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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓÁrea de Ciências da SaúdeCurso de Graduação em FarmáciaEliane Aparecida FáveroATENÇÃO FARMACÊUTICA Á PACIENTES HIPERTENSOS CLIENTES DAFARMÁCIA NONOHAY NO MUNICÍPIO DE NONOAI/RSChapecó – SC, 2010


ELIANE APARECIDA FÁVEROATENÇÃO FARMACÊUTICA À PACIENTES HIPERTENSOS CLIENTES DAFARMÁCIA NONOHAY NO MUNICIPIO DE NONOAI/RSMonografia de Conclusão de cursoapresentado a Unochapecó como parte dosrequisitos para a obtenção do grau de bacharelem Farmácia.Orientadora: Profa. Scheila MarconChapecó – SC, maio 2010


FOLHA DE APROVAÇÃOELIANE APARECIDA FÁVEROATENÇÃO FARMACÊUTICA À PACIENTES HIPERTENSOS CLIENTES DAFARMÁCIA NONOHAY NO MUNICIPIO DE NONOAI/RSBANCA EXAMINADORA_______________________________________Prof Especialista Scheila MarconProf do Curso de Farmácia – UNOCHAPECÓOrientadora_______________________________________Prof especialista Valeria Salete MokfaProf do Curso de Farmácia – UNOCHAPECÓ_______________________________________Farmacêutica Renata C. de AlmeidaFarmacêutica da Farmácia Escola da UNOCHAPECÓChapecó – SC, maio 2010.


DEDICATÓRIADedico este trabalho ao meu noivo Carlos, pela atenção, paciência, amor e incentivodurante esses quatro anos e meio. Aos meus pais, irmãos, cunhados(as),sobrinhos(as), pelo amor, pelos ensinamentos, carinho e apoio durante a minhavida.


AGRADECIMENTOSA Deus pela vida, saúde, oportunidades, alegrias, pelos erros e acertos queme fizeram ser melhor, por estar sempre ao meu lado e me dar força e sabedoriapara que pudesse chegar até aqui.Ao meu noivo que esteve comigo em todos os momentos, me dando atençãoe apoio, me consolando quando achava que não iria conseguir. Obrigada pelapaciência, doação, compreensão, por ter colaborado para que chegasse até aqui.Você é o responsável pela realização desse sonho, e nem todas as palavras domundo seriam capazes de definir o amor, carinho, respeito e admiração que sintopor você!Aos meus pais pelo carinho, amor, dedicação e educação que me foi dada.Vocês são alem de pais, meus melhores amigos, amo muito vocês!Aos familiares pelo apoio ajuda e compreensão nas horas que mais precisei,por estarem comigo nas horas mais tristes e felizes da minha vida, amo muito vocês.As minhas amigas e colegas Suéllen, Dalyne e Rangeli, por estarem ao meulado nos melhores e piores momentos do curso. Vocês fizeram parte de uma dasmelhores fazes da minha vida, e nunca vou esquecer dos bons momentos quepassamos juntas. Adoro vocês!A prof. Scheila pela dedicação e amizade, você foi muito importante nodesenvolvimento deste trabalho, obrigada por tudo!Aos pacientes que acompanhei pela dedicação e por terem permitido arealização deste trabalho, a vocês meu carinho, respeito e meu muito obrigada decoração.Afinal, agradeço a todas as pessoas que de uma forma ou de outracolaboraram para que chegasse até aqui.


“De tudo ficaram três coisas:A certeza de que estaremos sempre começando,A certeza de que é preciso continuar eA certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.Fazer da interrupção um novo caminho;Fazer da queda, um passo de dança;Do medo, uma ponte, da procura, um encontro”.Fernando Sabino


RESUMOATENÇÃO FARMACÊUTICA À PACIENTES HIPERTENSOS CLIENTES DAFARMÁCIA NONOHAY NO MUNICIPIO DE NONOAI/RS. Eliane Aparecida Fávero.Profa. Scheila Marcon (ORIENTADORA). (Universidade Comunitária da Região deChapecó – UNOCHAPECÓ)A hipertensão arterial é uma doença de alta prevalência no mundo e o seutratamento de forma correta é importante para evitar o aparecimento decomplicações como as doenças cardiovasculares, insuficiência cardíaca,insuficiência renal crônica e doença vascular nas extremidades. Portanto, torna-senecessário um acompanhamento dos medicamentos e dos hábitos de vida dopaciente hipertenso. O profissional farmacêutico através do programa de atençãofarmacêutica é um dos importantes profissionais que auxilia na promoção dequalidade de vida do paciente, detectando e resolvendo, juntamente com outrosprofissionais de saúde, os resultados negativos associados ao medicamento. Estetrabalho teve como objetivo o acompanhamento farmacoterapêutico de pacienteshipertensos clientes da Farmácia Nonohay. Para realização deste trabalho foisolicitada autorização ao proprietário da Farmácia Nonohay para trabalhar com osclientes da mesma. Após submeteu-se o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa daUNOCHAPECÓ. Utilizou-se como ferramenta a ficha de acompanhamentofarmacoterapêutico adaptada do Método Dáder. Os pacientes que concordaram como acompanhamento assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.Foram realizados exames laboratoriais gratuitos aos pacientes no inicio e no final doacompanhamento com consentimento médico. Neste, três pacientes tiveram seutratamento acompanhado de setembro de 2009 a abril de 2010, totalizando seisvisitas realizadas mensalmente. Foram encontrados 20 RNM’s, destes 70%relacionavam-se a segurança, 20% a necessidade e 10% a efetividade, essasporcentagens demonstram que os pacientes não possuem informações necessáriassobre seu tratamento. Através da intervenção farmacêutica 14 RNM’s foramresolvidos (70%), isso se deve a maior assiduidade ao tratamento, as intervençõesfarmacêutica e as mudanças de estilo de vida através de realização de atividadesfísicas e dieta balanceada. Os clientes aceitaram essa prática e ficaram satisfeitoscom os resultados obtidos. Assim, nota-se a importância do profissionalfarmacêutico presente na farmácia para dispensar os medicamentos, bem comorealizar a atenção farmacêutica.PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão, Atenção Farmacêutica e Resultados Negativosassociados aos medicamentos (RNM).


LISTA DE QUADROSQuadro 1: Classificação dos Resultados Negativos Associados à medicação.Terceiro Consenso de Granada 2007.................................................................... 18Quadro 2: Classificação da pressão arterial de acordo com medida casual noconsultório (> 18 anos) .......................................................................................... 24Quadro 3: Medicamentos de uso contínuo utilizados pela paciente T. F.............. 61Quadro 4: Exames laboratoriais realizados pela paciente T.F.............................. 63Quadro 5: Medicamentos de uso contínuo utilizados pelo paciente D. Z............. 70Quadro 6: Exames laboratoriais realizados pela paciente D.Z............................. 72Quadro 7: Medicamentos de uso contínuo utilizados pela paciente V. F............. 77Quadro 8: Exames laboratoriais realizados pela paciente V.F............................. 78


LISTA DE FIGURASFigura 1: Percentual de RNM’s identificados conforme a classificação denecessidade, efetividade e segurança do Terceiro Consenso de Granada (2007) 84Figura 2: Percentual de RNM’s identificados nos pacientes conforme o TerceiroConsenso de Granada (2007)..................................................................... 85Figura 3: Relação entre RNM’s encontrados e RNM’s solucionados dospacientes acompanhados na Atenção Farmacêutica ................................. 86


SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 132 OBJETIVOS ........................................................................................................... 142.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 143 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 153.1 Atenção farmacêutica (AF) ............................................................................... 15Quadro 1: Classificação dos Resultados Negativos Associado à Medicação ........... 184 MÉTODOS ............................................................................................................. 205 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 225.1 Estudo das doenças.......................................................................................... 225.1.1 Hipertensão Arterial (HA) ................................................................................. 225.1.2 Osteoporose ..................................................................................................... 265.1.3 Artrite Reumatóide............................................................................................ 295.1.4 Esteatohepatite não alcoólica (EHNA) ............................................................. 315.1.5 Gota .................................................................................................................. 335.1.6 Insuficiência renal ............................................................................................. 345.1.7 Fibrose pulmonar por Paracoccidioidomicose .................................................. 365.1.8 Hipercolesterolemia .......................................................................................... 375.2 Estudo dos medicamentos ............................................................................... 385.2.1 Carbonato de cálcio/ vitamina D 3 ..................................................................... 385.2.2 Alendronato de sódio........................................................................................ 395.2.3 Moduretic® ....................................................................................................... 405.2.3.1 Amilorida ....................................................................................................... 405.2.3.2 Hidroclorotiazida ............................................................................................ 415.2.4 Maleato de enalapril ......................................................................................... 425.2.5 Vitamina E ........................................................................................................ 435.2.6 Vitoryn ® ........................................................................................................... 445.2.6.1 Ezetimiba ....................................................................................................... 44


5.2.6.2 Sinvastatina ................................................................................................... 455.2.7 Azatioprina (AZA) ............................................................................................. 465.2.8 Prednisona ....................................................................................................... 475.2.9 Diovan ® ........................................................................................................... 495.2.9.1 Valsartan ....................................................................................................... 495.2.9.2 Anlodipino ...................................................................................................... 495.2.10 Metildopa ........................................................................................................ 505.2.11 Rosuvastatina ................................................................................................. 515.2.12 Diupress ® ...................................................................................................... 525.2.12.1 Clortalidona ................................................................................................. 525.2.12.2 Amilorida ..................................................................................................... 535.2.12.3 Diclofenaco de sódio ................................................................................... 545.2.13 Alopurinol ....................................................................................................... 555.2.13 Meloxicam ...................................................................................................... 565.2.15 Norfloxacino ................................................................................................... 565.2.16 Omeprazol ...................................................................................................... 575.2.17 Succinato de metoprolol ................................................................................. 585.3 Estudo de caso .................................................................................................... 595.3.1 Caso 1 .............................................................................................................. 595.3.1.1 Relato de caso............................................................................................... 595.3.1.2 Estudos dos RNMs (resultados negativos associados à medicação)............ 635.3.1.3 Intervenção farmacêutica .............................................................................. 655.3.1.4 Resultados obtidos ........................................................................................ 675.3.2 Caso 2 .............................................................................................................. 685.3.2.1 Relato de caso............................................................................................... 685.3.2.2 Estudo dos RNM’s (resultados negativos associados à medicação)............. 735.3.2.3 Intervenção Farmacêutica ............................................................................. 745.3.2.4 Resultados obtidos ........................................................................................ 755.3.3 Caso 3 .............................................................................................................. 765.3.3.1 Relato de caso............................................................................................... 765.3.3.2 Estudo dos RNM’s (resultados negativos associados a medicação)............. 785.3.3.3 Intervenção Farmacêutica ............................................................................. 805.3.3.4 Resultados obtidos ........................................................................................ 816 RESULTADOS FINAIS........................................................................................... 83


7 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 878 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 88APÊNDICE A – Comitê de Ética em Pesquisa – Parecer Consubstanciado ............. 97APÊNDICE B – Questionário destinado aos pacientes hipertensos cliente daFarmácia Nonohay no município de Nonoai/RS, com o objetivo de selecionar trêsdestes para realizar a AF. ......................................................................................... 98APÊNDICE C – Folder educativo sobre Hipertensão (parte externa) .................... 100APÊNDICE D – Folder educativo sobre hipertensão (parte interna) ...................... 101APÊNDICE E – Carteirinha de controle da pressão (externo)................................ 102APÊNDICE F – Carteirinha de controle da pressão (parte de dentro) .................... 103ANÊXOS ................................................................................................................. 104ANEXO A – Termo de Esclarecimento .................................................................... 105Atenção Farmacêutica............................................................................................. 107


131. INTRODUÇÃOA hipertensão arterial (HA) é uma das doenças de maior prevalência nomundo, sendo considerada um dos principais problemas de saúde pública. Suacausa pode ser primária, decorrente de alteração desconhecida, ou secundáriaquando é decorrente de outra doença de causa conhecida. O conhecimento dadoença, das causas e sua aceitação ajudam o paciente no tratamento da HA.O tratamento correto é muito importante, pois pode evitar o aparecimento decomplicações como doenças cardiovasculares, insuficiência cardíaca, insuficiênciarenal crônica e doença vascular de extremidades. Porém, os pacientes hipertensosgeralmente tomam mais de um medicamento, o que acaba aumentando aprobabilidade de interações medicamentosas, reações adversas e intoxicações,sendo necessário um acompanhamento pelo farmacêutico e demais profissionais desaúde, para que estes problemas sejam minimizados e/ou resolvidos.A atenção farmacêutica (AF) proporciona um aumento na adesão dotratamento, monitora possíveis reações adversas e interações medicamentosas quepossam acometer esses pacientes, auxiliando na melhora da qualidade de vida.O farmacêutico que realiza a AF está envolvido com a terapiamedicamentosa, na seleção de medicamentos, dosagens, vias e métodos deadministração, repassa informações e orienta o paciente para que ocorra melhora desua saúde. Fornece maior confiança no tratamento através de orientação e dadetecção e resolução de possíveis problemas relacionados à necessidade,efetividade e segurança do tratamento.


142 OBJETIVOS2.1 Objetivo GeralImplantar, na Farmácia Nonohay, um programa de Atenção Farmacêuticacom pacientes hipertensos.2.2 Objetivos Específicosa) Verificar o conhecimento dos pacientes sobre hipertensão e medicamentosque utilizam;b) Realizar o acompanhamento farmacoterapêutico, identificando possíveisResultados Negativos Associados à Medicação;c) Realizar exames laboratoriais do pacientes acompanhados;d) Avaliar os resultados da Atenção Farmacêutica nos pacientes acompanhados;e) Realizar entrega de folders informativos e carteirinha de verificação dapressão arterial aos clientes hipertensos da Farmácia Nonohay no municípiode Nonoai/RS;f) Passar informações sobre hipertensão arterial através da imprensa local(rádios e jornais).


153 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA3.1 Atenção farmacêutica (AF)Com o aparecimento das indústrias, ocorreu a decadência das farmácias magistrais,que era a atividade principal dos farmacêuticos. Com a tecnologia da indústriade medicamentos, o farmacêutico passou a ser visto como um vendedor de medicamentos,perdendo seu “prestígio”. Preocupados com a situação, estudantes eprofessores da Universidade de São Francisco (EUA) criaram a farmácia clinica,com objetivo de aproximar o farmacêutico dos pacientes e de outros profissionais dasaúde, desenvolvendo atividades voltadas a farmacoterapia (PEREIRA; FREITAS,2008).Mesmo com a prática da farmácia clínica, os profissionais farmacêuticos continuarama buscar seu reconhecimento, foi quando começou a pratica da AF. Heplere Strand (1990) utilizaram pela primeira vez na literatura científica o termo “Pharmaceuticalcare”, que em brasileiro significa atenção farmacêutica.Segundo Hepler e Strand (1999) a AF é a provisão responsável do tratamentofarmacológico, com intuito de alcançar resultados que melhorem a qualidade de vidado paciente. Os resultados a serem alcançados são a cura da doença, eliminação oudiminuição dos sintomas do paciente, interrupção do processo evolutivo da doença,diminuição e prevenção de novos sintomas ou novas enfermidades.A AF, entendida como um modelo de prática profissional desenvolvida nocontexto da assistência farmacêutica, possui por finalidade aumentar a efetividadedo tratamento medicamentoso e detectar problemas relacionados a medicamentos(PRMs). Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissose co-responsabilidades, prevenindo doenças, promovendo e recuperandoa saúde junto à equipe de saúde (IVAMA et al., 2002; OLIVEIRA et al., 2005).A AF é uma filosofia de prática pela qual o usuário é o principal beneficiáriodas ações do farmacêutico. A AF focaliza as atitudes, os comportamentos,as preocupações, a ética, as funções, os conhecimentos, as responsabilidadese as competências do farmacêutico na provisão de terapia medicamentosa,com a meta de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúdee qualidade de vida do usuário (OPAS, 2004, p. 69).


16A interação direta entre farmacêutico e usuário, visa uma farmacologia racionale a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, para a melhoria da qualidadede vida do paciente. Essa interação deve envolver as concepções de seus sujeitos,respeitando as especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidadedas ações de saúde. O processo de AF deve envolver respeito aos princípios debioética, as habilidades de comunicação e os conhecimentos técnico-científicos (I-VAMA et al., 2002).A AF envolve componentes como a educação em saúde, orientação farmacêutica,dispensação, atendimento farmacêutico e seguimento farmacoterapêutico,além do registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados.Isso requer do profissional conhecimento, empenho e responsabilidade, que sãofrutos da formação acadêmica e da vivência profissional conquistada (OLIVEIRA etal., 2005).É importante saber que existem diferenças entre atenção e assistência farmacêutica.A assistência farmacêutica envolve relação multiprofissional que consideraaspectos interdisciplinares, é desenvolvida por um conjunto de ações voltadas àpromoção, proteção e recuperação da saúde, tendo o medicamento como insumoessencial, visando o acesso e uso racional deste. Envolve a pesquisa, desenvolvimento,produção, seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantiada qualidade, acompanhamento e avaliação da utilização dos medicamentos,objetivando obter resultados concretos e melhoria da qualidade de vida da população.Neste contexto que então se desenvolve a AF (IVAMA et al., 2002).Para a prática da AF, é fundamental desenvolver um sistema dedocumentação, que permita comparar os dados relevantes do paciente, daenfermidade e dos medicamentos. Deve-se anotar as decisões tomadas pelofarmacêutico e pelo paciente, as ações realizadas e os resultados reaisexperimentados pelo paciente (COMITÊ DE CONSENSO, 2007).No ano de 1999, o Grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica daUniversidade de Granada desenvolveu um método de seguimentofarmacoterapêutico para auxiliar a prática da AF, o método Dáder. Atualmente estemétodo é utilizado por vários países para milhares de usuários (SABATER;CASTRO; DÁDER, 2007).O método Dáder é um instrumento de avaliação da farmacoterapia disponívelpara os farmacêuticos que pretendem efetuar seguimento farmacoterapêutico dos


17pacientes, tendo em vista a obtenção de efetividade e segurança do tratamento(BISSON, 2007).A detecção, prevenção e resolução de problemas relacionados ao medicamento,implicam em compromisso que deve ser realizado de forma continuada, sistematizadae documentada, em colaboração com o próprio paciente e demais profissionaisde saúde (BISSON, 2007).Em 1998, com o objetivo de classificar e consensuar uma definição para osProblemas Relacionados com os Medicamentos (PRM), ocorre o Primeiro Consensode Granada. Após, começaram a surgir diferentes interpretações dessa classificação,havendo a necessidade de uma nova reunião e em 2002 se publicou o SegundoConsenso de Granada sobre Problemas Relacionados com Medicamentos,onde se colocou de forma explicita o que eram PRM’s. Recentemente ocorreu a necessidadede uma nova reunião e um novo Consenso de Granada (terceiro), quedefine como PRM aquelas situações em que o uso do medicamento causa ou podecausar um Resultado Negativo Associado à Medicação (RNM) e RNM os resultadosna saúde do paciente que não são adequados ao objetivo da farmacoterapia e associadosao uso falho no uso dos medicamentos (SABATER; CASTRO; DÁDER,2007).Define-se como RNM as situações em que o paciente está em risco desofrer um problema de saúde associado ao uso de medicamentos,geralmente pela presença de um ou mais PRM, o qual podemos considerarfator de risco deste RNM (COMITÉ DE CONSENSO, 2007, p. 14).Os PRM’s descritos são: administração errada de um medicamento,características pessoais, conservação inadequada do medicamento; erros dedispensação; erros de prescrição entre outros (SABATER; CASTRO; DÁDER,2007).Com o Terceiro Consenso de Granada a expressão numérica foi substituídapor uma breve definição como pode ser observado no quadro abaixo.


18Quadro 1: Classificação dos Resultados Negativos Associado à MedicaçãoNecessidadeProblema de Saúde não tratado. O paciente sofre um problema de saúde associadoa não receber uma medicação que necessita.Efeito de medicamento desnecessário. O paciente sofre um problema de saúdeassociado a receber um medicamento que não necessita.EfetividadeInefetividade não quantitativa. O paciente sofre um problema de saúde associadoa uma inefetividade não quantitativa do medicamento.Inefetividade quantitativa. O paciente sofre um problema de saúde associado auma inefetividade quantitativa do medicamento.SegurançaInsegurança quantitativa. O paciente sofre um problema de saúde associado auma insegurança quantitativa de um medicamento.Insegurança não quantitativa. O paciente sofre um problema de saúde associadoa uma insegurança não quantitativa de um medicamento.Fonte: COMITÉ DE CONSENSO, 2007, p 15.Segundo Bisson (2007), a AF não tem como princípio apenas a terapiamedicamentosa, o profissional deve participar das decisões do tratamentomedicamentoso, selecionando drogas, forma, dosagens, vias de administração. Ocuidado (atenção) é para proporcionar bem estar ao paciente. Para que issoaconteça, é necessário que haja comprometimento entre profissional-pacientehavendo confiança mutua e autorização formal para o exercício das atividadesclínicas do farmacêutico.São componentes da prática da AF:- Seguimento farmacoterapêutico (SFT): serviço profissional com o objetivo dedetectar problemas relacionados com os medicamentos, para que ocorra a prevençãoe a resolução dos resultados negativos associados à medicação (RNM) (SABA-TER; CASTRO; DÁDER, 2007).- Intervenção farmacêutica: ato planejado, documentado e realizado junto aopaciente e profissional de saúde, visando resolver ou prevenir problemas que interferemou podem interferir no tratamento medicamentoso (IVAMA et al., 2002).


19- Plano de seguimento: projeto de encontros entre paciente e farmacêutico,assegurando que os medicamentos utilizados continuarão sendo os que necessita, omais efetivo e seguro possível (SABATER; CASTRO; DÁDER, 2007).Os passos a serem seguidos no acompanhamento são em ordem: oferta deserviço, primeira entrevista, estado de situação (ES), fase de estudo, fase deavaliação, fase de intervenção, resultado das intervenções, novo estado de situação(MACHUCA; FERNÁDES – LIMÓS; FAUS, 2003).São realizadas visitas sucessivas para resolução de RNM pendente, odesenvolvimento de um plano de seguimento para prevenção de novos RNM’s,obter mais informações para documentar os novos estados de situação e melhorar afase de estudo (MACHUCA; FERNÁDES – LIMÓS; FAUS, 2003).É importante que o farmacêutico se comunique de forma clara com o pacientee com os demais profissionais da saúde isso faz com que o processo da atençãofarmacêutica torne-se mais eficaz. Assim, o comunicador deve ser claro, objetivo,acessível, ter empatia, desenvolvendo seu papel respeitando as decisões do pacientee agindo de forma adequada, lembrando que com expressões não verbais ganhasea confiança do paciente, o que facilita a comunicação (SABATER; CASTRO; DÁ-DER, 2007).A comunicação entre paciente e profissional da saúde deve ser feita, com intuitode compreensão. Toda comunicação tem pelo menos duas partes, a primeira éo fato, o conteúdo que desejamos transmitir, já a segunda, o que sentimos duranteessa comunicação. O que se deseja comunicar está ligado à cultura da pessoa. Acultura do leigo e do profissional de saúde são diferentes, sendo necessário conhecera pessoa a quem está passando informações, alem de ter habilidade para passaras informações necessárias a este (SILVA, 2006).As atividades que os farmacêuticos podem desenvolver no exercício da AFpodem trazer como resultado a melhoria nos índices de custo-benefício do paciente,proporcionando conhecimento em relação à sua patologia, aumentando a adesão aotratamento com melhorias em resultados clínicos e de qualidade de vida, diminuindointernações e reduzindo assim os gastos para o sistema de saúde (PORTAL FAR-MACIA, 2009).


204 MÉTODOSPara a realização deste trabalho, foi contatado o proprietário da FarmáciaNonohay, presencialmente, solicitando autorização para realização do mesmo.Depois de autorizado, o projeto foi submetido ao comitê de ética da UNOCHAPECÓ,o qual concedeu parecer favorável (apêndice 1).A escolha dos pacientes foi realizada através de um questionário (apêndice 2)aplicado aos clientes hipertensos que freqüentam a Farmácia Nonohay, nomunicípio de Nonoai/RS, quando chegavam na farmácia. Foram selecionados trêspacientes para o acompanhamento, utilizando os seguintes critérios: ser hipertenso,possuir maiores dificuldades com o uso de medicações; automedicar-se; utilizarmais de um tipo de medicamento; ter dificuldade de controlar a pressão arterial econcordar com a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.Aos pacientes selecionados, foi feito o convite para o acompanhamentofarmacoterapêutico e após a concordância dos mesmos foi agendada a primeiravisita. Nesta, foi explicado de forma clara, o objetivo do trabalho, a forma dedesenvolvimento do mesmo e solicitado a assinatura do Termo de ConsentimentoLivre e Esclarecido (anexo 1). Para o acompanhamento farmacoterapêutico utilizousecomo instrumento a metodologia Dáder (anexo 2).Cada paciente recebeu um calendário informando-o o dia das próximasvisitas, e o número de telefone para contato, caso necessitasse.Após a primeira visita foi feito o estudo de todas as doenças e todos osmedicamentos, verificando se o paciente não apresenta algum resultado negativoassociado à medicação.Foram realizadas seis visitas, que aconteceram na residência de cadapaciente. Em todas as visitas foram repassadas orientações, intervenções eanotadas novas informações importantes para o acompanhamento.Os médicos dos pacientes acompanhados foram informados do trabalho


21através de uma ligação telefônica onde se expôs os objetivos e a forma do trabalho.Em concordância, os médicos requisitaram alguns exames laboratoriais - colesterol,glicose e triglicerídeos – importantes para o acompanhamento dos pacientes.Estes exames foram realizados de forma gratuita, no início e no final doacompanhamento. Também foi realizada a aferição da pressão arterialsemanalmente, na casa dos usuários. Um folder explicativo sobre a hipertensãoarterial (apêndice 3 e 4) e uma carteirinha para anotar os dados da pressão arterial(apêndice 5 e 6) foi entregue aos pacientes acompanhados e também aos demaisclientes da Farmácia Nonohay.Através da imprensa local (rádios e jornais), foi passado informações sobrehipertensão arterial e os riscos da automedicação. O programa nas rádios esteveaberto a perguntas com o intuito de esclarecer dúvidas sobre a doença. Asinformações repassadas na imprensa tiveram o auxílio do farmacêutico responsávelpela Farmácia Nonohay.Para apresentação dos resultados deste trabalho, foram utilizadas apenas asiniciais dos nomes dos pacientes, para preservar a identidade dos mesmos erespeitar as questões éticas envolvidas.Os exames, folders e carteirinhas tiveram o patrocínio da Farmácia e doLaboratório Nonohay da cidade de Nonoai/RS.


225 RESULTADOS E DISCUSSÕESOs resultados do acompanhamento foram descritos através de casos clínicos,e cada um discutido separadamente. A classificação dos medicamentos seguiu oTerceiro Consenso de Granada sobre problemas relacionados a medicamentos eresultados negativos associados à medicação, de 2007.5.1 Estudo das doenças5.1.1 Hipertensão Arterial (HA)A pressão arterial é o produto da resistência periférica total (RPT) e do débitocardíaco (DC) (onde o volume de sangue depende da homeostase renal de sódio ea resistência vascular). O DC aumenta quando a frequencia cardíaca, volumesistólico ou ambos se elevam. Enquanto a RPT se eleva, se a viscosidadesanguinea estiver aumentada ou o lúmen dos vasos, principalmente arteríolasestiverem diminuídos (ANTCZAK et al., 2005).A hipertensão arterial é um importante problema de saúde pública,apresentando elevado índice de prevalência e mortalidade. É uma doençamultifatorial, desencadeada de forma isolada ou associada ao agravamento dediversas doenças. Devido a sua característica crônica e incapacitante, geraaposentadorias precoces, longo período de internação, alto custo para o tratamento,alterações na auto-estima e autoconceito do indivíduo (PIRES; MUSSI, 2008).O hipertenso apresenta condição de vida limitada, necessitando demonitoramentos constantes, mudança de hábitos de vida, incluindo a mudança daalimentação e a necessidade de realização de atividade física. Assim, a adesãomuitas vezes é insatisfatória, contribuindo para o aumento da mortalidade depacientes com a doença. A prevenção e o controle, portanto, são imprescindíveispara a melhoria de qualidade de vida do hipertenso e torna-se um desafio paraprofissionais de saúde, autoridades públicas e para o próprio paciente, para que o


23índice de mortalidade, devido à hipertensão e suas complicações diminuam (PIRES;MUSSI, 2008).Estima-se que a hipertensão arterial (HA) atinja aproximadamente 22% dapopulação brasileira acima de vinte anos, sendo responsável por 80% dos casos deacidente cérebro vascular, 60% dos casos de infarto agudo do miocárdio e 40% dasaposentadorias precoces, além de significar um custo de 475 milhões de reaisgastos com 1,1 milhão de internações por ano (ZAITUNE et al., 2006).A medida da pressão arterial (PA) é um método diagnóstico simples, nãoinvasivoe de baixo custo. Porém, estudos epidemiológicos tem demonstrado quemuitos hipertensos desconhecem a sua condição. Apesar da vasta terapêutica parahipertensão, apenas cerca de um terço dos hipertensos em tratamento tem seusníveis de pressão arterial controlados. Sendo assim, o conhecimento da distribuiçãodos fatores de risco (FR) para HA em grupos populacionais é uma das estratégiaspara a redução desse importante problema de saúde pública (BLOCH;RODRIGUES; FISZMAN, 2006).A Hipertensão Arterial contribui significativamente para modificações naqualidade de vida das pessoas, visto que interfere na capacidade física,emocional, interação social, atividade intelectual, exercício profissional eoutras atividades do cotidiano (PINOTTI; MANTOVANI; GIACOMOZZI,2008, p. 527).A HA é definida como uma pressão arterial com níveis ≥ 140/90 mmHg. Essadefinição caracteriza um grupo de pacientes, que correm riscos de ter doençascardiovasculares devido ao aumento da pressão arterial (HARDMAN; LIMBIRD;GILMAN, 2006). A medida da pressão arterial é classificada segundo o quadro 2.


24Quadro 2: Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual noconsultório (> 18 anos)Pressão arterial mmHgClassificação Pressão Sistólica (mmHg) Pressão Diastólica(mmHg)Ótima


25Tem-se como fatores de risco para hipertensão arterial a hereditariedade, aidade, o gênero, o grupo étnico, o nível de escolaridade, o status sócio-econômico, aobesidade, o etilismo, o tabagismo e o uso de anticoncepcionais orais muitocolaboraram para os avanços na epidemiologia cardiovascular e,conseqüentemente, nas medidas preventivas e terapêuticas dos altos índicespressóricos, que abarcam os tratamentos farmacológicos e não-farmacológicos(ZAITUNE et al., 2006).Em pessoas jovens é mais observada a elevação da pressão diastólica,enquanto em idosos ocorre a elevação da pressão sistólica. Casos de hipertensãosão mais freqüentes em mulheres afro descendentes, e geralmente após 60 anos;nos homens é mais comum até os 50 anos. Quanto menor o nível socioeconômico,maior a prevalência da hipertensão e fatores de risco para elevação da pressãoarterial. Quanto maior o consumo de sal, álcool e tabaco, maior a probabilidade deapresentar níveis de pressão arterial aumentada. O sedentarismo e a obesidadetambém estão associados, porém nem todo obeso é hipertenso, e a falta deatividade física aumenta em 30% o risco de desenvolver hipertensão (SBC; SBH;SBN, 2006).Intervenções não-farmacológicas são importantes devido ao seu baixo custo,risco mínimo e pela eficácia na diminuição da pressão arterial. Entre as intervençõesestão: a redução do peso corporal, a restrição alcoólica, o abandono do tabagismo ea prática regular de atividade física. Assim, a intervenção não-farmacológica estáassociada ao controle dos fatores de risco e às modificações no estilo de vida,prevenindo ou detendo a evolução da hipertensão arterial (ZAITUNE et al., 2006).O tratamento farmacológico para HA surgiu por volta de 1947, portanto émuito recente. É realizado com base no perfil do paciente e no mecanismo de açãodo medicamento. Cada paciente é tratado de forma individualizada, pois a posologiavaria de pessoa a pessoa. Os medicamentos são classificados pelo local ou formade ação. As classes disponíveis são a dos diuréticos, inibidores do sistema nervososimpático, drogas de ação periférica, vasodilatadores diretos, antagonistas doscanais de cálcio, inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), inibidoresda endotelina e antagonista do receptor de angiotensina II. Estes fármacos podemser usados isoladamente ou associados a outros fármacos com diferentesmecanismos de ação, objetivando a normalização da pressão arterial (SILVA, 2006).Essas classes de medicamentos são divididas em subclasses:


261. Diuréticos: baixam a pressão através da diminuição do sódio corporal,redução do volume sanguíneo e talvez outros mecanismos. São tiazídicos, dealça e poupadores de potássio (HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006;KATZUNG, 2003; SILVA, 2006);2. Drogas simpatomiméticas (inibidores do sistema simpático central e drogasde ação periférica): reduzem a resistência vascular periférica, inibindo afunção cardíaca e aumentando o acúmulo venoso de sangue nos vasos decapacitância. São desse grupo as drogas de ação central, de açãointermediária, betabloqueadores, alfabloqueadores e os bloqueadores alfa ebeta conjuntamente (HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006; KATZUNG, 2003;SILVA, 2006);3. Vasodilatadores diretos: relaxam o músculo liso vascular, dilatando os vasosde resistência e aumentando a capacitância em grau variável (HARDMAN;LIMBIRD; GILMAN, 2006; KATZUNG, 2003; SILVA, 2006);4. Antagonistas dos canais de cálcio: faz com que a eliminação do excesso doinfluxo de cálcio para o meio intracelular, seja a tônica, eliminando avasoconstrição. São as fenilalquilaminas, benzodiazepínicos e diidroperidinas(HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006; KATZUNG, 2003; SILVA, 2006);5. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA): inibem a formaçãode angiotensina II bloqueando o sistema renina – angiotensina – aldosterona(HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006; KATZUNG, 2003; SILVA, 2006);6. Inibidores da endotelina: a endotelina por secretar peptídeos vasoativos comoo peptídio C natruiético é um potente vasoconstritor de ação longa. Existemno mínimo dois tipos de receptores da endotelina ET A (medeia a resposta devasoconstrição, broncoconstrição e secreção de aldosterona) e ET B (medeiaa resposta de vasodilatação por estímulo de oxido nítrico) (HARDMAN;LIMBIRD; GILMAN, 2006; KATZUNG, 2003; SILVA, 2006);5.1.2 OsteoporoseO tecido ósseo é formado por células (osteoblastos e osteoclastos), minerais(cálcio e fósforo) e matriz orgânica (proteínas colágenas e não colágenas). A funçãodos osteoblastos é de sintetizar e mineralizar a matriz protéica com cristais dehidroxiapatita, já os osteoclastos são responsáveis pela reabsorção óssea,


27mantendo constante remodelação tecidual. Os principais reguladores dahomeostase do cálcio são o hormônio da paratireóide (PTH), a 25 (OH) vitamina D ea 1,25(OH) 2 vitamina D (CAMPOS et al., 2003).A osteoporose é um distúrbio do metabolismo ósseo, que caracteriza umaredução da densidade mineral óssea (DMO), deteriorando a microarquitetura óssea,aumentando a fragilidade destes e aumentando o risco de fraturas (MENEZES;CHAVES; FARIAS, 2008). Grandes partes dessas fraturas provocam deformações ediminuição da estatura, podendo causar invalidez e até a morte. A densidade ósseaaumenta até 30 anos, após vai diminuindo dependendo de alguns fatores (FRAZÃO;NAVEIRA, 2006).A osteoporose desenvolve-se à medida que a velocidade de reabsorçãoóssea acelera, enquanto a de formação diminui, ocasionando perda damassa óssea.[...]Os ossos acometidos por essa doença, perdem sais decálcio e de fosfato, tornando-se porosos, quebradiços e anormalmentevulneráveis a fraturas (ANTCZAK, et al., 2005, p.136).Existem dois tipos de osso: trabecular presente nas vértebras, crânio, pélvis eporção urodistal do rádio; o osso cortical está presente nos ossos longos, colofemural e rádio distal. O osso trabecular é o mais suscetível a alterações na massaóssea, por apresentar maior metabolismo (CAMPOS et al., 2003).O esqueleto acumula osso até os 30 anos, sendo a massa óssea maior nosexo masculino. Após perde-se 0,3% de massa óssea ao ano, sendo que na mulhera perda é maior nos dez primeiros anos pós-menopausa e pode chegar a 3% aoano, sendo maior na mulher sedentária (GALI, 2001).Alguns fatores interferem na formação óssea e podem ser divididos emfatores intrínsecos que são fatores hereditários, responsáveis por cerca de 80% dopico final da massa óssea, raça, sexo e fatores hormonais (hormônio docrescimento, fator de crescimento dependente de insulina I, estrógeno etestosterona) e fatores extrínsecos que dizem respeito a aspectos nutricionais,fatores mecânicos, hábitos, presença de doenças crônicas e uso de medicamentos(CAMPOS et al., 2003).A osteoporose tem custo social e econômico elevado, além disso, as fraturasassociadas à osteoporose apresentam considerável mortalidade e morbidade. Asfraturas de quadril apresentam taxa de mortalidade de 30% em 1 ano. Pessoas comidade superior a 70 anos são considerados de alto risco e estão entre os pacientes


28com maior mortalidade. Cerca de 46% dos pacientes com fraturas de quadril dependemde cuidados de terceiros para as atividades da vida diária e boa parte deles ficaconfinada em suas residências 1 ano após a fratura (SZEJNFELD et al., 2007).Os fatores de risco para osteoporose são: sexo feminino, raça caucasiana,puberdade tardia, baixa ingestão de nutrientes como cálcio e vitaminas, uso de tabaco,álcool, peso inadequado e sedentarismo. Pode ser agravada por doenças crônicase pelo tratamento (CAMPOS et al., 2003).O diagnóstico é realizado através da história clinica do paciente (idade, presençade história familiar, hábitos alimentares, uso de café, cigarro ou álcool, e sedentarismo),exame físico (deformidade da coluna, peso, altura) e subsidiário (laboratoriais:hemograma, VHS, eletroforese de proteínas provas renais, cálcio, fósforo,fosfatase alcalina, calciúria de 24 horas e marcadores de reabsorção óssea; diagnósticode imagem: radiografia e densitometria óssea). Geralmente a osteoporosenão apresenta sintomas, manifestando-se apenas por uma fratura. A dor comum é adorso-lombar, sendo o espasmo da musculatura principal causa dos sintomas (GALI,2001).A principal forma de tratamento da osteoporose é a prevenção. As formas deprevenção são: ter uma boa alimentação, ou seja, manter uma dieta balanceada,com quantidade de caloria adequada e suplementação de cálcio; realizar exercíciosfísicos (importante na prevenção e tratamento da doença) expor-se adequadamenteao sol (utilizar filtro ou bloqueador solar), o que aumenta a produção de vitamina D,substância fundamental para a absorção do cálcio; tomar cuidado para não cair(NETO et al., 2002).O consumo de cálcio está aumentado com a atividade física, gravidez e lactação.As necessidades diárias dependem de cada faixa etária. A principal fonte decálcio na dieta é o leite e seus derivados, o espinafre, agrião, brócolis e couve manteiga.A vitamina D é sintetizada na pele através dos raios UV, e sofre transformaçõesno fígado, rins transformando-se ativa, favorecendo a formação óssea e facilitandoa absorção intestinal de cálcio. Com a menopausa a mulher perde massa óssea.Por mecanismo ainda não entendido, os estrógenos inibem a reabsorção ósseae possivelmente atuam em sua formação (GALI, 2001).No tratamento farmacológico são considerados eficazes os fármacos que reduzemo risco de fraturas. São classificados em três grupos: agentes antireabsortivos(terapêutica de reposição hormonal), SERMs (moduladores bisfosfona-


29tos, calcitonina, cálcio e vitamina D) e estimulantes da formação óssea (PTH) (NETOet al., 2002).1. Hormônio Paratireoideano (PTH): regula o fluxo de cálcio e de fosfatosatravés das membranas nos ossos e rins, aumentando a concentração decálcio sanguineo e diminuindo a de fosfato. No osso aumenta a atividade eo número de osteoclastos, por atuar sobre os osteoblastos, aumentando aremodelação dos ossos. Nos rins aumenta a capacidade dos néfrons dereabsorver cálcio e magnésio, porem diminui a reabsorção de fosfato,bicarbonato, sódio, cloreto e sulfato (GALI, 2001; KATZUNG, 2003);2. Vitamina D: produzida pela pele através da radiação UV, também pode serencontrada em alimentos. O mecanismo de ação da vitamina D e seusmetabólitos ainda está sendo pesquisada, sabe-se porém que o calcitriol éo agente mais potente para estimulação do transporte de cálcio e fosfato ereabsorção óssea (NETO et al., 2002);3. Calcitonina: reduz os níveis séricos de cálcio e de fosfatos através de suaação nos ossos e rins. Inibe a reabsorção óssea osteoclástica(KATZUNG, 2003);4. Estrogênios: impedem a perda acelerada de osso na pós-menopausa(GALI, 2001);5. Difosfonatos: retardam a formação e dissolução de cristais dehidroxiapatita no sistema esquelético e fora dele (HARDMAN; LIMBIRD;GILMAN, 2006; KATZUNG, 2003).5.1.3 Artrite ReumatóideA artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória de etiologia auto-imunede origem desconhecida, sendo caracterizada por poliartrite periférica, simétrica,levando a deformidades e destruição das articulações, devido às erosões ósseas eda cartilagem. É mais comum em mulheres e a probabilidade de ter a doençaaumenta com a idade, após a quarta década de vida é mais comum (BÉRTOLO etal., 2009).O evento inicial é marcado pelo processo inflamatório da membrana sinovialcom macrófagos e linfócitos, predominando LTCD 4+ . A hiperplasia nas célulassinoviais, o infiltrado linfocítico e a neoangiogênese geram o “pannus” que atinge o


30osso subcondral, a cartilagem articular, ocorrendo destruição progressiva (BRENOLet al., 2007).Pode acometer as grandes e pequenas articulações, associadas à rigidezmatinal, fadiga, perda de peso. Se envolver outros órgãos, a morbidade e gravidadeda doença são maiores, o que pode diminuir 5 a 10 anos a expectativa de vida dopaciente. Com o tempo, os pacientes tornam-se incapazes de realizar atividadesdiárias e profissionais, o que gera importante impacto econômico para a sociedade epara o paciente (BÉRTOLO et al., 2009).O diagnóstico depende da associação de uma série de sintomas e sinaisclínicos, como rigidez matinal, artrite de três ou mais áreas (pelo menos três áreasarticulares com edema), artrite de articulações das mãos, artrite simétrica, nóduloreumatóide, fator reumatóide sérico, alterações radiográficas. A rigidez matinal e aartrite simétrica devem estar presentes para ser considerada artrite (BÉRTOLO etal., 2009).Vários fatores estão ligados a susceptibilidade e gravidade da AR, entre elesa presença de determinados auto-anticorpos, fator reumatóide, anticorpos antiproteínascitrulinadas (ACPA) e positividade para alelos do antígeno leucocitáriohumano. A detecção dos anticorpos anti ACPA são ferramentas valiosas nodiagnóstico da AR e no seu prognóstico, pois pode separar pacientes com doençainicial e bom prognóstico, daqueles com forma grave e prognóstico restrito,auxiliando no tratamento individual e melhora da terapia medicamentosa para cadapaciente (MOTA, 2008).O diagnóstico precoce e o início rápido do tratamento são fundamentais parao controle da doença e para prevenir a incapacidade funcional e lesão articularirreversível. O tratamento tem como objetivo a diminuição da dor e prevenir oucontrolar a lesão. O tratamento começa com a educação do paciente e da família,sobre a doença, pode ser feito fisioterapia e terapia ocupacional, proteção articular,realização de exercícios físicos, alongamento, relaxamento. O tratamentomedicamentoso por sua vez, varia de acordo com o estágio da doença (BÉRTOLOet al., 2009).O tratamento sintomático é realizado com antiinflamatórios não hormonais(AINE’s) associados ou não a glicocorticóides, de doses baixas. Caso não hajaresposta ao tratamento com as doses máximas toleradas ou se ocorrerem efeitosadversos, recomenda-se a troca por uma combinação de drogas modificadoras do


31curso da doença (ARMDs) (BÉRTOLO et al., 2009).Os AINE’s suprimem a dor, o edema e o aumento do influxo sanguineoassociado à inflamação, mas tem pouca ação sobre o progresso da doença. Temtrês ações principais, a antiinflamatória (diminui prostaglandina E 2 e prostaciclina,reduzindo a vasodilatação e o edema), antipirético (impede que a interleucina 1libere prostaglandina no sistema nervoso central impedindo o aumento datemperatura) e analgésico (com a diminuição das prostaglandina ocorre menossensibilização das terminações nervosas diminuindo a dor) (RANG et al., 2007).Os ARMDs podem suspender ou reverter a AR, são um grupo de fármacosheterogêneos, com diferentes mecanismos de ação e estrutura química nãorelacionada. Geralmente aliviam os sintomas e reduzem a atividade da doença,porém não se sabe se isso ocorre a longo prazo. São de segunda linha, pois serecorre a eles se a terapia com AINE’s falhar. Estão incluídos nessa categoria ometotrexato, sulfassalazina, penicilina e cloroquina (RANG et al., 2007).5.1.4 Esteatohepatite não alcoólica (EHNA)Desde 1800, a esteatohepatite era descrita associada ao álcool e à cirrosehepática, com o tempo notou-se que alguns pacientes que não consumiam álcool,desenvolviam a doença. Os casos ocorriam em mulheres, pessoas obesas e comdiabetes. O termo esteatohepatite não alcoólica foi empregado pela primeira vez em1980 por Ludwig e colaboradores (REIS; ROQUETE; PENNA, 2001).A doença hepática crônica resulta em impacto nutricional independente desua causa, pois o fígado é responsável por vias bioquímicas na produção,modificação e utilização de nutrientes e outras substâncias metabolicamenteimportantes (MAIO; DICHI; BURINI, 2000).A EHNA possui achados histopatológicos compatíveis com doença hepáticaalcoólica em pacientes que não consomem quantidade significativa de álcool. Ocorrea elevação persistente das aminotransferases após exclusão de doenças virais,metabólicas e outras causas responsáveis por doença hepática (REIS; ROQUETE;PENNA, 2001).É preocupante, por ser silenciosa e evolutiva, suas queixas são poucoespecificas, a pessoa sente fraqueza, mal estar e dor no quadrante superior direito.O acúmulo de ácidos graxos nos hepatócitos e a resistência insulínica são os


32primeiros passos para a EHNA (SOUZA et al., 2008).Acredita-se que o aumento da peroxidação de lipídeos seja o mecanismocomum entre a esteatohepatite alcoólica e não alcoólica, explicando a semelhançaem suas lesões (REIS; ROQUETE; PENNA, 2001).O espectro da EHNA varia de uma simples infiltração hepática de gordura(esteatose) passando por um processo inflamatório (esteatohepatite) até a fibrosehepática e cirrose (SOUZA et al., 2008).É classificada em primária, quando a doença está relacionada à obesidade esecundária, quando relacionada a outras causas específicas como drogas. Variascausas podem estar associadas à EHNA, estas são descritas abaixo:1. Fármacos: estrógenos, corticóides, amiodarona, cloroquina, bloqueadoresdos canais de cálcio, metotrexato, varfarina;2. Metabólicas: Doença de Wilson, abetalipoproteinemia,hipobetalipoproteínemia, doença de Weber – Christian, lipodistrofia,diabetes mellitus, deficiência de carnitina, Sindrome de Schwachman,Doença de Refsum;3. Cirúrgicas: gastroplastia, ressecção extensa do intestino delgado, entreoutras;4. Nutricionais: obesidade, perda rápida de peso, deficiência de colina,nutrição parenteral;5. Outras: exposição à hepatotoxinas, anemia grave, diverticulose jejunalcom supercrescimento bacteriano (REIS; ROQUETE; PENNA, 2001).O diagnóstico é feito através da biópsia hepática, porém devido à dificuldadeda realização da mesma, seus riscos e complicações, o que está sendo usado sãoos exames de imagem (ultra-sonografia, tomografia computadorizada e ressonânciamagnética) e laboratoriais (aminotransferases (AST, ALT), fosfatase alcalina,gamaglutamiltransferase), junto com a história e exame clínico do paciente (SOUZA,et al., 2008).Não existe tratamento medicamentoso estabelecido, estudos apontam parauso de antioxidantes para evitar a evolução para fibrose e cirrose hepática e uso doacido ursodesoxicólico (UDCA). A vitamina E é a escolhida para atuar como antioxidante,devido à doença provocar estresse oxidativo formando radicais livres que reagemcom os lipídeos formando peróxidos e lesando o fígado. A vitamina E, por serantioxidante, minimiza esta ação. O UDCA é utilizado, pois se acredita que essa


33droga tenha um papel citoprotetor a partir de sua ação como estabilizadora de membranascelulares (REIS; ROQUETE; PENNA, 2001).O estresse oxidativo é o mecanismo comum do desenvolvimento da EHNA. Aredução de peso, o aumento da atividade física e adequação da ingestão alimentar,devem estar aliados ao tratamento para conter sua evolução e, além disso, é amelhor forma de preveni-la (SOUZA et al., 2008).O paciente com EHNA pode evoluir para insuficiência hepática terminal enecessitar transplantes. Estudos demonstraram que pacientes transplantadospassaram a ter a doença no enxerto. O tratamento não está estabelecido, e adoença ainda não tem cura (REIS; ROQUETE; PENNA, 2001).5.1.5 GotaTambém chamada doença por depósito de cristais de urato monossódico, éuma artropatia inflamatória que ocorre devido à cristalização do acido úrico dentrodas articulações. É uma enfermidade metabólica freqüente, mais comum emhomens, entre 40 e 50 anos, que pode se apresentar em crises de mono ouoligoartrite, ou progredir a poliartrite com deformidade óssea (CRUZ, 2006;PINHEIRO, 2008; SARMENTO et al., 2009).É uma artrite aguda e geralmente monoarticular, passando por períodointercritico e gota tofácea crônica, com aumento do acido úrico sérico e presença decristais de monourato de sódio no tecido conjuntivo e nos rins (SARMENTO et al.,2009).Os principais fatores envolvidos na doença são: uso de diuréticos e aspirinaem baixa dose, insuficiência renal crônica, hipertensão arterial sistêmica, obesidadee síndrome metabólica (PINHEIRO, 2008).A crise de gota é bem típica, o paciente vai deitar bem e acorda com doresmuito fortes. As crises duram de 3 a 10 dias e depois o paciente volta ao normal(GÓMEZ; CARVAJAL; PASTOR, 2002).O acido úrico é o produto final do metabolismo das purinas, deve sereliminado através da urina. Porém ele pode se precipitar, quando acima dos valoresnormais, em forma de cristais de urato monossódico (UMS), desencadeando asmanifestações clinicas da doença, que ocorrem devido à inflamação causada aoredor deste depósito de cristais (GÓMEZ; CARVAJAL; PASTOR, 2002).


34A gota pode estar relacionada tanto a fatores genéticos quanto a ambientais,mas devido ao aumento do número da enfermidade, acredita-se que esteja ligadaaos fatores ambientais (hábitos de vida e dieta) principalmente (PINHEIRO, 2008).A ingestão de purinas contribui para o aumento de acido úrico no sangue,bebidas alcoólicas também não devem ser ingeridas por pacientes gotosos. Portantodeve-se fazer restrição de purinas de origem animal, mas não de origem vegetal.Sendo que as de origem vegetal são excelentes fontes de proteínas, fibras,vitaminas e minerais, o que é essencial para uma alimentação adequada. O risco degota também é maior em pessoas obesas (PINHEIRO, 2008).O tratamento é feito diminuindo a ingestão de purinas, forçando a diurese,alcalinizando a urina. Os fármacos utilizados são os redutores de uratos, sendo queo alopurinol é a droga de escolha. A colchicina é utilizada para evitar ataquesagudos após movimentação de uratos (GÓMEZ; CARVAJAL; PASTOR, 2002).5.1.6 Insuficiência renalA insuficiência renal ocorre quando os rins não são mais capazes de removerprodutos da degradação metabólica do organismo ou desenvolver suas funçõesreguladoras. As substâncias que seriam eliminadas através da urina acabamacumulando-se nos líquidos corporais, levando a ruptura das funções endócrinas,metabólicas e distúrbios hidroelétrolíticos ácido-base (RIBEIRO et al., 2008).A doença renal reduz o funcionamento físico, profissional e a percepção daprópria saúde, causando sentimentos negativos, o que pode causar problemas paraa saúde mental, sendo necessário auxílio dos profissionais de saúde e da família dopaciente (DUARTE et al., 2003).A insuficiência renal aguda (IRA) é a redução aguda da função renal, pode serpor horas ou dias. Está mais associada à diminuição do ritmo de filtração glomerular,já a insuficiência renal crônica (IRC), é a perda progressiva e geralmente irreversíveldas funções renais, inicia com uma injúria renal inicial, que é seguida por perdalenta, progressiva e irreversível da função renal, chegando à fase terminal, onde osrins não conseguem mais manter suas funções. A IRC é caracterizada peladeteriorização das funções bioquímicas e fisiológicas de todos os sistemas doorganismo, secundário ao acúmulo de toxinas urêmicas, alterações no equilíbriohidroeletrolítico, acidose metabólica, hipovolemia, hipercalemia, hiperfosfatemia,


35anemia, distúrbio hormonal, hiperparatireoidismo, infertilidade, retardo nocrescimento entre outros (RIBEIRO et al., 2008).Dentro dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da IRC estão:diabetes mellitus, hipertensão arterial, hereditariedade, idade avançada (rins já temestruturas fisiológicas e anatômicas alterados, devido ao envelhecimento renal).Pode ocorrer também, devido à obstrução do trato urinário, lesões hereditárias,infecções, medicamentos, agentes tóxicos, agentes ambientais e ocupacionais(chumbo, mercúrio, entre outros). A obesidade, tabagismo, dislipidemia aceleramsua progressão, necessitando da terapia renal substitutiva (KUSUMOTA;RODRIGUES; MARQUES, 2004).A IRC é um sério problema de saúde pública em todo o mundo, comcrescimento alarmante. É estimado que mais de 2 milhões de brasileiros sãoportadores de algum tipo de disfunção renal, o que eleva o risco de morte pordoenças cardiovasculares em 10 vezes (GRUPO MULTISETORIAL DE DOENÇARENAL CRÔNICA, 2007).Devido a IRC, os rins tornam-se incapazes de manter a homeostasia doorganismo, e na fase terminal o paciente deve manter um tratamento contínuo, que“substitua” a função renal. Os tratamentos existentes são a diálise peritoneal,hemodiálise e transplante renal (KUSUMOTA; RODRIGUES; MARQUES, 2004).Os sintomas podem demorar anos para aparecer, o mesmo ocorre com asíndrome urêmica, característica da IRC terminal, demonstrando grande capacidadeadaptativa, permitindo ao ser humano sobreviver com apenas 10% do rimfuncionando (RIBEIRO et al., 2008).O diagnóstico da IRC é feito através dos exames de urina, demicroalbuminúria, proteinúria, hematúria e na redução do ritmo de filtraçãoglomerular (RFG), avaliado pelo clearence de creatinina sérica (GRUPOMULTISETORIAL DE DOENÇA RENAL CRÔNICA, 2007).O tratamento pode ser inicialmente dietético, medicamentoso e de controle dapressão arterial. A indicação de diálise será feita quando os tratamentos anterioresnão são mais capazes de manter a qualidade de vida do paciente ou quandoaparecem os sintomas de uremia. Como o paciente com IRC apresenta váriasalterações sistêmicas devido as múltiplas funções renais afetadas, é importante queo tratamento envolva-o de forma ampla, abrangendo desde a psicoterapia,direcionamento nutricional, controle de doenças primárias (diabetes e hipertensão),


36correção de distúrbios metabólicos, orientação adequadas sobre as doenças, autocuidado,com participação da equipe multidisciplinar, até a adoção de terapia desubstituição renal (RIBEIRO et al., 2008).Quando a função renal diminui mais de 50% é comum ocorrer anemia, devidoà diminuição da eritropoitina pelos rins, que atua na eritopoiese (formação dashemácias) (KUSUMOTA; RODRIGUES; MARQUES, 2004).5.1.7 Fibrose pulmonar por ParacoccidioidomicoseÉ uma micose sistêmica, cujo agente etiológico Paracoccidioides brasiliensesnão se limita apenas as camadas superficiais da pele, atingindo tanto tecidosconjuntivos quanto vísceras. Não é contagiosa e representa uma das micoses maisimportantes em nosso meio (MUNIZ et al., 2002).O fungo é dimórfico, ou seja, cresce em forma de levedura a 37°C (organismodo hospedeiro) e leveduriforme a 25 °C (ambiente/natureza). A maioria dos casosocorre em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, em homens, fumantes, etilistascrônicos, cujas condições de higiene, nutrição e econômica são precárias,geralmente são trabalhadores rurais que ficam em contato com a terra e vegetais(PALMEIRO; CHERUBINI; YURGEL, 2005).A infecção é adquirida nas primeiras décadas de vida (10-20 anos), e semanifesta clinicamente entre os 30 e 50 anos. O controle da doença depende daresposta imune do paciente. Conhecendo as alterações da resposta imunológicainduzido pela infecção no hospedeiro compreende-se a necessidade do tratamentoser longa, até que a resposta imune celular seja eficiente (YASUDA et al., 2006).Após a infecção, o fungo pode ser eliminado pela defesa do hospedeiro oumanter-se latente, ocorrendo um equilíbrio entre o agente e o hospedeiro. Depois deum tempo de latência (no foco primário) em um nódulo fibrótico no pulmão, podeocorrer um desequilíbrio na reação hospedeiro/parasita, começando a aparecersinais e sintomas da patologia. Pode ocorrer na forma aguda em jovens, ou crônicaem adultos do sexo masculino com envolvimento pulmonar (MUNIZ et al., 2002;PALMEIRO; CHERUBINI; YURGEL, 2005).Em geral os sintomas da doença pulmonar (presente em 90% dos pacientes)são inespecíficos, ocorre tosse com catarro e a doença progride de forma lenta esilenciosa, por isso pode levar anos para que o diagnóstico seja realizado (MUNIZ et


37al., 2002).O diagnóstico envolve a presença de sinais e sintomas relacionados aoenvolvimento pulmonar (tosse, dispnéia, expectoração, lesões na pele ou nasofaríngeo,disfonia), linfático, adrenal e do sistema nervoso central. A tomografiacomputadorizada e biopsia são realizadas no diagnóstico (YASUDA et al., 2006).Na biopsia encontram-se granuloma supurativo com células grandes eblastóporos (semelhantes a cistos), seguidos por esporos filhos. Os testessorológicos mostram a existência do microorganismo antes do exame de cultura ehistopatológico (MUNIZ et al., 2002; PALMEIRO; CHERUBINI; YURGEL, 2005).O tratamento consiste em fase de ataque e de manutenção, a primeiraconsiste em tratar imediatamente os sinais e sintomas, e reduzir a carga do parasito,para recuperar a imunidade do hospedeiro, a segunda, é realizada por longo tempoaté que se obtenham critérios de cura, reduzindo o risco de recorrência da doença.As drogas eficazes são a anfoterecina B, sulfadiazina e drogas azólicas comatuação sistêmica (PALMEIRO; CHERUBINI; YURGEL, 2005).Pode ser que o paciente nunca obtenha cura, pois não é possível erradicar adoença, assim se emprega o termo “cura aparente ou clínica”, por isso os pacientesdevem voltar ao médico uma vez ao ano para realizar exames clínicos (YASUDA etal., 2006).5.1.8 HipercolesterolemiaHipercolesterolemia é a elevação dos níveis de colesterol plasmático. Esseaumento faz com que o colesterol se deposite nos tendões, pele (xantanas) e nasartérias (ateromas). Esse acúmulo pode ser tão grande que impede o sangue de fluirlivremente, ocorrendo obstrução das artérias e provocando acidente vascularcerebral, aneurisma e infartos, que muitas vezes são fatais (GONÇALVES et al.,2000).A alimentação inadequada é a principal causa do aumento do colesterol,principalmente a gordura saturada, que aumenta o colesterol total e LDL e diminui oHDL. As fibras solúveis, os antioxidantes, café e o álcool também auxiliam noaumento do colesterol (FAQHERAZZI; DIAS; BORTOLON, 2008).O colesterol elevado e suas conseqüências somadas a outros fatores de riscosão considerados importante problema de saúde pública. A detecção precoce e a


38vigilância dos fatores de risco são importantes para as ações preventivas a doença(CORONELLI; MOURA, 2003).As gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas (ômega 3 e ômega 6) ajudamna diminuição do colesterol, bons hábitos alimentares e exercícios físicos ajudam nadiminuição do colesterol plasmático (FAQHERAZZI; DIAS; BORTOLON, 2008).O tratamento medicamentoso é capaz de normalizar o aumento do colesterolplasmático, as drogas mais utilizadas são as estatinas, fibratos e os inibidores deHGM CoA redutase (GONÇALVES et al., 2000).5.2 Estudo dos medicamentos5.2.1 Carbonato de cálcio/ vitamina D 3 Efeito Farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: o carbonato decálcio é usado como suplemento na dieta em pacientes que apresentam diminuiçãode cálcio e na prevenção e tratamento do raquitismo, osteomalácea, redução defraturas vertebrais, pode ou não estar associado à vitamina D (BRASIL, 2008;FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).O metabolismo do cálcio é regulado pelo paratormônio, calcitonina e vitaminaD em sua forma ativa 1,25-diidroxicolecalciferol, a produção desses hormônios éregulado por alterações de cálcio, direta ou indiretamente, formando uma longa alçade feedback negativo (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004; SILVA, 2006). Farmacocinética: é absorvido, após administração por via oral, no intestinodelgado dependendo da presença da vitamina D, pH no lúmen, idade, dose,presença ou não de alimentos. É excretada via renal (20%) e fecal (80%) (BRASIL,2008).O carbonato de cálcio é escolhido por ser barato, por ter propriedadesantiácidas e por ser de elevada disponibilidade. A faixa diária recomendada é de1500mg/dia em mulheres pós menopausa, que fazem ou fizeram uso de hormônios,junto com 400 – 600 UI de vitamina D. A exposição solar e a administração de cálciojunto com os alimentos aumenta sua biodisponibilidade (BRASIL, 2008; KATZUNG,


392003). Contra indicações e efeitos adversos: o carbonato de cálcio está contraindicado em casos de cálculo renal, hiperfosfatemia, hipercalcemia, hipercalciuria. Éabsorvido no intestino delgado, dependendo da vitamina D, idade, pH, presença ounão de alimentos (BRASIL, 2008).A ingestão excessiva de vitamina D causa hipercalcemia (sintomas:constipação, depressão, fraqueza e fadiga, se persistente causa insuficiência renal ecalculose renal), poliúria e polidpsia, devido à dificuldade de concentrar a urina(RANG et al., 2007).Os efeitos adversos do carbonato de cálcio são hipercalcemia,hiperfosfatemia, cefaléia, constipação, efeito laxativo, rebote ácido, náusea, vômito,dor abdominal, flatulência, xerostomia, síndrome do leite alcalino, calculose urinária(BRASIL, 2008). Interação medicamentosa: o carbonato de cálcio aumenta o efeito dediuréticos tiazídicos e da digoxina (toxicidade), diminui a absorção do ferro, juntocom poliestirenos sulfato em pacientes com insuficiência renal, pode reduzir acapacidade de ligar potássio e resultar em alcalose metabólica. Evitar ingestão deoutros medicamentos junto com o carbonato de cálcio, devendo esperar de 1 a 2horas para ingerir outros medicamentos, e evitar uso concomitante de alimentos comfibras, álcool, fumo e cafeína (BRASIL, 2008).5.2.2 Alendronato de sódio Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: é utilizado nadose de 10 mg/dia em mulheres na osteoporose pós menopausa. Medicamentobifosfonato, análogo sintético do pirofosfato, inibe a reabsorção por agir nososteoclastos. Após sua administração, se liga a minerais ósseos na matriz e éliberado lentamente e o cálcio é reabsorvido pelos osteoclastos. Interfere naformação das bordas escavadas, no local de ligação das células alvo prevenindo areabsorção óssea (RANG et al., 2007).Farmacocinética: o alendronato de sódio deve ser administrado em jejum,


40com água, o paciente deve esperar 30 minutos para então se alimentar e tambémnão deve deitar durante esse tempo (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).A absorção intestinal é de 1-10%, diminuindo com o uso concomitante dealimentos ou medicamentos que contenham cálcio, café, chá e suco de laranja,assim devem ser administrados longe das refeições, em jejum, com água. O leiteprejudica a absorção (SILVA, 2006).Após a absorção cerca de 50% se deposita no osso e o restante é excretadona urina, sendo que sua meia vida no osso pode durar anos. É administrado 70 mgde alendronato por semana, em dose única ou em dose diária (10 mg/dia), sendoque as duas formas de administração são seguras (FUCHS; WANNMACHER;FERREIRA, 2004).Efeitos adversos: têm-se distúrbios gastrointestinais, que podem ser graves, edor óssea, podem ocorrer ulcera péptica e esofagite (SILVA, 2006). Interações medicamentosas: antiácidos, sais de cálcio e magnésio ecompostos de ferro interferem na absorção do alendronato. Suplementação defosfato ou o uso prolongado de aminoglicosídeos aumentam o risco dehipocalcemia. Antiinflamatórios não esferoidais podem agravar a doença péptica. Aterapia com estrógenos aumenta os efeitos da mineralização óssea (BARROS;BARROS, 2010).5.2.3 Moduretic®5.2.3.1 Amilorida Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: a amilorida é umdiurético poupador de potássio, indicado para pacientes com edema e hipertensãoarterial. Esta disponível para uso oral, onde 50% da droga é absorvida, e secretadano tubo proximal. Também pode ser usada em conjunto com outros diuréticos, paraque os valores de potássio sanguineo fiquem inalterados (HARDMAN; LIMBIRD;GILMAN, 2006).A amilorida antagoniza o efeito da aldosterona, no túbulo distal terminal,através da inibição do transporte de sódio pelos canais iônicos da membrana luminal


41(KATZUNG, 2003). Farmacocinética: tem início de ação mais lento, com pico de seis horas eduração de 24 horas (KATZUNG, 2003).A disponibilidade da amilorida é em comprimidos de 5 mg, sendo que a dosepode variar de 5 a 10 mg/dia. A dose de manutenção deve ser feita de formaindividual aos pacientes (HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006). Contra indicações e efeitos adversos: Está contra indicada em pacientessuscetíveis a hipercalemia grave e doença renal crônica (KATZUNG, 2003). Temcomo efeitos adversos a hipercalcemia, acidose metabólica hiperclorêmica,ginecomastia, insuficiência renal aguda e cálculos renais (RANG et al., 2007). Interação medicamentosa: a administração de potássio deve ser suspensa,ao administrar antagonistas da aldosterona, o uso com outras drogas inibidoras daECA e betabloqueadores aumenta a possibilidade de hipercalcemia (KATZUNG,2003).5.2.3.2 Hidroclorotiazida Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: é um diuréticotiazídico, que são menos potentes que os diuréticos de alça e os preferidos paratratar hipertensão não complicada (reduzem o risco de AVC, infarto do miocárdioassociado a HA), também é utilizada em casos de edema não complicado einsuficiência cardíaca congestiva (BRASIL, 2008). Farmacocinética: produz efeito em 1 a 2 horas, durando 12 a 24 horas, sendoo melhor horário de administração pela manhã (BRASIL, 2008). A dose diária dehidroclorotiazida é de 12,5 mg – 50 mg que devem ser realizados em intervalos de24 horas (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).Contra indicações e efeitos adversos: está contra indicado em pacientes cominsuficiência hepática e renal grave, lactação, gravidez, e cuidados em diabetes,


42hipotensão, lúpus eritematoso sistêmico e insuficiência renal, quando são utilizadasaltas doses do fármaco é necessário um monitoramento eletrolítico do paciente(BRASIL, 2008). Interação medicamentosa: a absorção da hidroclorotiazida é diminuída napresença de alimentos, os efeitos adversos encontrados são hiponatremia,hipocalemia, hiperuricemia, aumento das crises de gota, impotência, hipertensãoortostática, intolerância a carboidratos e sintomas digestivos (BRASIL, 2008).A hidroclorotiazida deve ser tomada pela manhã para não interromper o sono,a ingestão de alimentos com potássio deve ser aumentado, seu efeito pode serpotencializado pelo álcool, anlodipino, atenolol, clorpromazina, diazepam, enalapril,halotano, hidralazina, dinitrato de isossorbida, metildopa, levodopa, nifedipino,propranolol, nitroprusseto de sódio, tiopental, timolol e verapamil. Contraceptivosorais, antiinflamatórios não estereoidais e estereoidais diminuem o efeito diurético. Adigoxina, lítio e quinidina têm sua toxicidade aumentada pela hidroclorotiazida.Antagoniza o efeito hipoglicemiante da insulina, metformina, glibenclamida. Juntocom a amitriptilina aumenta o risco de hipotensão postural. Anfoterecina B,salbutamol, furosemida maior probabilidade de hipocalemia, e com a carbamazepinaexiste maior risco de hiponatremia, cisplatina nefrotoxicidade e ototoxidade (BRASIL,2008).5.2.4 Maleato de enalapril Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: é um inibidor daenzima conversora de angiotensina (IECA), utilizado para hipertensão arterial,insuficiência cardíaca, após infarto do miocárdio, nefropatia diabética, em pessoascom alto risco de cardiopatia isquêmica e insuficiência renal progressiva (RANG etal., 2007).O mecanismo de ação principal deste fármaco é o desaparecimento daangiotensina II da circulação. Não ocorrem variações na frequencia cardíaca e nemno débito cardíaco. Em geral, pacientes brancos respondem ao tratamento melhorque negro,s e jovens, melhor que velhos (SILVA, 2006).Farmacocinética: é uma pró-droga, sendo ativa após hidrólise em acido


43dicarboxilico original ativo o enalaprilato. É rapidamente absorvido por via oral, asconcentrações máximas do metabólito ativo ocorrem em 3-4 horas após aadministração (HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006).É disponibilizado em formulações que variam de 2,5mg a 20 mg, sendo que adose diária pode variar de 10 mg a 40 mg, podendo chegar a 80 mg em casos maisgraves (HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006). Efeitos adversos: hipotensão, taquicardia, dor no peito, angiodema, náusea,vômito, diarréia, dor abdominal, angiodema intestinal, tonturas, astenias, vertigens,cefaléia, anorexia, insuficiência hepática, alterações da função renal, prurido, rash,hipercalcemia, tosse. O paciente deve evitar alimentos que contenham potássio, eexercícios que necessitem atenção e coordenação motora, como operar máquinas edirigir veículos (BRASIL, 2008). Interação medicamentosa: as interações farmacológicas importantes são ascom suplementos de potássio ou diuréticos que poupam potássio, drogas nãoesteróides podem diminuir os efeitos do enalapril, junto com azatioprina poderesultar em mielossupressão, com trietropina pode causar hipercalemia, a rifamicinadiminui o efeito do enalapril, com capsaicina pode aumentar a tosse, a clomipraminatem seu efeito toxico aumentado, com metformina pode resultar em acidose lática,com bupivacaína pode resultar com bradicardia e hipotensão com perda deconsciência (BRASIL, 2008).5.2.5 Vitamina E Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: a vitamina E estáindicado em vários estados do organismo. Pode-se fazer o uso de vitamina E naprofilaxia ou na terapia desses estados, entre eles a insuficiência cardíaca,envelhecimento, tromboembolismo, lesão pulmonar por poluição, doençasinflamatórias, infertilidade, abortos sucessivos, toxemia gravídica, retinopatia damaturidade, baixo peso, deficiência de vitamina E, lactação e claudicaçãointermitente (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).Atua como potente antioxidante, principalmente em relação aos lipídeos.Atuando como inibidora da oxidação de ácidos graxos poliinsaturados, protegendo


44da peroxidação (SILVA, 2006). Farmacocinética: é encontrada principalmente nas plantas verdes e nos óleosde várias sementes (algodão, soja, amendoim). Apresenta-se como um liquidoviscoso, límpido, amarelado, inodoro e que se oxida em exposição à luz. Absorvidano intestino delgado, sendo favorecida por gorduras e bile (SILVA, 2006).A dose usual de vitamina E depende do que está sendo tratado, na retinopatiada maturidade é utilizado 100 mg/kg/dia até a matridade dos olhos, baixo peso eprematuros podem utilizar 3,3 mg/ dia, a dose máxima é de 400 UI/dia (FUCHS;WANNMACHER; FERREIRA, 2004).É absorvida no trato gastrointestinal, sendo a bile essencial nesse processo,atinge todos os compartimentos do organismo (FUCHS; WANNMACHER;FERREIRA, 2004). Interação medicamentosa: interfere nos sais de ferro, precisando aumentar asdoses de vitamina E, para se obter o mesmo resultado em anemia ferropriva, e emcasos de suprimento de ácidos graxos poliinsaturados (SILVA, 2006).5.2.6 Vitoryn ®5.2.6.1 Ezetimiba Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: é ummedicamento utilizado na tratamento de dislipidemias, age inibindo a absorção docolesterol na borda em escova dos enterócitos do intestino delgado, diminuindo oaporte de colesterol do intestino para o fígado, diminuindo a quantidade de colesterolhepático elevando a depuração do colesterol sanguineo (FIORENZANO et al.,2006).O mecanismo de ação da ezetimiba complementa o da sinvastatina, aassociação destes medicamentos provoca diminuição de 21% LDL - colesterol emrelação ao uso isolado da sinvastatina além de diminuir os níveis de triglicerídeosplasmático. Doses baixas das duas drogas trazem reduções equivalente as dosesmáximas de estatinas (80 mg) (ARAUJO; FILHO; CHAGAS, 2005).


45 Farmacocinética: Ao ser ingerido é rapidamente captado pelas célulasintestinais, gerando um metabólito ativo o glucoronídeo (ARAUJO; FILHO; CHAGAS,2005). Efeitos adversos: Por não ser metabolizada por enzimas do citocromo P450,confere a este fármaco baixo risco de interação medicamentosa (ARAUJO; FILHO;CHAGAS, 2005). Interação medicamentosa: a ezetimiba tem sua absorção aumentada quandoingerida junto a alimentos, aumenta os efeitos farmacológicos e reações adversasda ciclosporina, portanto suas concentrações devem ser monitoradas (ARAUJO;FILHO; CHAGAS, 2005; TATRO, 2008).5.2.6.2 Sinvastatina Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: está indicada naprevenção primária e secundária da cardiopatia isquêmica e em dislipidemias. É umanálogo estrutural da HGM-CoA, é uma pró-droga inativa da lactona, hidrolisada notrato gastrointestinal em derivados beta-hidroxilicos ativos, deve ser administrada anoite devido ao padrão diurno da biossintese do colesterol (KATZUNG, 2003). Farmacocinética: sua ação inicia após 2 semanas de tratamento, sendo que opico de efeito se dá ente 2 a 4 semanas, possui metabolismo hepático, com extensoefeito de primeira passagem, a excreção pode ser fecal (60%) e renal (13%)(BRASIL, 2008). Contra indicações e efeitos adversos: está contra indicada em doençashepáticas aguda, gravidez, lactação e hipersensibilidade aos componentes dafórmula. A função hepática deve ser monitorada, assim como função renal, quandoa amiodarona também é utilizada. Os efeitos adversos mais comuns são miopatia,rabdomiólise, hepatotoxicidade, elevação da CK, dor abdominal, náusea, vômito,diarréia, distúrbios psiquiátricos, síndrome das pernas inquietas, hipotensão,distúrbios visuais, infecção respiratória alta, alopecia, rash cutâneo, disfunção sexual(BRASIL, 2008).


46 Interação medicamentosa: tem sua absorção aumentada na presença dealimentos (KATZUNG, 2003). O efeito da sinvastatina pode ser aumentado pelaamiodarona, itraconazol, cetoconazol, eritromicina, claritromicina, inibidores deprotease, nefazodona, fibratos, niacina (acima de 1 g/dia), ciclosporina, danazol,genfibrozila, verapamil, acido fusidico, diltiazem, fluconazol, imatinibe, inibidores daprotease, risperidona e voriconazol. A digoxina e a varfarina tem sua toxicidadeaumentada, erva-de-são-joão, carbamazepina, fenitoina, oxcarbamazepina efenitoína (BRASIL, 2008).5.2.7 Azatioprina (AZA) Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: utilizada paraimunossupressão, principalmente para doenças auto-imunes. É metabolizado e geramercaptopurina um análogo da purina que inibe a síntese do DNA, por isso écitotóxica (RANG et al., 2007).Os metabólitos ativos formados são o ácido tirosinico (MPRP) e 6-tioguanina(TGN). O primeiro inibe a primeira etapa da síntese das purinas, depletando suasreservas intercelulares e inibindo a síntese de DNA, RNA e diversas outras proteínase coenzimas, já o segundo causa ruptura de cromossomas e malformações dosácidos nucléicos exercendo citotoxidade responsável pela atividade deimunossupressão e mielotoxicidade (SILVA, 2006). Farmacocinética: é facilmente absorvido após sua ingestão sem dano aoepitélio intestinal, o efeito imunossupressor é maior nos linfócitos, que nas células B(SILVA, 2006).Esta disponível em comprimidos de 50 mg, para terapias de manutençãocrônica em transplante renal a dose é de aproximadamente 2mg/kg/dia, nuncasuperior a 2,5 mg/kg/dia. A dose deve ser diminuída na insuficiência renal,hepatopatia e hiperesplenismo (SILVA, 2006). Efeitos adversos: podem ocorrer reações de hipersensibilidade (náuseas,vômito, tontura, calafrio, mal estar, diarréia, febre, dor muscular, rash, hipotensão,bradicardia), supressão da medula óssea, leucopenia, trombocitopenia, anemia


47megaloblástica, hepatotoxicidade, maior susceptibilidade a infecção e colite empaciente em uso de corticóide, pancreatite, pneumonites, alopecia, infecções porherpes zoster, a imunossupressão crônica aumenta o risco de neoplasias emhumanos (BRASIL, 2008).O paciente deve tomar alguns cuidados como ingerir o medicamento após asrefeições, ou antes de dormir, para prevenir náusea, não tomar vacinas sem oconhecimento médico, avisar o médico imediatamente se começarem a ocorrerreações como febre, calafrios, tosse, rouquidão, dor, hemorragias, lesõesinexplicáveis, melena, hematúria, enterorragias ou petéquias, evitar tocar os olhosou mucosas sem lavar as mãos antes e tentar não se ferir durante a higiene bucal,principalmente com palitos (BRASIL, 2008). Interação medicamentosa: o alopurinol, inibidores da ECA,sulfametoxazol/trimetropima aumentam o efeito da AZA, a varfarina diminui o efeitoda AZA, com ciclosporina aumenta a possibilidade de neoplasias, com clozapinamaior o risco de agranulocitose (BRASIL, 2008). O uso com inibidores ECA podeinduzir a anemia e leucopenia (BARROS; BARROS, 2010).Nas primeiras quatro semanas de tratamento a neutropenia e trombocitopeniadevem ser monitorados, após este, pode ser realizado a cada três meses (BRASIL,2008).5.2.8 Prednisona Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: indicada paraprocessos inflamatórios, alergias, como adjuvante em anafilaxia e quimioterapiaantineoplásica, imunossupressão, asma crônica e aguda (BRASIL, 2008).A prednisona é inativa até a transformação in vivo em prednisolona. É umglicocorticóide com ação antiinflamatória e imunossupressora. Liga-se a receptoresintracelulares, que sofrem dimerização, migrando para o núcleo e interagindo com oDNA, modificando a transcrição gênica inibindo e induzindo a síntese dedeterminadas proteínas (RANG et al., 2007).Farmacocinética: administrada via oral com dose de 0,5 mg à 20 mg uma vezao dia, é absorvida rapidamente no trato gastrointestinal. Tem taxa de ligação a


48proteínas alta, a biotransformação de prednisona ocorre no fígado, com meia vida detrês a quatro horas (HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006). Contra indicação e efeitos adversos: está contra indicada emhipersensibilidade a corticóides, infecções sistêmicas não tratadas e em vacinascom vírus vivo (BRASIL, 2008).Os corticóides podem causar após um período de administração prolongadonáusea, úlcera péptica (com perfuração), pancreatite aguda, dispepsia, distençãoabdominal, candídiase digestiva, miopatia proximal, ruptura de tendão, osteoporose,osteonecrose asséptica óssea, fraturas de vértebras e de ossos longos,hiperglicemia, insuficiência adrenocortical primária, síndrome de Cushing,irregularidades menstruais e amenorréia, ganho de peso, balanço negativo denitrogênio e cálcio, aumento do apetite, euforia, depressão, hipertensãointracraniana com papiledema em crianças (normalmente após retirada), insônia,psicose e agravamento de esquizofrenia e de epilepsia, comprometimento nacicatrização, atrofia da pele, hematoma, estria, telangiectasia, acne (BRASIL, 2008;RANG et al., 2007).Pode ocorrer também, ruptura do miocárdio após recente infarto do miocárdio,distúrbios de fluido e eletrólitos, hipopotassemia, leucocitose, reações dehipersensibilidade (incluindo anafilaxia), tromboembolismo, mal-estar e soluços.Como efeito tóxico pode ocorrer glaucoma, hipertensão craniana, aumento dacoagulação do sangue, aumento da pressão arterial (BRASIL, 2008; RANG et al.,2007).Os efeitos adversos associam-se ao uso prolongado e à supressão do eixohipotálamo-hipófise-adrenal, podendo ser minorados pelo emprego de doses únicasmatinais ou na administração em dias alternados (BRASIL,2008). Interação medicamentosa: fenobarbital, fenitoína, rifampicina e efedrinaaumentam a ação da prednisona, com digitálicos pode causar intoxicação digitálicapor hipocalcemia, pode diminuir as concentrações plasmáticas de salicilatos, arifabutina diminui a meia vida da prednisona (HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006).


495.2.9 Diovan ®5.2.9.1 Valsartan Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: é um fármacoutilizado para hipertensão arterial que atua como antagonista não peptídico dosreceptores angiotensina II, age antagonizando as respostas endógenas do receptorangiotensina, levando a vasodilatação, eliminação de sódio e diminuição daatividade da adrenalina (RANG et al., 2007; SILVA, 2006). Farmacocinética: a dose terapêutica da valsartana é de 25 mg à 50 mg, viaoral, se liga amplamente as proteínas plasmáticas, a dose diária pode chegar a 160mg em 24 horas (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004). Efeitos adversos: as reações adversas são semelhantes aos IECA(hiperpotassemia, hipercalcemia, hipotensão, deteriorização da função renal), porema tosse não é encontrada. Não deve ser utilizado por gestantes por produzir máformação fetal, em insuficiência hepática deve ser administrado com cuidado,ajustando a dose, devido à metabolização e excreção são hepáticas (RANG et al.,2007). Interação medicamentosa: o uso de valsartan com diuréticos poupadores depotássio e suplemento de potássio pode causar hiperpotassemia, antiinflamatórionão esteróide e esteróide antagonizam o efeito do valsartan, o uso de antiácidosreduz sua disponibilidade e o lítio pode ter sua concentração aumentada (toxicidade)(FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).5.2.9.2 Anlodipino Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: está indicado naangina estável e como anti-hipertensivo. É um fármaco bloqueador dos canais decálcio, da classe das diidroperidinas. Inibe o influxo de cálcio às células musculareslisas arteriais, o que faz a pressão arterial diminuir (KATZUNG, 2003).


50 Farmacocinética: são eficazes sozinhos em formas leves de HA ecombinados nas formas graves. Esta disponível em doses de 5 mg a 10 mg, émetabolizada pelo fígado e tem meia vida de 30 a 50 horas (BRASIL, 2008).A ação inicia após 30 a 50 minutos após sua administração, com duração de24 horas, com metabolismo hepático, seus metabolitos são inativos, não é removidopor diálise, com pico de concentração entre 6 e 12 horas (KATZUNG, 2003). Efeitos adversos: podem atingir 10% dos usuários, e incluem dores decabeça, rubor facial, edema periférico, hiperplasia da gengiva, cãibras, disfunçãoerétil, tontura, fadiga, sonolência, parestesia, náusea, dispepsia e dispnéia (SILVA,2006). Interação medicamentosa: antifúngicos azólicos, ciprofloxacino, diclofenaco,propofol e sidenafila podem aumentar o efeito do medicamento, algunsmedicamentos como a fenitoína, fenobarbital e carbamazepina podem diminuir oefeito da anlodipina. O uso junto com amiodarona pode causar bradicardia, bloqueioatrioventricular e parada cardíaca. Ciclosporinas, aminofilina, mirtazapina e teofilinatêm sua concentração plasmática aumentada pela aminofilina (BRASIL, 2008).5.2.10 Metildopa Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: É utilizada notratamento da hipertensão leve a moderada durante a gravidez. Reduz a pressãopor diminuir a resistência vascular periférica, reduzindo a frequencia e o débitocardíaco (KATZUNG, 2003). Farmacocinética: administrada via oral produz efeito em 4 – 6 horas, e podedurar até 24 horas, o efeito depende do acúmulo de seu metabólito a alfa-metilnoradrenalina,assim, após a metildopa desaparecer da circulação, o efeitopermanece (KATZUNG, 2003).Podem ser administrados 250 mg por via oral em intervalo de 12 horas ou 24horas, sendo a dose máxima 2000 mg de metildopa em 24 horas (FUCHS;WANNMACHER; FERREIRA, 2004).


51 Efeitos adversos: devido a penetrar no cérebro, os efeitos indesejáveis dadroga têm relação com o sistema nervoso central. O sintoma mais freqüente é asedação, porém pode acontecer também anemia hemolítica, xerostomia, hipotensãopostural, hepatotoxicidade, febre e efeito rebote quando o medicamento é suspensode uma hora para outra. O teste Coombs pode dar positivo, dificultando acomparação de sangue para transfusão (BRASIL, 2008). Interação medicamentosa: o uso concomitante com inibidores da monoaminaoxidase e pseudoefedrina podem ocorrer crises hipertensivas; o ferro,antidepressivos tricíclicos, barbitúricos e fenotiazinas reduzem o efeito da metildopa,(TATRO, 2008).5.2.11 Rosuvastatina Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: utilizada paradislipidemia (hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia isolada) e na prevençãoprimária da cardiopatia isquêmica (BARROS; BARROS, 2010).É uma vastatinasintética que inibe potentemente a enzima 3-hidroxi-3-metilglutaril coenzima A(HMG-CoA) redutase, com adição de um grupo sulfonamido-metano polar estável epossui características favoráveis de ser de baixa lipofilicidade, altamente seletivapelos hepatócitos, ter mínimas implicações metabólicas, baixa propensão parainterações com o citocromo P450, é lentamente metabolizada (SBC, 2003). Farmacocinética: ativa por via oral, início da ação ocorre após 1 semana doinicio da administração, sofre metabolismo hepático, formando metabólitos ativos(BARROS; BARROS, 2010). Estudos demonstram que as doses de 5 – 10 mg/diareduzem em nível significativo superior os níveis de LDL - colesterol em relação asestatinas convencionais, alem de aumentar os níveis de HDL - colesterol (SBC,2003).Contra indicações e efeitos adversos: é contra indicada em doença hepática,elevação persistente de transaminases, gestação e lactação. Os efeitos adversos


52mais comuns são: cefaléia, hipertensão arterial sistêmica, edema periférico, dortorácica, insônia, depressão, tontura, faringite, constipação, mialgia, tosse ebronquite (BARROS; BARROS, 2010). Interação medicamentosa: ciclosporina, amiodarona, fibratos, niacina,verapamil, antibióticos macrolídeos, antifúngicos azólicos, inibidores da protease eda bomba de prótons aumentam o risco de ocorrer rabdomiólise. Pode aumentar aconcentração sérica de digoxina, os antiácidos e colestiramina podem diminuir aabsorção da rosuvastatina, existe risco de interação com varfarina, não deve serutilizado com genfibrozila (BARROS; BARROS, 2010).5.2.12 Diupress ®5.2.12.1 Clortalidona Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: é um diuréticotiazídico, que inibe a reabsorção de NaCl pelo túbulo contorcido distal. Aadministração aumenta a eliminação de água, sódio, cloro, bicarbonato e fosfato(SILVA, 2006).Está indicada para hipertensão arterial, ICC, nefrolitíase devido hipercalciúria,edema e diabete insípido nefrogênico (KATZUNG, 2003). Farmacocinética: é absorvida lentamente e tem maior tempo de ação.Competem com a excreção de acido úrico nesse sistema, diminuindo sua excreçãoe aumentando a sua concentração plasmática (KATZUNG, 2003).A dose diária de clortalidona varia entre 12,5 - 50 mg num intervalo de 24 e 48horas (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004). Efeitos adversos: o efeito mais comum é a disfunção erétil, também podeocorrer alcalose metabólica hipercalcêmica e hiperuricemia, hiperglicemia,hiperlipidemia, hiponatremia, fotossensibilidade, fraqueza, fadiga (RANG et al.,2007).Interação medicamentosa: o uso de clortalidona com fármacos digitálicos


53aumenta a probabilidade de intoxicação por digitálicos devido a hipopotassemia,antiinflamatórios não esteróides e esteróides aumentam o efeito diurético e o lítiotem sua concentração sanguinea aumentada pela clortalidona. O uso concomitantecom o alopurinol pode causar hipersensibilidade ao mesmo (FUCHS;WANNMACHER; FERREIRA, 2004).5.2.12.2 Amilorida Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: a amilorida é umdiurético poupador de potássio, indicado para pacientes com edema e hipertensãoarterial. Esta disponível para uso oral, onde 50% da droga é absorvida, e secretadano tubo proximal. Também pode ser usada em conjunto com outros diuréticos, paraque os valores de potássio sanguineo fiquem inalterados (HARDMAN; LIMBIRD;GILMAN, 2006).A amilorida antagoniza o efeito da aldosterona, no túbulo distal terminal,através da inibição do transporte de sódio pelos canais iônicos da membrana luminal(KATZUNG, 2003). Farmacocinética: tem início de ação mais lento, com pico de seis horas eduração de 24 horas (KATZUNG, 2003).A disponibilidade da amilorida é em comprimidos de 5 mg, sendo que a dosepode variar de 5 a 10 mg/dia. A dose de manutenção deve ser feita de formaindividual aos pacientes (HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006). Contra indicações e efeitos adversos: Está contra indicada em pacientessuscetíveis a hipercalemia grave e doença renal crônica (KATZUNG, 2003). Temcomo efeitos adversos a hipercalcemia, acidose metabólica hiperclorêmica,ginecomastia, insuficiência renal aguda e cálculos renais (RANG et al., 2007). Interação medicamentosa: a administração de potássio deve ser suspensa,ao administrar antagonistas da aldosterona, o uso com outras drogas inibidoras daECA e betabloqueadores aumenta a possibilidade de hipercalcemia (KATZUNG,2003).


545.2.12.3 Diclofenaco de sódio Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: é umantiinflamatório não esteroidal (AINE), representante do grupo do ácido fenilacético(KATZUNG, 2003). Está indicado em casos de artrite reumatóide, osteoartrite, emcondições dolorosas agudas e crônicas, lombalgia, dor ciática, pós operatório edisminorréia primária (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004). Atua inibindopotentemente a ciclooxigenase, com ação analgésica, antiinflamatória e antipirética.Pode ser utilizado em doenças inflamatórias crônicas, como artrite e osteoartrite edor muscoesquelética aguda (KATZUNG, 2003). Farmacocinética: é rapidamente absorvido pela via oral e parental, sofremetabolismo hepático, transformando-se em 4-hidroxidiclofenaco e outros produtoshidroxilados (KATZUNG, 2003). A dose do medicamento por via oral é de 50 mg acada 8 horas, não passando de 150 mg ao dia, o pico de ação ocorre em 2 a 3 horascom meia vida de 1 a 2 horas (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004). Contra indicações e feitos adversos: não deve ser utilizado por pacientes comproblemas gastrointestinais, crianças, lactentes e com hipersensibilidade aodiclofenaco (SILVA, 2006). Aproximadamente 20% dos pacientes possuemsangramento gastrointestinal oculto, úlcera gástrica e distúrbios gastrointestinais,15% dos pacientes têm efeitos hepatotóxicos, também pode ocorrer insônia,convulsão, visão turva, queda de cabelo, edema, hipertensão arterial. Quandoutilizado intramuscular podem ocorrer abscesso e necrose local (KATZUNG, 2003;SILVA, 2006). Interação medicamentosa: o uso concomitante com lítio, digoxina emetotrexato pode aumentar a concentração destas drogas, com poupadores depotássio, pode ocorrer elevação dos níveis séricos de potássio, inibe a agregaçãoplaquetária, com bifosfonatos ocorre sinergismo de efeitos em relação a úlcerasgástricas, antagonistas H 2 alteram o efeito do diclofenaco, a probenicida diminui adepuração de diclofenaco (TATRO, 2008).


555.2.13 Alopurinol Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: utilizado notratamento em longo prazo da gota, porém não deve ser utilizado nas crises agudaspor exacerbar a inflamação. Reduz a concentração dos uratos e do acido úrico quesão insolúveis nos tecidos, plasma e urina, e aumenta a concentração de seusprecursores mais solúveis (xantinas e hipoxantinas). Age interferindo nos passosterminais da biossíntese do ácido úrico, inibindo a xantina oxidase. Após suaadministração, é metabolizado pela xantina oxidase, resultando em aloxantina queretém a capacidade de inibir a xantina oxidase (RANG et al., 2007). Farmacocinética: indicado para o tratamento da gota, com dose inicial de 100mg/dia, podendo chegar a 300 mg/dia, dose alcançada em três semanas após oinicio do tratamento. Após administração oral aproximadamente 80% é absorvido,possuindo duração de ação longa, possibilitando a administração de uma dosagemao dia. O tratamento é contínuo, nas primeiras semanas do tratamento pode-seutilizar um agente uricosúrico para evitar que ocorra artrite gotosa e o paciente deveingerir bastante liquido (2 a 3 litros de água) (KATZUNG, 2003). Efeitos adversos: são poucos os efeitos adversos encontrados com o uso dealopurinol, podem ocorrer efeitos gastrointestinais, alergias (rash), síndrome deStevens – Johnson (rara) e necrose epidérmica tóxica (rara), cefaléia, perda decabelo, anemia, agranulocitose, hepatotoxicidade, sonolência (BRASIL, 2008). Interação medicamentosa: o alopurinol aumenta o efeito da mercaptopurina,azatioprina, ciclofosfamida e varfarina. Hidróxido de alumínio pode diminuir aefetividade do alopurinol, a vitamina C aumenta a possibilidade de formação decálculo renal, reações de hipersensibilidade são aumentadas pelos IECA,amoxicilina e ampicilina, a interação com probenicida é benéfica, pois auxilia naredução de ácido úrico (TATRO, 2008).


565.2.13 Meloxicam Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: é umantiinflamatório não estereiodal (AINE), bastante utilizado, é inibidor seletivo daCOX-2. Por isso espere-se menor frequencia de efeitos gastrointestinais, renais epulmonares (SILVA, 2006). Está indicada no alívio dos sintomas e sinais deosteoartrite, artrite reumatóide e espondilite anquilosante. É utilizado em dose de 7,5mg 1 vez ao dia ou 15 mg uma vez ao dia, sendo esta a dose máxima diária domedicamento (BARROS; BARROS, 2010). Farmacocinética: tem boa absorção no trato-gastrointestinal, o que não éalterada pela administração concomitante de alimentos, seu pico plasmático éencontrado em 5 – 10 horas, seu metabolismo ocorre no fígado e é eliminado naurina e fezes (BARROS; BARROS, 2010).Efeitos adversos: os mais comuns são edema sonolência, dor de cabeça,alterações dermatológicas e reações gastrointestinais (SILVA, 2006). Interação medicamentosa: anticoagulantes e drogas antiplaquetárias, podemter seu efeito aumentado, o acido acetilsalicílico aumenta as concentrações domeloxicam, diminui a eficácia de diuréticos tiazídicos e de alça (SILVA, 2006).5.2.15 Norfloxacino Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: é umantimicrobiano sintético da classe das quinolonas, utilizado em infecções urináriasnão complicadas e gastro-enterites causadas por bactérias gram-negativassensíveis. Age através da inibição da DNA-girase (enzima envolvida em reações dareplicação do DNA) bacteriana, fazendo ocorrer uma ruptura nas fitas de DNA(FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).Farmacocinética: rapidamente absorvido após administração oral, poremapenas 40% de uma dose atinge a circulação sistêmica. A dose é de 1 comprimido


57de 400 mg 2 vezes ao dia por 7 a 10 dias para infecções do trato urinário nãocomplicadas, e pode ser ampliada por 10 a 21 dias em infecções complicadas dotrato urinário (HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006). Efeitos adversos: os mais comuns são náusea, vômito, desconfortoabdominal, cefaléia, tontura, exantemas cutâneos, fotossensibilidade, que somemapós interrupção do tratamento. Pode ocorrer a elevação transitória dastransaminases, bilirrubinas e fosfatase alcalina (FUCHS; WANNMACHER;FERREIRA, 2004). Interação medicamentosa: alimentos e antiácidos retardam a absorção donorfloxacino, a lidocaína pode ter seu efeito aumentado, pode aumentar o efeito dosanticoagulantes (HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006).5.2.16 Omeprazol Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: é um inibidorespecífico da bomba de prótons, inibindo a secreção ácida para qualquer níveldesejado. Indicado à pacientes que apresentam refluxo gastresofágico, esofagite,úlceras pépticas, condições hipersecretórias, e como coadjuvante no tratamento deHelicobacter pylori (BRASIL, 2008). O omeprazol reduz a secreção ácida através dainibição irreversível da H + , K + - ATPase da célula parietal gástrica. A administraçãode forma isolada ocasiona a redução dos sintomas e acelera o processo decicatrização de úlceras e pode reduzir em 95% a formação de ácido (FUCHS;WANNMACHER; FERREIRA, 2004). Farmacocinética: a absorção é rápida, porem diminuída na presença dealimentos, a ação começa após 1 hora da administração do medicamento, durandoaté 72 horas. Sua biodisponibilidade depende da dose e do pH, podendo chegar a70%. É eliminado através do metabolismo hepático na urina (BRASIL, 2008;HARDMAN; LIMBIRD; GILMAN, 2006). É ingerido por via oral em jejum ou 30minutos antes de se alimentar, devendo ser engolido intacto. A dose é de 20 mg aodia e pode chegar a 90 mg/dia, sendo que a partir de 80 mg/dia a dose deve serdividida (BRASIL, 2008).


58 Efeitos adversos: os mais comuns são a diarréia, vômito, náusea,constipação, flatulência, distúrbio do gosto e dor abdominal. Também pode ocorrer,raramente, reações alérgicas, prurido, tontura, boca seca, visão borrada, impotência,ginecomastia (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004). Interação medicamentosa: inibe o metabolismo da varfarina,benzodiazepínicos, fenitoína, digoxina, impede a absorção da vitamina B 12 , reduz oefeito do cetoconazol e itraconazol, o dissulfiram aumenta a toxicidade do omeprazole os antagonistas H 2 , diminuem a efetividade do omeprazol (TATRO, 2008).5.2.17 Succinato de metoprolol Efeito farmacológico, mecanismo de ação e uso terapêutico: é um antagonistaβ 1 adrenérgicos seletivo indicado na insuficiência cardíaca congestiva de classe II eIII e hipertensão arterial sistêmica (BRASIL, 2008). Sua ação esta baseada nobloqueio do adrenorreceptor alfa-1 no local pós simpático das arteríolas précapilares da circulação periférica, através de interação competitiva. Osadrenoreceptores são componentes cruciais de transmissão simpática do sistemanervoso simpático (SILVA, 2006). Farmacocinética: é quase totalmente absorvido após administração oral,porém, sua disponibilidade é baixa (40%), devido ao metabolismo de primeirapassagem. Seu metabolismo é extenso pelo sistema de monoxigenase hepática,possui meia vida de 3 a 4 horas. A presença de alimentos aumenta suabiodisponibilidade, o inicio de ação leva cerca de 1 hora, e dura cerca de 10 a 20horas. Esta disponível em comprimidos de 25 a 100 mg (BRASIL, 2008; HARDMAN;LIMBIRD; GILMAN, 2006). Efeitos adversos: pode ocorrer hipotensão, tontura, dor de cabeça,bradiarritmia, dificuldade na ejaculação, sonolência, congestão nasal, fadiga,náusea, diarréia, indigestão, prurido, rash, extremidades frias, dispinéia econstipação (BRASIL, 2008; SILVA, 2006).


59 Interação medicamentosa: antidepressivos inibidores da serotonina, inibidoresda ECA, hidroxicloroquina, hidralazina, amiodarona, celecoxibe, clorpromazina,ciprofloxacino, bupropiona, terbinafina, diltiazem, miconazol, cimetidina aumentam oefeito do metoprolol, podendo gerar toxicidade. Salicilatos, rifampicina, Hypéricumperforatum, fenobarbital, barbitúricos, AINE’s, colestiramina e ampicilina diminuem oefeito do metoprolol (TATRO, 2008).O metoprolol aumenta o efeito da digoxina, verapamil, diltiazem, epinefrina,fenilefrina, etanol, disopiramida, teofilina e diminui o efeito das sulfonilureias. Podemascarar as manifestações de hipoglicemia em pacientes que recebem insulina ouantidiabeticos orais (BRASIL, 2008).5.3 Estudo de caso5.3.1 Caso 15.3.1.1 Relato de casoT.F., 67 anos, terceiro grau completo, casada, aposentada, residente nacidade de Nonoai-RS, mora com o esposo e uma filha.Nunca fez uso de bebidas alcoólicas e tabaco. Toma chimarrão diariamente,onde adiciona chá de camomila. Não realiza atividades físicas, pois quebrou um dospés após uma queda na escada de sua casa.Relatou não comer alimentos gordurosos, ingere leite, porém ingere iogurteque pode ser light ou não, não consome queijos e embutidos, pouca verdura efrutas, bastante carne vermelha. Não ingere muita água, e às vezes exagera no salda comida.Conta que sente irritação, ardência nos olhos e que usa óculos de lentescorretivas, mas faz um ano que não retorna ao oftalmologista. Relata ainda sentirinquietude e canseira nas pernas e dor no quadril e na coluna, que ela acha que édevido à osteoporose.Há um ano quebrou o pé ao cair da escada de sua casa, conta que foi noplantão e que fez um Raio X do pé, porém a médica disse que na radiografia não


60aparecia nada, ou seja, que seu pé não estava quebrado. Como seu pé nãodesinchava e as dores não cessavam, resolveu seguir o conselho de uma amiga epassava o pé sobre uma garrafa de vidro, segundo ela isso aumentaria a circulaçãodo local e o inchaço diminuiria. Mesmo assim as dores e o inchaço não passavam,quase seis meses depois foi novamente ao médico que pediu que ela tirasse umnovo raio X, onde apareceu a fratura, e a parte quebrada estava cicatrizando nolugar errado. A paciente ainda não consegue caminhar bem, pois sente dor em seupé.Conta também que logo que casou e foi morar em sua casa, resolveuesquentar querosene para passar no assoalho de madeira de sua casa, e que emum descuido, a panela na qual esquentava o líquid,o virou nela e acabouincendiando. Sofreu queimaduras de terceiro grau e quase morreu. Devido a esseacontecimento possui muitas manchas na pele. O médico indicou o uso do protetorsolar, porém a paciente não utiliza, pois esquece.Com peso de 61,400 Kg, e 1,53 m 2 tem índice de massa corporal 26,24Kg/m 2 (pré-obesidade segundo a classificação da OMS, 2003).Apresenta hipertensão arterial há dezoito anos, para a qual utiliza oModuretic® 50/5 e o maleato de enalapril 5 mg. Sua pressão arterial está controlada.Possui também osteoporose diagnosticada há 15 anos, usa Alendronato desódio e carbonato de cálcio desde a descoberta da doença. A paciente relata quesua mãe também tinha osteoporose, e que suas irmãs também têm a doença.A esteatose hepática não alcoólica diagnosticada há três anos é a patologiaque mais preocupa a paciente, conta que seu primeiro exame de Gama GT foi de600 UI, sendo que o normal é de 32 UI (INSTITUTO H. PARDINI, 2007). Conta quetenta seguir a dieta que o médico solicitou porém acha difícil, pois os alimentos queela pode comer são poucos e ela acaba ficando com fome, e seu cardápio nuncamuda. Os medicamentos da paciente (quadro3) ficam guardados em uma prateleirada cozinha.


61Quadro 3: Medicamentos de uso contínuo utilizados pela paciente T. F.Medicamento Classe Terapêutica eindicaçãoPosologia PrescriçãoMédicaAlendronato de Bifosfonato utilizado 1 comprimido em Simsódio 70 mg para osteoporose jejum por semanaCarbonato de Suplemento Mineral e 1 comprimido 3 Simcálcio 500 mg/ vitamínico, utilizado vezes ao dia juntoVitamina D 3 600UI para osteoporose ás refeições.Moduretic® 50/5 É uma combinação 1 comprimido pela Simmgentre um diurético manhã(Hidroclorotiazida/Amilorida)tiazídico e poupadorde potássio utilizadocomoantihipertensivo.Maleato de É um anti-hipertensivo 1 comprimido à Simenalapril 5 mg inibidor da ECA. noiteVita E® 400 mg É uma vitamina com 1 comprimido pela Sim(vitamina E) ação antioxidante manhãVytorin®É uma combinação de 1 comprimido a Sim(ezetimiba / medicamentos noitesinvastatina hipolipemianteÓleo de prímula Suplemento 1 cápsulas ao dia Não500 mgÓleo de linhaça Suplemento 2 capsulas ao dia NãoCloreto de Substância mineral 1 cálice (10 mL) em NãoMagnésiojejumO óleo de linhaça, de prímula e o cloreto de magnésio a paciente tomoudurante 15 dias, para melhorar o funcionamento de seu intestino. Porem parou detomar os medicamentos fazem 6 meses.A Vita E® (vitamina E) 400 mg, prescrita pelo médico, como uso contínuo,tomou durante um ano e desistiu de tomar, pois leu a bula do medicamento e ficouapavorada com os efeitos adversos que o medicamento pode causar.


62O Vytorin® (ezetimiba/sinvastatina) 10/20 mg, receitado pelo médico, usocontínuo, tomou durante um ano, parou de tomar pois acha que o medicamento nãoé mais necessário.A paciente relatou que não tem nenhum tipo de alergia.Conta que se esquece de tomar o alendronato de sódio 70mg, pois devetomar uma vez por semana, e que não gostaria de tomar o alendronato de sódio 10mg, que tomaria todos os dias, pois já toma muito medicamento por dia. No dia davisita a pressão arterial no dia da visita estava 120/70 mm/HgToma todos os medicamentos juntos com pouca água, um gole para cadamedicamento. A primeira visita foi realizada no dia 14/09/2009.Na segunda visita, dia 19/10/2009, a paciente queixou-se de dores na bexiga,conta sentir vontade de urinar varias vezes ao dia, mas que o volume de urina épequeno, e que ao urinar sente ardência na uretra.Na terceira visita, dia 16/11/2009, a paciente relatou que foi ao seu médico efez exames de rotina, entre eles exame comum de urina que demonstrou que apaciente apresentava infecção urinária. O médico prescreveu Norfloxacino 400 mg 1comprimido de 12/12 horas por sete dias, a paciente já acabou o tratamento.Nenhum problema foi relatado pela paciente em relação ao uso do antibiótico.Realizou também os exames de densitometria óssea, o qual se mantêm constanteem relação aos exames anteriores.No dia 21/01/2010, a quarta visita foi realizada. Nesta a paciente relatousentir-se bem, porem ainda não esta ingerindo a vitamina E e o Vitoryn®, o restantedas orientações esta seguindo. Ao questioná-la sobre como está tomando oalendronato de sódio 70 mg, a paciente diz que fazem duas semanas que não tomamais, que esqueceu do medicamento.Conta que não acha necessário a adesão do Vitoryn® e da vitamina E e queela quer diminuir a quantidade de medicamentos a ser tomada e não aumentar.No dia 15/02/2010 durante a quinta visita a paciente relata estar realizandocaminhadas breves e está pesando 59 Kg, relata estar sentindo-se mais animadapara realizar suas atividades, Sua única reclamação é que não sabe o que comer


63enjoa da comida por ser sempre a mesma coisa.Na sexta e última visita, realizada no dia 15/03/2010, a paciente relata estarsentindo-se bem, esta utilizando todos os medicamentos prescritos, realizando dietaalimentar orientada por uma nutricionista e com a consulta com o oftalmologista jáagendada.Em todas as visitas, foi realizado o repasse para observar se ocorreu algumaalteração de saúde da paciente. Durante o acompanhamento a paciente realizouexames laboratoriais em dois momentos, no começo deste e na última visita. Noquadro abaixo estão expostos os exames realizados nos últimos dois anos e os queforam realizados durante a pesquisa.Quadro 4: Exames laboratoriais realizados pela usuária T. F.EXAME 2010 (últimavisita)2010(primeira2009 2008 *Valor deReferênciavisita)Glicose 88 mg/dL 82 mg/dL 82 mg/dL 86 mg/dL 70-99 mg/dLTriglicerídeos 126 mg/dL 180 180 113 mg/ dL < 150 mg/dLmg/dL mg/dLColesterol 228 mg/dL 290 262 209 mg/dL < 200 mg/dLtotalmg/dL mg/dLGama GT 129 UI 202 UI 200 UI 300 UI Até 32 UITGP 6 UK/mL 8 UK/mL 6 UK/mL 7 UK/mL 4 – 32UK/mLTGO 9 UK/mL 10 UK/mL 9 UK/mL 8 UK/mL 4 – 36 K/mL(*): INSTITUTO H. PARDINI, 2007.A pressão arterial da paciente foi verificada semanalmente e manteve-seentre 130/80 mmHg, sendo que apenas na terceira visita estava alterada (150/100mmHg), conta a paciente que neste dia errou a dosagem do sal na comida.5.3.1.2 Estudos dos RNMs (resultados negativos associados à medicação)Os RNMs estão classificados segundo o Terceiro Consenso de Granada


64sobre os problemas relacionados aos medicamentos e resultados negativosassociados à medicação (2007), que estão descritos no quadro 1.NECESSIDADE- Efeito de medicamento não necessário.Cloreto de magnésio, óleo de linhaça e o óleo de prímula – utilizou porauto medicação.Este RNM Já foi resolvido pois utilizou por 15 dias somente.- Problema de saúde não tratadoVita E® (vitamina E) 400 mg, 1 capsula ao dia, prescrito pelo médico, comouso contínuo, tomou durante um ano e parou por conta própria.Segundo Reis; Roquete; Penna (2001) a esteatose provoca estresse oxidativoformando radicais livres que reagem com os lipídeos formando peróxidos e lesandoo fígado onde a vitamina E, por ser antioxidante, minimiza esta ação.Vytorin® (ezetimiba/sinvastatina) 10/20 mg, 1 comprimido à noite receitadopelo médico, uso contínuo, tomou durante um ano e parou por conta própria já fazum ano.O colesterol da paciente encontra-se alterado 262 mg/dl.EFETIVIDADE- Inefetividade quantitativaCarbonato de cálcio – O médico receitou 3 vezes ao dia, porém a pacienteutiliza 2 vezes ao dia.Utiliza o carbonato de cálcio concomitantemente com o Alendronato de Sódioe o Moduretic®.Segundo Brasil (2008), deve-se evitar ingestão de outros medicamentos juntocom o carbonato de cálcio, sendo necessário esperar de 1 a 2 horas para ingerir


65outros medicamentos.Alendronato de sódio – a paciente eventualmente esquece de tomar omedicamento. Ela utiliza concomitante com o carbonato de cálcio.A absorção do alendronato de sódio é diminuída com o uso concomitante dealimentos ou medicamentos que contenham cálcio (BARROS; BARROS, 2010;SILVA, 2006).SEGURANÇA- Insegurança não quantitativaAmilorida - O uso de amilorida com enalapril aumenta a possibilidade dehipercalcemia (KATZUNG, 2003). Sendo que ela utiliza o carbonato de cálcio.- Insegurança quantitativaModuretic® (amilorida/hidroclorotiazida) é utilizado concomitantemente como carbonato de cálcio.Segundo Brasil (2008) o carbonato de cálcio aumenta o efeito de diuréticostiazídicos.5.3.1.3 Intervenção farmacêuticaDiante da situação, foi necessário interagir com o médico a respeito dapossibilidade de hipercalcemia encontrada com o uso concomitante de amilorida eenalapril. No entanto, o médico relatou que sabe dessa possibilidade e que pedeexames de cálcio sérico para a paciente, e que estes estão sempre dentro dosvalores normais.Em relação a ardência nos olhos e a dor ao urinar a paciente foi orientada aprocurar o médico.Foi indicado a paciente realização de caminhadas pela manhã e a noite, jáque é hipertensa e como possui esteatose hepática, osteoporose,hipercolesterolemia e está acima do peso, as caminhadas irão ajudar a queimargordura.Foi relatado quanto aos riscos que o excesso de peso pode gerar a paciente,


66como problemas cardiovasculares, tendência para a diabetes, aumento da pressãoarterial, arteriosclerose, aumento do colesterol e triglicerídeos (OMS, 2006).Quanto a sua alimentação foi orientada a continuar não ingerindo gorduras edoces, e preferir alimentos mais saudáveis como frutas e verduras, utilizar temperosnaturais (temperos industrializados, como enlatados, conservas, frios, embutidos,sopas, temperos, molhos prontos e salgadinhos tem grande quantidade de sal), oóleo nos alimentos podem ser os vegetais (canola, girassol, oliva). Dar preferência aalimentos grelhados e cozidos, fazer mais refeições ao dia e comer menos caloriasem cada refeição (SBC, 2006). Como a paciente queixou-se da falta de mudança emseu cardápio, foi instruída a procurar uma nutricionista, o que melhora essacondição.Foi instruída a utilizar protetor solar FPS 30, três a quatro vezes ao dia,segundo prescrição médica.Foi orientada a ingerir o alendronato de sódio com água, e esperar 30 minutospara se alimentar ou deitar, não ingerir o mesmo com carbonato de cálcio, pois aação do primeiro será reduzida. Então no dia que ela toma o alendronato de sódio,pode ingeri-lo em jejum, esperar no mínimo 30 minutos e tomar o medicamento dapressão e esperar pelo menos 1 hora para utilizar o carbonato de cálcio, que podeser ingerido junto com a alimentação o que irá aumentar sua absorção (BRASIL,2008; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004)A necessidade de uma nova consulta para relatar ao médico que não estáutilizando a vitamina E e Vitorym ® foi relatada a paciente, para que este prescrevaosnovamente se achar necessário. Contudo a paciente não acha necessário utilizaro Vitoryn® pois acha que os níveis de seu colesterol nem estão altos.Como a paciente esquece de tomar o alendronato de sódio 70 mg, que éadministrado uma vez por semana e não quer tomar o alendronato de sódio 10 mg(1 comprimido ao dia), foi orientada a comprar um porta medicamentos, onde estãodispostos os dias da semana e o horário (manhã, tarde e noite).Quanto ao chimarrão que a paciente faz uso diariamente, não existem muitosdados quanto a sua interferência nos níveis da pressão arterial (CUPPARI, 2005).A paciente foi orientada a realizar a vacina H1N1 e a dos outros subtipos degripe.


675.3.1.4 Resultados obtidosA paciente passou a cuidar mais de sua alimentação, sendo que seu peso eos últimos exames realizados tiveram uma diminuição significativa. A paciente estácom 58 Kg, e seu novo IMC é de 24,78 Kg/m 2 (peso normal segundo a classificaçãoda OMS, 2003).Após muita insistência voltou a utilizar os medicamentos prescritos pelo seumédico (Vitoryn® e Vitamina E), bem como a utilizar o carbonato de cálcio trêsvezes ao dia, resolvendo o RNM.Observando o quadro 4 de exames laboratoriais da paciente observa-se queocorreu uma diminuição nos valores de colesterol, triglicerídeos e Gama GT,mostrando que a paciente está realmente preocupando-se mais com sua saúde, eque a dieta alimentar e o uso correto dos medicamentos causam melhora dadoença.Realizou também os exames de densitometria óssea, a qual demostrou que ograu de mineralização óssea se mantêm constante em relação aos examesanteriores.Em relação ao modo de administração do alendronato o RNM foi resolvido, apaciente está realizando um intervalo de 1 hora e 30 minutos entre a ingestão doalendronato de sódio, carbonato de cálcio e Moduretic®, sendo este RNM resolvido.Conta que a idéia do porta medicamentos está funcionando, pois quandochega na sexta feira, ao abrir o porta medicamentos já enxerga, o alendronato desódio, assim não esquece de tomá-lo, resolvendo assim seu RNM.Relata que após iniciar suas caminhadas está sentindo melhora na inquietudee nas dores das pernas.A paciente se conscientizou, sobre a importância do uso do protetor solar, darealização de exercícios físicos, os cuidados em sua alimentação e a utilizaçãocorreta dos medicamentos prescritos pelo médico, pois isso vai auxiliar na reduçãodo colesterol sanguineo, esteatose hepática, hipertensão arterial e serve comocoadjuvante no tratamento da osteoporose.A paciente foi realizar a vacina H1N1 e dos outros subtipos de gripe, que foidisponibilizada pela secretaria de saúde do município de Nonoai-RS.


685.3.2 Caso 25.3.2.1 Relato de casoD.Z., 61 anos, primeiro grau incompleto, casado, agricultor, aposentado,residente na cidade de Nonoai – RS, com a esposa.Nunca fez uso de tabaco e ingeria bebidas alcoólicas socialmente, antes decomeçar a utilizar medicamentos.Tem 78 Kg e 1,64 m 2 , com índice de massa corporal (IMC) 29 Kg/m 2 (préobesidadesegundo a classificação da OMS, 2003). Relata que começou a engordardepois que iniciou seus tratamentos.Em relação a seus hábitos alimentares, relatou ingerir gordura de carne nosfinais de semana, ovos fritos 1 vez por mês, ingere leite, queijo e derivados 3 vezespor semana, ingere carne de gado, galinha, porco, peixes, e come salame todos osdias. Ingere bastante frutas e verduras. Toma pouco chimarrão (2 cuias ao dia), nãotoma chás, e realiza caminhadas todos os dias pela manhã.Não utiliza protetor solar e possui manchas com bordas irregulares,escamosas, que ao passar a mão, sangram. No rosto e no tórax, as manchascomeçaram a aparecer há um ano mais ou menos.Conta que depois que come pão ou frituras sente azia. Relata também quesente fraqueza, falta de ar e que suas caminhadas tem que ser bem lentas devido aisso.O usuário possui hipertensão arterial a mais ou menos quatro anos, sendoque utiliza Diovan® (valsartan/anlodipino) 320 mg, maleato de enalapril 20 mg emetildopa para essa patologia.Possui também fibrose pulmonar causada pelo fungo Paracoccidioidesbrasiliensis descoberta há três anos. O paciente relatou uns seis meses apóscomeçar a utilizar medicamentos antihipertensivos, que passou a apresentar muitatosse seca, e o seu médico achava que poderia ser devido a medicação, mas opaciente insistiu para que fosse feita uma ressonância magnética, onde foiconstatada a fibrose pulmonar. Após, foi retirado um pedaço de seu pulmão pararealização da biópsia, na qual encontraram o agente etiológico Paracoccidioidesbrasiliensis, nessa época ele ficou internado para se recuperar da cirurgia parabiópsia.


69Conta também que durante sua internação, o tratamento com antifúngicos foirealizado, contudo não soube os que foram utilizados. Um dia antes de sua alta dohospital, teve pneumonia e quase veio a óbito. Segundo ele, o tempo que ficouinternado foi de 33 dias. Para essa patologia o médico prescreveu Imuran®(azatioprima) 50 mg e prednisona 5 mg.Relata que na mesma época descobriu que estava com insuficiência renalcrônica, com aproximadamente 40 % dos rins funcionando e comhipercolesterolemia, para a qual utiliza Vivacor® (rosuvastatina) 10 mg.Seu tratamento é acompanhado por dois médicos, um pneumologista e umnefrologista. A primeira visita foi realizada no dia 15/09/2009.


70Quadro 5: Medicamentos contínuos utilizados pela paciente D.Z.Medicamento ClasseTerapêuticaPosologiaImuran® Imunossupressor 3 comprimidos 1(Azatioprina) 50vez ao diamgPrednisona É um corticóide 2 comprimidos emcom ação de um dia e 1imunossupressão. comprimido no diaseguinte.Diovan ® Antihipertensivo, 1 comprimido pela(valsartan/ combinação de manhã e um aanlodipino) 320 mg antagonista danoite.angiotensina II ebloqueador doscanais de Cálcio.Maleato de Antihipertensivo, 1 comprimido 2enalapril 20 mg inibidor da ECA. vezes ao dia. Umpela manhã e um anoite.Metildopa 500 mg Antihipertensivo, 1 comprimidoinibidor quando a pressãoadrenérgico arterial não diminuimesmo com aingestão dosoutrosmedicamentosVivacor ® 10 mg É uma vastatina 1 comprimido asintética com ação noite.antilipêmicaPrescriçãoMédicaSimSimSimSimSimSimNa segunda visita, dia 20/10/2009, o paciente relatou que consultou com umadermatologista e que ela agendou um horário para a retirada das manchas de sua


71pele. Não apresentou mais nenhuma alteração, durante o período.No dia 17/11/2009 foi realizada a terceira visita o paciente apresentava orosto e o tórax inchado devido as pequenas incisões cirúrgicas realizadas para aretirada das manchas de sua pele. Estas foram enviadas para análise. O pacienterelatou que a dermatologista prescreveu protetor solar FPS 50, aplicar quatro vezesao dia e não indicou nada para o inchaço em seu rosto, o paciente estava querendofurar os locais com uma agulha de insulina. Como a médica não conseguiu retirartodas as manchas agendou um novo horário para finalizar o trabalho.Na quarta visita, dia 22/02/2010, o paciente já havia retirado todas asmanchas porem seus os exames das mesmas ainda não chegaram. Realizouexames laboratoriais e esta com anemia, que segundo seu médico é normal paraseu caso e não prescreveu nenhuma medicação, para a anemia. Contudoprescreveu omeprazol 20 mg 1 capsula em jejum e 1 antes de deitar por 15 dias.No dia 16/02/10 foi realizada a quinta visita, paciente não relatou nenhumaalteração em sua medicação, nem em seu estado de saúde.Na sexta visita feita dia 16/03/2010, o paciente havia realizado a vacina H1N1e dos outros subtipos de gripe.Em todas as visitas, foi realizado o repasse para observar se ocorreu algumaalteração de saúde do paciente. Durante o acompanhamento o paciente realizouexames laboratoriais em dois momentos, no começo deste e na ultima visita. Noquadro abaixo estão expostos os exames realizados nos últimos dois anos e os queforam realizados durante a pesquisa.


72Quadro 6: Exames laboratoriais realizados pelo usuário D. Z.EXAME 2010 (últimavisita)2010(primeira2009 *Valor deReferênciavisita)Glicose 85 mg/dL 89 mg/ dL 80 mg/dL 70-99 mg/ dLTriglicerídeos 88 mg/dL 90 mg/ dL < 150 mg/ dLColesterol 217 mg/dL 220 mg/ 195 mg/ < 200 mg/ dLtotaldL dLCreatinina 2,4 mg/dL 3,1 mg/dL 0,4-1,4 mg/dLséricaPotássio 5,7 mEq/L 5,8 5,5 4-5,5 mEq/LséricomEq/L mEq/LUréia 97 mg/ dL 105 mg/dL15 – 45 mg/dLHemoglobina 11,7g/ dL 12-16g/100mLHematócrito 36,2% 37-47%Leucócito 4600/mm 3 4500-11000/mm 3Plaqueta 209000/ mL 150000-400000/mm 3VCM 90,5 fL 80-100 fLCHCM 32,3% 32-36%(*): INSTITUTO H. PARDINI, 2007.Na IRC tem-se a deteriorização das funções bioquímicas e fisiológicas detodos os sistemas do organismo. Como os rins não são capazes de excretar assubstâncias normalmente, elas começam a acumular uréia, creatinina, causamalterações no equilíbrio hidroeletrolítico, acidose metabólica, hipovolemia,hipercalemia, hiperfosfatemia, anemia, distúrbio hormonal, hiperparatireoidismo,infertilidade, retardo no crescimento entre outros (RIBEIRO et al., 2008). Os examesde creatinina sérica, uréia e potássio sérico são realizados para monitorar a funçãorenal.No dia da primeira visita, a pressão arterial do paciente estava 150/100


73mmHg, e manteve-se nessa faixa, durante as outras aferições.5.3.2.2 Estudo dos RNM’s (resultados negativos associados à medicação)Os RNMs estão classificados segundo o Terceiro Consenso de Granadasobre os problemas relacionados aos medicamentos e resultados negativosassociados à medicação (2007), que estão descritos no quadro 1.SEGURANÇA- Insegurança não quantitativaEnalapril – o paciente apresenta insuficiência renal crônica.Segundo Brasil (2008), o enalapril tem como efeito adverso alterações dafunção renal.Valsartan – o paciente apresenta insuficiência renal crônica.Segundo Rang et al. (2007), o valsartan tem como reação adversadeteriorização da função renal.Prednisona – a prednisona eleva a pressão arterial.Segundo Brasil (2008) a prednisona tem como reação adversa o aumento dapressão arterial. E o paciente não consegue controlar sua pressão arterial.- Insegurança quantitativaImuran® - o paciente utiliza também o enalapril.Segundo Brasil (2008), inibidores da ECA aumentam o efeito da azatioprina(Imuran®).Segundo Barros; Barros (2010), o uso de azatioprina e inibidores da ECApodem induzir anemia e leucopenia (mielosupressão). O paciente apresentaanemia.Imuram ® - a dose de Imuram® deve ser diminuída na insuficiência renal.Segundo Silva (2006), esta disponível em comprimidos de 50 mg, paraterapias de manutenção crônica em transplante renal a dose é de aproximadamente


742mg/kg/dia, nunca superior a 2,5 mg/kg/dia. A dose deve ser diminuída nainsuficiência renal, hepatopatia e hiperesplenismo. A dose que o paciente utiliza é de150 mg/dia, realizando o cálculo de 2mg x 78 kg, tem-se um valor de 156 mg/dia,nota-se que a dosagem está pouco abaixo do valor utilizado para pacientes normais.5.3.2.3 Intervenção FarmacêuticaDiante da situação foi necessário entrar em contato com os médicos dopaciente, em relação aos RNMs de segurança que o paciente apresenta e sobre osvalores pressóricos do paciente que encontram-se acima dos valores normais.Foi relatado quanto aos riscos que o excesso de peso podem gerar apaciente, como problemas cardiovasculares, tendência para a diabetes, aumento dapressão arterial, arteriosclerose, aumento do colesterol e triglicerídeos (OMS, 2006).O paciente foi instruído a procurar um médico dermatologista devido asmanchas que apresenta no rosto e no tórax.Foi orientado a cuidar mais de sua alimentação, diminuindo o consumo degorduras (óleo, manteiga, creme, doces, frituras,fast-foods), preferir alimentos ricosem fibras como frutas e verduras, utilizar temperos naturais (temperosindustrializados tem grande quantidade de sal), o óleo nos alimentos pode ser osvegetais (canola, girassol, oliva). Dar preferência a alimentos grelhados e cozidos,fazer mais refeições ao dia e comer menos calorias em cada refeição, evitaralimentos embutidos (SBC, 2006).Abaixo estão descritas as instruções em relação a insuficiência renal foramrepassadas ao paciente: Ingerir alimentos com pouco ou sem sal, importante lembrar que deve-seevitar o saleiro à mesa e reduzir ou abolir os alimentos industrializados,como enlatados, conservas, frios, embutidos, sopas, temperos, molhosprontos e salgadinhos. A redução da ingestão excessiva de sódio e/ou aperda de peso pode prevenir a hipertensão arterial em 20% (SBC; SBH;SBN, 2006); A ingestão de água deve ser limitada uma vez que os rins não estão maiseliminando todo o excesso de água do organismo. A quantidade de águaingerida deve ser igual à quantidade de água eliminada durante o dia.Tomar cuidado, pois os alimentos também contem água.


75 Diminuir a ingestão de alimentos que contem potássio, como banana,mamão, damasco, pêssego, pêra cristalizada e seus sucos, carne, batata,feijão, chocolate, café etc. Diminuir a ingestão de proteínas, carnes, ovos, peixe e aves Controlar o peso, pois é comum que pessoas com insuficiência renalengordem devido à retenção liquida (RIBEIRO, et al., 2008).O paciente foi instruído a procurar uma nutricionista, para que esta o auxilieem relação a sua alimentação.Também foi orientado a conversar com seu médico, para realizar a vacinaH1N1 e a dos outros subtipos de gripe, devido estar entre pacientes de risco.5.3.2.4 Resultados obtidosUm passo importante nesse trabalho, foi que os médicos resolveram entãodiminuir a dosagem do Imuram® 50 mg para 2 comprimidos ao dia, e da prednisona5 mg para 1 comprimido ao dia, e estes serão retirados aos poucos do paciente. Emrelação à pressão arterial não controlada, acreditam que é devido ao uso daprednisona, para tentar controlar os níveis pressóricos a metildopa 500 mg, passoua ser utilizada 1 vez ao dia, pelo paciente.Quanto à anemia relatam ser normal no caso do paciente, e que o tratamentono momento não é necessário. Segundo Kasumota; Rodrigues; Marques (2004),quando a função renal diminui mais de 50% é comum ocorrer anemia, devido àdiminuição da eritropoitina pelos rins, que atua na eritopoiese (formação dashemácias). Contudo, o Diovan® 320 e o Maleato de enalapril apesar do RNM desegurança apresentado, não foram substituídos pois, segundo os médicos, játentaram outras classes de medicamentos antihipertensivos e não ocorreu os efeitosdesejados.O usuário passou a cuidar mais de sua alimentação, tirou os ovos fritos e osembutidos de seu cardápio, e esta seguindo as orientações de uma nutricionista.Relata estar tomando cuidado com a quantidade de sal e água ingeridos, bemcomo a quantidade de potássio.Fez a vacina da H1N1 e dos outros subtipos de gripe que lhe foidisponibilizada pela secretaria de saúde do município de Nonoai-RS e sente-se bem.Com os cuidados na alimentação, conseguiu emagrecer e esta pesando 76


76Kg, com índice de massa corporal (IMC) 28,26 Kg/m 2 (pré-obesidade segundo aclassificação da OMS, 2003).5.3.3 Caso 35.3.3.1 Relato de casoV.A.F., 72 anos, primeiro grau incompleto, casado, aposentado, residente nacidade de Nonoai – RS, mora com a esposa e a filha. Tem 84, 500 kg e 1,68 m 2 dealtura, com índice de massa corporal (IMC) de 29,96 (pré-obesidade segundo aclassificação da OMS, 2003).O paciente relatou comer carne todos os dias, ovos fritos pelo menos duasvezes por semana, ingerir carboidratos em grande quantidade, gordura três vezespor semana, na forma de margarina, carne gordurosa, nata e comida com pouco sal.Come salsicha quatro vezes por semana, salame, leite e derivados todos os dias, ésedentário, toma pouco chimarrão e come poucas frutas e verduras, toma café todosos dias pela manhã, não toma chás, não fuma, e toma bebida alcoólica no domingo.Conta ter inchaço e dor nas articulações, que iniciam e cessam. Relata quesempre apresentou essas dores, mas que na última vez estavam mais fortes, e nãocessavam como ocorriam nas outras vezes. Segundo ele, não foi ao médico ainda,pois como era carnaval, os médicos estavam todos viajando.Possui hipertensão arterial há dois anos, para qual faz uso de Diupress® 25/5mg (clortalidona/cloridrato de amilorida). Conta que na época andava muito nervoso,e começou a sentir fortes dores de cabeça. Relata ainda que não toma omedicamento para a pressão todos os dias, pois muitas vezes esquece e tambémpor que não acha necessidade de tomar o medicamento sempre. Toma até que apressão controle, depois fica um tempo sem tomar, até que sinta dores na cabeça etonturas, para então iniciar o tratamento novamente. Nesse dia sua pressão estava180/100 mmHg, e o paciente relata não sentir dores de cabeça.Devido as dores e aos inchaços que apresenta nas articulações toma, porconta própria diclofenaco de sódio 50 mg. Conta que esse é um medicamento quesempre foi utilizado em sua família, para dores de qualquer tipo. A primeira visita foirealizada no dia 17/09/2009.


77Quadro 7: Medicamentos de uso contínuo utilizados pela paciente V. F.Medicamento Classe Terapeuticae indicaçãoPosologia PrescriçãoMédicaDiupress® 25/5 mg Associação de um 1 comprimido pela Sim(clortalidona/cloridrato diurético tiazídico manhãde amilorida) com um poupador depotássio, com açãoantipertensiva.Diclofenaco de Sódio Antiinflamatório Não 1 comprimido 3 NãoEstereoidal (AINE) vezes ao diaNa segunda visita, dia 22/10/2009, o paciente ainda estava utilizando odiclofenaco de sódio, e suas dores não haviam diminuído, porem sua consultaestava marcada para o outro dia com seu médico cardiologista. Sua pressão arterialestava 150/80 mmHg.No dia 18/11/2009, durante a terceira visita, o paciente relatou que o seumédico pediu exames laboratoriais e que lhe prescreveu alopurinol 100 mg, 1comprimido ao dia, porem ainda sentia dores nas articulações. Relatou também teresquecido de tomar seu medicamento para a hipertensão. Sua pressão arterialestava 160/70 mmHg.Na quarta visita, 05/02/2010, o paciente já havia consultado um médicoreumatologista e estava um pouco melhor de suas dores, porem elas não haviamencerrado. O médico tirou o diclofenaco de sódio do paciente e prescreveu omeloxicam 15 mg em seu lugar. Sua pressão arterial estava 140/ 80 mmHg.Na quinta visita dia 27/02/2010, o paciente havia consultado seu cardiologistaque prescreveu o Selozok® 25 mg, 1 comprimido pela manhã,e retirou o Diupress®25/5 mg. Não apresentava mais inchaço e dores articulares e sua pressão arterialestava normal, 130/80mmHg.Na sexta visita, dia 17/03/2010, o paciente sentia-se bem e havia realizado avacina H1N1 e dos outros subtipos de gripe.


78Em todas as visitas, foi realizado o repasse para observar se ocorreu algumaalteração de saúde do paciente. Durante o acompanhamento o paciente realizouexames laboratoriais em dois momentos, no começo deste e na última visita. Noquadro abaixo estão expostos os exames realizados nos últimos dois anos e os queforam realizados durante a pesquisa.Quadro 8: Exames laboratoriais realizados pelo usuário V. F.EXAME 2010 (últimavisita)2010(primeira2009 2008 *Valor deReferênciavisita)Glicose 82mg/dL 82 mg/dL 82 mg/dL 70-99 mg/dLTriglicerídeos 150 mg/dL 209144 mg/dL < 150 mg/dLmg/dLColesterol 157 mg/dL 165160 mg/dL < 200 mg/dLtotalmg/dLAcido úrico 7,3 mg/dL 9,0 mg/dL 7,5 mg/dL 2,5-7,0 mg/dLProteína Creativa8 mg/dL 12 mg/dL Inferior a 6mg/dLFatorreumatóide9 UI/mL 10 UI/dL 7 UI/dL Inferior a 8mg/dLVHS: 1 a hora2 a hora40 mm90 mm91 mm100 mm38 mm91 mmAté 8 mmAté 12 mm(*): INSTITUTO H. PARDINI, 2007.A PCR (proteína C reativa) e o VHS (volume de hemossedimentação) estãoalterados em processos inflamatórios infecciosos e não infecciosos. O acido úricoestá aumentado em casos de gota e o Fator Reumatóide é um marcador de ArtiteReumatoide (MOTTA, 2008; GÓMEZ; CARVAJAL; PASTOR, 2002).5.3.3.2 Estudo dos RNM’s (resultados negativos associados a medicação)Os RNMs estão classificados segundo o Terceiro Consenso de Granadasobre os problemas relacionados aos medicamentos e resultados negativos


79associados à medicação (2007), que estão descritos no quadro 1.NECESSIDADE- Efeito de medicamento não necessário.Diclofenaco de sódio – utiliza por auto medicação.SEGURANÇA- Insegurança não quantitativaClortalidona – pode aumentar os níveis de acido úrico. Pode estar associadoàs dores que o paciente sente.Segundo Rang et al. (2007), o uso de clortalidona tem como reação adversa ahiperuricemia.Diclofenaco de sódio e amilorida - utiliza os dois medicamentos.Segundo Silva (2006), o uso concomitante de diclofenaco com poupadores depotássio, pode ocorrer elevação dos níveis séricos de potássio.Diclofenaco de sódio - pode aumentar os níveis pressóricos. O pacienteapresentava pressão arterial elevada enquanto utilizava o medicamento.Segundo Pimenta et al. (2007), os AINES são uma causa comum de PA nãocontroladaem pacientes hipertensos. Aumentam a PA por meio de retenção desódio e água, provavelmente pela inibição das prostaglandinas que sãovasodilatadoras intra-renais. Esses efeitos adversos são mais suscetíveis empacientes idosos.Meloxicam- pode aumentar os níveis pressóricos. Porem não foi observadoesse efeito adverso no paciente, pois após a troca entre diclofenaco de sódio emeloxicam a pressão do paciente manteve-se normal.Segundo Pimenta et al. (2007), inibidores seletivos da COX-2 também estão


80associados com elevação da pressão arterial.- Insegurança quantitativaClortalidona – em uso concomitante com diclofenaco de sódio pode ter seuefeito diurético aumentado.Segundo Fuchs; Wannmacher; Ferreira (2004), o uso de clortalidona comfármacos antiinflamatórios não esteróides aumentam o efeito diurético daclortalidona.Clortalidona – tem seu efeito aumentado pelo meloxicam.Segundo Fuchs; Wannmacher; Ferreira (2004), o uso de antiinflamatóriosnão esteróides e esteróides aumentam o efeito diurético da clortalidona.5.3.3.3 Intervenção FarmacêuticaO paciente foi instruído a consultar um médico reumatologista, devido asdores e alterações nos exames que apresentava.Devido à insegurança não quantitativa que o paciente apresentava emrelação ao uso da clortalidona e o aumento do acido úrico sanguíneo foi necessárioentrar em contato com o médico cardiologista do paciente para que este fosseresolvido.Foi relatado quanto aos riscos que o excesso de peso pode gerar a paciente,como problemas cardiovasculares, tendência para a diabetes, aumento da pressãoarterial, arteriosclerose, aumento do colesterol e triglicerídeos (OMS, 2006).O paciente foi instruído a realizar exercícios físicos, abandonar o uso debebidas alcoólicas mesmo que nos fins de semana, perder peso e manter umaalimentação mais saudável, para isso ele deve: Reduzir a ingestão de sal adicionado aos alimentos, evitar o saleiro àmesa e reduzir ou abolir os alimentos industrializados, como enlatados,conservas, frios, embutidos, sopas, temperos, molhos prontos esalgadinhos. A redução da ingestão excessiva de sódio e/ou a perda depeso pode prevenir a hipertensão arterial em 20%; Preferir saladas e frutas, diminuindo o consumo de gorduras (óleo,manteiga, creme, doces, frituras,fast-foods);


81 O óleo nos alimentos pode ser os vegetais (canola, girassol, oliva); Ingerir 2 L de líquidos ao dia; Dar preferência a alimentos grelhados e cozidos, fazer mais refeições aodia e comer menos calorias em cada refeição, evitar alimentos embutidos(SBC, 2006).Em relação ao aumento do acido úrico do paciente, foi orientado a não ingeriralimentos que contenham purinas, pois estas contribuem para o aumento de acidoúrico no sangue, bebidas alcoólicas também não devem ser ingeridas por pacientesgotosos. Portanto, deve-se fazer restrição de purinas de origem animal (carnesvermelhas, peixes, frutos do mar, bebidas fermentadas), mas não de origem vegetal.Sendo que as de origem vegetal, são excelentes fontes de proteínas, fibras,vitaminas e minerais, o que é essencial para uma alimentação adequada. O risco degota também é maior em pessoas obesas (PINHEIRO, 2008).O paciente foi instruído a tomar seu antihipertensivo todos os dias no mesmohorário, do contrário sua pressão arterial, não será controlada.Também foi orientado a conversar com seu médico, para realizar a vacinaH1N1 e a dos outros subtipos de gripe, devido estar entre pacientes de risco.5.3.3.4 Resultados obtidosO paciente se conscientizou que o uso de suas medicações devem serrealizadas de forma correta e que sua dieta alimentar também é muito importantepara a melhora de sua patologia, assim, conseguiu emagrecer e está pesando 80Kg, com índice de massa corporal (IMC) 28,34 Kg/m 2 (pré-obesidade segundo aclassificação da OMS, 2003).Os exames laboratoriais do paciente demonstram que está cuidando mais deseus hábitos alimentares, o que auxiliou na diminuição dos valores alterados noprimeiro exame. Contudo, o paciente mantêm o VHS aumentado, devido a seureumatismo.Após muita insistência, começou a realizar exercícios físicos 3 vezes porsemana.Como o médico reumatologista substituiu o diclofenaco de sódio pelomeloxicam e a pressão do paciente normalizou, esse RNM foi resolvido. Porém, asdores articulares continuavam, assim foi necessário entrar em contato com o


82cardiologista do paciente, que trocou o Diupress® pelo Selozok® 25 mg, resolvendoassim os demais RNM’s.O paciente fez a vacina para o vírus H1N1 e os demais subtipos de vírusgripais, disponibilizada pelo Posto de Saúde do município de Nonoai-RS.


836 RESULTADOS FINAISAtravés do acompanhamento farmacoterapêutico realizado com os pacientesfoi possível identificar os RNM’s, visualizar os percentuais encontrados e solucionaro que foi possível, junto com os médicos dos pacientes.Dos três pacientes, dois eram do sexo masculino e 1 do sexo feminino, ostrês apresentavam hipertensão arterial, porém, o restante das patologias eramdistintas.A figura 1 mostra o percentual de RNM’s encontrados nestes usuários,conforme a classificação de necessidade, efetividade e segurança. Observa-se quea maioria dos RNM’s identificados estão relacionados à segurança (70%), emsegundo vem a necessidade (20%) e por último o de efetividade (10%). Oprofissional farmacêutico auxilia no uso correto dos medicamentos e contribui para amelhora da qualidade de vida do paciente.


84Figura 1: Percentual de RNM’s identificados conforme a classificação denecessidade, efetividade e segurança do Terceiro Consenso de Granada (2007)O índice de RNM de segurança está bem elevado em relação aos denecessidade e efetividade. Isso demonstra que a população não possui asinformações que necessita em relação ao tratamento medicamentoso, e isso leva aalgum RNM. No gráfico abaixo está disposto o percentual de RNM identificado nosusuários conforme o Terceiro Consenso de Granada (2007).


85Figura 2: Percentual de RNMs identificados nos pacientes conforme o TerceiroConsenso de Granada (2007).Observando o gráfico, pode-se perceber que o maior índice de RNM é emrelação à insegurança não quantitativa com 40% e insegurança quantitativa com30%. Valores seguidos pelo RNM de necessidade, onde 10% são em relação a umproblema de saúde não tratado e 10% de medicamento não necessário, eefetividade onde 10% dos RNM são em relação à inefetividade quantitativa domedicamento. Não foram encontrados RNM’s de inefetividade não quantitativa aouso de medicamentos.A partir disso, entende-se a importância da atenção farmacêutica, e doprofissional farmacêutico que assume co-responsabilidades no cuidado do paciente.Pois, com essa prática, é possível promover o uso racional dos medicamentos,identificando RNM’s e as dificuldades encontradas durante o tratamentofarmacológico, além de auxiliar o paciente, resolvendo seus RNM’s e prevenindooutros RNM’s (FOPPA, 2008).O farmacêutico, através da imprensa, pode estar conscientizando apopulação, sobre a prevenção de algumas patologias, entre elas a hipertensãoarterial, ajudando assim na promoção da saúde da população.


86A figura abaixo demonstra o número de RNM’s encontrados em relação aonúmero de RNM’s resolvidos:Figura 3: Relação entre RNM’s encontrados e RNM’s solucionados dos pacientesacompanhados na Atenção FarmacêuticaDos 20 RNM’s encontrados, 14 RNM’s (70%) foram resolvidos, issodemonstra a contribuição do farmacêutico através do acompanhamentofarmacoterapêutico, pois o atendimento de forma individualizada, possibilita oesclarecimento de dúvidas, realização de orientações voltadas ao tratamentofarmacológico e não farmacológico do paciente, trazendo resultados satisfatóriosem relação a terapia e melhoria na qualidade de vida dos pacientes.


877 CONCLUSÃOCom este trabalho, observa-se a importância do farmacêutico noacompanhamento farmacoterapêutico de pacientes, proporcionando melhoresresultados no tratamento medicamentoso, visando auxiliar na melhora da qualidadede vida dos mesmos.O farmacêutico é essencial no momento da dispensação, pois é com ele queinicia as ações voltadas à prevenção e promoção da saúde, é o farmacêutico quefará as orientações necessárias ao uso correto das medicações. Assim, ofarmacêutico está cada vez mais integrado a equipe multidisciplinar, com odesenvolvimento de ações que buscam a prevenção e promoção da saúde dospacientes.A atenção farmacêutica também torna-se importante para que o farmacêutico,que já esteve esquecido pela população, volte a ser visto com a importância que elerealmente merece, podendo assim difundir-se e incorporar-se com entusiasmo aosistema de saúde, mostrando que tem habilidades e responsabilidades na promoçãodo uso racional dos medicamentos.Os pacientes, com os quais este trabalho foi realizado, aceitaram o trabalho eobservaram a importância da pratica farmacêutica na melhoria de seu estado desaúde.


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APÊNDICE96


APÊNDICE A – Comitê de Ética em Pesquisa – Parecer Consubstanciado97


98APÊNDICE B – Questionário destinado aos pacientes hipertensos cliente daFarmácia Nonohay no município de Nonoai/RS, com o objetivo de selecionar trêsdestes para realizar a AF.1) Nome completo_____________________________________________________2) Idade_____________________________________________________________3) Profissão__________________________________________________________4) Hábito alimentar____________________________________________________5) Doenças e medicamentos em usoDoença Medicamentos Manipulado / NãomanipuladoAutomedicação /prescrição6) Se você sente algo diferente após o início do uso do medicamento você procura:( ) o médico ( ) o farmacêutico ( ) o Balconista ( ) não procura ninguém e para detomar o medicamento ( ) outros __________________7) Qual a maior dificuldade apresentada na adesão (pensando em reaçõesadversas, custo, forma farmacêutica, esquecimento, dificuldade de engolir, gostoruim, acha que não está fazendo efeito......) ao seu tratamento (dificuldade com ouso da medicação)?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________8) Quando esquece de tomar o medicamento, o que faz?( ) toma quando lembra


99( ) toma dois( ) não toma naquele dia mesmo que lembre mais tarde( ) nunca esquece( ) Outro: ____________________________________________9) Você apresenta alguma dificuldade na regulação de sua pressão arterial?( ) Sim, todas as vezes que verifico a pressão ela está elevada.( ) Não, o tratamento farmacológico controla bem meus níveis de pressão arterial.( ) Não sei.( ) Outro: _______________________________________


100APÊNDICE C – Folder educativo sobre Hipertensão (parte externa)Os Dez t MandamentosDo Coração SaudávelHIPERTENSÃOARTERIALO que é isso????ELIANE APARECIDA FÁVEROAcadêmica do curso de FarmáciaUNIVERSIDADE COMUNITÁRIADA REGIÃODE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓCentro de Ciências da saúdePatrocinador: FARMÁCIA E LA-BORATÓRIO NONOHAYRua Pe. Manoel Gomes Gonzales,721.Fone: (54) 3362-1441Farmacêutico responsável: CarlosAlberto Spagnol CRF 3934


101APÊNDICE D – Folder educativo sobre hipertensão (parte interna)Hipertensão Arterial(HÁ)É a elevação persistenteda pressão arterialcom níveis maiores ouiguais a 140/90 mmHg,determinada em váriasmedições com aparelhocalibrado e profissionalde saúde qualificado.As complicações dahipertensão arterial afetamos rins, coração,vasos cerebrais e osolhosÉ MAIS COMUMEM IDOSOSFATORES DE RISCO:EXCESSO DE PESOINGESTÃO DEEXCESSO DEBEBIDAS DE ÁLCOOL SAL E GORDURAE CIGARROTRATAMENTO:É FEITO COM MODIFICAÇÃO NO ESTILO DE VIDA ETRATAMENTO MEDICAMENTOSO.REALIZEEXERCÍCIOSFÍSICOSE REDUZA O PESONÃO INGIRABEBIDASALCOÓLICASPARE DE FUMARCUIDE DA ALIMENTAÇÃOPREFIRA FRUTAS,VERDURAS, EVITEALIMENTOS GORDUROSOSFALTA DE EXERCÍCIOSFÍSICOSFILHOS DE HIPERTENSOS EDE RAÇA NEGRA TEM MAIORCHANCE DE TER HÁESTRESSEPACIENTES DIABÉTICOTENTE REDUZIR O ESTRESSEE CUIDE DE SEU DIABETES


APÊNDICE E – Carteirinha de controle da pressão (externo)102


103APÊNDICE F – Carteirinha de controle da pressão (parte de dentro)DATA P.A VERIFICADOR DATA P.A VERIFICADOR


ANÊXOS104


105ANEXO A – Termo de EsclarecimentoO Sr. (a) que é hipertenso (a), esta sendo convidado a participar comovoluntária de uma pesquisa. Esse trabalho será desenvolvido pela acadêmica docurso de Farmácia da Universidade Comunitária da Região de Chapecó –Unochapecó, ELIANE APARECIDA FÁVERO. O estudo tem como objetivo principalprestar atenção farmacêutica a pacientes hipertensos, o que envolve oacompanhamento da terapia medicamentosa, orientações sobre a doença e amedicação utilizada, dentre outros aspectos relacionados a esta doença com ointuito de auxiliar para uma farmacoterapia racional, adesão ao tratamento econseqüentemente melhorar a qualidade de vida. Este trabalho será ralizado nomunicípio de Nonoai – RS e terá o seguinte título: Atenção farmacêutica compacientes hipertensos clientes da Farmácia Nonohay no município deNonoai/RS.Se o convite for aceito, serão realizados encontros mensais na casa dospacientes. Nesse momento será utilizada uma ficha de acompanhamentofarmacoterapêutico para que sejam feitas anotações de dados necessários para,posteriormente, sejam feitas as análises dos dados obtidos. Ao longo do trabalhovocê terá acesso a todas as informações e pode desistir de participar a qualquermomento. Será um trabalho sigiloso, portanto seu nome não será citado, apenassuas iniciais. Nesse trabalho não será feito nada que possa trazer danos a sua vida.Os resultados finais, serão apresentados como requisitos da conclusão de curso dareferida universidade.Também serão realizados exames laboratoriais de colesterol, triglicerídeos eglicose, no inicio e no final deste acompanhamento. Esses exames serãoapresentados a seu médico, lhe será entregue uma cópia e não terão custo algum.Você não terá nem um custo financeiro e nem receberá nenhumaremuneração para participar dessa pesquisa, entretanto estará contribuindo paraessa prática, tão importante dentro da farmácia, para que possa ser implantada eproduza resultados que venham promover a saúde dos participantes.Dados da pesquisadora:Nome: ELIANE APARECIDA FÁVERO


106RG: 7098337731 SSP/RSEndereço: Rua Presidente Kenedy, 75, centro, Nonoai - RSTelefone: (54) 3362-1441/ 9917 - 6965Professora orientadora: SCHEILA MARCONRG: 3035965Telefone:TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE, APÓS ESCLARECIMENTOEu, __________________________________, li o esclarecimento descritoacima e compreendi o objetivo da pesquisa e a maneira que esta será desenvolvida.Entendi quais serão os benefícios de minha participação e que poderei desistir aqualquer momento, sem nenhuma penalidade. Estou ciente também, de que nãoreceberei nenhuma remuneração e que não terei nenhuma despesa com apesquisa. Afirmo ainda que permito a coleta de material para exames e utilizaçãodas informações obtidas durante o trabalho de maneira combinada.Eu concordo em participar do estudo.Dados do (a) participanteNome: ___________________________________________Assinatura: _______________________________________RG: _____________________________________________Endereço: ________________________________________Telefone: (__) ______ _____


107ANEXO B – Ficha de Acompanhamento FarmacoterapêuticoAtenção FarmacêuticaNº de registro............. Data:...../...../.....Nome do paciente:.......................................................................................................Data de nascimento: ...../...../.......... Idade: ..................................Sexo: ( )Masculino( ) FemininoPeso:............................... Altura: ...................... IMC:.......................................Escolaridade: ........................................... Profissão:.................................................Estado civil ....................... Endereço: ....................................... Fone:.....................Médicos:Nome CREMERS Especialidade FoneMedicamentos em uso:Nome do medicamento:1. Está tomando o medicamento?2. Quem receitou?3. Para que utiliza?4. Qual é o resultado do uso deste medicamento?5. Desde quando faz uso do medicamento?6. Quanto toma do medicamento?7. Como toma este medicamento?8. Até quando fará o tratamento?9. Tem alguma dificuldade para utilizar omedicamento?10. Sente algo estranho após tomar omedicamento?11. Você esquece de tomar o medicamento? Comque freqüência?Alergias:


108Medicamentos Dose / via Reação PeríodoAlimentos Ingestão Reação PeríodoOutrasO tratamento é feito de forma: ( ) regular ( ) mal ( ) bemConhece seus medicamentos: ( ) regular ( ) mal ( ) bemFatores que contribuem para a falta de sucesso do tratamento:( ) O horário que tomo o medicamento é incomoda ( ) O medicamento é muito caro( ) Tomo mais que um medicamento ( ) Não sabe claramente como tomar ( ) Nãogosta de tomar medicamentos ( ) Não esta tendo melhora ( ) Não confia no médico( ) Desconhece o porque da prescrição ( ) Desconhece a doença ( ) Não lembra detomar o medicamentoRevisão de sistemas:Cabeça e cabelos:Olhos, ouvido, nariz e garganta:Boca:Pescoço:Mãos (dedos e unhas):


109Braços e músculos:Coração:Pulmão:Sistema digestivo:Rins:Fígado:Órgãos genitais:Pernas e pés (dedos e Unhas):Sistema músculo esquelético (gota, dor nas costas):Pele:Alterações emocionais:Hábitos Alimentares:1. Alimentos gordurosos ( ) S ( ) NQuais? ( ) óleo ( ) banha ( ) margarina ( ) manteiga ( ) nata ( ) com sal( ) sem sal Em que freqüência?2. Leite e derivados (queijos..) ( ) S ( ) N3. Carne ( ) S ( ) N Qual? Freqüência:4. Ovos ( ) S ( ) N ( ) cozido ( ) frito Quantas vezes por semana?5. Uso de embutidos:Salsicha ( ) S ( ) N Freqüência ..................................................................Sardinha ( ) S ( ) N Freqüência ...................................................................Salame ( ) S ( ) N Freqüência ...................................................................Presunto ( ) S ( ) N Freqüência ...................................................................Outros: ...................................................................................................................6. Verduras/ legumes: ( ) S ( ) NQuantas vezes ao dia?Quais os mais usados?Quantidade?...........................................................................................................7. Frutas: ( ) S ( ) N Horário:......................................


110Quantidade:..................................Freqüência:................................................8. Uso de sal: ..........................................................................................................Fumante: ( ) S ( ) NSe sim quanto por dia?......................................................Usa álcool: ( ) S ( ) N Com que freqüência?.........................................................Uso de café: ( ) S ( ) NSe sim quanto por dia?...................................................Uso de chimarrão: ( ) S ( ) NSe sim quanto por dia?........................................Uso de chás: ( ) S ( ) NSe sim quanto por dia?.................................................Realiza atividade física? ( ) S ( ) N Freqüência: ...............................................Estado de situaçãoPROBLEMA DE SAÚDE MEDICAMENTOS EVOLUÇÃOInicioProblemade saúdeControlado Preocupa Desde Medicamento Prescrita Usada N E S RNMPreocupa P = pouco R = regular M= muitoN = necessidade E = efetividade S = segurançaSuspeitas de RNM:Data RNM DescriçãoVisitas:


111Data Problema de saúde Problema de saúde Problema de saúdeAconselhamento Farmacêutico:...................................................................................................................................................................................................................................... Data: ....../....../......Farmacêutico Responsável: ...................................................................................................................................................................................................................................................................................... Data: ....../...../......Farmacêutico Responsável: .................................................* Adaptada da metodologia DÁDER

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