ao sistema de atendimento pré-hospitalar operar em veículos com uma UTI(uni<strong>da</strong>de de tratamento intensivo) sobre ro<strong>da</strong>s.Essa operação de socorro, só será eficiente se somente se os aparatos tecnológicos <strong>da</strong>medicina de urgência conseguirem chegar em tempo hábil ao local dos acidentes ouviolências. Assim de na<strong>da</strong> adianta ter tecnologia disponível se não se têm a disposição umsistema de deslocamento que permita eficiência na escolha <strong>da</strong> rota ou do trajeto.Considera-se o atendimento pré-hospitalar como to<strong>da</strong> e qualquer assistência realiza<strong>da</strong>,direta ou indiretamente, fora do âmbito hospitalar, através dos diversos meios e métodosdisponíveis e com uma resposta adequa<strong>da</strong> à solicitação, a qual poderá variar de um simplesconselho ou orientação médica, ao envio de uma viatura de suporte básico ou avançado aolocal <strong>da</strong> ocorrência, visando à manutenção <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e/ou a minimização <strong>da</strong>s seqüelas (LOPES;FERNANDES, 1999).Nesse contexto, o crescimento globalizado e acelerado dos centros urbanos, fez comque a socie<strong>da</strong>de passasse a refletir através de seu comportamento o atual estado dodesenvolvimento de suas bases estruturais.Dentre as formas mais diversas de expressão desses fatores, certamente a gravi<strong>da</strong>dedos acidentes e <strong>da</strong>s violências é uma <strong>da</strong>s maneiras mais visíveis <strong>da</strong> materialização dos fatos euma <strong>da</strong>s formas de sinalizar a ineficiência do estado.Na ótica de Minayo (1990, p. 65),A violência apresenta-se, nesta déca<strong>da</strong>, como fenômeno cujas facetas sãoobjeto de apreensão no cotidiano, pelo desencadeamento de temorgeneralizado aos assaltos, seqüestros e assassinatos. Ela também passa a serobjeto de reflexão por parte de várias áreas do saber, entre elas a SaúdePública, pelo papel que assume diante <strong>da</strong> morbimortali<strong>da</strong>de, vitimizandocrianças, jovens, adultos e idosos indiscrimina<strong>da</strong>mente.Justifica<strong>da</strong>mente, fica claro que a violência e os acidentes vitimam indivíduosindependentemente de cor, i<strong>da</strong>de, sexo, crença e etc. Porém, é dever do estado prover asocie<strong>da</strong>de, se não a solução imediata do problema, ao menos, melhorar a prestação do socorro


39às vítimas desses acontecimentos. É sabido pelos diversos órgãos de urgência e emergência, oquanto é importante à prestação do socorro médico no período convencionado de GoldenHour.Além <strong>da</strong>s complicações médicas, como o choque e outros traumas, podem aconteceragravos severos que acentuem o quadro de risco de morte, onde se o paciente não foradministrado e/ou socorrido adequa<strong>da</strong>mente por um especialista no menor espaço de tempopossível, ocorrerá o óbito.É necessário transportar a vítima tão logo seja possível, para os especialistas que seencontram nos centros de trauma e emergências hospitalares, isto porque, alguns <strong>da</strong>nospodem causar à(s) vítima(s) de politraumas seqüelas irreversíveis, pela hipótese de não tersido socorri<strong>da</strong> rapi<strong>da</strong>mente entre o intervalo de tempo compreendido, entre o acontecimento<strong>da</strong> violência ou acidente e a estabilização e tratamento do quadro.Este tempo de socorro, foi convencionado a uma fração padrão de até 60 minutos,após esse intervalo, a taxa de sobrevivência para pacientes traumáticos tende a diminuir deforma acentua<strong>da</strong>.O Ministério <strong>da</strong> Saúde – Brasil (2005, p.8), publicou na Política Nacional de Redução<strong>da</strong> Morbimortali<strong>da</strong>de por Acidentes e Violências o seguinte texto:Os acidentes e as violências configuram, assim, um conjunto de agravos àsaúde, que pode ou não levar a óbito, no qual se incluem as causas ditasacidentais – devi<strong>da</strong>s ao trânsito, trabalho, que<strong>da</strong>s, envenenamentos,afogamentos e outros tipos de acidentes – e as causas intencionais (agressõese lesões autoprovoca<strong>da</strong>s). Esse conjunto de eventos consta na ClassificaçãoInternacional de Doenças – CID (OMS, 1985 e OMS, 1995) – sob adenominação de causas externas. Quanto à natureza <strong>da</strong> lesão, tais eventose/ou agravos englobam todos os tipos de lesões e envenenamentos, comoferimentos, fraturas, queimaduras, intoxicações, afogamentos, entre outros.Tem-se então, um dimensionamento <strong>da</strong>s causas geradoras <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> do serviço,enfatizado que pelo padrão de ocupação do país, fato este que potencializa exponencialmentea deman<strong>da</strong> do serviço e a ele agrega as questões de infra-estrutura e engenharia urbana,dependendo diretamente dos aspectos estruturais e funcionais <strong>da</strong> mesma.


40Segundo ain<strong>da</strong> o Ministério <strong>da</strong> Saúde – Brasil (2005, p.9):Na déca<strong>da</strong> de 80, as mortes por acidentes e violências passaram a responderpela segun<strong>da</strong> causa de óbitos no quadro de mortali<strong>da</strong>de geral, ensejando adiscussão de que se tratava de um dos mais graves problemas de saúdepública a ser enfrentado. A partir de então, essas mortes representam cercade 15% dos óbitos registrados no País, perdendo apenas para as doenças doaparelho circulatório. Em 1996 e 1997, os acidentes e as violências foramresponsáveis por, aproxima<strong>da</strong>mente, 120 mil óbitos anuais.Como mostram os indicadores, essa incidência ocasiona uma reação em cadeia, onde afreqüência de ocorrência, juntamente com a prestação do socorro e do transporte deemergência ineficaz, traz consigo enormes custos agregados aos cofres públicos. Sabe-seain<strong>da</strong> que os prejuízos diretos e indiretos a população, se mantêm ao longo do tempo emfranca ascensão.Tamanha é a urgência neste setor, que como mostra o texto acima citado às violênciase acidentes só perdem em número de mortes para as causas oriun<strong>da</strong>s do aparelho circulatório.O descaso com este problema tem trazido altos custos à socie<strong>da</strong>de, assim to<strong>da</strong> equaisquer medi<strong>da</strong>s que visem mitigar este problema, principalmente as de engenharia urbana,podem ao longo do tempo contribuir para desonerar tais despesas.Nota<strong>da</strong>mente observa-se que a maior concentração dos acidentes e <strong>da</strong>s violências évisível nas áreas urbaniza<strong>da</strong>s, onde acumulam a maior parte do total <strong>da</strong>s mortes por causasviolentas. Nas áreas rurais, entretanto, o fenômeno está também presente, embora a suagênese e as suas manifestações sejam diversas e pouco investiga<strong>da</strong>s (BRASIL, 2005).A desconexão de registros e procedimentos entre os órgãos, mascara e de certamaneira desconfiguram a gravi<strong>da</strong>de do problema, pois sabe-se que o número real deocorrências esta muito acima do número informado pelos órgãos gestores.Contextualizando o problema localmente, a Revista dos Transportes Públicos <strong>da</strong>Agencia Nacional de Transportes Públicos – ANTP, traz um artigo de Andrade, et al., (2004,p. 95-104) onde prova-se que:[...] João Pessoa – Pb revelou diferenças bastante eleva<strong>da</strong>s no número devítimas segundo as fontes de informações considera<strong>da</strong>s. Por exemplo, aquanti<strong>da</strong>de de vítimas registra<strong>da</strong>s pelos órgãos foi apenas 17,3% do que oshospitais atenderam. No caso especifico de atropelamento, esse percentualfoi ain<strong>da</strong> menor: 7,7%. Ou seja, as suspeitas que motivaram o estudo foramconfirma<strong>da</strong>s. As estatísticas gera<strong>da</strong>s a partir dos órgãos responsáveis pelosregistros dos acidentes de trânsito são muito inferiores à reali<strong>da</strong>de[...].


41Frente à gravi<strong>da</strong>de que representa os acidentes e as violências, faz-se necessáriopossuir um serviço de socorro moderno, ágil e eficiente, não só em termos de logística, mastambém, na execução do transporte, do atendimento e na remoção <strong>da</strong>s vítimas.Um fato relevante quanto à prestação desse serviço, é a ausência de sistemas deroteirização específicos para veículos de emergência. O SAMU nacional não dispõe desistemas de navegação com sugestão de rotas, que priorizem o deslocamento de veículos deurgência e emergência segundo consulta feita em Dez/2006 ao Ministério <strong>da</strong> Saúde do Brasil.2.5 HORA DOURADA - THE GOLDEN HOURNa medicina militar e de guerra, o conceito Golden Hour trabalha sob a perspectiva deque os primeiros 60 minutos após a ocorrência de um evento que possa comprometer a vi<strong>da</strong>de um indivíduo, podem definir as chances de sobrevivência <strong>da</strong> vítima, caso receba oscui<strong>da</strong>dos essenciais em um centro médico de operações dentro do intervalo adequado detempo após uma grave lesão (LERNER, 2001).Atualmente, tem-se questionado rigi<strong>da</strong>mente a real vali<strong>da</strong>de do procedimentochamado de golden hour. Alega-se que ain<strong>da</strong> não é possível definir medicamente comprecisão a quanti<strong>da</strong>de de minutos e/ou segundos de tempo de sobrevivência de um indivíduoquando exposto a um acidente ou violência de natureza grave.Sendo um procedimento amplamente divulgado durante a 1ª. Guerra por militaresfranceses, seu principal objetivo era proporcionar o atendimento médico no menor intervalode tempo possível, pois durante as campanhas constatavam-se naquela época as chances desobrevivência reduziam drasticamente após 01 hora <strong>da</strong> ocorrência do acidente e/ou violênciaquando a vítima não era socorri<strong>da</strong> (TRAUMA, 2007).O termo “Golden Hour”, foi criado no Instituto de Serviços de Emergência Médica deMaryland - USA pelo Dr. A<strong>da</strong>ms Cowley. Tido como o médico pioneiro dos procedimentosatuais no tratamento do trauma (ARTONI, 2006).Dr. Cowley, defendia que a maioria dos pacientes de traumas vinha a falecer dechoque, resultante de uma circulação sanguínea restrita ou não-existente e <strong>da</strong>s alteraçõesquímicas ocorri<strong>da</strong>s no corpo do paciente. Sua tese era a de que a maioria desses pacientespoderia ser salvo se ele detivesse a per<strong>da</strong> de sangue e restaurasse a sua pressão dentro doespaço de uma hora (ARTONI, 2006).


42Entendendo que se trata de uma convenção e, de que ain<strong>da</strong> é necessária a realização dediversos estudos científicos sobre a temática, seu objetivo de maneira geral, é visto comopositivo dentro <strong>da</strong> medicina. Sua filosofia norteia que em quanto menor tempo gasto paraatender a vítima e prestar o devido socorro, maiores podem ser suas chances de sobrevivência,ou até menores serão as seqüelas decorrentes do acontecido.2.6 O SAMU – HISTÓRICO INTERNACIONAL (FRANÇA).Historicamente o serviço móvel de urgência tem início na França, os documentosregistraram que as primeiras tentativas de organização moderna de auxílio médico de urgênciaforam coloca<strong>da</strong>s em prática em 1792, por Dominique Larrey (Figura 03), cirurgião e chefemilitar (LOPES; FERNANDES, 1999).FIGURA 03 - Busto de Dominique Larrey(1766-1842) – Cirurgião e Chefe MilitarNo exército de Napoleão, em 1829, o cirurgião Dominic Larrey percebeu que aremoção dos feridos nos campos de batalha, realiza<strong>da</strong> após a avaliação e o primeiroatendimento e feita através nas “ambulâncias voadoras” (3) <strong>da</strong> época minimizava osagravamentos nas vítimas traumatiza<strong>da</strong>s que eram conduzi<strong>da</strong>s para os “hospitais decampanha”, na retaguar<strong>da</strong>, onde eram realizados os atendimentos definitivos (MARTINS,2004).3 - Carroças de transporte de cargas com uma caixa de madeira sobreposta e puxa<strong>da</strong>s por cavalos.


43Entre os anos de 1854 e 1856 na Guerra <strong>da</strong> Criméia, o serviço de Atendimento Pré-Hospitalar teve nas ambulâncias e no serviço enfermagem o seu principal ponto de apoio. Aredução dos falecimentos de sol<strong>da</strong>dos deu-se devido ao resgate dos militares nos campos debatalhas e ao transporte para os improvisados hospitais militares ingleses instalados emScutari e na Criméia, onde foram reduzidos os falecimentos de 40% para 2% (SILVA, 1999apud MARTINS, 2004).Em 1865, o Exército norte-americano instituiu seu primeiro serviço de ambulâncianaquele país e, em 1869, é criado, pelo Bellevue Hospital, o primeiro serviço de ambulância(carruagens puxa<strong>da</strong>s por cavalos) na ci<strong>da</strong>de de New York (VIRGÍNIA, 2003 apudMARTINS, 2004).No ano de 1870, na Guerra Franco-Prussiana, foram realizados os primeiros casos deremoção aeromédica de feridos, pelo Exército Prussiano em Paris; documentos <strong>da</strong> épocarelatam que 160 feridos foram resgatados através de balões de ar quente (THOMAZ et al.,1999).Em 1899, nos EUA, entrava em ação a primeira ambulância36 motoriza<strong>da</strong> utiliza<strong>da</strong>pelo Micheal Reese Hospital, em Chicago, com capaci<strong>da</strong>de para an<strong>da</strong>r a 16milhas/hora ou 30km/hora (VIRGÍNIA, 2003 apud MARTINS, 2004).Na época <strong>da</strong>s 1ª e 2ª Grandes Guerras Mundiais, os serviços médicos militaresprovaram sua eficácia no acesso e manejo precoce <strong>da</strong>s pessoas feri<strong>da</strong>s. Entretanto, embora osistema militar médico tornara-se bem desenvolvido, o sistema civil ain<strong>da</strong> estava atrasado erepleto de falhas no processo de atendimento as urgências, (NITSCHKE, 2003 apudMARTINS, 2004).Na França por volta de 1955 foram efetivamente cria<strong>da</strong>s, as primeiras equipes móveisde reanimação, tendo como missão inicial a assistência médica aos pacientes vítimas deacidentes de trânsito e a manutenção <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> dos pacientes submetidos a transferências interhospitalares.A concepção histórica do SAMU <strong>da</strong> França tem início a partir dos anos 60, quandomédicos do serviço de saúde começaram a detectar a desproporção existente entre os meiosdisponíveis para tratar doentes e feridos nos hospitais e os meios arcaicos do atendimento préhospitalaraté então existentes.Assim, foram constata<strong>da</strong>s as necessi<strong>da</strong>des de um treinamento adequado <strong>da</strong>s equipes desocorro e a importância <strong>da</strong> participação médica no local, com o objetivo de aumentar aschances de sobrevivência dos pacientes, iniciando pelos cui<strong>da</strong>dos básicos e avançadosessenciais, concentrados na restauração <strong>da</strong> ventilação, respiração e circulação adequa<strong>da</strong>s.


44Em 1965, criaram oficialmente os serviços móveis de urgência e reanimação (SMUR),dispondo de uni<strong>da</strong>des móveis hospitalares (UHM). Em 1968, nasceu o SAMU, com afinali<strong>da</strong>de de coordenar to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong>des dos SMUR, comportando, para tanto, um centrode regulação médica dos pedidos, tendo as suas regras regulamenta<strong>da</strong>s em decreto deoficialização do SAMU <strong>da</strong>tado de 16/12/1987 (FONTANELLA; CARLI, 1992).As equipes <strong>da</strong>s UHM passaram também a intervir nos domicílios dos pacientes,configurando, definitivamente, os princípios do atendimento pré-hospitalar, relacionados aseguir:1) O auxílio médico urgente é uma ativi<strong>da</strong>de sanitária;2) As intervenções sobre o local devem ser rápi<strong>da</strong>s, eficazes e com meiosadequados;3) A abor<strong>da</strong>gem de ca<strong>da</strong> caso deve ser, simultaneamente, médica, operacional ehumana;4) As responsabili<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> profissional e as inter-relações com os demaisdevem ser estabeleci<strong>da</strong>s claramente;5) A quali<strong>da</strong>de dos resultados depende, em grande parte, do nível decompetência dos profissionais;6) A ação preventiva deve ser um complemento <strong>da</strong> ação de urgência.Posteriormente, em Lisboa, no ano de 1989, foram proclama<strong>da</strong>s as bases éticas <strong>da</strong>regulação médica do atendimento pré-hospitalar, processo este conhecido como “Declaraçãode Lisboa” (LOPES; FERNANDES, 1999).2.7 O SAMU – BRASILAtravés de um acordo bilateral, assinado entre o Brasil e a França (1988), o SAMUteve início através de uma solicitação do Ministério <strong>da</strong> Saúde, o qual optou pelo modelofrancês de atendimento, em que as viaturas de suporte avançado possuem obrigatoriamente apresença do médico, diferentemente dos moldes americanos, em que as ativi<strong>da</strong>des de resgatesão exerci<strong>da</strong>s principalmente por profissionais paramédicos (profissional este não existente noBrasil).


45Em São Paulo em 1984, após estudos e pesquisas, foi implantado o Projeto Resgate ouSAMU (Serviço de Atendimento Móvel às Urgências), era na época chefiado por um capitãomédico de Corpo de Bombeiros. Baseava-se no modelo francês, porém, com influências dosistema americano, particularmente no que diz respeito à formação dos profissionais, ea<strong>da</strong>ptado à reali<strong>da</strong>de local (LOPES; FERNANDES, 1999).Segundo o Ministério <strong>da</strong> Saúde do Brasil, nos últimos dez anos, vem sendo melhoradoe expandido o sistema de atendimento pré-hospitalar, reali<strong>da</strong>de esta percebi<strong>da</strong> nas políticas desaúde pública. Atualmente, a rede nacional conta com 124 Serviços de Atendimento Móvel deUrgência no Brasil.No Brasil apenas o SAMU de Ribeirão Preto, vem utilizando rastreadores GPS em 11ambulâncias de sua frota. Esses rastreadores permitem ao medico regulador observar aambulância que está mais próxima <strong>da</strong> ocorrência e acioná-la de forma a diminuir o tempo deresposta do serviço, segundo o coordenador do serviço o tempo de resposta diminuiu cerca dedois minutos por ocorrência (ARIMA, 2008).Ao todo, 1.037 municípios são atendidos pelo SAMU, num total de 96.5 milhões depessoas. Entre as capitais brasileiras, o serviço está presente em Aracaju, Belém, BeloHorizonte, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, JoãoPessoa, Maceió, Manaus, Macapá, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, RioBranco, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo, Teresina, Boa Vista e Vitória(BRASIL, 2007).2.8 O SAMU JOÃO PESSOA/PBO SAMU oferece à população de João Pessoa o resgate de urgências traumáticas,obstétricas, clínicas e psiquiátricas, que são ocasionados por acidentes com vítimas, e tambémtrabalhos de parto, ameaça de aborto, infarto, para<strong>da</strong> cardiorespiratória, crise hipertensiva,convulsão, desmaio, entre outros.Durante os anos de 2006 a 2008, cerca de 49% dos chamados foram registrados comotrotes. Possuindo 21 ambulâncias, o SAMU João Pessoa realiza atendimento e transporte como uso efetivo do veículo de emergência em aproxima<strong>da</strong>mente 78% <strong>da</strong>s chama<strong>da</strong>s/diarealiza<strong>da</strong>s a central de regulação <strong>da</strong> Capital.


46Se o sistema funcionar com 100% do efetivo de veículos, 24 horas ininterruptas, setedias por semana, registra-se em média 22 atendimentos por ambulância/dia, sendo umatendimento aproxima<strong>da</strong>mente a ca<strong>da</strong> uma hora e seis minutos, segundo informações <strong>da</strong>triagem de regulação em João Pessoa.O SAMU-JPA registra em média 473 chama<strong>da</strong>s/dia realiza<strong>da</strong>s a central de regulação,por ano essa média sugere um total de atendimentos em torno de 172.645 ligações para a basede atendimento. Dentre as 21 ambulâncias, 15 são uni<strong>da</strong>des de saúde básica (USB) e 06 sãouni<strong>da</strong>des de saúde avança<strong>da</strong> (USA).As USB´s, são emprega<strong>da</strong>s na remoção de pacientes de um hospital a outro, noatendimento residencial onde não exista a necessi<strong>da</strong>de de intervenção de um médicoregulador e para os casos de transporte de gestantes, crianças e idosos para hospitais deatendimento ambulatorial <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, quando a vitima não possui condições de saúde emobili<strong>da</strong>de necessárias.As USA´s são diretamente emprega<strong>da</strong>s na prestação do serviço de socorro onde existerisco iminente de morbimortali<strong>da</strong>de, sendo encaminha<strong>da</strong> para to<strong>da</strong>s as ocorrências que exijamintervenção direta de um(a) médico(a) regulador(a), um enfermeiro(a) e um condutor.O modelo de atendimento 4 do SAMU para todo o Brasil, está baseado no métodofrancês (Figura 04), onde uma central de chama<strong>da</strong>s recebe todos os acionamentos pelotelefone 192 um atendente regulador (geralmente profissional <strong>da</strong> área de saúde) recebe aligação registra os primeiros <strong>da</strong>dos.Após esse procedimento, transfere rapi<strong>da</strong>mente os <strong>da</strong>dos iniciais e o chamado para ummédico regulador, e dependendo <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong>de do problema são aciona<strong>da</strong>s as equipes <strong>da</strong>suni<strong>da</strong>des de saúde avança<strong>da</strong> – USA e/ou <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des de saúde básica – USB.Existe atualmente uma central de regulação no Centro Administrativo Municipal e 06bases externas de concentração de ambulâncias, distribuídos em locais estratégicos <strong>da</strong> regiãometropolitana de João Pessoa, a um raio médio de 15 km de distância <strong>da</strong> base central. Asvítimas geralmente são conduzi<strong>da</strong>s de acordo com a natureza <strong>da</strong> ocorrência a 03 hospitaisdistribuídos no perímetro do município.O quadro funcional do SAMU – JPA, atualmente é composto por 30 médicosreguladores, 21 enfermeiros, 30 condutores de veículos e 35 técnicos de enfermagem, quecompõem o quadro funcional do serviço.4 Observar modelo de funcionamento francês a seguir.


471. Chama<strong>da</strong> a Central de Regulação2. Regulação de Atendimento5. Regulação como Hospital6. Envio <strong>da</strong> USA ouUSB4. Acionamento <strong>da</strong>Equipe Médica através<strong>da</strong> Regulação deAtendimento3. Detecção do quadro deatendimento <strong>da</strong> urgência6. Atendimento eTransporte para odestino HospitalarFIGURA 04 - Modelo de atendimento do SAMU <strong>da</strong> FrançaFONTE: A<strong>da</strong>ptado SAMU de France in Web, 2007.Sobre os procedimentos de operação o serviço funciona através do recebimento dechama<strong>da</strong>s na central de regulação, onde de imediato o operador aciona o serviço médico queintermedía o atendimento e, conforme a gravi<strong>da</strong>de do caso aciona o veículo mais apropriadopara o atendimento <strong>da</strong> ocorrência.Durante a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> garagem o socorrista recebe as instruções via rádio e telefonemóvel, com destino e quadro <strong>da</strong> vítima, onde o condutor do veículo intuitivamente traça a rotamais rápi<strong>da</strong>.2.9 COMENTÁRIOSO processo de desenvolvimento <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de culminou atualmente em umasocie<strong>da</strong>de que apresenta sérias desigual<strong>da</strong>des, estruturais, sociais, econômicas, de segurança ede saúde. Comparando as causas de falecimento entre os países com poderes aquisitivosdistintos, percebe-se que segundo a OMS, o grupo formado pelos países de médio e baixopoder aquisitivo respondem pelo valor estimado de mais de 86% do total de ocorrênciasoriun<strong>da</strong>s de causas externas.


48Para esse grupo de países, esses acontecimentos causam prejuízos muito além <strong>da</strong>capaci<strong>da</strong>de de custear atendimentos. Tais prejuízos interferem diretamente na estruturasocioeconômica, atrela<strong>da</strong> à quanti<strong>da</strong>de de mão de obra disponível para atender e suprir asmais diversas necessi<strong>da</strong>des de capital intelectual dos países.Essa tendência, afirma-se quando se analisa as faixas-etárias de falecimento segundo omesmo documento <strong>da</strong> OMS. O maior índice de falecimento para os países de baixo poderaquisitivo se apresenta no intervalo de pessoas entre 15 e 69 anos, respondendo por 44% dototal de óbitos.Nos países de ren<strong>da</strong> média a situação é mais grave ain<strong>da</strong>. A mesma faixa respondepor 46% dos falecimentos, o que diverge significativamente dos países de ren<strong>da</strong> eleva<strong>da</strong>, onde70% <strong>da</strong> população se encaixam no grupo de pessoas que vem a óbito após os 70 anos. Issodenota a gravi<strong>da</strong>de do problema diante do desafio enfrentado pelos serviços de saúde dos doisprimeiros grupos.Por outro lado, se os <strong>da</strong>dos forem analisados de forma mais específica em ca<strong>da</strong> país,nota-se que o problema é muito mais grave do que se possa imaginar. Faltam sistemas erelatórios unificados que filtrem e agrupem precisamente todos os <strong>da</strong>dos relativos às causasexternas, pois os que são apresentados hoje são <strong>da</strong>dos estimados conforme diversos estudos jápublicados em literatura <strong>da</strong> área, apontando as diversas falhas no registro dessas informações.Ain<strong>da</strong> sobre as informações estima<strong>da</strong>s, é lógico e dedutível que os gastos horaapresentados pelos Ministérios <strong>da</strong> Saúde desses países, baseiam-se nos mesmos relatóriosgerados pela máquina pública.Assim, no Brasil em 1994 os gastos com atendimentos hospitalares e prestação deserviços de socorro, somaram R$ 287 milhões de reais. Em 2006, esse valor saltou para maisde R$ 166 bilhões de reais em pouco mais de 10 anos, quando foram contabilizados os gastoscom saúde nos setores públicos e privados, pagos pelo Ministério <strong>da</strong> Saúde (DATASUS,2006).Tomando como referência apenas os índices geradores de fatos decorrentes dehomicídios, acidentes e transportes, esse grupo responderia pelo total de 80% <strong>da</strong>s mortes noBrasil.Se fossem comparados apenas àqueles decorrentes <strong>da</strong>s causas relaciona<strong>da</strong>s aotransporte no contexto mundial, o Brasil apresentar-se-ia na primeira posição no quesito maiornúmero de mortes por ca<strong>da</strong> 10.000 veículos com um índice estimado de 6,80 mortes em 2000.Isso significa mais de 5 vezes o índice apresentado pelo Japão no mesmo ano.


49CAPÍTULO 3REFERÊNCIAL TEÓRICO


503.1 INTRODUÇÃONeste capítulo são apresentados os referenciais teóricos que nortearam esta pesquisa.Dentre as bibliografias nacionais e internacionais que delinearam o estudo, foramseleciona<strong>da</strong>s aquelas que especificamente tratavam dos eixos: acessibili<strong>da</strong>de, mobili<strong>da</strong>de,circulação, roteirização, acidentes e violências, adequa<strong>da</strong>s ao cenário brasileiro.Em segui<strong>da</strong>, faz-se uma abor<strong>da</strong>gem mais pontual <strong>da</strong> importância do uso de novastecnologias aplica<strong>da</strong>s à Engenharia Urbana (SIG´s e o GPS), que podem proporcionar maisoperacionali<strong>da</strong>de ao atendimento pré-hospitalar de emergência.3.2 ACESSIBILIDADEA diversi<strong>da</strong>de do conceito de acessibili<strong>da</strong>de é ampla e plenamente a<strong>da</strong>ptável ao meioou a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de em que é aplicado. Nesta etapa foram compilados textos e fun<strong>da</strong>mentaçõesde Raia Jr. (2000), onde se relata que, o conceito de acessibili<strong>da</strong>de não é recente. Estu<strong>da</strong>dodesde o século XIX, abor<strong>da</strong>va naquela época os modelos teóricos de processos espaciaisenvolvendo acessibili<strong>da</strong>de.Desde o início do século XX a acessibili<strong>da</strong>de tem sido menciona<strong>da</strong> nos mais variadoscampos além de transportes: engenharia, biologia, ciências humanas, computação, química,medicina etc. O conceito de acessibili<strong>da</strong>de abor<strong>da</strong>do e debatido por mais de 150 anospermanece, ain<strong>da</strong>, atual e de grande utili<strong>da</strong>de para as ativi<strong>da</strong>des de planejamento urbano e detransportes (RAIA, JR., 2000).O conceito de mobili<strong>da</strong>de urbana é usualmente associado e, muitas vezes, confundidocom o conceito de acessibili<strong>da</strong>de. Considerando que isto seja apenas uma questão dedefinição, isto é, o modo com que ele é estipulado para entender este ou aquele conceito, econsiderando a literatura atual, assume-se que a mobili<strong>da</strong>de está relaciona<strong>da</strong> com osdeslocamentos diários (viagens) de pessoas no espaço urbano. Não apenas sua efetivaocorrência, mas também sua facili<strong>da</strong>de ou possibili<strong>da</strong>de de ocorrência (SALES FILHO, 1998apud RAIA, JR., 2000).Por ser um termo e uma ativi<strong>da</strong>de base, a expressão acessibili<strong>da</strong>de é repeti<strong>da</strong>menteutiliza<strong>da</strong> nas mais diversas áreas do conhecimento desde a Geografia Humana na explicação


51de variações espaciais de fenômenos até a Engenharia Urbana, sendo diretamente aplicado emanálises de crescimento <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des, localização de equipamentos etc. (RAIA Jr., 2000).Na área de transportes, a definição de acessibili<strong>da</strong>de está relaciona<strong>da</strong> a distância queos usuários necessitam transpor para utilizar determinado veiculo na realização de umaviagem, compreendendo a distância <strong>da</strong> origem até o local de embarque, e do local deembarque até o destino final (RAIA, JR., 2000).Os termos acessibili<strong>da</strong>de e mobili<strong>da</strong>de são objetos de consideráveis confusões. Emvista disso, Raia Jr. (2000), fornece definições que procuram esclarecer essas diferenças,sendo conceitua<strong>da</strong>s e apresenta<strong>da</strong>s a seguir:• Acessibili<strong>da</strong>de: está relaciona<strong>da</strong> com a oportuni<strong>da</strong>de que um indivíduo, emum <strong>da</strong>do local, possui para tomar parte em uma ativi<strong>da</strong>de particular ou umasérie de ativi<strong>da</strong>des. Ela está relaciona<strong>da</strong> à mobili<strong>da</strong>de do indivíduo ou tipode pessoa, à localização espacial de oportuni<strong>da</strong>des relativas ao ponto departi<strong>da</strong> do indivíduo, às vezes em que o indivíduo está disponível paraparticipar <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des e, às vezes em que as ativi<strong>da</strong>des estão disponíveis.Assim, acessibili<strong>da</strong>de está relaciona<strong>da</strong> não com o comportamentopropriamente dito, mas com a oportuni<strong>da</strong>de ou potencial, disponibilizadospelo sistema de transporte e uso do solo, para que diferentes tipos depessoas desenvolvam suas ativi<strong>da</strong>des.• Mobili<strong>da</strong>de: é a capaci<strong>da</strong>de de um indivíduo ou tipo de pessoa de sedeslocar. Isto envolve dois componentes: o primeiro, depende dodesempenho do sistema de transporte, e que é afetado por onde a pessoaestá, <strong>da</strong> hora do dia e a direção na qual se deseja deslocar; o segundocomponente depende <strong>da</strong>s características do indivíduo, tais como se ele temcarro próprio, disponibili<strong>da</strong>de de pagar táxi, ônibus, trem ou avião; se tem apossibili<strong>da</strong>de de caminhar ou usar o transporte público e mesmo se temconhecimento <strong>da</strong>s opções disponíveis para ele. Em outras palavras, oprimeiro elemento está relacionado com a efetivi<strong>da</strong>de do sistema detransporte em conectar locali<strong>da</strong>des espacialmente separa<strong>da</strong>s, e o segundoelemento está associado com “até que ponto” um determinado indivíduo outipo de pessoa é capaz de fazer uso do sistema de transporte.


52O levantamento e agrupamento de <strong>da</strong>dos para os estudos que envolvam mobili<strong>da</strong>de,devem antes de tudo compreender o comportamento e a dinâmica <strong>da</strong>s pessoas, assim como assuas necessi<strong>da</strong>des e desejos de transitar pelo espaço urbano ou rural (SOUSA, 2005).Dentro de um ambiente urbano os fluxos migratórios refletem a divisão do espaçourbano em três setores específicos: as zonas periféricas, as zonas centrais e os vetores deligação entre os locais de residência e trabalho. Onde os principais fluxos são os centrípetospela manhã, e os centrífugos pela noite, sobretudo em ci<strong>da</strong>des onde a função terciária égrande: serviços e comércios (MERLIN, 1991 apud SOUSA, 2005).Dentro de um conceito mais amplo de mobili<strong>da</strong>de e observando a incidência <strong>da</strong> maiorfreqüência de deslocamentos, esta ativi<strong>da</strong>de pode ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong> por meio de três modelos deescalas diferencia<strong>da</strong>s.O primeiro é o de escala local, onde o movimento cotidiano é exercido em meio a umaglomerado urbano, onde a distância não é um fator totalmente importante e sim anecessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> viagem (MERLIN, 1991 apud SOUSA, 2005).O segundo, o <strong>da</strong> escala regional e/ou nacional, onde o circuito é executado dentro delimites territoriais que excedem o espaço urbano e o volume de circulação decresce de acordocom o aumento <strong>da</strong>s distâncias entre os ambientes urbanos e por fim o terceiro, o <strong>da</strong> escalainternacional onde a circulação ocorre entre diferentes continentes e países e com menorfreqüência que as ocorrências do primeiro, (MERLIN, 1991 apud SOUSA, 2005).Nota<strong>da</strong>mente, o desenvolvimento <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des em sua maior parte sempre esteveligado ao progresso dos meios de transportes. Frente aos diversos problemas condicionadospelo mesmo, a socie<strong>da</strong>de procura adequar-se às reais necessi<strong>da</strong>des do desenvolvimento, vistoque os problemas trazidos por esta ativi<strong>da</strong>de são tão dinâmicos quanto à socie<strong>da</strong>de que oscriou e/ou os desenvolveu.A acessibili<strong>da</strong>de significa a garantir <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de do acesso, <strong>da</strong> aproximação, <strong>da</strong>utilização ou manuseio de qualquer objeto, dentro <strong>da</strong> Engenharia Urbana poderiacomplementar este conceito com a garantia de acesso ao serviço de circulação emovimentação viária (SeMOB, 2007).Partindo do principio em que acessibili<strong>da</strong>de visa garantir ao indivíduo, a condição dese movimentar e atingir o destino desejado, mais do que imprescindível, é garantir ofuncionamento dos serviços em níveis aceitáveis de acessibili<strong>da</strong>de, dentro <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>desindividuais e coletivas de prestação dos serviços públicos, principalmente aqueles que atuamno salvamento emergencial de vi<strong>da</strong>s.


53Atualmente com a expansão <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des e com o crescente adensamento populacionalnos ambientes urbanos, a autonomia de locomoção a fim de atingir o destino desejado, vemsendo cercea<strong>da</strong> pela incapaci<strong>da</strong>de operacional dos sistemas viários de absorver a crescente eacelera<strong>da</strong> deman<strong>da</strong> de serviços impulsionados pelo desejo de movimentar-se utilizando meiosindividuais e/ou privados de transporte.A acessibili<strong>da</strong>de, em seu conceito clássico de mobili<strong>da</strong>de, deixa em aberto algumasquestões importantes a exemplo <strong>da</strong> definição dos motivos que fazem ocorrer e/ou como elaocorre. Portanto, a acessibili<strong>da</strong>de pode ser denomina<strong>da</strong> como a mobili<strong>da</strong>de para satisfazer asnecessi<strong>da</strong>des, ou seja, as condições para se alcançar o destino desejado e não simplesmente afacili<strong>da</strong>de de cruzar espaços (UNICAMP, 2005).De forma mais objetiva, sua compreensão pode ser medi<strong>da</strong> pela subdivisão em doistipos: macro-acessibili<strong>da</strong>de e micro-acessibili<strong>da</strong>de. A macro-acessibili<strong>da</strong>de é a facili<strong>da</strong>derelativa de atravessar o espaço e atingir as construções e equipamentos urbanos desejados.Faz parte desse conceito a abrangência do sistema viário e do sistema de transporte emgeral. Já a micro-acessibili<strong>da</strong>de refere-se à facili<strong>da</strong>de relativa de se obter acesso direto aosveículos ou destinos desejados, como pontos de ônibus ou estacionamentos (FEC/BDTA,2005).Na ótica do urbanismo e <strong>da</strong> arquitetura, a acessibili<strong>da</strong>de tem sido um dos principaisfatores de preocupação. Constantemente percebe-se a execução de obras e serviços deadequação do espaço urbano e dos seus componentes às legítimas necessi<strong>da</strong>des de acesso deto<strong>da</strong> população.Em muitas <strong>da</strong>s vezes, alguns dos pré-requisitos de condições de segurança são menosvalorizados em função <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> acessibili<strong>da</strong>de no menor espaço de tempo possívelgarantindo uma equação econômica favorável a determinado grupo ou setor econômico.O veto do Presidente <strong>da</strong> República do Brasil em 1997, ao Art. 56 do Código Brasileirode Trânsito foi um exemplo claro desse comportamento. O artigo em questão regulamentava aproibição do trânsito de motocicletas entre veículos durante o deslocamento, viabilizandoassim a segurança do motociclista, do motorista e a do pedestre.Assim sendo, houve reação imediata <strong>da</strong> indústria automobilística no segmento demotocicletas, alegando que este artigo retiraria o fator mais atrativo desses veículos, ou seja, acapaci<strong>da</strong>de de mobili<strong>da</strong>de e, isso acarretaria decréscimos severos nas ven<strong>da</strong>s econsequentemente elevação dos índices de desemprego no setor automobilístico. Mais umavez o estado arcou com as contas e com os gastos hospitalares decorrentes dos acidentes eviolências na maioria dos problemas envolvendo motociclistas.


543.3 MOBILIDADESeMOB (2007, p.43) publicou no Caderno de Referência para Elaboração de Plano deMobili<strong>da</strong>de Urbana o seguinte texto:As pessoas que se deslocam de um ponto para o outro no espaço urbanoutilizam as redes de serviços públicos: os sistemas viários (ruas e calça<strong>da</strong>s) eos meios de transporte público que, do modo em que estão hoje, muitasvezes constituem barreiras: a sinalização <strong>da</strong>s ruas, o desenho e estado deconservação <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s e aveni<strong>da</strong>s, a ausência de guias rebaixa<strong>da</strong>s, aconcepção e a locali<strong>da</strong>de do mobiliário urbano, ou os meios de transportecoletivo.Atualmente, o agravamento dos problemas urbanos tem impulsionado os gestores e asocie<strong>da</strong>de em geral, a tomarem medi<strong>da</strong>s que exigem elevado grau de empenho profissional ede recursos, para viabilizar a mobili<strong>da</strong>de intra-urbana de forma ampla, justa e sustentável, demodo que, seja possível fomentar o funcionamento harmônico <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.Um outro aspecto relevante dentro <strong>da</strong> Engenharia Urbana, é o que diz respeito àmobili<strong>da</strong>de, que inicialmente pode ser entendi<strong>da</strong> como: “o resultado agregado dosdeslocamentos de pessoas e bens no espaço urbano, para a realização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>deseconômicas e sociais nele desenvolvi<strong>da</strong>s” (VITAL, 2006).Ao apontar que a mobili<strong>da</strong>de urbana sustentável figura como o resultado de umconjunto de políticas de transporte e circulação, deve-se atentar que esse conjunto objetiva demaneira mais ampla proporcionar o acesso público e democrático ao espaço urbano, através<strong>da</strong> priorização dos modos de transporte coletivo, de maneira efetiva na ótica urbanística,ecologicamente sustentável e socialmente inclusiva (ANTP, 2003).Diante <strong>da</strong> amplitude do conceito de mobili<strong>da</strong>de urbana sustentável, há de se considerarque não somente é necessário ter acesso como também poder mover-se de forma eficientedentro <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des.Os problemas ocasionados pela concentração de veículos nos sistemas viários nosgrandes centros urbanos, geram baixos rendimentos e prejuízos agregados, que em muitooneram o estado e, por conseguinte a socie<strong>da</strong>de.


55O Ministério <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des entende a definição de mobili<strong>da</strong>de como:Um atributo associado às pessoas e aos bens; corresponde às diferentesrespostas <strong>da</strong><strong>da</strong>s por indivíduos e agentes econômicos às suas necessi<strong>da</strong>des dedeslocamento, considera<strong>da</strong>s as dimensões do espaço urbano e acomplexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des nele desenvolvi<strong>da</strong>s, ou, mais especificamente: amobili<strong>da</strong>de urbana é um atributo <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des e se refere à facili<strong>da</strong>de dedeslocamento de pessoas e bens no espaço urbano. Tais deslocamentos sãofeitos através de veículos, vias e to<strong>da</strong> a infra-estrutura (vias, calça<strong>da</strong>s, etc.)...É o resultado <strong>da</strong> interação entre os deslocamentos de pessoas e bens com aci<strong>da</strong>de (BRASIL, 2004, p.13).A mobili<strong>da</strong>de evidencia em certo grau, a estratificação econômica <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, ondeca<strong>da</strong> indivíduo dentro de seus padrões de consumo busca atender suas necessi<strong>da</strong>desparticulares e/ou coletivas de deslocamento. O meio como é realizado este deslocamento nemsempre é o mais recomen<strong>da</strong>do, do ponto de vista <strong>da</strong> convivência harmoniosa e sustentável <strong>da</strong>coletivi<strong>da</strong>de.Os congestionamentos nos centros urbanos ocorrem com maior freqüência ao longo <strong>da</strong>ultima déca<strong>da</strong>, devido as principais vias <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des apresentarem circulando em seu espaço,um excesso de veículos conduzidos por indivíduos que podem arcar com custos de transportemais elevado que a maioria <strong>da</strong> população brasileira.Também por outro lado, é inegável que a expansão do crédito para aquisição deautomóveis impulsiona o consumo deste bem, de forma que o fator individual prevalece emfunção do coletivo. Assim as pessoas resolvem ir ao lazer, ao trabalho e a outras ativi<strong>da</strong>desem meios privados e particulares de transporte.Este comportamento por parte <strong>da</strong> população, não leva em conta as dimensões, acapaci<strong>da</strong>de e a complexi<strong>da</strong>de do espaço urbano e <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s nele.Uma evidência clássica desse comportamento ocorre quando veículos de urgência eemergência precisam se deslocar dentro dos centros urbanos, encontrando as viascongestiona<strong>da</strong>s onde então, são obrigados a desviarem suas rotas, para viabilizar umaalternativa de minorar o tempo de atendimento, tendo em vista a obstrução dos principaiseixos viários em virtude do trânsito caótico nas vias arteriais e coletoras <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des.Embora os poderes públicos invistam a ca<strong>da</strong> ano mais recursos no processo deadequação, ampliação e em alguns casos a restrição de circulação, a estrutura urbana necessita


56imperativamente de possibili<strong>da</strong>des que viabilizem o funcionamento do sistema frente a suadinamici<strong>da</strong>de, como sugere a SeMOB:Do mesmo modo, na estrutura urbana, a disponibili<strong>da</strong>de e a possibili<strong>da</strong>de deacesso às infra-estruturas urbanas, tais como o sistema viário ou as redes detransporte público, propiciam condições maiores ou menores de mobili<strong>da</strong>depara os indivíduos isola<strong>da</strong>mente ou para partes inteiras do território(BRASIL, 2007, p.41).À medi<strong>da</strong> que o desempenho <strong>da</strong>s estratégias adota<strong>da</strong>s vão sendo exibi<strong>da</strong>s no dia-a-dia<strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des, a racionalização <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de por determinados meios de transporte deve serpensa<strong>da</strong> a partir dos parâmetros do duplo impacto nas condições ambientais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, paraque esta ativi<strong>da</strong>de aten<strong>da</strong> a todos os indivíduos deste ou <strong>da</strong>quele espaço.A mobili<strong>da</strong>de é um direito fun<strong>da</strong>mental e principalmente necessário, para aqueles queem determina<strong>da</strong>s circunstancias precisam de socorro por estar em situações que ofereçamiminentemente risco de morte.Como analisa a SeMOB:Além disso, um novo atributo deve ser vinculado à mobili<strong>da</strong>de, asustentabili<strong>da</strong>de ambiental. Os meios de transporte têm duplo impacto nascondições ambientais <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des: direto, pela sua participação na poluiçãoatmosférica e sonora e na utilização de fontes de energia não renováveis; eindireto, na incidência de acidentes de trânsito e na saturação <strong>da</strong> Circulaçãourbana (congestionamentos) (BRASIL, 2007. p. 41).Dentro de uma visão mais holística <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de e no atual cenário a SecretariaNacional de Transporte e <strong>da</strong> Mobili<strong>da</strong>de Urbana afirma que:Incorporar a questão <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de no planejamento urbano pode significaralguns desafios a serem vencidos, sobretudo no campo institucional.Dependendo de ca<strong>da</strong> caso, deve-se buscar a cooperação institucional entremunicípios, estados e governo federal, assim como incorporar novas formasde gestão participativa, incluindo usuários e diversos setores interessados.(BRASIL, 2008, p.30).


57Tomando como parâmetro de referência uma abor<strong>da</strong>gem sistêmica, repensar do pontode vista do planejamento urbano opções de acessibili<strong>da</strong>de e mobili<strong>da</strong>de, significa considerar oambiente, os meios de transporte que são utilizados nele, seus custos de implantação emanutenção, os impactos causados e que benefícios diretos e indiretos estes fatoresproporcionam a coletivi<strong>da</strong>de, tendo em vista que desses espaços, principalmente no que dizrespeito aos temas abor<strong>da</strong>dos, a ativi<strong>da</strong>de individual e particular de movimentar-se dentro deca<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, vem tornando esse exercício oneroso e até em certo grau, inviável.Dessa forma, Silveira e Ribeiro (2006, p.175) afirmam que:[...]No espaço urbano, o perfil <strong>da</strong> acessibili<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de dominantesrelaciona-se com a morfologia <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, como reação do espaço antes asações humanas, e com a configuração dos espaços livres destinados àcirculação[...] Da mesma maneira, a morfologia também apresenta distinçõesde acessibili<strong>da</strong>de, privilegiando algumas vias, em detrimento de outras. Osindivíduos que utilizam esse sistema espacial têm várias alternativas paraconstruir seus roteiros urbanos[...].Uma outra questão fun<strong>da</strong>mental, é que se devem levar em consideração asparticulari<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> local, ou seja, a morfologia de como a ci<strong>da</strong>de foi concebi<strong>da</strong> até suasfronteiras atuais. Partindo desta análise, as ci<strong>da</strong>des se diferenciam uma <strong>da</strong> outra de acordocom os fatores geográficos, econômicas e sociais que determinaram suas criações e/ou seudesenvolvimento.Um dos elementos cruciais na questão <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> acessibili<strong>da</strong>de urbana é adistinção entre as condições que privilegiam a acessibili<strong>da</strong>de e a mobili<strong>da</strong>de de acordo com aestrutura de concepção, manutenção e ampliação <strong>da</strong> malha viária, o que vai imperativamentedeterminar o padrão de escolha de rotas dentro de um centro urbano.Elementos como: tipo de via, de pavimento, condições de circulação, geometria,condições de drenagem, nível de serviço, hora do dia etc., irão determinar dinamicamente queparte dos sistemas ficarão sobrecarregados, por influência direta na articulação e construçãodos roteiros urbanos por ca<strong>da</strong> indivíduo, considerando as condições particulares físicas ementais de construir e executar a melhor rota que proporcione conforto, acesso e mobili<strong>da</strong>dena matriz origem/destino.


583.4 CIRCULAÇÃONos centros urbanos brasileiros, nota<strong>da</strong>mente observa-se as conseqüências diárias doaumento <strong>da</strong> frota de veículos circulando nas ci<strong>da</strong>des. As condições de trafegabili<strong>da</strong>de estãoagravando-se a ca<strong>da</strong> veiculo posto em circulação, considerando veículo como qualquer dosmeios utilizados para transportar ou conduzir pessoas, objetos, etc., de um lugar para outro emcondições mínimas de circulação e segurança.Conforme a SNTMU (2004, p.4), o Brasil urbano é representado por 82% <strong>da</strong>população. A concentração urbana é representa<strong>da</strong> por apenas 455 municípios que contémmais de 55% do total de habitantes, incluindo as regiões metropolitanas mais expressivas dopaís.Segundo a SNTMU (2004, p.6) que realizaram um estudo Redução <strong>da</strong>s DeseconomiasUrbanas com a Melhoria do Transporte Público,[...] estima-se que os gastos em congestionamentos em 10 capitaispesquisa<strong>da</strong>s atingem 05 bilhões de reais a ca<strong>da</strong> ano. Agregado a taldeseconomia, o estudo aponta as quatro espécies principais dessa resultante:fator I - aumento no tempo de percurso, correspondendo a uma per<strong>da</strong> anualde 250 milhões de reais, com 80% dessas per<strong>da</strong>s contabiliza<strong>da</strong>s na ci<strong>da</strong>de deSão Paulo, sendo que 120 milhões de horas são perdi<strong>da</strong>s pelos usuários detransporte coletivo; II - consumo excedente de combustível estimado a 200milhões de litros de gasolina e 4 milhões de litros de óleo diesel; III -emissão excedente de CO2 <strong>da</strong> ordem de 122 mil tonela<strong>da</strong>s anuais, com osautomóveis respondendo por cerca de 80% deste total e IV - excedente defrota no transporte coletivo urbano para o mesmo padrão de serviços.(IPEA/ANTP, 1998 apud PNMUS, 2004, p.6).A análise do cenário moderno <strong>da</strong> “urbani<strong>da</strong>de”, leva a refletir sobre o conceito decirculação, definido pela SeMOB (2007, p.44),A circulação urbana, ou o ato de circular pela ci<strong>da</strong>de, é o exercício <strong>da</strong>mobili<strong>da</strong>de mediante o próprio esforço pessoal (a pé ou de bicicleta) sendoatravés de meios motorizados de posse ou uso pessoal, ou providos porterceiros, através de serviços oferecidos. Em to<strong>da</strong>s as situações, a suamanifestação efetiva se dá na infra-estrutura urbana.Analisar inferências sobre circulação é observar e refletir sobre como o planejamento ea infra-estrutura urbana atuam concomitantemente na gerência e resolução dos problemas de


59movimentação e trânsito dentro dos ambientes urbanos em escalas e meios diferentes. Ain<strong>da</strong>que um ou outro seja implantado, há de se considerar que nem sempre os municípios dispõemdos recursos necessários para a implementação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s técnicas e ambientais maiscoerentes e corretas.O incremento populacional <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des na atuali<strong>da</strong>de sobrecarrega to<strong>da</strong>s as redes quefuncionam e se articulam neste ambiente, sejam elas auxilia<strong>da</strong>s pela “babel tecnológica” dossistemas de gerenciamento ou não, como por exemplo, os de sistemas viários. Tais aparatosnecessitam constantemente utilizar as restrições e as adequações, a fim de mantê-losminimamente funcionando, como sugere Cunha (2000, p.51-74):Assim, na maioria dos casos, as heurísticas propostas são bastanteespecíficas e particulares, e carecem de robustez, isto é, não conseguemobter boas soluções para problemas com características, condicionantes ourestrições às vezes um pouco diferentes <strong>da</strong>quelas para as quais foramdesenvolvi<strong>da</strong>s. Em outras palavras, roteirização de veículos é uma área ondeuma solução para um determinado tipo de problema e <strong>da</strong>dos possam não seradequados para outro problema similar... Daí, em muitos casos, anecessi<strong>da</strong>de de buscar soluções customiza<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> problema.Por outro lado, ca<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de busca equilibrar os problemas surgidos com asmu<strong>da</strong>nças comportamentais origina<strong>da</strong>s <strong>da</strong> saí<strong>da</strong> do homem do campo para a ci<strong>da</strong>de. Nem to<strong>da</strong>robustez tecnológica atual esta prepara<strong>da</strong> para equilibrar esta equação, principalmente nospaíses onde a disponibili<strong>da</strong>de de recursos não é tão disponível como nos paísesdesenvolvidos.Os condicionantes e as restrições funcionam como pêndulos que buscam equilibrar assoluções para os problemas de circulação nas regiões metropolitanas, tanto na conexão <strong>da</strong>sci<strong>da</strong>des e <strong>da</strong>s redes, quanto na interação dos nós de comunicação em escala interna e externaao ambiente citadino.Equacionar estes problemas exige soluções, que em muitos casos são impares, pois asmesmas soluções para problemas urbanos de circulação similares não podem ser implanta<strong>da</strong>sem outros locais, por questões econômicas, geográficas, culturais e/ou tecnológicas.Enquanto as políticas de gestão pública mantiverem os investimentos em infraestruturade transporte em segundo plano, a ca<strong>da</strong> dia a segregação sócio-espacial, associar-seáao modelo de circulação urbana, baseado no transporte individual, que leva esses ambientesa uma crise de mobili<strong>da</strong>de sem precedentes ao longo <strong>da</strong> história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de.


60Por outro lado a indústria automobilística e seu conglomerado econômico, porignorarem esta percepção de reali<strong>da</strong>de, promovem a disseminação de uma ver<strong>da</strong>deira “culturado automóvel” mesmo nos ambientes mais afetados por esses problemas.3.5 ROTEIRIZAÇÃO3.5.1 Introdução ao ConceitoA roteirização urbana com foco em grandes ci<strong>da</strong>des é de grande importância, pois osindivíduos necessitam de uma fonte confiável e rápi<strong>da</strong> de acessar esse tipo de informação(HOFFMANN et al., 2006).Conforme afirmação de Cunha (2000), embora não seja encontrado o termoroteirização nos dicionários de língua portuguesa, tem como equivalente ao inglês routing (ourouteing) para designar o processo de determinação de um ou mais roteiros ou seqüências depara<strong>da</strong>s a serem cumpri<strong>da</strong>s, com o objetivo de visitar um conjunto de pontos distintosgeograficamente e pré-determinados.Segundo ASSAD (1988) in Cunha, a roteirização consiste em uma <strong>da</strong>s histórias degrande sucesso <strong>da</strong> Pesquisa Operacional nas últimas déca<strong>da</strong>s, que pode ser medido peloexpressivo número de artigos que vêm sendo publicados ao longo dos anos na literaturaespecializa<strong>da</strong>, incluindo os anais de congressos <strong>da</strong> ANPET (Associação Nacional de Pesquisae Ensino em Transportes).Fazem parte <strong>da</strong> roteirização urbana os meios de transporte: a pé, que considera ocaminho direto, do ponto de origem ao ponto de destino, sem restrições; de carro, que temcomo restrição os sentidos <strong>da</strong>s ruas e aveni<strong>da</strong>s; e ônibus, que considera as linhas de ônibusdisponíveis à população (HOFFMANN et al., 2006).3.5.2 O Caixeiro ViajanteSegundo a literatura do gênero, vários autores apontam que os problemas deroteirização estão muitas vezes diretamente ligados ao problema de um caixeiro viajanteprimeiro problema de roteirização estu<strong>da</strong>do (traveling salesman problem). Os estudos de


61roteirização consistem em encontrar o roteiro ou seqüência de ci<strong>da</strong>des a serem visita<strong>da</strong>s,minimizando a distância total percorri<strong>da</strong> e assegurando que ca<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de seja visita<strong>da</strong>exatamente uma vez.Com o processo de evolução <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des, novas restrições vêm sendo incorpora<strong>da</strong>sao problema do caixeiro viajante. Instantaneamente foram adicionados aos meios e asmo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des, restrições de horário de atendimento (janelas de tempo ou janelas horárias);capaci<strong>da</strong>des dos veículos; duração máxima dos roteiros dos veículos (tempo ou distância) erestrições de tipos de veículos que podem atender determinados clientes.Sob a ótica Cunha(2000), a otimização que inclui o caso particular do caixeiroviajante, pertence à categoria conheci<strong>da</strong> como NP-difícil (NP-hard), o que significa quepossuem ordem de complexi<strong>da</strong>de exponencial.Em outras palavras, o esforço computacional para a sua resolução cresceexponencialmente com o tamanho do problema (<strong>da</strong>do pelo número de pontos a serematendidos). Este problema também pode abranger indivíduos, que precisam localizar umdeterminado local, partindo do ponto em que está e chegar <strong>da</strong> forma mais rápi<strong>da</strong> e de menoscusto.3.5.3 O Menor CaminhoPara Hoffmann et al., (2006), o problema do menor caminho é um subproblema doproblema do Caixeiro Viajante, pois trata de calcular o menor percurso entre dois ou maisvértices (nós) de um grafo. Neste caso, um grafo pode representar uma malha rodoviária,distâncias geográficas e demais correlatas.O menor caminho pode não somente representar caminhos de distâncias mínimas, mastambém podem representar caminhos de tempos e custos mínimos, entre outras formas demedição de percurso. Isto pode ser afirmado uma vez que na implementação de algoritmos decaminhos mínimos é possível utilizar qualquer parâmetro (assim como as distâncias), uma vezque estes <strong>da</strong>dos estejam disponíveis.Inicialmente, quando é senti<strong>da</strong> a necessi<strong>da</strong>de de deslocar-se de um local a outro, deimediato o senso de localização de ca<strong>da</strong> indivíduo traça um caminho a fim de atingir o destinodesejado <strong>da</strong> melhor forma possível, levando em consideração fatores como: custo, tempo econforto.


62Ao dirigir uma embarcação, um veículo, uma aeronave ou até mesmo guiar o própriocorpo, essa ativi<strong>da</strong>de exige do cérebro o planejamento de uma rota adequa<strong>da</strong>, determinando aseqüência de conexões e caminhos a serem transpostos e/ou percorridos.O problema clássico <strong>da</strong> roteirização é encontrar uma rota ótima de um ou maisveículos, através de um gráfico ou conjunto de gráficos, utilizando critérios com parâmetrospersonalizados e específicos de roteamento (BLACK, 2004).Dentro <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de de roteirização dois problemas são enfrentados a ca<strong>da</strong> percurso aser traçado. O primeiro diz respeito à otimização de rotas, com a obtenção <strong>da</strong> melhor soluçãopara destinos determinados e/ou aleatórios.O segundo é um problema de decisão, que pede a melhor solução para umdeterminado conjunto de características no sistema viário, que podem refletir a diretamentereali<strong>da</strong>de local e alterar todo o procedimento de escolha do melhor caminho que se desejapercorrer.Por exemplo, o problema do caixeiro viajante é um problema de otimização de rotascorrespondente a toma<strong>da</strong> de decisões, onde se utiliza um ciclo harmonioso de combinações ealgoritmos, para a obtenção de um custo menor, do que qualquer outra forma aleatória deescolha <strong>da</strong> rota. Nem todos os modelos, se não sua maioria, se a<strong>da</strong>ptam perfeitamente areali<strong>da</strong>des diferentes <strong>da</strong>quelas para as quais inicialmente eles foram concebidos (BLACK,2004).Filho (2001, p.224), ao analisar a multiplici<strong>da</strong>de dos problemas de roteirização deveículos, enfatiza o seguinte:Sistemas de Roteirização e Programação de Veículos ou, simplesmenteRoteirizadores, são sistemas computacionais que, através de algoritmos,geralmente, heurísticos e uma apropria<strong>da</strong> base de <strong>da</strong>dos, são capazes deobter soluções para problemas de roteirização e programação de veículos(PRPV) com resultados relativamente satisfatórios, consumindo tempo eesforço de processamentos relativamente pequenos quando comparados aosgastos nos tradicionais métodos manuais.Ao utilizar essas ferramentas computacionais, obtêm-se resposta em intervalos detempos menores do que outras formas tradicionalmente manuais. No entanto, os resultadosain<strong>da</strong> são considerados relativamente satisfatórios.


63Mesmo diante de tal cenário, isto pode significar a diferença entre viver e morrer,quando se fala, por exemplo, na determinação do percurso a ser feito por um veiculo deemergência que socorre uma vitima de acidente cardiovascular em centro urbano.O atual sistema de socorro médico de urgência e emergência do Brasil utiliza em nívelnacional apenas o conhecimento de ca<strong>da</strong> condutor destes veículos para roteirizar os caminhosde origem e destino. Essa é uma <strong>da</strong>s situações, onde metodologias de roteirização locaispoderiam auxiliar na toma<strong>da</strong> de decisão.A SeMOB (2007, p.74) aponta o seguinte texto referente ao uso de modelosmatemáticos:A análise do padrão de viagens nas ci<strong>da</strong>des mostra que também hácorrelação entre os indicadores de desenvolvimento econômico e demobili<strong>da</strong>de (índice de mobili<strong>da</strong>de, tempos de viagem, escolha mo<strong>da</strong>l, etc.).Isto permite o desenvolvimento de modelos matemáticos para determinaçãodos padrões de atrativi<strong>da</strong>de, desenho <strong>da</strong>s redes de transporte, escolha derotas e outras funções de planejamento dos transportes.Se existe correlação entre indicadores de desenvolvimento econômico e os demobili<strong>da</strong>de, fica evidente que é possível delinear a a<strong>da</strong>ptação dessas ferramentas para auxiliarativi<strong>da</strong>des de transporte dentro centros urbanos, assistidos por ferramentas e algoritmoscomputacionais que poderão sugerir rotas dentro <strong>da</strong> rede viária urbana.3.5.4 As Experiências InternacionaisDe acordo com a dinâmica e particulari<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> locali<strong>da</strong>de, a popularização douso dos Sistemas de Posicionamento Global – GPS tem se tornado mais acessível e presenteno dia-a-dia dos usuários dos sistemas de trânsito, dos profissionais que atuam na área e <strong>da</strong>socie<strong>da</strong>de em geral.Alem dessa tecnologia disponível, pode-se citar a experiência japonesa, que devido aproblemas estabelecidos pelo crescimento acelerado <strong>da</strong>s áreas urbanas, teve que repensar suaestrutura de funcionamento e sistemas de trânsito e transporte.Depois de criado o Sistema de Gerenciamento Universal de Tráfego (UTMS) baseadono Sistema Integrado de Controle de Tráfego (ITCS), este procedimento de modelagem


64necessita ser alimentado por outros subsistemas para proverem os servidores de informaçõessobre o tráfego (BARBOSA, 2001).Basicamente o sistema do Japão, funciona através do gerenciamento realizado peloUTMS que é baseado no ITCS, que são um dos mais sofisticados e inteligentes sistemas decontrole de tráfego em sistemas centralizados.O UTMS consiste na operação simultânea de 08 subsistemas em paralelo ou não, paraprover de informações o gerenciador dentro dos servidores de tráfego, para condução seguraatendendo rapi<strong>da</strong>mente situações de emergência, aumentando a eficiência do transporte depassageiros e cargas.Além dos 08 subsistemas, faz-se necessário o uso adicional de mais dois sistemasdestinados especialmente para prover assistência aos pedestres e aos serviços públicos queoperam nas situações quem se configuram os quadros de serviço de situação de emergência,que também podem auxiliar o Sistema de Tráfego Inteligente, são eles: Sistema deAssistência para os Pedestres – PICS e o Sistema para Auxílio em Situação de Emergência –Fast (BARBOSA, 2001).A evolução desses sistemas se dá de tal modo a ponto de recentemente, em junho de2007, ter sido anunciado para o mercado asiático, o uso em fase de testes de um novo sistemaque apresenta as condições reais do trânsito em intervalos de cinco em cinco minutos. Olançamento desse sistema, denominado de Real Time Traffic GPS Navigation Singapore,atualmente encontra-se em uma versão de testes em Singapura (MAPKING, 2007).As autori<strong>da</strong>des de Transportes Terrestres de Singapura alimentam o sistema com os<strong>da</strong>dos e enviam informações sobre a veloci<strong>da</strong>de do tráfego para os equipamentos conectadosas redes sem fio, o que garante a navegação em níveis operacionais satisfatórios.A utilização desses sistemas exige o uso de alto grau de tecnologia e maciçosinvestimentos em monitoramento, o que nem sem sempre se encontra em países emdesenvolvimento.3.6 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG´S)A globalização e a popularização <strong>da</strong>s novas tecnologias têm tornado o acesso ainformação mais instantâneo e ca<strong>da</strong> vez mais exigente, do ponto de vista <strong>da</strong> precisão <strong>da</strong>


65informação. No que diz respeito à disponibili<strong>da</strong>de computacional para estas funções, foramcriados os Sistemas de Informações Geográficas, os SIG´s.Um Sistema de Informações Geográficas pode ser aplicado para <strong>da</strong>r tratamentocomputacional a <strong>da</strong>dos geográficos. Devido a sua ampla gama de aplicações, é uma valiosaferramenta para aplicações nas áreas agrícolas, de florestas, na cartografia, no ca<strong>da</strong>stro urbanoe em redes de concessionárias de serviços públicos (CÂMARA, 1995).Existem pelo menos três grandes maneiras de utilizar um SIG, a primeira comoferramenta de produção de mapas, a segun<strong>da</strong> como meio de suporte a análise espacial defenômenos e por fim a terceira como banco de <strong>da</strong>dos geográficos, com funções dearmazenamento e recuperação de informações espaciais (CÂMARA, 1995).Os SIG´s funcionam também como poderosas ferramentas para os estudos deca<strong>da</strong>stramento, gerenciamentos e de auxilio a toma<strong>da</strong>s de decisão no ambiente urbano. Nadiversi<strong>da</strong>de de conceitos a ele atribuídos, é consenso que se trata de um sistema de suportecomputacional que expressivamente mudou a maneira <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de interagir com os <strong>da</strong>dos einformações que ela mesma produz dentro do gerenciamento e planejamento do espaçourbano pós-moderno.Esses sistemas de gerenciamento de <strong>da</strong>dos e informações podem manipular <strong>da</strong>dos dediversas fontes e formatos, dentro de um ambiente computacional ágil e capaz de integrar asrelações espaciais através de <strong>da</strong>dos e gerar novas informações, temáticas deriva<strong>da</strong>s dos <strong>da</strong>dosoriginais (FROZZA et al., 2005).Os SIG´s não funcionam apenas como concentradores e leitores de <strong>da</strong>dos einformações. Eles podem não somente analisá-los, como também produzi-los, multiplicá-los einteragi-los com outras bases de <strong>da</strong>dos, que auxiliam desde uma simples demarcação de áreaaté o controle de vias com emprego de alto grau de tecnologia.Na mesma linha, Frozza et al., (2005, p.1) afirma que:Sistemas de Informações Geográficas separam a informação em diferentescama<strong>da</strong>s temáticas (layers) e as armazenam independentemente, permitindotrabalhar com elas de modo rápido e simples. Desta forma, os usuários têm aoportuni<strong>da</strong>de de relacionar a informação existente através <strong>da</strong> posição eformato (polígono ou ponto) dos objetos, com o fim de gerar novainformação.


66Conhecendo um pouco <strong>da</strong>s potenciali<strong>da</strong>des destes softwares, pode-se entender porqueeles são tão úteis nos dias atuais, e principalmente porque são plenamente aplicáveis aEngenharia Urbana.Nesse sentido, Sistemas de Informações Geográficas vêm ao encontro <strong>da</strong>snecessi<strong>da</strong>des dos pesquisadores e gestores urbanos, como uma ferramenta fun<strong>da</strong>mental paraaju<strong>da</strong>r a conhecer e compreender exatamente os problemas para os quais busca-se soluções.A busca dessas soluções, visão obter um equilíbrio sócio-ambiental e econômico quetenha baixa deman<strong>da</strong> de emprego de recursos, frente aos montantes que poderiam ser gastospara recuperar áreas que entraram ou poderiam entrar em colapso urbano.A aplicabili<strong>da</strong>de e a compreensão <strong>da</strong> arquitetura de um SIG englobam sua habili<strong>da</strong>dede armazenar, controlar e manipular grandes quanti<strong>da</strong>des de <strong>da</strong>dos espaciais e fornecer aosgestores urbanos uma ferramenta poderosa de gerenciamento e interação.Assim, umas <strong>da</strong>s funções mais importantes dos SIG´s é a de combinar bancos de<strong>da</strong>dos alfanuméricos com imagens espaciais (ou geográficas) que possibilitaram acompanharcomportamentos que servirão para <strong>da</strong>r suporte a toma<strong>da</strong> de decisões e gerenciamento doespaço, a partir <strong>da</strong> análise dos produtos gerados com os <strong>da</strong>dos coletados e armazenados emseus bancos, constituindo uma ferramenta analítica poderosa (VINH & VINH, 2003).Diferentes setores governamentais usam a tecnologia dos SIG´s, porque eles fornecemtambém várias maneiras de visualização dos <strong>da</strong>dos que antes eram previamente impossíveisou pouco práticas de serem realiza<strong>da</strong>s. Com os DAE´s (Dispositivo Automático de Entra<strong>da</strong>)dos SIG´s, o planejamento local pode ser feito no escritório de desenvolvimento <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong>de e os produtos podem seguir do projeto do zoneamento ao local que <strong>da</strong>rá umanova forma ou novo conceito a ci<strong>da</strong>de (VINH; VINH, 2003).Dentre os SIG´s existentes hoje no mercado com aplicações e recursos variados,utilizou-se neste trabalho um Sistema de Informações Geográficas do tipo SIG-T (“T” =Transporte). Esse tipo de sistema foi desenvolvido especificamente para ser utilizado porestu<strong>da</strong>ntes, pesquisadores e profissionais <strong>da</strong> área de transporte. Onde se pode armazenar,mostrar, manipular e analisar <strong>da</strong>dos, fenômenos e ativi<strong>da</strong>des relativas a área de transporte.Não diminuindo a importância dos bancos de <strong>da</strong>dos para os SIG´s, o planejamento deinúmeras ativi<strong>da</strong>des não dependem somente <strong>da</strong> manipulação de <strong>da</strong>dos alfanuméricos, mas simde seu significado que deve estar associado a uma referência espacial (ou geográfica).


67Sobre o uso dos SIG´s-T afirmam Silva e Warden (1996, p.2),É inquestionável que o planejamento de transportes é uma <strong>da</strong>s áreas nasquais os Sistemas de Informações Geográficas (GIS) podem representar umpapel importante. Os fabricantes de software estão bem atentos para isso e opúblico recebe freqüentemente muitos produtos novos projetados paraaplicações de transporte, o denominado GIS-T´s (Geographical InformationSystems). Ao mesmo tempo, várias <strong>Universi<strong>da</strong>de</strong>s estão tentando conhecer ademan<strong>da</strong> de mercado para profissionais capazes de trabalhar com este tipode ferramenta.Os SIG´s-T (Sistema de Informações Geográficas voltado para Transportes) quandoassociados aos mais recentes avanços tecnológicos dos computadores, relativos a aplicativosque fazem uso de gerenciadores de bancos de <strong>da</strong>dos, ampliam em muito a capaci<strong>da</strong>de depercepção dos resultados por parte dos usuários.Um SIG-T pode associar em uma única plataforma, a capaci<strong>da</strong>de de processamento deum SIG com os procedimentos de modelagem em transportes numa única planocomputacional, provendo assim, recursos que não estão disponíveis em outros softwares,facultando ser usado para qualquer modo de transporte, e em qualquer escala de detalhe.O uso de um Sistema de Informações Geográficas desse porte pode ser muito útil paracriar e customizar mapas, construir, manter conjuntos de <strong>da</strong>dos geográficos, fazer diferentestipos de análises espaciais, incluindo a sobreposição de polígonos (Polygon, Overlay)geocodificar <strong>da</strong>dos, e compartilhar os bancos de <strong>da</strong>dos em redes locais e remotas,contribuindo para um melhor planejamento e gerenciamento dos transportes públicos dentro<strong>da</strong> engenharia urbana.3.7 O SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL (GPS´S)Não existe um conceito universal para o sistema de posicionamento global, no entanto,pode-se entendê-lo como uma rede de satélites artificiais orbitando em entorno <strong>da</strong> Terra,emitindo on<strong>da</strong>s de radio-freqüência, que são capta<strong>da</strong>s por receptores (aparelhos de GPS) ondeconstantemente é calcula<strong>da</strong> a posição atual de recebimento <strong>da</strong>s on<strong>da</strong>s em relação ao geóideterrestre.


68Conforme Gogulho (2003), a tecnologia atual permite que qualquer pessoa possa selocalizar no planeta com uma precisão nunca imagina<strong>da</strong> por navegantes e aventureiros há atébem pouco tempo.O sofisticado sistema que tornou reali<strong>da</strong>de esse sonho é chamado GPS - GlobalPositioning System (tradução equivalente em português: Sistema de Posicionamento Global) -e foi concebido pelo Departamento de Defesa dos EUA no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1960.Consiste de 24 satélites (Figura 05) que orbitam a terra a 20.200km de distância, duasvezes por dia e emitem simultaneamente sinais de rádio codificados. Como outros sistemas derádio-navegação, todos os satélites enviam seus sinais de rádio exatamente ao mesmo tempo,permitindo ao receptor (Figura 06) avaliar o lapso entre emissão/recepção.O conceito <strong>da</strong> rádio-navegação depende inteiramente <strong>da</strong> transmissão simultânea derádio-sinais. É um sistema engenhoso que torna o GPS prático e relativamente barato de seusar. Com a recepção de quatro ou mais satélites, um receptor pode determinar uma posição3D, isto é, Latitude, Longitude e Altitude. Pelo processamento contínuo de sua posição, umreceptor pode também determinar veloci<strong>da</strong>de e direção do deslocamento.Historicamente, é sabido que em muito se deve ao serviço militar principalmente oamericano, os avanços tecnológicos sobre a criação e uso <strong>da</strong> tecnologia GPS (GlobalPositioning System).Em 1973 o JPO (Joint Program Office) subordinado ao Comando <strong>da</strong> Divisão deSistema Espacial <strong>da</strong> USAF (United States Air Force) recebeu a missão DoD (Departament ofDefense) de estabelecer, desenvolver, testar, adquirir e empregar um sistema deposicionamento espacial para aplicação militar e capaz de gerar uma grade de coordena<strong>da</strong>spara mísseis, tendo em vista o projeto Guerra na Estrelas (MARTINS, 2001).O JPO valeu-se de to<strong>da</strong> tecnologia de processamento de sinais desenvolvi<strong>da</strong> pelo MIT(Massachussets Institute of Technology), que através do Departamento de Ciência Planetária eTerrestre havia utilizado a técnica de interferometria para rastrear o módulo lunar <strong>da</strong> Apolo16, usando um método geodésico conhecido por VLBI (Very Large Baseline Interferometry)(MARTINS, 2001).O GPS em seu estágio atual, pode ser definido como o resultado dos estudos ao longo<strong>da</strong>s últimas déca<strong>da</strong>s nesse tipo de tecnologia, que possibilitou utilizar a fase <strong>da</strong>s on<strong>da</strong>sportadora <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> L (faixa de micro on<strong>da</strong>s de freqüência em torno de 1 a 3 Ghz ecomprimento de on<strong>da</strong> em torno de 23 cm), para cálculo <strong>da</strong> trilateração espacial, ou sejaatravés <strong>da</strong> comunicação com 3 satélites é possível determinar as coordena<strong>da</strong>s de um ponto nasuperfície terrestre, no ar ou no mar (LAROCCA, 2004).


69Esta tecnologia revolucionou a maneira de como os governos passaram a gerenciar,proteger e demarcar suas fronteiras. Em 1978, foram iniciados os lançamentos dos primeirossatélites conhecidos como NAVSTAR (Navigation System using Time and Ranging),originando hoje o conhecido GPS.Posteriormente, após pressão do Congresso Americano, e devido a excelência emaplicações civis (geodésicas, topográficas, de navegação, de modelagem digital, emsimuladores etc.) o governo americano pressionou o Pentágono para realizar a abertura civildo sistema NAVSTAR para uso de outros países (LAROCCA, 2004).No entanto, somente a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 90 foi que o GPS se tornou popular. Essefato foi conseqüência do avanço tecnológico no campo <strong>da</strong> microinformática, permitindo aosfabricantes de rastreadores produzirem receptores GPS que processassem, no próprioreceptor, os códigos dos sinais recebidos (LAROCCA, 2004).No Brasil o uso deste aparelho em veículo só veio ser popularizado recentemente peloContran (2007, p.1), conforme segue o texto abaixo:Art. 1º - Fica permiti<strong>da</strong> a instalação e utilização de aparelho gerador deimagem cartográfica com interface de geoprocessamento destinado aorientar o condutor quanto ao funcionamento do veiculo, a sua visualizaçãointerna e externa, sistema de auxílio à manobra e para auxiliar na indicaçãode trajetos ou orientar sobre as condições <strong>da</strong> via, por intermédio de mapas,imagens e símbolos.Regulamenta<strong>da</strong> recentemente a legali<strong>da</strong>de do uso desta tecnologia nos veículos doBrasil, vale lembrar, que os aparelhos de GPS veiculares, já passaram por diversosaperfeiçoamentos em outros países <strong>da</strong> Europa, Ásia e América do Norte, onde os fabricantesjá utilizam essa tecnologia como item de série nos veículos que lá circulam.Segundo o portal eletrônico de informações Infogps (2007), pesquisas recentesrealiza<strong>da</strong>s pela empresa In-Stat apontam que o mercado de receptores GPS deverá convergirpara os dispositivos móveis, incluindo navegadores de carros, telefones celulares,computadores portáteis e uma outra varie<strong>da</strong>de de equipamentos eletrônicos.Segundo a empresa, as ven<strong>da</strong>s de dispositivos móveis com GPS integrado devemcrescer de 180 milhões de aparelhos em 2007 para 720 milhões em 2011. O mercado de


70telefones celulares, especialmente com tecnologia WCDMA 5 , será o principal meio de batalhade ven<strong>da</strong>s de produtos com GPS.Com to<strong>da</strong> essa perspectiva de popularização <strong>da</strong> tecnologia, fica evidente a necessi<strong>da</strong>dede utilização <strong>da</strong> mesma no planejamento e gerenciamento <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des e no desenvolvimentode novas técnicas e recursos, com o objetivo de melhorar as condições de vi<strong>da</strong> no ambienteurbano.FIGURA 05 - Representação dos 24 satélites que orbitam a terraFonte: Garmin GPS5 O WCDMA (Wideband Code-Division Multiple Access - Ban<strong>da</strong> Larga de Acesso Múltiplo por Divisão do Código) é umtipo de tecnologia na área <strong>da</strong> telefonia que oferece veloci<strong>da</strong>des de envio e recepção <strong>da</strong>dos de forma mais rápi<strong>da</strong> que atecnologias GPRS e o EDGE, e também permite falar e transmitir <strong>da</strong>dos (imagens, arquivos, etc.) ao mesmo tempo.


71FIGURA 06 - Aparelho de GPS E-trex (Navegação),Fabricante Garmin, utilizado na pesquisa3.7.1 Fatores que Afetam a Precisão do Sistema GPSO Sistema foi originalmente projetado para uso militar, mas em l980, uma decisão doentão presidente Ronald Reagan liberou-o para o uso geral. Na época, o Departamento deDefesa americano implantou um erro artificial no Sistema chamado "Disponibili<strong>da</strong>deSeletiva", para resguar<strong>da</strong>r a segurança interna do país.A Disponibili<strong>da</strong>de Seletiva foi cancela<strong>da</strong> por um decreto do Presidente Clinton emmaio de 2000, pois o contínuo desenvolvimento tecnológico permitiu ao Departamento deDefesa obstruir a precisão do Sistema onde e quando os interesses americanos exigissem.Com o decreto, o erro médio de 100 metros na localização do receptor ficou dez vezes menor.Um dos fatores que afetam a precisão é a ‘Geometria dos Satélites - localização dossatélites em relação uns aos outros sob a perspectiva do receptor GPS. Outra fonte de erro é ainterferência resultante <strong>da</strong> reflexão do sinal em algum objeto, a mesma que causa a imagem“fantasma” na televisão.


723.7.2 AplicaçõesAlém de sua aplicação óbvia na aviação geral e comercial e na navegação marítima,qualquer pessoa que queira saber sua posição, encontrar seu caminho para determinado local(ou de volta ao ponto de parti<strong>da</strong>), conhecer a veloci<strong>da</strong>de e direção de seu deslocamento podese beneficiar com o sistema.A comuni<strong>da</strong>de científica que necessita de informações espaciais com maior grau deprecisão, o utiliza por se apresentar como uma ferramenta altamente precisa de localização deacordo com ca<strong>da</strong> aparelho e modelo de aplicação. Durante experimentos científicos de coletade <strong>da</strong>dos, pode-se registrar com exatidão de micro-segundos (0,000001 segundos) quando natoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> amostra obti<strong>da</strong>.Naturalmente a localização de recolhimento <strong>da</strong> coordena<strong>da</strong> torna-se importantequando se considera a comunicação com a rede de satélites. Agrimensores diminuem custos eobtêm levantamentos mais precisos com o GPS. Uni<strong>da</strong>des específicas têm custo aproximadode 3.000 dólares e precisão de 1 metro, mas existem receptores mais caros com precisão demilímetros.A coleta de <strong>da</strong>dos por estes receptores é bem mais lenta. Guar<strong>da</strong>s florestais, trabalhosde prospecção e exploração de recursos naturais, geólogos, arqueólogos, bombeiros, sãoenormemente beneficiados pela tecnologia do sistema.O GPS tem se tornado ca<strong>da</strong> vez mais popular entre ciclistas, balonistas, pescadores,ecoturistas ou por leigos que queiram apenas planejar e se orientar durante suas viagens. Coma sua popularização, um novo conceito surgiu na agricultura: a agricultura de precisão.Uma máquina agrícola dota<strong>da</strong> de receptor GPS armazena <strong>da</strong>dos relativos àprodutivi<strong>da</strong>de em um cartão magnético que, tratados por programa específico, produz ummapa de produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> lavoura. As informações permitem também otimizar a aplicação decorretivos e fertilizantes. Lavouras americanas e européias já utilizam o processo que temenorme potencial em nosso país.Dentre as diversas aplicações do GPS, o seu uso na preservação dos recursos naturais,tem aju<strong>da</strong>do profissionais especializados (como engenheiros urbanos, florestais, biólogos egeógrafos) a orientar seus mais diversos trabalhos onde neste setor podem-se rastreardesmatamentos, focos de incêndio naturais, criminosos ou acidentais.O uso do GPS permite também fazer levantamentos de tipos de solo, pragas e doençasque atacam plantas, alem do planejamento de zoneamentos ambientais. Locais onde


73ocorreram prejuízos com a seca ou as cheias podem ser facilmente mapeados com alto grau deprecisão.Esse sistema também pode ser utilizados para implementar a reforma agrária, poispermite descobrir o ver<strong>da</strong>deiro tamanho <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s e definir com precisão áreas paradesapropriação.Outras aplicações do GPS podem ser destaca<strong>da</strong>s no campo automobilístico, com apopularização do sistema a navegação nos centros e entre centros urbanos pode ser auxilia<strong>da</strong>por um monitoramento digital que permite localizar rotas e endereços através de coordena<strong>da</strong>sgeográficas ou endereços de logradouros dependendo do tipo de aparelho.No planejamento urbano, to<strong>da</strong> a infra-estrutura (ruas, transportes, saneamento, energiaelétrica) pode ser mapea<strong>da</strong> com o GPS, o que permite detectar as regiões mais carentes dessesserviços e as obras necessárias (CIAGI, 2004).3.7.3 LimitaçõesA leitura <strong>da</strong> altitude forneci<strong>da</strong> pelo receptor é muito afeta<strong>da</strong> pelo erro do sistema.Existem receptores GPS com altímetro barométrico convencional, que permite maiorprecisão. Os sinais dos satélites não penetram em vegetação densa, vales estreitos, cavernasou na água. Montanhas altas ou edifícios próximos também afetam sua precisão.3.8 OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG) E O SISTEMA DEPOSICIONAMENTO GLOBAL (GPS)O SIG - Sistema de Informações Geográficas (termo equivalente em inglês: GIS -Geographical Information Systems), é compreendido como um conjunto poderoso deferramentas que é empregado para coletar, armazenar, recuperar, transformar e visualizar<strong>da</strong>dos sobre o mundo real em um plano computacional através de trabalho conjunto deequipamentos de informática e programas voltados para um objeto específico.Esta definição enfatiza as ferramentas de SIG: hardware, software, bancos de <strong>da</strong>dos esistema de gerenciamento de banco de <strong>da</strong>dos. Outros autores entendem que o SIG é definido


74como um sistema de captação, armazenamento, manipulação, análise e apresentação de <strong>da</strong>dosgeorreferênciados.Conforme compilações de Farias (2003), diversas definições sobre o SIG na literaturaespecificam, são encontra<strong>da</strong>s e conceitua<strong>da</strong>s por vários autores, estrangeiros e brasileiros;ca<strong>da</strong> um enfatizando as características peculiares ao SIG.As principais características do SIG são: a capaci<strong>da</strong>de de inserir e integrar, numa únicabase de <strong>da</strong>dos, informações espaciais provenientes de <strong>da</strong>dos cartográficos, <strong>da</strong>dos censitários eca<strong>da</strong>strais, urbano e rural, imagens de satélite, redes e modelos numéricos de terreno e a deoferecer mecanismos para combinar as várias informações, através de algoritmos demanipulação e análise, bem como para consultar, recuperar, visualizar e plotar o conteúdo <strong>da</strong>base de <strong>da</strong>dos georreferênciados.Pode-se considerar como informação geográfica, o conjunto de <strong>da</strong>dos (Figura 07) cujosignificado contém associações ou relações de natureza espacial. Esses <strong>da</strong>dos podem serrepresentados de forma gráfica pontos, linhas e polígonos (Figura 08), numéricos (caracteresnuméricos) ou alfanuméricos (combinação de letras e números).Base de Dados em um SIGBase de Dad Base de Dados emDados EspaciaisPontoLinhaPolígonoDados deDados GeográficosAlfanuméricaAtributosReferência GeográficaRelações EspaciaisRegistradoscomo:Registradoscomo:Coordena<strong>da</strong>s:SímbolosPixel'sInformação:AlfabéticaNuméricaFIGURA 07 - Dados Espaciais ou GeográficosFONTE: A<strong>da</strong>ptado de Farias (2003)


75Existem basicamente duas formas distintas de representar <strong>da</strong>dos espaciais em um SIG:Vetorial (Vetor) e Matricial (Raster).Os mapas são abstrações gráficas nas quais linhas, sombras e símbolos são usados pararepresentar as localizações de objetos no mundo real. Os mapas são compostos de pontos,linhas de polígonos. Internamente, um SIG representa os pontos, linhas e áreas comoconjuntas de pares de coordena<strong>da</strong>s (x, y ou longitude e latitude).Os pontos são representados por apenas um par. Linhas e áreas (polígonos) sãorepresenta<strong>da</strong>s por seqüências de pares de coordena<strong>da</strong>s, sendo que nos polígonos o último parcoincide exatamente com o primeiro (Figura 04).FIGURA 08 - Informação de natureza gráficaFONTE: Farias (2003)Desta forma, são armazena<strong>da</strong>s e representa<strong>da</strong>s no SIG as enti<strong>da</strong>des do mundo real quesão representáveis graficamente no modelo vetorial. No entanto, o SIG precisa ser capaz deextrair mais resultados destas informações. Para isso conta com um conjunto de algoritmosque lhe permitem analisar topologicamente as enti<strong>da</strong>des espaciais.O formato matricial ou raster é outro formato armazenado no SIG. Neste formato temseuma matriz de células, às quais estão associados valores, que permitem reconhecer osobjetos sob a forma de imagem digital. Ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s células, denomina<strong>da</strong> de pixel, éendereçável por meio de duas coordena<strong>da</strong>s (linha e coluna).Os <strong>da</strong>dos alfanuméricos ain<strong>da</strong> podem ser subdivididos em dois tipos: atributos dos<strong>da</strong>dos espaciais e atributos georreferênciados. O primeiro caso refere-se aos atributos quefornecem informações descritivas acerca <strong>da</strong>s características de algum <strong>da</strong>do espacial.


76Esse tipo de atributo está ligado aos elementos espaciais através de identificadorescomuns, normalmente chamados de geocódigos, que estão armazenados tanto nos registrosalfanuméricos como nos espaciais. Podem fornecer informações quantitativas ou qualitativasassocia<strong>da</strong>s às feições espaciais pontos, linhas ou polígonos (áreas) representados na base de<strong>da</strong>dos. Os atributos georreferênciados são <strong>da</strong>dos cuja única preocupação é georreferênciaralguma característica específica, sem descrever as suas feições espaciais.O SIG é um software do tipo SGBD (Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados).Distingue-se, no entanto, dos tradicionais SGBD´s na medi<strong>da</strong> em que estabelece umaassociação de registros de natureza alfanumérica com a informação de natureza gráfica –pontos, linhas e polígonos (Figura 09), gera<strong>da</strong> através de software de desenho, incluído ounão no próprio software SIG, identificando locais e situações no sentido geográfico.FIGURA 09 - Ligação de enti<strong>da</strong>des de natureza gráfica e de naturezaalfanumérica constituindo um banco de <strong>da</strong>dos SIGFONTE: Farias (2003).Nos SIG´s , cama<strong>da</strong> ou Layer é a separação lógica de informação cartográfica deacordo com o tema (Figura 10). Uma cama<strong>da</strong> é sempre um conjunto de objetos do mesmo tipo(só pontos, linhas ou só polígonos - condição obrigatória em SIG) ou um conjunto de objetosde tipos diferentes (em sistemas CAD).


77Segundo a nomenclatura do software Arc Info ® , a cama<strong>da</strong> é designa<strong>da</strong> por tema nonível conceitual e por cobertura no nível físico. Por exemplo, o tema do mundo “real”hidrografia é constituído por polígonos, linhas e pontos. Trata-se de um tema que tem de sersubdividido em várias coberturas por representar objetos de diferentes naturezas: polígonos,linhas e pontos.FIGURA 10 - Cama<strong>da</strong>s identificando locais e situações no sentido geográfico dentrode um ambiente SIGFONTE: Farias (2003).3.9 O SIG TRANSCADSegundo a Calliper (2008), fabricante do software TRANSCAD, o programa foi oprimeiro SIG projetado especificamente para o uso profissional na área de transportes. Essesoftware foi projetado para armazenar, indicar, controlar, e analisar <strong>da</strong>dos do transporte.O TRANSCAD (Figura 11) pode combinar os SIG´s e os transportes modelandopotenciali<strong>da</strong>des em uma única plataforma integra<strong>da</strong>, fornecendo as potenciali<strong>da</strong>des que sãoindisponíveis em outros pacotes de softwares. Geralmente é utilizado para to<strong>da</strong>s as


78mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de transporte, em to<strong>da</strong> a escala ou nível do detalhe. As principais característicasdo TRANSCAD são:1. Um poderoso procedimento de processamento dentro dos SIG´s comextensões especiais para o transporte;2. Utiliza visualizações e ferramentas de análise projeta<strong>da</strong>s para aplicações emtransportes; e3. Possui módulos de aplicação para o roteamento, analisando deman<strong>da</strong> decusto, o trânsito público, a logística, posição de local e a gerência doterritório.FIGURA 11 - Tela de trabalho do SIG-t TRANSCADEsse software possui aplicações para muitos dos tipos de <strong>da</strong>dos e mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des emtransportes, sendo considerado apropriado para sistemas de sustentação <strong>da</strong> informação e <strong>da</strong>decisão em transporte e suas redes e cadeias logísticas.Possuindo recursos avançados, destaca-se de outros softwares pois permite usar, criare customizar mapas, configurar e manter séries de <strong>da</strong>dos geográficos e executar tiposdiferentes de análise espacial. Possui ain<strong>da</strong> recursos tais como: folha de prova, proteção(buffering), Geocodificação de polígono (geocoding of polygon), e tem uma arquitetura de


79sistema aberto onde os <strong>da</strong>dos de suporte podem ser compartilhados em redes dos locais ou delonga distância.Basicamente, a escolha de utilização do TRANSCAD na pesquisa deve-se asvantagem ofereci<strong>da</strong>s pelo mesmo. Primeiro, os SIG´s tornam possível a utilização de modelosde planejamento mais adequados e exatos. As distâncias <strong>da</strong> rede e os tempos do percurso sãobaseados na forma real <strong>da</strong> rede em uma representação correta de interligações <strong>da</strong>s estra<strong>da</strong>s.Também, com redes poder-se-ia especificar atributos complexos <strong>da</strong> estra<strong>da</strong> tais comoexclusões de caminho, atraso em interseções, em ruas de sentido único e em inserção de zonascom novas construções de vias.Em segundo, o processo modelagem em transportes, tornava-se mais eficiente, onde apreparação de <strong>da</strong>dos era facilita<strong>da</strong> pelas potenciali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> base de informações e dovisualizador de procedimentos que detectavam falhas antes que essas causassem problemas ea terceira vantagem era o uso de equações modelagem podendo ser aplica<strong>da</strong>s em diferentessubáreas geográficas.Várias aplicações com o TRANSCAD vêm sendo desenvolvi<strong>da</strong>s no Brasil, a exemplode diversas pesquisas aplica<strong>da</strong>s recentemente na roteirização de distribuição de mídiasimpressas (jornais, revistas, boletins, etc.); coleta e descarga de resíduos sólidos;deslocamentos de cargas e pessoas por transporte público, análise e definição de zonas detráfego; coordenação de semafórica; ca<strong>da</strong>stramento e gerenciamento de linhas de ônibus eavaliação <strong>da</strong> acessibili<strong>da</strong>de aos transportes (SILVA, 1997).3.10 COMENTÁRIOSNos ambientes urbanos a estratificação social reflete o complexo mecanismo dedistribuição de ren<strong>da</strong> e conseqüentemente <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas. Como o convíviosocial é regido pelo emprego de regras, a socie<strong>da</strong>de faz cotidianamente o uso direto dosconceitos de acessibili<strong>da</strong>de e mobili<strong>da</strong>de, mesmo que não se dê conta do emprego destesconceitos; onde em muitos casos, são objeto de confusão semântica.Isso ocorre em função do relacionamento do uso do sistema de transportes ao uso dosolo, onde os indivíduos desenvolvem suas ativi<strong>da</strong>des. Assim, na área de transportes, tantoum conceito como o outro, compreendem as reais necessi<strong>da</strong>des relaciona<strong>da</strong>s à distância a serpercorri<strong>da</strong>, como ao modo e a maneira <strong>da</strong> forma como ela vai ser realiza<strong>da</strong>, considerando os


80fluxos migratórios que refletem a divisão dos espaços urbanos em suas zonas periféricas ecentrais através dos vetores de ligação.Facilmente as vias urbanas são representa<strong>da</strong>s por vetores de ligação nos ambientescomputacionais. Na composição de tais vetores, a presença dos elementos de atrito nas viassão ca<strong>da</strong> vez mais cruciais no exercício <strong>da</strong> roteirização, acessibili<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>deurbana. Assim elementos como; tipo de via, geometria, pavimento, condições de circulação,etc., afetam gravemente o deslocamento dos veículos de emergência, retirando destes, emmuitos casos, a opção de rapidez e agili<strong>da</strong>de durante o deslocamento e na escolha e execução<strong>da</strong> melhor rota.Escolher a melhor rota significa levar em conta determinado contingente de variáveisde circulação, assim como considerar dentro do processo de roteirização, problemas do tipoCaixeiro Viajante (traveling salesman problem), onde para executar um menor caminho, oveículo de emergência tem que visitar uma série de pontos estabelecidos por uma condiçãoadversa e imprevisível.Nesse contexto, as experiências internacionais mostram que para realizar o processode roteirização em tempo real, é fun<strong>da</strong>mental o uso maciço de uma grande gama deinvestimentos, estrutura e aparatos tecnológicos, a exemplo do Japão com o UTMS e deSingapura com o RTT - GPS.Ain<strong>da</strong> assim, até a presente <strong>da</strong>ta, não é possível roteirizar, acompanhar e diagnosticar apartir <strong>da</strong>s condições do trânsito em tempo real. Somente o sistema, denominado de Real TimeTraffic GPS Navigation Singapore, conseguiu realizar esta tarefa em intervalos médios decinco minutos.Frente a real condição do Brasil, não demora muito perceber a distância tecnológicaque compõe o sistema mencionado com a disponibili<strong>da</strong>de de meios e recursos em nível local.Assim, sendo indisponíveis tais recursos nesse momento, restou-se testar umaferramenta que funcionasse de forma analógica associando o uso do GPS a um SIG-T, atravésde procedimentos de modelagem em transportes, sem a necessi<strong>da</strong>de abastecimento em temporeal, mas de forma prática e contextualiza<strong>da</strong> para auxiliar na escolha <strong>da</strong> rota através <strong>da</strong> coletae processamento de informações e dinâmicas locais, procedimentos esses abor<strong>da</strong>dos noscapítulos seguintes.


81CAPÍTULO 4PREPARAÇÃO E COLETA DOS DADOS


824.1 INTRODUÇÃOEste capítulo trata do conjunto de ações necessárias para a realização <strong>da</strong> coleta de<strong>da</strong>dos, entendendo que os procedimentos necessários para a avaliação de uma ferramenta <strong>da</strong>natureza descrita no capitulo anterior, exigem a coleta de <strong>da</strong>dos, o acompanhamento, orelacionamento e o tratamento de uma série de parâmetros e variáveis que são capazes deinfluenciar, definir e gerenciar os resultados reproduzidos no produto final em nível local.Elementos como acessibili<strong>da</strong>de, capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> via, geometria, tipo de pavimento,número de faixas de tráfego, interseções, número e tipo de redutores de veloci<strong>da</strong>de, condiçõesde drenagem, nível de serviço <strong>da</strong> via, hora do dia, época do ano e condições climáticas,determinam diretamente o tempo de resposta esperado em um serviço de atendimento préhospitalarde emergência.Assim, de acordo com o objetivo <strong>da</strong> pesquisa e com os procedimentos preparatórios deadotados, a metodologia de preparação e coleta de <strong>da</strong>dos foi dividi<strong>da</strong> em 04 (quatro) etapasdistintas: Configuração e uso <strong>da</strong> base ca<strong>da</strong>stral, registro <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de e do tempo, definiçãodo período de coleta de <strong>da</strong>dos e coleta de <strong>da</strong>dos.4.2 A CIDADE DE JOÃO PESSOAA ci<strong>da</strong>de de João Pessoa é a capital do estado <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong>, sendo o município maispopuloso, apresenta uma população de 674.762 habitantes segundo o IBGE. Fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em1585 com o nome original de Filipéia de Nossa Senhora <strong>da</strong>s Neves, João Pessoa é a terceiraci<strong>da</strong>de mais antiga do Brasil e também a última a ser fun<strong>da</strong><strong>da</strong> no país no século XVI (GNU,2008).Localiza<strong>da</strong> na porção mais oriental <strong>da</strong>s Américas e do Brasil, com longitude oeste de34º47'30" e latitude sul de 7º09'28. A altitude média em relação ao nível do mar é de 37metros, com altitude máxima de 74 metros nas proximi<strong>da</strong>des do rio Mumbaba, predominandoem seu sítio urbano terrenos planos com cotas <strong>da</strong> ordem de 10 metros, na área inicialmenteurbaniza<strong>da</strong> (GNU, 2008).O clima <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de é quente e úmido, do tipo intertropical, com temperaturas médiasanuais de 26°C. A estação chuvosa inicia-se em março e termina em agosto. São duasestações climáticas defini<strong>da</strong>s, as chuvas ocorrem no período de outono e inverno e durante


83todo o resto do ano o clima é de muito sol. A denominação mais usual para o clima <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>deé o de tropical úmido (GNU, 2008).Diante deste breve memorial sobre a ci<strong>da</strong>de e <strong>da</strong>ndo prosseguimento ao estudo, JoãoPessoa apresentou segundo o Ministério <strong>da</strong> Saúde em 2005, índices proporcionais deinternações hospitalares (SUS) por causas externas que lhe classificou nas seguintes posiçõesno cenário nacional: a 6ª capital brasileira em maior número de internações por intoxicação, a7ª em internações por agressões, a 11ª em internações por causas oriun<strong>da</strong>s de acidentes detransporte, a 17ª em internações por que<strong>da</strong>, a 23ª por lesões auto-provoca<strong>da</strong>s e a 10ª eminternações pelas demais causas externas.Ain<strong>da</strong> deve ser ressaltado que, frente aos <strong>da</strong>dos relativos aos índices de concentraçãode população nas áreas urbanas, João Pessoa ocupa a 25ª posição na lista <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des maispopulosas do país. Tal fato reforça mais ain<strong>da</strong> a necessi<strong>da</strong>de de atenção especial aos serviçosde saúde, quando comparamos os índices proporcionais de internações hospitalares (SUS) asua posição entre as ci<strong>da</strong>des mais populosas do Brasil.Neste contexto percebe-se a necessi<strong>da</strong>de efetiva de funcionamento do serviço médicode urgência e emergência, para o atendimento <strong>da</strong>s vítimas desses acontecimentos entendendoque, a deman<strong>da</strong> por este serviço na capital já efetivamente registrou 240.968 chamados noperíodo de 01/12/2006 a 05/05/2008 segundo a central de regulação do SAMU João Pessoa.4.3 CONFIGURAÇÃO E USO DA BASE CADASTRAL4.3.1 Construção <strong>da</strong> Base Digital e Seleção <strong>da</strong> Área para Aplicação do ProtótipoA obtenção <strong>da</strong> área de aplicação do protótipo foi feita com a definição inicial doslimites de abrangência, neste caso, as fronteiras viárias do município de João Pessoa/Pb.Foram considera<strong>da</strong>s duas frações de espaço que integraram a área de estudo. A primeirafração foi àquela responsável pela obtenção dos <strong>da</strong>dos reais de locomoção dos veículos deemergência, que abrange o perímetro total <strong>da</strong>s vias municipais.A segun<strong>da</strong> compreende a parte <strong>da</strong> malha viária dos bairros Água Fria, José Américo,Bancários, Castelo Branco e parte do trecho urbano <strong>da</strong> BR-230. A escolha <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> fraçãode área ocorreu pelo fato do protótipo de roteirização ser desenvolvido para aplicação emâmbito local (área do pré-teste), por estes bairros reunidos apresentarem as tipologias de vias


84em que o protótipo se baseou para aferir os <strong>da</strong>dos necessários e por fim, pelo fator tempodisponível para realização <strong>da</strong> pesquisa, já que a ampliação <strong>da</strong> área de abrangência poder serfeita a qualquer tempo, pela reaplicação <strong>da</strong> metodologia a todo sistema viário <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.Neste processo, foi adotado como base digital de referência as plantas produzi<strong>da</strong>s pelaPrefeitura Municipal <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de de João Pessoa, cedi<strong>da</strong>s pela Superintendência de Transportee Trânsito <strong>da</strong> Capital – STTrans, (Figura 12).FIGURA 12 - Representação do mapa <strong>da</strong>s vias arteriais ecoletoras de João Pessoa com delimitação <strong>da</strong> área deestudo. - Vide Mapa 1 (versão amplia<strong>da</strong>)A construção <strong>da</strong> base digital trabalha<strong>da</strong> deu-se através <strong>da</strong> sobreposição de cama<strong>da</strong>s porintermédio de programa do segmento CAD, a fim de criar polígonos para delimitação debairros e segmentos de retas para representar os eixos viários <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.


8585Visualizar o arquivo na pasta MAPASMAPA 01 - Vias arteriais e coletoras de João Pessoa com delimitação <strong>da</strong> área de estudo


86O processo de adequação do mapa base foi calibrado de acordo com os pontos degeoreferenciamento <strong>da</strong>s informações ca<strong>da</strong>strais. Após isso, foram inseri<strong>da</strong>s as latitudes elongitudes dos pontos de referência, definido a escala de trabalho do mapa, de acordo com anecessi<strong>da</strong>de de visualização, e por fim editados os vetores viários do mapa produzido.Após o alinhamento <strong>da</strong>s informações cartográficas, foram atribuídos a estes polígonose vetores informações espaciais através de um programa do tipo SIG, a fim de possibilitar emum momento posterior a análise <strong>da</strong> base de <strong>da</strong>dos indexa<strong>da</strong> pelas informações vetoriais.4.3.2 Verificação e Correção do Georeferenciamento <strong>da</strong> Área Escolhi<strong>da</strong>Após a construção do mapa base e a inserção dos <strong>da</strong>dos iniciais, foram verifica<strong>da</strong>svárias inconsistências de <strong>da</strong>dos e informações espaciais. O primeiro fator a ser corrigido foi oalinhamento dos eixos viários nas dimensões internas dos bairros, pois foi constatado que acama<strong>da</strong> dos eixos viários não estava alinha<strong>da</strong> com a delimitação <strong>da</strong> testa<strong>da</strong> dos lotes do mapade uso e ocupação do solo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.Quando o arquivo do tipo SHP (Shape file) <strong>da</strong> divisão de bairros foi sobreposto peloarquivo <strong>da</strong> extensão <strong>da</strong>s vias, precisou ser efetuado o realinhamento <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> por apresentarerros de georeferenciamento, os quais se aproximavam <strong>da</strong> ordem de 20m de diferença <strong>da</strong>sinformações de um arquivo para outro (Figura 13).Foi necessário realizar o georeferenciamento para o sistema geodésico de referênciaSAD-69 (antigo Córrego Alegre), que tem como correspondente no software TRANSCAD oelipsoide GRS-67, e como área de cobertura os países <strong>da</strong> Argentina, Bolívia, Brasil, Chile,Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Venezuela e etc., conforme a lista deelipsoides no manual do Software.Posterior a essa operação, foi realiza<strong>da</strong> uma coleta de três pontos distintos através deum aparelho de GPS do tipo Garmin E-trex, para aferir a precisão <strong>da</strong> informação espacialcria<strong>da</strong>. Os pontos coletados para aferição do georeferenciamento foram: Ponto 01 – Base doSAMU-JPA, coordena<strong>da</strong>s: 7°10'11.31"S / 34°51'49.66"O, Ponto 02 – Centro de Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia deMangabeira, Coordena<strong>da</strong>s: 7°10'15.38"S / 34°50'18.32"O, e Ponto 03 – Hospital deEmergência e Trauma de Senador Humberto Lucena em João Pessoa, Coordena<strong>da</strong>s: 7°7'0.95"S / 34°50'35.80"O.


87FIGURA 13 - Desalinhamento dos eixos viários no arquivo *.ShpFONTE: Imagem obti<strong>da</strong> por exportação do Google Earth, 2007.Após a coleta dos pontos e suas respectivas transferências para o mapa construído, foiverifica<strong>da</strong> a convergência para localização correta no mapa, onde se aferiu a compatibili<strong>da</strong>dedo georeferenciamento e <strong>da</strong>s informações.Com esse procedimento foi corrigi<strong>da</strong> grande parte <strong>da</strong>s incompatibili<strong>da</strong>des deinformações ca<strong>da</strong>strais e de coordena<strong>da</strong>s geográficas apresenta<strong>da</strong>s pelo mapa de querepresentava o município de João Pessoa, produzido no ano de 1998 e que estava em processode atualização durante o ano de 2007.4.3.3 Criação de um Banco de Dados de Linhas e PontosO processo de criação de um banco de <strong>da</strong>dos exige inicialmente a resposta de algumasperguntas, como por exemplo: que finali<strong>da</strong>de terá o banco de <strong>da</strong>dos? Que tabela ou quaistabelas irão compor a matriz de <strong>da</strong>dos? Que <strong>da</strong>dos serão acessados e ou utilizados com maisfreqüência? e por fim, como este banco de <strong>da</strong>dos poderá ser alimentado?


88Um banco de <strong>da</strong>dos refere-se à concentração de uma gama de informações quenecessitam ser analisa<strong>da</strong>s isola<strong>da</strong>mente em etapas, ou em outros casos, simultaneamente. Nocaso desta pesquisa, era necessário criar um banco de <strong>da</strong>dos que reunisse informações docomprimento <strong>da</strong> via, nome, veloci<strong>da</strong>de média operacional e tempo de percurso por vetor,mantendo relação com os elementos de restrição nas vias.O fator tempo, foi elencado como <strong>da</strong>do mestre para alimentar o algoritmo demodelagem de roteamento do software TRANSCAD. O algoritmo do programa escolhia amelhor rota pelo somatório do menor intervalo de tempo, respeitando as restrições viárias elevando em consideração que o menor tempo era obtido pela relação entre as variáveisveloci<strong>da</strong>de e distância.Dentro dos parâmetros de veloci<strong>da</strong>de (veloci<strong>da</strong>de operacional do veículo) foramlevados em consideração todos os elementos descritos inicialmente no parágrafo anterior ereferente aos paramentos técnicos.Constantemente os <strong>da</strong>dos mais acessados no banco de <strong>da</strong>dos são aqueles quedeterminam os parâmetros de calibragem do procedimento e modelagem. Em um banco de<strong>da</strong>dos com um acesso adequado, as informações geralmente possibilitam os mais diversostipos de consultas e mostram isola<strong>da</strong>mente ou simultaneamente as informações deseja<strong>da</strong>snaquele instante (Figura 14).A modelagem depende diretamente <strong>da</strong> consulta que mostra o conjunto e/ou osubconjunto de <strong>da</strong>dos, que é necessário para articular as combinações de <strong>da</strong>dos de diferentescolunas, linhas e tabelas.Um fator muito importante associado aos bancos de <strong>da</strong>dos, diz respeito àrealimentação do mesmo. Um banco de <strong>da</strong>dos deve estar aberto à realimentação deinformações para que se mantenha atualizado e que os procedimentos de modelagem nãovenham a apresentar erros, decorrentes de <strong>da</strong>dos que não mais representam o atual cenário.


89FIGURA 14 - Banco de <strong>da</strong>dos utilizado na modelagem no TRANSCADO simples fato de alterar o sentido de circulação de uma rua, ou instalar redutores develoci<strong>da</strong>de em uma aveni<strong>da</strong> compromete em certo grau o procedimento de modelagem, pois acomprometerá a roteirização por não estar respeitando as restrições e no segundo casoveloci<strong>da</strong>de operacional <strong>da</strong> via sofrerá alteração.4.3.4 Catalogar os Elementos de Atrito na ViaNa configuração e uso <strong>da</strong> base ca<strong>da</strong>stral, é imperativo catalogar por segmento de viaos elementos de atrito, pois estes elementos influenciam diretamente na veloci<strong>da</strong>deoperacional do veículo.Os sistemas viários nos ambientes urbanos são compostos por diferentes combinaçõesde vias, conforme define o Código de Trânsito brasileiro (<strong>CT</strong>B): Trânsito Rápido, Arteriais,Coletoras e Locais. Alem <strong>da</strong> classificação do <strong>CT</strong>B, as vias apresentam diferentes geometrias,pavimentos, declives e aclives.


90Nas vias urbanas convencionais as características dos pavimentos são projeta<strong>da</strong>s emsua maioria para o tráfego de automotores, onde a configuração <strong>da</strong> rede viária para pedestres eportadores de mobili<strong>da</strong>de reduzi<strong>da</strong> são menos favoreci<strong>da</strong>s, forçando a esses usuários a dividirespaço com os veículos nas faixas de circulação.Dentre os elementos de atrito <strong>da</strong>s vias, os inibidores de veloci<strong>da</strong>de, são responsáveispela redução <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de de circulação no vetor viário, e apresentam-se tanto na forma deobstáculos físicos (lomba<strong>da</strong>), como em meio eletrônico a exemplo dos Redutores Eletrônicosde Veloci<strong>da</strong>de (REV´s) e Detectores Eletrônicos de Veloci<strong>da</strong>de (DEV´s).Ca<strong>da</strong> vez se mostra mais importante controlar a veloci<strong>da</strong>de em algumas vias,utilizando os recursos disponíveis como: sobre-elevação nas pistas de rolamento, lomba<strong>da</strong>,troca de pavimentos em faixa de pedestre, desvio do tráfego intenso para outras vias, ruas emslalom (curva e contra-curva continua em “S”), alteração do eixo <strong>da</strong> via, uso de alame<strong>da</strong>s(leito estreito apresentando ou não canteiro central).Porém, no entanto é necessário tomar a devi<strong>da</strong> cautela para não retar<strong>da</strong>r também otrânsito dos veículos de emergência, que gozam de livre circulação, para<strong>da</strong> e estacionamentoconforme o Art. 29, Inciso VII, do <strong>CT</strong>B.Todos esses elementos citados acima entre os demais, devem ser mapeados a fim depossibilitar a facilitação <strong>da</strong> escolha do melhor caminho que nem sempre é o menor,principalmente no caso dos veículos de emergência.Esses veículos em sua grande maioria dependem diretamente <strong>da</strong>s generali<strong>da</strong>des <strong>da</strong>svias, que devem possuir uma interface que possibilite o deslocamento em segurança entre aorigem e o destino.As vias devem conter em sua composição mecanismos de entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> no sistema,acesso e espaço para estacionamento e para<strong>da</strong> na via ou fora dela não ocasionando, ou aomenos, minimizando as dificul<strong>da</strong>des gera<strong>da</strong>s pelas interrupções por conexões do sistema,objetivando minimizar o tempo real de viagem.4.4 REGISTRO DA VELOCIDADE E DO TEMPO4.4.1 Preparação Inicial para a Coleta de DadosPara efetuar as primeiras coletas de <strong>da</strong>dos a fim <strong>da</strong> execução do pré-teste, foinecessário planejar e organizar os procedimentos preparatórios de coleta. Nesta etapa, foram


91levanta<strong>da</strong>s e revisa<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as ações e equipamentos; desde os mecanismos de coleta <strong>da</strong>sinformações até as autorizações de tripulação <strong>da</strong> ambulância com comunicação deacompanhamento a equipe médica de plantão.Esses procedimentos englobaram também a elaboração do check-list e a revisão eacomo<strong>da</strong>ção e conferência de materiais utilizados, sendo a revisão feita antes <strong>da</strong> parti<strong>da</strong> para oatendimento <strong>da</strong>s ocorrências.Na realização do trabalho de campo, colocaram-se todos os procedimentos anterioresem prática, observando todos os aspectos que foram planejados, onde também observou-se aimportância, de se realizar os registros elementares sem per<strong>da</strong> de <strong>da</strong>dos por falta deequipamentos ou materiais que deveriam estar embarcados no veículo no instante <strong>da</strong>ocorrência.Observando-se a coleta dos <strong>da</strong>dos composta por indicadores, vetores, e matrizesinformacionais, a captura <strong>da</strong>s informações e o registro dos aspectos complementares foramconcor<strong>da</strong>ntes com o objeto definido e destinado a ser analisado, podendo estes seremregistrados através de equipamentos eletrônicos e por outros meios de anotaçõessimultaneamente.No retorno a base, foi fun<strong>da</strong>mental antes de qualquer outra ativi<strong>da</strong>de a transferência<strong>da</strong>s informações para um computador como forma de preservar as informações, para nãohaver per<strong>da</strong> dos <strong>da</strong>dos por acidentes na manipulação dos equipamentos nas próximasocorrências. Assim como a manutenção dos equipamentos utilizados juntamente com olevantamento de per<strong>da</strong>s e ou comprometimentos do maquinário e ou membros <strong>da</strong> equipe.Concluí<strong>da</strong> esta etapa e toma<strong>da</strong>s às devi<strong>da</strong>s providências quanto ao registro de <strong>da</strong>dos econferência do material, foi necessário à observação dos cui<strong>da</strong>dos básicos e também de algunsprocedimentos voltados ao processamento e a sistematização <strong>da</strong>s informações e/ou <strong>da</strong>dosobtidos, visando à obtenção de fontes confiáveis para a continui<strong>da</strong>de dos trabalhos emgabinete.Depois de condensados, processados e tratados os <strong>da</strong>dos, foram defini<strong>da</strong>s as formaspelos quais os <strong>da</strong>dos seriam aproveitados e divulgados de forma ampla e aberta, culminandona continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s próximas etapas deste trabalho.


924.4.2 Coleta a Partir dos Registros de Ocorrências ReaisO processo de aferição <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de e do tempo dos veículos de emergência doSAMU-JPA foi realizado ao longo de 10 meses durante o ano 2007, especificamente noperíodo previsto entre fevereiro a novembro.A escolha deste intervalo de tempo foi justifica<strong>da</strong> pela sazonali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> dinâmica decirculação na ci<strong>da</strong>de de João Pessoa. No primeiro e no ultimo mês do ano, o número deveículos circulando nos perímetros viários <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de se alteram devido à tempora<strong>da</strong> de festasnatalinas em conjunto com as comemorações de passagem de ano e respectivamente, as fériasescolares que em alguns casos coincidem com as férias do setor público em suas três esferas.Para a realização <strong>da</strong>s coletas foram utilizados os seguintes equipamentos: GPS denavegação com tempo de registro automático, câmera de filmagem digital (com disco dearmazenamento interno) e com cronômetro progressivo acompanhado de registro de <strong>da</strong>ta,hora, minuto, segundo e milésimo de segundo, máquina fotográfica digital e prancheta complanilha de anotação dos registros.Para registrar a veloci<strong>da</strong>de e o tempo dos veículos de emergência em uma situaçãoreal, foi necessário solicitar autorização à gerência municipal do serviço, que liberou o acessoilimitado as instalações e as diligências do serviço no acompanhamento dentro dos veículos.O registro feito através do GPS com intervalo temporal de 5 segundos, agrupava to<strong>da</strong>sas informações sobre percurso realizado, a exemplo <strong>da</strong>: Veloci<strong>da</strong>de mínima, veloci<strong>da</strong>demáxima, veloci<strong>da</strong>de média, <strong>da</strong>ta, hora de ca<strong>da</strong> registro em intervalos de cinco segundos,veloci<strong>da</strong>des mínima, máxima e média em declive, veloci<strong>da</strong>des mínima, máxima e média emaclive, distância total, distância por segmento de registro, altitude em relação ao nível do mar,e coordena<strong>da</strong>s de ca<strong>da</strong> ponto, assim como a rota executa<strong>da</strong>.Os elementos de atrito foram identificados através dos registros feitos com a câmerade filmagem, utiliza<strong>da</strong> para capturar to<strong>da</strong> a ocorrência desde o acionamento na base até odestino hospitalar.Neste procedimento, foram cruza<strong>da</strong>s as informações do GPS e a imagem de satélite,com o conteúdo final <strong>da</strong> filmagem, onde conseguiu-se identificar fielmente to<strong>da</strong>s as variaçõesde veloci<strong>da</strong>de e quais os elementos de atrito que influenciaram no deslocamento e na rota,naquele instante durante a ocorrência (a presença de lomba<strong>da</strong>, a quali<strong>da</strong>de do pavimento, ascondições do trânsito, etc.) assim como, os locais em que ocorreram.Durante os registros ao longo <strong>da</strong> pesquisa sempre houve o uso <strong>da</strong> ética nosprocedimentos, sendo extremamente necessário não expor sob hipótese alguma as vítimas <strong>da</strong>s


93ocorrências e os profissionais envolvidos nelas. Por tal motivo, foram analisados apenas assituações e os <strong>da</strong>dos coletados e em qualquer outro momento não serão atribuídos nomes enem <strong>da</strong>tas as ocorrências por respeito à privaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s informações e ao código de ética epostura na pesquisa.Dentro <strong>da</strong> ambulância, acompanhar as ocorrências reais exige do indivíduo alto graude controle emocional (6) . Não sendo tarefa <strong>da</strong>s mais fáceis manter a calma, quando se estáexposto à intensa pressão psicológica ao presenciar situações onde as emergências faziam usode todos os recursos necessários para conseguir resgatar vítimas com vi<strong>da</strong>.Dentro do veículo, sempre se deve seguir estritamente as regras operacionais noserviço, sendo o uso dos equipamentos de segurança imprescindíveis, inevitáveis eobrigatórios. O acompanhamento deve sempre ser feito no banco <strong>da</strong> retaguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> cabine,deixando o assento do motorista e do médico e/ou do auxiliar de enfermagem sempredisponível.Durante as ocorrências onde era necessária a intervenção direta e imediata do médicoe/ou do auxiliar de enfermagem, o acompanhante acomo<strong>da</strong>va-se no banco dianteiro doveículo e auxiliava o motorista nas informações que estivessem fora do seu campo visual,lembrando que to<strong>da</strong> comunicação por rádio freqüência só podia ser feita pela equipe técnicado veículo.Na Figura 15, registrou-se o instante em que era realiza<strong>da</strong> a passagem de serviço, nomomento em que eram checa<strong>da</strong>s as condições e os equipamentos <strong>da</strong> ambulância a centralrecebeu um chamado e a equipe que assumia o plantão dirigiu-se de imediato ao destinoacionado a fim de realizar o atendimento residencial a vítima como mostra a seqüênciafotográfica a seguir.6 Como exemplo, pode-se citar durante a pesquisa os fatos reais de presenciar falecimentos e/ou o desespero devítimas agonizando por socorro. Essa situação causa impactos muito fortes do ponto de vista emocional, e emcontra parti<strong>da</strong> estímulos para realização de algo que possa minimizar esses eventos ou ao menos contribuir paraaju<strong>da</strong>r a salvar mais vi<strong>da</strong>s frente as novas faces dos acidente e violências nos ambientes urbanos.


94FIGURA 15 - Registro seqüencial de atendimento realizado – Ano 20074.4.3 Escolha <strong>da</strong> Área Piloto para AplicaçãoA escolha para a seleção de uma área piloto para aplicação <strong>da</strong>s técnicas deroteirização, alem de ter considerado a espaciali<strong>da</strong>de local, considerou também a presença decorredores viários que interligassem o bairro mais populoso <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de (B. Mangabeira) aoutros corredores condicionados por outros dois pré-requisitos (Figura 16).O primeiro foi em função <strong>da</strong> composição do sistema viário <strong>da</strong> área, que deveria dispordos tipos de pavimentos catalogados para utilização no protótipo. O segundo diz respeito aoperímetro <strong>da</strong> área sendo apenas parte do município de João Pessoa, já que pelaindisponibili<strong>da</strong>de do fator tempo (prazo de conclusão <strong>da</strong> pesquisa: 24 meses), não seriapossível mapear to<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, pois não havia tempo, recursos humanos e financeiros pararefazer o mapeamento viário total de to<strong>da</strong> capital.A expansão <strong>da</strong> área de cobertura para o sistema de rotas, pode ser feita a qualquertempo, já que o procedimento não passa <strong>da</strong> repetição dos mesmos métodos aplicados naconstrução <strong>da</strong> área piloto. Na delimitação <strong>da</strong> área piloto para aplicação dos testes, adotou-se


95corredores unitários de circulação (Figura 17), onde uma via com mais de uma faixa decirculação no mesmo sentido foi representa<strong>da</strong> por apenas um vetor viário, evitando assim aduplicação, triplicação e etc., de eixos viários, o que sobrecarregaria o programa.Em relação ao texto do parágrafo anterior, essa medi<strong>da</strong> de simplificação procurouevitar que fosse exigido um esforço computacional desnecessário para a resolução <strong>da</strong>sincompatibili<strong>da</strong>des já aponta<strong>da</strong>s e, no caso <strong>da</strong> não adoção os problemas cresceriamexponencialmente de acordo com o tamanho <strong>da</strong> área.Base SAMU-JPFIGURA 16 - Área de EstudoFONTE: Google Earth 2007.Serviços de SaúdeÁrea de EstudoVias Arteriais


96FIGURA 17 - Rede viária com corredores unitários4.4.4 Realização Inicial de um Pré-TesteApós a primeira coleta e tratamento inicial dos <strong>da</strong>dos foi realizado todo oprocedimento preparatório para a realização de um pré-teste no TRANSCAD, a fim deverificar as reações do programa ao utilizar as veloci<strong>da</strong>des médias operacionais obti<strong>da</strong>satravés <strong>da</strong> média <strong>da</strong>s veloci<strong>da</strong>des coleta<strong>da</strong>s durante as primeiras 04 ocorrências.Como a base digital já havia sido monta<strong>da</strong>, foi adiciona<strong>da</strong> uma nova cama<strong>da</strong> devetores que representavam as vias <strong>da</strong> área piloto de aplicação. O uso desta cama<strong>da</strong> deve-se aofato <strong>da</strong> construção de links vetoriais que possibilitam ao programa entender que ca<strong>da</strong>segmento de reta se comunica com outros segmentos através de nós de ligação (Figura 18).


97Esse tipo de comunicação entre os links vetoriais (eixos viários) permite a inserção derestrições que nesse caso seriam as regras gerais de circulação previstas no <strong>CT</strong>B e emoperação no trecho viário escolhido.FIGURA 18 - Rede viária do pré-testeAo criar a rede com detalhamento do número de enti<strong>da</strong>des de conexão (Figura 19),extensão e restrições, atribuindo a estes vetores as respectivas veloci<strong>da</strong>des médiasoperacionais no banco de <strong>da</strong>dos e os sentidos de circulação (restrições viárias), observou-seque o programa respondeu positivamente a uma rota virtual do tipo ponto-a-ponto.Ao executar um segundo pré-teste envolvendo to<strong>da</strong> a malha viária <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de JoãoPessoa, atribuindo a veloci<strong>da</strong>de máxima permiti<strong>da</strong> por tipo de via (procedimento adotado nopré-teste somente para checar a integração dos nós de ligação e <strong>da</strong>s restrições de circulação),observou-se uma instabili<strong>da</strong>de de execução e posterior travamento do programa, pois taisfatos ocorreram também, devido a falhas de desconexão em grande parte dos vetores viáriosno layer do arquivo shape file fornecido pela STTrans.


98FIGURA 19 - Rota ponto-a-pontoNas aplicações <strong>da</strong> roteirização no programa, os principais erros apresentados foram:cama<strong>da</strong> não encontra<strong>da</strong>, informar qual cama<strong>da</strong> deveria ser ativa<strong>da</strong>, sentidos de viasduplicados, desconexão de rede e recarregar o arquivo de rede.Esses problemas devem-se a falhas nas bases forneci<strong>da</strong>s ao programa e não aocomprometimento de sua operacionali<strong>da</strong>de. As informações cedi<strong>da</strong>s pela prefeituraapresentaram em grande parte de seus arquivos, problemas de desatualização,georreferenciamento incorreto, formação do eixo de vias pelo somatório do alinhamento detesta<strong>da</strong> de lotes lindeiros e duplicação de enti<strong>da</strong>des (polígonos, pontos e linhas).4.5 PERÍODO DE COLETA DOS DADOSDurante o período de coleta de <strong>da</strong>dos foram considerados os seguintes itens: númerode dias de coleta, dias <strong>da</strong> semana, tempo de coleta, e o número de registros de veloci<strong>da</strong>des.


99Esses <strong>da</strong>dos, quando tratados e agrupados em planilhas, gráficos e vetores exportados derambase à geração <strong>da</strong>s informações necessárias como segue no texto.Inicialmente o número de dias de coleta para este estudo, foi à quanti<strong>da</strong>de necessáriapara agrupar o somatório de <strong>da</strong>dos suficiente para alimentar os bancos de <strong>da</strong>dos com asinformações necessárias. Assim 15 módulos de coleta distribuídos durante os meses defevereiro, setembro e novembro de 2007 compuseram a amostra, considerando um módulo decoleta como um turno ininterrupto de 16 horas durante o dia ou à noite.A amostra representativa somou um total de 240 horas de coleta de <strong>da</strong>dos embarcadonas ambulâncias. Entretanto, a distribuição semanal dos módulos de coleta foi aloca<strong>da</strong> nosdias <strong>da</strong> semana em que ocorrem mais chamados, segundo consulta prévia feita ao banco deregistros do SAMU/JPA durante o mês de Janeiro de 2007.Os dias de maior freqüência de chamados são os que antecedem os feriados, fins desemana, especialmente madruga<strong>da</strong>s dos sábados e <strong>da</strong>s segun<strong>da</strong>s-feiras, e principalmentedurante os feriados prolongados durante os turnos vespertinos e noturnos.Quanto ao número de registros, feitos foi coletado um total de 7.940 registros develoci<strong>da</strong>des, posição e direção. As informações foram agrupa<strong>da</strong>s em 68 trilhas quecompuseram os segmentos de vetores analisados separa<strong>da</strong>mente um a um por ocorrência.O comprimento cartográfico <strong>da</strong>s trilhas coleta<strong>da</strong>s totalizou 5.769 km percorridosdentro dos veículos de emergência. Outro fator relevante, foi que o aclive máximo percorridodurante os deslocamentos em relação ao nível do mar, não ultrapassou o registro de 69,34m(Bairro <strong>da</strong>s Indústrias), registrando uma elevação mínima 23,67m (base SAMU) e umaaltitude ganha de 45,67m o que remete ao perfil topográfico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de João Pessoa emrelação às trilhas percorri<strong>da</strong>s durante a coleta de <strong>da</strong>dos.4.6 COLETA DE DADOSPara coletar e compreender o comportamento do veículo de emergência frente aoselementos de atrito presentes nas vias, foi necessário acompanhar dentro <strong>da</strong> ambulância numtotal de 14 (quatorze) ocorrências, sendo 10 (dez) ocorrências de emergência e 04 (quatro) deremoção.


100Ao adequar um protótipo de roteirização em um ambiente urbano, é fun<strong>da</strong>mentalconhecer sua dinâmica viária. Nos países desenvolvidos, os investimentos para a obtençãodeste tipo de informação estão à altura <strong>da</strong> tecnologia disponível no campo dos transportes.A implantação desse tipo de sistema necessita do desembolso de grandes cifras nocampo <strong>da</strong> informática, eletrônica, redes de comunicação e no fator humano. Sistemasinterligados exigem alto grau de tecnologia para funcionarem em “tempo real” e em sintoniacom as dinâmicas locais.Coletar, quantificar, filtrar e analisar essas informações de forma analógica podemostrar a dinâmica viária local de um ambiente, mas não expressam suas variações em to<strong>da</strong>sas escalas ao longo de intervalos de tempo mais específicos, pontuais e/ou curtos.Para entender a dinâmica viária <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, foram obtidos junto a STTrans <strong>da</strong>dos decontagem de veículos em 15 pontos (Figura 20) de maior volume de circulação e acesso nomunicípio (2006). Os pontos de coleta foram os seguintes locais:- Av. Amazonas,- Av. Expedicionários,- Av. Flávio Ribeiro Coutinho,- Av. Geraldo Porto x Av. Ruy Carneiro,- Av. Josefa Taveira,- Av. Júlia Freire,- Av. Maranhão,- Av. Mariângela Lucena Peixoto,- Av. Dom Pedro II,- Av. Epitácio Pessoa- Av. Senador Ruy Carneiro,- Av. Bancário Sergio Guerra,- Av. Dr. Nunes Filho x Av. Ruy Carneiro- Av. Sidney Dore- Av. Nego.Um fator a ser considerado durante a coleta para a análise dos horários de sobrecargado sistema viário, é que o órgão gestor municipal (STTrans) efetuou a pesquisa de contagemem sua maior parte em semáforos, o que não é muito recomen<strong>da</strong>do, pois a contagemvolumétrica ficará condiciona<strong>da</strong> ao tempo de semaforização <strong>da</strong> via.


101FIGURA 20 - Pontos de coleta de contagem volumétricaEm outras palavras, o volume de contagem vai ficar atrelado à capaci<strong>da</strong>de deescoamento <strong>da</strong> via de acordo com o tempo de abertura dos semáforos. Este procedimentorevela apenas os horários de pico, as frações de hora de pico, mas compromete a contagemtotal de veículos circulando, pois o número máximo de veículos sempre vai ser o número deveículos que a via comporta durante o tempo de semaforização.A amostragem <strong>da</strong> contagem volumétrica possuiu diretamente três objetivosespecíficos: o primeiro, observar a variação no volume de circulação ao longo do dia; osegundo, identificar as faixas de pico por hora de coleta; e o terceiro, encontrar o maior picopor quarto de hora.A variação no volume de circulação ao longo do dia foi medi<strong>da</strong> com o intuito deidentificar o comportamento de deslocamento dos veículos nas vias, onde geralmente, osprimeiros períodos <strong>da</strong> manhã apresentam um crescimento exponencial, tendo o meio dia e fim<strong>da</strong> tarde como picos de maior dificul<strong>da</strong>de de deslocamento.


102As identificações <strong>da</strong>s faixas de pico são diretamente emprega<strong>da</strong>s na roteirização paratentar evitar na programação <strong>da</strong> rota o deslocamento pelas vias que comportam o maiortráfego de acordo com o dia <strong>da</strong> semana e a hora do mesmo, pois dentro do sistema urbano devias as ativi<strong>da</strong>des comerciais nos dias úteis impulsionam os deslocamentos de pessoas eveículos em convergência para os pólos geradores de tráfego.O gráfico de variação horária de volume de tráfego em intervalos de 15 minutos,serviu para identificação de quais poderiam ser os momentos de estrangulamento viários nosistema, pois em pequenos intervalos de tempo como o citado acima, podem agrupar por umainterseção semaforiza<strong>da</strong> grande quanti<strong>da</strong>de de veículos, o que pode dificultar a passagem deum veículo de emergência, este fator seria capaz de comprometer a vi<strong>da</strong> de uma vítima queestivesse a bordo em uma possível ocorrência.4.7 COMENTÁRIOSNeste capítulo foi apresentado o conjunto de ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s durante oprocesso de preparação e a coleta de <strong>da</strong>dos, subdividindo-os em seções volta<strong>da</strong>s para oestudo dos aspectos de montagem <strong>da</strong> base digital e aplicação de um pré-teste, sobre a qualforam aplica<strong>da</strong>s simulações na área piloto, delimita<strong>da</strong> em função <strong>da</strong>s razões hora expostas naseção 4.2.1.As ativi<strong>da</strong>des de reconfiguração e a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong> base digital foram executa<strong>da</strong>s emfunção <strong>da</strong> mesma apresentar parâmetros de georreferenciamento divergentes, o que em termospráticos, significa o desalinhamento <strong>da</strong>s imagens de satélite sobrepostas pelas cama<strong>da</strong>s deeixos viários e polígonos de bairros adiciona<strong>da</strong>s ao sistema.Para articular os aspectos computacionais de combinação <strong>da</strong>s variáveis relaciona<strong>da</strong>s àconstrução de um ambiente virtual, agregando informações espaciais apoia<strong>da</strong>s em algoritmosutilizados pelo computador, foi necessária a criação de bancos de <strong>da</strong>dos que respondessemsimultaneamente pela base de informações sobre a qual o programa buscaria receber asinstruções e pelo cálculo <strong>da</strong>s rotas.Assim, a convergência e transformação <strong>da</strong>s informações espaciais em vetoriais,possibilitou reordenar o parâmetro de escolha <strong>da</strong> rota, não pelo menor somatório de distânciae sim pelo menor tempo gasto para realizar o percurso, o que implica diretamente em ummelhor tempo de reposta de operação para esse tipo de serviço.


103Contudo, tratou-se de uma experiência em an<strong>da</strong>mento, e para a sua concretização deforma mais efetiva, foi necessário a realização de pré-testes, acompanhando o veículo comvítimas embarca<strong>da</strong>s em situações reais, portando todos os equipamentos de registro deinformações necessários, a fim de calibrar a ferramenta de roteirização com os <strong>da</strong>dos maispróximos possíveis <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de.Os aspectos voltados ao registro do tempo e <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de, tratados sob a ótica dedefinição <strong>da</strong> modelagem e do estudo de implementação do experimento, envolveram não sóaspectos computacionais, como a associação dos SIG´s com as informações espaciaisregistra<strong>da</strong>s pelo GPS, que possibilitou reunir 240 horas de coleta com registros de 3 em 3segundos, reunindo 7.940 registros de veloci<strong>da</strong>de, direção e posição, totalizando 5.769 km decoleta de <strong>da</strong>dos dentro <strong>da</strong> dinâmica local <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.Inicialmente foi obtido o protótipo de roteirização segundo a metodologia adota<strong>da</strong>,utilizando no estudo diversos aspectos de interesse como anotação, geração de conteúdos eintegração de ferramentas computacionais e eletrônicas. Aspectos complementares, porémnão menos importantes, também foram tratados, como o uso de software legalmentelicenciados utilizados na modelagem e nas estratégias de tratamento dos <strong>da</strong>dos obtidos para aroteirização.Os quatro experimentos deste capítulo em complementação aos aspectos abor<strong>da</strong>dosnos anteriores, permitiram integrar o ferramental de modelagem aos procedimentoscomputacionais necessários para a construção <strong>da</strong> ferramenta de roteirização a fim de sugerirrotas pelo menor tempo total de percurso considerando a melhor veloci<strong>da</strong>de médiaoperacional por tipo de via.


104CAPÍTULO 5TRATAMENTO DOS DADOS


1055.1 INTRODUÇÃOCa<strong>da</strong> componente <strong>da</strong> ferramenta de roteirização apresenta um comportamento e umafunção característica, sendo ao mesmo tempo, influenciados pelas condições impostas pelasdinâmicas espaciais e temporais locais.Embora os métodos utilizados na abor<strong>da</strong>gem do pré-teste envolvam apenas análisesdigitais, vale ressaltar que o check-up cartográfico para extração <strong>da</strong>s informações a partir <strong>da</strong>ferramenta de roteirização, deve ser levado em consideração, especialmente quando não seconhece as características do sistema viário para a qual foi desenvolvi<strong>da</strong>. Dessa forma, umaanálise visual <strong>da</strong> rota sugeri<strong>da</strong> pelo programa poderá auxiliar o condutor na escolha <strong>da</strong> melhorrota, frente a necessi<strong>da</strong>de de informação naquele <strong>da</strong>do momento <strong>da</strong> ocorrência.Neste capítulo será feita uma análise individual <strong>da</strong>s planilhas e gráficos deidentificação de horários de pico, <strong>da</strong>s variáveis de caracterização do sistema viário,comumente com a matriz de aferição dos gráficos de veloci<strong>da</strong>de e em segui<strong>da</strong> a apresentaçãodos mapas de registro <strong>da</strong>s rotas coleta<strong>da</strong>s. Esta análise será utiliza<strong>da</strong> mais adiante paraverificar a viabili<strong>da</strong>de de uso dessa ferramenta frente aos modos de roteirização utilizados noSAMU/JP.5.2 PLANILHA E GRÁFICO DE IDENTIFICAÇÃO DE HORÁRIO DE PICOApós a coleta dos <strong>da</strong>dos, iniciaram-se os procedimentos de tratamento dos <strong>da</strong>dos. Adistribuição na matriz de registro dos grafos deu-se de acordo com a classificação pelasimilari<strong>da</strong>de de características e variáveis que influenciaram diretamente na composição <strong>da</strong>veloci<strong>da</strong>de operacional por tipo e elementos de atrito nas vias durante as ativi<strong>da</strong>des reais <strong>da</strong>sambulâncias.Considerando-se que este protótipo analógico de roteirização é um modeloexperimental, partiu-se <strong>da</strong> análise seqüencial <strong>da</strong>s mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de apresentação dos <strong>da</strong>dosdemonstrados no capítulo anterior.Como já foi citado, o primeiro <strong>da</strong>do constituído e tratado foi o <strong>da</strong> planilha deidentificação de horário de pico (Quadro 01) onde se analisou os registros feitos pelo órgão


106municipal de gestão do trânsito, a STTrans, que entre 2005 e 2006 registrou o volume detráfego em algumas <strong>da</strong>s principais vias <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.Inicialmente deve ser ressaltado que os fatores, disponibili<strong>da</strong>de de tempo e custos paraa realização de uma pesquisa dessa espécie, condicionou a utilização <strong>da</strong> tal fonte, mesmoapesar <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> pesquisa ter sido feita em sua maior parte em semáforos.Observam-se diretamente nos Gráficos 06 e 07, uma amostra do comportamentodinâmico na ci<strong>da</strong>de de João Pessoa/PB, onde são evidenciados dois pontos fortes queinfluenciam diretamente na escolha de uma rota para veículo de emergência. Esses pontos sãoos de intervalo de tempo de quinze minutos e de uma hora de maior volume de tráfego na viasque compõem o perímetro urbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.Adiante, são apresentados os <strong>da</strong>dos tratados. Com o conjunto de planilhas e gráficosformados, pode-se fazer análises mais consistentes de acordo com a tabulação dos <strong>da</strong>dos.


1071077QUADRO 01 - Contagem volumétrica de veículos / horaFONTE: STTrans/2006


Continuação do Quadro 011081087QUADRO 01 - Contagem volumétrica de veículos / horaFONTE: STTrans/2006


109VARIAÇÃO HORÁRIA NO VOLUME DE TRÁFEGO(Intervalos de 15 minutos)45.00040.00037.76139.00335.00030.00025.00020.00015.00010.0005.00006:006:156:306:457:007:157:307:458:008:158:308:459:009:159:309:4510:0010:1510:3010:4511:0011:1511:3011:4512:0012:1512:3012:4513:0013:1513:3013:4514:0014:1514:3014:4515:0015:1515:3015:4516:0016:1516:3016:4517:0017:1517:3017:4518:0018:1518:3018:4519:0019:1519:3019:4520:00Q TD VEÍCULO S (Unid.)HORÁRIOTOTALGRÁFICO 06 - Variação horária de volume de tráfego (intervalos de 15 minutos)1097


110110VARIAÇÃO HORÁRIA NO VOLUME DE TRÁFEGO(Intevalo de 01 hora)160.000148.488 140.795140.000QTD DE VEÍCULO (Unid.)120.000100.00080.00060.00040.00020.000006:00 AS07:0007:01 AS08:0008:01 AS09:0009:01 AS10:0010:00 AS11:0011:00 AS12:0012:01 AS13:0013:01 AS14:0014:01 AS15:0015:01 AS16:0016:01 AS17:0017:01 AS18:0018:01 AS19:0019:01 AS20:00HORANº DE VEICULOSGRÁFICO 07 - Variação horária de volume de tráfego (intervalos de 01 hora)


111Comumente, a dinâmica <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des do setor financeiro, público, de serviços ecomercial <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des brasileiras são muito similares no que se refere ao horário defuncionamento. Os centros urbanos são regidos pelo horário de funcionamento dessasativi<strong>da</strong>des, onde grande parte <strong>da</strong>s pessoas tem um grau de proximi<strong>da</strong>de alto no horário dedeslocamento e locomoção a fim de realizar suas ativi<strong>da</strong>des diárias.Esse grau de proximi<strong>da</strong>de é diretamente influenciado pelas condições de infraestruturados ambientes urbanos, alem desses fatores a dinâmica cultural de ca<strong>da</strong> locali<strong>da</strong>defaz com que todos se não a maioria, resolvam sair “quase ao mesmo tempo” de suasresidências.Com destinos distintos ou não, as pessoas utilizam os mais diversos meios detransportes para chegarem ao trabalho, ao comércio, as escolas, às universi<strong>da</strong>des, aos pontosturísticos e de lazer nos fins de semana e mais comumente no retorno diário as suasresidências, o que justifica reflexões sobre os sistemas de roteirização, os pólos geradores detráfego e o registro dos horários de pico nos sistemas viários.Ao analisar os <strong>da</strong>dos dos gráficos, percebe-se que durante os dias consideradoscomercialmente úteis em João Pessoa/Pb, existem três faixas específicas de pico: 1ª – <strong>da</strong>s8h00min as 09h00min, 2ª – <strong>da</strong>s 12h00min as 13h00min e 3ª – <strong>da</strong>s 17h00min as 19h00min. Asexpectativas sob suspeita empírica, foram confirma<strong>da</strong>s através dos comportamentosapresentados nos gráficos. Os intervalos de pico coincidiram com os horários defuncionamento <strong>da</strong> dinâmica local; onde no primeiro tempo <strong>da</strong> manhã as pessoas se deslocampara iniciar suas ativi<strong>da</strong>des.Em segui<strong>da</strong>, o horário considerado como intervalo destinado ao almoço, sugere oretorno destas pessoas para suas residências, ou, para outros locais a fim de realizar tarefase/ou satisfazer suas necessi<strong>da</strong>des. Neste intervalo de tempo, há também de se considerar queoutros habitantes, também estão saindo de suas residências para o início do turno de trabalhovespertino e, grande parte <strong>da</strong>s crianças e jovens retorna e/ou vão para as ativi<strong>da</strong>des escolares.Posteriormente, o ponto mais delicado é o do retorno no final do turno vespertino, esseintervalo de pico é o mais intenso, delicado e condensado dos três aqui apresentados; poistodos desejam retornar no mesmo horário para seus destinos e na grande maioria pelas“melhores” vias. Assim, constantemente as pessoas traçam rotas mesmo que sua intençãoimediata não seja esta, o que em muitas vezes faz com que essas pessoas utilizem o sistema devias com melhores condições estruturais.Para melhor interpretar a análise dos <strong>da</strong>dos, faz-se necessário esclarecer alguns pontos.Na composição do quadro volumétrico (Quadro 01), observam-se várias colunas com o nome


112<strong>da</strong> via e os <strong>da</strong>dos coletados. O quadro em questão representa o resumo de outras 51(cinqüentae uma) coletas forneci<strong>da</strong>s pela STTrans (Quadro 01).Durante o período de coleta de <strong>da</strong>dos pelo órgão municipal, observou-se através dos<strong>da</strong>dos apresentados que não houve uma programação estrutural para tornar a coleta deinformações organiza<strong>da</strong> em cronograma distribuído regularmente ao longo dos anos de 2005 e2006. Isso leva a evidência que a coleta foi realiza<strong>da</strong> por pontos de amostragem e que suafreqüência se deu pela disponibili<strong>da</strong>de e conveniência do órgão que realizou tal ativi<strong>da</strong>de.Outro ponto decisivo no processo de coleta dos <strong>da</strong>dos foi à escolha dos locais pararealizar a contagem de veículos, que foram escolhidos também a conveniência do órgão,sendo sua maioria em semáforos nas vias elenca<strong>da</strong>s.A escolha de um semáforo para realizar a contagem de veículos, não é uma <strong>da</strong>s maisrecomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s, pois se sabe que esta contagem vai atingir como pico máximo, a relação entrea fluidez do trânsito e os tempos do semáforo. Ou seja, o número de veículos que irá sercontado será o número de veículos que a via comportar durante o intervalo de tempo em que osemáforo libera o trânsito no sentido de circulação.Os horários de coletas foram descontínuos devido ao comportamento dinâmico deca<strong>da</strong> via, o que justifica em alguns casos a coleta ser realiza<strong>da</strong> no horário em que a viaapresenta sua operação próximo <strong>da</strong> sua capaci<strong>da</strong>de de funcionamento. Após o tratamento dos<strong>da</strong>dos e ain<strong>da</strong> sobre os gráficos, foram observa<strong>da</strong>s duas situações distintas. A primeiraevidenciou os intervalos de tempo onde ocorrem os picos de acordo com os <strong>da</strong>dos fornecidospela STTrans.Embora o maior pico em relação ao número de veículos concentrados se dê no horáriocompreendido entre as 12h00min e as 13h00min horas, esse pico apresenta uma distribuiçãoem formato de parábola, onde seu período apresenta conformi<strong>da</strong>de relativa de ascensão edecréscimo em seu comportamento.O segundo, diz respeito ao gráfico compreendendo intervalos de 15 minutos de hora;onde o pico mais intenso se dá no fim <strong>da</strong> tarde no horário compreendido entre 18:00 e 18:15horas justamente no fim <strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> de ativi<strong>da</strong>des para a maior parte <strong>da</strong> população urbana.Este se torna muito delicado, pelo fato desse ser o horário de rush, onde os sistemas operamsobrecarregados e as pessoas estão mais expostas aos acidentes e violências.Essa situação no dia-a-dia, faz com que o deslocamento <strong>da</strong>s ambulâncias possa serinterrompido pelo fato do sistema viário operar no limite, e também pelas vias não disporemde faixas específicas para passagem do veículo de emergência, já que veículos particularesocupam os espaços, incluído em alguns casos faixas de pedestres.


113Conforme pode ser observado, identificar a dinâmica de pico de uma ci<strong>da</strong>de é um fatordeterminante no processo de roteirização, pois o deslocamento do veículo será afetado pelohorário e pela quanti<strong>da</strong>de de usuários que circulam pelos corredores viários, onde selocalizam os destinos dos veículos de emergência.5.3 VARIÁVEIS DE COMPOSIÇÃO DO SISTEMA VIÁRIOAs variáveis de composição 7 no agrupamento <strong>da</strong>s amostras de veloci<strong>da</strong>de foramreuni<strong>da</strong>s e representa<strong>da</strong>s através <strong>da</strong>s siglas abaixo a fim de, tornar a leitura <strong>da</strong>s planilhas maisprática:I - Tipo de Pavimento:• ASF – Asfalto• <strong>CT</strong>O – Calçamento (Paralelepípedo)• SPV – Sem pavimento (Via de terra)II – Sentido de Circulação• MU – Mão única• MD – Mão duplaIII – Nº. de Faixa de Circulação• 01FX – Uma faixa• 02FX – Duas faixas• 03FX – Três faixas• 04FX – Quatro faixas com elementos de inibição de veloci<strong>da</strong>de ao centro<strong>da</strong> via a ca<strong>da</strong> 02 faixas.7 As classificações que não figuram entre as 13(treze) variáveis de composição no gráfico <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>deoperacional, foram as que não apresentaram registro de rota, no período de coleta <strong>da</strong>s informações.


114IV – Tipo de Via• Via de trânsito rápido• Via arterial• Via coletora• Via localEm resumo, as combinações entre os 13 (treze) elementos classificatóriosapresentados derivam do conjunto de rotas registra<strong>da</strong>s que compuseram os grupos declassificação do tipo de via para a composição <strong>da</strong>s veloci<strong>da</strong>des médias operacionais.5.4 MATRIZ DE AFERIÇÃO E GRÁFICOS DE VELOCIDADECom a ativi<strong>da</strong>de diária de circulação nos eixos viários dos ambientes urbanos, asambulâncias registraram as mais diferentes veloci<strong>da</strong>des nos tipos de vias nas quais circulam.Medir a veloci<strong>da</strong>de operacional de um veículo de emergência significa acompanhar com omáximo de detalhes possível, seu comportamento quanto à condução, assim como seurelacionamento com os demais usuários <strong>da</strong> via.Todo e qualquer elemento presente na via, influencia na determinação <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>deoperacional do veículo. Por exemplo: o tipo de pavimento, o número de interseçõessemaforiza<strong>da</strong>s ou não, que o veículo transporá a geometria <strong>da</strong>s vias e a rota que foi escolhi<strong>da</strong>.De acordo com a metodologia adota<strong>da</strong>, para obter-se a veloci<strong>da</strong>de operacional doveículo, foram coleta<strong>da</strong>s dez rotas de natureza emergencial e transpostas para matrizesagrupa<strong>da</strong>s por número <strong>da</strong> trilha, grafo, coordena<strong>da</strong>s, altitude, <strong>da</strong>ta/hora, comprimento dografo, azimute, veloci<strong>da</strong>de, instante e local do registro e veloci<strong>da</strong>de média operacional portipo de pavimento como segue o exemplo de um dos registros coletados (Quadro 02).


1151157QUADRO 02 - Aferição de veloci<strong>da</strong>de operacional


Continuação do Quadro 021161167QUADRO 02 - Aferição de veloci<strong>da</strong>de operacional


Continuação do Quadro 021171177QUADRO 02 - Aferição de veloci<strong>da</strong>de operacional


118Após o agrupamento dos <strong>da</strong>dos, os registros foram tratados permanecendo apenas osque representavam à ocorrência e o deslocamento, do ponto de acionamento até o destinohospitalar, período em que mais se exige nas variáveis, veloci<strong>da</strong>de e roteirização. Essesperíodos podem ser vistos por tipo de via e logradouro nos gráficos que seguem.A seqüência de gráficos apresentados nas próximas páginas representaram ocomportamento <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de operacional em trechos que foram agrupados, por tipo depavimento e características <strong>da</strong> via (Gráficos de 08 a 16).Em alguns dos gráficos foram inseri<strong>da</strong>s referências alfanuméricas, a fim de evidenciaratravés <strong>da</strong> filmagem o registro do elemento de atrito, através <strong>da</strong> captura do quadro defilmagem realiza<strong>da</strong> durante as ocorrências.Esse procedimento foi auxiliado por um banco de <strong>da</strong>dos de um SIG e por uma cama<strong>da</strong>de ca<strong>da</strong>stro imobiliário o que auxiliou na definição dos atritos que ca<strong>da</strong> tipo de via exerce nodeslocamento do veículo de emergência e urgência.VELOCIDADE REGISTRADA (Km/h)4,003,503,002,502,001,501,000,50AV. PEDRO BATISTA (<strong>CT</strong>O/MD/01FX)0,000,000 0,005 0,003 0,005 0,003COMPRIMENTO DO TRECHO (Km)GRÁFICO 08 - Variação de veloci<strong>da</strong>de após acionamento


119AV. PEDRO II / AV. CAMILO DE HOLANDA / AV. MAX. FIGEUIREDO /AV. JOÃO MACHADO T1 (ASF/MU/02FX)80,00VELOCIDADE REGISTRADA(Km/h)70,0060,0050,0040,0030,0020,0010,00Quadro de filmagem 010,000,003 0,036 0,043 0,107 0,077 0,071COMPRIMENTO DO TRECHO (Km)GRÁFICO 09 - Variação de veloci<strong>da</strong>de em corredores viáriosQUADRO DE FILMAGEM 01 – Interrupção de deslocamento


120VELOCIDADE REGISTRADA (Km/h)60,0050,0040,0030,0020,0010,000,00AV. JOAO MACHADO T2 (ASF/MU/02FX)Quadro de filmagem 020,000 0,033 0,017 0,081COMPRIMENTO DO TRECHO (Km)GRÁFICO 10 - Variação de veloci<strong>da</strong>de após atendimento no local <strong>da</strong> ocorrênciaQUADRO DE FILMAGEM 02 – Engarrafamento


121AV. TABAJARAS / AV. EURIPEDES TAVARES (ASF/MU/04FX)VELOCIDADE REGISTRADA (Km/h)70,0060,0050,0040,0030,0020,0010,000,000,089 0,082 0,080 0,081 0,082 0,078COMPRIMENTO DO TRECHO (Km)Quadro de filmagem 03GRÁFICO 11 - Variação de veloci<strong>da</strong>de em corredor viárioQUADRO DE FILMAGEM 03 – Veloci<strong>da</strong>de de Cruzeiro (A)


122AV. MONS. WALFREDO LEAL (ASF/MU/03FX)VELOCIDADE REGISTRADA (Km/h)80,0070,0060,0050,0040,0030,0020,0010,00Quadro de filmagem 040,000,059 0,082 0,094 0,099 0,099 0,089 0,044COMPRIMENTO DO TRECHO (km)GRÁFICO 12 - Variação de veloci<strong>da</strong>de / mu<strong>da</strong>nça do número de faixas viáriasQUADRO DE FILMAGEM 04 – Veloci<strong>da</strong>de de cruzeiro (B)


12370,00R. SÍNDIO FIGUEIREDO / R. GONZAGA DE SILVA (ASF/MD/01FX)VEOCIDADE REGISTRADA (Km/h)60,0050,0040,0030,0020,0010,00Quadro de filmagem 050,000,047 0,087 0,046 0,085 0,094 0,075 0,041GRÁFICO 13 - Variação de veloci<strong>da</strong>deCOMPRIMENTO DO TRECHO (Km)QUADRO DE FILMAGEM 05 – Veloci<strong>da</strong>de / Traçado <strong>da</strong> via


124AV. ESP. SANTO (ASF/MD/01FX)80,00VELOCIDADE REGISTRADA (Km/h)70,0060,0050,0040,0030,0020,0010,000,000,076 0,107 0,026 0,071 0,095COMPRIMENTO DO TRECHO (Km)GRÁFICO 14 - Variação de veloci<strong>da</strong>deR. AFONSO BARBOSA (ASF/MD/01FX)VELOCIDADE REGISTRADA(Km/h)50,0045,0040,0035,0030,0025,0020,0015,0010,005,000,000,042 0,065 0,039 0,048 0,050COMPRIMENTO DO TRECHO (Km)GRÁFICO 15 - Variação de veloci<strong>da</strong>de


125VELOCIDADE REGISTRADA (Km/h)40,0035,0030,0025,0020,0015,0010,005,00ACESSO LOCAL HTA (<strong>CT</strong>O/MU/01FX)0,000,027 0,025 0,022 0,032 0,027 0,012COMPRIMENTO DO TRECHO (Km)GRÁFICO 16 - Variação de veloci<strong>da</strong>de / mu<strong>da</strong>nça de tipo de pavimentoApós o tratamento gráfico dos <strong>da</strong>dos, foi percebido que os elementos de atritopresentes no sistema viário interferem em certo grau na veloci<strong>da</strong>de operacional do veículo deurgência e emergência.De acordo com <strong>CT</strong>B, esse tipo de veículo, goza de livre para<strong>da</strong>, estacionamento ecirculação, porém a dinâmica de ca<strong>da</strong> espaço urbano se sobrepõe à legislação e aos conceitostécnicos, onde o exercício do deslocamento por esse veículo se depara com as situações reaisde circulação.Mesmo tendo legislação, elementos técnicos e científicos para regulamentar odeslocamento de veículos de emergência, a infra-estrutura urbana ofereci<strong>da</strong> pelo estado ain<strong>da</strong>não consegue ate o presente momento viabilizar um deslocamento prioritário para os veículosdesse tipo de ativi<strong>da</strong>de.Por esse e outros fatores, as ambulâncias estão sujeitas às mesmas condições de uso dosistema viário que os demais veículos privados. A menos que se dispunham faixas viáriasexclusivas para o deslocamento de veículos de uso público (exemplo: faixas exclusivas paraônibus), devi<strong>da</strong>mente sinaliza<strong>da</strong>s, poderá ser possível a realização do deslocamento prioritárionesse serviço.O tempo gasto para percorrer determina<strong>da</strong> distância no sistema viário urbano, podevariar muito quando confrontado a veloci<strong>da</strong>de operacional do veículo e as condições do <strong>da</strong>doinstante em que se mede a mesma,


126Assim, determinar uma veloci<strong>da</strong>de média operacional por registro de grafo, se tornouinviável pelo fato de não possuir tempo disponível frente à gigantesca gama de informaçõesque seriam coleta<strong>da</strong> dentro de uma amostra temporal significativa e segura para tamanhofeito.Os gráficos evidenciam o tempo todo que o veículo de emergência não apresenta umdeslocamento e um ganho de veloci<strong>da</strong>de progressivo e constante. Em to<strong>da</strong>s as representações,apresenta períodos de aceleração e desaceleração muito intensos, devido aos elementos deatrito presentes nas vias.Com certo grau de rari<strong>da</strong>de, um dos gráficos aqui tomado como exemplo (Gráfico 12Av. Mons. Walfredo Leal ASF/UM/03FX), apresentou um comportamento de aceleração edesaceleração progressivo e bem distribuído.Este comportamento deve-se ao fato raro de no dia e hora do atendimento, o serviçomunicipal (STTrans) em conjunto com o estadual (CPTran) de trânsito priorizarem odeslocamento <strong>da</strong> ambulância, frente aos veículos particulares bloqueando a via (Av.Monsenhor Walfredo Leal) pela qual passava a ambulância naquele instante. Além dessesfatores a via apresentava condições geométricas e de pavimento favoráveis à aceleração econdução do veículo com rapidez e segurança.As veloci<strong>da</strong>des médias operacionais foram calcula<strong>da</strong>s de acordo com o agrupamentode <strong>da</strong>dos que correspondiam em nível de igual<strong>da</strong>de as condições de tipo de via, pavimento egeometria.No tratamento dos <strong>da</strong>dos foi aplicado o mesmo procedimento às demais planilhas,onde to<strong>da</strong>s as veloci<strong>da</strong>des registra<strong>da</strong>s foram agrupa<strong>da</strong>s a fim de tornar mais didática à leitura,evidenciando que to<strong>da</strong>s as outras variáveis estariam embuti<strong>da</strong>s no registro <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de realdo veículo por tipo de pavimento e sob a influência de todos os elementos que interferem navariável, obti<strong>da</strong>s a partir do registro de situações reais (Quadro 03 8 ).VELOCIDADES MÉDIAS POR TIPO DE VIARESUMOTIPO DE VIA V. REGIST. V. MEDIA(ASF/MD/01FX) 25,3633,99(ASF/MD/01FX) 10,45(ASF/MD/01FX) 38,34Continuação do Quadro (ASF/MD/01FX) 0346,65(ASF/MD/01FX) 48,138 Vide nomenclatura de combinação <strong>da</strong>s variáveis no Item 5.3 – Variáveis de Composição do Sistema Viário


127Continuação do QUADRO 03.(ASF/MD/01FX) 11,99(ASF/MD/01FX) 40,06(ASF/MD/01FX) 36,81(ASF/MD/01FX) 32,66(ASF/MD/01FX) 44,03(ASF/MD/01FX) 21,76(ASF/MD/01FX) 16,63(ASF/MD/01FX) 22,79(ASF/MD/01FX) 30,69(ASF/MD/01FX) 35,43(ASF/MD/01FX) 38,17(ASF/MD/01FX) 40,30(ASF/MD/01FX) 57,33(ASF/MD/01FX) 35,13(ASF/MD/01FX) 50,36(ASF/MD/01FX) 30,81(ASF/MU/02FX) 60,51(ASF/MU/02FX) 44,60(ASF/MU/02FX) 43,05(ASF/MU/02FX) 54,00(ASF/MU/02FX) 45,18(ASF/MU/02FX) 33,02(ASF/MU/02FX) 29,82(ASF/MU/02FX) 59,51(ASF/MU/02FX) 34,63(ASF/MU/02FX) 61,85(ASF/MU/02FX) 56,22(ASF/MU/02FX) 56,96(ASF/MU/02FX) 29,32(ASF/MU/02FX) 32,38(ASF/MU/02FX) 24,54(ASF/MU/02FX) 31,92(ASF/MU/02FX) 20,32(ASF/MU/03FX) 31,44(ASF/MU/03FX) 58,15(ASF/MU/04FX) *** 22,24(ASF/MU/04FX) *** 56,00(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 34,11(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 14,07(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 3,78(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 13,58(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 23,96(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 24,06(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 14,82(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 36,11(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 5,59(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 24,10(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 5,88(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 15,24(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 30,80(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 23,09(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 13,1942,2244,7939,1217,44


128(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 2,50(<strong>CT</strong>O/MD/01FX) 11,54(<strong>CT</strong>O/MU/01FX) 17,86(<strong>CT</strong>O/MU/01FX) 18,59(<strong>CT</strong>O/MU/01FX) 23,96(<strong>CT</strong>O/MU/01FX) 20,3221,34(<strong>CT</strong>O/MU/01FX) 25,67(<strong>CT</strong>O/MU/01FX) 21,61(SPV/MD/01FX) 17,09(SPV/MD/01FX) 16,1616,62BR-101 (ASF/MU/02FX) 56,00BR-101 (ASF/MU/02FX) 71,06BR-230 (ASF/MU/02FX) 96,24BR-230 (ASF/MU/02FX) 78,76BR-230 (ASF/MU/02FX) 83,07BR-230 (ASF/MU/02FX) 58,10BR-230 (ASF/MU/02FX) 92,4481,14BR-230 (ASF/MU/02FX) 83,69BR-230 (ASF/MU/02FX) 103,98BR-230 (ASF/MU/02FX) 102,77BR-230 (ASF/MU/02FX) 70,57BR-230 (ASF/MU/02FX) 76,98*** AV. JOÃO MACHADO (BAIRRO: CENTRO) GEOMETRIA COM INIBIÇÃO DEVELOCIDADE E 04 SEMÁFOROSQUADRO 03 - Veloci<strong>da</strong>des médias por tipo de viaUma <strong>da</strong>s formas de exibição de variação <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de operacional obti<strong>da</strong> é arepresentação gráfica. Nesse tipo de ferramenta têm-se uma visão global do registro e <strong>da</strong>evolução <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de através <strong>da</strong> relação real entre a dinâmica do ambiente urbano, o uso <strong>da</strong>máquina, o fator humano, o uso dos equipamentos disponíveis e o tipo de pavimento em quecircula o veículo de emergência em sua rota de socorro. As veloci<strong>da</strong>des operacionais obti<strong>da</strong>sforam agrupa<strong>da</strong>s, calculando a média entre os <strong>da</strong>dos obtidos na amostra de representaçãoconti<strong>da</strong> no Gráfico 17.


129VELOCIDADES MÉDIAS OPERACIONAIS POR TIPO DE VIA90,0080,0070,0060,0050,0040,0030,0020,0010,0042,2239,1233,9921,3416,6217,440,0044,7981,14(SPV/MD/01FX)(<strong>CT</strong>O/MD/01FX)(<strong>CT</strong>O/MU/01FX)(ASF/MD/01FX)(ASF/MU/02FX)***(ASF/MU/02FX)VELOCIDADE MÉDIA (Km/h)(ASF/MU/03FX)BR-101/230(ASF/MU/02FX)TIPO DE VIAGRÁFICO 17 - Veloci<strong>da</strong>des médias operacionais por tipo de via129


1305.5 MAPAS DE REGISTRO DE ROTASA análise numérica que é o ramo <strong>da</strong> matemática aplica<strong>da</strong> que estu<strong>da</strong> os métodos ealgoritmos pode ser categoricamente utiliza<strong>da</strong> nas análises espaciais. Nesta vertente, estapesquisa procurou inicialmente reunir um aglomerado de informações que refletisse em seuuniverso de <strong>da</strong>dos o comportamento do deslocamento dos veículos de urgência e emergência,registra<strong>da</strong> através dos mapas de rotas.A maior parte <strong>da</strong>s tendências cita<strong>da</strong>s neste trabalho baseia-se nas respostas produzi<strong>da</strong>spela interação do GPS com SIG-T, aliados a análise espacial através dos mapas e <strong>da</strong>simagens.Os mapas de representação espacial <strong>da</strong>s rotas são deste modo, mais uma ferramentapara tornar di<strong>da</strong>ticamente legível e interpretável tal comportamento. Se confrontados com asplanilhas, verificar-se-á que os mapas representam graficamente os comportamentos,acrescidos de diversas técnicas e recursos computacionais para obtenção do produto final,Neste subitem são apresentados os dez mapas (do mapa 02 ao 12)de registro de rotasem ocorrências reais, ao longo do período de coleta e exibidos em tamanho A4, para melhorvisualização <strong>da</strong>s características e observação do comportamento durante o deslocamento dosveículos (Quadro 04).Ocorrência Nº. Data de Ref. Origem Destino de Atend. Destino Hospitalar01 JUN/07 SAMU MANGABEIRA VII MEM. S. FRANCISCO02 NOV/07 SAMU B. CAST. BRANCO HT DE TRAUMAS03 NOV/07 SAMU B. ILHA DO BISPO HT DE TRAUMAS04 NOV/07 SAMU B. JD. PARATIBE SAMU*05 NOV/07 SAMU B. JAGUARIBE HT STA IZABEL06 NOV/07 SAMU TORRE SAMU**07 NOV/07 SAMU B. MANAÍRA HT UNIMED08 NOV/07 HT UNIMED CENTRO HT DE TRAUMAS09 NOV/07 SAMU GRAMAME HT DE TRAUMAS10 SET/07 SAMU B.FUNCIONÁRIOS HT DE TRAUMAS* Falecimento <strong>da</strong> vítima antes <strong>da</strong> remoção - procedimentos a cargo do Inst. de Perícia Criminalística eMédica Legal - IPC/PB.** Atendimento no local sem necessi<strong>da</strong>de de remoção para rede hospitalar.QUADRO 04 - Registro de rotas e ocorrências coleta<strong>da</strong>s


-6° 00'-6°30'-7°00'-7° 30'-8°00'-38° 30' -38°00' -37°30' -37° 00' -36°30' -36° 00' -35°30' -35°00'-38°30' -38°00' -37°30' -37°00' -36°30' -36°00' -35°30' -35° 00'-6°00'-6°30'-7°00'-7°30'-8°00'BRASIL13113170º 60º 50º40ºPARAÍBA0º0ºRio Grande do NorteCeará10º10º70º20º20ºPernambuco10 0 10 20 30 40 kmPROJEÇÃO POLICÔNICAMERIDIANO CENTRAL:-36º45'PARALELO DE REFERÊNCIA:-07º15'40ºESCALA GRÁFICA400 0 400 800 1200 Km30º 30º60º 50ºMAPA DE LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DEJOÃO PESSOA E DA ÁREA DE ESTUDOElaboração: Jorge Flávio CazéFonte: Laboratório de Ensino e Pesquisaem Análise Espacial - LEPAN - <strong>UFPB</strong>20070 5 kmMAPA 02 - Localização JPA/PB e Área de Estudo


132132Visualizar o arquivo na pasta MAPASMAPA 03 - Ocorrência Nº. 01


133133Visualizar o arquivo na pasta MAPASMAPA 04 - Ocorrência Nº. 02


134134Visualizar o arquivo na pasta MAPASMAPA 05 - Ocorrência Nº. 03


135135Visualizar o arquivo na pasta MAPASMAPA 06 - Ocorrência Nº. 04


136136Visualizar o arquivo na pasta MAPASMAPA 07 - Ocorrência Nº. 05


137137Visualizar o arquivo na pasta MAPASMAPA 08 - Ocorrência Nº. 06


138138Visualizar o arquivo na pasta MAPASMAPA 09 - Ocorrência Nº. 07


1391397Visualizar o arquivo na pasta MAPASMAPA 10 - Ocorrência Nº. 08


140140Visualizar o arquivo na pasta MAPASMAPA 11 - Ocorrência Nº. 09


141141Visualizar o arquivo na pasta MAPASMAPA 12 - Ocorrência Nº. 10


1425.6 COMENTÁRIOSA análise preliminar <strong>da</strong>s informações apresenta<strong>da</strong>s toma como parâmetro de referênciaa escolha de rotas por um serviço de emergência de acordo com a variação horária do volumede tráfego, seja ele em intervalos de quarto de hora ou de hora inteira.Esta análise foi feita através de planilha e gráficos os quais permitiram verificar aspossíveis faixas de tempo em que o sistema “estrangula”, possibilitando detectar doiscomportamentos complementares.O primeiro adensamento, exibiu a variação do pico viário, que apresentou-se melhordistribuído entre as 10:45 e as 14:00 horas. Posteriormente, o segundo adensamento veicularse deu no período do fim <strong>da</strong> tarde até o início <strong>da</strong> noite, o que tornou possível detectar umaumento intenso no volume de veículos em um intervalo de tempo mais curto, <strong>da</strong>s 16:30 as19:15 horas.Esta taxa de incidência de maior número de veículos circulando na via permitiuobservar um curso importante de mu<strong>da</strong>nça nos padrões de deslocamento para veículos deemergência, os quais nesses horários devem evitar os principais corredores viários, haja vistaque os mesmos operam sobrecarregados.Especial atenção deve ser <strong>da</strong><strong>da</strong> ao processo de roteirização de acordo com o observadono parágrafo anterior. Na direção em que vão as ci<strong>da</strong>des de médio porte, o aumento <strong>da</strong> frotaveicular congestiona o trânsito, forçando os veículos de emergência a procurarem rotasalternativas, que nem sempre são as mais viáveis, sob os aspectos de tempo gasto no percursoe do tipo e condições do pavimento.O tipo de pavimento <strong>da</strong> via pode retar<strong>da</strong>r em muito a veloci<strong>da</strong>de operacional doveículo, já que deve ser considerado o quesito conforto de deslocamento para paciente com oquadro de saúde mais debilitado.Após observar que a variação <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de não obedece a um padrão de regulari<strong>da</strong>de,detectou-se que os elementos de atrito presentes no sistema respondem por grande parte desua variância. Então, tais deslocamentos automaticamente viram reféns também <strong>da</strong>scaracterísticas, <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> eficiência de funcionamento do sistema viário.Isto prova-se pelo fato do veículo de emergência ter alcançado melhor veloci<strong>da</strong>deoperacional no tipo de via BR (ASF/UM/02FX) com veloci<strong>da</strong>de média registra<strong>da</strong> de 81,14km/h. Essa veloci<strong>da</strong>de foi obti<strong>da</strong> em função de uma série de condições técnicas e deengenharia aplica<strong>da</strong>s a esse tipo de via, como a ausência de passagens de nível, semáforos,


143obstáculos físicos, sentido duplo de circulação e a presença de pontos fixos de entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong>no sistema, permitindo de certa forma tornar este tipo de via em um “corredor urbanoexpresso para veículos de emergência”, tanto que, de to<strong>da</strong>s as ocorrências registra<strong>da</strong>s, aquelasque utilizaram esse tipo de via mostraram-se mais eficientes do ponto de vista de tempo gastoe de melhor rota escolhi<strong>da</strong>.


144CAPÍTULO 6ANÁLISE DOS DADOS


1456.1 INTRODUÇÃOOs programas roteirizadores utilizam sistemas computacionais que através dealgoritmos 9 interagem com as bases de <strong>da</strong>dos, para satisfazer uma ou mais condições,impostas a um conjunto de informações, a fim de, obter-se um produto final que neste caso, éa melhor rota para um veículo de emergência em uma situação adversa e/ou imprevisível.Neste capítulo serão abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s as variáveis evidencia<strong>da</strong>s no capítulo anterior,considerando o conjunto de problemas, que estão diretamente agregados ao processo deroteirização de veículos de emergência. Durante a análise <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des emprega<strong>da</strong>s, essasforam divi<strong>da</strong>s em tópicos segundo os quais foram analisados desde o uso do SIG-T escolhidoaté a inserção <strong>da</strong>s veloci<strong>da</strong>des médias operacionais obti<strong>da</strong>s na matriz base de informaçõespara o cálculo <strong>da</strong>s rotas.6.2 USO DO PROGRAMA TRANSCADOs procedimentos abaixo são compilações referentes a to<strong>da</strong>s as etapas que foramnecessárias para criação do protótipo de roteirização. Essas etapas foram baliza<strong>da</strong>s pelomanual do programa produzido pela Calliper (1991-1993) e pelo material didático produzindona <strong>Universi<strong>da</strong>de</strong> de Tecnologia de Eindhoven, por Silva e Warden em 1996.6.2.1 Criação de um Banco de DadosApós a abertura do TRANSCAD, deve-se indicar nome para um novo arquivo ecomeçar os procedimentos iniciais dentro do banco de <strong>da</strong>dos de pontos, a fim de selecionaros arquivos geográficos que serão as bases de orientação <strong>da</strong>s informações, associados aonome <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> que identificará os atributos ou enti<strong>da</strong>des que estão envolvi<strong>da</strong>s no processode roteirização dentro do SIG-T.9 Informática - Conjunto de regras e operações bem defini<strong>da</strong>s e ordena<strong>da</strong>s, destina<strong>da</strong>s à solução de um problema,ou de uma classe de problemas, em um número finito de etapas.


146Após a criação do banco de <strong>da</strong>dos de ponto, necessita-se inserir as informações, já queo ponto não possui nenhum registro. Com a visualização <strong>da</strong>s informações conti<strong>da</strong>s no bancode <strong>da</strong>dos, são vistos quatro campos na matriz, onde três destes campos (ID, Longitude, eLatitude) são criados automaticamente pelo TRANSCAD para qualquer banco de <strong>da</strong>dos deponto. Esses campos são necessários para identificar os registros e localizá-los no espaço.Nessa etapa foram introduzidos 03 pontos de amarração para teste dogeoreferenciamento como descrito no capítulo 04 - preparação para coleta de <strong>da</strong>dos, o bancode <strong>da</strong>dos foi fornecido juntamente com o arquivo *.Shp, remetido pela STTrans.6.2.2 Criação de um Banco de ÁreaO processo de criação de um novo banco de áreas é semelhante ao anterior, nãoimportando inicialmente se está sendo trabalhado com pontos, linhas, ou áreas. Nesse casopoderiam ter sido cria<strong>da</strong>s áreas se não tivesse sido fornecido pela administração municipal oarquivo com os polígonos dos bairros de João Pessoa.A criação dessas áreas se deu pela interligação <strong>da</strong>s interseções formando polígonos, ouseja, o programa entende que to<strong>da</strong> a área que esteja compreendi<strong>da</strong> entre um conjunto deinterseções forma um polígono que pertence a uma enti<strong>da</strong>de, inseri<strong>da</strong> em uma cama<strong>da</strong>.Por exemplo: Em um conjunto de quatro retas que formem um quadrado perfeito, aárea interna <strong>da</strong> forma geométrica seja qual for, nesse caso o quadrado, será entendi<strong>da</strong> peloprograma como um polígono, ao qual poderiam ser associa<strong>da</strong>s uma série de outrasinformações.6.2.3 Criação de um Banco de LinhasA criação de um banco de linhas deve-se ao fato de se inserir no conjunto de pontos eáreas, informações sobre o sistema viário. Ou seja, o conjunto de ruas, aveni<strong>da</strong>s, BR´s quecompõem a malha <strong>da</strong> área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, assim como, o ordenamento dos sentidos de circulação,informando os conjuntos de restrições e catalogando os tipos de pavimentos <strong>da</strong> composiçãodo arruamento.


147Semelhante aos procedimentos anteriores, foi inseri<strong>da</strong> a cama<strong>da</strong> sobre as demaisanteriormente cria<strong>da</strong>s, após as edições feitas nos arquivos fornecidos. Para entender comofunciona a sobreposição <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s foi inserido a Figura 21, onde ca<strong>da</strong> cama<strong>da</strong> representauma série de informações geográficas que interagem diretamente umas com as outras dentrodos SIG´s.FIGURA 21 - Cama<strong>da</strong>s de Informações em um SIGAs ocorrências coleta<strong>da</strong>s durante o pré-teste apontaram inicialmente para a realnecessi<strong>da</strong>de de uso desse meio, as ocorrências aponta<strong>da</strong>s no Capítulo 4 foram simula<strong>da</strong>s nomodelo de roteirização, que sugeriu rotas de menor tempo e mais curtas do que aquelasadota<strong>da</strong>s pelos condutores <strong>da</strong>s ambulâncias no dia do registro.Para os procedimentos de criação <strong>da</strong> área de aplicação dos testes, foi sobreposta umanova cama<strong>da</strong> de linhas sobre a cama<strong>da</strong> forneci<strong>da</strong> pela prefeitura, já que tais informaçõesapresentavam um gama de falhas que inviabilizava em função do tempo, a reconstrução deto<strong>da</strong> a malha <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.Essa nova cama<strong>da</strong> denomina<strong>da</strong> de “eixos viários” foi sobreposta escolhendo uma áreaque comportasse os tipos de vias cataloga<strong>da</strong>s durante a coleta de <strong>da</strong>dos. Após essa inserçãoforam calibrados os segmentos de retas com as restrições necessárias e com as respectivas


148veloci<strong>da</strong>des operacionais obti<strong>da</strong>s após o tratamento <strong>da</strong>s planilhas de registros pela extração deinformações do GPS.Como o protótipo tem por objetivo priorizar o deslocamento pela menor rota de tempopossível, operando pela metodologia utiliza<strong>da</strong>, o menor somatório seria aquele em que oveículo percorreria as vias com as melhores condições físicas de trafegabili<strong>da</strong>de e com aveloci<strong>da</strong>de média operacional alcança<strong>da</strong> obti<strong>da</strong> no veículo com o trânsito real.Em algumas vias que apresentavam 02 faixas de circulação, com sentido único,situação de declive e pavimento em excelentes condições, o veículo apresentou veloci<strong>da</strong>deinferior a de vias com a metade <strong>da</strong>s condições apresenta<strong>da</strong>s. Esse fato deve-se a localização<strong>da</strong> via, que se encontrava no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, e ao número de interseções semaforiza<strong>da</strong>s pelasquais o veículo teria que passar.Devido ao acúmulo de veículos e pela falta de espaço para priorizar a passagem doveículo de emergência, em varias situações a ambulância era enclausura<strong>da</strong> no trânsito queimpossibilitava sua passagem. Logo, essa via não seria uma <strong>da</strong>s mais recomendáveis, para oveículo numa situação de deslocamento durante uma emergência.Assim, o programa analisa o menor somatório de trechos com a maior veloci<strong>da</strong>demédia operacional, o que vai fazer com que a rota seja <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo somatório do conjunto,considerando todo o contexto real e dinâmico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de acordo com as veloci<strong>da</strong>des médiasoperacionais obti<strong>da</strong>s.Nem sempre o caminho mais curto é a melhor rota, principalmente quando se trata deveículos de emergência, que atendem deman<strong>da</strong>s distintas em pontos quaisquer e aleatórios.Daí provém as maiorias <strong>da</strong>s incógnitas que em muito dificultam a criação de um sistemacapaz de atender a to<strong>da</strong>s as necessi<strong>da</strong>des possíveis de um sistema de roteirização.6.2.4 Inserção <strong>da</strong>s Veloci<strong>da</strong>des Médias Operacionais no Banco de DadosAs informações obti<strong>da</strong>s nas operações anteriores foram armazena<strong>da</strong>s no banco de<strong>da</strong>dos com as características geográficas de um mapa. Nesta etapa foram etiquetados oscampos referentes às veloci<strong>da</strong>des deseja<strong>da</strong>s criando uma coluna com a qual seria capazmanipular o processo de escolha <strong>da</strong> rota a partir <strong>da</strong>s veloci<strong>da</strong>des conti<strong>da</strong>s nas célulaspresentes nos bancos de <strong>da</strong>dos e realizar cálculos interagindo com os campos existentesexecutando análises e obtendo novas informações deles.


149Quando as janelas estão ativa<strong>da</strong>s, os registros são vistos através de campos onde ca<strong>da</strong>fila é um registro no banco de <strong>da</strong>dos e ca<strong>da</strong> coluna é um campo que contém informação sobreos mesmos (Figura 22).O banco de <strong>da</strong>dos de veloci<strong>da</strong>des tem diferentes números de registros, de acordo coma veloci<strong>da</strong>de média operacional obti<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> tipo de via. Os campos desse banco sãoespecíficos para ca<strong>da</strong> tipo de <strong>da</strong>do, embora às vezes eles possam ser semelhantes, como nocaso dos campos de veloci<strong>da</strong>des, e comprimento de trecho <strong>da</strong>s vias.FIGURA 22 - Registros no banco de <strong>da</strong>dos de linhas e colunasAlgumas colunas são automaticamente protegi<strong>da</strong>s pelo programa como é o caso do ID,o qual tem que estar presente em qualquer banco de <strong>da</strong>dos. Alguns outros campos são criadosautomaticamente pelo software (longitude e latitude, bancos de <strong>da</strong>dos de ponto, length e dirpara a cama<strong>da</strong> de linha do banco de <strong>da</strong>dos de linha, e área para bancos de <strong>da</strong>dos de área).Estes campos criados são armazenados como partes dos arquivos geográficos. Porémnecessita-se armazenar mais informações à medi<strong>da</strong> que vai se expandindo no sistema, onde


150para ca<strong>da</strong> nova informação é gera<strong>da</strong> uma nova linha que apresenta espaços a serempreenchidos de acordo com os novos <strong>da</strong>dos obtidos, o que também é possível.Os campos adicionais podem ser projetados conforme as necessi<strong>da</strong>des, mas eles sãoarmazenados em tipos específicos de arquivos diferentes dos arquivos geográficos, como é ocaso dos arquivos com a extensão *.dbf, que são os arquivos de banco de <strong>da</strong>dos de linha ecolunas (Figura 23).KmKm/hMinutos (m´) eSegundos (s”)FIGURA 23 - Banco de Dados com as Veloci<strong>da</strong>des Médias OperacionaisInicialmente foi necessário durante os seis primeiros meses de 2007, observar ofuncionamento <strong>da</strong> ferramenta Network no TRANSCAD, a fim de entender o mecanismo deagrupamento do banco de <strong>da</strong>dos de linha que iria fornecer a melhor rota.Como o agrupamento dos segmentos resulta do somatório dos menores intervalosnuméricos do comprimento dos vetores, a rota é escolhi<strong>da</strong> pelo resultado <strong>da</strong> soma de to<strong>da</strong>s ascombinações vetoriais possíveis que apresentarem um valor total menor que o de to<strong>da</strong>s asoutras combinações, até atingir o destino desejado.


151Partindo desse raciocínio, foram cria<strong>da</strong>s fórmulas para que o programa buscasse amelhor rota pelo somatório dos menores intervalos de segundos por combinação de vetores.Nesse procedimento, a rota é automaticamente otimiza<strong>da</strong> porque o total do menor tempopossível vai definir a rota <strong>da</strong> ambulância pelo melhor tipo de via, que apresente a melhorveloci<strong>da</strong>de operacional.Ou seja, a escolha <strong>da</strong> rota vai sempre estar atrela<strong>da</strong> às melhores condições detrafegabili<strong>da</strong>de e operacionali<strong>da</strong>de, obti<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de média operacional, a qualpara ser encontra<strong>da</strong> considerou todos os fatores reais de atrito e trânsito nas vias em que os<strong>da</strong>dos foram coletados.As fórmulas implanta<strong>da</strong>s no banco de <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> “rede_viária”, na linguagem deoperação do TRANSCAD, foram as que se apresentam abaixo e em segui<strong>da</strong> é apresenta<strong>da</strong> ajanela de inserção <strong>da</strong>s fórmulas de interação com o banco de <strong>da</strong>dos (Figura 24).I. TEMPO_HORAS: Length / VELOCIDADEII. TEMPO_MINUTOS: TEMPO_HORAS *60III. TEMPO_SEGUNDOS: Round (( TEMPO_MINUTOS *60), 0)IV. FRACAO_MIN: TEMPO_MINUTOS – floor (TEMPO_MINUTOS)V. NUM_MINUTOS: TEMPO_MINUTOS - FRACAO_MINVI. TEMPO_FINAL: NUM_MINUTOS + ((FRACAO_MIN *60) /100)FIGURA 24 - Janela de interação com as formulas no Banco de Dados REDE_VIARIA


152O tempo total de operação (Tto) em segundos do veículo de emergência, vai serencontrado pela sentença matemática que obedecerá a simples formula do somatório de to<strong>da</strong>sas variações de distância de comprimento de link 10 (Dcl), dividido pelo somatório total deto<strong>da</strong>s as variações de veloci<strong>da</strong>des operacionais por tipo de via (Vop), multiplicados pelaconstante de tempo (Ct = 3.600), equivalente a 60 minutos (01 hora) vezes 60 segundos (01min).Tto = [(∑∆Dcl ÷ ∑∆Vop) × Ct]Onde:∑∆Dcl = [L 1 + L 2 +..........L n ] ∑∆Vop = [Vop 1 + Vop 2 +..........Vop n ]Por fim, observou-se que o padrão de saí<strong>da</strong> dos <strong>da</strong>dos no TRANSCAD não foi odesejado do ponto de vista de apresentação didática como, por exemplo, oferecer o tempofinal no formato hora. Atualmente só é possível visualizar essa informação no padrão númeroreal.Assim 01 minuto e 20 segundos é apresentado como 80 segundos, a transformação doformato número real para o formato hora só é aceitável no banco de <strong>da</strong>dos através <strong>da</strong>sfórmulas previamente apresenta<strong>da</strong>s, e sua visualização é <strong>da</strong><strong>da</strong> apenas por linha de <strong>da</strong>dos nobanco (Figura 25).10 Conjunto de n quanti<strong>da</strong>des de vetores que dependem de um sistema de coordena<strong>da</strong>s n-dimensionais e que setransforma segundo leis bem determina<strong>da</strong>s quando se mu<strong>da</strong> o sistema.


153FIGURA 25 - Banco de Dados REDE_VIARIA com conversões do tempoNa tela de interação com mapa no SIG, o total é apresentado pelo somatório total donúmero de segundos, e a alteração do formato não é possível porque teria que ser


154reprogramado o código de saí<strong>da</strong>, cujo domínio é privativo do fabricante do programa (Figura26).FIGURA 26 - Total do tempo (número real de segundos)6.3 COMENTÁRIOSFrente à apresentação <strong>da</strong> análise dos <strong>da</strong>dos, pôde-se averiguar a realização de umasérie de procedimentos necessários para a construção <strong>da</strong> ferramenta de roteirização, conformeo proposto no início <strong>da</strong> pesquisa.Os procedimentos relativos à criação do banco de <strong>da</strong>dos foram meticulosamenteescolhidos e executados em função <strong>da</strong>s ferramentas disponíveis no SIG-T. Os processos decriação de bancos de área, pontos e linhas, foram realizados de forma a contemplar e corrigirvícios de digitalização presentes nos arquivos fornecidos pela PMJP.


155Dentre esses problemas, o que mais dificultou esta ativi<strong>da</strong>de foi o fato do sistemaviário no layer fornecido, ter sido formado pelo alinhamento <strong>da</strong> testa<strong>da</strong> dos lotes, ou seja, poruma cama<strong>da</strong> de polígonos e não por uma cama<strong>da</strong> de linhas, o que sem sombra de dúvi<strong>da</strong>facilitaria o reconhecimento dessa última cama<strong>da</strong>, como vetores de ligação pelo SIG-T.Diante deste problema, um novo layer foi inserido com o arruamento base do ano de2003. Isto levou a detecção de algumas falhas referentes à falta de atualização <strong>da</strong> base dosistema viário, em virtude de intervenções como: duplicação de vias, instalação de rotatórias,etc., terem sido implanta<strong>da</strong>s no sistema viário.Com a correção desses problemas na área piloto, a inserção <strong>da</strong>s veloci<strong>da</strong>des médiasoperacionais obti<strong>da</strong>s com o tratamento <strong>da</strong>s planilhas apresenta<strong>da</strong>s no capítulo 5, deu-se deforma seqüencial e coordena<strong>da</strong>, pois foram feitas as compilações de acordo com ca<strong>da</strong> grupode vias, conforme classificação menciona<strong>da</strong> no capitulo anterior.Um dos problemas relativos a escolha <strong>da</strong> melhor rota de acordo com <strong>da</strong>dos informadosao banco de <strong>da</strong>dos, refere-se ao cálculo feito pelo SIG-T usado, que executava a operação pelaanálise do comprimento dos segmentos de retas. Para otimizar o tempo, foi realiza<strong>da</strong> aconversão de uni<strong>da</strong>des de distância em uni<strong>da</strong>des de tempo em função <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de médiaoperacional, que em sua composição utiliza todos os elementos de atrito presentes no sistema.Assim, foi feito com que o SIG-T calculasse a rota pelo somatório do menor intervalode tempo em função <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de operacional, que automaticamente escolheria a rota emfunção <strong>da</strong>s vias com melhores médias de veloci<strong>da</strong>de operacional,.Após todos esses procedimentos, foram simula<strong>da</strong>s rotas dentro <strong>da</strong> área piloto,considerando os aspectos outrora levantados, <strong>da</strong>ndo base para sua exploração no Capítulo 7,Discussão dos resultados.


156CAPÍTULO 7DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


1577.1 INTRODUÇÃOA discussão dos resultados <strong>da</strong> pesquisa refere-se à construção de uma ferramenta debaixo custo, para auxiliar os motoristas dos veículos do SAMU na escolha <strong>da</strong> rota que ofereçao menor tempo de deslocamento no atendimento a ocorrências de natureza emergencial naci<strong>da</strong>de de João Pessoa/Pb.Os <strong>da</strong>dos levantados nas etapas anteriores foram tratados matematicamente eapresentados em forma de gráficos e tabelas, possibilitando uma análise mais eficaz através<strong>da</strong> comparação com os mapas de rotas apresentados neste capítulo, oriundos dos registros deocorrências, que compuseram o conjunto amostral de rotas em 2007.Basicamente a apresentação e a discussão dos resultados fun<strong>da</strong>mentam-se em trêseixos principais: a identificação do problema, o comportamento <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de médiaoperacional e o funcionamento do protótipo de roteirização, como seguem abaixo.7.2 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMAAs rígi<strong>da</strong>s condições de trabalho no serviço de urgência, tornam o deslocamento dosveículos e a escolha <strong>da</strong> rota elementos decisivos na prestação do socorro às vítimas dessesacontecimentos.Sob tais condições, atuam os profissionais que conduzem os veículos, onde em muitoscasos o destino de atendimento é balizado por um conjunto de informações restritas a: o nome<strong>da</strong> rua, o número <strong>da</strong> casa e o bairro de destino.De forma direta, o fornecimento <strong>da</strong>s informações prévias transmitem ao condutor to<strong>da</strong>a responsabili<strong>da</strong>de pelo traçado e execução <strong>da</strong> rota, como na maioria dos casos e em nívellocal, os condutores se dividem entre jorna<strong>da</strong>s de trabalho longas e multi-institucionais e odesgaste mental e físico do corpo, interferem diretamente nas condições de trabalho e naexecução de suas ativi<strong>da</strong>des.Além desses fatores, é imperativo que o mesmo tenha o conhecimento <strong>da</strong> área onde sedeseja chegar, ruas que dão acesso à mesma, condições do tempo e do trânsito em função dodia <strong>da</strong> semana, mês do ano, hora do dia, além dos elementos de atrito presentes no trânsito no


158instante do acionamento, como: locais com engarrafamento, vias interdita<strong>da</strong>s, sentidos decirculação alterados etc.Para a assimilação de tal necessi<strong>da</strong>de foram analisa<strong>da</strong>s, uma a uma, as rotas quecompuseram a coletânea de mapas produzidos. Nos primeiros registros, alguns dos problemasjá foram de imediato identificados, problemas esses, que exigiam justamente do condutor umatoma<strong>da</strong> de decisão eficiente em um intervalo de tempo muito curto, durante o atendimento <strong>da</strong>ocorrência em situações reais.Alem desse fator, a informação de destino equivocado é outro problema que tambémdificulta o trabalho do serviço de urgência. Esse problema ocorreu em alguns casos, onde sepôde exemplificar na Ocorrência 1 (Figura 27).Durante o acionamento a central designa uma ambulância a sair <strong>da</strong> sede do Serviço doSAMU, com destino a um dos bairros <strong>da</strong> capital, transmite o endereço, e utiliza como formaalternativa de referência um templo religioso presente na locali<strong>da</strong>de, informando não o nomedo templo, e sim a doutrina a qual pertencia. De imediato, o motorista traça mentalmente arota e, para a surpresa <strong>da</strong> equipe <strong>da</strong> ambulância, encontra no primeiro destino um terrenovazio.Após nova comunicação com a central, à informação recebi<strong>da</strong> era que o bairro dedestino possuía 03 templos religiosos ligados à mesma doutrina, e que só seria possívellocalizar com exatidão o ponto de atendimento após novo contato com o acompanhante <strong>da</strong>vítima, destinando a ambulância para um dos outros dois templos.


159292500 294500 296500 298500 30050092145009212500Menor Rota9210500Rota utiliza<strong>da</strong>9208500Rota utiliza<strong>da</strong>92065001 0 1 2 3 4 5 km9204500Em ergência I<strong>da</strong>Em ergência RetornoAtendim entoM APA DAS VIAS NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA - PBO CO RRÊNCIA 01Base SAM U-JPHospitaisElaboração: Jorge Flávio CazéFonte: Im agem Satélite Quick Bird domunicípio de João Pessoa - PB - 20052007Lim ites dos BairrosFIGURA 27 - Ocorrência 01Isso fez que com o veículo transitasse dentro <strong>da</strong> locali<strong>da</strong>de por rotas que não seriam asideais para otimizar o atendimento, tendo em vista que a vítima possuía i<strong>da</strong>de avança<strong>da</strong> ehavia sofrido um enfarte, segundo a regulação médica <strong>da</strong> central.


160Após a per<strong>da</strong> de minutos precisos, o local do atendimento foi encontrado pelaambulância antes do novo contato estabelecido pela central, e para nova surpresa durante osregistros, após coletar a vítima, a rota escolhi<strong>da</strong> pelo motorista até chegar ao hospital dedestino, frente a essa situação de stress, foi justamente a rota mais longa, com a vítimaembarca<strong>da</strong>, como demonstra o mapa abaixo:Rota Sugeri<strong>da</strong>Rota Adota<strong>da</strong>FIGURA 28 - Rota sugeri<strong>da</strong> para uma ocorrência realRegistra<strong>da</strong> essa ocorrência, forma escolhidos dois pontos na mesma base e na mesmarota no protótipo de roteirização, simulando a ambulância percorrendo todos os caminhospossíveis, em segui<strong>da</strong> escolhido o mais adequado, onde foram comparados os tempos. Oresultado obtido foi o seguinte:O protótipo sugeriu uma rota na qual seriam gastos 371 segundos, ou seja, 06 minutose 11 segundos. A rota percorri<strong>da</strong> apresentou um total 487 segundos, ou então, 08 minutos e 07segundos, ambas entre os mesmos pontos escolhidos. Totalizando somente na realização


161dessa escolha na abrangência <strong>da</strong> área piloto de testes, foi registra<strong>da</strong> uma diferença de 01 (um)minuto e 58 (cinqüenta e oito) segundos de per<strong>da</strong> de eficiência de deslocamento (Figura 28).Essa per<strong>da</strong> pode não parecer muito, mas se for levado em consideração que esseserviço trabalha com o conceito <strong>da</strong> Golden Hour, as chances de sobrevivência <strong>da</strong> vítima sãosignificativamente reduzi<strong>da</strong>s, potencializa<strong>da</strong>s as chances de surgimento de seqüelas graves.Após observar esse tipo de comportamento no deslocamento do veículo deemergência, é necessário esclarecer que o condutor não pode ser tratado como o vilão <strong>da</strong>história, trata-se de mais uma <strong>da</strong>s vítimas <strong>da</strong> indisponibili<strong>da</strong>de de ferramentas quão possamauxiliá-lo no serviço de emergência, já que esse tipo de veículo desloca-se em alta veloci<strong>da</strong>de,dentro <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong>de de seu porte, e que ain<strong>da</strong> é necessário conduzi-lo com segurançae perícia, a fim de preservar os demais usuários <strong>da</strong>s vias.Em outra emergência, denomina<strong>da</strong> Ocorrência 2 (Figura 29), o endereço informadopela acompanhante <strong>da</strong> vítima, apresentava erro e inexatidão de informação, e o operador <strong>da</strong>central de chama<strong>da</strong>s realizou confusão de direção e sentido ao informar ao condutor manobrasno sentido a direita quando deveriam ser para o sentido esquerdo no cruzamento <strong>da</strong> Av.Ministro José Américo de Almei<strong>da</strong> com a Av. Maximiniano Figueiredo (Figura 30).


162292500 294500 296500 298500 3005009214500Rota utiliza<strong>da</strong>9212500Rota sugeri<strong>da</strong>9210500920850092065001 0 1 2 3 4 5 km9204500Emergência I<strong>da</strong>Emergência RetornoAtendimentoMAPA DAS VIAS NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA - PBOCORRÊNCIA 07Base SAMU-JPLimites dos BairrosElaboração: Jorge Flávio CazéFonte: Imagem Satélite Quick Bird domunicípio de João Pessoa - PB - 20052007FIGURA 29 - Ocorrência 02


163FIGURA 30 - Cruzamento <strong>da</strong> Av. Max. Figueiredo com a Av. Duarte <strong>da</strong> SilveiraO que fez com que à ambulância transitasse em círculos, entre dois dos principaiseixos viários <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de (Av. Pedro II e Av. Ministro José Américo de Almei<strong>da</strong>), procurando olocal de atendimento, para socorrer uma vítima de coma alcoólico portador de diabetes.Nessas situações, o stress emocional do motorista e <strong>da</strong> equipe médica é levado ao extremo,pois a per<strong>da</strong> de segundos ou minutos podem significar a diferença entre viver ou morrer.Percebeu-se que em muitos dos casos o endereço é peça fun<strong>da</strong>mental na localizaçãodo destino, e que a cultura de ca<strong>da</strong> locali<strong>da</strong>de interfere diretamente no auxílio à localização doponto de atendimento.Algumas comuni<strong>da</strong>des desenvolvem formas próprias de ca<strong>da</strong>stramento e localizaçãodentro de seus espaços, onde muitas vezes a única informação de conhecimento delocalização transmiti<strong>da</strong> por quem aciona o serviço, é a atribuição do nome utilizado no sensocomumou no dia-a-dia em seu espaço, como é o caso do bairro Monsenhor Magno,conhecido popularmente como “Muçum Mago”.Essas situações tornam-se mais complica<strong>da</strong>s à medi<strong>da</strong> que o serviço tem que atendercomuni<strong>da</strong>des que ocuparam áreas urbanas ocupa<strong>da</strong>s de forma espontânea e semregulamentação, alguma pelas esferas administrativas.


164Assim, um sistema de informações geográficas como ferramentas de roteirização, quepossa catalogar além dos endereços oficialmente reconhecidos pelos ca<strong>da</strong>stros imobiliários, àsinstruções alternativas de localização. Por exemplo; pontos de referências como, templosreligiosos, supermercados, farmácias, bares, etc., podem auxiliar no traçado de rotas maiseficientes através de procedimentos computacionais.Além <strong>da</strong> alimentação por informações culturais, o uso do SIG pode permitir aidentificação do endereço de onde a chama<strong>da</strong> está sendo realiza<strong>da</strong>, e também pode utilizarimagens de satélites que permitem visualizar e checar informações dos locais, através dequestionamentos dos <strong>da</strong>dos de referência, evitando acionamentos de má-fé (trotes).Durante um terceiro exemplo, aqui denomina<strong>da</strong> de Ocorrência 3 (Figura 31), a rotaapresentou otimização por imposição do sistema viário e localização dos destinos.


165Rota otimiza<strong>da</strong> (BR-230/101)As ocorrências que menos apresentaram distorções no traçado <strong>da</strong>s rotas foram aquelasque tiveram que seguir obrigatoriamente os eixo viários atrelados às BR´s em mais de 70% dopercurso, o que não aconteceu com as ocorrências intra-bairros, como evidenciam os doisexemplos anteriores, entre os dez registrados.


166Essas ocorrências obrigam ao deslocamento por “eixos fixos”, e tendem a apresentarotimização de veloci<strong>da</strong>de, tempo e rota. A otimização <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de acontece em virtude dotipo de pavimento, de sua configuração de traçado, <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de de outros usuários <strong>da</strong> via, <strong>da</strong>restrição de interseções em sua extensão e devido à disponibili<strong>da</strong>de de faixas de tráfego paraultrapassagem dos veículos.Há de se considerar que a veloci<strong>da</strong>de de deslocamento algumas vezes é interrompi<strong>da</strong>de forma abrupta, devido ao fato <strong>da</strong>s rodovias apresentarem em alguns de seus quilômetrosurbanos, semáforos de pedestres com acionamento manual pelo usuário <strong>da</strong> faixa, ao invés depassarelas eleva<strong>da</strong>s.A otimização nessas vias também ocorre pela menor interferência dos elementos deatrito no trânsito, pelo número reduzido de acessos e saí<strong>da</strong>s ao eixo viário, quando comparadoa uma via arterial intra-urbana, sendo potencializa<strong>da</strong> também pela maior média de veloci<strong>da</strong>deatingi<strong>da</strong> pelo veículo, tendo em vista o sentido único de circulação nas faixas de tráfego quecruzam o perímetro urbano.Entretanto, pelo fato <strong>da</strong>s BR´s serem projeta<strong>da</strong>s para atingir médias de veloci<strong>da</strong>demais altas que nas vias intra-urbanas, o tempo é otimizado em função <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de médiaoperacional obti<strong>da</strong> pelo veículo.A rota também é mais bem traça<strong>da</strong> devido ao fato do endereçamento em uma BRobedecer rigi<strong>da</strong>mente o sistema de identificação por numeração quilométrica, o quepossibilita saber pelo número do quilômetro informado em que sentido <strong>da</strong> via ocorreu oacidente ou a violência.Entretanto, as BR´s apresentam um fator de risco. Uma vez interrompi<strong>da</strong> a marcha dedeslocamento dos demais usuários <strong>da</strong> via, acumula-se rapi<strong>da</strong>mente um grande contingente deveículos, em função do grau de atrativi<strong>da</strong>de oferecido por este tipo de via.Apenas um acidente, pode interromper o trânsito por quilômetros e enclausurar umveículo de emergência até que os demais dêem passagem. Isso retiraria do deslocamento doveículo de emergência a rapidez e a capaci<strong>da</strong>de de mobili<strong>da</strong>de de que tanto necessita. Por issoo monitoramento do fluxo nessas vias se torna de grande valia e importância.


1677.3 O COMPORTAMENTO DA VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALA veloci<strong>da</strong>de de um veículo de emergência é uma variável de difícil padronização,principalmente quando confronta<strong>da</strong> com a dinâmica dos espaços urbanos, o crescimentoacelerado do número de veículos circulando nas vias e o reordenamento dos espaços a fim deproporcionar acessibili<strong>da</strong>de e mobili<strong>da</strong>de intra-urbana.Como já foi citado anteriormente, são abor<strong>da</strong>dos neste subitem os <strong>da</strong>dos apresentadosna planilha de veloci<strong>da</strong>des médias por tipo de via. Assim o foco <strong>da</strong> análise se deu com base noresultados de to<strong>da</strong>s as veloci<strong>da</strong>des registra<strong>da</strong>s nas ocorrências cita<strong>da</strong>s no item 4.3.1 - Mapasde ocorrências (Número <strong>da</strong> ocorrência, <strong>da</strong>ta, trajeto).Após a filtragem dos <strong>da</strong>dos e as combinações do tipo e características <strong>da</strong>s vias, foramdefinidos oito grupos distintos de classificação de veloci<strong>da</strong>des. O primeiro grupo reuniu asveloci<strong>da</strong>des que foram registra<strong>da</strong>s em vias com a denominação ASF/MD/01FX (via asfalta<strong>da</strong>,com mão dupla e 01 faixa de tráfego para ca<strong>da</strong> sentido). Neste tipo de via, a veloci<strong>da</strong>de médiaoperacional encontra<strong>da</strong> foi de 33.99 km/h, na área analisa<strong>da</strong> em ci<strong>da</strong>de de João Pessoa /Pb.Nas de classificação ASF/MU/02FX (via asfalta<strong>da</strong>, com mão única e 02 faixas detráfego para ca<strong>da</strong> sentido), a ambulância conseguiu alcançar uma média de veloci<strong>da</strong>de umpouco melhor que na primeira, tendo em vista que o fato <strong>da</strong> via possuir duas faixas de tráfegono mesmo sentido facilita a passagem do veículo de emergência que não precisa ficar retidono trânsito. Esse fator ajudou a alcançar a veloci<strong>da</strong>de de 42.22km/h, nesse segmento.Mesmo vias com a classificação ASF/MU/03FX (via asfalta<strong>da</strong>, com mão única e 03faixas de tráfego para ca<strong>da</strong> sentido), não apresentaram diferenças muito altas em relação àsdemais, no tocante a veloci<strong>da</strong>de média operacional. Nesse tipo de via, a amplitude de valor develoci<strong>da</strong>des registrou um incremento de 2.57km/h de diferença a maior que a anterior, ou seja,uma veloci<strong>da</strong>de média de 44.79km/h, isso porque nessas vias a presença de redutoreseletrônicos de veloci<strong>da</strong>des faz com que os demais veículos diminuam a marcha dedeslocamento a fim de preservar a segurança no trânsito, ocasionando aglomeração deveículos e lentidão no trânsito.Nas vias de classificação ASF/MU/04FX* (via asfalta<strong>da</strong>, com mão única e 02 faixasde circulação como elementos de inibição de veloci<strong>da</strong>de ao centro), um <strong>da</strong>do chamou atenção,a veloci<strong>da</strong>de registra<strong>da</strong> foi a mais baixa, quando compara<strong>da</strong> às vias com similari<strong>da</strong>de decaracterísticas físicas e geométricas. O valor <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de média obti<strong>da</strong> registrou 39.12km/h


168em uma situação de declive, onde se esperava que o veículo alcançasse uma veloci<strong>da</strong>de maiorem condições de tráfego normais.Esse fato deve-se a três fatores importantes. O primeiro, é a localização <strong>da</strong> via, que seencontrava no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de; o segundo o número de interseções semaforiza<strong>da</strong>s que aambulância teve que transpor; e o terceiro, o horário que o veículo trafegava na via, inicio dohorário de fim de tarde.Fatores como esses fazem com que a veloci<strong>da</strong>de operacional do veículo diminuasensivelmente, lembrando que nesse dia, as condições climáticas eram favoráveis a uma boafluidez no trânsito. Isso leva a concluir de imediato que devido à dinâmica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e aocomportamento dos demais condutores de veículos privados, traçar uma rota cruzando essetipo de via com as características apresenta<strong>da</strong>s, não é uma <strong>da</strong>s melhores escolhas paradiminuir o tempo de deslocamento do veículo de emergência.Vias do tipo <strong>CT</strong>O/MD/01FX (calçamento com paralelepípedo, mão dupla e uma faixade circulação para ca<strong>da</strong> sentido), apresentaram veloci<strong>da</strong>des inferiores à metade <strong>da</strong> média <strong>da</strong>svias asfalta<strong>da</strong>s, a exemplo dos registros que apresentaram para esse tipo de via o valor de17.44km/h. Além de não ser a mais recomendável para um melhor ganho de veloci<strong>da</strong>de, namaioria <strong>da</strong>s vezes essas vias não apresentam o conforto necessário de deslocamento para aremoção de vítimas de acidentes e violências.Os valores encontrados no grupo <strong>CT</strong>O/MU/01FX (calçamento com paralelepípedo,mão dupla e uma faixa de circulação para ca<strong>da</strong> sentido), atingiram a casa de 21.34km/h, o quesignifica dizer que o sentido de circulação <strong>da</strong> via atribui ao veículo de emergência melhoresou piores condições de circulação e desempenho na obtenção <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de.Optou-se trabalhar com as veloci<strong>da</strong>des médias operacionais devido ao fato de ser otrânsito e a circulação fenômenos dinâmicos e por ser a proposta desta pesquisa construir umaferramenta de baixo custo. Assim a veloci<strong>da</strong>de média foi construí<strong>da</strong> em situações de operaçãoextremas, com condições climáticas desfavoráveis (dias chuvosos), deslocamento em horáriosde pico, ocasionando sobrecarga no sistema e tempo de operação no menor intervalo possível.As veloci<strong>da</strong>des que balizaram o abastecimento do banco de <strong>da</strong>dos foram coleta<strong>da</strong>spara calibrar o sistema, de forma a escolher a rota, simulando as condições máximas deoperação do sistema (dia chuvoso e sistema viário operando no limite <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de emhorário de pico). Essa referência calibragem foi escolhi<strong>da</strong> porque o protótipo não dispusera desensores instalados na ci<strong>da</strong>de para auto-calibrar o roteirizador em tempo real como em outroslocais no mundo.


169Vias do tipo SPV/MD/01FX (sem pavimentação com piso de areia, com mão dupla euma faixa de circulação para ca<strong>da</strong> sentido), apresentaram veloci<strong>da</strong>des muito próximas <strong>da</strong>sveloci<strong>da</strong>des encontra<strong>da</strong>s nas vias do tipo <strong>CT</strong>O/MD/01FX, com valores na casa de 16.62km/h.Isso deve-se ao fato de no trânsito intra-bairro a referência de circulação ser <strong>da</strong><strong>da</strong> pelas viascom melhores condições de circulação, e como a maioria dos bairros que apresentampavimentação é do tipo <strong>CT</strong>O/MD/01FX, as vias sem pavimento apresentam menor número deveículos circulando por elas.As rotas sobre as vias do tipo ASF/UM/02FX, apresentaram as melhores veloci<strong>da</strong>desmédias operacionais devido aos fatores apontados no início do capítulo. O tipo de pavimentoa veloci<strong>da</strong>de de movimentação dos outros usuários <strong>da</strong> via, o número menor de restrições e deinterseções, a disponibili<strong>da</strong>de de faixas de tráfego para ultrapassagem dos veículos e <strong>da</strong> menorinterferência dos elementos de atrito no trânsito, otimizam o deslocamento que atingiu em seuvalor médio o índice de 81.14km/h.Outro fator importante que determina a escolha <strong>da</strong>s rotas é o endereço dos destinoshospitalares. No caso do Hospital de Traumas, localizado à margem <strong>da</strong> BR-230, as rotas sãodireciona<strong>da</strong>s para as BR´s, otimizando assim o deslocamento pelo menor tempo possível, emfunção do grau de mobili<strong>da</strong>de oferecido por esse tipo de via, que se torna um atrativo paratransitar por ela.Assim a ferramenta serve de auxílio ao motorista, pois o mesmo terá a visualizaçãoatravés de mapa impresso <strong>da</strong> rota mais viável para aquelas condições. Nos intervalos que nãoapresentem essas condições, poderá adotar-se a rota sugeri<strong>da</strong> como itinerário de orientação jáque o protótipo regula a compensação entre e melhor caminho, a melhor veloci<strong>da</strong>de e a menordistância, já que o resultado é calculado a partir do tempo gasto.O deslocamento apresenta veloci<strong>da</strong>des em grafos muito dinâmicos e a obtenção deuma rota de acordo com os parâmetros reais de um <strong>da</strong>do momento, só seria possível através<strong>da</strong> integração de sistemas de monitoramento do trânsito e com altos investimentos emtecnologia no sistema viário <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de em questão.


1707.4 O FUNCIONAMENTO DA FERRAMENTA DE ROTEIRIZAÇÃOO funcionamento do protótipo depende diretamente <strong>da</strong>s informações conti<strong>da</strong>s na baseca<strong>da</strong>stral, onde alguns problemas foram verificados quanto à integri<strong>da</strong>de e fideli<strong>da</strong>de dos<strong>da</strong>dos apresentados, a exemplo do shape file inicial <strong>da</strong> divisão de bairros do município, quenão apresentou os registros nominais de alguns bairros e a atualização dos últimosloteamentos abertos na ci<strong>da</strong>de.No shape file <strong>da</strong>s vias, o mesmo apresentava várias duplici<strong>da</strong>des de enti<strong>da</strong>des,desconexão entre os links, o sistema viário era formado pela união <strong>da</strong>s linhas de testa<strong>da</strong> delotes e quadras, o que inviabilizou sua utilização como cama<strong>da</strong> viária. Neste caso foireconstruí<strong>da</strong> a malha viária em uma região piloto e cria<strong>da</strong> uma nova rede para a execução dopré-teste.Concluí<strong>da</strong> essa fase, os testes experimentais em rotas virtuais foram executados,apresentando resultados satisfatórios do ponto de vista <strong>da</strong> escolha <strong>da</strong> melhor rota utilizando osomatório do menor intervalo de uni<strong>da</strong>des de distância, considerando as condições préestabeleci<strong>da</strong>snos parâmetros de calibragem adotados na metodologia.Levando em consideração as diferentes vias, sentidos de circulação, tipos de controle,tipo de pavimento e condições climáticas, foram atribuídos pesos proporcionais a estespontos, refletidos dentro do sistema na veloci<strong>da</strong>de operacional. Inicialmente deduzia-se que aaceleração, a veloci<strong>da</strong>de de cruzeiro e a desaceleração do veículo obedeciam uma supostaregulari<strong>da</strong>de de acordo com as características <strong>da</strong> via conforme Gráfico 18.SIMULAÇÃO DE MOVIIMENTOVELOCIDADEREGISTRADA70605040302010595857 555351494745403530252015100 0 5 101520253035404548525456586060606060606060606060 001357911GRÁFICO 18 - Expectativa de comportamento <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de131517192123252729COMPRIMENTO DO TRECHOVELOCIDADE31333537394143


171Na reali<strong>da</strong>de, o que foi constatado após as análises <strong>da</strong>s planilhas, dos gráficos e <strong>da</strong>sveloci<strong>da</strong>des, juntamente com o programa, foi que as diversas enti<strong>da</strong>des de atrito existentes,condicionaram o deslocamento do veículo a apresentar uma veloci<strong>da</strong>de variável e não regularde acordo com ca<strong>da</strong> tipo de via, como mostra o Gráfico 19 abaixo.CIDADE VERDE (<strong>CT</strong>O/MD/01FX)VELOCIDADE REGISTRADA (km/h)80,0070,0060,0050,0040,0030,0020,0010,000,0030,730,000,000,0850,0050,1120,06647,8340,960,05758,040,08156,340,0780,028 19,920,06244,420,08863,240,09770,140,04632,870,022 16,190,018 13,000,005 3,410,013 9,670,010 7,050,350,00024,440,03427,360,03846,070,06461,460,08575,100,10470,050,097COMPRIMENTO DO TRECHO (km)VELOCIDADE KM/HGRÁFICO 19 - Comportamento real <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>deTal comportamento no deslocamento foi evidentemente influenciado, como consta nosregistros feitos, pela dinâmica local, onde justamente na faixa horária de maior pico, ocorreu osocorro médico vítima de infarto.A razão desse comportamento durante o deslocamento, é justifica<strong>da</strong> pela influência <strong>da</strong>dinâmica local na variação <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de, que pode ser refleti<strong>da</strong> no protótipo de roteirização,se as veloci<strong>da</strong>des operacionais adota<strong>da</strong>s forem a de ca<strong>da</strong> grafo registrado, razão esta que levoua adoção <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de média operacional como variável padrão para o cálculo do tempo.Após a análise conjunta desses <strong>da</strong>dos, foi feita uma nova simulação com oTRANSCAD, tomando como base pontos aleatórios e as veloci<strong>da</strong>des médias operacionaisobti<strong>da</strong>s na planilha de veloci<strong>da</strong>des médias, e que tipo de via iria percorrer (Figura 32).O programa sugeriu uma rota que teve como critério base o menor tempo dedeslocamento entre os pontos, respeitando os sentidos de circulação de ca<strong>da</strong> via, que sãoelementos de restrição para o protótipo de roteirização.


172Rota Apresenta<strong>da</strong>FIGURA 32 - Simulação de rota no TRANSCADEm segui<strong>da</strong>, o programa apresentou uma janela informando o sentido, a direção aseguir, a distância de ca<strong>da</strong> grafo e total percorrido durante o trajeto para atingir o objetivo, oque facilitaria no auxílio à condução do veículo ate o destino pretendido (Figura 33).FIGURA 33 - Bloco de notas apresentando instruções de percurso <strong>da</strong> rota


173O método de roteirização do programa obedece a restrições de direções, que não sãoos únicos elementos de restrição que são encontrados em uma rede viária urbana. Também énecessário e recomendável regular o movimento de tráfego, como em semáforos, interseçõesetc., assim no TRANSCAD pode-se fixar penali<strong>da</strong>des de movimentos ou ações na rede comopor exemplo, atravessar uma interseção diretamente, virar à esquer<strong>da</strong>, virar à direita, eregressar.Essas penali<strong>da</strong>des podem ser fixa<strong>da</strong>s de acordo com as necessi<strong>da</strong>des de trabalho, parato<strong>da</strong> a rede ou simplesmente para parte dela, ou até para mu<strong>da</strong>nças de direção de um sentidopara outro. Em termos práticos, pode-se adicionar um peso de restrição na veloci<strong>da</strong>de se oveículo de emergência precisar fazer uma contramão.Nesta pesquisa, as restrições foram condensa<strong>da</strong>s no produto final, a veloci<strong>da</strong>de médiaoperacional, o que não impede de, em um momento oportuno atribuir novos elementos derestrição para otimização do protótipo.O programa apresentou resultados satisfatórios do pondo de vista de otimização <strong>da</strong>srotas, já que seu algoritmo de topologia trabalhou com três elementos básicos que definiram ahierarquia dos objetos no espaço, os pontos, as linhas e a área.A escolha <strong>da</strong> melhor rota só foi possível nessas condições porque o procedimento deanálise permitiu que o usuário criasse parâmetros e informasse ao programa quais deveriamser utilizados para escolha <strong>da</strong> informação deseja<strong>da</strong> ou obtenção do produto esperado.Uma vez feito isso, como o banco de <strong>da</strong>dos já havia sido alimentado pelas veloci<strong>da</strong>desmédias operacionais, ordenou-se ao programa que calculasse para ca<strong>da</strong> comprimento de rua, otempo que seria gasto para percorrê-la de acordo com as informações obti<strong>da</strong>s na operação docálculo do tempo.A partir <strong>da</strong>í, foi instruído para criar um novo arquivo de rede com extensão *.net, paraque o cálculo <strong>da</strong> melhor rota fosse realizado de acordo com a otimização do tempo, o queapresentaria o menor tempo total de percurso em segundos, pois o programa em fração demilésimos de segundos, calcularia todos os possíveis caminhos realizáveis de acordo com asrestrições e escolheria aquele que apresentasse o menor tempo gasto.Logo, o menor tempo gasto é associado às vias com melhor pavimento, maiorveloci<strong>da</strong>de operacional e menor número de penali<strong>da</strong>des. Esse procedimento também permiteao programa escolher rapi<strong>da</strong>mente se deve percorrer uma menor distância em uma via depavimento inferior à outra ou não.Isso só acontecerá, se somente se, o tempo gasto para percorrer a via A compavimento inferior, for menor que o tempo gasto para realizar o percurso na outra, mesmo que


174ela apresente melhores condições de pavimento e geometria, nesse caso se a via A apresentamelhor tempo operacional que a via B, o caminho será adotado pela via A.Essa ferramenta, não pode ser vista como opção exclusiva de resolução dos problemasde roteirização, principalmente nos centros urbanos onde a desconexão entre as esferasadministrativas em muito atrapalha esta ativi<strong>da</strong>de.São obras realiza<strong>da</strong>s sem que todos os órgãos relacionados a elas tomemconhecimento, mu<strong>da</strong>nças nos sistemas viários que não são atualiza<strong>da</strong>s nas bases geográficas,interrupção do trânsito de pequena escala ou não por tempo indeterminados em vias, etc.Além desses fatores, a ca<strong>da</strong> dia surgem novas tecnologias na área de trânsito e dotransporte. Porem o grande problema enfrentado é que essas tecnologias são a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s parapadrões comerciais em larga escala, ou seja, as metodologias para uso comercial e domésticode roteirização por aparelhos de GPS, ou por programas, estão volta<strong>da</strong>s para empresas liga<strong>da</strong>sa logística de cargas, passageiros, coletas e entregas.Assim, quando forem mercadológica e economicamente viáveis, as empresasproduzirão ferramentas de baixo custo, volta<strong>da</strong>s para o contexto local, aonde se vai aplicá-laespecialmente a um setor especifico sob domínio de maior responsabili<strong>da</strong>de do estado(a saúdepública). Também, serão analisa<strong>da</strong>s pelos fabricantes as possibili<strong>da</strong>des de ganho capital frenteaos custos de manutenção, comercialização e distribuição de programas desta linha.Até então o SAMU em nível de Brasil, opera simplesmente pela intuição dosmotoristas que trabalham sob condições de intensa pressão, o que em muitos casoscompromete em maior ou menor grau, a otimização do serviço, o salvamento de vi<strong>da</strong>s ecustos econômicos agregados a essa ativi<strong>da</strong>de.Por fim, pode-se complementar que a roteirização de veículos de emergência deveatender e fun<strong>da</strong>mentar-se em três níveis diferenciados de toma<strong>da</strong> de decisão, de acordo com afreqüência com que elas precisam ser otimiza<strong>da</strong>s.Um nível estratégico; onde as toma<strong>da</strong>s de decisões são de longo prazo, entre elas adefinição <strong>da</strong> rede logística, que depende <strong>da</strong>s decisões de utilização de modos de transporte e<strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> frota; um nível tático, onde as decisões liga<strong>da</strong>s ao planejamento <strong>da</strong> gestãode transportes são de médio prazo, entre elas o planejamento de transportes, a seleção econtratação de operadores que deve ser também prioriza<strong>da</strong>, pois nela atua a variável capitalintelectual e por fim o nível operacional, onde as ativi<strong>da</strong>des do dia-a-dia, como a realizaçãodos atendimentos e transporte devem ser prioriza<strong>da</strong>s e realiza<strong>da</strong>s <strong>da</strong> melhor forma possíveltanto no campo de execução como no econômico (MARQUES, 2002).


1757.5 COMENTÁRIOSEste trabalho procurou inicialmente reunir um aglomerado de informações querefletissem em seu universo de <strong>da</strong>dos o comportamento real de funcionamento do SAMU/JP,registrado através <strong>da</strong> criação e organização de banco de <strong>da</strong>dos, tabela, mapas e gráficos.Entretanto, a maior parte <strong>da</strong>s tendências cita<strong>da</strong>s nesta pesquisa basearam-se nasrespostas produzi<strong>da</strong>s pela interação do software com as informações reais do ambiente,aliados a mapas e imagens de satélite, através de técnicas de análise espacial.Neste instante a identificação do problema, razão pela qual o trabalho foidesenvolvido, foi demonstra<strong>da</strong> através <strong>da</strong> obtenção do registro <strong>da</strong>s rotas pelo uso do GPS etambém, que o problema de roteirização existe e que precisa ser corrigido.Após isto, pode-se perceber pelo padrão de dinâmica local, através dos horários depico, que nem sempre as principais vias de acesso são as ideais para o deslocamento deroteirização de veículos de emergência.Por exemplo, uma rota que seja traça<strong>da</strong> pela Av. Presidente Epitácio Pessoa no horáriocompreendido entre as 14:30 e 19:30 horas terá grandes chances de reter a ambulância notrânsito por impossibili<strong>da</strong>de de passagem, apresentando a via engarrafamento em sua maiorparte de extensão, caso o destino hospitalar seja o Hospital de Emergência e Trauma de JoãoPessoa, localizado no Bairro dos Estados e a margem <strong>da</strong> BR-230.Problemas de localização do destino podem facilmente ser resolvidos utilizando umabase digital como a proposta pela pesquisa. Assim, informações culturais podem ser incluí<strong>da</strong>scomo complemento às informações do ca<strong>da</strong>stro imobiliário municipal, evitando traçado derotas e deslocamentos desnecessários quando em atendimento pelo serviço.O traçado do destino hospitalar já pode ser informado pela própria central deregulação médica, pois após receber as primeiras informações do estado paciente, e sendo elaa reguladora <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de envio de uma uni<strong>da</strong>de básica ou avança<strong>da</strong>, o destino hospitalarpode ser escolhi<strong>da</strong> na proporcionali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> priori<strong>da</strong>de do atendimento, evitando que ocondutor do veículo escolha um destino inadequado à necessi<strong>da</strong>de de atendimento <strong>da</strong>ocorrência.Sobre o funcionamento direto <strong>da</strong> ferramenta, pode-se ressaltar que além <strong>da</strong>apresentação <strong>da</strong> rota através de um mapa, permite-se checar o local de atendimento através <strong>da</strong>visualização <strong>da</strong> imagem de satélite sobreposta em sua cama<strong>da</strong> base. Pode-se ain<strong>da</strong> informarpor escrito to<strong>da</strong>s as instruções de chega<strong>da</strong> ao local, com nome de aveni<strong>da</strong>s, distância a ser


176percorri<strong>da</strong> por trecho de via até o destino, sentido de direção por trecho, direção cardeal,distância parcial e distância total, além <strong>da</strong> estimativa de tempo final ate a chega<strong>da</strong> do local deatendimento e remoção hospitalar.Da forma como foi realizado o trabalho, conjuntamente com o resultado obtido,verificou-se gráfica e numericamente, que a ferramenta representou comportamentos de rotinado funcionamento do SAMU-JP, acrescidos de técnicas e recursos computacionais paraobtenção de um produto final otimizado, lembrando que a sugestão de um mapa de rotas não éum simples desenho e sim a representação de um conjunto de informações articula<strong>da</strong>s noespaço geográfico.Assim, à utilização de um sistema de informações geográficas voltado para asnecessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> área de transportes, através do uso e desenvolvimento de ferramentas debaixo custo, permitiu o abastecimento dos bancos de <strong>da</strong>dos de forma analógica e/ou digital emostrou-se como uma ferramenta alternativa viável frente aos atuais problemas deroteirização.


177CAPÍTULO 8CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES


1788.1 CONCLUSÕESEsta dissertação teve como foco principal contribuir para redução <strong>da</strong>s seqüelasdecorrentes <strong>da</strong> demora no deslocamento no atendimento as vítimas de acidentes, violências ede causas biológicas no ambiente urbano.Neste sentido, através <strong>da</strong> redução do tempo de viagem <strong>da</strong>s ambulâncias no Serviço deAtendimento Móvel de Urgência (SAMU/192), buscou-se por meio do uso de uma ferramentade roteirização, reconhecer a importância <strong>da</strong> escolha <strong>da</strong> melhor rota, que nem sempre é a maiscurta, analisando a reali<strong>da</strong>de que caracteriza o funcionamento do serviço no contexto local etestando sua eficiência de utilização através de comparações com ocorrências reais registra<strong>da</strong>snesse serviço.Desta forma, construir os parâmetros de classificação <strong>da</strong>s vias e testar tal ferramentaexigiu, segundo a metodologia adota<strong>da</strong>, uma série de procedimentos e ativi<strong>da</strong>des já relata<strong>da</strong>snos capítulos anteriores, mas que sem dúvi<strong>da</strong> alguma foram imprescindíveis para a elaboraçãodo modelo de rotas. De acordo com suas respectivas características, as vias analisa<strong>da</strong>ssubsidiaram todo o procedimento de catalogação e articulação <strong>da</strong> rede viária, que constituiuposteriormente a base digital de suporte ao uso <strong>da</strong> ferramenta de roteirização.A realização <strong>da</strong> coleta de <strong>da</strong>dos não foi tarefa <strong>da</strong>s mais fáceis. Após a instalação detodo o aparato eletrônico para obter de forma fiel os <strong>da</strong>dos necessários, acompanhar aambulância embarcado nela e presenciar ocorrências reais, que vão desde escoriações afalecimentos, exigiu uma carga grande de auto-controle, a fim de não perder o foco <strong>da</strong>pesquisa, dos registros a serem feitos e de jamais dificultar o exercício do socorro médico pelaequipe do SAMU.Os resultados obtidos por meio <strong>da</strong> coleta e do tratamento dos <strong>da</strong>dos, através de uminventário de matrizes, totalizaram 7.940 registros de veloci<strong>da</strong>des em 5.769 km percorridos,dentro de um intervalo de tempo de 240 horas de coleta de <strong>da</strong>dos, embarcado nos veículos deemergência. Com o agrupamento desses <strong>da</strong>dos foi possível refletir e articular com razoávelfideli<strong>da</strong>de o conjunto de variáveis combina<strong>da</strong>s, que embasaram a obtenção <strong>da</strong>s veloci<strong>da</strong>desmédias operacionais atribuí<strong>da</strong>s às vias na base digital cita<strong>da</strong> anteriormente.O inventário de matrizes contribuiu igualmente para o reconhecimento <strong>da</strong> importânciade quantificação <strong>da</strong>s veloci<strong>da</strong>des nas vias em função de suas características geométricas, <strong>da</strong>composição do tipo de pavimento, <strong>da</strong> presença de elementos de atrito e/ou restrição decirculação presentes nela e dos mecanismos de controle de tráfego instalados em todo o


179sistema de circulação. Assim, buscou-se estabelecer através do tratamento dos <strong>da</strong>dos umreferencial de veloci<strong>da</strong>des para abastecer os parâmetros de equacionamento <strong>da</strong>s vaiáveistempo, veloci<strong>da</strong>de e distância a ser percorri<strong>da</strong> no sistema e na ferramenta de roteirização.Basicamente, associar <strong>da</strong>dos espaciais a arquivos digitais, são recursos facilmentedisponíveis em SIG´s. No entanto, disponibili<strong>da</strong>de de um programa que contenha grande partedessas ferramentas, ou ao menos as funções mais importantes de um Sistema de InformaçõesGeográficas e que paralelamente execute modelagem em transportes, levou a escolha doTRANSCAD, do qual se exigiu a utilização <strong>da</strong> flexibili<strong>da</strong>de de emprego de uma ferramentapotencial de roteirização de caminhos a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> para veículos de emergência do SAMU.Como os sistemas de transporte têm ligação direta com o referenciamento espacial,esta pesquisa demandou um trabalho fatigante de digitalização dos de eixos de vias,atribuindo-lhes to<strong>da</strong>s as proprie<strong>da</strong>des <strong>da</strong> rede, tais como: nome <strong>da</strong>s vias, bairros, veloci<strong>da</strong>desmédias operacionais, sentidos de circulação, restrições de tráfego e os cálculos de tempo emfunção <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de operacional, para posterior combinação algorítmica na escolha <strong>da</strong> rotamais adequa<strong>da</strong> pelo TRANSCAD.Os atributos <strong>da</strong> rede, dispostos tais como foram óbitos nas etapas anteriores,possibilitaram a realização de pré-testes, onde pôde-se observar como o uso <strong>da</strong> ferramentareagiria supostamente a rotas hipotéticas. Obteve-se com o resultado dos pré-testes, to<strong>da</strong>s asinstruções espera<strong>da</strong>s, como o nome <strong>da</strong>s vias a serem percorri<strong>da</strong>s, a direção, o azimute, adistância parcial por trecho e por total <strong>da</strong> rota, o sentido de circulação, o mapa dedeslocamento e por fim o tempo estimado de percurso.De tal modo, a associação dos <strong>da</strong>dos espaciais aos <strong>da</strong>dos digitais, apresentou o produtoesperado não exigindo do condutor conhecimento elevado sobre to<strong>da</strong> a planta <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e sim,apenas um conhecimento mediano sobre a localização dos destinos que teria que atingir.Complementarmente, verificaram-se as oscilações do horário de pico viário no trânsito<strong>da</strong> capital, feita através contagem de veículos em 15 pontos (Figura 20) de maior volume decirculação e acesso no município. Ressalta-se que esta etapa só foi realiza<strong>da</strong>, devido atransposição de obstáculos relativos a obtenção dificultosa dos <strong>da</strong>dos.Posteriormente, os mesmo <strong>da</strong>dos foram tratados e utilizados como fonte deinformações, para detecção dos horários menos recomen<strong>da</strong>dos para a roteirização <strong>da</strong>sambulâncias nos principais corredores viários <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de em função <strong>da</strong> concentração deveículos naquelas vias durante as frações de tempo e/ou horas de pico.De acordo com os estudos e análises realiza<strong>da</strong>s para a construção deste trabalho,somente a coleta e a comparação <strong>da</strong>s rotas reais com as rotas simula<strong>da</strong>s na ferramenta de


180roteirização, possibilitaram a real comprovação <strong>da</strong> hipótese de existência dos problemas deroteirização levantados nesta pesquisa.Através <strong>da</strong> comparação <strong>da</strong>s rotas reais com as rotas simula<strong>da</strong>s, pôde-se comprovar queo equacionamento tanto do fator tempo e do fator distância, na forma como o processo érealizado hoje não se mostram eficientes, principalmente quando comparados as rotassugeri<strong>da</strong>s pela ferramenta de roteirização, em conformi<strong>da</strong>de com a metodologia adota<strong>da</strong> nestapesquisa.Os resultados demonstraram que em to<strong>da</strong>s as ocorrências em que as vias de melhorveloci<strong>da</strong>de operacional (BR/ASF/MU/02FX) não determinaram o traçado rígido <strong>da</strong> rota,devido as suas características viárias e de engenharia, houve per<strong>da</strong> de tempo por adoção docaminho mais longo e com menor veloci<strong>da</strong>de média operacional por trecho e total.É importante salientar que os condutores desses veículos não podem ser consideradoscomo causa e/ou origem do problema, pois orbita em torno deles os fatores humanos, físicos,psicológicos, culturais e econômicos no exercício de sua ativi<strong>da</strong>de. Relembra-se que muitosdesses condutores possuem jorna<strong>da</strong>s duplas e/ou triplas de trabalho, onde o cansaço físico emental interfere diretamente na toma<strong>da</strong> de decisões, desgaste esse potencializado pelanecessi<strong>da</strong>de econômica de sobrevivência, haja vista a baixa média salarial dos mesmos.Os resultados obtidos nas simulações computacionais decorrentes do confrontamentocom ocorrências reais mostraram que a utilização <strong>da</strong> ferramenta proposta pode ser de grandeutili<strong>da</strong>de no auxílio do processo de roteirização para os veículos de emergência no SAMU-JPe seus resultados podem ser refletidos diretamente na possibili<strong>da</strong>de de melhoria <strong>da</strong> prestaçãodo socorro médico e na redução do risco de morbimortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> população de João Pessoa.Por fim, ressalta-se ain<strong>da</strong> que esta ferramenta pode ser aplica<strong>da</strong> a outras locali<strong>da</strong>des,respeitando obviamente suas particulari<strong>da</strong>des estruturais, econômicas, sociais, culturais e dedisponibili<strong>da</strong>de de pessoal e tecnológica disponível.


1818.2 RECOMENDAÇÕESCom relação a trabalhos futuros, ficam as seguintes recomen<strong>da</strong>ções:• Associar essa ferramenta de roteirização a softwares comlicenças livres e que possam ser distribuídos de forma amplae gratuita pela internet;• Desenvolver novas pesquisas sobre o comportamento dosveículos de emergência no cenário local, regional enacional; e• Construir e/ou associar a esta ferramenta, novos parâmetros,funcionali<strong>da</strong>des e mecanismos que possibilitem dentro <strong>da</strong>engenharia urbana o acompanhamento em tempo real <strong>da</strong>scondições de trafegabili<strong>da</strong>de locais em conjunto comferramentas de roteirização para veículos de urgência eemergência.• Implantar o serviço de divulgação <strong>da</strong>s condições do trânsitonas rádios locais na ci<strong>da</strong>de, para informar as condições reaisde circulação para os usuários do sistema.• Desenvolver o uso <strong>da</strong> ferramenta de roteirização nos demaisserviços de urgência, emergência e segurança pública.• Utilizar as bases dos pacotes comerciais vendidos juntoscom os GPS convencionais, para programar novasmetodologias de roteirização no atendimento <strong>da</strong>s urgênciase emergências.Como comentário final, registra-se a intenção deste trabalho em contribuir com ofuncionamento dos serviços públicos com quali<strong>da</strong>de e eficiência a fim de minorar osofrimento alheio e proporcionar quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e bem estar a todos e to<strong>da</strong>s que interagem,constroem e reconstroem o espaço coletivo onde vivemos.


182REFERÊNCIAS


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Página para acomo<strong>da</strong>ção do CD com a dissertação meio digital.190

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