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Relatório UNESCO sobre Ciência 2010: o atual status da ... - UnB

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RELATÓRIO <strong>UNESCO</strong> SOBRE CIÊNCIA <strong>2010</strong>pobreza. As tecnologias endógenas incluem balsas,usinas de energia, maquinário e peças. Mas Bangladeshtambém está desenvolvendo um setor de medicamentosde alta tecnologia. O país já é 97% autossuficienteem medicamentos e está até mesmo exportando paraa Europa.Em quarto lugar, aumenta o reconhecimento de que é acongruência sistêmica entre os diversos componentes doconhecimento do sistema de inovação que conta para aconfiguração de uma estratégia de crescimento bemsucedi<strong>da</strong>,como pudemos ver na Figura 5. Em muitospaíses de ren<strong>da</strong> média e alta, uma guina<strong>da</strong> está sendo<strong>da</strong><strong>da</strong> de uma política de C&T para uma política de CTI. Issovem tendo o efeito de redirecionar os países para fora <strong>da</strong>abor<strong>da</strong>gem linear que começa com a pesquisa básica etermina com a inovação rumo a noções mais complexas esistêmicas de inovação. A colaboração entre universi<strong>da</strong>dese indústrias, os centros de excelência e o financiamentocompetitivo de pesquisa estão todos se tornando maispopulares entre os países que querem aumentar suaspotenciali<strong>da</strong>de de CTI. Porém, como ilustra o capítulo<strong>sobre</strong> o Japão, essas mu<strong>da</strong>nças não são facilmenteimplementa<strong>da</strong>s. Em um momento no qual a influênciaglobal do Japão em P&D está, de certo modo, resvalando,o autor do capítulo argumenta que as políticasimporta<strong>da</strong>s cita<strong>da</strong>s acima podem ter causado <strong>da</strong>nos aosistema acadêmico do Japão, favorecendo as instituiçõeslíderes em detrimento <strong>da</strong>s outras e permitindo que estasficassem para trás. É ver<strong>da</strong>de que, de vez em quando,políticas importa<strong>da</strong>s entram em conflito com políticascaseiras. Para complicar a situação ain<strong>da</strong> mais, mesmopaíses que integraram essa congruência sistêmica às suaspolíticas de CTI ain<strong>da</strong> tendem a subestimá-la nas suaspolíticas gerais de desenvolvimento.Em quinto lugar, na política de CTI, há uma crescenteênfase em sustentabili<strong>da</strong>de e tecnologias verdes. Essatendência pode ser vista em praticamente todos oscapítulos do Relatório <strong>UNESCO</strong> <strong>sobre</strong> Ciência, mesmo empartes do mundo que geralmente não são caracteriza<strong>da</strong>spor um esforço maior de CTI, como a região árabe e aÁfrica subsaariana. Isso vale não apenas para a energialimpa e a pesquisa climática, mas também para asrepercussões nos campos de C&T mais avançados. Aciência e a tecnologia espacial, por exemplo, são umcampo em rápido crescimento para muitos países emdesenvolvimento e emergentes. Movidos porconsiderações <strong>sobre</strong> a mu<strong>da</strong>nça global e a degra<strong>da</strong>çãoambiental, os países em desenvolvimento buscammonitorar melhor os seus territórios, frequentemente pormeio de colaborações Norte-Sul ou Sul-Sul, como no casodo Brasil e <strong>da</strong> China para a criação de satélites deobservação <strong>da</strong> Terra, ou por meio de projetos como oKopernicus-Africa, envolvendo a União Africana e a UniãoEuropeia. Ao mesmo tempo, a ciência e a tecnologiaespacial estão sendo desenvolvi<strong>da</strong>s para proporcionar ainfraestrutura de TIC para uso em aplicações sem fio noscampos <strong>da</strong> saúde e <strong>da</strong> educação, entre outros. A pesquisaliga<strong>da</strong> à mu<strong>da</strong>nça climática emergiu como umapriori<strong>da</strong>de de P&D, após ter estado quase totalmenteausente do Relatório <strong>UNESCO</strong> <strong>sobre</strong> Ciência 2005. Comoum comentário geral de políticas públicas, pode-serazoavelmente argumentar em nossos dias que asregiões ou nações retar<strong>da</strong>tárias sempre se beneficiamao aprimorarem sua capaci<strong>da</strong>de de absorção e ao removeremquaisquer barreiras que impedem o fluxo de transbor<strong>da</strong>mentostecnológicos positivos de economias líderes emtermos de tecnologia, sejam elas do Norte ou do Sul.Por fim, e não menos importante, as políticas nacionaisde CTI estão hoje diante de uma perspectiva globalradicalmente distinta, na qual o enfoque <strong>sobre</strong> a políticaterritorial está submetido a uma constante pressão. Poroutro lado, a forte que<strong>da</strong> no custo marginal <strong>da</strong>reprodução e difusão de informações tem resultado emum mundo no qual as fronteiras geográficas são ca<strong>da</strong> vezmenos relevantes para a pesquisa e a inovação. O acúmuloe a difusão do conhecimento estão ocorrendo ca<strong>da</strong> vezmais rápidos, envolvendo um crescente número denovos participantes e gerando uma ameaça para asinstituições e posições estabeleci<strong>da</strong>s. Essa tendênciaglobalizante afeta a pesquisa e a inovação de muitasmaneiras. Por outro lado, ao contrário do que umraciocínio simplista poderia afirmar, a globalização nãoconduz a um mundo planamente nivelado, no qual oshiatos de pesquisa e inovação entre os países e as regiõessão constantemente diminuídos. Muito ao contrário,mesmo havendo a clara evidência <strong>da</strong> emergência de umaconcentração maior do que antes na produção deconhecimento e inovação ao longo de uma amplavarie<strong>da</strong>de de países na Ásia, África e América Latina, esseconhecimento está crescendo a um ritmo altamentediferenciado dentro dos países.30

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