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ALQUIMISTA - Instituto de Química - USP

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Ipen e IQ <strong>de</strong>senvolvem nanomateriaisradioterápicos para combate o câncer3Um trabalho pioneiro no Brasil, <strong>de</strong>senvolvido pelo <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), autarquiaestadual associada à <strong>USP</strong>, em parceria com o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Química (IQ) da <strong>USP</strong>, po<strong>de</strong>rá facilitar o acesso público aotratamento <strong>de</strong> câncer por braquiterapia. O método consiste no implante do material radioativo iodo-125, <strong>de</strong>posto em fios<strong>de</strong> prata e envolvido por pequenas – cerca <strong>de</strong> 4,5 mm x 0,8 mm – próteses <strong>de</strong> aço inoxidável, chamadas <strong>de</strong> sementes,diretamente no tumor do paciente. Em geral, é aplicado no combate ao câncer <strong>de</strong> próstata. Segundo levantamentodivulgado pelo <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Câncer (Inca) em 2010, este é o tipo <strong>de</strong> câncer mais frequente em homens em todasas regiões do Brasil e o sexto mais frequente no mundo.Os responsáveis pelo projeto, representando os órgãos envolvidos, são o Professor Koiti Araki, ligado ao Laboratório<strong>de</strong> Química Supra Molecular e Nanotecnologia (LQSN) do IQ, e a Professora Maria Elisa Rostelato, do Centro <strong>de</strong>Tecnologia das Radiações (CTR), do Ipen. A professora Maria Elisa já tem experiência neste tipo <strong>de</strong> estudo, por ter feitoparte da equipe <strong>de</strong>dicada ao início da produção e, a partir <strong>de</strong> 1997, comercialização <strong>de</strong> fios <strong>de</strong> irídio-192, irradiados nopróprio reator do <strong>Instituto</strong>. Este método é mais utilizado no combate ao câncer localizado em tecidos moles, pescoço emamas.A braquiterapia é um tratamento que dispensa cirurgia, o que diminui riscos <strong>de</strong> efeitos colaterais, como incontinênciaurinária e disfunção erétil, e já é difundida em países, como Bélgica, Estados Unidos e Canadá, mas não no Brasil. MariaElisa diz que, em parte, a falta <strong>de</strong> acesso é a razão <strong>de</strong> ser da pesquisa. “É o melhor método para se tratar este tipo <strong>de</strong>câncer, mas o custo é muito alto. O Ipen já faz a importação e distribuição das sementes por hospitais particulares, mascada uma custa entre 36 e 40 dólares, e cada paciente <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> 80 a 120 sementes”. Os valores envolvidos fazem comque o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) não ofereça tratamento por braquiterapia. Outro benefício é o baixo risco <strong>de</strong> danospor radiação a órgãos saudáveis do paciente, pois o iodo-125 é <strong>de</strong> baixa energia, tendo pouca penetração no organismo.Com o processo <strong>de</strong> produção já em fase <strong>de</strong> testes – são fabricados lotes <strong>de</strong> 30 sementes, para verificação <strong>de</strong> integrida<strong>de</strong> elacre do material – a especialista objetiva apresentar ao Governo Fe<strong>de</strong>ral a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> implantar a braquiterapia no rol <strong>de</strong>serviços do SUS, atingindo um número muito maior <strong>de</strong> pacientes. “Enquanto atualmente, no Brasil, são utilizadas cerca <strong>de</strong>3.800 sementes por mês, a projeção é <strong>de</strong> que, com o material sendo fabricado no país, a <strong>de</strong>manda atinja as 8 mil sementesmensais, já que o valor <strong>de</strong> cada uma seria consi<strong>de</strong>ravelmente reduzido”, comenta.Fonte: Agência <strong>USP</strong> NotíciasRaio-X <strong>de</strong> paciente após implante /Imagem cedida pela pesquisadoraSementes ao lado <strong>de</strong> moeda, para comparação <strong>de</strong>escala / Imagem cedida pela pesquisadoraDepoimento <strong>de</strong> um pai...Cartas... Cartas... Cartas... Cartas...Jamais po<strong>de</strong>ria imaginar que quem inauguraria esta seção Cartas do Jornal Alquimista seria eu próprio e <strong>de</strong> maneiraverda<strong>de</strong>iramente sofrida e dramática. Ocorre que, repentinamente perdi a minha filha <strong>de</strong> quase 31 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> nasprimeiras horas do dia 23 <strong>de</strong> março, quando ela entrou em óbito. Não <strong>de</strong>sejo nada pior a quem como pai e pela or<strong>de</strong>m danatureza <strong>de</strong>veria enterrar os pais e não o contrário. Dever <strong>de</strong> ofício, como protestante europeu que sou (<strong>de</strong>nominaçãocalvinista), coube-me a dolorosa missão <strong>de</strong> encomendar o corpo da minha própria filha. Na ocasião, li o lindo poemareproduzido em “Por quem os sinos dobram” <strong>de</strong> autoria original <strong>de</strong> Ernest Hemingway, e que citando John Donne emDevotions XVII, assim <strong>de</strong> manifesta: “Nenhum homem é uma ilha isolada; Cada homem é uma partícula do continente,uma parte <strong>de</strong> Terra; Se um torrão da Terra é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse umpromontório, como se fosse o solar dos teus amigos ou o teu próprio; A morte <strong>de</strong> qualquer homem me diminuí, porque souparte do gênero humano. E por isso, não me perguntes por quem os sinos dobram; Eles dobram por ti”. Na sequência li obelíssimo Salmo bíblico 91. E neste momento <strong>de</strong> profunda dor e consternamento te digo minha filha muito querida:Resquiescat in pace (<strong>de</strong>scanse em paz), minha filhinha amada Ana Carolina. Que o Senhor esteja contigo.Prof. Paulo Marques

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