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A Lei de Deus e a Mulher na Igreja - Livros evangélicos

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O apóstolo Pedro diz a mesma coisa quando fala aos maridos como<strong>de</strong>vem tratar suas esposas. Ele diz: “... porque sois, juntamente, her<strong>de</strong>irosda mesma graça <strong>de</strong> vida” (1 Pe. 3:7). Ou seja, a esposa é aher<strong>de</strong>ira juntamente com o marido da mesma graça vivificadora.Portanto, quanto à criação, homem e mulher são iguais em serempecadores redimidos.Então, homem e mulher são iguais porque:1)Carregam a imagem <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>2)São pecadores3)São criaturas salvas pela obra <strong>de</strong> Cristo


CABEÇA E SUBMISSÃO — ATRIBUIÇÕES DIFERENTESinteressante que o mesmo <strong>Deus</strong> que nos fez iguais, nos dá papéisdiferentes. Aqui começa a distorção que muitos fazem daÉPalavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Muitos dizem que <strong>Deus</strong> não po<strong>de</strong> fazer pessoasiguais com atribuições diferentes, especialmente quando um tem<strong>de</strong> ser o cabeça do relacio<strong>na</strong>mento e o outro tem <strong>de</strong> se submetera este que é o cabeça. Mas, este é um ensino uniforme em todoNovo Testamento. Está bem claro o que Pedro fala em 1 Pe. 3:1-6e o que Paulo diz em Efésios 5:22-25 e 33, em Colossenses 3:18 eem Tito 2:1-5. Será que o Espírito Santo, nessas passagens, nãochama as mulheres (mesmo sendo iguais) a se submeterem à li<strong>de</strong>rança<strong>de</strong> seus maridos? Será que a palavra chave usada pelosapóstolos não é “submissão”? Os textos afirmam que o marido<strong>de</strong>ve ser o cabeça e li<strong>de</strong>rar amorosamente sua esposa. Não po<strong>de</strong>mosesquecer o que Pedro diz em 1 Pe. 3:7, ou o que Paulo diz emEfésios 5:25-33. Não é exigido aos maridos se submeterem à esposa,mas a esposa é chamada a se submeter ao marido voluntariamentecomo que ao Senhor (v. 22 — “As mulheres sejam submissasao seu próprio marido, como ao Senhor”). A mulher se submete aomarido porque ela ama ao Senhor e da mesma forma o marido<strong>de</strong>ve amar a esposa porque ele ama ao Senhor.Além do mais o marido não <strong>de</strong>ve tratar a esposa com amargura ouaspereza. Em Colossenses 3:19 Paulo diz isso claramente: “Maridos,amai a vossas esposas, e não as trateis com amargura”. Se omarido tratar sua esposa assim, suas orações não serão ouvidaspelo <strong>Deus</strong> do céu (1 Pe. 3:7).Mas precisamos fazer a seguinte pergunta: Por que os apóstolostêm este ensino tão uniforme? Por que eles se referem ao maridocomo cabeça ou como lí<strong>de</strong>r usando o termo grego kefhalē paramostrar que ele é o cabeça do lar? Os apóstolos falaram com aautorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo e receberam a mesma revelação; mas em quebases escreveram isso? Creio que po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> on<strong>de</strong> elestiraram esta argumentação se olharmos para o que Paulo diz em 1Co. 11. Não vamos abordar todas as questões contidas neste capítulo,mas aquilo que nos importa agora.


ímpar, ela jamais vai se esquecer dos efeitos do pecado à medidaque experimenta as dores <strong>de</strong> parto.2) E para Adão, aquele que é o supridor primordial da família,aquele que <strong>de</strong>veria sujeitar a terra e ganhar o pão <strong>de</strong> cada dia, elejamais esqueceria os efeitos do pecado quando visse que agorateria <strong>de</strong> suar o rosto para comer o seu pão, para ter o seu mantimentoe <strong>de</strong>ssa forma ele experimentaria a maldição <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. “No suor do teu rosto”, aponta para as dificulda<strong>de</strong>s e fadigaspara se ter a provisão do lar.Isso significa que ter filhos é uma maldição? Significa que otrabalho em si é uma maldição? Que o relacio<strong>na</strong>mento entre ohomem e a mulher é uma maldição? Não, <strong>de</strong> forma alguma! Significaque aquelas atribuições e relacio<strong>na</strong>mentos tão perfeitos epreciosos foram afetados pela queda e pela maldição <strong>de</strong>corrente<strong>de</strong>sta queda.


1 CORÍNTIOS 11:8-9.Voltando para o texto vemos aqui que Paulo está apelando paraa ativida<strong>de</strong> criadora <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> como a base do relacio<strong>na</strong>mentoentre marido e mulher e do papel da mulher <strong>na</strong> <strong>Igreja</strong>. Mesmoque a mulher tenha mais maturida<strong>de</strong> ou maior nível intelectual doque seu marido, mesmo assim, <strong>Deus</strong> exige que os dois cumpramos papéis que Ele sobera<strong>na</strong>mente instituiu para cada um <strong>de</strong>les. Porque? Porque <strong>Deus</strong> criou primeiro Adão e <strong>de</strong>pois Eva. <strong>Deus</strong> criouEva para ser a auxiliadora idônea do seu marido; para ser umacompanheira ajudadora sob a orientação <strong>de</strong> Adão, seu marido.Por isso Paulo diz que: “... o homem não foi feito da mulher, e sim amulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causada mulher, e sim a mulher, por causa do homem” (vv. 8 e 9).Relação do Pai com o FilhoPaulo <strong>de</strong>monstra que este argumento norteia como o marido e amulher <strong>de</strong>vem se relacio<strong>na</strong>r no casamento e também como <strong>de</strong>vemse relacio<strong>na</strong>r <strong>na</strong> <strong>Igreja</strong>; ou seja, qual o papel do homem e damulher <strong>na</strong> igreja. Alguém po<strong>de</strong>ria argumentar que isso não parecejusto porque parece que as mulheres não terão oportunida<strong>de</strong>siguais nesta situação. Parece que Paulo já percebia esse tipo <strong>de</strong>questio<strong>na</strong>mento e por isso ele usa a relação do Pai para com SeuFilho, o Senhor Jesus Cristo, para manifestar o papel que o homeme a mulher <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>sempenhar. Veja o versículo 3:“Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça <strong>de</strong> todo homem, e ohomem, o cabeça da mulher, e <strong>Deus</strong>, o cabeça <strong>de</strong> Cristo” (1 Co 11:3).Vejamos bem o fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>ste versículo. Quem é o cabeça <strong>de</strong> Cristo? <strong>Deus</strong>,o Pai, é “o cabeça <strong>de</strong> Cristo” (que é <strong>Deus</strong> encar<strong>na</strong>do). Cremos que o argumento<strong>de</strong> quem é o cabeça no relacio<strong>na</strong>mento marital brota não sóa partir da criação, mas também do relacio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> o Pai e<strong>Deus</strong> o Filho. Isso está revelado mais especificamente no fato <strong>de</strong> que<strong>Deus</strong> enviou o Filho e isso nos mostra como foi a existência <strong>de</strong> ambos<strong>de</strong>s<strong>de</strong> toda eternida<strong>de</strong>. <strong>Deus</strong> não está impondo sobre nós algo queEle mesmo não esteja disposto a exemplificar. <strong>Deus</strong> experimenta <strong>na</strong>Trinda<strong>de</strong> algo semelhante àquilo que Ele quer que experimentemos.


Estas são duas razões absolutas que não envolvem o aspectocultural. Digo isso porque muitos querem interpretar o quePaulo diz em relação à mulher como algo comum à cultura daépoca. Não é verda<strong>de</strong>, porque Paulo usa um argumento teológico— (1º) Usa o argumento da ativida<strong>de</strong> criadora <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> e (2º) afigura da relação existente entre o Pai e o Filho.Então, vemos que o relacio<strong>na</strong>mento matrimonial também serve<strong>de</strong> pano <strong>de</strong> fundo para o ensi<strong>na</strong>mento que o apóstolo Paulo ministraà <strong>Igreja</strong>. A base é bem teológica!


TIMÓTEO 2:11-14Voltemos para a 1ª Epístola <strong>de</strong> Paulo a Timóteo: “11 A mulheraprenda em silêncio, com toda a submissão. 12 E não permitoque a mulher ensine, nem exerça autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> homem; esteja, porém,em silêncio. 13 Porque, primeiro, foi formado Adão, <strong>de</strong>pois, Eva.14 E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enga<strong>na</strong>da, caiu emtransgressão”.Prestemos atenção para o fato <strong>de</strong> que Paulo começa falando em silêncioe submissão no v. 11 e termi<strong>na</strong> citando a palavra silêncio nofi<strong>na</strong>l do v. 12. Ter <strong>de</strong> falar sobre estas coisas não é <strong>na</strong>da simpático.Mas Paulo escreve estas palavras sob a li<strong>de</strong>rança do Espírito Santo.Paulo queria ensi<strong>na</strong>r às mulheres e a toda igreja.Paulo diz: “E não permito que a mulher ensine (ao homem, no caso),nem exerça autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> homem”. Precisamos reconhecer que aquio homem é o objeto <strong>de</strong> dois verbos (ensi<strong>na</strong>r e exercer) embora apalavra “homem” só apareça <strong>de</strong>pois do segundo verbo (exercer)— a i<strong>de</strong>ia é <strong>de</strong> exercer autorida<strong>de</strong>. Tudo isso está num contextoque envolve <strong>de</strong> forma ampla a vida da <strong>Igreja</strong>. O que Paulo tem emmente aqui é o ensi<strong>na</strong>r verda<strong>de</strong>s espirituais. Ele não está dizendoque a mulher não po<strong>de</strong> ensi<strong>na</strong>r ao marido como usar a máqui<strong>na</strong> <strong>de</strong>lavar pratos ou como cozinhar. Ela não está exercendo autorida<strong>de</strong>sobre o homem ao fazer isso, mas está <strong>de</strong>sempenhando seu papel<strong>de</strong> auxiliadora. O que Paulo não permite é a mulher ensi<strong>na</strong>r aohomem as verda<strong>de</strong>s bíblicas.As palavras centrais aqui no texto são: mulher e homem. É porcausa das distinções e atribuições existentes entre os dois sexosque Paulo estabelece uma diretriz. O apóstolo faz isso como porta-voz<strong>de</strong> Cristo, com a autorida<strong>de</strong> ple<strong>na</strong> <strong>de</strong> um apóstolo. Comoveremos adiante, as mulheres certamente são encorajadas a ensi<strong>na</strong>ra outras mulheres e crianças (Tito 2:3-4; 2 Tm 3:15)Na <strong>Igreja</strong> a mulher não tem a permissão <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> para ensi<strong>na</strong>r aohomem e <strong>de</strong> exercer autorida<strong>de</strong> sobre o homem, a menos que elavire <strong>de</strong> cabeça para baixo a or<strong>de</strong>m específica <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. É um mandamentomais amplo do que simplesmente o proibir que a mulher


tenha um ofício <strong>na</strong> igreja (pastora, presbítera, diaconisa). Por inferênciafica bem claro que isso também é proibido, porque uma dasformas primordiais <strong>de</strong> se exercer autorida<strong>de</strong> <strong>na</strong> <strong>Igreja</strong> é ensi<strong>na</strong>r à<strong>Igreja</strong>. Pedir que uma mulher venha à frente e ensine a toda a congregaçãoé uma violação do que o Espírito Santo está ensi<strong>na</strong>ndoatravés do apóstolo.Por quê?O próximo versículo começa com a palavra “Porque” ou “Pois”:“Porque, primeiro, foi formado Adão, <strong>de</strong>pois, Eva” (v. 13). Paulo aquidá a razão do por que a mulher não po<strong>de</strong> ensi<strong>na</strong>r. Tudo é por causada or<strong>de</strong>m criadora <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. E ele diz isso muito objetivamente.Alguém po<strong>de</strong>ria afirmar: “Se vamos nos submeter a este argumentoentão nós mulheres não <strong>de</strong>veríamos estar submissas aoshomens e sim aos animais, porque eles foram criados primeiro doque o homem”. Meus irmãos, aqui o apóstolo Paulo não está tratandosimplesmente da or<strong>de</strong>m cronológica da criação. Não! Paulofala <strong>de</strong>ssa forma porque tem em vista o modo como <strong>Deus</strong> estabeleceua relação entre o homem e a mulher. Ele está pensando emquem é o cabeça e quem tem a autorida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>sempenhar opapel <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r. É nessa relação que ele diz: “... primeiro, foi formadoAdão, <strong>de</strong>pois, Eva”. Então, para Paulo, este argumento da or<strong>de</strong>mcriadora <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> quem é o cabeça e quem está emsubmissão <strong>na</strong> família e também <strong>na</strong> <strong>Igreja</strong>; <strong>na</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem<strong>de</strong>ve ensi<strong>na</strong>r e exercer autorida<strong>de</strong>.Casamento e <strong>Igreja</strong> x Li<strong>de</strong>rançaPensemos <strong>de</strong> forma clara. Qual foi o argumento que Paulo usou para<strong>de</strong>finir quem é o cabeça no casamento? Ele usou o mesmo argumentoque usou para estabelecer quem é o lí<strong>de</strong>r e autorida<strong>de</strong> <strong>na</strong> igreja.Então vemos que, tanto o casamento como o funcio<strong>na</strong>mento da <strong>Igreja</strong>estão ligados à questão <strong>de</strong> quem é o cabeça, quem é a autorida<strong>de</strong>:Adão foi formado primeiro e <strong>de</strong>pois Eva. Ou seja, se abrirmos mão dali<strong>de</strong>rança masculi<strong>na</strong> <strong>na</strong> <strong>Igreja</strong>, isso implica em que também estaremosquebrando um preceito bíblico — quem <strong>de</strong>ve assumir a li<strong>de</strong>rançano lar. Os dois papéis têm a mesma base teológica.


Papéis Invertidos (1 Tm 2:14)Mas Paulo adicio<strong>na</strong> ao seu argumento da criação, uma ilustraçãocom relação à queda no v. 14: “E Adão não foi iludido, mas a mulher,sendo enga<strong>na</strong>da, caiu em transgressão”.Compare esta expressão <strong>de</strong> Paulo com Gênesis 3:13. Ali vemos oque Eva disse para <strong>Deus</strong>: “A serpente me enganou, e eu comi”. Vejaque Paulo está citando as próprias palavras <strong>de</strong> Eva; ele não estáinventando uma história. Se pu<strong>de</strong>rmos ver isso em um contextomais amplo, veremos que foi exatamente quando os papéis foraminvertidos, <strong>na</strong> hora da tentação, que a queda aconteceu. Pensemosnisto. A serpente vem conversar com Eva e não com Adão. Vemconversar um assunto exatamente com quem não <strong>de</strong>veria, porqueEva <strong>de</strong>veria se submeter à li<strong>de</strong>rança do seu marido. A serpenteinverte as prerrogativas. Ela fere e quebra a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Adão.A serpente vai a Eva e começa a tentá-la. Adão está junto, masnão se manifesta; não assume a sua li<strong>de</strong>rança como <strong>de</strong>veria fazer.Adão dá a enten<strong>de</strong>r à sua esposa que ela po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve agir por contaprópria, que <strong>de</strong>ve assumir uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> sozinha sema <strong>de</strong>cisão do cabeça, sem a <strong>de</strong>cisão do marido. Por isso Eva confessaa <strong>Deus</strong> que foi enga<strong>na</strong>da (“A serpente me enganou e eu comi” — v.13). Mas ela vai em frente e entrega o fruto proibido a Adão que“estava com ela”. Embora Paulo diga que Adão não foi iludido, ele,seguindo erradamente a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> sua esposa, come do frutoproibido; ele não assume a li<strong>de</strong>rança e não adverte a sua mulherdo erro, mas tor<strong>na</strong>-se cúmplice. Dessa forma concluímos que, porcausa da inversão dos papéis ocorreu a queda do homem.Paulo cita isso para ilustrar o que acontece quando as atribuições,quando os papéis são invertidos. Não estamos dizendo que a culpaé toda <strong>de</strong> Eva, ao contrário, dizemos que a culpa maior é <strong>de</strong>Adão, porque ele negligencia seu papel <strong>de</strong> cabeça e se <strong>de</strong>ixa levarpela astúcia <strong>de</strong> Satanás. Fica bem claro que a serpente sabia aquem <strong>de</strong>veria enga<strong>na</strong>r e conseguiu seu intento.Vemos que Paulo não usa aqui um argumento cultural, um costumeda época para resolver um problema que Timóteo enfrentava


<strong>na</strong> igreja <strong>de</strong> Éfeso. Está claro que Paulo não permite que a mulherensine aos homens tendo em vista o primeiro casal, quando a mulherfoi enga<strong>na</strong>da e quando foi quebrada a or<strong>de</strong>m da criação. Pauloestá claramente exercendo sua autorida<strong>de</strong> apostólica para dizerque a mulher não po<strong>de</strong> ensi<strong>na</strong>r <strong>na</strong> igreja porque esta é uma prerrogativadaquele que tem a autorida<strong>de</strong> do ensino e da li<strong>de</strong>rança <strong>na</strong>igreja — o homem; e Paulo faz isso tomando como base a or<strong>de</strong>mda criação <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.


O TEXTO MAIS ODIADO DAS FEMINISTASVamos para o texto mais odiado das feministas “cristãs”, masque consolida a posição bíblica: “... 33 - porque <strong>Deus</strong> não é <strong>de</strong>confusão, e sim <strong>de</strong> paz. Como em todas as igrejas dos santos, 34- conservem-se as mulheres caladas <strong>na</strong>s igrejas, porque não lhes épermitido falar; mas estejam submissas como também a lei o <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>.35 - Se, porém, querem apren<strong>de</strong>r alguma coisa, interroguem,em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhosofalar <strong>na</strong> igreja” (1 Co 14:33-35).O contexto <strong>de</strong>sta passagem mostra Paulo tratando com pessoasque estavam quebrando a or<strong>de</strong>m normal que <strong>de</strong>veria haver no cultoporque reivindicavam ter a li<strong>de</strong>rança do Espírito para exerceresta li<strong>de</strong>rança. Cremos que as mulheres da época achavam quea liberda<strong>de</strong> que tinham em Cristo e o <strong>de</strong>rramar do Espírito <strong>de</strong>s<strong>de</strong>Pentecostes lhes dava o direito <strong>de</strong> assumir a li<strong>de</strong>rança (autorida<strong>de</strong>)no culto. Isso tor<strong>na</strong> a passagem muito interessante para nós.Quando uma mulher questio<strong>na</strong>: “Se <strong>Deus</strong> me chamou, me vocacionou,me encheu do Seu Espírito, me <strong>de</strong>u habilida<strong>de</strong>s, inteligência,quem é você para me dizer que não <strong>de</strong>vo ser or<strong>de</strong><strong>na</strong>da aoministério ou que não posso ensi<strong>na</strong>r?”. Bem, neste caso po<strong>de</strong>mostomar as palavras <strong>de</strong> Paulo e dizer: “O problema com este raciocínioé que o apóstolo Paulo nos diz que ele não permite isso”.Será que lembramos como Paulo falou aos coríntios que estavamem êxtase profetizando e trazendo revelações do Espírito através<strong>de</strong> línguas estrangeiras? Ele diz àqueles crentes <strong>de</strong> Corinto no v.28: “Mas, não havendo intérprete, fique calado <strong>na</strong> igreja...”. Ou seja:“Vocês po<strong>de</strong>m ter uma mensagem vinda <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> através <strong>de</strong> línguasestrangeiras, mas se não tiverem um intérprete fiquem calados”.Ou seja, mesmo que eles tivessem alguma mensagem especial eum dom extraordinário, mesmo que tivessem esta gran<strong>de</strong> “aptidão”,se não tivessem intérprete, <strong>de</strong>viam ficar calados. Paulo estádizendo algo semelhante às mulheres aqui no texto!Vejamos o v. 33, pois ele nos ensi<strong>na</strong> muito. Será que Paulo estádando esta orientação ape<strong>na</strong>s e especificamente para os crentes


da igreja <strong>de</strong> Corinto? Sim ou não? Não! Se não era ape<strong>na</strong>s paraeles, era para quem mais? Para todas as igrejas <strong>de</strong> Cristo – “Comoem todas as igrejas dos santos”. Isso nos mostra que não é umaquestão cultural <strong>de</strong> Corinto ou Éfeso. É uma questão que tambématinge as igrejas do Brasil e do mundo.Este argumento é praticamente um paralelo do que vemos em 1Tm 2:11-12 (“A mulher aprenda em silêncio (não fale), com todaa submissão. E não permito que a mulher ensine, nem exerça autorida<strong>de</strong><strong>de</strong> homem; esteja, porém, em silêncio (não fale)”. Paulo usaduas palavras importantes aqui: “silêncio” e “submissão”; ele dizque não é permitido a mulher falar e o contexto nos leva a inferirque a ela não é permitido ensi<strong>na</strong>r, especialmente se comparamos1 Co 14: e 1 Tm 2. Se olharmos para 1 Co 14: 26, Paulo ali<strong>de</strong>screve em breves palavras o que ele vai <strong>de</strong> tratar logo a seguir.“Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro,doutri<strong>na</strong>, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação.Seja tudo feito para edificação”. Ele não traz qualquerinstrução sobre que salmo era este, mas sabemos que sem dúvidaera algo inspirado (um hino inspirado), fruto <strong>de</strong> uma revelação,porque o contexto <strong>de</strong> dons extraordinários aponta para isso.Mas <strong>na</strong>s próximas palavras Paulo lista aquilo que ele vai tratardaí em diante. Ele mencio<strong>na</strong>: “doutri<strong>na</strong> ... revelação ... língua ...interpretação.Começando no v. 27 vemos a primeira coisa que Paulo trata. Trata<strong>de</strong> línguas e sua interpretação. Não é assim que ele começa?Continuando encontramos a palavra “revelação”, pois quandoPaulo trata dos profetas mais adiante, ele vai falar exatamente <strong>de</strong>revelação (vv. 29-30). Mas qual é a palavra que vem antes <strong>de</strong> tudoisso no (v. 26)? Doutri<strong>na</strong> ou instrução, ou ensino. Então, em umúnico texto Paulo explica <strong>de</strong> qual tema ele está tratando e intencio<strong>na</strong>lmenteaborda também a questão <strong>de</strong> como a mulher <strong>de</strong>veparticipar no culto, <strong>na</strong> igreja. Isso é importante porque nos mostraque havia <strong>de</strong>svios daquilo que <strong>Deus</strong> estabelece em Sua Palavra.Temos aqui um paralelismo entre 1 Co 14:33-35 e 1 Tm 2:11-14. Porém, Paulo é mais enfático quanto à questão da mulher nos


versículo 33 a 35 <strong>de</strong> 1 Co 14. Po<strong>de</strong>ríamos perguntar: Por que aquiPaulo não usou a palavra “ensi<strong>na</strong>r” e sim a palavra “falar” (... conservem-seas mulheres caladas <strong>na</strong>s igrejas, porque não lhes é permitidofalar — v. 34)? Paulo usa a mesma palavra que consistentementeusou quando se dirigiu àqueles que falavam em línguase profetizavam. No v. 28 ele disse: “fique calado”; no v. 30 falou:“cale-se”. E, quando chega à mulher no v. 34 ele também usa amesma palavra — “conservem-se as mulheres caladas”.É importante sabermos que aquele que falava em línguas e aqueleque profetizava, ambos estavam trazendo algum ensino para edificara <strong>Igreja</strong>. Assim enten<strong>de</strong>mos porque Paulo usava esta mesmapalavra para os três: para os que falavam em línguas, para os queprofetizavam e para as mulheres da congregação.Por que Paulo diz que as mulheres não <strong>de</strong>vem falar e <strong>de</strong>vem estarsubmissas (v.34)? Qual o motivo que ele apresenta? Resposta: “...a lei o <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>” (1 Co 14:34). Que lei é esta? Se olharmos paraos comentários mais antigos infelizmente eles se reportam à maldição<strong>de</strong>cretada sobre a mulher em Gênesis 3:16, mas é um erro!Digo isso com gran<strong>de</strong> respeito por gran<strong>de</strong>s pastores e presbíteros.Mas mesmo assim, digo que é um erro! Creio que a lei que Paulose refere aqui é a mesma “lei” que ele usou para argumentação<strong>de</strong> 1 Co 11:8-9 e a mesma “lei” usada em 1 Tm 2:13. Que lei éesta? (1) O homem não foi feito da mulher, mas a mulher foi feita dohomem, nem o homem foi criado por causa da mulher, mas a mulherfoi criada por causa do homem; (2) Adão foi criado primeiro e <strong>de</strong>poisEva. É por isso que estamos tratando <strong>de</strong>sse assunto <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong>uma visão mais ampla da lei e da pieda<strong>de</strong>. Isso nos <strong>de</strong>monstra oque a lei <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>: “... conservem-se as mulheres caladas <strong>na</strong>s igrejas,porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas comotambém a lei o <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>” (1 Co 14: 34).Vemos que o apóstolo Paulo dirige estas palavras aos crentes. Eleestá se referindo à <strong>Igreja</strong>. Ele sabe que homem e mulher são umem Cristo; sabe que somos justificados e chamados igualmente,mas somos chamados igualmente para exercermos papéis diferentes.Paulo sabe que o que <strong>Deus</strong> or<strong>de</strong><strong>na</strong> e institui é sem dúvida


om para nós. Não é algo que nos rebaixa ou que nos menospreza,mas é algo bom para a <strong>Igreja</strong>!


QUESTÃO PRÁTICAAqui entramos em uma questão prática. Como não violar estaor<strong>de</strong>m estabelecida por <strong>Deus</strong> quando a mulher tem algumacoisa a perguntar ou <strong>de</strong>seja apren<strong>de</strong>r mais daquilo que o pastorpregou? Bem, para isso ela <strong>de</strong>ve, segundo Paulo, perguntar ao maridoem casa:“Se, porém, querem apren<strong>de</strong>r alguma coisa, interroguem, em casa,a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar <strong>na</strong>igreja” (1 Co 14:35).Isso também vai edificar o marido. Edificar no sentido <strong>de</strong> que eletem <strong>de</strong> se preparar e ficar apto para respon<strong>de</strong>r e ensi<strong>na</strong>r à esposa.Mas isso não impe<strong>de</strong> a mulher <strong>de</strong> procurar um presbítero ou algumoficial da igreja para tirar sua dúvida e apren<strong>de</strong>r melhor sobre<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do assunto, visto que nem todos os esposos têm a capacida<strong>de</strong>para isso. O presbítero tem esta autorida<strong>de</strong> porque a Bíbliaafirma que ele <strong>de</strong>ve ser apto para o ensino. Isso vai impedir quealguém levante a mão e fale: “Quero só fazer uma pergunta”. Seráque isso significa simplesmente fazer uma pergunta ou significater o direito <strong>de</strong> usar o tempo para <strong>de</strong>bater e ensi<strong>na</strong>r alguma coisa,ou expor sua posição ou ainda confrontar aquele que ensi<strong>na</strong>?Charles Hodge comentando este versículo diz:“Não po<strong>de</strong>mos reprimir o <strong>de</strong>sejo que a mulher tem <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r,nem <strong>de</strong>vemos negar-lhe ajuda quanto à sua melhor instrução...Po<strong>de</strong>m perguntar tanto quanto <strong>de</strong>sejem sem, contudo, fazê-lo empúblico, porque para a mulher é vergonhoso falar <strong>na</strong> igreja. A palavrausada significa no grego algo que é feio, <strong>de</strong>formado”.Paulo está aqui preocupado com a or<strong>de</strong>m exter<strong>na</strong> do culto, masespecialmente com a imagem da mulher diante da congregação;que ela não aja <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>corosa; que não seja vista com <strong>de</strong>sonra;que sua pieda<strong>de</strong> seja preservada. Há uma versão em espanholque diz assim: “porque <strong>de</strong>sonesta coisa é falar uma mulher <strong>na</strong>congregação”.


PROFETIZAR — Você po<strong>de</strong>ria perguntar: Se Paulo diz em 1 Co11:5 que uma mulher podia profetizar <strong>na</strong> igreja <strong>na</strong>quela época, porque ela não po<strong>de</strong> pregar hoje?I) Bem, po<strong>de</strong>ríamos simplificar aqui dizendo que <strong>na</strong>quela épocahavia profetizas que recebiam revelações e podiam profetizar <strong>na</strong><strong>Igreja</strong>. Mas hoje não temos mais <strong>na</strong> igreja os dons revelacio<strong>na</strong>is.Sendo assim, reivindicar o direito da mulher falar <strong>na</strong> igreja tomandocomo base este fato, não proce<strong>de</strong>, porque as revelaçõescessaram.II) Mas alguém respon<strong>de</strong>u assim:“Nos comentários <strong>de</strong> Calvino ele vê dois problemas em Corinto.O primeiro era a questão do véu e o segundo era o problema dasmulheres falarem publicamente <strong>na</strong> igreja. O tratamento <strong>de</strong> Calvinoé: No capítulo 11 ele trata do problema do véu e no capítulo14 ele lida com a questão da mulher falar em público no culto.Isso levanta a pergunta: Por que no capítulo 11 Paulo fala <strong>de</strong>mulheres orando e profetizando? A resposta é a seguinte: Paulolidou com estes problemas um <strong>de</strong> cada vez. Paulo não misturouos dois problemas. Primeiro lidou com o problema do véu e <strong>de</strong>poisele tratou do falar das mulheres. Quando chega ao capítulo14, Paulo <strong>de</strong>ixa bem claro que é impróprio para a mulher falarem público”.III) Alguns explicam este ponto dizendo que profetizar, no contexto<strong>de</strong> receber revelação, e repassar para o povo é algo passivoe não necessariamente significa usar <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>. Mesmoassim (como dissemos anteriormente), como não existe maisprofetismo em nossa época, isso fica <strong>de</strong>scartado. Mas creio queesta explicação fica a <strong>de</strong>ver quanto à questão <strong>de</strong> a mulher orarem público ou mesmo <strong>de</strong> profetizar, porque o texto diz que amulher podia profetizar e orar <strong>na</strong> igreja, contanto que tivessea cabeça coberta 2 . Como resolver a questão:1) O mais coerente é afirmar que Paulo em 1 Co 11:5 está ditandouma orientação específica com respeito à uma das irregula-2 É importante sabermos que aquele que falava em línguas e aquele que profetizava, ambosestavam trazendo algum ensino para edificar a <strong>Igreja</strong>.


ida<strong>de</strong> que ocorria <strong>na</strong> igreja <strong>de</strong> Corinto, <strong>de</strong>ntre tantas outras:a mulher não estava manifestando submissão e consi<strong>de</strong>raçãopor seu esposo, quando ela não cobria a cabeça, diz Calvino.2) Outro fato importante é que o texto <strong>de</strong> 1 Co 14:34-35, explicao texto <strong>de</strong> 1 Co 11:5. Esta é uma regra <strong>de</strong> interpretaçãosadia. O texto claro explica o obscuro.3) Mas há ainda outro dado importante. Paulo diz que issoera comum a “todas as igrejas dos santos” e assim nos mostraum fato histórico importante. Por que este fato histórico éimportante? Porque quando consi<strong>de</strong>ramos o Princípio Reguladordo Culto, não só <strong>de</strong>vemos fazer aquilo que (1) a Bíbliaor<strong>de</strong><strong>na</strong> explicitamente, mas também o que (2) po<strong>de</strong>mos inferirexegeticamente do texto e (3) se há algum exemplo históricobíblico que nos autorize a permitir <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da coisa noculto. Neste caso vemos que o dado histórico é que em todasas <strong>Igreja</strong>s do Novo Testamento as mulheres se conservavamcaladas (v. 33-34); e não temos nenhum exemplo histórico <strong>na</strong>Bíblia que autorize a permitir a mulher orar e falar em públicoquando se trata do contexto da igreja e seu papel <strong>na</strong> congregaçãoe suas extensões. 3 Não vemos isso no Velho Testamentoe nem no Novo Testamento. Até <strong>na</strong> Si<strong>na</strong>goga judaica somenteos homens tinham permissão <strong>de</strong> orar ou ensi<strong>na</strong>r e esta práticacontinuou <strong>na</strong> <strong>Igreja</strong> posteriormente.Há quem diga <strong>de</strong> forma mais simplista que Paulo proíbe porqueseria ape<strong>na</strong>s sua opinião pessoal. Mas Paulo proíbe porque temrazões divi<strong>na</strong>s para isso: a) quebra a or<strong>de</strong>m da criação; b) quebrao princípio da li<strong>de</strong>rança no lar e <strong>na</strong> igreja.Muitos pensam que tudo isso é i<strong>de</strong>ia da cabeça <strong>de</strong> Paulo. Será?De quem foi a i<strong>de</strong>ia?Vamos voltar para 1 Co 14. Veja como o apóstolo Paulo chega ao pontocrucial da sua explicação. Vejamos o v. 36: “Porventura a palavra<strong>de</strong> <strong>Deus</strong> se originou no meio <strong>de</strong> vós, ou veio ela exclusivamente para vósoutros?”. Ou seja: “Foram vocês que <strong>de</strong>ram origem a esta palavra?”.3 Escola Dominical, Seminário Teológico, Simpósios, Congressos, etc.


Para mim é uma frase bastante irônica. É como se Paulo tambémperguntasse: (1) “Será que foram vocês que escreveram Bíblia, ou(2) será que a Palavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> foi dada só para vocês?”. “Será quesó vocês sabem o que é uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> culto e nós não sabemos?”.Paulo está fazendo esta pergunta penetrante porque está certo <strong>de</strong>que eles conhecem qual a resposta correta.A resposta <strong>de</strong> Paulo está <strong>na</strong> sua conclusão no versículo 37: “Se alguémse consi<strong>de</strong>ra profeta, ou espiritual, reconheça ser mandamentodo Senhor o que vos escrevo”. Ele está se referindo aos profetasda época, aos que falam línguas e às mulheres, dizendo: “Comovocês <strong>de</strong>vem receber o que eu escrevi?”. Resposta: Como mandamentodo Senhor! Então, ele <strong>de</strong>staca que o que ele acaba <strong>de</strong> falaré mandamento do Senhor e ele é seu porta-voz. Paulo escreveBíblia!


CONCLUSÃOIO que isso não proíbe às mulheres? Olhemos para Tito 2:1-5.Ali Paulo afirma que as mulheres mais velhas <strong>de</strong>vem ensi<strong>na</strong>r àsmulheres mais novas como se portarem com seus maridos e seusfilhos, a serem sensatas honestas, boas do<strong>na</strong>s <strong>de</strong> casa, submissasaos seus maridos, bondosas e assim a Palavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> não serádifamada. Além disso a Bíblia também não proíbe as mulheres <strong>de</strong>testemunharem informalmente da ressurreição <strong>de</strong> Cristo comofoi o caso <strong>de</strong> Maria Madale<strong>na</strong> ou <strong>de</strong> compartilharem sua fé emCristo, mesmo com os homens, como ocorreu com Priscila e Apolo.Vejamos estes dois exemplos:a) Mateus 28:7,9,10. Pense <strong>na</strong>s últimas palavras <strong>de</strong> Jesus paraas mulheres. “I<strong>de</strong> avisar a meus irmãos que se dirijam à Galiléia, elá me verão”.b) A Bíblia não proíbe a mulher <strong>de</strong>, junto com o marido ou umpresbítero e <strong>de</strong> forma reservada, falar com algum homem queestá precisando <strong>de</strong> ajuda doutrinária. É a forma <strong>de</strong> ajudar às pessoasa crescerem. Portanto, aqui po<strong>de</strong>mos tirar a lição <strong>de</strong> quePaulo permite um ajuntamento mais particular <strong>de</strong> homens emulheres juntos para ajudar uma pessoa a crescer <strong>na</strong> fé. Issoaconteceu com Áquila e Priscila em Atos (At 18: 24-26):“24.Nesse meio tempo, chegou a Éfeso um ju<strong>de</strong>u, <strong>na</strong>tural <strong>de</strong> Alexandria,chamado Apolo, homem eloquente e po<strong>de</strong>roso <strong>na</strong>s Escrituras.25.Era ele instruído no caminho do Senhor; e, sendo fervoroso <strong>de</strong>espírito, falava e ensi<strong>na</strong>va com precisão a respeito <strong>de</strong> Jesus, conhecendoape<strong>na</strong>s o batismo <strong>de</strong> João. 26.Ele, pois, começou a falarousadamente <strong>na</strong> si<strong>na</strong>goga. Ouvindo-o, porém, Priscila e Áquila,tomaram-no consigo (‘o levaram consigo’ – Revista e Corrigida)e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>”.II) Mas o texto não proíbe as mulheres <strong>de</strong> ensi<strong>na</strong>rem às crianças(2 Tm 3:14-15; 2 Tm 1:5). Portanto, a mulher po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>senvolverum ministério amplo <strong>na</strong> área do ensino <strong>na</strong> igreja.Lembremos que o ensino <strong>de</strong> Paulo, entretanto, para a <strong>Igreja</strong> é a se-


guinte: “E não permito que a mulher ensine, nem exerça autorida<strong>de</strong>sobre o homem”.Uma pergunta prática.A mulher po<strong>de</strong> ser convidada a ir à frente para conduzir toda a congregaçãoa <strong>Deus</strong> em oração? Temos <strong>de</strong> lembrar que Paulo proíbenão só o ensi<strong>na</strong>r, mas como o exercer autorida<strong>de</strong>. Quando alguémlê as Escrituras, como o pastor, por exemplo, nós temos uma pessoaque é uma autorida<strong>de</strong> sobre nós 4 . O mesmo se <strong>de</strong>duz em relaçãoà oração pública. Quando alguém nos conduz em oração,esta pessoa também está exercendo autorida<strong>de</strong>. Então, <strong>de</strong> acordocom a Palavra, o ler as Escrituras ou orar sobre a congregação, issosignifica autorida<strong>de</strong> e, como tal, não é permitido à mulher.*4 O Catecismo Maior <strong>de</strong> Westminster diz: Pergunta 156: A Palavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> <strong>de</strong>ve ser lida por todos?Resposta: Embora não seja permitido a todos lerem a Palavra em público para a congregação,as pessoas <strong>de</strong> todas as categorias têm, contudo, a obrigação <strong>de</strong> a ler em particular para si mesmos ecom as suas famílias; fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> pela qual as Sagradas Escrituras <strong>de</strong>vem ser traduzidas das línguasorigi<strong>na</strong>is para as línguas vernáculas.


QUE DIZ JOHN MACARTHUR SOBRE I TIMÓTEO 2:8John MacArthur, em seu livro, Homens e <strong>Mulher</strong>es, da EditoraTextus, <strong>na</strong> pági<strong>na</strong> 121-123, comenta o versículo “Quero, portanto,que os varões orem em todo lugar, levantando mãos santas,sem ira e sem animosida<strong>de</strong>” (1 Tm 2:8), dizendo:Em 1 Tm 2:8 Paulo abre a discussão com esta tarefa dos homens:“Quero, portanto, que os varões orem em todo lugar, levantando mãossantas, sem ira e sem animosida<strong>de</strong>”. Este texto estabelece a base parao chamado à oração. “Portanto” refere-se aos sete versículos anteriores<strong>de</strong> 1 Tm 2, que falam sobre a importância da oração em favor<strong>de</strong> todas as pessoas, especialmente as autorida<strong>de</strong>s não cristãs. Aresponsabilida<strong>de</strong> única <strong>de</strong> se oferecer oração pública (grifo nosso)em favor dos perdidos é uma obrigação especial dos homens. O contextoimediatamente anterior <strong>de</strong>ixa claro que a questão é salvação.A palavra grega traduzida como “varões” no versículo 8 refere-seao homem não num sentido genérico, mas ao gênero masculino(macho).Os homens <strong>de</strong>vem li<strong>de</strong>rar quando a <strong>Igreja</strong> se reúne para adoraçãocorporativa. Na si<strong>na</strong>goga judaica, somente os homens tinham permissão<strong>de</strong> orar, e esta prática continuou <strong>na</strong> <strong>Igreja</strong> posteriormente.A expressão grega traduzida “em todo lugar” refere-se a uma assembleiaoficial da igreja (I Co 1.2; II Co2.14; I Ts1.8). Paulo estavadizendo que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> on<strong>de</strong> a igreja se reú<strong>na</strong> oficialmente,homens selecio<strong>na</strong>dos <strong>de</strong>vem li<strong>de</strong>rar a oração pública.Alguns <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que esta afirmação contradiz I Coríntios 11.5,on<strong>de</strong> Paulo permite que as mulheres orem e proclamem a Palavra.Esta passagem, porém, <strong>de</strong>ve ser interpretada à luz <strong>de</strong> I Coríntios14:34, que proíbe que as mulheres falem <strong>na</strong> assembleia. Além disso,conforme vimos no capítulo 2, as mulheres têm permissão <strong>de</strong>orar e anunciar a Palavra, mas não quando a <strong>Igreja</strong> se reúne numculto oficial. Isso <strong>de</strong> forma alguma marca a mulher como espiritualmenteinferior (cf. Gl 3.28): nem todos os homens pregama Palavra <strong>na</strong> assembleia, mas só aqueles que foram chamados equalificados para isso.


“Levantando mãos santas, sem ira e sem animosida<strong>de</strong>” especificacomo os homens <strong>de</strong>vem orar. Os israelitas tinham o costume<strong>de</strong> erguer as mãos quando oravam (veja, por exemplo, Sl 134.2)como um gesto que indicava a oferta da oração e a prontidão emreceber a resposta. A ênfase do mandamento <strong>de</strong> Paulo está noem santida<strong>de</strong>. Assim, permanece como uma metáfora expressandoa vida pura. Aqui, vemos uma qualificação específica doshomens selecio<strong>na</strong>dos para li<strong>de</strong>rar a oração no culto público: <strong>de</strong>vemter uma vida santa. Sua atitu<strong>de</strong> interior é “sem ira e semanimosida<strong>de</strong>”. Os lí<strong>de</strong>res eclesiásticos não <strong>de</strong>vem ser caracterizadospela raiva e pelas disputas; <strong>de</strong>vem ter corações amáveis epacíficos._____________A li<strong>de</strong>rança da congregação <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> é uma tarefa sacerdotal. No Antigo Testamento,todos os sacerdotes que li<strong>de</strong>ravam o povo <strong>na</strong> presença <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> eramdo sexo masculino (grifo nosso) (Ex 28.1; 32.26-29; Lv 8.2; Nm 8.16-26) –(Nota do Editor). Entrevista com Dr. George Knight III


ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O DR. G. KNIGHT1) Os Puritanos: Devemos enten<strong>de</strong>r Evangelho e <strong>Lei</strong> como a mesmacoisa, ou são diferentes?George Knight: É verda<strong>de</strong> que são diferentes em certo ponto, masos dois expressam a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> para nós <strong>de</strong> maneira diferente.Por exemplo, a <strong>Lei</strong> expressa a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> com respeito à formacomo <strong>de</strong>veríamos viver. O Evangelho expressa como <strong>Deus</strong> nos salvaatravés <strong>de</strong> Jesus Cristo, sua morte e ressurreição. Então, o Evangelho,primordialmente expressa a graça e a <strong>Lei</strong>, como a própria <strong>de</strong>finiçãoindica, nos mostra a <strong>Lei</strong>. Mas nós precisamos da graça <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>para obe<strong>de</strong>cer a <strong>Lei</strong>. Assim, os dois à primeira vista são diferentes,mas os dois têm sua origem em <strong>Deus</strong> e expressam a Sua vonta<strong>de</strong>.2) Os Puritanos: Como os crentes do Velho Testamento eram justificados?G. K.: Eles eram justificados olhando para o Messias que haveria<strong>de</strong> vir. Eram justificados expressando sua fé nesta promessa. Oferecendosacrifícios, até que o perfeito sacrifício veio levando assima ira <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> que era a punição dos seus pecados; <strong>de</strong>ssa forma,<strong>Deus</strong> po<strong>de</strong> perdoar seus pecados. Resumidamente, po<strong>de</strong>ríamos dizerque eles foram justificados exatamente como somos justificadosno Novo Testamento. Eles punham sua fé em algo que estavasendo antecipado e nós, que vivemos <strong>de</strong>pois do cumprimento dapromessa, somos justificados olhando para o que foi cumprido. Oque encontramos <strong>na</strong> Palavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> é que eles foram salvos tendofé <strong>na</strong> mesma esperança que temos, conforme está em Romanos3:21-26. Vemos no v. 25 e 26: “... por ter <strong>Deus</strong>, <strong>na</strong> sua tolerância,<strong>de</strong>ixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo emvista a manifestação da sua justiça no tempo presente...”. O queparece ter sido algo simplesmente <strong>de</strong>ixado “<strong>de</strong> lado”, <strong>na</strong> verda<strong>de</strong>não o foi, mas simplesmente tido como algo real no tempo, antesdo cumprimento efetivo. Po<strong>de</strong>mos ver com isso, que tanto oscrentes do VT como do NT são justificados com base no mesmoato: o sacrifício do Senhor Jesus.


3) Os Puritanos: Então, a palavra chave aí é propiciação?G. K.: Sim, sem dúvida. A palavra chave aqui é propiciação, porquesignifica “carregar a ira <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>” e assim, por meio <strong>de</strong>sta obrarealizada por Cristo (propiciatória), <strong>Deus</strong> po<strong>de</strong>ria ser justo parajustificar.4) Os Puritanos: Por que Paulo diz que as mulheres <strong>de</strong>vem ficarcaladas <strong>na</strong> igreja (no culto) “porque a lei o <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>”? Que lei éesta?G. K.: De fato, o apóstolo Paulo diz em I Co 14:34 e I Tm 2:11-12,que as mulheres não <strong>de</strong>vem ensi<strong>na</strong>r, exercer autorida<strong>de</strong> sobre oshomens. Ele não <strong>de</strong>screve claramente que lei é essa, mas em I Tm2:14 ele <strong>de</strong>screve e mostra a que <strong>Lei</strong> ele está se referindo. Percebemosque ele está se referindo ao mesmo assunto, exatamenteporque ele está tratando da questão do comportamento da mulher<strong>na</strong> igreja. Paulo se refere à criação mostrando que Adão foi criadoprimeiro e <strong>de</strong>pois Eva. Então, esta lei se refere ao ensino <strong>de</strong> Gênesis,quando expressa a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> <strong>na</strong> criação.Po<strong>de</strong>mos, então, enten<strong>de</strong>r que essa lei compreen<strong>de</strong> as or<strong>de</strong><strong>na</strong>nças<strong>de</strong> <strong>Deus</strong> para o homem no casamento, no trabalho, e em toda suavida, como <strong>de</strong>ve agir segundo a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Ele não está citandoaqui a maldição que foi impetrada por <strong>Deus</strong> à Eva, não estáfalando que nós <strong>de</strong>vemos ter esse tipo <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento porqueo pecado trouxe essa conseqüência, mas, <strong>na</strong> verda<strong>de</strong> o que ele estáfalando é que essa é a or<strong>de</strong><strong>na</strong>nça <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, o que <strong>Deus</strong> tem estabelecidopara o relacio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> homem e mulher, particularmenteno casamento como estrutura <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação do mundo. Essaé a razão porque, não somente o apóstolo Paulo, mas também oapóstolo Pedro estabelece esta mesma regra para o relacio<strong>na</strong>mento<strong>de</strong> homem e mulher. Eles fazem isso mostrando a verda<strong>de</strong> éticado Evangelho. Po<strong>de</strong>mos ver também essa mesma lei ética das or<strong>de</strong><strong>na</strong>nçasdadas por <strong>Deus</strong> expressas em 1 Co 11. Da mesma forma,ali, o apóstolo Paulo cita nos versículos 8 e 9 as or<strong>de</strong><strong>na</strong>nças <strong>de</strong><strong>Deus</strong> <strong>na</strong> criação. Esta or<strong>de</strong><strong>na</strong>nça da criação é citada em 1 Co 11 e1Tm 2. Uma coisa importante a notar neste assunto é que o relacio<strong>na</strong>mento<strong>de</strong> marido e mulher é baseado nessa or<strong>de</strong><strong>na</strong>nça dada


por <strong>Deus</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início. Precisamos notar, também, que o apóstoloPaulo esten<strong>de</strong> isso para o exercício das ativida<strong>de</strong>s da mulher <strong>na</strong>igreja, especialmente proibindo que ela seja pastora, presbítera,diaconisa, ou exerça qualquer tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> ou ofício que tenhaautorida<strong>de</strong> sobre os homens, usando o mesmo argumento dacriação.Dessa forma, se observarmos e guardarmos aquilo que <strong>Deus</strong> or<strong>de</strong><strong>na</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação, como <strong>de</strong>ve ser o relacio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> marido emulher, necessariamente vamos concluir que a mulher não po<strong>de</strong>exercer qualquer tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> ou ofício <strong>na</strong> igreja que venhaexercer autorida<strong>de</strong> sobre o homem ou o marido.5) Os Puritanos: Po<strong>de</strong>mos, então concluir que isso não era algoape<strong>na</strong>s para Corinto, mas também para as outras igrejas “dos santos”?G. K.: Claro. Po<strong>de</strong>mos perfeitamente concluir isso, primeiro porqueuma or<strong>de</strong><strong>na</strong>nça da criação é para todos e segundo porque Pauloexpressa isso <strong>de</strong> um modo muito claro em um versículo (v.33)dizendo que esta era a prática para todas as igrejas.6) Os Puritanos: Paulo em Gálatas diz que, em Cristo, homem emulher são iguais; isso não seria argumento para a or<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong>pastoras e presbíteras? G.K: Alguns tentam usar este argumentopara tirar esta conclusão, mas acho que estão errados por algumasrazões: Se fizermos esta conclusão vamos fazer Paulo contradizera si mesmo. Paulo escreveu a carta <strong>de</strong> Gálatas, I Coríntiose I Timóteo. Temos que enten<strong>de</strong>r o que ele diz em Gálatas semcontradição com o que ele diz <strong>na</strong>s outras epístolas. A maioria doscomentaristas e estudiosos que comentam esta passagem estão<strong>de</strong> acordo com este pensamento. O que o versículo quer dizer éque homem e mulher são iguais porque foram salvos e unidos aCristo da mesma maneira. Alguém po<strong>de</strong>ria dizer que nossos filhossão salvos da mesma maneira que os pais são e isso invalidaria omandamento que diz que as crianças <strong>de</strong>vem honrar seus pais eobe<strong>de</strong>cê-los. Po<strong>de</strong>mos usar o mesmo argumento quanto à relação<strong>de</strong> marido e mulher. Precisamos notar que a Bíblia fala <strong>de</strong> duascoisas primordialmente importantes sobre o relacio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong>


marido e mulher: São iguais como sendo pecadores e pessoas salvasem Cristo, mas têm diferentes funções dadas por <strong>Deus</strong>. É bomlembrar que o Senhor Jesus Cristo tem uma função diferente comoFilho diante do Pai. Em I Co 11:3 Paulo diz que <strong>Deus</strong> o Pai é o cabeça<strong>de</strong> Cristo. Mas diz a mesma coisa, ao afirmar que o marido éo cabeça da mulher.7) Os Puritanos: O argumento usado por Paulo <strong>de</strong> que a mulhernão po<strong>de</strong> ensi<strong>na</strong>r ao homem <strong>na</strong> igreja é cultural ou teológico, doutrinário?G. K.: Eu teria <strong>de</strong> dizer que o argumento que Paulo usa é bíblico,teológico e não cultural. É o argumento usando as or<strong>de</strong><strong>na</strong>nças <strong>de</strong><strong>Deus</strong> <strong>na</strong> criação. Mesmo que não fosse assim, teríamos que olharpara o texto e ver no contexto a conclusão do que o texto diz enão o que supostamente po<strong>de</strong>ria dizer. Há muitos argumentosque se usam para se tentar dizer que o texto é cultural. Algunsacham que talvez Paulo estivesse sugestio<strong>na</strong>do por uma má influênciajudicial. Ou que Paulo estivesse usando este argumento <strong>de</strong>proibir <strong>de</strong> a mulher ensi<strong>na</strong>r o homem por uma influência culturalda cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Éfeso, e que ele teria proibido a mulher <strong>de</strong> falar emCorinto porque a igreja estaria muito influenciada pelo “carismatismo”.Outros usam o argumento cultural simplesmente dizendoque a cultura grego-roma<strong>na</strong> não admitia a supremacia da mulhersobre o homem. Mas, <strong>na</strong> verda<strong>de</strong> o que temos <strong>de</strong> perceber é quetodos esses os argumentos culturais que são dados, não são bíblicos.Paulo usa simplesmente o argumento da criação, <strong>de</strong> que Adãofoi criado primeiro e <strong>de</strong>pois Eva, fala da or<strong>de</strong><strong>na</strong>nça <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> e <strong>na</strong>damais. Então, temos <strong>de</strong> nos curvar diante do que o texto diz porquea or<strong>de</strong><strong>na</strong>nça <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> não é influência cultural.8) Os Puritanos: Mas se o pastor da igreja autorizasse a mulhera pregar ou ensi<strong>na</strong>r <strong>na</strong> igreja ao homem? Se ela estivesse sob aautorida<strong>de</strong> do ministro ela po<strong>de</strong>ria agir assim? G.K.: Muitos usamesse tipo <strong>de</strong> argumento, mas o que temos <strong>de</strong> perceber é aquiloque Paulo diz: “Não permito que a mulher ensine, nem que exerçaautorida<strong>de</strong> sobre o homem...” (I Tm 2:12). Se o pastor <strong>de</strong>r esta autorida<strong>de</strong>ele teria mais autorida<strong>de</strong> do que Paulo.


9) Os Puritanos: Por que em nossa época há esse <strong>de</strong>sejo das mulheresserem or<strong>de</strong><strong>na</strong>das pastoras, presbíteras e diaconisas? Porque surge essa ênfase agora quando isso nunca foi prática <strong>na</strong> igrejado passado?G. K.: É difícil respon<strong>de</strong>r a essa pergunta porque é difícil conhecero coração das pessoas e penetrar em seus pensamentos. Mas aresposta talvez seja <strong>de</strong>vido ao espírito da nossa época que é exatamenteo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> revolucio<strong>na</strong>r e mudar todas as leis estabelecidas<strong>na</strong> Palavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Mas ao mesmo tempo po<strong>de</strong>mos perceberque não é só <strong>na</strong> nossa época, do século XX e XXI, pois percebemospela Escritura que esse espírito já existia no tempo <strong>de</strong> Paulo e porisso ele teve <strong>de</strong> escrever contra todas essas coisas. Talvez duas coisaspossam explicar isso:1) Talvez a primeira coisa seja esse entendimento errado arespeito do Evangelho que coloca o homem e a mulher numanova condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfazer essa antiga or<strong>de</strong>m estabelecida por<strong>Deus</strong>.2) Também a influência <strong>de</strong> Corinto com o evento das manifestaçõescarismáticas. Dessa forma o Espírito Santo po<strong>de</strong>riaestar supostamente dando uma nova autorida<strong>de</strong>. O que Pauloestá dizendo é que o ensino do próprio Senhor Jesus é que essaor<strong>de</strong>m dada por <strong>Deus</strong> não foi modificada em absoluto. Pauloensi<strong>na</strong> enfaticamente que o Evangelho não modifica as or<strong>de</strong><strong>na</strong>nças<strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Diz que o dom <strong>de</strong> falar em línguas e <strong>de</strong> profetizardas mulheres, para colocar as coisas “em or<strong>de</strong>m”, eleexplica em I Co 11 que isso não significa que a mulher mudousua posição em vista disso. Paulo lida com a questão do entendimentoerrado do Evangelho em várias formas. É lógico queele <strong>de</strong>veria escrever até mesmo para os que foram frutos doseu ministério, os que com ele se converteram, para que nãoenten<strong>de</strong>ssem <strong>de</strong> modo errado o Evangelho. Temos <strong>de</strong> fazer amesma coisa e não ter medo. Tratar do assunto com cuidadoe lembrar que nós temos <strong>de</strong> seguir o exemplo do gran<strong>de</strong> apóstoloPaulo.


10) Os Puritanos: Então, o argumento pragmático <strong>de</strong> que a mulhercom gran<strong>de</strong>s habilida<strong>de</strong>s, até mesmo maiores do que do homem,não justifica o exercício <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino sobre os homens?G. K.: É exatamente o que o apóstolo Paulo está con<strong>de</strong><strong>na</strong>ndo em ICo 14. Algumas mulheres já chegaram para mim dizendo que receberamo chamado <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> para o ministério e que <strong>Deus</strong> lhes capacitarae lhes <strong>de</strong>ra dons para o ministério mais do que a semi<strong>na</strong>ristashomens. É o mesmo caso das esposas! Já tive oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vermulheres que são mais inteligentes e habilidosas do que seus maridos.Mas não veremos em lugar nenhum <strong>na</strong> Bíblia que a mulher temque por isso ser cabeça do homem. O mesmo argumento serve paraa vida <strong>na</strong> igreja. Eu quero encorajar essas mulheres a ensi<strong>na</strong>rem aoutras mulheres e às crianças, mas não tentem invalidar o mandamentoapostólico tentando exercer autorida<strong>de</strong> sobre o homem.Quero ainda dar um conselho às esposas cristãs que aju<strong>de</strong>m no<strong>de</strong>senvolvimento da li<strong>de</strong>rança dos seus maridos, inclusive pedindo-lhesque eles façam o culto doméstico e exerçam sua li<strong>de</strong>rança.Tenho visto muitos maridos serem abençoados pela ajuda <strong>de</strong> suasesposas. Sei que essas mulheres que são muito inteligentes, sábiase piedosas vão querer fazer exatamente assim.11) Os Puritanos: O que diria para os lí<strong>de</strong>res das igrejas evangélicashistóricas que, em nossos dias, estão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a or<strong>de</strong><strong>na</strong>çãofemini<strong>na</strong>? Que conselho daria?G. K.: Como americano e tendo a experiência <strong>de</strong> lá da América,acho que posso dar um conselho aos brasileiros. Também porqueo Senhor me chamou para ser um pregador do Evangelho e ministrarSua Palavra a todas as <strong>na</strong>ções, tenho colocado esta posiçãoque também coloco aos meus patrícios americanos: o que diz aPalavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> e o que ela ensi<strong>na</strong> sobre isso? Quero encorajá-lose lembrá-los que o que a Palavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> ensi<strong>na</strong> é o que <strong>Deus</strong>ensi<strong>na</strong>. É a verda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser obe<strong>de</strong>cida e seguida. É o melhorque os homens e mulheres fariam. Quero aconselhar a não sermosinfluenciados pelo espírito <strong>de</strong>sta época e como seguidores quesomos da tradição reformada continuarmos firmes guardando osensinos das Escrituras.


Meu <strong>de</strong>sejo é que todos fiquem firmes no ensino do apóstolo Pauloe persuadidos da verda<strong>de</strong> conforme está <strong>na</strong> Palavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.

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