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Relatório UNESCO sobre Ciência 2010: o atual status da ... - UnB

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RELATÓRIO <strong>UNESCO</strong> SOBRE CIÊNCIA <strong>2010</strong>Em se tratando <strong>da</strong> relativa especialização dos países emdisciplinas científicas específicas, a Figura 4 mostra fortesdispari<strong>da</strong>des. A primeira teia trata dos países quetradicionalmente têm tido um domínio científico. Ooctógono escuro representa a média, e por isso as linhasde fora dele indicam um desempenho acima <strong>da</strong> média emum campo específico. Um destaque é a especialização <strong>da</strong>França na matemática, recentemente confirma<strong>da</strong> pelaentrega do Prêmio Abel – o equivalente matemático doPrêmio Nobel – a dois matemáticos franceses em <strong>2010</strong>.A França também está se especializando nas ciências <strong>da</strong>Terra e do espaço, bem como a Alemanha. Quanto aoJapão, o país possui diversos pontos fortes: física, química,engenharia e tecnologia. É interessante que tanto os EUAe o Reino Unido se especializam em pesquisa biomédica,medicina clínica, e Terra e espaço.A segun<strong>da</strong> teia trata dos BRICs e <strong>da</strong> África. Aqui, também,observamos algumas diferenças marcantes entre os paísesem suas especiali<strong>da</strong>des científicas. A Rússia mostra umaforte especialização em física, matemática e ciências <strong>da</strong>Terra e do espaço. Tipicamente, a China tem uma forteespecialização em física, química, matemática, eengenharia e tecnologia. Por contraste, a África e o Brasilsão fortes em biologia, e a Índia em química.Essas diferenças em especialização científica estão espelha<strong>da</strong>snos diferentes perfis de países que se seguem a este capítulo.Os países parecem escolher áreas de criação de conhecimentocientífico com base em suas próprias necessi<strong>da</strong>des(medicina clínica), oportuni<strong>da</strong>des geográficas (ciências<strong>da</strong> Terra e do espaço, e biologia) e, também, com base emafini<strong>da</strong>des culturais (matemática e física) e na experiênciaadquiri<strong>da</strong> a partir do crescimento industrial (química).Tendências de produção científica: desigual<strong>da</strong>de nacriação de conhecimento privadoO quarto indicador o qual estamos enfocando nesteprimeiro capítulo reflete o sucesso dos países e <strong>da</strong>sregiões na apropriação priva<strong>da</strong> do conhecimento, porexemplo, por meio do número de patentes deposita<strong>da</strong>snos escritórios de patentes <strong>da</strong> Tríade, a saber: o Escritóriode Patentes e Marcas Registra<strong>da</strong>s dos EUA (USPTO), oEscritório Europeu de Patentes e o Escritório Japonês dePatentes. As patentes deposita<strong>da</strong>s nesses três escritóriosde patentes são geralmente considera<strong>da</strong>s como de altaquali<strong>da</strong>de. Como um indicador tecnológico, as patentessão um bom reflexo de um caráter fortemente cumulativoe tácito do conhecimento, embuti<strong>da</strong>s em um direito deproprie<strong>da</strong>de intelectual formalmente reconhecido eduradouro. É essa característica que encarece a transferênciade conhecimento de um contexto para outro.O predomínio dos EUA é marcante. Isso mostra o papeldo mercado de tecnologia dos EUA como o principalmercado privado do mundo para as licenças tecnológicas.O Japão, a Alemanha e a República <strong>da</strong> Coreia são osoutros países com a maioria dos detentores de patentes.A participação <strong>da</strong> Índia remonta a mero 0,2% de to<strong>da</strong>s aspatentes <strong>da</strong> Tríade, uma fração comparável à do Brasil(0,1%) e <strong>da</strong> Rússia (0,2%). A Tabela 4 ilustra a extremaconcentração de aplicações de patentes na América doNorte, na Ásia e na Europa; o restante do mundo éresponsável por apenas 2% do estoque total de patentes.A maioria dos países <strong>da</strong> África, Ásia e América Latina nãocumpre qualquer papel nessa rubrica.As patentes <strong>da</strong> Índia tendem a ser nos campos relacionadosà química. De maneira interessante, o capítulo <strong>sobre</strong> aÍndia considera que a introdução <strong>da</strong> Lei Indiana de Patentesem 2005 levaria a Índia ao cumprimento do AcordoRelativo aos Aspectos Comerciais do Direito de Proprie<strong>da</strong>deIntelectual (TRIPS), e não teve um efeito negativo <strong>sobre</strong> aindústria farmacêutica do país. Em apoio a esse argumento,o autor cita o forte crescimento do investimento em P&Ddesde 2000, que continuou sem qualquer prejuízo em2008. Porém, ele também observa que a maioria dessaspatentes está sendo concedi<strong>da</strong> a companhias estrangeirasativas na Índia, com base em projetos de P&D conduzidosna Índia, em uma tendência crescente.De todos os indicadores usados no Relatório <strong>UNESCO</strong><strong>sobre</strong> Ciência, o indicador de patentes é o que aponta demodo mais decisivo para a desigual<strong>da</strong>de na criação deconhecimento em nível global.A seguinte tendência aju<strong>da</strong> a explicar o imenso volume depatentes entre as economias <strong>da</strong> OCDE. Em países de altaren<strong>da</strong>, a vi<strong>da</strong> útil de produtos de alta tecnologia estádiminuindo, o que obriga as empresas a inventar novosprodutos de maneira ca<strong>da</strong> vez mais rápi<strong>da</strong>. Isso pode serobservado na veloci<strong>da</strong>de com que novos computadores,programas, videogames e telefones celulares, porexemplo, estão aparecendo no mercado. As própriasempresas de alta tecnologia são amplamente responsáveispor esse fenômeno, na medi<strong>da</strong> em que elas delibera<strong>da</strong>mentese dispõem a criar novas necessi<strong>da</strong>des de consumo aocriarem versões mais sofistica<strong>da</strong>s de seus produtos a ca<strong>da</strong>seis meses, por exemplo. Tal estratégia é também umamaneira de se manter à frente <strong>da</strong> competição, qualquerque seja ela. Como consequência, as patentes quecostumavam ser economicamente váli<strong>da</strong>s por diversosanos agora têm uma vi<strong>da</strong> útil curta. O desenvolvimentode novos produtos e o registro de novas patentes a ca<strong>da</strong>seis meses, por exemplo, é um exercício extremamente16

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