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Sucata Sisters Sarrabulho - Culturgest

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<strong>Sucata</strong> <strong>Sisters</strong><strong>Sarrabulho</strong>de Hanneke Paauwe


teatro 21 e 22 de março21h30 · Grande Auditório · Duração 1h40Autora Hanneke Paauwe Tradução Célia Fechas e Steven Brys Encenação Graeme PulleynDirecção Musical Carlos Clara Gomes Cenografia, Figurinos e Cartaz Helen AinsworthAssistência de Cenografia Abel Duarte, Carlos Cal e Eduardo Correia Construção de Cenários Carlos CalDesenho de Luzes Victor Génio Fotografia Susana Paiva Intérpretes Susana Branco, Paulo Duarte, MiguelSopas e Tanya Ruivo Produção Executiva Paula Teixeira e Lúcia Simões Assessoria de Imprensa Paula TeixeiraDesign Gráfico Helen Ainsworth e Dpx DesignCo-Produção Teatro Regional da Serra do Montemuro e Teatro ViriatoAgradecimentos Auto-<strong>Sucata</strong>, Talho Kortabem (Castro Daire), Nair Morgado, Elisabete Morgado, Junta deFreguesia da Gralheira, Carlos Silvestre, Manuel Pendilhe, José Luís Duarte, Paulo Tribuna, Nuno Dias, LídiaDias Felix, Maria José Barbedo, Ourivesaria Silva (Castro Daire), Foto Ideal (Castro Daire), Galerias da Vandoma(Porto), Alexandre Figueiredo (cattViseu), Tuna Trambela e PSP Viseu na pessoa do Sr. Chefe França.


O espectáculoA pequena caravana inclina-se, quase bêbeda,contra um penedo no meio da sucatasilenciosa. Emite uma luz suja, ocrácea, queapanha o pouco brilho de pára-choques.Que já foram cromados neste cemitério decarros. Na encosta da serra a meio caminhodo cu de Judas.A traição está no ar. A multidão forçaos portões, corta o arame farpado e entrasem palavras, sem sinal, sem aviso. Os cães,ferozes por natureza, estão mudos estanoite, além de um rosnar pouco convicto,como se também eles sentissem o peso dadescoberta, o inevitável cerco.Duas irmãs são donas de uma sucatanum local isolado e montanhoso onde passauma estrada estreita, cheia de curvas ede outros perigos. Judas é dono do café. Amesa do canto reservada sempre para elas.Há quem diga que ele dorme com as duasao mesmo tempo. Há quem diga que é umanoite para cada uma. Há quem diga quenem ele tem coragem...O café do Judas é famoso na região: pelocartaz e pela bôla de carne. O cartaz é deplástico, com um pouco de relevo. Uma mulhersedutora olha-nos debaixo de anos desurro e de gordura. Dezenas de mãos lascivasjá tocaram no seio que ela expõe comum ar tímido e atrevido. As celebres bôlasdo Judas são motivo de paragem obrigatóriapara camionistas e motards, turistas evendedores, lavradores e alcoólicos. A suacarne suculenta é temperada com ingredientessecretos, a receita antiga que Judascolheu no ultramar. Tudo contido numadeliciosa e crocante crosta dourada. Mas odestino de quem se atreve a tocar na mamada mulher sedutora e plástica é macabro emalicioso. Teia de aranha mortal.Vingança imediata e escura. Estradatraiçoeira. Morte e desaparecimento. O carropara a sucata, esqueleto para a bagageirae a carne fresca e suculenta...? Inspiradonos melodramas do século dezanove, nosfilmes mudos e nas baladas country, <strong>Sucata</strong><strong>Sisters</strong> é de um humor terrivelmente negro.O confronto do urbano e do rural, do femininoe do masculino, do civilizado e do primitivodeixa-nos com um espectáculo quenos assusta e que nos entretém, que nos comovee nos faz pensar... Será possível? Masa verdade é que é. A verdade é pior do que onosso imaginário.Na sequência da co-produção de HotelTomilho com os Laika da Bélgica em 2004,o Teatro Regional da Serra do Montemurocontinua a internacionalização do seu trabalhocom <strong>Sucata</strong> <strong>Sisters</strong> – <strong>Sarrabulho</strong>, em2005-2006.O Teatro Viriato e o Teatro do Montemuroconcretizam o sonho de trabalharemjuntos, unindo o mais urbano e o mais ruraldos trabalhos culturais do distrito deViseu. Faz todo o sentido haver uma colaboraçãoentre o Teatro Viriato e o Teatro doMontemuro, por serem “vizinhos”, pela simpatiaque existe entre as duas estruturas,mas também pela vontade de aprofundar econsolidar este relacionamento. Queríamosir para além do simples acolhimento doTRSM no Teatro Municipal de Viseu e realizarum projecto comum, que contribuíssepara o desenvolvimento cultural do distritoe mostrasse ao país e à Europa o que alise faz. <strong>Sucata</strong> <strong>Sisters</strong> integra profissionaisdo distrito de Viseu e colaboradores nacionaise europeus, nomeadamente da Bélgicae da Inglaterra, na criação de uma obra queatravessa barreiras de língua e cultura.Com <strong>Sucata</strong> <strong>Sisters</strong> – <strong>Sarrabulho</strong> o TRSMassume uma experiência que passa portextos mais densos e por uma outra utilizaçãodo cenário e de todo o espaço cénico.Este é um espectáculo assumidamentediferente do que o TRSM costuma fazer: otexto complexo de Hanneke Paauwe e uma


encenação que obriga a uma permanênciaconstante e visível no palco durante todoo espectáculo permitiram aos actores umexercício formativo intenso e constituíramum desafio a uma companhia reconhecidapelo tom de comédia, clownesco e descontraído.Este espectáculo apresenta umoutro lado do Teatro do Montemuro, quedesta vez abdica dos seus tons terra paraapresentar tons lunares, tensos, sujos epoluídos. A Serra deixa de ser bucólica epassa a ser infernal. Elementos de culturapopular ocidental, o melodrama, a comédiafísica, as baladas country combinam comlegendas ao estilo dos filmes mudos, paracomunicar uma narrativa simples e subtil– uma comédia de assassinos em série, musicale arrepiante...


BiografiasGraeme Pulleyn veio para Portugal em1990 depois de acabar o curso de EstudosTeatrais e Artes Dramáticas na Inglaterra.Trabalhou como animador cultural numprojecto de desenvolvimento integradona Serra do Montemuro durante três anos.Durante este período conheceu um grupode jovens actores numa pequena aldeiachamada Campo Benfeito com quem maistarde fundou o Teatro Regional da Serra doMontemuro. Trabalhou durante doze anoscomo actor, encenador e director artísticodesta companhia. Hoje em dia o TRSM viajapelo país de lés a lés apresentando um teatrofortemente enraizado no seu meio, inovadore criativo no seu estilo. Peças comoLobo-Wolf, Eira dos Cães e Hotel Tomilhotornaram-se uma referência no panoramado teatro português dos últimos anos. Em2004 Graeme saiu da companhia para seguirprojectos pessoais e para voltar a trabalharcom jovens actores.Hanneke Pauuwe cresceu em Doetinchem(Holanda) e vive desde 1993 em Bruxelas. Éescritora, encenadora, actriz e artista plástica.Venusvingers é o seu primeiro romance.Tem também publicada uma recolha denovelas, Bijten in het toeval. Escreveu ostextos do espectáculo Hotel Tomilho, umaco-produção da companhia belga Laika, doTeatro do Montemuro e do CCB, integradono festival Percursos.Miguel Sopas nasceu em 1983 em Coimbra.Desde 1998 é membro do Teatro Amadorde Pombal, participando como actor emdiversas peças. Formado em Teatro pelaEscola Superior de Teatro e Cinema, participouem diversos projectos académicos,tendo inclusive integrado um grupo representanteda ESTC no Programme Sinaia2003 – ateliers internationaux des écolesde théâtre, na Roménia. Tem participadoem dobragens de desenhos animados e emdiversas produções.Paulo Duarte nasceu em Campo Benfeito,em 1972. Foi um dos elementos fundadoresdo Teatro Regional da Serra do Montemuro,em 1990, tendo participado em todo o processoformativo de crescimento e maturaçãodesta companhia profissional. Exercea profissão de actor assim como a de directortécnico. Desde os 8 anos que participaem peças de teatro amador. Participa emtodas as produções levadas à cena pelacompanhia.Susana Branco tem 28 anos. Natural deElvas, é licenciada pelo ConservatórioNacional. Fez parte do Grupo de Teatroda Faculdade de Letras de Lisboa e daCompanhia Teatral do Chiado. Participounos filmes Rasganço e Rádio Relâmpago.Trabalha regularmente com O Bando, destacando-seo espectáculo Vassilisa. Ganhoudois prémios com a companhia que integrajuntamente com Mafalda Saloio, o LugarVagon: Prémio de Reposição do ClubePortuguês de Artes e Ideias, em 2000, coma peça que deu origem ao nome da companhia,e uma Menção Honrosa no Concursode Teatro da Década com Vou Vai Ando.Tanya Ruivo nasceu em 1982 no Canadá.Após sete anos de dança, na Escola FrancineGélina (Canadá), em 2005 conclui a sua formaçãoem Teatro na Escola ProfissionalBalleteatro do Porto. Entre os projectosacadémicos em que participou destaca-se OBaile, projecto encenado por Isabel Barros,com apresentação no espaço de Serralves.Entre outros projectos conta com a ediçãode um livro, Gritos Mudos, pela editoraCaima-Press, em 2000. Integrará os espectáculosdo TRSM durante o ano de 2006, comoO Regresso do Pepino ou Qaribó.


A companhiaO Teatro Regional da Serra do Montemuronasceu em 1990, produto do encontro entreartistas locais, nacionais e internacionais,na pequena aldeia de Campo Benfeito, noalto da Serra do Montemuro.Uma das características principais dacompanhia em termos artísticos é a suaforte aposta na criação de textos originais,inspirados no mundo à sua volta. As peçassão concebidas num processo colectivoque une actores, escritores, encenadores,cenógrafos e compositores na criação destesespectáculos.O teatro do TRSM inspira-se na culturapopular, desde as máscaras de Lazarim atéaos Santos Populares e do cinema mudoaté ao fado, sem nunca criar espectáculos“fáceis” ou condescendentes.É um teatro contemporâneo, com assuas raízes fortemente e assumidamenteno meio rural e com a sua actividade emtodo território nacional e cada vez mais nopalco europeu.O texto tem uma função fundamental.Somos em primeiro lugar contadores dehistórias. A linha narrativa é o esqueleto detodo o nosso trabalho.Mas o texto e a palavra não são a únicalinguagem dos nossos espectáculos, nema principal. Cenários, figurinos, máscaras,música, emoção: tudo faz parte de umalinguagem teatral complexa, que fala parapúblicos muito diferentes, permitindo quecada espectador se relacione com a peçaao nível que lhe convém e que o satisfaz.O que mais distingue o Teatro doMontemuro em termos artísticos é a entregae a energia dos seus actores. O seu estilode representação é física e emocionalmentedesgastante; os actores impressionampela sua união em palco, pela sua capacidadede desdobramento de personagens epela sua forte presença.Sendo uma companhia do meio rural somospor obrigação e por vocação uma companhiaitinerante. Um dos atributos que nosdistingue é a nossa capacidade de apresentarum espectáculo em quase qualquer sítio.Apresentamos os mesmos espectáculosum dia na <strong>Culturgest</strong> ou no CCB em Lisboae no outro numa associação na Beira Baixaou num salão paroquial na Serra do Gerês,com o mesmo rigor.Um dos factores mais inovadores dotrabalho do TRSM é a experimentação comdispositivos alternativos com a relação


actor–espectador. Fazemos espectáculospara palcos convencionais, mas tambémapresentamos em palcos bi-frontais, emarena ou com o público em “promenade”.A diversidade dos espectáculos é fundamentalpara o TRSM e para o nosso público.Nos últimos dois anos, por exemplo:A Caminho do Oeste – 3 monólogos sobre otema do rioEira dos Cães – a partir de Macbeth deShakespeareCarrada de Bestas – espectáculo ao ar livreDeixem-me Ressonar – comédia sobre hospitais,doenças e a morteVasco na Cama – teatro para o público escolarGrande Aventura – teatro de ruaHotel Tomilho – instalação em grande escalaem AntuérpiaO nosso trabalho educativo e para escolasé exemplar, usando uma fusão de teatro,contadores de histórias, participaçãoe debate, para explorar temas como a democracia,a justiça, a honra, os princípios,a morte, o espírito de aventura, lado a ladocom as áreas curriculares mais convencionaiscomo a antiga Grécia, o meio ambientee os descobrimentos.O TRSM mantém no seu centro um núcleoduro de seis pessoas que formam o conselhoartístico da companhia. É uma estruturacompacta, que investe os seus recursos eas suas energias principalmente na criaçãoe na apresentação de novas obras de teatrocontemporâneo. Neste trabalho conta comum vasto leque de colaboradores, profissionaisnacionais e internacionais.Os portadores de bilhete para o espectáculo têmacesso ao Parque de Estacionamento da CaixaGeral de Depósitos.Próximo espectáculomúsica 25 de março21h30 · Grande Auditório · Dur. 1h20 (com intervalo)Miguel HenriquesRecital de PianoNo programa deste recital a música de FernandoLopes-Graça surge em exemplos diferenciados,alternando com outros de Chopin. As razões destaassociação poderão revelar-se surpreendentespara alguns, mas é inequívoco o seu enraizamentoprofundo na enorme admiração de Lopes-Graçapelo compositor polaco.No seu artigo “Evocação de Chopin Lopes-Graça”a ele se refere com palavras de inequívoca veneração:é um artista puro, simples e humano. Em particularo amor de Chopin pela música do seu povoe o modo como a absorveu, integrando-a no seudiscurso, constituiu para o compositor portuguêsum dos exemplos modelares mais marcantes.Para além do papel central que o piano teve nasua própria formação, a figura do grande pianistaVianna da Motta, seu mestre, terá sido outra dasreferências que mais o aproximaram da músicade Chopin. Mas acima de tudo o que predominana obra de Lopes-Graça, tal como em Chopin, é acelebração do homem na sua forma poética maisverdadeira e depurada.Miguel Henriques tem-se dedicado ao longo dasua carreira à divulgação das principais obras dorepertório pianístico – algumas menos conhecidasdo público. Os seus programas, abrangendo osdiferentes estilos, do barroco ao contemporâneo,incluem frequentemente obras de Beethoven,Chopin, Janácek, Schubert, Liszt, Tchaikovsky,Scriabine, Shostakovitch, Messiaen, Schnittke,Lopes-Graça, e António Pinho Vargas. De música deLopes-Graça são igualmente os seus últimos registosdiscográficos, os quais mereceram referênciadestacada na crítica especializada, em Portugal eem Inglaterra.


Conselho de AdministraçãoPresidente Manuel José VazVice-Presidente Miguel Lobo AntunesVogal Luís dos Santos FerroAssessoresGil Mendo (Dança)Francisco Frazão (Teatro)Miguel Wandschneider (Arte Contemporânea)Raquel Ribeiro dos Santos (Serviço Educativo)Direcção de ProduçãoMargarida MotaProdução e SecretariadoPatrícia BlazquezMariana Cardoso de LemosJorge EpifânioExposiçõesAntónio Sequeira Lopes (Produção e Montagem)Paula Tavares dos Santos (Produção)Susana Sameiro (<strong>Culturgest</strong> Porto)ComunicaçãoFilipe Folhadela MoreiraRita Conduto (estagiária)PublicaçõesMarta CardosoRosário Sousa MachadoActividades ComerciaisCatarina CarmonaServiços Administrativos e FinanceirosCristina RibeiroPaulo SilvaDirecção TécnicaEugénio SenaDirecção de Cena e LuzesHorácio FernandesAudiovisuaisAmérico Firmino (Chefe de Imagem)Paulo Abrantes (Chefe de Audio)Tiago BernardoIluminação de CenaFernando Ricardo (Chefe)Nuno AlvesMaquinaria de CenaJosé Luís Pereira (Chefe)Alcino FerreiraTécnico AuxiliarÁlvaro CoelhoFrente de CasaRute Moraes BastosBilheteiraManuela FialhoEdgar AndradeJoana MartoRecepçãoTeresa FigueiredoSofia FernandesAuxiliar AdministrativoNuno Cunha<strong>Culturgest</strong>, uma casa do mundo.Informações 21 790 51 55Edifício Sede da CGD, Rua Arco do Cego, 1000-300 Lisboaculturgest@cgd.pt • www.culturgest.pt

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