alteração <strong>do</strong> comportamento e sugere que o animal po<strong>de</strong> estar acometi<strong>do</strong> <strong>de</strong> raiva. Lem<strong>br</strong>ar que oanimal também po<strong>de</strong> agredir <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua ín<strong>do</strong>le ou a<strong>de</strong>stramento;• possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observação <strong>do</strong> animal por 10 dias – mesmo se o animal estiver sadio nomomento <strong>do</strong> aci<strong>de</strong>nte, é importante que seja manti<strong>do</strong> em observação por 10 dias. Nos cães egatos, o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> incubação da <strong>do</strong>ença po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> alguns dias a anos, mas em geral é <strong>de</strong>cerca <strong>de</strong> 60 dias. No entanto, a excreção <strong>de</strong> vírus pela saliva, ou seja, o perío<strong>do</strong> em que o animalpo<strong>de</strong> transmitir a <strong>do</strong>ença, só ocorre a partir <strong>do</strong> final <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> incubação, varian<strong>do</strong> entre <strong>do</strong>is ecinco dias antes <strong>do</strong> aparecimento <strong>do</strong>s sinais clínicos, persistin<strong>do</strong> até sua morte, que po<strong>de</strong> ocorrerem até cinco dias após o início <strong>do</strong>s sintomas. Portanto, o animal <strong>de</strong>ve ser observa<strong>do</strong> por 10 dias;se em to<strong>do</strong> esse perío<strong>do</strong> permanecer vivo e saudável, não há risco <strong>de</strong> transmissão <strong>do</strong> vírus;• procedência <strong>do</strong> animal – é necessá<strong>rio</strong> saber se a região <strong>de</strong> procedência <strong>do</strong> animal é área <strong>de</strong>raiva controlada ou não controlada;• hábitos <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> animal – o animal <strong>de</strong>ve ser classifica<strong>do</strong> como <strong>do</strong>micilia<strong>do</strong> ou não<strong>do</strong>micilia<strong>do</strong>.Animal <strong>do</strong>micilia<strong>do</strong> é o que vive exclusivamente <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> <strong>do</strong>micílio, não tem contatocom outros animais <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s e só sai à rua acompanha<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu <strong>do</strong>no. Desse mo<strong>do</strong>, essesanimais po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>do</strong>s como <strong>de</strong> baixo risco em relação à transmissão da raiva. Aocontrá<strong>rio</strong>, aqueles animais que passam longos perío<strong>do</strong>s fora <strong>do</strong> <strong>do</strong>micílio, sem controle, <strong>de</strong>vem serconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como animais <strong>de</strong> risco, mesmo que tenham proprietá<strong>rio</strong> e recebam vacinas, o quegeralmente só ocorre nas campanhas <strong>de</strong> vacinação.Animais silvestres – morcego <strong>de</strong> qualquer espécie, micos (sagüi e “soin”), macaco, raposa,guaxinim, quati, gambá, roe<strong>do</strong>res silvestres, etc. <strong>de</strong>vem ser classifica<strong>do</strong>s como animais <strong>de</strong> risco,mesmo que <strong>do</strong>micilia<strong>do</strong>s e/ou <strong>do</strong>mestica<strong>do</strong>s, haja vista que nesses animais a patogenia da raivanão é bem conhecida.Animais <strong>do</strong>mésticos <strong>de</strong> interesse econômico ou <strong>de</strong> produção – bovinos, bubalinos, eqüí<strong>de</strong>os,caprinos, ovinos, suínos e outros também são animais <strong>de</strong> risco. É importante conhecer o tipo,freqüência e grau <strong>do</strong> contato ou exposição que os trata<strong>do</strong>res e outros profissionais têm com estesanimais, e a incidência da raiva na região, <strong>para</strong> avaliar a indicação <strong>de</strong> tratamento pré ou pósexposição.Animais <strong>de</strong> baixo risco – os seguintes roe<strong>do</strong>res e lagomorfos (áreas urbanas ou <strong>de</strong> criação) sãoconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como <strong>de</strong> baixo risco <strong>para</strong> a transmissão da raiva e, por isto, não é necessá<strong>rio</strong> indicartratamento profilático da raiva em caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes causa<strong>do</strong>s pelos mesmos:• ratazana-<strong>de</strong>-esgoto (Rattus norvegicus);• rato-<strong>de</strong>-telha<strong>do</strong> (Rattus rattus);• camun<strong>do</strong>ngo (Mus musculus);• cobaia ou porquinho-da-índia (Cavea porcellus);• hamster (Mesocricetus auratus);• coelho (Oryetolagus cuniculus).Observação válida <strong>para</strong> to<strong>do</strong>s os animais <strong>de</strong> risco: sempre que possível, coletar amostra <strong>de</strong>teci<strong>do</strong> cere<strong>br</strong>al e enviar <strong>para</strong> o laborató<strong>rio</strong> <strong>de</strong> diagnóstico. O diagnóstico laboratorial é importantetanto <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir a conduta em relação ao paciente como <strong>para</strong> se conhecer o risco <strong>de</strong> transmissãoda <strong>do</strong>ença na área <strong>de</strong> procedência <strong>do</strong> animal. Se o resulta<strong>do</strong> for negativo, o tratamento nãoprecisa ser indica<strong>do</strong> ou, caso tenha si<strong>do</strong> inicia<strong>do</strong>, po<strong>de</strong> ser suspenso.
Conduta em caso <strong>de</strong> possível reexposição ao vírus da raivaPessoas com risco <strong>de</strong> reexposição ao vírus da raiva, que já tenham recebi<strong>do</strong> tratamentopós-exposição ante<strong>rio</strong>rmente, <strong>de</strong>vem ser tratadas novamente <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as indicações <strong>do</strong>Quadro 2. Para estas pessoas, quan<strong>do</strong> possível, também é recomendável a pesquisa <strong>de</strong>anticorpos.Observações: em caso <strong>de</strong> reexposição, com história <strong>de</strong> tratamento ante<strong>rio</strong>r completo, não énecessá<strong>rio</strong> administrar o soro anti-rábico (homólogo ou heterólogo). No entanto, o soro po<strong>de</strong>rá serindica<strong>do</strong> se houver dúvidas ou conforme a análise <strong>de</strong> cada caso, especialmente nos pacientesimuno<strong>de</strong>primi<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>vem receber sistematicamente soro e vacina.Recomenda-se que, ao final <strong>do</strong> tratamento, seja realizada a avaliação sorológica após o14º dia da aplicação da última <strong>do</strong>se. Devem ser avalia<strong>do</strong>s, individualmente, os pacientes quereceberam muitas <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> vacina, como, por exemplo, os que receberam mais <strong>de</strong> uma vez oesquema completo <strong>de</strong> pós-exposição e vá<strong>rio</strong>s esquemas <strong>de</strong> re-exposição. O risco <strong>de</strong> reaçõesadversas às vacinas aumenta proporcionalmente ao número <strong>de</strong> <strong>do</strong>ses aplicadas. Nestes casos, sepossível, solicitar a avaliação sorológica <strong>do</strong> paciente. Se o título <strong>de</strong> anticorpos neutralizantes (AcN)for igual ou maior a 0,5UI/ml, não é necessá<strong>rio</strong> indicar tratamento ou, caso tenha si<strong>do</strong> inicia<strong>do</strong>,po<strong>de</strong> ser suspenso.Conduta em caso <strong>de</strong> possível exposição ao vírus da raiva em pacientes quereceberam esquema <strong>de</strong> pré-exposiçãoO Quadro 3 indica os procedimentos a serem a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>para</strong> pacientes que,aci<strong>de</strong>ntalmente, se expuseram ao risco <strong>de</strong> infecção pelo vírus da raiva e que tenham recebi<strong>do</strong>tratamento pré-exposição ante<strong>rio</strong>rmente.Consi<strong>de</strong>rar as notas <strong>de</strong> rodapé <strong>do</strong> Quadro 2, caso o esquema recebi<strong>do</strong> ante<strong>rio</strong>rmentetenha si<strong>do</strong> incompleto.Profilaxia pré-exposiçãoÉ indicada <strong>para</strong> pessoas que, por força <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s profissionais ou <strong>de</strong> lazer,estejam expostas permanentemente ao risco <strong>de</strong> infecção pelo vírus da raiva, tais comoprofissionais e estudantes das áreas <strong>de</strong> medicina veterinária e <strong>de</strong> biologia e profissionais eauxiliares <strong>de</strong> laborató<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> virologia e/ou anatomia patológica <strong>para</strong> raiva. É indicada, também,<strong>para</strong> aqueles que atuam no campo na captura, vacinação, i<strong>de</strong>ntificação e classificação <strong>de</strong>mamíferos passíveis <strong>de</strong> portarem o vírus, bem como funcioná<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> zoológicos.Com a vacina <strong>de</strong> cultivo celularEsquema: 3 <strong>do</strong>ses.Dias <strong>de</strong> aplicação: 0, 7, 28.Via <strong>de</strong> administração e <strong>do</strong>se: intramuscular profunda, utilizan<strong>do</strong> <strong>do</strong>se completa; ou haven<strong>do</strong>capacitação técnica, por via intradérmica, utilizan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 0,1ml.Local <strong>de</strong> aplicação: músculo <strong>de</strong>ltói<strong>de</strong> ou vasto lateral da coxa (não aplicar em glúteo).Controle sorológico: a partir <strong>do</strong> 14º dia após a última <strong>do</strong>se <strong>do</strong> esquema.Resulta<strong>do</strong>s:• insatisfató<strong>rio</strong> – se o título <strong>de</strong> anticorpos for menor <strong>do</strong> que 0,5 UI/ml. Nesse caso, aplicar uma <strong>do</strong>se<strong>de</strong> reforço e reavaliar a partir <strong>do</strong> 14º dia após o reforço;• satisfató<strong>rio</strong> – se o título <strong>de</strong> anticorpos for maior ou igual a 0,5 UI/ml.