UNIVERSIDADE FEEVALE

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56Como veremos no próximo capítulo é da Pixar as principais inovaçõesda computação gráfica no final da década de 80. Mas vale ressaltar outrasobras que ganharam destaque nessa época.Entre elas, “Uma cilada para Roger Rabbit”, de 1988. Dirigido porRobert Zemeckis, o filme mostra um detetive que deve resolver um crime nomundo animado, interagindo com personagens de desenhos das mais diversasépocas, em um estúdio dos anos 40.Schneider (2008, p.767) relata que o filme que mescla animação com ocinema tradicional “continua parecendo tecnicamente perfeita duas décadasdepois (...) uma comédia de ação exatamente como os desenhos clássicos daWarner que ela homenageia”. Barbosa Junior (2005, p.413) defende onde seencontra o principal trunfo do filme:As produções anteriores, que combinavam animação e filmes ao vivo,trabalhavam com câmera estática nas tomadas dos atores humanospara não criar problema aos animadores com as mudanças deperspectiva, iluminação e interação com personagens e objetos domundo real. A ousadia dos realizadores de Roger Rabbit estava empôr abaixo esse limite sem descuidar da atuação dos personagensanimados – para cada frame os animadores tinham de ajustartamanho, posição e expressão dos desenhos, a fim de corresponderao movimento da câmara.A verdade é que o filme teve marketing voltado para sua produçãocomputadorizada, quando na verdade, todos os efeitos foram realizados comanimação tradicional. O autor mostra que a sensação de tridimensionalidadeutilizada nos personagens é na verdade a sobreposição de acetatos,fotografados e desfocados para dar a impressão de suavidade nas bordas dospersonagens (Ibid, 2005).No final da década, outro filme que utiliza a computação gráfica comoefeito especial e merece destaque é “O segredo do abismo”, do diretor JamesCameron. O filme apresenta uma criatura feita de água parecida com umacobra, capaz de sair da água, interagir com humanos e sofrer transformações.Esse efeito foi realizado pela equipe da “Industrial Light and Magic”, de GeorgeLucas e foi aperfeiçoado em outro filme de Cameron, “O Exterminador doFuturo 2”, de 1991 (SCHNEIDER, 2008).A década de 80 fundamentou ainda mais o caminho da computaçãográfica que terá na década de 90 sua grande expansão, abrangendo desde

57efeitos especiais no cinema, como no desenvolvimento de games e daanimação.2.2.3 EstereoscópioO estereoscópio é uma técnica desenvolvida na metade do século XIX,capaz de reproduzir as imagens com tridimensionalidade, sendo capaz decausar uma sensação de profundidade em que observa a foto ou filme que autiliza. Andrade (2008) relata sobre o surgimento da tecnologia:Data de 1838 a patente de um engenho denominado Estereoscópio,feita por Sir Charles Wheatstone. O aparato era constituído de umjogo central de espelhos que refletiam dois desenhos de um objetoobservado por ângulos ligeiramente diferentes um do outro, de modoque sua observação através dos espelhos permitia a sensação devisão binocular humana. Ou seja, descobre-se nesta época uma outratécnica representacional da tridimensionalidade espacial, utilizandosede maneira mais avançada as características da visão binocularhumana, já que era o cérebro que se encarregava de reconstituir asensação estereoscópica.Adams (2001) destaca que apesar de sua popularização durante esseperíodo, a utilização da técnica cai em desuso e só será levada ao cinema noano de 1922, com o filme “The Power Of Love”. Utilizando um óculos com duascores diferentes, uma para cada olho, o cérebro separa cada uma das imagensmescladas na tela.Somente nos anos 50 o 3D estereoscópio é realmente adotado pelocinema. Andrade (Online) relata que nessa época os cinemas buscavamrecuperar o público perdido para a televisão e investem em processosinovadores. Entre eles, destacam-se o cinemascope e o 3D, alardeado pelosestúdios como salvação da ruína financeira. O crítico de cinema FrançoisTruffaut (2004) relata em suas conversas com o diretor Alfred Hitchcock sobrea tecnologia aplicada em seu filme “Disque M para Matar” (ANEXO 28). O autorconta que muitas pessoas não puderam assistir ao filme no formato, pois osgerentes das salas de cinema simplesmente não se interessaram em distribuiros óculos na entrada das sessões.Barbosa Junior (2005, p.96) defende que a utilização da tecnologianesses primeiros momentos “não teve sua aplicação voltada para o que

57efeitos especiais no cinema, como no desenvolvimento de games e daanimação.2.2.3 EstereoscópioO estereoscópio é uma técnica desenvolvida na metade do século XIX,capaz de reproduzir as imagens com tridimensionalidade, sendo capaz decausar uma sensação de profundidade em que observa a foto ou filme que autiliza. Andrade (2008) relata sobre o surgimento da tecnologia:Data de 1838 a patente de um engenho denominado Estereoscópio,feita por Sir Charles Wheatstone. O aparato era constituído de umjogo central de espelhos que refletiam dois desenhos de um objetoobservado por ângulos ligeiramente diferentes um do outro, de modoque sua observação através dos espelhos permitia a sensação devisão binocular humana. Ou seja, descobre-se nesta época uma outratécnica representacional da tridimensionalidade espacial, utilizandosede maneira mais avançada as características da visão binocularhumana, já que era o cérebro que se encarregava de reconstituir asensação estereoscópica.Adams (2001) destaca que apesar de sua popularização durante esseperíodo, a utilização da técnica cai em desuso e só será levada ao cinema noano de 1922, com o filme “The Power Of Love”. Utilizando um óculos com duascores diferentes, uma para cada olho, o cérebro separa cada uma das imagensmescladas na tela.Somente nos anos 50 o 3D estereoscópio é realmente adotado pelocinema. Andrade (Online) relata que nessa época os cinemas buscavamrecuperar o público perdido para a televisão e investem em processosinovadores. Entre eles, destacam-se o cinemascope e o 3D, alardeado pelosestúdios como salvação da ruína financeira. O crítico de cinema FrançoisTruffaut (2004) relata em suas conversas com o diretor Alfred Hitchcock sobrea tecnologia aplicada em seu filme “Disque M para Matar” (ANEXO 28). O autorconta que muitas pessoas não puderam assistir ao filme no formato, pois osgerentes das salas de cinema simplesmente não se interessaram em distribuiros óculos na entrada das sessões.Barbosa Junior (2005, p.96) defende que a utilização da tecnologianesses primeiros momentos “não teve sua aplicação voltada para o que

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