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Relatório UNESCO sobre Ciência 2010: o atual status da ... - UnB

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Brasiluni<strong>da</strong>des, fazendo com que a EMB 202 se tornasse amais usa<strong>da</strong> aeronave agrícola no Brasil.O setor de agronegócios também tem alcançadoresultados impressionantes tanto em termos deprodução quanto de produtivi<strong>da</strong>de. Esse setor sebeneficia do investimento público em P&D por meio<strong>da</strong> Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa) e de outras organizações dentro do sistemanacional de P&D agrícola. A soja, a laranja e o café sãoimportantes produtos de exportação, em grandemedi<strong>da</strong> em função dos anos de P&D contínua.A energia obti<strong>da</strong> do etanol é outra demonstração <strong>da</strong>capaci<strong>da</strong>de de o país criar e usar o conhecimentopara gerar oportuni<strong>da</strong>des. Lançado nos anos 1970, oPrograma Brasileiro de Álcool (ProÁlcool) é a maisambiciosa política do mundo para o uso de etanolcomo combustível em automóveis (Quadro 3). Em2005, 50% dos automóveis vendidos no Brasil eramdo tipo flex, e, em janeiro de 2006, essa fatia alcançouna<strong>da</strong> menos que 74%. Além disso, o país adiciona25% de etanol à sua gasolina de modo a reduzir asemissões de carbono e os custos de importação. Osfabricantes de automóveis no Brasil desenvolveramsistemas de combustível flex que podem usar de 0 a100% de etanol ou gasolina. Essa tecnologia é umainvenção original <strong>da</strong>s equipes brasileiras de P&D quetrabalham no país para fabricantes estrangeiros depeças e automóveis, que desenvolveram umatecnologia superior à utiliza<strong>da</strong> no restante do mundo(BUENO, 2006; LOVINS et al., 2009). Em 2008, o Brasilera o segundo maior produtor mundial de etanol(24,5 bilhões de litros) atrás dos EUA, com um custode US$0,19 por galão – menos <strong>da</strong> metade <strong>da</strong> médiamundial (US$0,40). A indústria, os institutosgovernamentais e as universi<strong>da</strong>des conseguiramdesenvolver varie<strong>da</strong>des melhores de cana-de-açúcare métodos mais eficientes de plantio e colheita, emparceria com refinarias mais sofistica<strong>da</strong>s de etanol.Em ca<strong>da</strong> caso, o principal bem tem sido o estoque deprofissionais com alto nível educacional treinadosem instituições que atendem os mais altos padrõesacadêmicos do mundo. To<strong>da</strong>s essas indústriascompartilham outra característica em comum: emalgum momento, ca<strong>da</strong> uma delas dependeu depolíticas que aproveitaram o poder de compra dogoverno para estimular o desenvolvimentotecnológico. O ingrediente decisivo dessa receita desucesso tem sido uma parceria público-priva<strong>da</strong>frutífera, capaz de levar as ideias ao mercado.Um desafio que o país ain<strong>da</strong> precisa vencer é o dedifundir essa experiência e as habili<strong>da</strong>des <strong>da</strong> inovação portodos os setores <strong>da</strong> indústria. Os anos de um mercadofechado e de instabili<strong>da</strong>de econômica cobraram o seupreço quanto à atitude em relação à inovação no setorempresarial. Entretanto esse setor tem respondido muitobem às medi<strong>da</strong>s de incentivo; durante a déca<strong>da</strong> de 1990,quando a economia brasileira começou a se abrir para omundo exterior, o governo federal desenvolveu umprograma nacional de aprimoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de dosprodutos e processos industriais, que terminou sendomuito bem-sucedido. Mais recentemente, tanto ogoverno quanto líderes <strong>da</strong> indústria voltaram a suaatenção para a inovação tecnológica. Como resultado, odesenvolvimento dessa estratégica área tem se tornadomais forte. Por exemplo, a Confederação Nacional <strong>da</strong>Indústria (CNI) iniciou um Movimento Empresarial pelaInovação (MEI) em 2009 para atrair líderes empresariais, eesse movimento já está ganhando veloci<strong>da</strong>de.COLABORAÇÃO INTERNACIONALO nível de colaboração científica internacional do Brasil temsido estável nos últimos cinco anos, de acordo com Vanz(2009). Entretanto, em 30%, a participação de artigos coautoraisinternacionais é significativamente menor do que os42% relatados por Glanzel (2001) para o período 1995-1996.Os cientistas dos EUA são os principais parceiros dosbrasileiros. Um estudo por A<strong>da</strong>ms e King (2009) constatouque 11% dos artigos científicos escritos por brasileirosentre 2003 e 2007 tinham pelo menos um coautor nosEUA, e 3,5% tinham um no Reino Unido. A Argentina, oMéxico e o Chile juntos representaram apenas 3,2% doscoautores dos artigos brasileiros.A colaboração científica internacional é apoia<strong>da</strong> poragências federais e estaduais por meio de iniciativas quevão desde bolsas individuais até programas multilaterais.A Capes, que é o principal órgão responsável por apoiar eavaliar os programas de pós-graduação, tem um portfóliodiverso com medi<strong>da</strong>s para financiar a colaboraçãointernacional. Em 2008, a Capes concedeu 4 mil bolsas aestu<strong>da</strong>ntes brasileiros no exterior e também mantémprogramas de colaboração bilateral com Argentina, Cuba,França, Alemanha, Países Baixos, Portugal, Uruguai e EUA.Em 2009, mais de 500 projetos conjuntos de pesquisaforam financiados a partir desses acordos.Por meio <strong>da</strong> Assessoria de Colaboração Internacional(Ascin), o CNPq dirige programas que vão desde bolsasindividuais para estrangeiros até programas regionais decolaboração científica. A América Latina e a África, queBrasil47

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