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ANTROPOFAGIA LITERÁRIA: DOR E SEDUÇÃO

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Anais Eletrônicos do IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41282Em 11 de janeiro de 1928, a pintora Tarsila do Amaral oferece a Oswald deAndrade (1890 - 1954), como presente de aniversário, uma de suas recentes pinturas,sem saber que ela viria a ser a propulsora de uma das mais originais formulaçõesteóricas sobre a natureza específica daarte moderna brasileira. Enquantocontemplava aquele estranho homem pintado por Tarsila, de pés enormes fincadosna terra, cuja pequena cabeça parece apoiar-se melancolicamente em uma das mãos,cercado por um ambiente seco e quente, tendo como testemunha apenas o céu azul, osol e um misterioso cacto verde, Oswald de Andrade foi indagado por seu amigo eescritor Raul Bopp (1898 - 1984), que o acompanhava na observação: "Vamos fazerum movimento em torno desse quadro?". Abaporu, 1928, que em tupi-guaranisignifica "antropófago", foi o nome escolhido para aquela figura selvagem e solitária.Figura 1: O AbaporuFoi certamente um dos marcos do modernismo brasileiro. E tem como aprincipal obra, a pintura "O Abaporu" de Tarsila do Amaral. O movimentoantropofágico foi uma manifestação artística brasileira da década de 1920. Lido em1928 para seus amigos na casa de Mário de Andrade, foi publicado na Revista deAntropofagia, a qual Oswald ajudou a fundar com Raul Bopp e Antônio deAlcântara Machado. Redigido em prosa poética à moda de Uma Estação no Infernode Rimbaud, o Manifesto Antropófago possui um teor mais político que o anteriormanifesto de Oswald, o da Poesia Pau-Brasil, que pregava a criação de uma poesia

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