Visualizar Tese - Instituto de Biociências - Unesp
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I. Introdução GeralO Brasil é um dos principais países entre aqueles <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> megadiversida<strong>de</strong>, possuindo<strong>de</strong> 15 a 20% do número total <strong>de</strong> espécies da Terra (MYERS et al. 2000). Dentre outros biomascomponentes <strong>de</strong> seu território apresenta-se a Mata Atlântica, a segunda maior floresta pluvial tropical docontinente americano (TABARELLI et al. 2005), consi<strong>de</strong>rada também um dos biomas brasileiros <strong>de</strong>maior biodiversida<strong>de</strong> e com elevado en<strong>de</strong>mismo. Dessa forma, a Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 (BRASIL1988) reconhece a Mata Atlântica como Patrimônio Nacional. Visando contribuir com um marco legalpara conservação estabelecesse oficialmente o Domínio da Mata Atlântica pelo Decreto 750/93 eposteriormente é reafirmado pela lei 11.429/2006. Assim, a legislação reconheceu o mosaicovegetacional, compostas pelas formações: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> Mata <strong>de</strong> Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual; eFloresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações <strong>de</strong> restingas, campos <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>,brejos interioranos e encraves florestais do Nor<strong>de</strong>ste. Originalmente estendia-se <strong>de</strong> forma continua aolongo da costa brasileira, penetrando até o leste do Paraguai e nor<strong>de</strong>ste da Argentina em sua porção sul(TABARELLI et al. 2005). Porém, esse ecossistema, em cinco séculos <strong>de</strong> ocupação foi reduzido apequenas manchas que se concentram na região Sul/ Su<strong>de</strong>ste (JOLY et al. 1990) tendo hoje, pouco mais<strong>de</strong> 7% <strong>de</strong> sua cobertura original (RESERVA DA BIOSFERA 1999). Apesar <strong>de</strong>ste drástico impactocausado pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ocupação e <strong>de</strong>senvolvimento adotados, a Mata Atlântica está entre os 25“hotspots” do planeta <strong>de</strong>stacando-se <strong>de</strong>ntre os oitos “hotspots” <strong>de</strong> maior biodiversida<strong>de</strong> (MYERS et al.2000).Até meados do século XIX, o estado <strong>de</strong> São Paulo ainda apresentava sua vegetação nativaquase que intacta, porém <strong>de</strong>vido à prática da monocultura, o período subsequente foi marcado pelointenso uso da terra, sobretudo <strong>de</strong>vido à expansão da cafeicultura pelo interior do estado, a qual priorizouas áreas <strong>de</strong> mata rica em húmus, por suas exigências <strong>de</strong> clima e solo. A cultura responsável pelocrescimento econômico do estado e do país também causou a <strong>de</strong>struição insensata <strong>de</strong> ambientes(WANDERLEY et al. 2002). Mesmo assim, boas partes dos remanescentes <strong>de</strong> Mata Atlântica estãosituados no estado <strong>de</strong> São Paulo (LEITÃO FILHO 1994), sendo que a maior concentração ocorre ao suldo estado na região Vale do Ribeira (SILVA MATOS; BOVI 2002), sendo possivelmente o maiorremanescentes do país.A Mata Atlântica do Vale do Ribeira está legalmente protegida por Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação:Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Estadual <strong>de</strong> Intervales, Parque Estadual Turístico do AltoRibeira, Parque Estadual <strong>de</strong> Carlos Botelho, Parque Estadual da Campina do Encantado, Parque Estadualda Ilha do Cardoso, Estação Ecológica <strong>de</strong> Chauás, Estação Ecológica <strong>de</strong> Juréia-Itatins. Além disso,5