13.07.2015 Views

O Desafio do Pé Diabético - Jornal Vascular Brasileiro

O Desafio do Pé Diabético - Jornal Vascular Brasileiro

O Desafio do Pé Diabético - Jornal Vascular Brasileiro

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

o desafio <strong>do</strong> pe diabetieoSolange Seguro Meyge Evangelista e eols,apresentam lesoes renais e oculares comas mesmas caracteristicas anatomopatalogicas,No exame histologicoobserva-se espessamento da intima dasarteriolas e capilares, que resulta de urnespessamento da membrana basal. 0espessamento da membrana basal impedea difusao de nutrientes atraves da paredecapilar e dificulta a migrayao de leucocitospara as zonas de infecyao. 0 examede fun<strong>do</strong> de olho pode revelar a presenyade lesoes microcirculatorias.A macroangiopatia tern as mesmascaracteristicas das lesoes ateroscleroticas<strong>do</strong> paciente nao diabetico, ocorren<strong>do</strong>mais precocemente, evoluin<strong>do</strong>mais rapidamente acometen<strong>do</strong> os troncosarteriais em maior extensao. A diminuiyaoou ausencia das pulsayoes arteriais seraconstatada. Assim as manifestayoesclinicas variam de acor<strong>do</strong> com 0 grau deisquemia: Claudicayao intermitente, <strong>do</strong>risquemica de repouso e/ou presenya delesoes troficas. A determinayao <strong>do</strong> indicepressorico tomozelo-brayo fica, muitasvezes, prejudica<strong>do</strong> devida a calcificayaoarterial, frequente no diabetico. Meto<strong>do</strong>sauxiliares de diagnostico, como medidada pressao de artelhos utilizan<strong>do</strong> afotopletismografia, com "cuffs" pneumaticosadequa<strong>do</strong>s sao de grandeimporUlncia porque as arterias colateraisdigitais sao menos atingidas pelacalcificayao, fornecen<strong>do</strong> valores confiaveissobre a circulayao <strong>do</strong> pe, bern comoinformayao sobre 0 potencial de cicatrizayaode lesoes ou amputayoes locais~A analise das ondas de velocidade defluxo (monofasico), exame de fun<strong>do</strong> deolho, capilaroscopia, podem ser uteisdependen<strong>do</strong> de cada caso.A arteriografia foi 0 exame considera<strong>do</strong>como padrao ouro nas diversasregionais. Arteriografia por subtrayaodigital e ressonancia magnetica saoconsidera<strong>do</strong>s uteis mas de dificil acessodevi<strong>do</strong> ao custo.B - Ate onde compensa revascularizarope diabetico e como faze-Io?Sempre se tentar a revascularizayaoquan<strong>do</strong> existe isquemia importante edesde que haj a teci<strong>do</strong> viavel paramanutenyao da extremidade, e que sepossa manter a estrutura funcional <strong>do</strong>pe com possibilidade de deambulayaofutura. A arteriografia foi consideradaexame fundamental quan<strong>do</strong> se pensa emrevascularizar 0 membro. A identificayaode urn tronco arterial distal pervio deveestimular a tentativa de revascularizayao.No entanto foi lembra<strong>do</strong> que, no diabe-'tico, a arteria <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> pe muitas vezesesta preservada, nem sempre aparecen<strong>do</strong>no exame angiografico. 0 emprego <strong>do</strong>mapeamento duplex nesses casos poderevelar a presenya dessa arteria e sermelhor que arteriografia para analisararterias distais. Deve ser feita uma analisecriteriosa <strong>do</strong> "run off' antes da revascularizayao.Em casos muito seleciona<strong>do</strong>sde lesoes localizadas foi cita<strong>do</strong> aangioplastia, sen<strong>do</strong> porem 0 enxerto comveia safena autogena 0 meto<strong>do</strong> cirurgicomais indica<strong>do</strong>. Nas revascularizayoesdistais, esta veia pode ser devalvulada eusada "in situ". As fronteiras da revascularizayaoconvencional foram ultrapassadaspela revascularizayao ultra distal,com enxertos ate as arterias <strong>do</strong> pe ousuas colaterais. A aplicayao de bypasscurtos tern ti<strong>do</strong> no diabetes vasto campode aplicayao. Lembra<strong>do</strong> no forum que 0territorio aorto-iliaco e geralmentepoupa<strong>do</strong> no paciente diabetico e que aarteria peronea e a menos atingida noterritorio distal.C - Pequenas x grandes amputa.;i'ies:Quais as tecnicas a serem empregadasvisan<strong>do</strong> 0 maior aproveitamento funcionale 0 usn de proteses?As amputayoes no diabetico devemser as mais economicas possiveis edistais, respeitan<strong>do</strong>-se os limites paraboa cicatrizayao e a soluyao protetica.Sempre que nao se controla a infecyaoou nao se pode revascularizar, asamputayoes devem ser realizadas emzonas com teci<strong>do</strong> viavel e livre deinfecyao.Em determinadas circunstancias foiconsidera<strong>do</strong> preferivel fazer inicialmente,uma amputayao higienica (em guilhotina)para poder se definir melhor, numsegun<strong>do</strong> tempo 0 nivel mais adequa<strong>do</strong>da amputayao definitiva. Os niveis maismenciona<strong>do</strong>s foram as amputayoesparciais <strong>do</strong> pe preservan<strong>do</strong> 0 calcaneo,sen<strong>do</strong> lembrada a importancia da preservayao<strong>do</strong> joelho sempre que possivelpara melhor reabilitayao. A desarticulayao<strong>do</strong> joelho e as amputayoes transfemoraiscom cotos mais longos, apresentaeleva<strong>do</strong>s indices de cicatrizayao,mas a autonomia funcional e mais dificilde ser obtida.A amputayao de Symes (tibio-tarsica)nao tern si<strong>do</strong> indicada, por ocasionaruma significativa incapacidade.o usa de meto<strong>do</strong>s nao invasivos dediagnostico para a decisao <strong>do</strong> nivel daamputayao foi menciona<strong>do</strong>.MODULO IV: PROFILAXIAComo fazer a profilaxia <strong>do</strong> pediabetico?Programas educacionais reduzem aamputayao em ate 40%. Programaseducativos particularmente <strong>do</strong> pacientee de seus familiares e dentro da comunidadessao de importancia quan<strong>do</strong> sepensa em termos de profilaxia de complicayoesno pe <strong>do</strong> paciente diabetico. 0paciente deve ser conscientiza<strong>do</strong> queseu pe tern menor sensibilidade e por issodevera evitar qualquer tipo de trauma,seja mecanico, quimico ou termico.Devem ser recomendadas como medidasprofiliticas:o Inspeyao diaria <strong>do</strong>s pes e calya<strong>do</strong>s.o Higiene rigorosa <strong>do</strong>s pes e de<strong>do</strong>s,secan<strong>do</strong> bern os espayOS interdigitaispara evitar micoses,o Cortar as unhas no contorno <strong>do</strong>sde<strong>do</strong>s (solicitar ajuda pois a retinopatiadiminui sua visao).o Evitar andar descalyo.o Evitar usa de meias remendadas.o Usar calya<strong>do</strong>s adequa<strong>do</strong>s que seraoexamina<strong>do</strong>s diariamente antes <strong>do</strong> usacom a finalidade de se verificar a presenyade irregularidades .o Evitar calor local ou agua quentepara lavar os pes.o Evitar objetos cortantes paraCIR VASC ANGIOL 13: 07-10, 1997•


o desafio <strong>do</strong> pe diabeticoSolange Seguro Meyge Evangelista e cols.calosidades.• Fazer 0 uso de palmilhas seindicadas.• Tratar ferimentos adequadamente.• Tratar micose interdigital.• Manter glicemias controladas, HAS,dislipidemias.• Pedir auxilio na inspect;ao <strong>do</strong>s pessemanalmente a urn familiar, para detectarprecocemente qualquer tipo de Iesao ­retinopatia.• Visitas periodicas ao medico saorecomendaveis.Essa educat;ao deve ter caratermultidisciplinar, envolven<strong>do</strong> angio-logistas, en<strong>do</strong>crinologistas, ortopedistas,fisiatras, fisioterapeutas, infectologistas,clinicos, plasticos, psicologose enfermagem treinada, podiatras.a paciente diabetico e urn <strong>do</strong>entecr6nico com patologia sistemica, sujeitoa complicacoes graves que necessita demuita atent;ao. a interesse e carinho defamiliares e a atent;ao e acompanhamento<strong>do</strong> medico sao fundamentais ao seucontrole. a paciente deve ser visto comourn to<strong>do</strong>, como cita<strong>do</strong> no forum emMinas: "Pe diabetico nao e 0 pe dealguem que e diabetico senao 0 <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>daquele pe" (prof. Leonar<strong>do</strong> Diniz).Challenge of the Diabetic FootThe diabetic patient and the complications to which he is subject are motivesfor reflexion and attention, really considered a challenge by some specialists.In the discussion of the diabetic foot subject in a national forum, it was cited thatdiabetic patients have about 15 times greater risk of suffering amputationsthan tM non-diabetic, 6% of Americans is diabetic, and 20% of the amputeesdie with in 2 years. The discussion around conducts concerning infectious,neuropathic arterial aspects was held in different regions, and the results of aconsensus are presented as follows: There was emphasis on prophylaxis andthe careful orientation of the patient, aiming at preventing complications andreducing the number of amputations.Keywords: Diabetes mellitus, diabetic angiopathy, diabetic neuropathy:: -1.. MUELLER, M.l.: Etiology, Evaluation,and Treatment of the NeuropathicFoot. Critical Reviews inPhysical and Rehabilitation Medicine,3 (4): 289-309, 1992.2. SHAMI S. K., SCURR 1 H.. The Footin Diabetes Mellitus In Clinical Problemsin <strong>Vascular</strong> Surgery 1991: 150­165.3. SIMS D.S., CAVANAGH P. R. andUBRECHT 1.S.: Risk Factors in theDiabetic Foot Recognition and Management.Physical Therapy, 68 (12):1887-1902,1988.•.CIR VASC ANGIOL 13: 07-10, 1997

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!