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A instituição política, sua trajetória e um petista em especial são ...

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É o que se pode constatar nos versos do po<strong>em</strong>a “O PobreQue Vota <strong>em</strong> Rico”, da nossa lavra:O rico só trata o pobreNo chicote e no trabucoEu achei certo, <strong>um</strong> rapazQue me disse <strong>em</strong> Pernambuco:Garanto, provo e explicoQue o pobre que vota <strong>em</strong> ricoAlém de pobre é maluco.(...)T<strong>em</strong> muito pobre que viveS<strong>em</strong> ter <strong>um</strong> lugar ao solMas vota por mixariaChinelo, roupa e lençol.É como o peixe que arriscaSaborear <strong>um</strong>a iscaMas abocanha <strong>um</strong> anzol!(...)Por isto agora eu convocoBranco, preto, velho e novoPra quando o rico pedirResponder: Não lhe promovoPorque me deu <strong>um</strong> palpiteQue passou a vez da eliteE agora é a vez do povo!(...)Já é hora de elegerAgricultor e operárioOu mesmo alguém conheçaO nosso sofrer diárioQue vá lutar todo diaPra frear a carestiaE a<strong>um</strong>entar o salário.O baiano Franklin Maxado, que morava <strong>em</strong> São Paulona época das grandes greves, militava <strong>em</strong> defesa dos trabalhadores.O seu folheto “O Que o Trabalhador Quer”, lançado<strong>em</strong> abril de 1979, descrevia as lutas contra a carestia, pelo<strong>em</strong>prego, pelo salário justo, pela reforma agrária e contra aexploração das multinacionais, que precisavam ser enfrentadaspelos sindicatos, mas a pauta não era a dos sindicatospelegos, era a do sindicalismo combativo e extrapolavaos limites da chamada luta trabalhista. Apontava para anecessidade da solução política.Já no folheto “Lula é o Brasil do Trabalhador”, o poetamostra que aquelas lutas só seriam eficazes se, além dosindicato, existisse o partido político dos trabalhadores. Nãobastaria pedir que os políticos mudass<strong>em</strong>, era necessáriomudar de políticos, mudar a forma de fazer política, comos próprios trabalhadores ass<strong>um</strong>indo a política:Pois nosso sist<strong>em</strong>a injustoSó agrada aos abastadosExplorando os d<strong>em</strong>aisOs tornando descaradosAduladores de ricosPara receber trocados.E foca diretamente na criação do PT, <strong>um</strong>a ideia queestava ainda <strong>em</strong> gestação <strong>em</strong> meio ao movimento sindical,às Comunidades Eclesiais de Base da Igreja e aos militantesdas organizações de esquerda que estavam saindo dasprisões ou voltando do exílio.O poeta já parte desmanchando a ideia de que os partidossocialistas seriam comandados de fora pra dentro, avelha ideia dos t<strong>em</strong>pos <strong>em</strong> que os PCs tinham <strong>um</strong> comandointernacional, o que dava marg<strong>em</strong> à direita para dizer queos esquerdistas não eram patriotas e estavam a serviço daCortina de Ferro, ou, como dizia <strong>um</strong> folclórico comunistade Mossoró, era tudo: “Marxista, leninista, stalinista, estopimde Moscou a serviço de Cuba...”Maxado prega <strong>um</strong> partido 100% brasileiro, mas que iaalém do socialismo moreno de Brizola, a reencarnação dovelho trabalhismo, cujos próceres não vinham da classetrabalhadora:O PT surgiu pra serUma ideia brasileira,Um instr<strong>um</strong>ento do povoS<strong>em</strong> a mente estrangeiraEmbora socialistaT<strong>em</strong> <strong>sua</strong> própria bandeira.Teoria e Debate 86 H janeiro/fevereiro 201058

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