A tiriba-do pescoço-branco (Pyrrhura albipectus) - Atualidades ...

ISSN 1981-8874A tiriba-do-pescoço-branco(Pyrrhura albipectus) no Equador9 771981 887003 0 0 1 4 7meridional: notícias sobre a sua conservaçãoDavid Waugh50A tiriba-do-pescoço-branco Pyrrhura albipectusé uma espécie pouco conhecida,com uma pequena distribuição geográfica,virtualmente endêmica no Equador meridional,porém recentemente encontrada tambémno norte do Peru. Habita a floresta tropicalentre 900 e 2000 m, mas principalmenteentre 1000 e 1700 m na região montanhosados Andes, no sudoeste do Equador. Estaespécie tem sido observada num hábitat parcialmentee seriamente degredado, porém amata primária é a mais importante para suasobrevivência de longo prazo. Nesta região,o desmatamento tem sido extensivo nos locaisde menores altitudes de sua distribuição ea atividade está invadindo gradualmentetambém as florestas de maiores altitudes. Ocomércio ilegal das tiribas-do-pescoçobrancodentro o Equador é uma ameaça adicionale, portanto, a espécie está classificadacomo vulnerável pela BirdLife International(Lista Vermelha da UICN).Para ajudar a conservar esta espécie eseu hábitat, a Fundação Loro Parque, de Tenerife– Espanha, apoiou um projeto daONG equatoriana Fundação Jocotoco. Abióloga Mery Juiña desenvolve as atividadesde conservação que ocorrem na reservade Tapichalaca, que está situada na provínciade Zamora-Chinchipe. A superficie destareserva é de 3500 hectares, com uma topografiamuito irregular, cobrindo a distribuiçãoaltitudinal mais alta deste psitacídeo,e a população atual na reseva é pequena,com um máximo de 19 indivíduos contadosaté esta data. Tal qual tem se encontradocom outras espécies em perigo de extinçãoe também endêmicas do Equador, pareceque há uma escassez de ninhos naturais,e que a instalação de ninhos apropriadosfaz com que sejam imediatamente ocupadospelos psitacídeos. A reprodução acertadanos ninhos pode aumentar o contingentedurante o tempo e além de outras medidasde conservação.Os ninhos colocados para P. albipectusna reserva de Tapichalaca em 2008 atraíramas tirivas, porém não foi registrado nenhumfilhote. Os grupos, com diversas quantidadesde psitacídeos foram observados dor-Um casal adulto de tiriva-do-pescoço-branco. Autor: Nick Athanas / Tropical BirdingCasal de tiriva-do-pescoço-branco em ninho artificial instaladono tronco de uma palmeira. Autor: Mery Juiña / F. JocotocoAtualidades Ornitológicas On-line Nº 147 - Janeiro/Fevereiro 2009 - www.ao.com.br

Mapa da distribução geográficade P. albipectus no EquadorUm casal de tiriva-do-pescoço-branco num ninho artificial. Autor: Mery Juiña / F. JocotocoAtualidades Ornitológicas On-line Nº 147 - Janeiro/Fevereiro 2009 - www.ao.com.brmindo nos ninhos artificiais (três grupos dequatro indivíduos, um de cinco, um de setee quatro grupos de número desconhecido deindivíduos). No início de dezembro de2008, o grupo de cinco tirivas havia acumuladoa quantidade maior de penas no ninhoe tinha trabalhado no seu interior, semelhantementeao comportamento de P. orcesiantes do começo da postura (ver AO 146,pág. 22). Além disso, os sons que vinhamda caixa eram típicos de interações dentroos ninhos na estação reprodução e, portanto,o início da postura que começa em janeiro.Isto concorda com um registro prévio deum adulto na condição de prerreproduçãoem abril, porém outro registro anterior é deum joven dependente dos pais no mês de setembro.O trabalho recente sobre tiriba-desanta-marta(P. viridicata) na Colômbia demonstrouque esta espécie se reproduz emduas estações de cada ano e, talvez, a P. albipectusdemonstre o mesmo padrão.A vigilância permanente dos ninhos artificiaisdurante a estação reprodutiva será necessáriajá que, infelizmente, mesmo dentrode uma reserva, existe a possibilidade de roubode filhotes dos ninhos. A invasão de ninhosartificiais pelas abelhas constitui a outradificuldade principal, e o projeto está trabalhandode maneira tal a dissuadir as abelhase atrair as tirivas-do-pescoço-branco.51