28O diretor sabia o que fazer, mas tinha que descobrir como. Por isso,em seu estúdio, Solomon (1994) relata que Disney reunia seus artistas paraque dividissem problemas e soluções. Se ele gostasse de um desenho,apresentava ao grupo. À noite, remexia cestos de lixo do estúdio, chegando aretirar desenhos jogados fora e prendendo-os em um quadro com uma nota derepreensão para o artista que desprezara o material (THOMAS; JOHNSTON,1995).Essa política de estímulo ao artista deu resultado. Logo, novas técnicase aparelhagens surgiram e dos animadores, novas soluções estéticas eramempregadas (BARBOSA JUNIOR, 2005). Frank Thomas e Ollie Johnston eramanimadores durante essa época e afirmam que aquela atmosfera dedescoberta jamais se repetiu em nenhum outro lugar ou época. De acordo comsuas próprias palavras “Estávamos começando a perceber a magnitude dessaforma de arte que estávamos descobrindo, e seu potencial nos mantinhamagnetizados” (THOMAS; JOHNSTON, 1995, p.23).O modo Disney de gerir o estúdio dava resultados positivos. Enquantoos artistas preocupavam-se com o visual propriamente dito, o diretorencarregava-se de criar dispositivos, trabalhar na produção, gerir o marketing ebuscar recursos para suas produções. Todos discutiam os problemas artísticosjuntos e se algo necessitasse de ajuda externa, Disney providenciava(BARBOSA JUNIOR, 2005).A visão do diretor era de um diferencial tão grande que muitos de seuscolaboradores, quando buscavam se afastar de Disney, simplesmentefracassavam em suas empreitadas. Um deles, Ub Iwerks, trabalhou com ele nadécada de 1920 e chegou a criar o camundongo “Mickey”, mas ao separar-sedo diretor, simplesmente não pode progredir. Ao retornar a casa em 1940, ondepermaneceu até sua morte 30 anos depois, foi um dos artistas de efeitosespeciais mais premiados da história do cinema (THOMAS, 1997).Walt Disney foi também um pioneiro na introdução do som ao cinema.Barbosa Junior (2005, p.104) esclarece que o diretor não foi o primeiro a lançaruma animação sonorizada, “mas, quando o fez, apresentou a melhorsincronização de som e imagem, de tal maneira que ele acabou ficandoconhecido como verdadeiro precursor”. “Steamboat Willie” (ANEXO 7), primeirodesenho animado com som do estúdio e que introduzia “Mickey Mouse”, foi
29lançado em 1928, e a partir desse momento, consagrou o estúdio como o maisimportante dos próximos anos (CRAFTON, 1993).Barbosa Junior (2005, p.105) diz que:O uso do som e o sucesso da série com Mickey logo tornou o estúdiode Disney o mais avançado. Mas ao invés de contentar-se com otriunfo, Disney lançou-se em novas aventuras que permitissem novaspossibilidades para experimentações em direção a tão almejada“ilusão da vida”. A série de fantasias musicais chamada SillySymphonies vai cumprir a função de laboratório.Thomas e Johnston (1995) contam que foi a partir dos anos 30 queDisney tomou as decisões que mudaram os rumos do estúdio. Essa mudançase iniciou com a contratação de mais artistas com sólida formação e criaçãoum programa de treinamento para aumentar ao máximo as habilidades de seupessoal. “Os estudos incluíam desenho de modelo vivo, anatomia, psicologiada cor, análise de movimento e princípios de representação” (BARBOSAJUNIOR, 2005, p.105). Ao assistir com seus artistas peças de teatro, Disneyinsistia para que observassem os movimentos dos atores. A ideia é que essesmovimentos adaptados ao desenho fossem baseados na realidade, mas nãosua cópia natural (Ibid, 2005).Em 1932, o estúdio realiza o primeiro filme colorido do cinema,“Flowers and Trees” (ANEXO 8). Barbosa Junior (2005) declara que a chegadadas cores abriu novos horizontes para o desenho animado, mas também trouxeproblemas sérios para os departamentos técnicos. Se antes, no preto e branco,era fácil destacar um personagem sobre um fundo, agora, com as cores,muitos outros detalhes eram afetados pela escolha das tonalidades certas. Ofilme é o primeiro da história da animação a ganhar um Oscar.Durante os próximos anos, a Disney mantém um padrão de qualidadealtíssimo em suas produções, ganhando diversos prêmios e se consagrandocomo o maior estúdio de animação de todos os tempos. A chegada de “Brancade Neve” (ANEXO 9), em 1937 tira qualquer dúvida sobre a capacidade doartista e seu estúdio (SCHNEIDER, 2008).É Andrew Chong (2008, p.23) quem situa a busca dos animadoresdesse período.A animação e o cinema sempre foram obcecados pelo realismo. Istonão se refere simplesmente a realizar algo realista em um sentido
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