UNIVERSIDADE FEEVALE
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46escrevendo. Mas foi precisamente isso que aconteceu com aintrodução do computador [...] pessoas que nunca tinham desenhadosobre papel ou que nunca tinham utilizado um pincel nem uma tela,criavam agora imagens imóveis ou mesmo móveis, que muitas vezesse podiam considerar “arte” e que eram expostas em galeriaspúblicas. Este é o conhecimento verdadeiro desta exposição (LIESERapud REICHARDT, 1968, p. 22).A arte digital aos poucos deixa de seguir o caminho de simplescuriosidade científica para ocupar um patamar de arte moderna, abrangendonão apenas pessoas que já demonstravam potencial artístico, mas descobrindouma nova geração que tinha no computador, uma ferramenta ainda maispoderosa para o desenvolvimento de sua expressividade. Lieser (2010, p.21)diz que:Com os primeiros gráficos e desenhos por computador, colocava-se aprimeira pedra para levar a cabo um novo desenvolvimento na artecontemporânea destinado a mudar o conceito da estética na vidacotidiana e a cultura posterior ao pós-modernismo, tal como o fizera afotografia no século XX.O desenvolvimento da arte digital está intrinsecamente ligado aoprocesso da animação digital e às tecnologias criadas nas décadas seguintes.Veremos nos próximos capítulos, como a animação e a arte digital secomplementam no cenário mundial durante esse período.2.2 Histórico e Evolução da Tecnologia 3DNeste capítulo será abordada a evolução da tecnologia 3D e acomputação gráfica em suas primeiras décadas, evolução nos anos 80 e osurgimento da estereoscopia.2.2.1 Primeiras utilizaçõesBarbosa Junior (2005) relata que a computação gráfica toma formaapenas na década de 60. Antes disso, no entanto, os irmãos John e JamesWhitney, um pintor e outro compositor, já aplicavam em algumas de suas obrasrecursos produzidos via computador e até mesmo desenvolveram animaçõescom os parcos recursos que dispunham. Uma delas é a abertura do filme “UmCorpo que Cai” (ANEXO 22), de Alfred Hitchcock, em 1958.
47No ano de 1961, os irmãos lançam uma coletânea de curtas animados,via computadores analógicos, chamada “Catalog”. Essa coletânea apresentavadiversos números e linhas desenhadas por computador que se transformavamem outros objetos e formas. No livro “Creative Computer Graphics” (1984,p.22), Annabel Jankel e Rocky Morton defendem que apesar de efeitosprimitivos e rudimentares, a coletânea apresenta um diferencial importante:Embora a arte seja toda produzida à mão, a distinta qualidade doprocesso computacional significa que “Catalog” tem mais em comumcom a moderna técnica de animação computadorizada do que comqualquer efeito produzido à mão.Os irmãos Whitney, através dessa linha de trabalho, são os pioneirosda animação computadorizada na próxima década. Barbosa Junior (2005,p.203) declara que eles “têm o mérito de demonstrar o potencial dacomputação como meio de ampliar as possibilidades expressivas da arte”.Chong (2008, p.15) ainda diz que o interesse da utilização de computadores naanimação e arte digital vem do início da história do cinema, quando relata:As raízes da animação digital se encontram nas obras experimentaisdos pioneiros do cinema. Ao final do século XIX, o interesse porrealizar imagens com movimento não só promoveu odesenvolvimento da tecnologia do cinema, mas também foi o pontode partida das intenções de utilizar o computador com o mesmopropósito de décadas mais tarde. 10Essa teoria é defendida também por Barbosa Junior (2005), ao afirmarque o artista Emile Reynaud, no final do século XIX, desenvolveu opraxinoscópio (ANEXO 23), uma máquina composta por diversos desenhosque ao girar criava a ilusão de movimento. Mas seu interesse puramentetécnico é mais voltado para a máquina do que para a expressão artísticapropriamente dita, fazendo com que suas apresentações, bem como ostrickfilms, cansassem o público, que se desinteressa por suas demonstrações.O autor então diz que:Finalmente, podemos constatar que a computação gráfica (ou aanimação computadorizada) não configura uma arte autônoma, comuma linguagem expressiva própria. Ela vai chegar como uma opção10 Traduzido livremente pelo autor, do trecho: “The roots of digital animation lie in the experimental work ofthe pioneers of cinema. The drive to make moving images at the end of the nineteenth century not onlypushed the development of cinema technology, but is also a forerunner for the similar quest to utilise thecomputer for the same purpose decades later”.
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