26Os irmãos Fleischer, apesar da engenhosidade técnica, eram artistastalentosos. Conscientes do risco do naturalismo inexpressivo que adependência severa da rotoscopia poderia implicar nas produçõescom expectativas artísticas ambiciosas, atuaram de maneiraextremamente criteriosa na exploração de seu invento (BARBOSAJUNIOR, 2005, p.71).Chong (2008) ressalta essa artificialização:A utilização de movimento humano real na animação mediante arotoscopia tem sido muitas vezes polêmica, pois se pode apreciar omovimento correto natural e justapô-lo com a forma clássica deanimação e com outras formas de animação. Incluindo quando seutilizam pessoas como sujeitos no caso da pixelização, a técnicastop-frame cria um movimento pouco natural, que situa a ação emum contexto especialmente teatral (p.25).Os irmãos Fleischer criam personagens de fortes característicasexpressivas e de melhor resultado plástico (CRAFTON, 1993), popularizandosuas séries de personagens, tornando esse o principal foco dos estúdios deanimação na década de 1920. As técnicas desenvolvidas até o momento foramdifundidas e banalizadas pela publicação de livros e periódicos. Donald Crafton(1993) afirma que o próprio Walt Disney, apesar de ter estudado em umaescola de arte, aprendeu animação através de alguns dos livros maisconceituados sobre o assunto.É a partir destas técnicas introduzidas que a animação cada vez maisatinge uma uniformidade que além de popularizá-la, vai estabelecer umaconexão com o público e movimentar este mercado pelos próximos anos(BARBOSA JUNIOR, 2005).1.3 O fenômeno Walt DisneyBarbosa Junior (2005, p.81) destaca a importância de Walt Disney nocinema de animação:Walt Disney e os animadores independentes vêm ainda comprovarcomo o desenvolvimento da animação tem sido o resultado quasecompleto da capacidade de um número limitado de pessoas, queconseguiram a combinação exata de engenhosidade técnica,imaginação e talento artístico.Solomon (1987) diz que Walt Disney e Charles Chaplin são as duaspessoas sobre quem mais se escreveu na história do cinema. Não é difícil de
27entender o porquê: em um espaço de apenas uma década, os estúdios Disneyderam ao cinema animado uma evolução não apenas significativa a ponto decomparar-se com os filmes de ação ao vivo, como marcante para as feiçõesculturais da história do século XX (BARBOSA JUNIOR, 2005).Disney tinha uma formação concisa em escolas de arte e conhecia astécnicas de animação, mas logo percebeu que outros artistas tinham umtalento para desenhar melhor do que o seu:Walt Disney reconheceu cedo que para criar uma indústria deanimação, ele teria que parar de desenhar para poder coordenar umaequipe com os melhores artistas buscando pelas melhores histórias epelos personagens mais simpáticos (MATTOS, 2004, p.545).A partir disso, pode dedicar-se mais ao controle do processo deprodução e a direção como um todo (Ibid, 2005). Thomas e Johnston (1995)afirmam que o talento de Disney se concentrava principalmente na suahabilidade de comunicação.Já Solomon (1987) defende que Disney tinha um senso estéticoapurado e um entendimento completo de estrutura da trama, da narrativa e dotempo. Apesar de aceitar as opiniões e ideias de seus artistas, era sua visãoque prevalecia. Visão que privilegiava o entretenimento acima de tudo. No livro“The Ilusion of Life: Disney Animation”, Thomas e Johnston (1995, p.23)utilizam uma frase de Walt Disney sobre sua visão: “Estou interessado emdivertir as pessoas, em dar prazer, particularmente fazê-las sorrir, ao invés deestar preocupado em „expressar-me‟ através de obscuras impressõescriativas”.Quando Disney entrou para o mundo do cinema animado, encontrouuma década de grandes realizações, mas todas simplistas em suas animações.Os personagens pouco se moviam, “faltava animação mesmo” (BARBOSAJUNIOR, 2005, p.99). As realizações de McCay e a fluidez de suas animaçõespareciam ter sido esquecidas após uma década de industrialização. Disneyalmejava atingir com a animação a “ilusão da vida” (THOMAS; JOHNSTON,1995, 25). Para ele, o personagem “tinha que atuar, representarconvincentemente; parecer que pensa, respira; convencer-nos que é portadorde um espírito” (BARBOSA JUNIOR, 2005, p.99).
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