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Fibras dietéticas solúveis e suas funções nas dislipidemias

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Artigo de RevisãoRev Bras Nutr Clin 2007;22(2):167-73<strong>Fibras</strong> <strong>dietéticas</strong> <strong>solúveis</strong>e <strong>suas</strong> <strong>funções</strong> <strong>nas</strong> <strong>dislipidemias</strong>Soluble dietary fibers and their functions in the dislipidemy<strong>Fibras</strong> <strong>dietéticas</strong> solubles y sus funciones en las <strong>dislipidemias</strong>Maria da Conceição Rodrigues Gonçalves 1Maria José de Carvalho Costa 2Luiza Sonia Rios Asciutti 3Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz 4UnitermosFibra alimentar; <strong>dislipidemias</strong>; nutrição enteralKey wordsDietary fiber; dyslipidemias; enteral nutritionUnitérminosFibra dietética; <strong>dislipidemias</strong>; nutrición enteralEndereço para correspondência:Maria da Conceição Rodrigues GonçalvesAv. Argemiro de Figueiredo, 2586 – Apto.301Bessa – CEP 58036-030 – João Pessoa/PBE-mail: raulceica@ig.com.brSubmissão13 de fevereiro de 2007Aceito para publicação24 de maio de 20071Doutora em Farmacologia pela Universidade Federalda Paraíba (UFPB) e professora adjunta doDepartamento de Nutrição e Centro de Ciênciasda Saúde da UFPB2Doutora em Nutrição e Alimentação pela Universidadede Bogonha e professora adjunta do Departamentode Nutrição e Centro de Ciências da Saúdeda UFPB3Doutora em Nutrição e Alimentação pela Universidadede Bogonha e professora da Faculdade deCiências Médicas da Paraíba (FCM-PB)4Doutora em Farmacologia pela UFPB e professoraadjunta do Departamento de Ciências Farmacêuticado Centro de Ciências da Saúde da UFPBResumoOs estudos sobre a relação das fibras com a saúde começaram na década de 1970, compesquisas demonstrando que, em comunidades <strong>nas</strong> quais consumiam poucos alimentos processadosindustrialmente, eram raras as doenças como hipertensão, infarto do miocárdio,obesidade e distúrbios gastrintestinais. Enquanto as fibras in<strong>solúveis</strong> são importantes parafornecer a massa necessária para a ação peristáltica do intestino, as fibras <strong>solúveis</strong> têm apropriedade de se ligarem à água, formando um gel que reduz a absorção de lipídios e açúcares,tornando-se substrato para a formação de rica flora bacteriana. Elas são potencialmenteeficazes na regulação dos níveis plasmáticos de glicose, colesterol e triglicerídeos, além deconstituírem fator preventivo de certas enfermidades degenerativas ou crônicas como, porexemplo, câncer de cólon e reto, aterosclerose e diabetes. Considerando a importância dotema, este trabalho de revisão teve como objetivo abordar a função das fibras <strong>dietéticas</strong> <strong>solúveis</strong><strong>nas</strong> <strong>dislipidemias</strong>, por meio da leitura de 34 artigos científicos inerentes à área.AbstractStudies about the relationship between fibers and healthy began in the decade of 1970, withresearches demonstrating that communities which consumed few foods industrialist madewere rare to appear diseases as hypertension, myocardium’s infarct, obesity and intestinaldisturbances. While the insoluble fibers are important to supply the necessary mass for theintestine peristaltic action, the soluble fibers have property of tie to the water forming a gelwhich reduces the lipids and sugars absorption, becoming a substratum for the formationof a rich flora bacterial. They are potentially effective in regulation of glucose, cholesteroland triglycerides plasmatics levels; over there, they constitute a preventive factor of samedegenerative or chronic diseases, as colon and straight cancer, atherosclerosis and diabetes.Considering the importance of this theme, this revision work had as the main point the discussionabout the soluble dietary fibers function in the dislipidemy, through the reading thirty andfour of scientifics articles about this subject.ResumenLos estudios con fibras <strong>dietéticas</strong> y salud empezaran en la década de 1970, con las pesquisasdemostrando que, en las comunidades que consumían pocos alimentos procesados porla industria las enfermedades como hipertensión, infarto del miocardio, obesidad y enfermedadesgastrointestinales eran raras. Las fibras insolubles son importantes para fornecer amasa necesaria para la acción peristáltica del intestino y las fibras solubles tienen la propiedadde ligaren con el agua, formando un gelatina que disminuye la absorción de lípidos yazúcares y tor<strong>nas</strong>e sustrato para la formación de una importante flora bacteriana. Ellas sonpotencialmente eficaces en la regulación de los niveles de glucosa, colesterol y triglicéridos enla sangre y también constituyen factor preventivo de algu<strong>nas</strong> enfermedades degenerativas ocrónicas como, por ejemplo, cáncer de colon y recto, aterosclerose y diabetes. Considerandola importancia del tema, este estudio de revisión, tuvo como objetivo abordar la función de lasfibras <strong>dietéticas</strong> solubles en las <strong>dislipidemias</strong>, por medio de la lectura de 34 artículos científicosrelacionados con el área.


Gonçalves MCR, Costa MJC, Asciutti LSR, Diniz MFFMIntroduçãoDevido ao importante papel das fibras <strong>dietéticas</strong> no equilíbriometabólico do organismo, considera-se como um dosfatores decisivos para o agravamento do quadro das doençascrônico-degenerativas, a adoção da chamada “dieta ocidental”,que contém pouco resíduo. Por desconhecer este aspectofuncional das fibras, o homem passou a processar e refinarcada vez mais seus alimentos: aprendeu a extrair o açúcar dacana, a polir os grãos de trigo e de arroz e a substituir as frutaspelo seu suco bem peneirado.Os estudos sobre a relação das fibras com a saúde começaramna década de 1970, com pesquisas demonstrandoque, em comunidades as quais consumiam poucos alimentosprocessados industrialmente, eram raras as doenças como hipertensão,infarto do miocárdio, obesidade e distúrbios gastrintestinais1,2 , tendo sido essa descoberta um dos fatos propulsionantespara a revalorização da dietoterapia e da próprianutrição pela comunidade científica.No Brasil, não existe uma avaliação precisa do consumode fibras <strong>dietéticas</strong>, mas alguns trabalhos já alertam para umbaixo consumo em todas as classes sociais, como conseqüênciada ingestão reduzida de frutas e hortaliças 3 .Fibra dietética ou alimentar é a parte comestível de plantasou análogos aos carboidratos que são resistentes à digestãoe absorção pelo intestino delgado humano, com fermentaçãoparcial ou total no intestino grosso 4 . É definida tambémcomo o somatório de polissacarídeos e substâncias relacionadasindigeríveis mais a lignina e, ainda, como constituinte dealimentos e de produtos alimentícios que resiste à hidrólisedos sucos digestivos do homem 2 .Existem dois tipos de fibras <strong>dietéticas</strong> quanto à solubilidade:in<strong>solúveis</strong>, representadas por celulose, hemicelulosee lignina, e <strong>solúveis</strong>, representadas pela pectina, goma guar,fibras da aveia e das leguminosas, como psyllium. Enquantoas fibras in<strong>solúveis</strong> são importantes para fornecer a massa necessáriapara a ação peristáltica do intestino, as fibras <strong>solúveis</strong>têm a propriedade de se ligarem à água, formando um gel quereduz a absorção de lipídios e açúcares, tornando-se substratopara a formação de rica flora bacteriana 5 .A fibra ingerida na alimentação humana não é hidrolisadaaté o intestino delgado, mas já a partir da porção terminaldo intestino delgado e, principalmente, ao alcançar o intestinogrosso, a fração solúvel é extensamente fermentada pelaflora natural microbiana, enquanto que a fração insolúvelpermanece quase que totalmente intacta 2 .No processo de fermentação da fibra, são produzidosácidos graxos de cadeia curta (AGCC) voláteis, principalmentepropionato e butirato, além de gases (dióxido de carbono,hidrogênio e metano) que, dilatando as porções distaisdo cólon, atuam como uma bomba de propulsão sobrea massa fecal 2 .Nem toda fibra tem a mesma capacidade de fermentaçãopelas bactérias anaeróbicas presentes no cólon. A posição das fibrasquanto a sua capacidade de fermentação baseada na produçãototal de AGCC, in vitro, em grau decrescente, é pectina cítrica,fibra da soja, fibra da beterraba, fibra da ervilha e fibra da aveia 6,7 .Em linguagem bem coloquial, a fibra solúvel (pectina)tem, no organismo, um papel de “limpa tudo”, carregandosubstâncias em excesso e nocivas para fora do corpo 8 .Existem inúmeras teorias para explicar como a fibra solúvelpode reduzir o colesterol sérico 9 : a viscosidade naturalda fibra solúvel pode diminuir a absorção de colesterol pelointestino; a fibra solúvel pode aumentar a excreção de ácidosbiliares <strong>nas</strong> fezes e, para compensar, o fígado produz mais ácidosbiliares a partir da degradação do colesterol; os propionatosproduzidos quando da fermentação da fibra solúvel pelasbactérias do cólon são absorvidos e convertidos em succinilcoenzimaA no fígado, podendo inibir a síntese de colesterol.De acordo com Marlett et al. 4 , as fibras <strong>dietéticas</strong> <strong>solúveis</strong>(viscosas) são potencialmente eficazes na regulação dosníveis plasmáticos de glicose, colesterol e triglicerídeos, alémde constituírem fator preventivo de certas enfermidades degenerativasou crônicas como, por exemplo, câncer de cólon ereto, arteriosclerose e diabetes.Considerando este fato, pesquisadores têm estudadomuitos alimentos conhecidos, científica e popularmente, porapresentarem um elevado teor de fibras e possuírem efeitohipolipemiante, tais como: aveia, feijão, maçã, tomate, abóbora,cenoura, berinjela, chicória, laranja, entre outros.A importância do tema levou à elaboração deste trabalhode revisão, que teve como objetivo abordar a função dasfibras <strong>dietéticas</strong> <strong>solúveis</strong>, através da leitura de 34 artigos científicosinerentes à área.<strong>Fibras</strong> <strong>solúveis</strong>: ação hipolipemianteOs efeitos das fibras <strong>solúveis</strong> sobre as concentraçõessangíneas de lipídios têm sido relatados em diversos estudos,tanto em animais quanto em humanos.Estudos com animaisGarcia-Diez et al. 10 investigaram os efeitos da pecti<strong>nas</strong>obre o metabolismo do colesterol e dos ácidos biliares. Ratosforam alimentados com dietas sem fibras ou com dietas suplementadascom 7 g/100 g de pectina. A adição de pectinaà dieta resultou na redução das concentrações de colesterolsérico e hepático e no aumento da excreção fecal de ácidosbiliares, da atividade da enzima colesterol 7 α hidroxilase eda 3-hidroxi-3-metil-glutaril-CoA (HMG-CoA) redutase. Osautores concluem que a pectina, devido à grande excreçãofecal dos ácidos biliares, pode causar aumento da síntese hepáticade novos ácidos biliares, com conseqüente depleção de168


<strong>Fibras</strong> <strong>dietéticas</strong> <strong>solúveis</strong> e <strong>suas</strong> <strong>funções</strong> <strong>nas</strong> <strong>dislipidemias</strong>colesterol no fígado dos animais, resultando na redução daconcentração de colesterol plasmático.Seguindo a mesma linha, Kumar et al. 11 realizaram umestudo para avaliar o efeito hipolipemiante de diferentes alimentoscontendo pectina: Citrus limon (limão), Carica papaya(mamão papaya), Cucumis sativus (pepino), Annacardium occidentale(caju), Psidium guajava (goiaba), Annoma squamosa(maçã) Cucurbita maxima (abóbora) e Lycopersicum esculentum(tomate). Os ratos foram distribuídos em 12 grupos, sendoque o grupo 1 foi alimentado com a dieta controle e, do grupo2 ao grupo 12, com dieta acrescida de 5% de pectina decada um desses alimentos. A redução do colesterol na concentraçãosanguínea foi demonstrada em todos os grupos comrelação ao controle, sendo que, no fígado, a maior reduçãoocorreu nos animais que ingeriram mamão papaya, maçã etomate e, na aorta, esta redução ocorreu nos grupos tratadoscom mamão papaya, goiaba e tomate.Kim e Shin 12 investigaram a influência da fibra solúvelda chicória nos lipídios séricos e hepáticos e sua excreção fecalem ratos. Animais alimentados com o extrato da chicóriativeram um aumento significativo do colesterol HDL, umadiminuição do colesterol LDL, maior excreção fecal de lipídiose de sais biliares quando comparados com o grupo-controle.De forma semelhante, González et al. 13 estudaram osefeitos da pectina sobre o metabolismo do colesterol em ratosalimentados com dietas que continham 2,5 ou 5% de pectinade maçã ou laranja. A concentração de colesterol <strong>nas</strong> fezes aumentounos ratos alimentados com as dietas que continham5% de pectina de maçã ou laranja; a concentração hepáticade colesterol diminuiu significativamente em todos os gruposalimentados com pectina e os níveis de colesterol sérico diminuíramconsideravelmente nos grupos alimentados com dietasque continham pectina de maçã. Os autores confirmam,portanto, que as fibras <strong>solúveis</strong>, como a pectina, possuem umefeito de redução do colesterol hepático e plasmático, aumentandosua excreção <strong>nas</strong> fezes.No estudo de Ribeiro Jorge et al. 14 foram avaliados o efeitodo suco da berinjela sobre os lípides plasmáticos, o colesteroltecidual e a peroxidação lipídica em coelhos hipercolesterolêmicos.Nos animais hipercolesterolêmicos alimentadoscom ração acrescida de colesterol, gordura de babaçu e suco deberinjela, observou-se redução significante do colesterol totalplasmático em 19% quando comparado ao grupo hipercolesterolêmico,que fez uso da mesma ração suprimindo-se o sucode berinjela. Os níveis de VLDL-C e HDL-C não apresentarammodificações significantes: o colesterol LDL foi reduzidoem 29% e os triglicerídeos, em 38%. Houve redução do pesocorpóreo que foi interpretado como conseqüência do teor defibras <strong>solúveis</strong> encontrado na berinjela.Alvarado et al. 15 , ao estudarem o efeito da fibra dietéticado resíduo industrial de tomate (RIT) sobre o colesterol séricoem ratas, observaram que o colesterol total sérico diminuiproporcionalmente com o aumento do consumo deste produto(RIT). É importante ressaltar que os animais alimentadoscom dietas contendo maior teor de RIT consumiram quantidadessignificativamente maiores de colesterol. Os autoressugerem que o resíduo industrial de tomate é uma boa fontede fibras <strong>dietéticas</strong>, que impedem a elevação de colesterol séricoconseqüente a um aumento de sua ingestão.Plate e Arêas 16 testaram o possível efeito hipocolesterolêmicoda extrusão de amaranto (Amaranthus caudatus L.)em ratos hipercolesterolêmicos, quando foram administrados500 g de amaranto extrusado (AE) ou 20 g de óleo deamaranto (AO). Os resultados obtidos mostraram que essasquantidades promoveram uma redução de 50% e 18% nosníveis de colesterol, respectivamente. Estudos anteriores foramrealizados, mostrando o potencial hipocolesterolêmicodo amaranto. Os autores atribuem seus efeitos ao alto teor defibras <strong>solúveis</strong>, à presença de substâncias antioxidantes comotocoferóis e tocotrienois e à alta concentração de proteí<strong>nas</strong>(ricas em aminoácidos essenciais).Piedade et al. 17 , investigando o efeito da ingestão doresíduo do abacaxizeiro no nível do colesterol total, colesterolHDL e colesterol LDL em ratos em comparação com apectina cítrica, observaram que o tratamento com a pectinafoi mais efetivo na redução do colesterol total do que o tratamentocom o resíduo. A concentração plasmática do colesterolHDL foi aumentada em quase todas as dietas, comexceção da dieta com 25% de pectina, que reduziu a concentraçãoaos 15 dias; aos 30 dias, esta se manteve igual ao dadieta-controle; as dietas do resíduo proporcionaram reduçãoe manutenção do teor do colesterol HDL aos 45 dias, quandocomparadas à dieta-controle. O colesterol LDL foi reduzidoem todos os tratamentos, principalmente naqueles dasdietas contendo pectina.Em coelhos, Odetola et al. 18 estudaram o efeito hipolipemiantede frutas frescas maduras, de Solanum melongena e deSolanum gilo. A hipercolesterolemia foi induzida, e foi administradaaos animais uma alimentação contendo 10% de cadafruta durante seis sema<strong>nas</strong>. Quando comparados ao grupocontrole, houve redução dos níveis séricos de colesterol total,triglicerídios e fração LDL-C, e aumento da fração HDL-C.S. melongena e S. gilo reduziram significativamente esses níveissendo, respectivamente, os de colesterol total de 65,4% e52,7%, de triglicerídeos de 47,7% e 27%, e de LDL-C de 85% e83%. Houve aumento dos níveis de HDL-C de 24,7% e 25%,respectivamente. Os autores concluiram que S. melongena e S.gilo têm forte efeito hipolipemiante e podem ser utilizadas notratamento de doenças associadas ao aumento do colesterol.Em outros estudos, porém, os resultados não indicamefeitos tão animadores. Trautwein et al. 19 estudaram emhamsters os efeitos de duas diferentes variedades de pectina,uma de alta esterificação e outra de baixa esterificação,e dois tipos de goma guar, um de alta viscosidade e outro de169


Gonçalves MCR, Costa MJC, Asciutti LSR, Diniz MFFMbaixa viscosidade, <strong>nas</strong> taxas de colesterol, no metabolismode ácidos biliares e na inibição da formação de cálculos decolesterol. Hamsters machos dourados Syrian foram alimentadoscom uma dieta rica em colesterol (4 g/kg) e uma dietaindutora de cálculos durante seis sema<strong>nas</strong>. As dietas foramsuplementadas com 80 g de cada um dos tipos de pectina ougoma guar e adicionadas de 80 g de celulose/kg.Os autores observaram que as concentrações plasmáticasde colesterol e de triglicerídeos aumentaram significativamentedevido ao excesso de colesterol na dieta. A concentraçãode colesterol hepático foi notadamente elevada pelaspecti<strong>nas</strong> e goma guar. Dos dez hamsters alimentados com adieta indutora de cálculo ou com a dieta suplementada comcelulose, sete apresentaram cálculo de colesterol ou cristaisde colesterol. Concluíram, então, que a pectina e a goma guarproduziram ape<strong>nas</strong> pequenos efeitos de diminuição do colesterole falharam em prevenir a formação de cálculos de colesterolnos hamsters alimentados com os dois tipos de dieta.Da mesma forma, em um estudo realizado por Fernandeset al. 20 , mostra-se que a suplementação de goma guar parcialmentehidrolisada em camundongos deficientes no receptorLDL levou ao aumento do colesterol hepático e plasmático,mas sem aumento na área de lesão aterosclerótica na aorta.Apesar dos benefícios propagados da ingestão de alimentosricos em fibras <strong>solúveis</strong>, alguns efeitos indesejáveis tambémforam relatados. Silveira et al. 21 , por exemplo, realizaramum estudo sobre o efeito da alta ingestão de abóbora desidratadano metabolismo do colesterol e na histologia hepáticade ratos. Demonstraram que esta, quando administradaem altas concentrações na dieta, reduz os níveis de colesterolplasmático e hepático, porém, podem causar lesões relevantesao fígado, como esteatose hepática e necrose dos hepatócitos.Os autores sugerem que essa necrose seja devida à intoxicaçãopor uma substância chamada tanino, presente na abóbora.Da mesma forma, o efeito das proteí<strong>nas</strong> de arroz (RP),de soja (SP) e de batata (PP) na redução de colesterol em ratos,comparado com o da caseína, também foi avaliado por Moritaet al. 22 . A concentração de colesterol sérico e de LDL+VLDLcolesterolfoi menor nos três grupos alimentados com RP, SP ePP do que naqueles alimentados com caseína; a concentraçãode colesterol HDL foi menor nos grupos SP e PP; e a excreçãofecal de ácidos biliares foi maior nos grupos RP, SP e PP doque naqueles alimentados com caseína. Os resultados desseestudo sugerem que as proteí<strong>nas</strong> de arroz, de soja e de batatadiminuem a concentração de colesterol sérico de maneirasimilar, porém a concentração de colesterol HDL também foimenor em ratos tratado com a proteína de soja e de batata,representando este dado um efeito indesejável.Estes resultados foram observados quando da utilizaçãodo feijão preto. Rosa et al. 23 realizaram um estudo sobre oefeito do feijão preto com (FPI) e sem (FPSC) casca na reduçãodo colesterol sanguíneo de ratos hipercolesterolêmicos. Adieta com FPI diminuiu os níveis totais de colesterol séricoem 15%, e a dieta com FPSC diminuiu em 35%, em relação aogrupo controle. A dieta com FPSC promoveu maior excreçãode colesterol <strong>nas</strong> fezes em relação ao grupo controle, o quesugere que o FPSC promove maior eliminação do colesteroldo organismo, e o FPI o conserva mais na circulação ênterohepática.Apesar desses efeitos benéficos, os níveis de HDL-Ctambém foram reduzidos pelas duas dietas de feijão.Em outro estudo, os mesmos autores 24 compararam osefeitos dos feijões preto, carioquinha e vermelho na reduçãodo colesterol sanguíneo de ratos hipercolesterolêmicos. Foiverificado que a dieta com feijão preto reduziu o colesterolsanguíneo em 16%, com o feijão vermelho em 12% e como carioquinha em 11%, em relação ao grupo controle; entretanto,concluíram que essa redução foi promovida por maiorretenção de colesterol no fígado dos animais.Outro resultado preocupante foi relatado por Duarte etal. 25 , que avaliaram o efeito de quatro formulações <strong>dietéticas</strong>ricas em fibras <strong>solúveis</strong> na redução do colesterol sanguíneo emratos. As formulações foram preparadas com farinha de sojadesengordurada, farelo de aveia, cebola desidratada, fibra desoja, condimentos e aromas. Dessas formulações, duas continhamfeijão preto, FP(+) e FP(-), e outras duas continhamfeijão vermelho, FV(+) e FV(-). Os níveis de colesterol HDLdos grupos de animais tratados com formulações, contendofeijão vermelho e feijão preto, foram significativamente reduzidos,em torno de 34%, quando comparados ao grupo controle,não ocorrendo diferença estatística nos resultados entreas formulações. A relação colesterol HDL/colesterol total nogrupo controle foi de 0,49 e, entre os grupos recebendo as formulações,foi de 0,45. Isso denota que a redução de colesteroltotal nos grupos que receberam as formulações foi, em grandeparte, devida à redução dos níveis de colesterol HDL. Esse resultadonão é positivo, pois quanto menor essa relação, maioré o risco de ocorrer doenças cardiovasculares. A redução de colesterolno fígado pelas dietas FV(+), FV(-), FP(+) e FP(-) foisignificativa, em torno de 5,7%, comparada à dieta controle,e as dietas de feijão vermelho levaram à redução de colesterolno fígado maior do que as de feijão preto.Estudos com humanosEm estudos com humanos, os resultados, em geral, sãosemelhantes, não havendo consenso sobre o interesse das fibras<strong>solúveis</strong> na saúde.Olson et al. 26 conduziram um estudo para determinaro efeito do consumo de cereais enriquecidos com psylliumnos níveis de colesterol total sérico, colesterol LDL e colesterolHDL, como também estimar a magnitude desse efeitoentre 404 adultos com hipercolesterolemia de leve a moderada.Aqueles que consumiram os cereais enriquecidos compsyllium apresentaram níveis mais baixos de colesterol sérico170


<strong>Fibras</strong> <strong>dietéticas</strong> <strong>solúveis</strong> e <strong>suas</strong> <strong>funções</strong> <strong>nas</strong> <strong>dislipidemias</strong>e de colesterol LDL, quando comparados ao grupo controle. Aconcentração de colesterol HDL não foi afetada.Outro alimento que apresenta teores elevados de fibras<strong>solúveis</strong> é o abacate. Este fato levou Carranza-Madrigal et al. 27a avaliarem o efeito de dietas vegetaria<strong>nas</strong> enriquecidas comabacate em pacientes hipercolesterolêmicos, demonstrandoredução significante da concentração sanguínea de colesterolLDL, de triglicerídeos, mas também de colesterol HDL. Considerandoque a redução das taxas sanguíneas de colesterol HDLé um efeito indesejável no perfil lipídico, os autores não recomendamessa prática para pacientes hipercolesterolêmicos.Em 2002, Jenkins et al. 28 realizaram um estudo randomizado,com 68 pacientes, a fim de compararem a eficácia daingestão de fibra solúvel em um grupo, durante um mês, coma de outro grupo que seguiu ape<strong>nas</strong> uma dieta com baixo teorde gordura (25% do valor energético total) e baixo teor decolesterol (< 150 mg/dia). De acordo com a equação de Fatorde Risco (FR) para doença cardiovascular elaborada no estudode Framingham, houve redução de 4,2 ± 1,4% (p = 0,003) norisco cardiovascular; os parâmetros avaliados foram pressãoarterial, colesterol total, LDL, HDL e a relação entre eles.Em 2004, Oliveira et al. 29 testaram o efeito da adiçãode frutas ou fibras na dieta de 49 mulheres com excesso depeso, não fumantes, na faixa etária de 30 a 50 anos, e comcolesterol sérico maior ou igual a 240 mg/dl, e da inclusão deuma dieta contendo maçã, pêra, ou biscoitos de aveia, comigual teor de fibra, por dez sema<strong>nas</strong>. Avaliaram a variação daconcentração de colesterol sérico, segundo modificação nonúmero de refeições diárias. Após 14 sema<strong>nas</strong> de acompanhamento,observaram que houve redução da concentração séricade colesterol total e de colesterol LDL das participantes querelataram aumento médio de três ou mais refeições diárias,sem alteração do colesterol HDL.Jenkins et al. 30 , em um estudo comparativo com pacientesusando a medicação Statin ® (lovastatina) mais dieta pobreem gorduras saturadas, com um grupo usando uma pastaconfeccionada com alimentos funcionais, contendo berinjela,leite e carne de soja, amêndoas, quiabo, aveia, psyllium e cevada,e com um grupo controle, usando dieta pobre em gordurasaturada, encontraram no sangue dessas pacientes níveisde colesterol diminuído em 33,3 ± 1,9%, 29,6 ± 1,3% e 8,5 ±1,9%, respectivamente, após quatro sema<strong>nas</strong> de experimento.Concluíram que a pasta confeccionada com alimentosfuncionais pode não possuir a mesma potência da medicaçãolovastatina, porém representa uma abertura para novos estudose também uma opção terapêutica viável para a prevençãoprimária de pacientes portadores de doenças cardiovasculares,que apresentam taxa sanguínea de colesterol aumentada.Por outro lado, Davidson et al. 31 , investigando o efeitoda goma arábica (fibra solúvel de baixa viscosidade) e da pectina(fibra solúvel de alta viscosidade) dissolvidas no suco demaçã em pacientes hipercolesterolêmicos, concluíram que osresultados desse estudo não servem de base para a hipótese deefeito hipocolesterolêmico dessas fibras. Os autores sugeremalguns fatores que possam ter provocado vieses e impedidoos efeitos esperados, como, por exemplo, dose insuficiente,veículo de aplicação inadequado, proporção maior da fibra debaixa viscosidade na mistura, entre outros.Guimarães et al. 32 estudaram a infusão de uma preparaçãoem pó da S. melongena (berinjela) e seu efeito na reduçãodos níveis séricos de colesterol e triglicerídeos, em pacienteshipercolesterolêmicos. Análises intraindividuais mostraramque a infusão de S. melongena reduziu significativamente osníveis séricos de colesterol total, LDL colesterol e apolipoproteínaB. Após uma orientação dietética, nenhuma diferençafoi vista nos parâmetros analisados, sugerindo que a infusãode berinjela tem um efeito transitório e modesto, semelhanteao efeito obtido com dietas e atividades físicas.Estudos recentes, no entanto, vem demonstrando quefibras viscosas <strong>solúveis</strong> vêm sendo usadas para regularizar osníveis de lipídeos no sangue, como ficou bem evidenciado noestudo de Dikeman et al. 33 , ao concluir que a goma guar, opsyllium e o farelo de aveia apresentavam características viscosasdurante simulação no intestino delgado, indicando <strong>funções</strong>destas fibras na regularização dos níveis de lipídeos nosangue o que não ocorreu com as fibras in<strong>solúveis</strong>. Corroborandocom estes resultados, Rogovik et al. 34 concluíram que ouso de um suplemento dietético rico em fibras viscosas reduzos fatores de risco para doenças cardiovasculares em indivíduosdiabéticos com síndrome metabólica ou saudáveis.ConclusãoMuitos estudos, conduzidos tanto com animais quantocom humanos, permitem confirmar os efeitos benéficos dasfibras <strong>solúveis</strong> na atenuação da dislipidemia, a partir de diferentesmecanismos de ação. Estes mecanismos passam pelasimples redução da absorção intestinal do colesterol dietético,pelo aumento da excreção fecal dos ácidos biliares, forçandoo fígado a degradar mais colesterol, para produzir novos ácidosbiliares, e pela própria inibição da síntese endógena docolesterol pela succinil-CoA, formada a partir do propionatooriginado do metabolismo das fibras <strong>solúveis</strong> no intestino.Fica evidenciado que a utilização de fibras <strong>dietéticas</strong> <strong>solúveis</strong>é de extrema importância para a redução da dislipidemia e deoutras afecções. Todavia, considerando que, em outros estudos,esses efeitos não foram totalmente comprovados, faz-senecessário um aprofundamento maior sobre seus benefíciose toxicidade, para que o seu uso não venha a comprometer autilização pela população.171


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