34similares. Assim, o estúdio desenvolveu em um ano e meio (Branca de Nevelevou quatro anos para ficar pronto) “As Viagens de Gulliver” (ANEXO 11),lançado em dezembro de 1939. O personagem principal é completamenterotoscopiado, o que o difere do resto do ambiente e causa estranheza,enquanto o duende Gabby é animado de maneira clássica e tem umapersonalidade travessa “tão bem explorada pelos Fleischer em Betty e Popeye(...) (Gabby) é responsável pelas ações mais convincentes do ponto de vistaartístico” (BARBOSA JUNIOR, 2005, p.123).Os irmãos Fleischer se recuperam quando produzem o desenhoanimado de “Superman”. O projeto já contava com a simpatia popular e seuspersonagens já tinham suas personalidades definidas, o que facilitou para queos Fleischer apenas se preocupassem com as soluções artísticas, às quais odesenho explora muito bem. Além do clima noir utilizado na produção, é destaanimação que surge a famosa frase: “Olhem lá no céu! É um pássaro? É umavião? Não, é o Superman!” (SOLOMON, 1987, p.83).Os estúdios Warner Bros. e MGM apostaram em outro estilo deanimação de personagens. Procurando se diferenciar de Disney, animadoresque chegaram a trabalhar no estúdio rival por anos, trabalham em produçõesque apostam na comédia “alucinada”. Dessa nova safra de criações surgemnomes conhecidos até hoje como “Pernalonga”, “Patolino” e “Tom e Jerry”(BARBOSA JUNIOR, 2005).De acordo com Barbosa Junior (2005), o sucesso atingido até os diasde hoje por esses personagens pode muito bem se justificar em sua ligaçãocom a época de seu lançamento, durante a Segunda Guerra Mundial. O autordefende que enquanto os personagens de Disney “são mais rotundos,concebidos para agradar visualmente”, os personagens da Warner são “maisesguios e desengonçados, tendendo ao tipo anti-herói e pronto para enfrentarqualquer parada” (2005, p.126).Joe Adamson (1985, p.29) diz que a expressividade sem rédeasdesses personagens era “reflexo do processo criativo colaborativo (sob umadireção inteligente), em que se evidenciava a sinergia resultante do espíritoartístico”. Como exemplo, basta falar de “Tom e Jerry” (ANEXO 12), criaçõesde Hanna e Barbera, que “evitaram o uso de diálogos e meteram seus doispersonagens num universo expressivo regido pela mímica – como se fosse
35uma declaração pública (...) da formidável sintonia que havia entre os doiscriadores” (BARBOSA JUNIOR, 2005, p. 128).A verdadeira revolução visual original que desafiou Disney com umaforma expressiva original e avessa à influência da empresa, só foi possível coma entrada da “United Productions of America” (UPA) no mercado de animação.As configurações do estilo de visual da UPA baseavam-se em conquistas daarte moderna com surgimento a partir do cubismo, tendo influência de artistascomo Picasso e Modigliani (Ibid, 2005).Carney (1982) relata que muitos dos artistas integrantes da UPA jáhaviam trabalhado com Disney e buscavam na nova produtora abertura paranovas ideias e a não imposição de normas para sua limitação artística. Em1951, a empresa ganha seu primeiro Oscar com o curta-metragem “GeraldMcBoing-Boing” (ANEXO 13), “um filme inteligente, de qualidade artísticainegável, sem precisar lançar mão de palhaçada ou violência para seduzir oespectador” (BARBOSA JUNIOR, 2005, p.130).Ousado como nasceu, o estilo da UPA foi comprometido por essamesma ousadia. Sua supervalorização como forma de arte acabou por torná-ladatada e logo esquecida. Solomon (1987, p.226) defende que a empresa foiapenas uma válvula de escape para o monopólio da Disney: “Às vezes oscríticos pareciam mais interessados em bater na Disney do que em elogiar aUPA”. O estilo da UPA foi adaptado, por algum tempo, para diversos desenhosanimados da TV, mas suas limitações visuais causaram prejuízos em sériescomo “Tom e Jerry”. Barbosa Junior (2005, p.135) mostra um quadro aindamais pessimista sobre essa influência negativa:Sua abordagem limitada da animação, que fora resultado de umvaloroso experimento artístico, servia sob medida para a confecçãode desenhos animados de baixo custo (...) Uma desvirtuação quegerou danos que se refletem até hoje, sendo a origem da péssimaqualidade de um sem-número de séries televisivas infantilizadas, queacabaram por criar a ideia de animação como produto de consumopara crianças.A concorrência desses diversos estúdios com a Disney produziu novosconceitos para o cinema de animação que entrava agora na era da televisão.1.4.2 Animação no Japão
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