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Agenda 21 do Estado de Pernambuco - CPRH - Governo do Estado ...

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FÓRUM ESTADUAL DA AGENDA <strong>21</strong> DE PERNAMBUCO<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>6 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2002


“Antes <strong>de</strong> qualquer prenúncio <strong>de</strong> clarida<strong>de</strong> no céu, é o rio que principia a alvorada e seespreguiça num primeiro <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> cor. (...) se sente que o dia vai sair por <strong>de</strong>trás <strong>do</strong>mato. E então o horizonte principia existin<strong>do</strong>.”Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>proposta para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>do</strong> País. Durante um ano, a Secretaria <strong>de</strong>Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente coor<strong>de</strong>nou o trabalho <strong>do</strong> Fórum Estadual da<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, forma<strong>do</strong> por representantes <strong>do</strong> <strong>Governo</strong>, <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>snão-governamentais e <strong>de</strong> setores <strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong>. Desse esforço conjunto resultou a<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, a primeira <strong>do</strong> País.Expressão <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> inúmeros atores que participaram ativamente dasconsultas regionais, a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Estadual contempla as especificida<strong>de</strong>s regionais <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>.Ao formular políticas públicas integradas, nas dimensões da sustentabilida<strong>de</strong> —econômica, social, ambiental e institucional — o <strong>do</strong>cumento mescla novos a antigostemas. Assim, ao la<strong>do</strong> das <strong>de</strong>mandas por educação e geração <strong>de</strong> emprego e renda,surge a mudança <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> consumo. Interliga<strong>do</strong>s, encontram-se, também,princípios <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização com <strong>de</strong>cisões que integrem <strong>de</strong>senvolvimento e meioambiente.Embora os <strong>de</strong>bates tenham frisa<strong>do</strong> que a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> constitui um pacto entre osdiversos segmentos da socieda<strong>de</strong> e que o <strong>Governo</strong> representa um entre tantos atores,a tendência foi <strong>de</strong> repassar a sua implementação ao Po<strong>de</strong>r Público. Isso significa, porum la<strong>do</strong>, uma crítica ao papel político-institucional <strong>do</strong>s governos; por outro, aprevalência da visão <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> prove<strong>do</strong>r, sempre associada à carência <strong>de</strong> políticassociais.Estamos a caminho <strong>de</strong> uma globalização positiva. <strong>Pernambuco</strong> interage com as<strong>de</strong>mais <strong>Agenda</strong>s, compartilhan<strong>do</strong> problemas e <strong>de</strong>linean<strong>do</strong> políticas sustentáveis. A<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> contempla, em escalas distintas, os temas<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, como prioritários para o <strong>de</strong>bate daRio+10, em agosto, na África <strong>do</strong> Sul. A biodiversida<strong>de</strong> como fonte <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ve terpráticas sustentáveis <strong>de</strong>finidas. A escassez e a qualida<strong>de</strong> da água vêmcomprometen<strong>do</strong> a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>is terços da população mundial, daí por que se <strong>de</strong>veevitar o <strong>de</strong>sperdício e melhorar o saneamento básico. À saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve associar-se ummeio ambiente seguro — sem lixo, sem poluição das águas e <strong>do</strong> ar. A agricultura <strong>de</strong>veproduzir alimento, com atenção para o solo e o fenômeno da <strong>de</strong>sertificação. E, por fim,uma energia que garanta aos pobres uma vida mais digna, utilizan<strong>do</strong> tecnologiaslimpas.No âmbito político <strong>do</strong> País, o lançamento da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>não po<strong>de</strong>ria ser mais oportuno. Aos governantes e parlamentares cabe umaapreciação <strong>de</strong> propostas legitimadas que <strong>de</strong>vem nortear programas, ações e normasem um futuro próximo. Para esta<strong>do</strong>s e municípios, temos um exemplo <strong>de</strong> processo4


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>participativo. <strong>Pernambuco</strong>, seguin<strong>do</strong> os passos da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Brasileira, realizou amplaconsulta em to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>, envolven<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 2.000 pessoas. O Fórum Estadual da<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> <strong>de</strong>finiu os temas e a meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> processo com basena <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Brasileira.De um mo<strong>do</strong> geral, ficou clara a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integrar os aspectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> aomeio ambiente e <strong>de</strong> criar responsabilida<strong>de</strong>s para os agentes econômicos. Àsemelhança da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Brasileira, <strong>Pernambuco</strong> põe o Esta<strong>do</strong> no centro paraimplementar as propostas. Além disso, a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> dialogacom os temas da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Brasileira, com a Declaração <strong>do</strong> Milênio e com asconvenções internacionais que, a exemplo da Convenção <strong>de</strong> Combate àDesertificação, estão sen<strong>do</strong> implementadas no Brasil graças às iniciativas <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s.A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> constitui, sem dúvida, um marco na elaboração <strong>de</strong>políticas públicas no Esta<strong>do</strong>. De início, resultou <strong>de</strong> uma obrigação assumida durante aRio 92, mas o seu resulta<strong>do</strong> expressa, sobretu<strong>do</strong>, um caminho <strong>de</strong> mudança, pactua<strong>do</strong>entre muitos, para um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável que ultrapasse os umbrais <strong>de</strong> umaagenda ecológica, articulan<strong>do</strong> o planejamento aos setores socioambientais eeconômicos. Por fim, o fato <strong>de</strong> que a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Estadual, apesar <strong>de</strong> focalizar o futuro,resgata também o que já foi realiza<strong>do</strong> no Esta<strong>do</strong> em busca <strong>de</strong> uma sustentabilida<strong>de</strong>,<strong>de</strong>ixa a certeza <strong>de</strong> que a sua implementação é possível, pois conta com o po<strong>de</strong>rtransforma<strong>do</strong>r da socieda<strong>de</strong>.Alexandrina Sobreira <strong>de</strong> MouraSecretaria Executiva <strong>do</strong> Fórum Estadual da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>5


SUMÁRIOLISTA DE SIGLASINTRODUÇÃO1 METODOLOGIA E PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA AGENDA <strong>21</strong> DO ESTADO DE PERNAMBUCO2 ENTRAVES À SUSTENTABILIDADE2.1 CIDADES SUSTENTÁVEIS2.1.1 Perfil da População2.1.2 Categorias <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong>s2.1.3 Acessibilida<strong>de</strong> ao Espaço Urbano2.1.4 Condições <strong>de</strong> Habitabilida<strong>de</strong>2.2 INFRA-ESTRUTURA URBANA2.2.1 Saneamento Ambiental2.2.2 Infra-estrutura <strong>de</strong> Apoio às Categorias Econômicas2.3 REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS2.3.1 Indica<strong>do</strong>res2.3.2 A Educação e a Saú<strong>de</strong> como Condições <strong>de</strong> Inclusão Social2.4 ECONOMIA SUSTENTÁVEL2.4.1 Diversificação da Economia Estadual2.4.2 Desafios Setoriais da Produção2.5 GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS2.5.1 Uso e Conservação da Biodiversida<strong>de</strong>2.5.2 Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo2.5.3 Recursos Hídricos2.5.4 Poluição e Degradação Ambiental2.6 COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E CONVIVÊNCIA COM A SECA3 BASES DE AÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE3.1 CIDADES SUSTENTÁVEISEstratégia 1: Or<strong>de</strong>namento Territorial das Cida<strong>de</strong>sEstratégia 2: Mudança nos Padrões <strong>de</strong> Produção e ConsumoEstratégia 3: Gestão Sustentável <strong>do</strong>s Serviços <strong>de</strong> Saneamento3.2 INFRA-ESTRUTURAEstratégia 4: Planejamento Integra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Setor <strong>de</strong> TransporteEstratégia 5: Sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Setor <strong>de</strong> ComunicaçãoEstratégia 6: Sustentabilida<strong>de</strong> da Energia3.3 REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAISEstratégia 7: Combate à PobrezaEstratégia 8: Educação para o DesenvolvimentoEstratégia 9: Saú<strong>de</strong> para o Desenvolvimento


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Estratégia 10: Fortalecimento <strong>de</strong> Grupos VulneráveisEstratégia 11: Combate à Violência3.4 GESTÃO DE RECURSOS NATURAISEstratégia 12: Regulação <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> SoloEstratégia 13: Uso e Conservação da Biodiversida<strong>de</strong>Estratégia 14: Medidas <strong>de</strong> Controle da Qualida<strong>de</strong> AmbientalEstratégia 15: Gestão Integrada <strong>do</strong>s Recursos Hídricos3.5 COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E CONVIVÊNCIA COM A SECAEstratégia 16: Desenvolvimento <strong>de</strong> Processos Produtivos Sustentáveis no Semi-ári<strong>do</strong>Estratégia 17: Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia para o Trópico Semi-ári<strong>do</strong>Estratégia 18: Sustentabilida<strong>de</strong> em Áreas <strong>de</strong> Desertificação e/ou com Restrições HídricasSeveras3.6 ECONOMIA SUSTENTÁVELEstratégia 19: Sustentabilida<strong>de</strong> das Ativida<strong>de</strong>s IndustriaisEstratégia 20: Comércio e Serviços para um Futuro SustentávelEstratégia <strong>21</strong>: Ativida<strong>de</strong>s Agropecuárias4 GOVERNANÇA, CONTROLE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE4.1 GOVERNANÇA INTERNACIONAL NUM MUNDO EM GLOBALIZAÇÃO4.2 OS PARCEIROS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA AGENDA <strong>21</strong> DO ESTADO DE PERNAMBUCO4.3 O PAPEL DOS GOVERNOS4.4 PAPEL DE DIVERSOS PARCEIROS DA AGENDA <strong>21</strong> DO ESTADO DE PERNAMBUCO5 MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO DA AGENDA <strong>21</strong>5.1 PROSPOSTAS TRANSVERSAIS ÀS DIVERSAS ESTRATÉGIAS DA AGENDA <strong>21</strong> DO ESTADO DE PERNAMBUCO5.2 OS MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO POR EIXOS TEMÁTICOS6 RESULTADO DA CONSULTA ESTADUAL7 CONSIDERAÇÕES FINAIS8 BIBLIOGRAFIA7


LISTA DE SIGLASA<strong>de</strong>neAneelAPABan<strong>de</strong>sparBIDBirdBNBBNDESCDSCeagepeCEFCefetCelpeCentruCerbmaCFNChesfCipomaCiretransCobhCo<strong>de</strong>vasfCom<strong>de</strong>maCon<strong>de</strong>maCompesaConamaCon<strong>de</strong>peCon<strong>de</strong>rmConsemaCOPCopergásCpatsa<strong>CPRH</strong>DACDetranDfidECAEIAEJAEmbrapaEmbraturEmhapeEMTUFa<strong>de</strong>FadurpeFampeFAOFATFemaFepemiFerhFinameFinorFisepeAgência <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>steAgência Nacional <strong>de</strong> Energia ElétricaÁrea <strong>de</strong> Proteção AmbientalBNDES Participações S.A.Banco Interamericano <strong>de</strong> DesenvolvimentoBanco Internacional <strong>de</strong> Reconstrução e Desenvolvimento — Banco MundialBanco <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> BrasilBanco Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico e SocialComissão para o Desenvolvimento SustentávelCompanhia <strong>de</strong> Abastecimento e <strong>de</strong> Armazéns Gerais <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ralCentro Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação TecnológicaCompanhia Elétrica <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Centro <strong>de</strong> Educação e Cultura <strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r RuralComitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata AtlânticaCompanhia Ferroviária <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>steCompanhia Hidro Elétrica <strong>do</strong> São FranciscoCompanhia <strong>de</strong> Policiamento Ostensivo <strong>do</strong> Meio AmbienteCircunscrições Regionais <strong>de</strong> TrânsitoComitê <strong>de</strong> Bacia HidrográficaCompanhia <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> São FranciscoConselho Municipal <strong>de</strong> Meio AmbienteConselho <strong>de</strong> Desenvolvimento MunicipalCompanhia Pernambucana <strong>de</strong> SaneamentoConselho Nacional <strong>de</strong> Meio AmbienteInstituto <strong>de</strong> Planejamento <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Conselho <strong>de</strong> Desenvolvimento da Região Metropolitana <strong>do</strong> RecifeConselho Estadual <strong>do</strong> Meio AmbienteConferências das Partes da Convenção da DesertificaçãoCompanhia Pernambucana <strong>de</strong> GásCentro <strong>de</strong> Pesquisa <strong>do</strong> Trópico Semi-ári<strong>do</strong>Companhia Pernambucana <strong>do</strong> Meio AmbienteDepartamento <strong>de</strong> Aviação CivilDepartamento Estadual <strong>de</strong> TrânsitoDepartamento para o Desenvolvimento Internacional <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> BritânicoEstatuto da Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescenteEstu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Impacto AmbientalEducação <strong>de</strong> Jovens e AdultosEmpresa Brasileira <strong>de</strong> Pesquisa AgropecuáriaEmpresa Brasileira <strong>de</strong> TurismoEmpresa <strong>de</strong> Melhoramentos Habitacionais <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Empresa Metropolitana <strong>de</strong> Transportes UrbanosFundação <strong>de</strong> Apoio ao Desenvolvimento da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>Fundação Apolônio Sales <strong>de</strong> Desenvolvimento EducacionalFun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Aval às Micro e Pequenas EmpresasOrganização <strong>de</strong> Agricultura e AlimentoFun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Amparo ao Trabalha<strong>do</strong>rFun<strong>do</strong> Estadual <strong>de</strong> Meio AmbienteFun<strong>do</strong> Especial <strong>de</strong> Apoio às Pequenas e MicroempresasFun<strong>do</strong> Estadual <strong>de</strong> Recursos HídricosAgência Especial <strong>de</strong> Financiamento IndustrialFun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Investimento <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>steEmpresa <strong>de</strong> Fomento <strong>de</strong> Informática <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>FNEFNMAFNRHFunaiFunasaGattGEFGPSGTZIbamaIBGEIcamICMSIDHImipIPAIpeaIserISOItepJicaLafepeMCTMMAMPONaperOGMOMCONGONUPCHPDFPEAPetiPIBPnadPNBPNCDPnudPnumaPrezeisProcelPronafProsadRimaRMRRPPNSebraeSectmaSeduSenacSenaiSenarSeplan<strong>de</strong>sSescFun<strong>do</strong> Constitucional <strong>de</strong> Financiamento <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>steFun<strong>do</strong> Nacional <strong>de</strong> Meio AmbienteFun<strong>do</strong> Nacional <strong>de</strong> Recursos HídricosFundação Nacional <strong>do</strong> ÍndioFundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Grupo <strong>de</strong> Acor<strong>do</strong> <strong>de</strong> Tarifas e ComércioFun<strong>do</strong> para o Meio Ambiente MundialSistema <strong>de</strong> Posicionamento GlobalFundação Alemã <strong>de</strong> Cooperação InternacionalInstituto Brasileiro <strong>do</strong> Meio Ambiente e <strong>do</strong>s Recursos Naturais RenováveisInstituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e EstatísticaÍndice <strong>de</strong> Compromisso Ambiental <strong>de</strong> Bancos da América LatinaImposto sobre Circulação <strong>de</strong> Merca<strong>do</strong>rias e ServiçosÍndice <strong>de</strong> Desenvolvimento HumanoInstituto Materno-infantil <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Instituto <strong>de</strong> Pesquisa AgropecuáriaInstituto <strong>de</strong> Pesquisa Econômica AplicadaInstituto superior <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s da EducaçãoOrganização Internacional para NormalizaçãoInstituto Tecnológico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Agência <strong>de</strong> Cooperação Técnica JaponesaLaboratório Farmacêutico <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Ministério <strong>de</strong> Ciência e TecnologiaMinistério <strong>do</strong> Meio Ambiente, <strong>do</strong>s Recursos Hídricos e da Amazônia LegalMinistério <strong>de</strong> Planejamento e OrçamentoNúcleo <strong>de</strong> Apoio a Projetos <strong>de</strong> Energias RenováveisOrganismos Geneticamente Modifica<strong>do</strong>sOrganização Mundial <strong>do</strong> ComércioOrganização Não-governamentalOrganização das Nações UnidasPequenas Centrais HidrelétricasPlano <strong>de</strong> Desenvolvimento Florestal e da Conservação da Biodiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>População Economicamente AtivaPrograma <strong>de</strong> Erradicação <strong>do</strong> Trabalho InfantilProduto Interno BrutoPesquisa Nacional por Amostra DomiciliarProduto Nacional BrutoPlano Nacional <strong>de</strong> Combate à DesertificaçãoPrograma das Nações Unidas para o DesenvolvimentoPrograma das Nações Unidas para o Meio AmbientePlano <strong>de</strong> Regularização <strong>de</strong> Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse SocialPrograma <strong>de</strong> Economia <strong>de</strong> Energia ElétricaPrograma Nacional <strong>de</strong> financiamento da Agricultura FamiliarPrograma <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescenteRelatório <strong>de</strong> Impacto ao Meio AmbienteRegião Metropolitana <strong>do</strong> RecifeReservas Privadas <strong>do</strong> Patrimônio NaturalServiço Brasileiro <strong>de</strong> Apoio às Micro e Pequenas EmpresasSecretaria <strong>de</strong> Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Secretaria Especial <strong>de</strong> Desenvolvimento UrbanoServiço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem ComercialServiço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem IndustrialServiço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem RuralSecretaria <strong>de</strong> Planejamento e Desenvolvimento SocialServiço Social <strong>do</strong> Comércio9


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>SesiSGASirhSlapSnucSu<strong>de</strong>neSUSTecaTIPUFPEUFRPEUnescoUNFPAUnicapUniecoUPEWSSDServiço Social da IndústriaSistema <strong>de</strong> Gestão AmbientalSistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Recursos HídricosSistema <strong>de</strong> Licenciamento <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s JurídicasSistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ConservaçãoSuperintendência <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>steSistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Terminal <strong>de</strong> CargasTerminal Integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> PassageirosUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a CulturaFun<strong>do</strong> <strong>de</strong> População das Nações UnidasUniversida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Universida<strong>de</strong> Livre <strong>do</strong> Meio AmbienteUniversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Cúpulas Mundiais sobre Desenvolvimento Sustentável10


INTRODUÇÃOA <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> foi um pacto assina<strong>do</strong> entre diversos países durante a Conferência dasNações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio <strong>de</strong> Janeiro, em1992. Trata-se <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> ação estratégico para promover, em escala planetária,um novo padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento global que garanta a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida paraatuais e futuras gerações. O termo <strong>Agenda</strong> buscou registrar os compromissos das naçõescom as mudanças para esse novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, queestabelece o equilíbrio entre crescimento econômico, igualda<strong>de</strong> social, preservaçãoambiental e conservação e manejo <strong>do</strong>s recursos naturais.As discussões realizadas em fóruns internacionais na última década, em especial osestu<strong>do</strong>s promovi<strong>do</strong>s pelas Nações Unidas, recomendam a incorporação <strong>de</strong> vários temasnos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, entre eles a visão ecológica, ambiental,social, política, econômica, <strong>de</strong>mográfica, cultural, institucional e espacial. A noção <strong>de</strong>sustentabilida<strong>de</strong> é estabelecida <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um espaço multivaria<strong>do</strong> que inclui asdimensões ambientais, econômicas e sociais, ou seja, todas as condições que exerceminfluência sobre a estabilida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong> num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> espaço geográfico.A dimensão ambiental se refere à capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> homem <strong>de</strong> utilizar a<strong>de</strong>quadamente osrecursos naturais <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma visão sistêmica <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> e da vocação natural<strong>do</strong>s ecossistemas. A dimensão econômica abrange elementos e processos associa<strong>do</strong>s àsativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> riqueza, através da transformação das condições <strong>de</strong>produção em favor da humanida<strong>de</strong> e da utilização <strong>do</strong>s recursos <strong>de</strong> maneira racional,para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda das gerações atuais sem comprometer os anseios daspopulações futuras. A dimensão sociocultural envolve a integração <strong>do</strong> homem em to<strong>do</strong>sos aspectos da socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> maneira que tenha acesso aos direitos econômicos,sociais e jurídicos e possa <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> uma vida digna em socieda<strong>de</strong>. A dimensãopolítico-institucional é o reconhecimento <strong>do</strong> aspecto político <strong>do</strong> homem em socieda<strong>de</strong>.Nesse senti<strong>do</strong>, ela está relacionada a todas as outras dimensões e funciona como aforma <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong>s direitos sociais, econômicos, jurídicos e materiais da pessoahumana, na socieda<strong>de</strong>, integrada ao meio ambiente.As várias dimensões estão integradas e se relacionam <strong>de</strong> diversas maneiras, ou seja,através, por exemplo, da quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> da força <strong>de</strong> trabalho, influencian<strong>do</strong> aeconomia; da pressão sobre os recursos ambientais exercida pela socieda<strong>de</strong> ou pelasativida<strong>de</strong>s econômicas; e <strong>do</strong>s impactos sobre o bem-estar e as condições <strong>de</strong> trabalhoexercidas pelo meio ambiente ou ainda pela interação das políticas públicas.A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> tem por base a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Global, aConvenção <strong>de</strong> Combate à Desertificação, a Convenção da Biodiversida<strong>de</strong>, aDeclaração <strong>do</strong> Milênio, e a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Brasileira. Vale salientar que há, entre a <strong>Agenda</strong>


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Global e a Declaração <strong>do</strong> Milênio, uma estreita relação, principalmente nas dimensõessociais e econômicas e no gerenciamento <strong>do</strong>s recursos para o <strong>de</strong>senvolvimento.O conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, conforme consagra<strong>do</strong> pelo RelatórioBrundtland é aquele que satisfaz às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> presente, sem comprometer acapacida<strong>de</strong> das gerações futuras em satisfazer as suas próprias necessida<strong>de</strong>s.De maneira operacional, o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável po<strong>de</strong> ser conceitua<strong>do</strong> como “oprocesso <strong>de</strong> mudança social e elevação das oportunida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>,compatibilizan<strong>do</strong>, no tempo e no espaço, o crescimento e a eficiência econômicos, aconservação ambiental, a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e a eqüida<strong>de</strong> social” (Buarque 1994). Esseconceito encerra três gran<strong>de</strong>s conjuntos interliga<strong>do</strong>s, embora com características,funções e papéis distintos no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento:• Os objetivos centrais <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável são a elevação da qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida e a eqüida<strong>de</strong> social, seja no curto, médio ou longo prazos.• Os pré-requisitos são a eficiência econômica e o crescimento econômico, pois semeles não há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se elevar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida ou promover a eqüida<strong>de</strong>.São, portanto, condições necessárias, mas não suficientes, para a implementação<strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.• O condicionante <strong>de</strong>cisivo para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável é a conservaçãoambiental, que permitirá a manutenção <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidaconquista<strong>do</strong>s, inclusive para as gerações futuras, e a eqüida<strong>de</strong> social contínua notempo e no espaço.Trata-se, portanto, <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> compatibilização <strong>de</strong> interesses, ações e sistemas,com alto grau <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>, e que terá as mais diferentes formas concretas, poisserá sempre fruto <strong>do</strong>s condicionantes históricos específicos da realida<strong>de</strong> objetiva. Aindaassim, algumas diretrizes genéricas são úteis. Ignacy Sachs contribui com o chama<strong>do</strong>tripé mágico: prudência ecológica, eficiência econômica e justiça social. A prudênciaecológica levará à parcimônia no uso <strong>do</strong>s recursos naturais, garantin<strong>do</strong> a permanênciadas ativida<strong>de</strong>s econômicas e da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Eficiência econômica significa criaras condições para que os níveis <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> da produção se elevempara os mesmos níveis <strong>de</strong> utilização <strong>do</strong>s recursos. Justiça social representa a igualda<strong>de</strong><strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s para to<strong>do</strong>s os contemporâneos.Nos esforços surgi<strong>do</strong>s após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento – Rio 92, observa-se que duas noções-chave <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> foramse forman<strong>do</strong>, fruto da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aten<strong>de</strong>r à chamada <strong>Agenda</strong> Social e àquestão da <strong>de</strong>mocracia e <strong>do</strong>s direitos humanos: a sustentabilida<strong>de</strong> ampliada e asustentabilida<strong>de</strong> progressiva.12


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• A noção <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> ampliada explicita a indissolubilida<strong>de</strong> entre os fatoressociais e os ambientais. Decorre daí a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se enfrentarem conjuntamentea pobreza e a <strong>de</strong>gradação ambiental.• A noção <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> progressiva, por sua vez, representa o entendimento <strong>de</strong>que a sustentabilida<strong>de</strong> não é um esta<strong>do</strong>, mas um processo. Essa progressivida<strong>de</strong> nãosignifica que <strong>de</strong>cisões importantes possam ser adiadas, mas busca substituir umcírculo vicioso <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong>struição e exclusão por um círculo virtuoso <strong>de</strong>produção, conservação e inclusão.To<strong>do</strong> o <strong>de</strong>bate internacional sobre <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, nos últimos <strong>de</strong>z anos,conduziu à integração entre meio ambiente, coesão social, pobreza e crescimento.Além disso, foi estabeleci<strong>do</strong> um consenso em torno da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formulação <strong>de</strong>políticas eficazes, bem como <strong>de</strong> instituições habilitadas, que ofereçam maiorcapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta.13


1 METODOLOGIA E PROCESSO DE ELABORAÇÃO DAAGENDA <strong>21</strong> DO ESTADO DE PERNAMBUCOA <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> é um processo <strong>de</strong> planejamento participativo, com amobilização <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os segmentos da socieda<strong>de</strong>, que diagnostica e analisa a situação<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e estabelece uma estratégia <strong>de</strong> ação, baseada em compromissos <strong>de</strong>mudanças, <strong>de</strong>mocratização e <strong>de</strong>scentralização. A construção da <strong>Agenda</strong> teve acoor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, por meio da Secretaria <strong>de</strong> Ciência, Tecnologia eMeio Ambiente – Sectma, e da Secretaria Executiva <strong>do</strong> Fórum Estadual da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>.As discussões em torno da <strong>Agenda</strong> tiveram início em 1999, ano em que foi cria<strong>do</strong> oFórum Estadual da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhar eavaliar o processo e a implementação <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> ação estratégico, visan<strong>do</strong> àformulação <strong>de</strong> políticas voltadas para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, com aparticipação contínua <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os segmentos da socieda<strong>de</strong>.A construção da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> baseou-se na meto<strong>do</strong>logia da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>Brasileira, consultan<strong>do</strong> a população e a<strong>de</strong>quan<strong>do</strong> as premissas e os temas consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>sprioritários à realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. O processo <strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong> plano estratégicoobserva o estabelecimento <strong>de</strong> parcerias, enfatizan<strong>do</strong> que a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> não é um plano<strong>de</strong> governo, nem uma agenda meramente ambiental, mas uma proposta <strong>de</strong> estratégiaintegrada, <strong>de</strong>stinada a subsidiar políticas públicas e estabelecer mecanismos <strong>de</strong> controlesocial que garantam a co-responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s parceiros, inclusive na fase <strong>de</strong>implementação das ações.As seguintes premissas fizeram parte da meto<strong>do</strong>logia para a condução <strong>do</strong> processo <strong>de</strong>construção da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>:• Envolver os diferentes representantes da socieda<strong>de</strong> no estabelecimento <strong>de</strong> parcerias,<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a conferir legitimida<strong>de</strong> ao processo.• Viabilizar a inclusão <strong>de</strong> aspirações e priorida<strong>de</strong>s formuladas pela socieda<strong>de</strong>.• Possuir um caráter gerencial e mobiliza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> meios, no qual to<strong>do</strong>s os atoresenvolvi<strong>do</strong>s na implementação <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>de</strong>verão centraresforços na criação, tanto <strong>do</strong>s meios para soluções múltiplas adaptadas a cadarealida<strong>de</strong> como <strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> natureza mais abrangente, normativos efinanceiros, viabilizan<strong>do</strong> as ações <strong>de</strong> longo prazo.• A<strong>do</strong>tar, com visão prospectiva, uma abordagem integrada e sistêmica dasdimensões econômica, sociocultural, ambiental (ambiente natural), tecnológica e


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>político-institucional <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, buscan<strong>do</strong> eficiênciaeconômica, conservação e qualida<strong>de</strong> ambiental, eqüida<strong>de</strong> social e <strong>de</strong>mocracia.Para elaborar a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, foram escolhi<strong>do</strong>s e aprova<strong>do</strong>s, pelo FórumEstadual da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, seis eixos temáticos prioritários (Quadro 1), fundamenta<strong>do</strong>s noconceito <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> social, econômica e ambiental e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com aspotencialida<strong>de</strong>s e vulnerabilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s recursos disponíveis no Esta<strong>do</strong>. Os temas escolhi<strong>do</strong>sforam: 1 – Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis; 2 – Gestão <strong>do</strong>s Recursos Naturais; 3 – Combate àDesertificação e Convivência com a Seca; 4 – Redução das Desigualda<strong>de</strong>s Sociais; 5 –Infra-estrutura; 6 – Economia Sustentável.A escolha <strong>do</strong>s temas para compor a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Estadual foi <strong>de</strong>finida a partir <strong>de</strong>discussões no Fórum Estadual da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> e <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates realiza<strong>do</strong>s emvários municípios, durante a elaboração da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Brasileira. Em 2001, a SecretariaEstadual <strong>de</strong> Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente selecionou, por meio <strong>de</strong> um edital <strong>de</strong>concorrência pública, quatro instituições da socieda<strong>de</strong> civil como parceiras, paraelaborar os <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> referência sobre cada tema, bem como conduzir a consultaestadual. Ficaram responsáveis as seguintes instituições: Centro <strong>de</strong> Educação e Cultura<strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r Rural – Centru, Fundação <strong>de</strong> Apoio ao Desenvolvimento da Universida<strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> – Fa<strong>de</strong>, Fundação Apolônio Sales <strong>de</strong> DesenvolvimentoEducacional – Fadurpe, e Universida<strong>de</strong> Livre <strong>do</strong> Meio Ambiente – Unieco.Após a produção <strong>do</strong>s relatórios sobre os seis eixos temáticos, foi realiza<strong>do</strong>, em outubro <strong>de</strong>2001, o seminário: <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> — Nor<strong>de</strong>ste, Rumo a Joanesburgo (Rio+10), que, entre osobjetivos, buscou reunir a contribuição da Região Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil para o eventoRio+10 a ser realiza<strong>do</strong> em Joanesburgo, África <strong>do</strong> Sul. Naquela ocasião, os temas da<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> foram valida<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> uma perspectiva regional.Em fevereiro <strong>de</strong> 2002, foi realiza<strong>do</strong> seminário com especialistas em áreasmultidisciplinares, para discussão e aprofundamento, com a <strong>de</strong>finição das propostastécnicas <strong>do</strong>s respectivos diagnósticos, com ênfase na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> medidasprioritárias. Foi realizada uma revisão <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos, em função das sugestõesapresentadas pelos especialistas. O <strong>do</strong>cumento resultante consistiu em uma matriz comas estratégias, diretrizes e ações, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>Pernambuco</strong> – DebateEstadual 2002, que serviu <strong>de</strong> base para as discussões no Esta<strong>do</strong>.Entre os meses <strong>de</strong> março e julho <strong>de</strong> 2002, foram realiza<strong>do</strong>s seminários para <strong>de</strong>bate sobreos seis eixos temáticos, nas onze Regiões <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e no distrito <strong>de</strong>Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha, e uma rodada com os representantes <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> Estadual, comampla participação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os segmentos da socieda<strong>de</strong>, <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público e <strong>do</strong>empresaria<strong>do</strong>. O objetivo foi discutir e produzir um plano <strong>de</strong> ação estratégico paraaten<strong>de</strong>r às diretrizes da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Global, representan<strong>do</strong> a construção <strong>de</strong> consensospara um novo padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento no Esta<strong>do</strong>.15


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Para balizamento das propostas, foi procedida uma análise <strong>do</strong>s objetivos e das metas daDeclaração <strong>do</strong> Milênio da ONU. São apresentadas, no Quadro 2, as principaisrecorrências entre a Declaração e as propostas da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>.Em julho <strong>de</strong> 2002, o <strong>do</strong>cumento resultante <strong>do</strong>s encontros regionais, incorporan<strong>do</strong> osprincipais resulta<strong>do</strong>s da consulta nos seminários regionais, foi apresenta<strong>do</strong> ao FórumEstadual, que discutiu e apresentou contribuições para a consolidação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumentofinal, aqui apresenta<strong>do</strong>, que é composto <strong>de</strong> três partes: diagnóstico, bases para ação eo resulta<strong>do</strong> da consulta.16


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Eixos temáticos da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Quadro 1CIDADES SUSTENTÁVEISEsse tema abor<strong>do</strong>u o uso e a ocupação <strong>do</strong> solo; planejamento e gestão urbana;habitação e melhoria das condições ambientais; garantia <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> acesso àscida<strong>de</strong>s; padrões <strong>de</strong> consumo; reciclagem e coleta seletiva <strong>de</strong> lixo; prevenção,controle e diminuição <strong>do</strong>s impactos ambientais em áreas urbanas; conservação <strong>do</strong>patrimônio histórico; re<strong>de</strong> urbana e <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>do</strong>s assentamentoshumanos; transporte urbano; abastecimento <strong>de</strong> água e serviços <strong>de</strong> esgoto sanitário.INFRA-ESTRUTURAO <strong>de</strong>bate em torno <strong>de</strong>sse tema abor<strong>do</strong>u questões, tais como: transportes e uso <strong>de</strong>tecnologias seguras e menos poluentes; maior cobertura social <strong>do</strong>s serviçosenergéticos; fornecimento <strong>de</strong> energia ambientalmente saudável; racionalização <strong>do</strong>uso <strong>de</strong> energia alternativa e reavaliação <strong>do</strong>s atuais padrões <strong>de</strong> consumo; ecomunicação, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> telecomunicações, computação e informação.REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAISForam trabalha<strong>do</strong>s, nesse tema, os seguintes itens: pobreza; sistema educacional;qualificação e emprego; distribuição <strong>de</strong> renda; saú<strong>de</strong>; dinâmica <strong>de</strong>mográfica e osimpactos sobre o <strong>de</strong>senvolvimento; acesso <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s aos gruposconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s vulneráveis, como mulheres, crianças, a<strong>do</strong>lescentes, índios, afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes,etc.ECONOMIA SUSTENTÁVELAs discussões abrangeram os princípios da economia sustentável em <strong>Pernambuco</strong> ea visão regionalizada <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> em termos das vocações e potencialida<strong>de</strong>s para o<strong>de</strong>senvolvimento. Foi feita uma análise da ca<strong>de</strong>ia produtiva e <strong>do</strong> papel das novastecnologias, principalmente no que se refere ao apoio a empreendimentosinova<strong>do</strong>res. Foi abordada a criação <strong>de</strong> instrumentos econômicos que venham ainduzir políticas e ações.GESTÃO DOS RECURSOS NATURAISEsse tema focalizou os seguintes itens: solo; recursos hídricos e florestais; uso eproteção <strong>do</strong>s recursos da fauna e da flora; recursos pesqueiros; preservação econservação e uso da biodiversida<strong>de</strong>; oceanos, zoneamento costeiro, mangues,conservação e uso sustentável <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong> mar; instrumentos <strong>de</strong> monitoramentoe controle; e políticas voltadas para o manejo a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>do</strong> uso <strong>do</strong>s recursosnaturais.COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E CONVIVÊNCIA COM A SECAAs discussões envolveram: ciência e tecnologia para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> semiári<strong>do</strong>,uso e conservação da biodiversida<strong>de</strong>, recuperação <strong>de</strong> áreas em processo <strong>de</strong><strong>de</strong>sertificação, indica<strong>do</strong>res e monitoramento da <strong>de</strong>sertificação, capacitaçãotécnica e educação ambiental.17


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>A Declaração <strong>do</strong> Milênio e as priorida<strong>de</strong>s da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Quadro 2Objetivos e MetasIndica<strong>do</strong>resObjetivo 1 Erradicação da extrema pobreza e da fomemeta 11. Percentual da população com renda abaixo <strong>de</strong> US$Reduzir pela meta<strong>de</strong> a proporção <strong>de</strong>1/dia.pessoas que ganham menos <strong>de</strong> US$ 2. Índice <strong>de</strong> Gini (concentração <strong>de</strong> renda).3/diaaté 2015.3. Acesso <strong>do</strong>s mais pobres aos bens <strong>de</strong> consumo.meta 2 Reduzir pela meta<strong>de</strong> a proporção <strong>de</strong>pessoas abaixo <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> pobreza.meta 3 Erradicar o trabalho infantil até 2005.Objetivo 2 Garantia da educação primáriameta 4 Assegurar que todas as criançasestarão aptas a completar o ensinoprimário até4. Incidência <strong>de</strong> crianças com peso abaixo <strong>do</strong> i<strong>de</strong>al(menor que 5 anos).5. Percentual da população com consumo <strong>de</strong> caloriasabaixo <strong>do</strong> mínimo.6. Percentual <strong>de</strong> crianças sen<strong>do</strong> exploradas no trabalhoinfantil.7. Taxa <strong>de</strong> crianças matriculadas na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensinoprimária.2015. 8. Percentual <strong>de</strong> alunos que começam na primeira série echegam à quinta série da educação primária.9. Taxa <strong>de</strong> analfabetismo das pessoas <strong>de</strong> 15 anos ou mais<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.Objetivo 3 Promoção da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero e fortalecimento <strong>do</strong> papel da mulhermeta 5 Eliminar a disparida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero naeducação primária e secundária até2005,e em to<strong>do</strong>s os níveis <strong>de</strong> educação até2015.10. Relação entre os sexos feminino e masculino naeducação primária, secundária e superior.11. Taxa <strong>de</strong> analfabetismo entre homens e mulheres <strong>de</strong> 15-24 anos.12. Percentual <strong>de</strong> mulheres com trabalho assalaria<strong>do</strong>empregadas fora <strong>do</strong> setor agrícola.13. Parte das vagas para o parlamento reservada paramulheres.Objetivo 4 Redução da mortalida<strong>de</strong> infantilmeta 5 Reduzir em 2/3 a taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> 14. Taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil abaixo <strong>de</strong> 5 anos <strong>de</strong><strong>de</strong> crianças abaixo <strong>de</strong> 5 anos até 2015. ida<strong>de</strong>.15. Taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil.16. Índice <strong>de</strong> vacinação contra sarampo em menores <strong>de</strong> 1ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.Objetivo 5 Melhoria da saú<strong>de</strong> maternameta 6 Reduzir em 75% a taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> 17. Taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> materna.materna até 2015.18. Percentual <strong>de</strong> nascimentos assisti<strong>do</strong>s por profissionaishabilita<strong>do</strong>s.Objetivo 6 Combate a <strong>do</strong>enças infecciosasmeta 7 Estabilizar a disseminação <strong>do</strong> HIV/Aids 19. Incidência <strong>do</strong> vírus HIV entre mulheres grávidas come reverter a propagação da <strong>do</strong>ença ida<strong>de</strong> entre 15-24 anos.até 2015.20. Percentual <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> contraceptivos.<strong>21</strong>. Número <strong>de</strong> crianças órfãs por causa <strong>do</strong> vírus HIV.18


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>meta 8Objetivos e MetasEstabilizar o crescimento <strong>de</strong> casos <strong>de</strong>esquistossomose, <strong>de</strong>ngue, tuberculoseaté 2015.Indica<strong>do</strong>res22. Incidência e taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> associadas àesquistossomose.23. Percentual da população que vive nas áreas <strong>de</strong> risco<strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong> esquistossomose, usan<strong>do</strong> meioseficazes <strong>de</strong> prevenção e medidas para o tratamento.24. Incidência e taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> associadas àtuberculose e <strong>de</strong>ngue.25. Percentual <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> tuberculose <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s ecura<strong>do</strong>s.Objetivo 7 Garantia da sustentabilida<strong>de</strong> ambientalmeta 9 Integrar os princípios <strong>do</strong> 26. Percentual da área coberta por floresta.<strong>de</strong>senvolvimento sustentável àspolíticas e programas executa<strong>do</strong>s e 27. Áreas protegidas para manter a biodiversida<strong>de</strong>.reverter a <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong>s recursos 28. Percentual da população com acesso à água potável.naturais.meta 10 Reduzir em 50% a proporção <strong>de</strong>pessoas sem acesso à água potávelaté 2015.meta 11 Alcançar melhorias significativas nas 29. Percentual da população com acesso a esgotocondições <strong>de</strong> habitabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2/3 sanitário.dasfavelas até 2015.30. Percentual da população com título <strong>de</strong> posse daproprieda<strong>de</strong>.meta 12 Ampliar em 2/3 a geração <strong>de</strong> energia 31. Percentual <strong>de</strong> energia gerada com fontes renováveis.com fontes renováveis.meta 13 Erradicar os lixões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> até 2006. 32. Percentual <strong>de</strong> municípios sem <strong>de</strong>stinação final <strong>de</strong>resíduos sóli<strong>do</strong>s.Objetivo 8 Desenvolver parcerias para o <strong>de</strong>senvolvimentometa 14 Estabelecer compromissos para uma boa governança, <strong>de</strong>senvolvimento e redução da pobreza.• <strong>Governo</strong>s Fe<strong>de</strong>ral, Estadual e Municipal.• ONGs.• Setor produtivo.• Agentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico e financeiro.meta 15Meta 16meta 17Meta 18Fomentar o <strong>de</strong>senvolvimento industrial com base na produção mais limpa.• Empresas.• Universida<strong>de</strong>s.• Agências financia<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> pesquisas.• Esta<strong>do</strong>.Apoiar a elaboração <strong>de</strong> <strong>Agenda</strong>s <strong>21</strong> locais.• <strong>Governo</strong> Fe<strong>de</strong>ral – MMA; <strong>Governo</strong> Estadual – Fema.• Bancos.• ONGs.• Sebrae – Sesc.Desenvolver e implementar estratégias para criação <strong>de</strong> trabalho produtivo para a juventu<strong>de</strong>.• Esta<strong>do</strong>.• Município.• ONGs.• Setor Produtivo.Promover a implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> gestão ambiental nas indústrias e presta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> serviços.• Indústria.• Presta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> serviços.• Esta<strong>do</strong>.• Agentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.19


2 ENTRAVES À SUSTENTABILIDADEOs <strong>do</strong>cumentos sobre cada um <strong>do</strong>s seis eixos temáticos elabora<strong>do</strong>s pelas instituiçõesvence<strong>do</strong>ras da concorrência pública apresentaram diagnóstico preliminar, abordan<strong>do</strong> oreferencial conceitual, os aspectos <strong>de</strong> maior impacto, os impasses e conflitos, as soluçõesque vêm sen<strong>do</strong> a<strong>do</strong>tadas, as propostas e as recomendações preliminares, paradiscussão aberta com a socieda<strong>de</strong>.Os <strong>do</strong>cumentos produzi<strong>do</strong>s na primeira etapa <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> elaboração da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong><strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, quanto às principais questões <strong>de</strong>lineadas como entraves àsustentabilida<strong>de</strong>, são aqui apresenta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma resumida.2.1 CIDADES SUSTENTÁVEISInventariar e discutir os problemas e potencialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s suportes e instrumentos dascida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, em suas diversas dimensões e escalas, foram os objetivos principaispersegui<strong>do</strong>s na construção da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s os problemas recorrentes, aponta<strong>do</strong>s como entraves àsustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as cida<strong>de</strong>s ou da maioria <strong>de</strong>las. Admitin<strong>do</strong>-se, no entanto, aexistência <strong>de</strong> gradientes <strong>de</strong>sses problemas a serem trata<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> estratégias ediretrizes específicas. Ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong>sses problemas, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s comuns, forami<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s problemas específicos a distintas cida<strong>de</strong>s.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as potencialida<strong>de</strong>s e peculiarida<strong>de</strong>s das cida<strong>de</strong>s e/ou conjunto <strong>de</strong>cida<strong>de</strong>s, também foram contempladas as preocupações vinculadas à viabilização <strong>de</strong>empreendimentos e fortalecimento <strong>de</strong> ações indutoras <strong>de</strong> ampliação das condições <strong>de</strong>sustentabilida<strong>de</strong>. A <strong>Agenda</strong> contemplou as cida<strong>de</strong>s integrantes da Região Metropolitana<strong>do</strong> Recife, as cida<strong>de</strong>s médias e as pequenas. Envolveu ainda, na consulta, aquelas que,<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas dimensões, seus problemas e suas potencialida<strong>de</strong>s, retêm característicasespecíficas.Os da<strong>do</strong>s estatísticos <strong>de</strong>monstram que, no presente momento, está se viven<strong>do</strong> o salto daurbanização global, que ultrapassa o percentual <strong>de</strong> 50% e que <strong>de</strong>verá atingir os 60% jáno ano 2025. No Brasil, esse percentual <strong>de</strong>ve atingir os 85% nos próximos vinte anos. Talexpectativa <strong>de</strong>verá ser acompanhada por <strong>Pernambuco</strong>, cuja taxa <strong>de</strong> urbanizaçãoencontra-se no patamar <strong>do</strong>s 77%, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> algumas cida<strong>de</strong>s apresentarem taxas <strong>de</strong>área urbanizada acima <strong>de</strong>sse número, como, por exemplo, Caruaru (85,69%), Garanhuns(87,83%) e Arcover<strong>de</strong> (89,75%).As estatísticas e os da<strong>do</strong>s da infra-estrutura e da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte ambiental <strong>do</strong>sespaços não vêm acompanhan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>manda que esse processo <strong>de</strong> urbanização exige.


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong><strong>Pernambuco</strong>, que conta com 7.918.344 habitantes, abrigan<strong>do</strong>, portanto, 5% dapopulação total <strong>do</strong> País, nos 98.938 km² que constituem seu território, apresenta umapopulação urbana <strong>de</strong> 6.058.249 habitantes e uma concentração <strong>de</strong> assentamentoshumanos correspon<strong>de</strong>nte a uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 80 pessoas por km 2 , o que significaquatro vezes a média nacional.Na década <strong>de</strong> 70, o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> reproduziu o mo<strong>de</strong>lo nacional, queprivilegiava as metrópoles, as gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s e as capitais, com a institucionalização daRegião Metropolitana <strong>do</strong> Recife como foco <strong>de</strong> polarização <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.Na década <strong>de</strong> 80, ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o mo<strong>de</strong>lo brasileiro, constatam-se aperiferização metropolitana, com a ampliação <strong>do</strong>s problemas urbano-ambientais nabase expandida da Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife, e as políticas incipientes para ascida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> médio porte, como Caruaru, Garanhuns e Petrolina. Resultante <strong>de</strong>sseprocesso, há um agravamento <strong>do</strong>s quadros <strong>de</strong>ficitários entre a oferta da infra-estrutura ea <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>sses espaços. A esse perío<strong>do</strong> remontam os fatores <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong>res <strong>do</strong>satuais déficits no atendimento ao saneamento básico.A partir <strong>do</strong>s anos 90, verifica-se uma queda da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida nos espaçosmetropolitanos <strong>do</strong> Recife, o que impulsiona o crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> das cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>médio e pequeno portes. Emerge, nessa nova tendência, a importância das cida<strong>de</strong>smédias e pequenas serem contempladas na política <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>sassentamentos humanos, guardadas as suas especificida<strong>de</strong>s, potencialida<strong>de</strong>s evulnerabilida<strong>de</strong>s.O diagnóstico realiza<strong>do</strong> aponta alguns aspectos relevantes para a discussão dasustentabilida<strong>de</strong> urbana, que foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s após a análise das diferentes áreasurbanas em suas diferentes dimensões: perfil da população, categorias <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s,acessibilida<strong>de</strong> ao espaço urbano, condições <strong>de</strong> habitabilida<strong>de</strong>.O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, com uma superfície <strong>de</strong> 98.938 km², constitui um pólo <strong>de</strong> atraçãodas regiões Norte e Nor<strong>de</strong>ste. Da sua população <strong>de</strong> 7.911.937 habitantes, 76,5% ocupamáreas urbanas, no conjunto <strong>de</strong> seus 184 municípios e o distrito estadual <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong>Noronha (Seplan<strong>de</strong>s, 2002).O processo <strong>de</strong> expansão urbana registra<strong>do</strong> nas últimas três décadas, resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> umconstante fluxo <strong>de</strong> migração rural, agrava<strong>do</strong> com os freqüentes perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estiagem eseca, resultou em um uso <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> <strong>do</strong> solo pelas populações <strong>de</strong> baixa rendamigrantes, que passaram a viver em zonas <strong>de</strong> precária habitabilida<strong>de</strong> nas cida<strong>de</strong>spernambucanas, com pressão maior nas cida<strong>de</strong>s que fazem parte da RegiãoMetropolitana <strong>do</strong> Recife e das cida<strong>de</strong>s-pólo <strong>do</strong> Agreste e Sertão, como, por exemplo,Petrolina e Caruaru.<strong>21</strong>


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Historicamente, as políticas urbanas têm se concentra<strong>do</strong> nas tradicionais gran<strong>de</strong>scida<strong>de</strong>s, metrópoles e áreas metropolitanas, <strong>de</strong>senhan<strong>do</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento urbanobrasileiro pauta<strong>do</strong> em um mo<strong>de</strong>lo metropolitano. É patente a ausência <strong>de</strong> um conceito<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong> que contemple as cida<strong>de</strong>s médias, especialmenteaquelas situadas nessas regiões <strong>do</strong> Agreste e <strong>do</strong> Sertão.A região <strong>do</strong> Agreste correspon<strong>de</strong> a uma forma mais mo<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> inserçãosocioespacial, encontran<strong>do</strong>-se situada entre a região litorânea, também <strong>de</strong>nominadada Mata, e o Sertão. Este último configura, reconhecidamente, um exemplo clássico <strong>de</strong>região periférica.Dos 184 municípios pernambucanos, 52 se encontram nas duas mesorregiões <strong>do</strong> Sertãopernambucano: São Francisco (25,1% da área total <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, 13 municípios distribuí<strong>do</strong>sem duas microrregiões) e Sertão (38,9% da área <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, 39 municípios distribuí<strong>do</strong>s emquatro microrregiões).A urbanização ocorreu em todas as mesorregiões, sen<strong>do</strong> mais elevada na mesorregiãometropolitana, indican<strong>do</strong> um processo <strong>de</strong> conurbação urbana entre os municípiosvizinhos à cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Recife. No entanto, constatam-se novas dinâmicas <strong>de</strong>reestruturação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s na hinterlândia pernambucana, caracterizan<strong>do</strong> novos “fronts“<strong>de</strong> urbanização.Observa-se, no quadro <strong>de</strong> investimentos e <strong>de</strong> produção estadual, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serever o direcionamento das cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> porte médio — através da exploração <strong>de</strong> suaspotencialida<strong>de</strong>s físicas e produtivas, para expansão <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas, sobretu<strong>do</strong>as associadas às dinâmicas industriais e <strong>de</strong> serviços, como lazer, cultura e educação —,assim como o conjunto <strong>de</strong> fluxos <strong>de</strong> bens e serviços que proporciona: número <strong>de</strong> leitos,serviços médicos especializa<strong>do</strong>s, entre outros aspectos atinentes à intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxos etipos <strong>de</strong> transportes, com as variáveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento. Nesse contexto, assumem<strong>de</strong>staque as cida<strong>de</strong>s das regiões lin<strong>de</strong>iras ou cortadas pelos eixos ro<strong>do</strong>viários fe<strong>de</strong>rais eestaduais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, como, por exemplo, as cida<strong>de</strong>s da Zona da Mata e <strong>do</strong> Agreste aolongo da BR-232, em processo <strong>de</strong> duplicação, e ao longo da BR-101.Cabe também ressaltar a importância das áreas que contêm ecossistemas nativos<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> perímetro urbano como indutoras <strong>do</strong> conhecimento <strong>do</strong> cidadão acerca dapaisagem natural on<strong>de</strong> a cida<strong>de</strong> primeiro se assentou. Os ecossistemas florestais <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> encontram-se em esta<strong>do</strong> avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação enecessitam <strong>de</strong> atenção, principalmente aquele inseri<strong>do</strong> quase completamente noespaço <strong>de</strong> urbanização mais intensiva no Esta<strong>do</strong>, como é o caso da Mata Atlântica.Dessa forma, a existência <strong>de</strong> reduzidas áreas ver<strong>de</strong>s e a <strong>de</strong>ficiente arborização urbanase apresentam como passivos ambientais urbanos que necessitam ser trabalha<strong>do</strong>s.O processo <strong>de</strong> configuração das re<strong>de</strong>s urbanas pernambucanas apresenta superposição<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento espacial — polarizações. Tais sistemas constituem-se emfocos <strong>de</strong> investimentos programa<strong>do</strong>s, vincula<strong>do</strong>s ao capital externo, extremamente22


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>seletivo, privilegian<strong>do</strong> espaços dinâmicos, potencial ou efetivamente <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s,como é o caso <strong>de</strong> Petrolina, com o <strong>de</strong>senvolvimento da agricultura irrigada. O <strong>de</strong>safioque se tem hoje é a <strong>de</strong>scentralização das ativida<strong>de</strong>s produtivas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que todas ascida<strong>de</strong>s possam usufruir <strong>de</strong> condições mínimas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.2.1.1 Perfil da PopulaçãoDe acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE (2002), o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, que contava, em1991, com uma população <strong>de</strong> 7.127.855 habitantes avançou, em 2000, para, apenas,7.918.344 habitantes. Os da<strong>do</strong>s apontam para uma taxa média geométrica <strong>de</strong>crescimento anual <strong>de</strong> 1,19%. Trata-se <strong>de</strong> uma baixa taxa, mas que acompanha oNor<strong>de</strong>ste (1,31%). A Região Nor<strong>de</strong>ste apresentou a menor taxa média <strong>de</strong> crescimentogeométrico da década, entre as <strong>de</strong>mais regiões brasileiras, e, particularmente, abaixo dataxa nacional, situada em 1,64%. Esse da<strong>do</strong> é conseqüência <strong>do</strong> <strong>de</strong>créscimo <strong>do</strong> ritmo <strong>do</strong>crescimento vegetativo da população, combina<strong>do</strong>, em pequena escala, a um possívelresidual fluxo migratório para outras regiões.A análise da distribuição da população em <strong>Pernambuco</strong> mostra que três mesorregiões —Mata, Agreste e Sertão — vêm per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> participação relativa na população <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,enquanto duas mesorregiões — São Francisco e a Região Metropolitana — vêmaumentan<strong>do</strong> sua participação na população total. Os maiores ganhos <strong>de</strong> população<strong>de</strong>ram-se quan<strong>do</strong> a infra-estrutura social foi canalizada para a Região Metropolitana, emrazão <strong>do</strong>s fluxos migratórios na direção da cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Recife. Essa mesorregião aumentoua sua participação <strong>de</strong> 35,4%, em 1970, para 42,1%, em 2000. As perdas <strong>de</strong> populaçãorelativa <strong>do</strong> Agreste são as mais significativas, ten<strong>do</strong> a sua participação na população <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> caí<strong>do</strong> <strong>de</strong> 29,8%, em 1970, para 25,2%, em 2000.Em termos <strong>de</strong> distribuição da população por sexo, verifica-se maior percentual <strong>de</strong>mulheres <strong>do</strong> que <strong>de</strong> homens em todas as mesorregiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, conforme indica aTabela 2.1.Tabela 2.1 População resi<strong>de</strong>nte nas mesorregiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, segun<strong>do</strong> o <strong>do</strong>micílio e o sexo.Mesorregiões Total (hab.) Homens MulheresTotal 7.918.344 3.826.657 4.091.687Zona <strong>do</strong> Agreste 1.993.868 970.306 1.023.562Zona da Mata 1.207.274 597.005 610.269Região Metropolitana <strong>do</strong>Recife3.339.616 1.583.049 1.756.567Região <strong>do</strong> São Francisco 465.672 229.413 236.259Zona <strong>do</strong> Sertão 911.914 446.884 465.030Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2000.23


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>A população <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> encontra-se <strong>de</strong>sigualmente assentada nos seus 184municípios e no distrito <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha, a exemplo <strong>do</strong> que ocorre no País, commaior fixação em áreas urbanas, em <strong>de</strong>trimento <strong>do</strong>s espaços rurais. Dessa forma, têm-se,respectivamente, <strong>do</strong>s 7.918.344 habitantes que formam a população total <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,6.058.249 resi<strong>de</strong>ntes em áreas urbanas, frente a um contingente <strong>de</strong> apenas 1.860.095habitantes em áreas rurais.Essa distribuição <strong>de</strong>sigual reflete-se nos mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vida, nos padrões <strong>de</strong> consumo e naprodução da socieda<strong>de</strong> pernambucana, que vivencia impulsos da transição <strong>de</strong> umaeconomia em bases agrárias para uma almejada economia em bases da prestação <strong>de</strong>serviços e da geração <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> ponta, como se um processo não fossecomplementar ao outro e sim substitutivo e totalizante. Por outro la<strong>do</strong>, essapre<strong>do</strong>minância urbana revela a problemática <strong>do</strong> <strong>de</strong>semprego nos estabelecimentosagrícolas e os históricos fluxos migratórios em estágios <strong>de</strong> crise, que tanto marcaram oprocesso <strong>de</strong> urbanização em torno das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s e metrópoles <strong>do</strong> País.O fluxo migratório, a busca por melhores condições <strong>de</strong> vida e a própria gênese daocupação colonial <strong>do</strong> País respon<strong>de</strong>m pelos 45% <strong>do</strong> total da população <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> quehabita as áreas costeiras (IBGE, 2000). Há uma forte pressão <strong>de</strong>sses 45%, que correspon<strong>de</strong>ma 3.541.566 habitantes, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos habitantes <strong>de</strong> segunda residência e turistas nas áreas<strong>de</strong>stino<strong>de</strong> lazer e diversão.Ao la<strong>do</strong> disso, os aspectos culturais e os lega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tradição <strong>de</strong> grupos sociais encontram-sesubmeti<strong>do</strong>s a ameaças <strong>de</strong> extinção pela massificação turística sem o necessárioplanejamento e gestão. Esse é um quadro que revela vários níveis <strong>de</strong> suscetibilida<strong>de</strong>s a exigirpolíticas públicas eficazes.2.1.2 Categorias <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong>sO fluxo <strong>de</strong> pessoas e <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>rias, com suas diferentes práticas e processos nascida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>fine a qualida<strong>de</strong> ofertada e potencial <strong>de</strong>sses espaços. A intensida<strong>de</strong>,concentração e difusão <strong>de</strong>sses fluxos se dão em diferentes escalas e dimensões. É naperspectiva da qualida<strong>de</strong> e da hospitalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses espaços que a sustentabilida<strong>de</strong> dascida<strong>de</strong>s é focalizada nesta <strong>Agenda</strong>.A garantia <strong>de</strong>ssa sustentabilida<strong>de</strong> remete aos suportes físico-naturais e construí<strong>do</strong>s, sobreos quais os processos se assentam, bem como aos instrumentos administrativos e legais,alia<strong>do</strong>s às formas <strong>de</strong> participação <strong>do</strong>s grupos sociais nos processos <strong>de</strong>cisórios.A urbanização ocorreu em todas as mesorregiões, processo que se verificou maisfortemente em <strong>Pernambuco</strong> <strong>do</strong> que nos <strong>de</strong>mais esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste. As taxas <strong>de</strong>24


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>urbanização são maiores na mesorregião metropolitana, indican<strong>do</strong> um processo <strong>de</strong>conurbação urbana entre os municípios vizinhos à cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Recife.O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> constitui um pólo <strong>de</strong> atração das regiões Norte e Nor<strong>de</strong>ste. Osmunicípios que o formam, juntamente com o distrito <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha, comportamdiferentes categorias <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s, envolven<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aquelas que integram a RegiãoMetropolitana <strong>do</strong> Recife, formada por catorze cida<strong>de</strong>s, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, em termosmunicipais, um conjunto urbano <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong> habitantes; até as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>médio porte, com características <strong>de</strong> pólo regional, e as cida<strong>de</strong>s pequenas. Além disso,ressaltam-se as cida<strong>de</strong>s em faixa costeira e as cida<strong>de</strong>s-patrimônio. Todas essas categorias<strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s apresentam problemas específicos e, portanto, em seus esforços <strong>de</strong> buscapela sustentabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>mandam abordagens e priorida<strong>de</strong>s distintas que consi<strong>de</strong>rem oterritório, as bacias hidrográficas e os sistemas urbanos que as articulam.Região Metropolitana <strong>do</strong> RecifeNas cida<strong>de</strong>s da Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife, a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimentopassa pelas carências da ocupação <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo, que <strong>de</strong>mandam urbanização dasocupações ilegais, em particular as áreas <strong>de</strong> morros e margens <strong>de</strong> rios e canais, quetrazem riscos à população. Associa<strong>do</strong> a esses fatos, coloca-se o alto déficit <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong>infra-estrutura urbana, representada por saneamento ambiental, transportes e segurança.A cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Recife, como capital <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, é um pólo das ativida<strong>de</strong>s econômicas e já seencontra em fase <strong>de</strong> saturação da ocupação <strong>do</strong>s espaços urbanos em algumas áreasmais consolidadas, como é o caso <strong>de</strong> Boa Viagem.Cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> médio e pequeno portesAs cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> porte médio constituem um elemento importante na construção dasustentabilida<strong>de</strong> da nossa re<strong>de</strong> urbana, uma vez que têm diversifica<strong>do</strong> suas economias econsolida<strong>do</strong> seu papel <strong>de</strong> presta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> serviços, ao mesmo tempo que ainda nãoapresentam, até por uma questão <strong>de</strong> escala, o mesmo nível <strong>do</strong>s problemasapresenta<strong>do</strong>s pelas metrópoles. Há, portanto, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se construir instrumentose mecanismos <strong>de</strong> regulação <strong>de</strong> seus territórios e processos econômicos e sociais. Elasrepresentam centros industriais, comerciais e/ou turísticos, como as que apresentampatrimônio ambiental ou histórico relevantes. Nessa classificação, atenção especial <strong>de</strong>veser dada às cida<strong>de</strong>s que estão em fase <strong>de</strong> plena expansão urbana, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> aassegurar sua sustentabilida<strong>de</strong> futura, como é o caso <strong>de</strong> Caruaru e Petrolina.As cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> médio porte têm diversifica<strong>do</strong> suas ativida<strong>de</strong>s e seus serviços. De um la<strong>do</strong>,a sua importância para as pequenas cida<strong>de</strong>s e zonas rurais tornam-se opção nomerca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. Por outro la<strong>do</strong>, esses espaços atuam como <strong>de</strong>sembocaduras <strong>de</strong>migrantes que participam <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> contra-urbanização e contrametropolização,25


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>característicos da década <strong>de</strong> 90, atraí<strong>do</strong>s por aspectos vincula<strong>do</strong>s à suposição <strong>de</strong>melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e meio ambiente.Dessa forma, há, claramente, diferentes pressões <strong>de</strong> grupos sociais distintos sobre osespaços das cida<strong>de</strong>s médias, os quais reelaboram suas expectativas <strong>de</strong> vida urbana apartir <strong>de</strong> um quadro real intermediário entre metrópole — sem os problemasconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s tipicamente metropolitanos — e cida<strong>de</strong>s pequenas, com uma infraestruturacapaz <strong>de</strong> suportar novos surtos. Empregos industriais, comerciais, aumento <strong>de</strong>serviços liga<strong>do</strong>s à educação e aos setores turísticos, valorização <strong>de</strong> espaços públicosvolta<strong>do</strong>s ao contingente <strong>de</strong> novos freqüenta<strong>do</strong>res, sejam turistas ou habitantes antigos. O<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> planos diretores aponta para a consagração <strong>de</strong> tais espaços comoestratégicos, muito embora sua implementação seja difícil.As cida<strong>de</strong>s pequenas têm sofri<strong>do</strong> perda <strong>de</strong> população <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à migração, porapresentarem baixos níveis comparativos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Na sua maioria,apresentam carência <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> infra-estrutura, ativida<strong>de</strong>s econômicas <strong>de</strong> carátersazonal e poucas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego, permanecen<strong>do</strong> assim num círculo vicioso<strong>de</strong> atraso, que <strong>de</strong>ve ser necessariamente quebra<strong>do</strong>. Muitas <strong>de</strong>ssas cida<strong>de</strong>s apresentambaixos Índices <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano – IDH, como é o caso <strong>de</strong> Solidão. A busca<strong>de</strong> soluções para essas cida<strong>de</strong>s é fundamental, como, por exemplo, a alocação <strong>de</strong>assentamentos <strong>de</strong> famílias-sem-terra, criação <strong>de</strong> minicréditos e estímulo às cooperativas<strong>de</strong> construção habitacional.As cida<strong>de</strong>s em faixa costeiraA ausência <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano e <strong>de</strong> normas a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> uso eocupação <strong>do</strong> solo das cida<strong>de</strong>s litorâneas tem gera<strong>do</strong> um crescimento <strong>de</strong>scontrola<strong>do</strong><strong>de</strong>ssas áreas, como são os casos <strong>de</strong> Porto <strong>de</strong> Galinhas e Tamandaré, no litoral sul, e <strong>de</strong>Itamaracá, no litoral norte pernambucano. O alto fluxo turístico no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> férias e <strong>de</strong>verão vem provocan<strong>do</strong> uma sobrecarga na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte <strong>do</strong>s ecossistemas eda infra-estrutura <strong>de</strong>ssas cida<strong>de</strong>s, em particular os manguezais e a faixa <strong>de</strong> praia. Essascida<strong>de</strong>s representam um alto potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s turísticas emtoda a faixa litorânea. No senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> assegurar a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas cida<strong>de</strong>s,necessário se faz aumentar o controle <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo, asseguran<strong>do</strong> a proteção da faixa<strong>de</strong> praia e <strong>do</strong>s manguezais existentes nessas áreas.A concentração da população em espaços costeiros remete às origens coloniais, cujarelação cida<strong>de</strong>–porto formou o Recife, e respon<strong>de</strong> pela estrutura organizacional que aRegião da Mata, com a cultura da cana-<strong>de</strong>-açúcar, consoli<strong>do</strong>u e que a RegiãoMetropolitana concretiza, institucional e economicamente.26


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Cida<strong>de</strong>s-patrimônioA proteção <strong>do</strong> patrimônio histórico existente em algumas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ve ser feita através<strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> conservação integrada, priorizan<strong>do</strong> os valores estéticos, históricos,culturais, sociais e econômicos. O <strong>de</strong>safio que se impõe é o <strong>de</strong> uma gestão partilhada,que <strong>de</strong>ve acarretar uma intervenção <strong>de</strong> reabilitação <strong>de</strong>sse patrimônio. Há, nesse caso, opressuposto <strong>de</strong> que o ambiente — monumento e entorno — encontra-se em aban<strong>do</strong>noe/ou estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação. Nesse contexto, encontram-se inseridas as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Triunfo, Olinda, Igarassu, Jaboatão e Recife.2.1.3 Acessibilida<strong>de</strong> ao Espaço UrbanoA <strong>de</strong>finição mais a<strong>de</strong>quada para acessibilida<strong>de</strong> é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a um lugar.A abordagem <strong>de</strong>ssa temática esteve presente nas discussões sobre o espaço urbano dascida<strong>de</strong>s pernambucanas. Nesse senti<strong>do</strong>, o que se almeja alcançar são diretrizes queorientem a elaboração <strong>de</strong> políticas públicas que contribuam para o processo <strong>de</strong>a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong> ambiente coletivo às exigências da população e, sobretu<strong>do</strong>, <strong>de</strong> umgrupo <strong>de</strong> pessoas que apresenta necessida<strong>de</strong>s especiais em acessibilida<strong>de</strong> (obesos,cardíacos, mulheres grávidas, pessoas com carrinho <strong>de</strong> bebê e, particularmente, pessoasporta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência física).Ao município brasileiro compete legislar sobre assuntos <strong>de</strong> interesse local. Entre esses,encontra-se o or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> espaço urbano. As cida<strong>de</strong>s são, por sua natureza, locais<strong>de</strong> troca e convívio humano. São espaços on<strong>de</strong> habitam, trabalham e circulam pessoascom as mais diversas necessida<strong>de</strong>s. São, por isso, espaços que <strong>de</strong>vem ser acessíveis ato<strong>do</strong>s. Contu<strong>do</strong>, essa premissa nem esteve presente no cenário <strong>de</strong> gestão municipal,uma vez que os espaços públicos da cida<strong>de</strong> vêm sen<strong>do</strong> concebi<strong>do</strong>s para seremmajoritariamente usa<strong>do</strong>s por um padrão i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong> <strong>de</strong> pessoas, que exclui as porta<strong>do</strong>ras<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência.As pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência representam um segmento com especificida<strong>de</strong>s quefogem ao padrão <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong> estabeleci<strong>do</strong> pela socieda<strong>de</strong>. Suas diferenças não selocalizam apenas em suas dificulda<strong>de</strong>s para exercer <strong>de</strong>terminadas tarefas da vidacotidiana, mas também no acesso a trabalho, educação, saú<strong>de</strong>, lazer e espaços urbanos.Nas cida<strong>de</strong>s pernambucanas <strong>de</strong> diferentes portes, nota-se o quase total <strong>de</strong>spreparo<strong>de</strong>sses locais em relação à oferta <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> acesso para as pessoas comdificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção. O espaço mal concebi<strong>do</strong> acaba concretizan<strong>do</strong> uma segregaçãonão-<strong>de</strong>sejada, porém ainda muito presente na socieda<strong>de</strong>: o que foge <strong>do</strong> padrão <strong>de</strong>ve serafasta<strong>do</strong> ou, no mínimo, não merecer a <strong>de</strong>vida atenção, pois é a exceção.27


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>2.1.4 Condições <strong>de</strong> Habitabilida<strong>de</strong>Habitabilida<strong>de</strong> pressupõe não apenas o lócus, o abrigo, mas to<strong>do</strong> o ambiente <strong>de</strong> suporteàs condições <strong>de</strong> uma boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Isso implica aliar o atual déficit <strong>de</strong> cerca<strong>de</strong> 200 mil unida<strong>de</strong>s habitacionais no Esta<strong>do</strong> — reconheci<strong>do</strong> pela atual Empresa <strong>de</strong>Melhoramentos Habitacionais <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> – Emhape —, <strong>do</strong>s quais 18 mil na áreametropolitana, a preocupações que se convertam em políticas públicas que assegurema acessibilida<strong>de</strong> plena à infra-estrutura e aos equipamentos <strong>do</strong>s atuais e futuros<strong>do</strong>micílios.Essas necessida<strong>de</strong>s envolvem melhoria e ampliação nos serviços <strong>de</strong> abastecimento d’água,sistema <strong>de</strong> esgoto sanitário, transportes <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, coleta e <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> lixo,segurança, salubrida<strong>de</strong>, acessibilida<strong>de</strong> aos equipamentos <strong>de</strong> apoio à moradia, entre outros.Dessa forma, passa-se a analisar as cida<strong>de</strong>s no seu conjunto, no que tange aoplanejamento <strong>de</strong> suas oportunida<strong>de</strong>s e não apenas à habitação <strong>de</strong> per si, complementadapor uma política regulatória clara.A habitação é uma necessida<strong>de</strong> básica <strong>do</strong> ser humano. A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dapopulação está diretamente relacionada a uma moradia a<strong>de</strong>quada e po<strong>de</strong> ser expressapela <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação, resultante da relação entre o número <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res pelonúmero <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmitórios. Esse indica<strong>do</strong>r expressa, em percentual, a população que estásubmetida a uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> superior a três pessoas por <strong>do</strong>rmitório. O percentual <strong>de</strong><strong>do</strong>micílios particulares permanentes é superior à média nacional, que é <strong>de</strong> 14,7%, e inferiorà média <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, que é <strong>de</strong> 17,5%, conforme Tabela 2.2.Tabela 2.2 População total em <strong>do</strong>micílios particulares permanentes, com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>mora<strong>do</strong>res por <strong>do</strong>rmitório, total e percentual, no Brasil, na Região Nor<strong>de</strong>ste e em seusesta<strong>do</strong>s – 2000.Brasil, Região Nor<strong>de</strong>ste eseus esta<strong>do</strong>sTotalPopulaçãoEm <strong>do</strong>micílios particulares permanentes,com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>respor <strong>do</strong>rmitório.Total Percentual (%)Brasil 168.292.527 24.772.950 14,7Nor<strong>de</strong>ste 47.433.568 8.316.353 17,5Maranhão 5.627.489 1.430.125 25,4Piauí 2.829.983 488.172 17,2Ceará 7.399.031 1.168.879 15,8Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte 2.756.932 358.<strong>21</strong>3 13,0Paraíba 3.430.428 463.358 13,5<strong>Pernambuco</strong> 7.852.576 1.309.204 16,7Alagoas 2.802.500 557.566 19,9Sergipe 1.775.943 314.672 17,7Bahia 12.958.685 2.226.165 17,2Fonte: Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável, IBGE, 2002.28


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>A insuficiência <strong>de</strong> investimentos para recuperação, ampliação e implantação <strong>de</strong> sistemas<strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> esgotamento sanitário, bem como para capacitaçãotécnica e melhoria <strong>de</strong> sua operação, aliada à ineficácia <strong>do</strong>s órgãos municipais eestaduais <strong>de</strong> vigilância sanitária e <strong>de</strong> controle da poluição, é responsável pelo processo <strong>de</strong>sucateamento <strong>do</strong>s sistemas e pela ineficiência operacional que se observa ao longo dasúltimas décadas. Uma análise mais <strong>de</strong>talhada das condições da infra-estrutura <strong>de</strong>saneamento é apresentada, a seguir, no tópico <strong>de</strong> infra-estrutura.2.2 INFRA-ESTRUTURA URBANAO Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> apresenta gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios no âmbito da infra-estrutura, tantonas necessárias, ao <strong>de</strong>senvolvimento rural e propicia<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> crescimento econômicoquanto nas áreas urbanas. Vale <strong>de</strong>stacar que quan<strong>do</strong> das discussões para i<strong>de</strong>ntificação<strong>do</strong>s entraves à sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> ficaram bemcaracterizadas as distorções aqui apresentadas sob a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> saneamentoambiental e ações <strong>de</strong> infra-estrutura ligadas ao apoio das ativida<strong>de</strong>s econômicas <strong>de</strong>caráter rural ou urbano e às relacionadas às condições <strong>de</strong> habitabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>sassentamentos humanos, sejam eles rurais ou urbanos.2.2.1 Saneamento AmbientalEnten<strong>de</strong>-se por saneamento as ações relacionadas estritamente com o abastecimento<strong>de</strong> água e com o esgoto sanitário. In<strong>do</strong> mais além, saneamento básico é aquele quecompreen<strong>de</strong> ações relacionadas com o abastecimento <strong>de</strong> água, com o esgotamentosanitário, com a coleta e disposição final <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e drenagem urbana; e osaneamento ambiental é aquele que compreen<strong>de</strong> ações e serviços necessários aoprovimento <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> salubrida<strong>de</strong> ao meio físico e à saú<strong>de</strong> e ao bem-estar dapopulação, com: abastecimento <strong>de</strong> água, qualida<strong>de</strong> da água para o consumohumano, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, educaçãosanitária ambiental, melhorias sanitárias <strong>do</strong>miciliares, controle <strong>de</strong> vetores e reservatórios<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças transmissíveis, bem como o uso e ocupação <strong>do</strong> solo.Abastecimento <strong>de</strong> águaOs serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> esgotamento sanitário, na quasetotalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, são presta<strong>do</strong>s pela CompanhiaPernambucana <strong>de</strong> Saneamento – Compesa, que possui a concessão. Em 1999, essacompanhia era responsável pelo abastecimento <strong>de</strong> água em 174 municípios,aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> 168 se<strong>de</strong>s municipais e 74 outras localida<strong>de</strong>s. Em apenas quatro municípios29


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>(Água Preta, Caten<strong>de</strong>, Palmares e Ribeirão), o abastecimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong> suas se<strong>de</strong>s e<strong>de</strong> seis localida<strong>de</strong>s estavam sob a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autarquias municipais (serviçosautônomos <strong>de</strong> água e esgotos). Nos municípios atendi<strong>do</strong>s pela Compesa, o índice <strong>de</strong>atendimento da população pelos sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água atingia 74,5%,enquanto nos municípios atendi<strong>do</strong>s por serviços autônomos <strong>de</strong> água e esgotos, esseíndice era <strong>de</strong> 73,3% (Sedu/PR, Ipea, 2000).Analisan<strong>do</strong> o percentual <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res em <strong>do</strong>micílios particulares permanentes, emrelação à população total, apresenta<strong>do</strong> na Tabela 2.3, po<strong>de</strong>-se observar que, em<strong>Pernambuco</strong>, os valores <strong>de</strong> atendimento com re<strong>de</strong> geral na zona urbana são <strong>de</strong> 85,6%,enquanto na zona rural são bem mais <strong>de</strong>ficitários, atingin<strong>do</strong> o valor <strong>de</strong> apenas 14,5%. Estesvalores são inferiores à média brasileira.Tabela 2.3 Percentual <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res em <strong>do</strong>micílios particulares permanentes com abastecimento <strong>de</strong> água,em relação à população total, por tipo <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e situação <strong>do</strong> <strong>do</strong>micílio, noBrasil, na Região Nor<strong>de</strong>ste e em seus esta<strong>do</strong>s.Percentual <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res em <strong>do</strong>micíliosBrasil, Regiãoparticulares permanentes com abastecimento <strong>de</strong>População totalNor<strong>de</strong>ste e seuságua, em relação à população total (%)esta<strong>do</strong>sTipo <strong>de</strong> abastecimentoRe<strong>de</strong> geralOutro tipoZona UrbanaBrasil 137.015.685 89,1 10,9Nor<strong>de</strong>ste 32.774.954 85,3 14,7<strong>Pernambuco</strong> 6.023.175 85,6 14,4Zona RuralBrasil 31.355.208 17,8 82,2Nor<strong>de</strong>ste 14.631.768 18,3 81,7Maranhão 2.268.604 17,7 82,3Piauí 1.050.747 11,5 88,5Ceará 2.104.575 8,0 92,0Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte 733.194 36,2 63,8Paraíba 992.301 10,3 89,7<strong>Pernambuco</strong> 1.839.104 14,5 85,5Alagoas 892.106 <strong>21</strong>,4 78,6Sergipe 504.831 30,8 69,2Bahia 4.246.306 23,6 76,4Fonte: Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável, IBGE, 2002.Esses números revelam que os índices <strong>de</strong> atendimento <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong>água no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> estão ainda distantes da universalização. Além disso, adistribuição <strong>do</strong> atendimento é socialmente <strong>de</strong>sigual, com déficits <strong>de</strong> atendimento maiseleva<strong>do</strong>s nas áreas <strong>de</strong> menor renda. E ainda: por falta <strong>de</strong> investimentos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para30


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>recuperação e ampliação, os sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água vêm sofren<strong>do</strong>, ao longodas últimas décadas, um processo <strong>de</strong> sucateamento que tem provoca<strong>do</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>no abastecimento, com longos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> racionamento, e fornecimento <strong>de</strong> água cujaqualida<strong>de</strong> não aten<strong>de</strong> aos padrões <strong>de</strong> potabilida<strong>de</strong>.A população não atendida por sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água (cerca <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong>pessoas) vem utilizan<strong>do</strong> fontes alternativas <strong>de</strong> suprimento. Sem o a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> controle <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> da água, efeitos negativos são gera<strong>do</strong>s sobre a saú<strong>de</strong> da população, entre eles,a ocorrência <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> veiculação hídrica, principalmente entre a população maispobre. Certamente esse é um fator que contribui para a elevada taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>infantil no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> (61,8%), superior às médias <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste (59%) e <strong>do</strong> Brasil(36,7%) (Con<strong>de</strong>pe, 2001).Com relação aos impactos ambientais <strong>de</strong>correntes da falta <strong>de</strong> investimentos emabastecimento <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>ve-se citar que, em conseqüência <strong>do</strong> recente e rigorosoprograma <strong>de</strong> racionamento imposto pela Compesa, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao prolonga<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>estiagem que ocorreu na região, foram perfura<strong>do</strong>s, ao longo <strong>do</strong>s últimos anos, sem o <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>controle, centenas <strong>de</strong> poços profun<strong>do</strong>s na Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife, o que po<strong>de</strong>ráprovocar a contaminação <strong>do</strong> aqüífero e o a<strong>de</strong>nsamento <strong>do</strong> solo na região. Deve-semencionar, ainda, como resulta<strong>do</strong> da falta <strong>de</strong> investimentos para a melhoria das estações<strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água, a poluição <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água, provocada pelos <strong>de</strong>spejos <strong>do</strong>sresíduos (lo<strong>do</strong>) <strong>de</strong>ssas estações.Des<strong>de</strong> mea<strong>do</strong>s da década 80, quan<strong>do</strong> foi extinto o Plano Nacional <strong>de</strong> Saneamento,implanta<strong>do</strong> na década <strong>de</strong> 70, o <strong>Governo</strong> Fe<strong>de</strong>ral vem estudan<strong>do</strong> nova política para osetor <strong>de</strong> saneamento. Em esta<strong>do</strong>s importantes da Fe<strong>de</strong>ração (São Paulo, Paraná, RioGran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, Bahia, Santa Catarina, Ceará e <strong>Pernambuco</strong>), companhias estaduais <strong>de</strong>saneamento, com o objetivo <strong>de</strong> obter recursos financeiros para novos investimentos,estudam a possibilida<strong>de</strong> ou já vêm, nos últimos anos, realizan<strong>do</strong> a venda parcial <strong>de</strong> suasações pertencentes aos governos estaduais, abrin<strong>do</strong> seu capital a empresas privadas.Fun<strong>do</strong>s e grupos internacionais têm interesse em participar <strong>de</strong>sse atraente merca<strong>do</strong> noBrasil e na América Latina. No nível municipal, observa-se, no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, atendência <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> autarquias ou empresas municipais <strong>de</strong> saneamento,notadamente naqueles municípios economicamente mais fortes. Em Petrolina e Vitória<strong>de</strong> Santo Antão, essas entida<strong>de</strong>s já foram criadas. Na Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife, osgovernos municipais <strong>do</strong> Cabo <strong>de</strong> Santo Agostinho e <strong>do</strong> Recife estão <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong>estu<strong>do</strong>s nesse senti<strong>do</strong>.Esses movimentos, nos três níveis <strong>de</strong> governo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> importantesquestões jurídicas, tais como a regulamentação <strong>do</strong> setor (criação <strong>de</strong> agência31


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>regula<strong>do</strong>ra) e a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r conce<strong>de</strong>nte. Os projetos <strong>de</strong> lei que fornecem asbases para a nova legislação <strong>do</strong> saneamento no Brasil estão atualmente em análise noCongresso Nacional.Esgotamento sanitárioNo Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, os serviços <strong>de</strong> esgotos se caracterizam por três aspectosprincipais: (1) baixíssimo índice <strong>de</strong> atendimento da população; (2) ineficiênciaoperacional <strong>do</strong>s sistemas existentes; e (3) gestão ina<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>s serviços.Conforme po<strong>de</strong> ser visto na Tabela 2.4, apenas 41,9% da população resi<strong>de</strong>nte em áreasurbanas são <strong>do</strong>tadas <strong>de</strong> algum sistema <strong>de</strong> esgoto sanitário em nível satisfatório, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong><strong>de</strong> re<strong>de</strong> coletora e tratamento público coletivo. O índice nacional atinge 53,8%. Na zonarural, o nível <strong>de</strong> atendimento é bem mais <strong>de</strong>ficiente, uma vez que em <strong>Pernambuco</strong> 55,4%não possuem qualquer tipo <strong>de</strong> tratamento, enquanto no Brasil esse índice é <strong>de</strong> 37,6%.Compara<strong>do</strong>s com os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste (61,4%), os valores <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> estãomelhores.O sistema público, em geral, encontra-se sob a administração da CompanhiaPernambucana <strong>de</strong> Saneamento – Compesa, haven<strong>do</strong> ainda a participação muitopequena <strong>de</strong> outros órgãos, como a Fundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – Funasa, <strong>do</strong> Ministérioda Saú<strong>de</strong>; ou da administração municipal, direta ou indireta. Re<strong>de</strong>s coletoras comestações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto existem somente em poucas cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, emgeral as maiores, como Recife, Petrolina e Caruaru. Mesmo assim, o atendimento nessascida<strong>de</strong>s se encontra longe da universalização.32


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Tabela 2.4 Percentual <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res em <strong>do</strong>micílios particulares permanentes em relação à população total,por tipo <strong>de</strong> esgotamento sanitário e situação <strong>do</strong> <strong>do</strong>micílio, no Brasil, na Região Nor<strong>de</strong>ste e emseus esta<strong>do</strong>s – 2000.Brasil, RegiãoNor<strong>de</strong>ste e seusesta<strong>do</strong>sPopulaçãoTotalPercentual <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res em <strong>do</strong>micíliosparticulares permanentes, em relação àpopulação total (%)Com esgoto sanitário, por tipoRe<strong>de</strong>coletoraFossaSépticaOutrotipoNãotinhamZona UrbanaBrasil 137.015.685 53,8 16,2 26,9 3,1Nor<strong>de</strong>ste 32.774.954 33,4 16,3 41,2 9,1Maranhão 3.345.987 13,1 22,1 43,5 <strong>21</strong>,3Piauí 1.780.844 6,0 51,6 23,2 19,2Ceará 5.290.171 28,5 15,4 46,0 10,1Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong>2.027.<strong>21</strong>9 20,8 29,1 46,4 3,8NorteParaíba 2.434.188 38,6 12,3 43,6 5,5<strong>Pernambuco</strong> 6.023.175 41,9 11,0 42,3 4,9Alagoas 1.899.858 20,0 13,6 58,7 7,7Sergipe 1.265.361 37,0 19,3 39,3 4,4Bahia 8.708.151 47,7 9,6 34,9 7,7Zona RuralBrasil 31 355 208 3,1 8,7 50,6 37,6Nor<strong>de</strong>ste 14.631.768 1,1 4,1 33,5 61,4Maranhão 2.268.604 1,6 3,7 25,4 69,3Piauí 1.050.747 0,0 4,6 7,7 87,7Ceará 2.104.575 0,2 4,1 29,8 65,9Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong>733.194 2,1 8,9 60,4 28,5NorteParaíba 992.301 0,5 4,0 39,9 55,6<strong>Pernambuco</strong> 1.839.104 1,2 4,2 39,2 55,4Alagoas 892.106 1,5 3,1 44,7 50,7Sergipe 504.831 1,0 3,6 56,3 39,1Bahia 4.246.306 1,2 3,6 32,3 62,9Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2000.Há centenas <strong>de</strong> pequenos sistemas com re<strong>de</strong> e tratamento que aten<strong>de</strong>m isoladamentevilas ou bairros das cida<strong>de</strong>s com população entre 5.000 e 15.000 habitantes,aproximadamente. Os tratamentos utiliza<strong>do</strong>s nesses casos são pre<strong>do</strong>minantemente aslagoas <strong>de</strong> estabilização, as lagoas aeradas, as fossas e os filtros anaeróbios. De maiorporte, e instala<strong>do</strong>s mais recentemente, são os reatores anaeróbios <strong>de</strong> fluxo ascen<strong>de</strong>nte ea lagoa <strong>de</strong> polimento. Para os sistemas individuais, em residências ou em edifícioslocaliza<strong>do</strong>s em áreas on<strong>de</strong> não há re<strong>de</strong> coletora, é bastante disseminada a utilização <strong>de</strong>fossas negras e <strong>de</strong> fossas sépticas, seguidas <strong>de</strong> sumi<strong>do</strong>uros ou <strong>de</strong> filtros anaeróbios. Commenor intensida<strong>de</strong>, são utiliza<strong>do</strong>s outros tipos <strong>de</strong> estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos, maiseficientes, em certos hotéis ou em con<strong>do</strong>mínios <strong>de</strong> maior porte.Nas últimas décadas, com raras exceções, tem se verifica<strong>do</strong> a falta <strong>de</strong> operaçãoa<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>s sistemas existentes, públicos ou priva<strong>do</strong>s, coletivos ou individuais. Comisso, caracteriza-se o setor como um <strong>do</strong>s menos valoriza<strong>do</strong>s, apesar <strong>de</strong> sua estreita33


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>relação — e altíssima importância — com a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, nos aspectos sanitários e<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública. Uma das conseqüências tem si<strong>do</strong> o lançamento, praticamente innatura, nos rios e solos, retrato da má operação das fossas, alia<strong>do</strong> à ineficiência <strong>do</strong>sserviços <strong>de</strong> remoção <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> nelas produzi<strong>do</strong> e acumula<strong>do</strong>; e às freqüentes e longasparalisações das estações elevatórias e das estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos,provocan<strong>do</strong> <strong>de</strong>spejo contínuo e prolonga<strong>do</strong> <strong>do</strong>s esgotos coleta<strong>do</strong>s nos canais, rios eestuários, mesmo nas áreas urbanas <strong>do</strong>tadas <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> esgotamento sanitário.As causas po<strong>de</strong>m ser atribuídas à falta <strong>de</strong> investimentos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para recuperação eampliação <strong>do</strong>s sistemas existentes; à ineficácia <strong>do</strong>s órgãos, municipais e estaduais, <strong>de</strong>vigilância sanitária e <strong>de</strong> controle da poluição, o que vem provocan<strong>do</strong>, há muitos anos, adisseminação da prática <strong>de</strong> ligações clan<strong>de</strong>stinas <strong>do</strong>s efluentes, especialmente dasmilhares <strong>de</strong> fossas; e à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> microdrenagem <strong>de</strong> águas pluviais (galerias e canais),que, por sua vez, também recebe gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> lixo urbano.A gestão ina<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> esgotos é atestada pela qualida<strong>de</strong> precária <strong>do</strong>ssistemas existentes, concorren<strong>do</strong> para isso a falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> técnica no setor, a falta<strong>de</strong> recursos financeiros específicos e a falta <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> da Compesa para esses serviços,privilegian<strong>do</strong> apenas os serviços <strong>de</strong> água, sem a <strong>de</strong>vida preocupação com a águaresiduária formada pelo seu uso.O quadro atual é a ocorrência <strong>de</strong> intensa poluição <strong>do</strong>s recursos hídricos, com reflexosnegativos na saú<strong>de</strong> — a proliferação <strong>de</strong> várias <strong>do</strong>enças infecciosas e parasitárias — e nobem-estar da população. A <strong>de</strong>terioração ambiental, especialmente <strong>do</strong>s recursoshídricos, reflete-se pela contaminação <strong>do</strong>s rios, lagos e lençóis freáticos, sen<strong>do</strong>atualmente um <strong>do</strong>s mais graves problemas da Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife e daregião litorânea.Além <strong>do</strong>s problemas acarreta<strong>do</strong>s à saú<strong>de</strong> pública, a poluição <strong>do</strong>s recursos hídricos temdificulta<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento da ativida<strong>de</strong> turística, uma das principais potencialida<strong>de</strong>seconômicas da região. Diante da ineficiência da Compesa, os municípioseconomicamente mais fortes vêm procuran<strong>do</strong> investir nesse setor, especialmente osmunicípios <strong>do</strong> Recife e <strong>de</strong> Petrolina. Em Petrolina foram instala<strong>do</strong>s, com sucesso, sistemas<strong>de</strong> esgotamento sanitário <strong>do</strong> tipo con<strong>do</strong>minial, on<strong>de</strong>, atualmente, po<strong>de</strong> se verificar omaior índice <strong>de</strong> atendimento no Esta<strong>do</strong>.Esforços têm si<strong>do</strong> feitos nos últimos anos, através <strong>de</strong> programas específicos volta<strong>do</strong>s parao setor <strong>de</strong> saneamento, com recursos <strong>do</strong>s <strong>Governo</strong>s Fe<strong>de</strong>ral e Estadual e <strong>de</strong> órgãos oubancos <strong>do</strong> exterior. Os resulta<strong>do</strong>s, porém, ainda têm si<strong>do</strong> tími<strong>do</strong>s, em face da gran<strong>de</strong><strong>de</strong>manda atual. Um outro aspecto relevante das ações <strong>de</strong> saneamento no Esta<strong>do</strong> temsi<strong>do</strong> a sua dissociação <strong>do</strong> gerenciamento integra<strong>do</strong> <strong>do</strong>s recursos hídricos.34


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Drenagem <strong>de</strong> águas pluviaisA situação da drenagem urbana no Esta<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser inserida no quadro geral <strong>de</strong>saneamento básico, uma vez que os sistemas existentes comportam não somente afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoar os excessos <strong>de</strong> águas pluviais, como acontecia antigamente nasáreas urbanas. O <strong>de</strong>senvolvimento urbano, que também ocorreu no Esta<strong>do</strong> nas últimasdécadas, com elevada concentração populacional sem a <strong>de</strong>vida infra-estrutura,resultou em uso e ocupação ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s <strong>de</strong> solos e espaços, seja em locais comexcesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>, como é o caso <strong>do</strong>s morros, ou naqueles com falta <strong>de</strong><strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>, em planícies alagadas, mangues, beira <strong>de</strong> rios ou fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vales. Ossistemas <strong>de</strong> drenagem urbana refletem os conflitos e problemas gera<strong>do</strong>s e concorremtambém para a <strong>de</strong>gradação ambiental, com riscos <strong>de</strong> enchentes, erosão e<strong>de</strong>slizamentos.Embora os serviços <strong>de</strong> drenagem urbana estejam a cargo pre<strong>do</strong>minantemente <strong>do</strong>smunicípios, estes não possuem, em geral, capacida<strong>de</strong> institucional e econômica, comoocorre em muitos municípios brasileiros, para administrar aqueles problemas. Os <strong>Governo</strong>sEstadual e Fe<strong>de</strong>ral, por sua vez, normalmente se encontram distantes <strong>do</strong>s municípios paraque se ache uma solução satisfatória ou a<strong>de</strong>quada ao apoio <strong>de</strong>ssa questão. Exemplosrecentes no Recife e em várias cida<strong>de</strong>s da Mata Sul mostram que cada vez que umproblema <strong>de</strong> porte, relativo à falta <strong>de</strong> drenagem urbana, aflora, ele é trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> formaisolada, sem se buscar um planejamento preventivo ou mesmo corretivo. O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>chuvas, em especial na Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife, tem si<strong>do</strong> sempre sinônimo <strong>de</strong>perigo para vidas humanas, prejuízos econômicos, perdas <strong>de</strong> moradias e bens, caos notrânsito, interrupção <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s comerciais e industriais, além da elevação <strong>do</strong> número<strong>de</strong> pessoas com <strong>do</strong>enças típicas, associadas às chuvas, como, por exemplo, aleptospirose.Hoje, os sistemas <strong>de</strong> drenagem urbana no Esta<strong>do</strong>, em especial nas gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s,caracterizam-se pelo uso “múltiplo”, longe <strong>de</strong> sua finalida<strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> apenas conduzir osexce<strong>de</strong>ntes das águas superficiais oriundas das precipitações. A falta <strong>de</strong> saneamentobásico, com coleta regular através <strong>de</strong> re<strong>de</strong> própria para os esgotos sanitários, bem comoa falta <strong>de</strong> coleta ou freqüência irregular, tornou os canais e as galerias pluviais os lugares<strong>de</strong> mais fácil acesso da população para o lançamento clan<strong>de</strong>stino e ilegal <strong>do</strong>s resíduoslíqui<strong>do</strong>s (esgotos) e sóli<strong>do</strong>s (lixo urbano). Em conseqüência, torna-se visível a <strong>de</strong>gradaçãoambiental, com a poluição <strong>de</strong> rios e estuários.Por fim, <strong>de</strong>ve-se ressaltar que as calamida<strong>de</strong>s resultantes das enchentes urbanas, além<strong>de</strong> serem resulta<strong>do</strong> da ocupação ina<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>s leitos <strong>do</strong>s rios e canais, são frutos <strong>de</strong>uma política equivocada, não somente no Esta<strong>do</strong>, como também no País, com a falta<strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> controle, <strong>de</strong> interesses e <strong>de</strong> conhecimentos e sem programas preventivoseficientes que contemplem a forte atuação na regulamentação <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong>solo.35


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Resíduos sóli<strong>do</strong>sNo Brasil, aproximadamente 91,2% da população conta com coleta regular <strong>de</strong> lixo. Noinício <strong>do</strong>s anos 90, cerca <strong>de</strong> 76% <strong>do</strong> lixo coleta<strong>do</strong> era “vaza<strong>do</strong>” em lixões, sem quaisquerpreocupações sanitárias, e 13% <strong>de</strong>sse lixo era disposto em aterros controla<strong>do</strong>s. Apenas10% <strong>do</strong> lixo coleta<strong>do</strong> era <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> em aterros sanitários e 1% era processa<strong>do</strong>(compostagem, incineração ou reciclagem) (IBGE, 2000).Situação ainda mais precária foi revelada no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, registran<strong>do</strong> umíndice <strong>de</strong> lixo coleta<strong>do</strong> <strong>de</strong> 84,75%, valor superior ao índice <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste (81,4%). Osresulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> diagnóstico efetua<strong>do</strong> pela Sectma em 2000, em 72 municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,cobrin<strong>do</strong> 86% <strong>de</strong> sua população, revelaram a insuficiência da cobertura <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong>limpeza urbana, que não atinge toda a população urbana <strong>do</strong>s municípios. Emnumerosos municípios foram constata<strong>do</strong>s índices <strong>de</strong> cobertura inferiores a 50%,especialmente naqueles <strong>de</strong> menor porte. Apenas nos municípios com populaçãosuperior a 100 mil habitantes foram observa<strong>do</strong>s índices mais eleva<strong>do</strong>s (> 75%).No que diz respeito à geração <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s em <strong>Pernambuco</strong>, o diagnóstico (2000)realiza<strong>do</strong> pela Sectma i<strong>de</strong>ntificou que:• A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos gera<strong>do</strong>s no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> é, em média, <strong>de</strong> 1,22kg/hab./dia. A Região Metropolitana gera, aproximadamente, 1,24 kg/hab./dia.• A estimativa da geração diária <strong>de</strong> resíduos no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> é <strong>de</strong> 7.803,06toneladas/dia, sen<strong>do</strong> que a Região Metropolitana gera 53,01% <strong>de</strong>sse valor, possuin<strong>do</strong>uma população <strong>de</strong> 53,4% da população urbana <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, conforme po<strong>de</strong> ser vistona Tabela 2.5.36


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Tabela 2.5 Quantificação da geração <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s por cada Região <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>.Região <strong>de</strong> Desenvolvimento<strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>resíduos gera<strong>do</strong>s(t/dia)Percentual dageração <strong>de</strong>resíduos noEsta<strong>do</strong>Geração percapita média(kg/hab./dia)Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> 7.803,06 1,22Região Metropolitana <strong>do</strong>Recife4.136,27 53,01% 1,24Agreste Central 652,45 8,36% 1,00Agreste Meridional 463,97 5,95% 1,50Zona da Mata Norte 504,71 6,47% 1,34Pajeú/Moxotó 451,92 5,79% 1,50Zona da Mata Sul 647,22 8,29% 1,42São Francisco 256,06 3,28% 1,20Agreste Setentrional 360,10 4,61% 1,41Araripe <strong>21</strong>0,96 2,70% 1,15Sertão Central 68,91 0,88% 0,82Itaparica 50,48 0,65% 0,79Fonte: Diagnóstico <strong>do</strong>s Sistemas <strong>de</strong> Limpeza Urbana <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, Secretaria <strong>de</strong> Ciência, Tecnologia eMeio Ambiente <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> – Sectma, 2002.Atualmente, no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, existe 01 incinera<strong>do</strong>r para o tratamento <strong>do</strong>sresíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Essa empresa coleta e trata cerca <strong>de</strong> 220 t/mês. NoEsta<strong>do</strong>, existem 44 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compostagem, porém apenas 03 funcionam (Fernan<strong>do</strong><strong>de</strong> Noronha, Itapissuma e Ceagepe – Recife), estan<strong>do</strong> as <strong>de</strong>mais sucateadas.No que se refere à <strong>de</strong>stinação final, no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, existem mais <strong>de</strong> 200lixões em operação, 08 aterros controla<strong>do</strong>s (nos municípios <strong>de</strong> Caruaru, Belo Jardim,Sanharó, Recife/Jaboatão, Petrolândia, Garanhuns, Serra Talhada e Petrolina) e 01 aterrosanitário em fase <strong>de</strong> operação (no município <strong>de</strong> Goiana), licencia<strong>do</strong> pelo órgãoambiental. O aterro controla<strong>do</strong> <strong>de</strong> Caruaru está em fase <strong>de</strong> transformação em aterrosanitário.Em termos <strong>de</strong> impactos ambientais, observa-se que os municípios que possuem gran<strong>de</strong>sáreas e baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional, o potencial <strong>de</strong> impacto, em geral, é baixo, poisas áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação final localizam-se distantes da zona urbana e longe <strong>de</strong> cursosd’água, enquanto os municípios que possuem áreas menores e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacionalelevada apresentam potencial <strong>de</strong> impacto médio ou alto.Com o objetivo <strong>de</strong> enfrentar esse problema, que <strong>de</strong>sponta no Esta<strong>do</strong> como um <strong>do</strong>s maisimportantes <strong>de</strong>safios à sustentabilida<strong>de</strong> urbana, o <strong>Governo</strong> Estadual coor<strong>de</strong>nou em 2000,a discussão e elaboração <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s para <strong>Pernambuco</strong>,institucionalizada pela Lei Estadual nº 12.008, <strong>de</strong> 1º <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2001. As tecnologias <strong>de</strong>coleta e <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s estão consolidadas e disponíveis noEsta<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, esforços consi<strong>de</strong>ráveis vêm sen<strong>do</strong> feitos na obtenção <strong>de</strong> recursos37


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>financeiros para implantação <strong>de</strong> novos aterros sanitários e recuperação <strong>do</strong>s lixõesexistentes. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>do</strong>s recursos financeiros provenientes <strong>do</strong> ICMSsocioambiental vem estimulan<strong>do</strong> os governos municipais a investirem no setor, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>a implantar um sistema <strong>de</strong> gestão integrada <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s em seus municípios.2.2.2 Infra-estrutura <strong>de</strong> Apoio às Categorias EconômicasEnergiaNo campo da energia, é necessária a utilização, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> inteligente e eficiente, <strong>de</strong>recursos renováveis e que gerem energia limpa, preservan<strong>do</strong> o meio ambiente, eliminan<strong>do</strong><strong>de</strong>sperdícios e reduzin<strong>do</strong> custos operacionais. A energia está presente em todas asativida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna, seja como um serviço essencial à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida,seja como um fator <strong>de</strong> produção que impulsiona o <strong>de</strong>senvolvimento econômico. Dessemo<strong>do</strong>, é importante tratar a produção e o uso <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um enfoquesistêmico, superan<strong>do</strong> uma abordagem limitada ao setor energético.Há <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> energia: (1) as primárias, que são geradas a partir <strong>de</strong> fontescomo petróleo, gás natural, biomassa, sol, vento, etc.; e (2) as secundárias, queproduzem energia através <strong>de</strong> transformações. Os meios tradicionais <strong>de</strong> transformaçõessão as usinas hidrelétricas, térmicas, refinarias, <strong>de</strong>stilarias. A relação entre energia e meioambiente também é bastante intensa, por causa da utilização <strong>do</strong>s recursos naturais e<strong>do</strong>s impactos ambientais envolvi<strong>do</strong>s ao longo <strong>de</strong> toda a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção. Assim,<strong>de</strong>staca-se como um problema <strong>de</strong> vital importância conciliar a conservação <strong>do</strong> meioambiente com o <strong>de</strong>senvolvimento. O crescimento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia é inevitável,<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao estágio atual <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento nacional, ao crescimento urbano e ànecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> infra-estrutura industrial e <strong>de</strong> transporte.Tabela 2.6 Oferta interna <strong>de</strong> energia, 1992-2000.Fontes <strong>de</strong> energiaOferta interna <strong>de</strong> energia (GJ)1992 2000Total 6.427.679.952 8.345.338.112Energia não-renovável 3.394.665.400 5.055.267.205Petróleo e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s 2.700.447.960 3.922.134.135Gás natural 202.7<strong>21</strong>.260 427.618.046Carvão mineral e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s 476.076.160 625.367.186Urânio e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s 15.420.020 80.147.838Energia renovável 3.033.014.552 3.290.070.907Hidráulica e eletricida<strong>de</strong> (1) 894.832.072 1.266.138.294Lenha e carvão vegetal (2) 1.120.370.720 971.407.539Deriva<strong>do</strong>s da cana-<strong>de</strong>-açúcar 895.039.460 870.596.377Outras fontes primárias122.772.300 181.928.697renováveisFonte: Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável, IBGE, 2002.38


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Focalizan<strong>do</strong> o aumento da oferta <strong>de</strong> energia, a Chesf vem <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>implantação <strong>de</strong> pequenas centrais hidrelétricas <strong>de</strong> até 30 MW (megawatts), abrangen<strong>do</strong>quinze rios <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste. Nessa situação, está incluída a PCH Primavera, no Rio Ipojuca,Cachoeira <strong>do</strong> Urubu, com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5 MW. Quanto à utilização <strong>do</strong> gás natural, ummarco para o Esta<strong>do</strong> é o Terminal <strong>de</strong> Regaseificação <strong>de</strong> Suape, orça<strong>do</strong> em R$ 526milhões, que se encontra na fase preliminar <strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> ImpactoAmbiental – EIA, e <strong>do</strong> Relatório <strong>de</strong> Impacto ao Meio Ambiente – Rima. Esseempreendimento tem sua operação prevista para 2005.Quanto ao uso da biomassa, segun<strong>do</strong> o Pnud/FAO/Ibama/<strong>Governo</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, noinício da década <strong>de</strong> 90, em torno <strong>de</strong> 70% <strong>de</strong>ssa forma <strong>de</strong> energia era consumida emresidências, sen<strong>do</strong> o restante no setor industrial/comercial (cerâmicas e olarias,calcina<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> gesso e <strong>de</strong> cal, indústrias <strong>de</strong> bebidas e alimentícias, entre outras). Autilização da biomassa florestal para fins energéticos, muitas vezes, é realizada semcuida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> manejo, comprometen<strong>do</strong> a base <strong>de</strong> recursos florestais. Já o uso <strong>de</strong> energiaeólica, advinda <strong>de</strong> turbina <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, pioneirismo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, tem como objetivodiminuir a <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> Arquipélago <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha da geração térmica,que utiliza o óleo diesel. Recentemente, a Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica – Aneel,autorizou a construção <strong>de</strong> vinte novas usinas eólicas, cuja capacida<strong>de</strong> total será <strong>de</strong>1.773 megawatts, representan<strong>do</strong> um investimento da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 4,5 milhões. Dezoito<strong>de</strong>las serão construídas no Nor<strong>de</strong>ste, sen<strong>do</strong> duas em <strong>Pernambuco</strong>. No Esta<strong>do</strong>, serãoconstruí<strong>do</strong>s os parques eólicos Serra da Macambira, entre os municípios <strong>de</strong> Pesqueira ePoção; e Serra <strong>do</strong> Orobó, em Pesqueira, cada um com potência instalada <strong>de</strong> 59,5megawatts, que <strong>de</strong>verão entrar em operação em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2004.No campo da energia solar, <strong>Pernambuco</strong> conta com um centro <strong>de</strong> pesquisas bastanteconceitua<strong>do</strong>, o Núcleo <strong>de</strong> Apoio a Projetos <strong>de</strong> Energias Renováveis da Universida<strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> – Naper/UFPE. Des<strong>de</strong> 1999, está em andamento o Programa <strong>de</strong>Desenvolvimento Energético <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s e Municípios, <strong>do</strong> Ministério das Minas e Energia,que visa aten<strong>de</strong>r comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sassistidas, fomentar o <strong>de</strong>senvolvimento econômico,aten<strong>de</strong>r a comunida<strong>de</strong>s rurais e carentes, promover a capacitação <strong>de</strong> recursos humanose o <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia e buscar a sustentabilida<strong>de</strong> e a continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>processo.O cenário energético aponta para o merca<strong>do</strong> livre, on<strong>de</strong> a oferta <strong>de</strong> energia se adapteà evolução da <strong>de</strong>manda, sem a interferência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Esse ambiente competitivoten<strong>de</strong> a entrar em conflito com as alternativas energéticas <strong>de</strong> maior investimento inicial,tanto no tocante às hidrelétricas como também às <strong>de</strong>mais fontes energéticas renováveise à a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> elevação da eficiência <strong>do</strong> uso da energia. Para evitar essacontradição com os objetivos <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, é necessária uma açãoregula<strong>do</strong>ra e <strong>de</strong> financiamento por parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para que seja restabelecida aatrativida<strong>de</strong> das alternativas energéticas mais sustentáveis e balizadas as <strong>de</strong>cisões <strong>do</strong>sagentes priva<strong>do</strong>s com vistas à sua a<strong>do</strong>ção.39


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>TelecomunicaçãoO setor <strong>de</strong> comunicações é constituí<strong>do</strong> por telecomunicações, computação eentretenimento. Esse setor cresce cerca <strong>de</strong> duas vezes a taxa <strong>de</strong> crescimento global daeconomia. Isso significa que há uma <strong>de</strong>manda reprimida e que o segmento é vital nohorizonte <strong>de</strong> qualquer socieda<strong>de</strong> inserida nos altos padrões <strong>de</strong> consumo ou <strong>de</strong>estabilida<strong>de</strong> das relações para redução das diferenças sociais. O efeito multiplica<strong>do</strong>r dainformação no aperfeiçoamento <strong>de</strong> processos que resultem em produtos e serviços <strong>de</strong>melhor qualida<strong>de</strong>, preços mais baixos e menor tempo <strong>de</strong> produção é evi<strong>de</strong>nte, emborapouco aferi<strong>do</strong> pelos indica<strong>do</strong>res tradicionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho socioeconômico <strong>de</strong>ssesetor. Além disso, os meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>vem servir à socieda<strong>de</strong> em muitosaspectos, principalmente no monitoramento <strong>do</strong> meio ambiente.A tendência mundial <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> comunicação aponta para a formação da socieda<strong>de</strong>da informação, ou seja, uma infra-estrutura <strong>de</strong> comunicações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> ealta velocida<strong>de</strong>, apta a viabilizar o tráfego multimídia (voz, da<strong>do</strong>s, textos, imagens eví<strong>de</strong>o), associada a um merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> informação eletrônica, em especial no segmento<strong>de</strong> negócios, que está em franca expansão. Entretanto, a oferta <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong>telecomunicações <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> é relativamente reduzida, se comparada àsnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>flagração <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.Tabela 2.7 Acessos aos serviços telefônicos fixo comuta<strong>do</strong> e móvel celular, no Brasil, na Região Nor<strong>de</strong>ste eem seus esta<strong>do</strong>s – 2001.Brasil, RegiãoAcesso aos serviços telefônicos (1.000 hab.)Nor<strong>de</strong>ste e seusesta<strong>do</strong>sFixo comuta<strong>do</strong>Móvel celularBrasil 277,22 166,75Nor<strong>de</strong>ste 168,80 89,00Maranhão 105,72 50,20Piauí 136,92 50,24Ceará 166,41 77,02Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong>Norte182,91 106,67Paraíba 160,61 83,95<strong>Pernambuco</strong> 199,02 135,77Alagoas 141,59 102,14Sergipe 179,43 103,47Bahia 189,73 85,48Fonte: Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável, IBGE, 2002.Para ampliação das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso aos sistemas <strong>de</strong> telecomunicações,encontram-se em fase <strong>de</strong> criação os Centros Comunitários <strong>de</strong> Comunicações nas áreasmudas <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>. Esses centros estão volta<strong>do</strong>s para a educação por meio <strong>de</strong>mensagens dirigidas, complementares ao sistema <strong>de</strong> radiodifusão educativa; incentivo àcultura local, incluin<strong>do</strong> o cuida<strong>do</strong> com o meio ambiente e com o acesso aos serviços40


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>públicos oferta<strong>do</strong>s pelo Esta<strong>do</strong> ou município. Um outro da<strong>do</strong> registra<strong>do</strong> pelo IBGE (2002)foi o número <strong>de</strong> terminais ativos da telefonia móvel em <strong>Pernambuco</strong>, que atingiu aor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 135,77 por 1.000 habitantes em 2000, enquanto a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> telefones fixosera da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 199,02 telefones por 1.000 habitantes. No Brasil, os valores são277,22/1.000 habitantes, para os fixos, e 165/1.000 habitantes, para os móveis. Nos países<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> telefonia móvel é <strong>de</strong> 200/1.000.Visan<strong>do</strong> melhorar a infra-estrutura <strong>de</strong> comunicação, está sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> o Projeto<strong>Pernambuco</strong> Digital, possibilitan<strong>do</strong> a inclusão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte da socieda<strong>de</strong> narealida<strong>de</strong> digital. Como <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento <strong>de</strong>sse projeto, já se instalou o Porto Digital naRMR, com vistas à incubação <strong>de</strong> empresas e instalação <strong>de</strong> núcleos <strong>de</strong> pesquisas. Oempreendimento, com investimentos previstos para mais <strong>de</strong> US$ 30 milhões, visatransformar o Esta<strong>do</strong> em um centro produtor e exporta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> softwares e outros serviços<strong>de</strong> informática.Tecnologia da Informação e ComunicaçãoA indústria <strong>de</strong> informática comercializou, no Brasil, R$ 22,5 bilhões em 1999. Destes, R$ 11,1bilhões (quase 50%) foram fatura<strong>do</strong>s por empresas <strong>de</strong> software e serviços <strong>de</strong> informática.Em 1999, essas empresas faturaram, no Recife, R$ 130 milhões. As empresas <strong>de</strong> hardwaree suprimentos <strong>de</strong> informática comercializaram R$ 70 milhões no mesmo ano, em<strong>Pernambuco</strong>.Em 1999, 257 empresas <strong>de</strong> Tecnologia da Informação pagaram ISS no Recife. Des<strong>de</strong> 1995,a área tem experimenta<strong>do</strong> um crescimento médio superior a 8% ao ano no número <strong>de</strong>empresas em ativida<strong>de</strong>. Devem trabalhar nas empresas <strong>de</strong> Tecnologia da Informação <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong> pelo menos 5 mil pessoas, com salários médios superiores a R$ 1.200.As empresas <strong>de</strong> telecomunicações em <strong>Pernambuco</strong> multiplicaram por cinco o ICMSarrecada<strong>do</strong> entre 1995 e 1999, sain<strong>do</strong> <strong>de</strong> R$ 41 milhões para R$ 200 milhões. Já sãoresponsáveis pela segunda maior arrecadação entre as ativida<strong>de</strong>s econômicas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> apenas para os combustíveis.TransporteUm fato que assume gravida<strong>de</strong> é a expressiva queda <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda que vem sofren<strong>do</strong> osistema <strong>de</strong> transporte público por ônibus em to<strong>do</strong> o Brasil. Na RMR a <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> sistema<strong>de</strong> transporte por ônibus era, em 1990, <strong>de</strong> 535 milhões e, em 1997, caiu para 431 milhões<strong>de</strong> passageiros, uma queda <strong>de</strong> 104 milhões <strong>de</strong> passageiros anuais, cerca <strong>de</strong> 20%. Issosignifica o aumento <strong>de</strong> transportes particulares em circulação e a consolidação <strong>de</strong>transportes alternativos à margem <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> regularização para seu funcionamento.41


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Por outro la<strong>do</strong>, a questão <strong>do</strong>s transportes alternativos é uma realida<strong>de</strong> que assumediferentes perspectivas. Nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> médio e pequeno porte, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à precarieda<strong>de</strong>no sistema <strong>de</strong> transportes públicos e <strong>de</strong> ligações intermunicipais, ele se configura empossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento da população e <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> produtos. Assim,têm-se a modalida<strong>de</strong> associada a “moto-táxis”, “kombis”, “toyotas”, “caminhonetes”,entre outros sistemas. Na Região Metropolitana, o contexto em que se situa essamodalida<strong>de</strong> alternativa colabora para agravar congestionamentos, aci<strong>de</strong>ntes e nível <strong>de</strong>saturação ambiental, além <strong>de</strong> comprometer os sistemas integra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> transportespúblicos. A peculiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses problemas reivindica ação setorial, regional e distintapara cada conjunto <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificada.A viabilida<strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> transportes <strong>de</strong>ve estar presente em todas as suasfases <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> transporte: <strong>do</strong> planejamento à operação, pois to<strong>do</strong>s osempreendimentos nessa área <strong>de</strong>vem preservar o meio ambiente e reduzir os impactosnegativos referentes à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população.A Lei nº 10.233, <strong>de</strong> 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2001, prevê que o gerenciamento da infra-estrutura e aoperação <strong>do</strong>s transportes terrestres e aquaviários <strong>de</strong>vem atentar para a redução <strong>do</strong>s níveis<strong>de</strong> poluição sonora e <strong>de</strong> contaminação atmosférica <strong>do</strong> solo e <strong>do</strong>s recursos hídricos. Valesalientar que programas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> poluição <strong>de</strong> veículos e <strong>de</strong> racionalização <strong>do</strong> uso<strong>de</strong> <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> petróleo e gás natural representam um <strong>de</strong>staque para a preservação daqualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar, na medida em que as variáveis ambientais vão sen<strong>do</strong> internalizadas naspolíticas <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong> transportes.O sistema <strong>de</strong> transportes apresenta muitas particularida<strong>de</strong>s. O modal ro<strong>do</strong>viário produzimpactos sobre o meio ambiente <strong>de</strong> duas formas quantificáveis: poluição <strong>do</strong> ar e ruí<strong>do</strong>s.Outras formas <strong>de</strong> impactos indiretos são o consumo <strong>de</strong> energia, a poluição <strong>de</strong> cursosd’água adjacentes às estradas, os aci<strong>de</strong>ntes, os congestionamentos, o conflito <strong>de</strong> uso <strong>do</strong>solo e a fragmentação <strong>de</strong> hábitats. Sobre ruí<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>-se afirmar que o transportero<strong>do</strong>viário é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, entre os modais <strong>de</strong> transporte, o mais prejudicial.Particularmente, os caminhões são uma fonte significativa <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong>s, produzin<strong>do</strong> níveis <strong>de</strong>aproximadamente 90 dB. Nas áreas urbanas, os ônibus também trazem problemas <strong>do</strong>ponto <strong>de</strong> vista da emissão <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong>s. A respeito <strong>de</strong> congestionamentos, observa-se quero<strong>do</strong>vias com tráfego pesa<strong>do</strong> e intenso, que cortam cida<strong>de</strong>s e áreas habitadas, po<strong>de</strong>mlevar a situações perigosas, à restrição <strong>de</strong> circulação e ao rompimento da interação dacomunida<strong>de</strong>.No campo <strong>do</strong> transporte <strong>de</strong> cargas, o <strong>Governo</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> estáelaboran<strong>do</strong> o seu Plano Logístico, que envolve não apenas a infra-estrutura viária(ro<strong>do</strong>vias, ferrovias, dutovias), mas também os terminais <strong>de</strong> carga (portos, aeroportos), asinstalações <strong>de</strong> armazenagem (silos, <strong>de</strong>pósitos, armazéns), os equipamentos <strong>de</strong>movimentação <strong>de</strong> carga, como também aspectos relaciona<strong>do</strong>s a: legislação, incentivosfiscais, barreiras alfan<strong>de</strong>gárias, etc.42


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Observan<strong>do</strong> o mapa ro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, percebe-se uma <strong>de</strong>sigual distribuiçãoespacial das ro<strong>do</strong>vias, pois há uma concentração da malha junto ao litoral, sen<strong>do</strong>rarefeita à medida que se caminha para o oeste. No Sertão <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, porexemplo, entre as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Serra Talhada, Floresta, Cabrobó e Salgueiro, há uma árealimitada pelas ro<strong>do</strong>vias BR-232, PE-390, BR-316 e BR-116, com aproximadamente 6.800 km²<strong>de</strong> superfície (correspon<strong>de</strong>nte a mais <strong>de</strong> 30% da área <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sergipe), on<strong>de</strong>, noseu interior, com exceção apenas <strong>de</strong> um trecho <strong>de</strong> 12 km da PE-423 (acesso aMirandiba), inexistem ro<strong>do</strong>vias pavimentadas. Apesar <strong>de</strong>sse quadro, o transportero<strong>do</strong>viário é responsável por mais <strong>de</strong> 80% das cargas transportadas.As ro<strong>do</strong>vias estaduais <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> representam 5.032,5 km. A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ro<strong>do</strong>viaspavimentadas em <strong>Pernambuco</strong> é <strong>de</strong> aproximadamente 53,5 m/km², ao passo que amédia nacional é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 16,7 m/km². O sistema ro<strong>do</strong>viário <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, composto porro<strong>do</strong>vias municipais, apresenta características <strong>de</strong> ro<strong>do</strong>vias vicinais e não pavimentadas.Basicamente, a malha ro<strong>do</strong>viária <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> é estruturada a partir <strong>de</strong> quatro gran<strong>de</strong>seixos, sen<strong>do</strong> três longitudinais (BR-101, BR-104 e BR-116) e um transversal (BR-232), com seuprolongamento (BR-316). Articulam-se, a esta estrutura principal, duas ro<strong>do</strong>vias arteriaisprimárias longitudinais (BR-110 e BR-122) e duas ro<strong>do</strong>vias <strong>de</strong> ligação (BR-423 e BR-424),além <strong>de</strong> várias ro<strong>do</strong>vias estaduais. As <strong>de</strong>mais ro<strong>do</strong>vias arteriais secundárias, coletoras, <strong>de</strong>ligação e vicinais estabelecem as complementações da malha ro<strong>do</strong>viária <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Encontra-se em obras <strong>de</strong> duplicação a ro<strong>do</strong>via BR-232 (entre a saída <strong>do</strong> Recife eCaruaru), com conclusão prevista para o mês <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2002. Essa obra está sen<strong>do</strong>certificada em conformida<strong>de</strong> com a norma ambiental NBR – ISO 14001. Ainda em 2002,<strong>de</strong>verá ser iniciada a duplicação da ro<strong>do</strong>via BR-101, no trecho entre Igarassu e a divisacom a Paraíba, numa extensão <strong>de</strong> 42 km. Nos próximos três anos, <strong>de</strong>verão ser duplica<strong>do</strong>sos trechos Charneca—Ribeirão e Ribeirão—Palmares, ambos também integrantes da BR-101.O transporte ferroviário em <strong>Pernambuco</strong>, como <strong>de</strong> resto em to<strong>do</strong> o Nor<strong>de</strong>ste, estápraticamente <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong>. Des<strong>de</strong> que assumiu a concessão para a exploração dasferrovias nos esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, Alagoas, Paraíba, Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, Ceará,Piauí e Maranhão, a Companhia Ferroviária <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste – CFN, não investiu naconservação da via permanente nem <strong>do</strong> material rodante, além <strong>de</strong> ter uma atuaçãocomercial muito tímida. Hoje, a operação ferroviária no Esta<strong>do</strong> está restrita praticamenteà movimentação <strong>de</strong> cargas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> espaço da RMR.O Sistema Portuário <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> é forma<strong>do</strong> por quatro portos, sen<strong>do</strong> três marítimos(Recife, Suape e, em fase <strong>de</strong> conclusão, o <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha) e um fluvial(Petrolina).O sistema aeroportuário <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> é forma<strong>do</strong> pelo Aeroporto Internacional <strong>do</strong>sGuararapes e o Aeroporto <strong>de</strong> Petrolina e um conjunto <strong>de</strong> 17 aeródromos administra<strong>do</strong>s43


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>pelo <strong>Governo</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, através da Secretaria <strong>de</strong> Infra-estrutura <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Utilizan<strong>do</strong> o Aeroporto Internacional <strong>do</strong>s Guararapes, são realiza<strong>do</strong>s em média 115 vôosregulares diários, e o seu Terminal <strong>de</strong> Cargas – Teca, movimenta por ano cerca <strong>de</strong> 430toneladas. No Aeroporto <strong>de</strong> Petrolina, são realiza<strong>do</strong>s atualmente 04 vôos regulares diáriose o seu Terminal <strong>de</strong> Cargas movimenta em torno <strong>de</strong> 1,2 tonelada por ano. Segun<strong>do</strong> oDepartamento <strong>de</strong> Aviação Civil – DAC, o movimento anual <strong>de</strong> passageiros <strong>do</strong> AeroportoInternacional <strong>do</strong>s Guararapes tem apresenta<strong>do</strong> expressivo crescimento. Em 1977, era <strong>de</strong>cerca <strong>de</strong> 612,4 mil e atualmente (2002) alcança aproximadamente 2.585,7 mil,preven<strong>do</strong>-se 5.664,8 mil passageiros no ano <strong>de</strong> 2017.O sistema metroviário da RMR é atualmente forma<strong>do</strong> pelos trechos Recife—Jaboatão eCoqueiral—Terminal Integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> Passageiros – TIP, e transporta atualmente cerca <strong>de</strong>120 mil passageiros por dia útil. Encontram-se em obras os trechos Recife—Cajueiro Secoe TIP—Timbi, que farão com que o sistema metroviário da RMR seja o segun<strong>do</strong> maior <strong>do</strong>País, com uma extensão total <strong>de</strong> aproximadamente 40 km.O transporte urbano <strong>de</strong> passageiros na RMR é realiza<strong>do</strong> principalmente pela modalida<strong>de</strong>ônibus, com uma <strong>de</strong>manda diária (dias úteis) da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1,5 milhão <strong>de</strong> passageiros. Ossistemas intermunicipal e intramunicipal <strong>do</strong> Recife e <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> Jaboatão <strong>do</strong>sGuararapes são gerencia<strong>do</strong>s pela Empresa Metropolitana <strong>de</strong> Transportes Urbanos –EMTU, <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> Estadual. Os <strong>de</strong>mais sistemas intramunicipais, em especial os <strong>de</strong>Olinda, Paulista, Camaragibe e o restante <strong>de</strong> Jaboatão <strong>do</strong>s Guararapes, sãogerencia<strong>do</strong>s pelas respectivas prefeituras.O sistema dutoviário em <strong>Pernambuco</strong> correspon<strong>de</strong> basicamente ao transporte <strong>do</strong> gásnatural, o metano, produzi<strong>do</strong> na plataforma <strong>de</strong> Guamaré, no Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, etrazi<strong>do</strong> através <strong>do</strong> gasoduto conheci<strong>do</strong> como Nor<strong>de</strong>stão, construí<strong>do</strong> pela Petrobras nadécada <strong>de</strong> 80. Essa distribuição é feita pela Companhia Pernambucana <strong>de</strong> Gás –Copergás, que, através <strong>de</strong> oito ramais, fornece cerca <strong>de</strong> 661.000 m³ <strong>de</strong> metano a 45indústrias e a 13 postos <strong>de</strong> abastecimento, localiza<strong>do</strong>s nos municípios <strong>de</strong> Goiana,Itapissuma, Igarassu, Paulista, Abreu e Lima, Olinda, Jaboatão <strong>do</strong>s Guararapes, Recife,Vitória <strong>de</strong> Santo Antão, Ipojuca e Cabo <strong>de</strong> Santo Agostinho.Como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa avaliação <strong>do</strong>s assentamentos humanos em <strong>Pernambuco</strong>, registrasea necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentamento <strong>do</strong>s <strong>de</strong>safios i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> induzir umareorientação das políticas e <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano, asseguran<strong>do</strong> a proteção <strong>do</strong>ambiente urbano e a inclusão social. Para assegurar a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssesassentamentos humanos, faz-se necessário também assegurar a melhoria <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong>infra-estrutura, no que diz respeito a abastecimento <strong>de</strong> água, esgotamento sanitário,drenagem e limpeza urbana, associada à melhoria <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> energia, transportes ecomunicações. E que seja assegurada a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s assentamentos humanos,<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> contexto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento estadual e local.44


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>segmentos sociais porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais e a redução da pobreza,através da geração <strong>de</strong> trabalho e renda, fatores básicos para que seja concretizada aeqüida<strong>de</strong> como idéia central <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, objetivo maior <strong>de</strong>sta<strong>Agenda</strong>.O diagnóstico socioeconômico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, que servirá <strong>de</strong> referencial às açõesestruturantes da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, no que se refere à redução das<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais, seguirá a orientação geral a<strong>do</strong>tada pelo IBGE no <strong>do</strong>cumentoIndica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável – 2002, buscan<strong>do</strong> salientar os principaisproblemas e entraves ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento local e as potencialida<strong>de</strong>s quepo<strong>de</strong>m ser maximizadas no intuito <strong>de</strong> reverter o quadro <strong>de</strong>sfavorável, viabilizan<strong>do</strong> amudança necessária.De uma maneira geral, po<strong>de</strong>-se afirmar que <strong>Pernambuco</strong> se engajou no processo <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>rnização econômica que se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou no País ao longo <strong>do</strong>s últimos anos;contu<strong>do</strong>, a elevação da renda não foi suficiente para garantir uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida da maioria da população. Se, por um la<strong>do</strong>, to<strong>do</strong>s os indica<strong>do</strong>res sociais melhoraramnas últimas décadas, isso não significou uma mudança significativa no quadro <strong>de</strong> pobrezae, em muitos casos, evi<strong>de</strong>nciou um distanciamento <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoatingi<strong>do</strong>s nacionalmente ou mesmo <strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s em outras regiões.É possível constatar os sérios <strong>de</strong>sequilíbrios na distribuição das ativida<strong>de</strong>s econômicas, <strong>do</strong>emprego e das condições <strong>de</strong> vida no Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> País. Particularmente o agravamentodas profundas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais nos espaços <strong>de</strong> cada esta<strong>do</strong>, com níveis <strong>de</strong>exclusão, miséria e pobreza, está a <strong>de</strong>safiar a criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> toda a socieda<strong>de</strong> nabusca <strong>de</strong> alternativas que apontem para a sustentabilida<strong>de</strong> social.Só através <strong>de</strong> programas elabora<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma participativa, a socieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá sermobilizada para o combate da pobreza e da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social em suas diferentesformas <strong>de</strong> manifestação e <strong>de</strong> distribuição espacial. A pobreza, inicialmente concentradano meio rural, tanto em números absolutos como em termos relativos, amplia-sefortemente em direção aos espaços urbanos. Nesse senti<strong>do</strong>, é fundamental aimplementação <strong>de</strong> programas sociais que visem reduzir a pobreza, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a assegurara sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s espaços urbanos e rurais.Diante <strong>de</strong>ssa avaliação, verifica-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se investir em programas <strong>de</strong>redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais, buscan<strong>do</strong> a eqüida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong>renda, <strong>de</strong> melhoria <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> educação e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; a proteção <strong>do</strong>s gruposvulneráveis; e o combate à violência. Só assim po<strong>de</strong>rá se atingir um estágio <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento mais justo e equilibra<strong>do</strong> no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Apresenta-se a seguir o entendimento que balizou o tratamento <strong>do</strong> tema Desigualda<strong>de</strong>sSociais em <strong>Pernambuco</strong>. Partiu-se da análise <strong>de</strong> alguns indica<strong>do</strong>res que refletem a46


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população local, tais como: indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentohumano, concentração <strong>de</strong> renda, rendimento familiar, <strong>de</strong>semprego, situação <strong>do</strong>s gruposvulneráveis, padrões <strong>de</strong> produção e consumo, bem como tratamento da<strong>do</strong> aos temaseducação e saú<strong>de</strong>.2.3.1 Indica<strong>do</strong>resDesenvolvimento humanoO Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – Pnud, construiu e vem utilizan<strong>do</strong>em seus trabalhos <strong>de</strong> avaliação da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população o Índice <strong>de</strong>Desenvolvimento Humano – IDH, buscan<strong>do</strong> dimensionar o bem-estar da população em trêsaspectos: vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e à informação e padrão <strong>de</strong>vida digna. O IDH é uma composição <strong>do</strong>s três indica<strong>do</strong>res que representam essascondições: expectativa <strong>de</strong> vida, grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> e renda per capita <strong>do</strong>s habitantes.Sua escala varia <strong>de</strong> 0 a 1, e, quanto mais próximo <strong>de</strong> 1 se apresentar o indica<strong>do</strong>r, melhorserá consi<strong>de</strong>rada a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população em estu<strong>do</strong>.O Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> vem registran<strong>do</strong> melhoria,passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 0,332, em 1970, para 0,615, em 1996. Embora esse índice se mostreligeiramente melhor <strong>do</strong> que o apresenta<strong>do</strong> para a Região Nor<strong>de</strong>ste, como um to<strong>do</strong>, eleé inferior ao apresenta<strong>do</strong> pelos esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Sergipe (0,732), da Bahia (0,655) e <strong>do</strong> RioGran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte (0,668), fato que evi<strong>de</strong>ncia uma perda <strong>de</strong> posição regional, uma vezque até 1991 <strong>Pernambuco</strong> <strong>de</strong>tinha o mais alto índice <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, como po<strong>de</strong> serconstata<strong>do</strong> pelo gráfico ofereci<strong>do</strong> pelo Plano Plurianual <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>, Figura 2.1.Um <strong>do</strong>s elementos que contribuem para o mau <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> na composição<strong>de</strong>sse indica<strong>do</strong>r é o fato <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> ainda apresentar uma das taxas <strong>de</strong>mortalida<strong>de</strong> infantil mais altas <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, com 61,8 mortes em mil crianças nascidasvivas (da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1997), 1 sen<strong>do</strong> este número superior à média regional (59) e ao indica<strong>do</strong>rda Bahia (52) e <strong>do</strong> Ceará (58,2. Por outro la<strong>do</strong>, também a esperança <strong>de</strong> vida ao nascer,que em <strong>Pernambuco</strong> é estimada pelo IBGE em 62,7 anos, é menor que a <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste(64,8 anos) e que a calculada para to<strong>do</strong>s os outros esta<strong>do</strong>s da região, exceto Alagoas.1IBGE/Departamento <strong>de</strong> População e Indica<strong>do</strong>res Sociais. Síntese <strong>de</strong> Indica<strong>do</strong>res Sociais 1998. Rio <strong>de</strong>Janeiro, 1999.47


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Figura 2.1 IDH <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil.H0,70,50,3MaranhãoPiauíCearáRio Gran<strong>de</strong><strong>do</strong> NorteParaíba<strong>Pernambuco</strong>AlagoasSergipe0,101Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste - 1996BahiaFonte: Plano Plurianual <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, 1999-2003. Seplan<strong>de</strong>s, 1999.Efetuan<strong>do</strong>-se uma análise <strong>do</strong> comportamento da distribuição <strong>do</strong> IDH por regiões emunicípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, evi<strong>de</strong>ncia-se que a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social em <strong>Pernambuco</strong> tambémreproduz uma variação acentuada espacialmente. De acor<strong>do</strong> com da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>Pnud/Ipea/IBGE, a Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife e o Arquipélago <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong>Noronha (que, <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> Recife, <strong>de</strong>tém o mais alto indica<strong>do</strong>r) registravam, em 1991, umÍndice <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano – IDH, <strong>de</strong> 0,764 — ligeiramente mais eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong> queo apresenta<strong>do</strong> pela média nacional (0,742) —, superan<strong>do</strong> o <strong>de</strong> todas as outrasmicrorregiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Fora a RMR, apenas a região <strong>do</strong> São Francisco tem IDH acima<strong>de</strong> 0,50 (estimada em 0,544). Todas as outras regiões registram um IDH muito baixo,varian<strong>do</strong> entre 0,30 e 0,50, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se o Agreste Meridional como o <strong>de</strong> pior<strong>de</strong>sempenho, com índice ligeiramente abaixo <strong>de</strong> 0,40, conforme apresenta<strong>do</strong> na Tabela2.8.48


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Tabela 2.8 IDH-M no Brasil e IDB 2 por meso e microrregiões <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Meso e microrregiõesPernambucanasMesorregião Metropolitana <strong>do</strong>Recife1. Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha2. Itamaracá3. Suape4. RecifeMesorregião da Mata1. Mata Meridional2. Mata Setentrional3. VitóriaMesorregião <strong>do</strong> Agreste1. Alto Capibaribe2. Médio Capibaribe3. Brejo4. Garanhuns5. Vale <strong>do</strong> Ipanema6. Vale <strong>do</strong> IpojucaMesorregião <strong>do</strong> Sertão1. Araripe2. Pajeú3. Salgueiro4. Sertão <strong>do</strong> MoxotóIDH-M19910,7690,4820,5120,7740,4090,4380,4540,4740,4100,3590,4160,3500,4820,3750,4350,4530,4<strong>21</strong>IDH-MLongevida<strong>de</strong>0,6380,6110,6470,6780,5600,5600,5760,5560,5690,4910,5180,5460,5560,4910,5800,6410,506IDH-MEducação0,7310,5110,5330,7000,4000,4510,4400,4360,3940,3180,3930,2920,4450,3180,4480,4490,433IDH-MRenda0,9390,3220,3560,9440,2670,3040,3460,4290,2670,2690,3350,<strong>21</strong>20,4460,2690,2760,2710,324IDB2000-67,2048,7039,3076,5085,1066,4082,9069,0098,5089,9063,3076,3074,7063,5041,3091,10Fonte: Pnud/Ipea/IBGE.Concentração <strong>de</strong> rendaA preocupação com a erradicação da pobreza tem evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> que este problemaassume feições tanto enquanto pobreza absoluta, quan<strong>do</strong> a região em foco tem um<strong>de</strong>sempenho econômico ineficiente e produz pouca riqueza, como enquanto pobrezarelativa, quan<strong>do</strong> a riqueza produzida na região não é bem dividida, resultan<strong>do</strong> em umapequena parcela da população rica, em contraste com uma maioria pobre. <strong>Pernambuco</strong>pa<strong>de</strong>ce <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is problemas simultaneamente, tanto quan<strong>do</strong> seu <strong>de</strong>sempenho econômiconão é satisfatório, sen<strong>do</strong> um esta<strong>do</strong> pobre, como quan<strong>do</strong> apresenta uma gran<strong>de</strong>concentração <strong>de</strong> renda, o que torna a questão <strong>do</strong> crescimento econômico e daeqüida<strong>de</strong> social um problema central, ten<strong>do</strong> em vista o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.Para efeito da avaliação da pobreza relativa no Esta<strong>do</strong>, tomou-se o indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong>concentração <strong>de</strong> renda ofereci<strong>do</strong> pelo Índice <strong>de</strong> Gini, que é uma das medidas maisutilizadas hoje. A construção <strong>de</strong>sse indica<strong>do</strong>r se baseia em informações sobre apopulação economicamente ocupada, <strong>de</strong> 10 anos ou mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, e seus respectivosrendimentos mensais, frente à riqueza produzida. O índice varia <strong>de</strong> zero (perfeitaigualda<strong>de</strong>) a 1,0 (<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> máxima). De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s ofereci<strong>do</strong>s pelo IBGE,através da Pesquisa Nacional por Amostra <strong>de</strong> Domicílio, em <strong>Pernambuco</strong>, o Índice <strong>de</strong>2 IDB: Coeficiente <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> Infantil.49


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Gini para 1999 é um pouco mais eleva<strong>do</strong> que o apresenta<strong>do</strong> pelo Brasil, como um to<strong>do</strong>,sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> 0,586 para o Esta<strong>do</strong>, enquanto para o Brasil é 0,567. Esse comportamento ébastante semelhante ao apresenta<strong>do</strong> pela Região Nor<strong>de</strong>ste, on<strong>de</strong> esse índice é <strong>de</strong>0,587, traduzin<strong>do</strong> uma tendência <strong>de</strong> ampliação da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, como pobrezarelativa, justamente nas regiões on<strong>de</strong> a pobreza absoluta é maior.Tabela 2.9 Índice <strong>de</strong> Gini da distribuição <strong>do</strong> rendimento mensal <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os trabalhos das pessoas <strong>de</strong> 10anos ou mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> com rendimentos, no Brasil e nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste – 1999.No Brasil, na Região Nor<strong>de</strong>ste e em seusesta<strong>do</strong>sÍndice <strong>de</strong> GiniBrasil 0,567Nor<strong>de</strong>ste 0,587Maranhão 0,609Piauí 0,598Ceará 0,572Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte 0,572Paraíba 0,644<strong>Pernambuco</strong> 0,586Alagoas 0,529Sergipe 0,589Bahia 0,558Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra <strong>de</strong> Domicílio –1999, IBGE, 2000.Tal constatação evi<strong>de</strong>ncia que — embora um <strong>do</strong>s pré-requisitos primários para amelhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população seja a eficiência econômica e ocrescimento econômico, resgatan<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu quadro <strong>de</strong> pobreza — essescondicionantes não são suficientes para implementar um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento, sem que se faça uma revisão urgente das regras <strong>de</strong> redistribuição<strong>de</strong>ssa riqueza.Rendimento familiarUm <strong>do</strong>s elementos utiliza<strong>do</strong>s para análise das condições <strong>de</strong> vida da população é oaspecto pelo qual a renda é distribuída socialmente, sob a forma <strong>de</strong> renda familiar percapita média, como o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> somatório <strong>do</strong>s ganhos <strong>de</strong> cada família com salários,renda <strong>de</strong> aluguéis, pensões, lucros e todas as formas <strong>de</strong> que a família dispõe paraaten<strong>de</strong>r às suas necessida<strong>de</strong>s. A utilização <strong>de</strong>sse indica<strong>do</strong>r para a análise da qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida pela distribuição <strong>de</strong> rendimentos da socieda<strong>de</strong> tem por base a compreensão <strong>de</strong>que a família, além <strong>de</strong> ser uma unida<strong>de</strong> fundamental <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong> consumo, étambém uma importante unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reprodução, <strong>de</strong> socialização e <strong>de</strong> estruturação dapersonalida<strong>de</strong>.De acor<strong>do</strong> com as informações oferecidas pelo IBGE, através da Pesquisa Nacional porAmostra <strong>de</strong> Domicílios <strong>de</strong> 1999, em <strong>Pernambuco</strong>, das 2.112.365 famílias cadastradas com50


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>residências em <strong>do</strong>micílios particulares permanentes, levan<strong>do</strong>-se em consi<strong>de</strong>ração umaclassificação <strong>de</strong> rendimento médio mensal familiar per capita, 34% percebiam umrendimento médio mensal <strong>de</strong> até ½ salário-mínimo; 26,8% tinham rendimento mensal <strong>de</strong>½ até 1 salário-mínimo; 16,2%, entre mais <strong>de</strong> 1 e 2; 5,2%, entre 2 e 3; 3,7%, entre 3 e 4; e,apenas 4,1% das famílias atingiam um patamar <strong>de</strong> renda superior a 5 salários-mínimos, oque reflete uma situação <strong>de</strong> pobreza absoluta gran<strong>de</strong>, assim como <strong>de</strong> pobreza relativatambém muito acentuada. De uma maneira geral, esse quadro reproduz a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>toda a região, on<strong>de</strong> apenas o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sergipe apresenta um percentual inferior <strong>de</strong>famílias com rendimento até ½ salário-mínimo (33,4%), sen<strong>do</strong> esse percentual <strong>de</strong> 38,9para to<strong>do</strong> o Nor<strong>de</strong>ste, o que representa a pior situação entre todas as regiões, quan<strong>do</strong>este índice para o Brasil como um to<strong>do</strong> é <strong>de</strong> 20,1%, atingin<strong>do</strong> 11,1% no Su<strong>de</strong>ste. Namesma proporção, o segmento <strong>de</strong> famílias com rendimentos maiores que 5 saláriosmínimoschega a 12,5% no Su<strong>de</strong>ste, enquanto só representa 3,9% no Nor<strong>de</strong>ste e 9,4% <strong>de</strong>todas as famílias brasileiras.Tabela 2.10 Famílias resi<strong>de</strong>ntes em <strong>do</strong>micílios particulares permanentes (total) e sua respectiva distribuiçãopercentual, por classes <strong>de</strong> rendimento médio mensal familiar per capita em salário-mínimo — noBrasil, na Região Nor<strong>de</strong>ste e em seus esta<strong>do</strong>s – 1999.Famílias resi<strong>de</strong>ntes em <strong>do</strong>micílios particulares permanentesClasse <strong>de</strong> rendimento médio mensal familiar percapita em salário-mínimo (%)Unida<strong>de</strong>sTotal (1)Mais <strong>de</strong>1/2 a 1Mais <strong>de</strong>1 a 2Mais<strong>de</strong>2 a 3Mais <strong>de</strong>3 a 5Mais <strong>de</strong>5Brasil 46.306.278 20,1 23,4 23,1 10,2 8,2 9,4Nor<strong>de</strong>ste 12.417.775 38,9 27,0 15,3 4,9 3,5 3,9Maranhão 1.340.294 49,1 26,4 12,2 4,3 2,2 2,3Piauí 714.290 47,7 24,0 13,7 3,6 3,7 2,5Ceará 1.880.070 40,8 27,6 14,5 4,1 3,0 3,8Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte 728.039 34,2 28,6 18,5 4,2 4,5 5,1Paraíba 925.822 36,3 25,9 16,4 5,8 4,6 7,3<strong>Pernambuco</strong> 2.112.365 34,0 26,8 16,2 5,2 3,7 4,1Alagoas 711.090 43,6 26,0 13,7 6,0 3,4 3,6Sergipe 475.100 33,4 27,5 14,6 4,2 5,0 5,0Bahia 3.530.698 36,5 27,9 16,2 5,3 3,3 3,5Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra <strong>de</strong> Domicílio – 1999. Microda<strong>do</strong>s. Rio <strong>de</strong> Janeiro: IBGE, 2000. 1 CD-ROM.(1) Inclusive as famílias sem <strong>de</strong>claração e sem rendimento.Segun<strong>do</strong> as informações <strong>do</strong> Censo Agropecuário <strong>de</strong> 1995/1996, as últimas disponíveis,havia um total <strong>de</strong> 975.288 pessoas ocupadas em ativida<strong>de</strong>s agropecuárias no Esta<strong>do</strong>.Desse total, 76,1% eram pessoas ocupadas como membros da família, portanto,trabalha<strong>do</strong>res sem remuneração ou salário, o que indica a pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> relações<strong>de</strong> trabalho tradicionais na agricultura <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Apenas 13,1% <strong>de</strong>clararam trabalharcomo emprega<strong>do</strong>s temporários; e 8,9%, como permanentes, entre os quais, emprega<strong>do</strong>sem ativida<strong>de</strong>s da agricultura mo<strong>de</strong>rna. A ocupação da mão-<strong>de</strong>-obra comotrabalha<strong>do</strong>res familiares po<strong>de</strong> caracterizar uma situação <strong>de</strong> economia rural atrasada,51


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>com baixo nível <strong>de</strong> capitalização. Não estan<strong>do</strong> a mão-<strong>de</strong>-obra empregada por salário,significa que o efeito <strong>do</strong> emprego sobre o consumo é baixo, pela inexistência <strong>de</strong> fluxocircular da renda, que estimula as relações <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, chama aatenção da importância da agricultura familiar para um mo<strong>de</strong>lo sustentável <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento.Os da<strong>do</strong>s mostram também a gran<strong>de</strong> importância <strong>do</strong> emprego familiar, particularmentenas regiões <strong>do</strong> Sertão e <strong>do</strong> Agreste pernambucanos. Nas regiões mais urbanizadas, comoa Zona da Mata e a Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife, a importância <strong>do</strong> empregoassalaria<strong>do</strong> se sobrepõe a <strong>do</strong> emprego <strong>de</strong> natureza familiar.Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> emprego nas ativida<strong>de</strong>s formais da economia indicam que a maioria<strong>do</strong>s empregos está ligada à indústria <strong>de</strong> transformação, seguida da administraçãopública. Os serviços vêm em terceiro lugar, o comércio em quarto. O emprego totalgera<strong>do</strong> na economia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s da Rais <strong>de</strong> 1999, era <strong>de</strong> 848.247 postos<strong>de</strong> trabalho. A Região Metropolitana concentra 70,1% <strong>do</strong> emprego total nas ativida<strong>de</strong>sformais da economia e, na sua quase totalida<strong>de</strong>, nos ramos industriais e <strong>de</strong> serviços.Apenas no caso da agropecuária, <strong>de</strong>stacam-se mesorregiões <strong>do</strong> Agreste e <strong>do</strong> Sertãocom maiores proporções <strong>de</strong> emprego formal.A distribuição <strong>do</strong> emprego segun<strong>do</strong> a ativida<strong>de</strong> econômica mostra a importância daslavouras e da pecuária na ocupação da PEA, no Esta<strong>do</strong>. Para o trabalho agrícola, aslavouras temporárias e permanentes empregam 46,94% da mão-<strong>de</strong>-obra, enquanto apecuária ocupa 28,95%. Sen<strong>do</strong> a pecuária normalmente uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> baixaocupação <strong>de</strong> emprego, a sua importância no Agreste mostra a relevância <strong>de</strong>sse sistema<strong>de</strong> produção na economia rural. Existe também a ativida<strong>de</strong> mista <strong>de</strong> agricultura epecuária, herança <strong>do</strong> antigo sistema lavoura-ga<strong>do</strong>-algodão, com a ocupação <strong>de</strong> boaparte <strong>do</strong> emprego, num percentual <strong>de</strong> 20,63%.DesempregoAs socieda<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas a<strong>do</strong>taram o sistema <strong>de</strong> inclusão social, fortemente marca<strong>do</strong>pela inserção econômica estabelecida pelo emprego como base <strong>de</strong> rendimento damaioria da população. Embora o pleno emprego tenha se constituí<strong>do</strong> em um mito,jamais alcança<strong>do</strong> pelas mo<strong>de</strong>rnas economias, o <strong>de</strong>semprego se transformou em um <strong>do</strong>sprincipais problemas que afetam, diretamente, os níveis <strong>de</strong> pobreza.A taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego aberto é um indica<strong>do</strong>r que se constitui a partir da relação entre aPopulação Economicamente Ativa – PEA, <strong>de</strong> uma região e a proporção <strong>de</strong>ssapopulação que se encontra <strong>de</strong>socupada, mas que continua procuran<strong>do</strong> emprego, noperío<strong>do</strong> <strong>de</strong> referência.O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> conta com uma população <strong>de</strong> aproximadamente 7,5 milhões<strong>de</strong> habitantes, <strong>do</strong>s quais, 47% compõem a sua PEA. Isso significa que a parcela da52


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>população que, em potencial, po<strong>de</strong> trabalhar é gran<strong>de</strong>, restan<strong>do</strong> quase que umaequiparação <strong>de</strong> 1 que trabalha para 1 que não trabalha. Há, no entanto, alguns<strong>de</strong>sencontros nessa equiparação, pois a faixa <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> para ingresso na PEA é muitobaixa, sen<strong>do</strong> calculada pelo segmento da população com mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,porque a distribuição da população não se dá <strong>de</strong> forma homogênea por to<strong>do</strong> oterritório. Da população <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, 41,6% vive na Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife, queabrange 39,4% da PEA e concentra mais <strong>de</strong> 50% <strong>do</strong> PIB estadual, sen<strong>do</strong> esta regiãoresponsável por 70% da produção industrial, <strong>de</strong>ten<strong>do</strong> 73% <strong>do</strong> estoque <strong>de</strong> empregosformais, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s conti<strong>do</strong>s na Síntese <strong>do</strong>s Indica<strong>do</strong>res Sociais <strong>do</strong> IBGE, <strong>do</strong> ano2000.Em 1999, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o IBGE, <strong>Pernambuco</strong> revelava uma proporção <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s,com carteira profissional assinada, <strong>de</strong> apenas 47,2% <strong>do</strong> total <strong>de</strong> sua populaçãoeconomicamente ativa (não incluí<strong>do</strong>s no cálculo militares e funcionários públicosestatutários); entre emprega<strong>do</strong>s <strong>do</strong>mésticos, tal proporção era <strong>de</strong> 25,5% no mesmo ano.No que se refere à contribuição para a Previdência Social, apenas 5,7% <strong>do</strong>strabalha<strong>do</strong>res por conta própria e 43,3% <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>res eram contribuintes.Isso revela condições adversas <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, cujas causas po<strong>de</strong>m estarrelacionadas aos seguintes fatores: 1) baixo crescimento econômico; 2) prática <strong>de</strong>rotativida<strong>de</strong> cujas raízes incluem elementos institucionais (legislação trabalhista, estruturatributária) que levam empresas a tentar reduzir custos via redução <strong>do</strong> tempo médio <strong>do</strong>scontratos <strong>de</strong> trabalho (ou via aumento das relações <strong>de</strong> informalida<strong>de</strong>). A alta proporção<strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego entre os mais jovens é outro importante aspecto qualifica<strong>do</strong>r da<strong>de</strong>socupação — a <strong>de</strong>socupação na faixa etária <strong>de</strong> 18 a 25 anos é em geral mais que o<strong>do</strong>bro da taxa média global <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego. Isso compõe a medida <strong>do</strong> <strong>de</strong>safioenfrenta<strong>do</strong> pelas políticas <strong>de</strong> emprego em <strong>Pernambuco</strong>.Embora os da<strong>do</strong>s sobre <strong>de</strong>semprego estejam concentra<strong>do</strong>s no Gran<strong>de</strong> Recife, este nãoé um fenômeno meramente metropolitano. Apesar <strong>de</strong> não haver números disponíveissobre <strong>de</strong>semprego no interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, sabe-se que a Zona da Mata, por exemplo,abriga bolsões <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, cuja dimensão se agrava, sazonalmente, em função dascrises da economia açucareira — ainda o principal esteio da economia <strong>de</strong>ssa área.Fica evi<strong>de</strong>nte que a questão <strong>do</strong> emprego é algo que manterá sua relevância e suaurgência por alguns anos à frente. Implica constatar que, mais <strong>do</strong> que em outrosmomentos, será fundamental o papel <strong>de</strong> políticas públicas para minorar o problema da<strong>de</strong>socupação.Afora medidas que possam atuar na redução <strong>do</strong> ritmo <strong>de</strong> crescimento da oferta <strong>de</strong>força <strong>de</strong> trabalho nos centros metropolitanos (alternativas <strong>de</strong> ocupação na agriculturafamiliar, particularmente, e incorporação <strong>do</strong>s mais jovens ao sistema educacional), seránecessário i<strong>de</strong>ntificar áreas e segmentos prioritários para distribuição e aplicação <strong>do</strong>s53


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>recursos disponíveis. Ou seja, será fundamental caracterizar bem as <strong>de</strong>mandas paramelhor aplicar os recursos, sen<strong>do</strong> isso <strong>de</strong> crucial importância para os programas <strong>de</strong>geração <strong>de</strong> emprego <strong>de</strong> renda e para os programas <strong>de</strong> requalificação da força <strong>de</strong>trabalho.Tratamento dispensa<strong>do</strong> aos grupos vulneráveisDentro <strong>do</strong> quadro geral <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais, po<strong>de</strong>-se perceber que os diversosgrupos que compõem e caracterizam a heterogeneida<strong>de</strong> <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> social não seencontram diante das mesmas chances <strong>de</strong> participação, haven<strong>do</strong> grupos que se tornammais vulneráveis diante <strong>do</strong>s riscos <strong>de</strong> pobreza, discriminação e violência. A vulnerabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> tais grupos <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social e economicamente impostos; aspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se reverter o quadro <strong>de</strong>sfavorável não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, apenas, daauto<strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s seus componentes, mas da intervenção política direta, comocondição <strong>de</strong> estabelecimento da eqüida<strong>de</strong> e base <strong>do</strong> exercício da igualda<strong>de</strong>. Entre essesgrupos, merecem <strong>de</strong>staque as mulheres, as crianças e os a<strong>do</strong>lescentes, os i<strong>do</strong>sos, osrepresentantes <strong>de</strong> etnias negras e indígenas e os porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais.As mulheres são representantes <strong>de</strong> grupos vulneráveis, tanto pela sua inserção naeconomia — na qual os rendimentos <strong>do</strong> trabalho feminino são, <strong>de</strong> uma maneira geral,inferiores aos rendimentos <strong>do</strong> trabalho masculino, e isso se comprova quan<strong>do</strong> se afereque o número <strong>de</strong> famílias pobres chefiadas por mulheres é superior ao <strong>de</strong> famílias namesma situação <strong>de</strong> pobreza chefiadas por homens — como pela fragilida<strong>de</strong> femininadiante da violência, especialmente na violência praticada <strong>de</strong>ntro da família.Embora venha se registran<strong>do</strong>, em to<strong>do</strong> o País, um <strong>de</strong>clínio nos patamares <strong>de</strong><strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> frente a trabalho por sexos — enquanto a diferença entre os rendimentosfemininos em 1992 representava aproximadamente a meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s rendimentosmasculinos (R$ <strong>21</strong>6,00 para mulheres e R$ 406,00 para homens), em 1999 representa R$324,00 para R$ 534,00 — e a força <strong>de</strong> trabalho feminina venha, pouco a pouco,ocupan<strong>do</strong> espaços antes reserva<strong>do</strong>s apenas a representantes masculinos, ainda é alta a<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> econômica por sexo. De acor<strong>do</strong> com as informações fornecidas pelo IBGE,através da Pnad, <strong>de</strong> 1999, enquanto o rendimento médio mensal para as mulheresempregadas era <strong>de</strong> R$ 196,00 o mesmo indica<strong>do</strong>r para o trabalho masculino era <strong>de</strong> R$319,00.A situação <strong>do</strong>s grupos étnicos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s vulneráveis no Brasil reproduz o preconceitoconsubstancia<strong>do</strong> na formação social e econômica <strong>do</strong> País. Por exemplo, os negrosrepresentam aproximadamente 45% da população, apresentam baixa oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mobilida<strong>de</strong> social vertical, percebem menores salários, ocupam postos <strong>de</strong> trabalhoconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s piores, sofrem discriminação social e apresentam menores índices <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong>.54


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>A avaliação <strong>do</strong> rendimento médio mensal <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os trabalhos das pessoas <strong>de</strong> 10 anosou mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, economicamente ativa, por cor ou raça em <strong>Pernambuco</strong>, revela umagran<strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem entre as pessoas <strong>de</strong> cor branca (R$ 478,00), comparadas com as <strong>de</strong>cor preta (R$ 228,00) e pardas (R$ 261,00), além <strong>de</strong> rendimentos bem menores que o damédia <strong>do</strong> Brasil, Tabela 2.11.Tabela 2.11 Rendimento médio mensal <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os trabalhos das pessoas <strong>de</strong> 10 anos ou mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,economicamente ativa, por cor ou raça, no Brasil, na Região Nor<strong>de</strong>ste e em seus esta<strong>do</strong>s – 1999.Brasil, RegiãoNor<strong>de</strong>ste e seusesta<strong>do</strong>sRendimento médio mensal <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os trabalhos das pessoas<strong>de</strong> 10 anos ou mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, economicamente ativas, por corou raça (R$)Branca Preta PardaBrasil 670 314 329Nor<strong>de</strong>ste 467 206 252Maranhão 418 133 224Piauí 407 141 <strong>21</strong>6Ceará 413 310 235Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte 460 274 284Paraíba 592 264 280<strong>Pernambuco</strong> 478 228 261Alagoas 443 182 235Sergipe 569 231 277Bahia 467 <strong>21</strong>8 266Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra <strong>de</strong> Domicílio – 1999. Microda<strong>do</strong>s. Rio <strong>de</strong> Janeiro: IBGE, 2000.O trabalho infantil expõe a vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crianças e a<strong>do</strong>lescentes <strong>de</strong> baixa renda noPaís, comprometen<strong>do</strong> o seu <strong>de</strong>senvolvimento biopsicossocial e repercutin<strong>do</strong> negativamentena escolarização.<strong>Pernambuco</strong> apresenta um <strong>do</strong>s maiores índices <strong>de</strong> trabalho precoce, uma vez que 46,2%<strong>do</strong>s seus trabalha<strong>do</strong>res começam a trabalhar ainda na infância, sen<strong>do</strong> a agricultura osetor que mais emprega crianças, 55,1% <strong>de</strong>las. Nesta conjuntura, o Programa <strong>de</strong>Erradicação <strong>do</strong> Trabalho Infantil – Peti, foi lança<strong>do</strong> oficialmente pelos <strong>Governo</strong>s Fe<strong>de</strong>ral eEstadual, em janeiro <strong>de</strong> 1997, e vem obten<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s positivos. No final <strong>de</strong> 2000, esseprograma já abrangia 65 municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, além <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a quinze áreas <strong>de</strong> lixões,tanto urbanos quanto rurais.Associa<strong>do</strong> ao quadro <strong>de</strong> pobreza e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, um outro aspecto que alteranegativamente a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população é a violência que permeia toda asocieda<strong>de</strong> e cuja amplitu<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong> varia, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um imaginário coletivoviolento, abrangen<strong>do</strong> relações familiares e pequenos grupos, até ações políticas quetomam formas <strong>de</strong> crimes <strong>do</strong> colarinho branco, passan<strong>do</strong> pela violência criminosa,percebida, hoje, como um <strong>do</strong>s mais graves problemas sociais, disputan<strong>do</strong> a primaziacom o <strong>de</strong>semprego na preocupação <strong>do</strong> cidadão.55


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>A<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-se um conceito amplo <strong>de</strong> violência, po<strong>de</strong>-se perceber que esta po<strong>de</strong> serreferenciada enquanto resulta<strong>do</strong> da pobreza e das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s econômicas, sociais,políticas e <strong>de</strong> fatores psicológicos, apreendi<strong>do</strong>s como exclusão social e negação àparticipação na condição <strong>de</strong> sujeito <strong>de</strong> direito, contribuin<strong>do</strong> para a constituição <strong>de</strong> umaambiência criminosa que induz indivíduos e grupos à prática da <strong>de</strong>linqüência e <strong>do</strong> crime,tornan<strong>do</strong>-os socialmente perigosos e/ou vulneráveis.O quadro geral da violência vem sen<strong>do</strong> agrava<strong>do</strong>, também, pelas falhas no sistema <strong>de</strong>justiça criminal, que vem exigin<strong>do</strong> soluções norteadas por uma política <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa social,<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva da ecologia criminal, uma vez que se percebe a relação daincidência da violência com as questões ambientais, especialmente como <strong>de</strong>corrênciada <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> espaço ambiental urbano.Embora o País apresente taxas <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong> altas, algumas diferenças assim comoalgumas ligações se estabelecem entre a violência urbana e rural, crian<strong>do</strong> um sistema<strong>de</strong> complementarida<strong>de</strong> entre elas. A violência rural se caracteriza sob a forma <strong>de</strong> crimescontra a pessoa, em gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> conflitos pela posse da terra e peloaproveitamento <strong>do</strong> espaço para a agricultura e o comércio <strong>de</strong> plantas que servem <strong>de</strong>base à produção <strong>de</strong> drogas, manten<strong>do</strong> sérias ligações com o crime internacionalorganiza<strong>do</strong> e com a violência urbana conseqüente à comercialização e ao consumo <strong>de</strong>drogas. <strong>Pernambuco</strong> está inseri<strong>do</strong> no roteiro internacional <strong>do</strong> tráfico <strong>de</strong> drogas, assimcomo tem parte <strong>de</strong> suas terras cultiváveis para o plantio <strong>de</strong> maconha, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong>todas as iniciativas para o controle <strong>de</strong>ssa prática.Dentre as manifestações <strong>de</strong> violência criminosa <strong>de</strong> características urbanas, <strong>de</strong>stacam-seos crimes contra o patrimônio, cuja incidência mais comum são o furto e o roubo, que semanifestam mais comumente como assalto e se combinam com os crimes contra apessoa, quan<strong>do</strong> expõem as vítimas ao risco <strong>de</strong> vida, aos seqüestros e aos latrocínios. São,no entanto, os crimes contra a pessoa, especificamente o homicídio, que compõem osindica<strong>do</strong>res mais alarmantes da violência, hoje, no Brasil.Se for observada a evolução <strong>de</strong> óbitos por homicídio nos últimos anos, nas regiõesmetropolitanas <strong>do</strong> Brasil, vai se constatar um crescimento absoluto <strong>de</strong> 52,2%, entre osanos <strong>de</strong> 1991 e 1999, crescimento este bem superior ao observa<strong>do</strong> pelo da população,para o mesmo perío<strong>do</strong>, que foi <strong>de</strong> 11%, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 15.191 para 23.120 por ano, entre osanos-base. O indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> incidência relativo, que se obtém a partir da relação<strong>do</strong> número <strong>de</strong> mortes por homicídio pela população total, para grupos <strong>de</strong> 100.000habitantes, por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, registra um comportamento semelhante,apresentan<strong>do</strong> um percentual <strong>de</strong> 37,74 em 1991, passan<strong>do</strong> para 51,76% em 1999,56


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>representan<strong>do</strong> um aumento <strong>de</strong> 37,15%, no perío<strong>do</strong>. Para os indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> 1999, Vitória,Recife e São Paulo apresentam os índices mais eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> violência.<strong>Pernambuco</strong> tem lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque com referência aos índices <strong>de</strong> violência: 9,8% <strong>do</strong>shomicídios pratica<strong>do</strong>s em 1999, no País. Nesse senti<strong>do</strong>, o Esta<strong>do</strong> registra uma taxa <strong>de</strong>violência preocupante, uma vez que o coeficiente <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> por homicídios em1999 foi <strong>de</strong> 55,63/100.000 habitantes, enquanto no Maranhão é <strong>de</strong> 4,84/100.000habitantes.Tabela 2.12 Coeficiente <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> por homicídios — no Brasil e nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste – 1999.Brasil e esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>steCoeficiente <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> por homicídios (por 100.000hab.)Brasil 26,18Maranhão 4,84Piauí 4,86Ceará 15,53Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte 8,44Paraíba 11,94<strong>Pernambuco</strong> 55,63Alagoas 20,42Sergipe 19,<strong>21</strong>Bahia 7,03Fonte: Ministério da Saú<strong>de</strong>, Fundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Informática <strong>do</strong> Sistema Único <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Sistema <strong>de</strong> Informação sobre Mortalida<strong>de</strong> ––Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável, IBGE, 2002.A constatação <strong>do</strong> aumento absoluto e relativo da violência contra a vida é agravadaquan<strong>do</strong> se leva em consi<strong>de</strong>ração que esta é a causa mortis principal em óbitos ocorri<strong>do</strong>sentre jovens. Dos homicídios ocorri<strong>do</strong>s no Brasil, em 1999, 53,9% são pratica<strong>do</strong>s contrajovens entre 18 e 29 anos. <strong>Pernambuco</strong> acompanha essa tendência, ten<strong>do</strong> esta taxarepresenta<strong>do</strong> 53,9% das mortes violentas em 1999.Padrões <strong>de</strong> produção e consumoOs padrões atuais <strong>de</strong> produção e consumo vêm sen<strong>do</strong> critica<strong>do</strong>s, em nível internacional,como um aspecto primordial para a mudança <strong>do</strong>s valores da<strong>do</strong>s aos recursos naturais.Em <strong>Pernambuco</strong>, esse tema vem ganhan<strong>do</strong> força nos últimos anos por conta das crises<strong>de</strong> escassez <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> energia, que requereu da população a participação emmedidas <strong>de</strong> economia e racionamento <strong>do</strong> uso <strong>de</strong>sses recursos. Estan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> em área <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong> inseri<strong>do</strong> no Polígono das Secas <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, faz-senecessário reavaliar to<strong>do</strong>s os setores da socieda<strong>de</strong>, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> reduzir os atuais índices<strong>de</strong> produção e consumo.Reciclagem e coleta seletiva <strong>do</strong> lixo57


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>A reciclagem <strong>de</strong> materiais, associada à reutilização e à redução <strong>do</strong> consumo, vemsen<strong>do</strong> um tema presente nas discussões nacionais e internacionais, dada a pressão sobreos recursos naturais, tanto para a produção <strong>de</strong> bens, bem como para disposição final<strong>do</strong>s resíduos produzi<strong>do</strong>s. Entretanto, na prática, os da<strong>do</strong>s revelam que apenas 2,4% <strong>do</strong>lixo coleta<strong>do</strong> em <strong>Pernambuco</strong> possui atendimento com coleta seletiva. Padrõesbaixíssimos também são verifica<strong>do</strong>s no Brasil (1,9%) e <strong>de</strong> Nor<strong>de</strong>ste (0,5%), conforme indicaa Tabela 2.13.Esforços <strong>de</strong>vem ser direciona<strong>do</strong>s para ampliar esse atendimento, contan<strong>do</strong> inclusive coma parceria das organizações não-governamentais – ONGs, da comunida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> setores<strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong> local, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que esse novo mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r seja implanta<strong>do</strong> nãoapenas no gerenciamento <strong>do</strong>s resíduos <strong>do</strong>miciliares, como também <strong>do</strong>s resíduoscomerciais e industriais.Tabela 2.13 Serviço <strong>de</strong> coleta seletiva <strong>de</strong> lixo, com indicação <strong>do</strong> número <strong>de</strong> municípios, número <strong>de</strong>residências atendidas e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixo coleta<strong>do</strong>, no Brasil, na Região Nor<strong>de</strong>ste e em seusesta<strong>do</strong>s – 2000.Brasil, RegiãoNor<strong>de</strong>ste e seusesta<strong>do</strong>sServiço <strong>de</strong> coleta seletiva <strong>de</strong> lixoNº <strong>de</strong> municípios Nº <strong>de</strong> residências atendidas Quant. <strong>de</strong> lixo coleta<strong>do</strong>TotalComcoletaseletivaTotalTotal % (1)Com coletaseletivaTotalestima<strong>do</strong>%Total(t/dia)Com coletaseletivaTotal(t/dia)Brasil 5.507 451 8,2 44.795.101 2.680.383 6,0 228.413,0 4.290,0 1,9Nor<strong>de</strong>ste 1.787 27 1,5 11.401.385 38.771 0,3 41.557,8 199,0 0,5Maranhão <strong>21</strong>7 - - 1.235.496 - - 2.652,6 - -Piauí 2<strong>21</strong> - - 661.366 - - 2.431,3 - -Ceará 184 2 1,1 1.757.888 30 0,0 10.150,5 1,0 0,0Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong>Norte166 2 1,2 671.993 - - 2.373,5 - -Paraíba 223 1 0,4 849.378 4.000 0,5 2.894,0 2,0 0,1<strong>Pernambuco</strong> 185 9 4,9 1.968.761 8.600 0,9 6.281,2 149,0 2,4Alagoas 101 1 1,0 649.365 800 0,1 2.999,3 1,0 0,1Sergipe 75 - - 436.735 - - 1.377,1 - -Bahia 415 12 2,9 3.170.403 15.341 0,5 10.398,3 46,0 0,4Fonte: Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável, IBGE, 2002.(1) Correspon<strong>de</strong> ao número total <strong>de</strong> <strong>do</strong>micílios particulares permanentes levanta<strong>do</strong>s no Censo Demográfico2000.Consumo <strong>de</strong> energia%O consumo <strong>de</strong> energia geralmente está associa<strong>do</strong> ao grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> umaregião. Entretanto, a produção, o consumo e os subprodutos resultantes da oferta <strong>de</strong>energia exercem pressões sobre o meio ambiente e os recursos renováveis. Nesse senti<strong>do</strong>,58


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>é fundamental limitar o uso <strong>de</strong> energia, através <strong>do</strong> aumento da eficiência energética,compatibilizan<strong>do</strong> a oferta <strong>de</strong> energia com a proteção ambiental.O Brasil tem uma matriz energética eminentemente limpa, uma vez que mais <strong>de</strong> 95% daenergia gerada provêm <strong>de</strong> fontes hídricas. Da mesma forma, a participação das fontesrenováveis na matriz energética <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> é alta, uma vez que a maioria éproveniente <strong>do</strong> sistema hidroelétrico <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> São Francisco, gerencia<strong>do</strong> pela Chesf.Entretanto, no que se refere às <strong>de</strong>mais fontes renováveis <strong>de</strong> energia, como, por exemplo,as energias eólica e solar, o percentual ainda é bastante reduzi<strong>do</strong>. Experiência positivafoi vivenciada nos anos 80 pelo Programa Proálcool, <strong>de</strong> substituição em larga escala <strong>do</strong>s<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> petróleo, no qual o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> foi um produtor importante, emface <strong>do</strong> parque sucroalcooleiro existente. Quanto à energia eólica, existem duasunida<strong>de</strong>s em funcionamento, uma no distrito <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha e a outra nomunicípio <strong>de</strong> Olinda.A Tabela 2.14 revela o consumo <strong>de</strong> energéticos em <strong>Pernambuco</strong>, na qual se ressalta oaumento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> fontes hidroelétricas e a redução <strong>do</strong> uso da biomassa. Umapreocupação que se <strong>de</strong>ve ter é a matriz energética, fortemente pautada pelaprodução das usinas hidrelétricas. Essa fonte é seguida pelos <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> petróleo epela biomassa florestal (lenha e carvão vegetal). Entretanto, essa matriz estácaminhan<strong>do</strong> para a diversificação. A disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alternativas, como pequenascentrais hidrelétricas/PCH, gás natural, biomassa (principalmente bagaço <strong>de</strong> cana),energia eólica e energia solar, apresenta representativida<strong>de</strong> crescente.Tabela 2.14 Consumo <strong>de</strong> energéticos em <strong>Pernambuco</strong> (1989-1998).Setor / Ano 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998Eletricida<strong>de</strong> 1.435 1.442 1.515 1.538 1.614 1.664 1.792 1.915 2.054 2.225Deriva<strong>do</strong>s <strong>de</strong>Petróleo1.077 1.205 1.<strong>21</strong>9 1.192 1.160 1.175 1.323 1.555 1.628 1.751Biomassa 2.255 2.<strong>21</strong>0 2.198 2.156 2.004 1.973 2.145 2.<strong>21</strong>1 2.153 1.698Gás Natural 226 172 188 145 141 126 161 162 174 175Total 4.993 5.029 5.120 5.031 4.919 4.938 5.4<strong>21</strong> 5.843 6.009 5.849Fonte: Secretaria <strong>de</strong> Infra-estrutura <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, 2000.Existe em andamento o Programa <strong>de</strong> Economia <strong>de</strong> Energia Elétrica – Procel, que vematuan<strong>do</strong> em diversos setores, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> reduzir os atuais níveis <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong>energia.59


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>2.3.2 A Educação e a Saú<strong>de</strong> como Condições <strong>de</strong> Inclusão SocialEducaçãoO acesso universal à educação e à informação é visto como uma variável-chave para aconsolidação <strong>do</strong> exercício da cidadania, sen<strong>do</strong> importante tanto para a expansão darenda individual e familiar como para a conseqüente redução da pobreza. Os altos níveis<strong>de</strong> educação estão sempre vincula<strong>do</strong>s a altos índices <strong>de</strong> renda em socieda<strong>de</strong>s queapresentam bons níveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> suas populações. Da mesma forma, emsocieda<strong>de</strong>s que ostentam baixos índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento humano, o acesso à rendae à riqueza se tornam condições indispensáveis ao acesso à educação e à informação<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Assim, a educação se torna um indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> significa<strong>do</strong> tanto <strong>de</strong>mensuração da igualda<strong>de</strong> social, como <strong>de</strong> consolidação das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais.Essas oportunida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m se manifestar em indica<strong>do</strong>res como:Escolarida<strong>de</strong>A escolarida<strong>de</strong> revela o nível <strong>de</strong> educação alcança<strong>do</strong> pelo segmento da populaçãoque não se encontra mais em ida<strong>de</strong> escolar, expressan<strong>do</strong> a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> anos <strong>de</strong>estu<strong>do</strong>, em média.De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE, ofereci<strong>do</strong>s pela Pnad <strong>de</strong> 1999, em média, o brasileiro<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 25 anos estu<strong>do</strong>u 5,7 anos. <strong>Pernambuco</strong> apresenta uma taxa um poucoinferior à nacional, com 4,7 anos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, índice um pouco superior ao regional, que é<strong>de</strong> 4,2 anos, sen<strong>do</strong>, ao mesmo tempo, bem inferior ao constata<strong>do</strong> para os habitantes daRegião Su<strong>de</strong>ste, que é <strong>de</strong> 6,4, índice mais eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong> País.O investimento em educação, que também traga melhoria à qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino em<strong>Pernambuco</strong>, vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das práticas <strong>de</strong>senvolvidas e <strong>do</strong> que se po<strong>de</strong> planejar parao futuro. A urgência, nesse caso, é um tanto maior, já que investimentos em educaçãonão produzem efeitos imediatos. Nesse senti<strong>do</strong>, esforços vêm sen<strong>do</strong> feitos no Esta<strong>do</strong> nosúltimos anos. Com relação à evasão escolar, a Secretaria <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>revela que:• 55% <strong>do</strong>s estudantes pernambucanos concluem apenas o segun<strong>do</strong> ano <strong>do</strong> ensinofundamental.• 27% chegam ao oitavo ano <strong>do</strong> mesmo nível.• 6% concluem o segun<strong>do</strong> grau.60


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• 3% chegam à universida<strong>de</strong>.Com relação à escolarida<strong>de</strong>, ainda, po<strong>de</strong>-se perceber que <strong>Pernambuco</strong> apresenta, emalguns senti<strong>do</strong>s, uma situação superior à verificada em outros esta<strong>do</strong>s da região. ARegião Metropolitana <strong>do</strong> Recife registra uma média <strong>de</strong> 6 anos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, acima damédia brasileira. À medida que avança o nível <strong>de</strong> capacitação profissional, <strong>Pernambuco</strong>amplia a sua vantagem competitiva em relação aos outros esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste,consolidan<strong>do</strong> a sua posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no segmento científico e tecnológico. Deacor<strong>do</strong> com as informações contidas no Plano Plurianual <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, o Esta<strong>do</strong> tem um número <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res (mestres e <strong>do</strong>utores) igual àsoma <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s da Bahia e <strong>do</strong> Ceará e concentra mais <strong>de</strong> 28% <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong>pesquisa <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, duas vezes mais que a Bahia e três vezes mais que o Ceará.Figura 2.2 Centros <strong>de</strong> pesquisa nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil.5%14%5% 0% 10%10%5%28%23%MARANHÃOCEARÁBAHIAPARAÍBAALAGOASPIAUÍRIO GRANDE DO NORTEPERNAMBUCOSERGIPEFonte: Plano Plurianual <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, 1999–2003. Seplan<strong>de</strong>s, 1999.EscolarizaçãoA taxa <strong>de</strong> escolarização diz respeito às condições <strong>de</strong> acesso à educação <strong>do</strong> segmentoda população em ida<strong>de</strong> escolar regular, entre 5 e 24 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A análise da taxa<strong>de</strong> escolarização evi<strong>de</strong>ncia algumas características <strong>do</strong> acesso da população àeducação, abrangen<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ingresso ao pré-escolar até o curso superior.O Brasil, <strong>de</strong> uma maneira geral, vem apresentan<strong>do</strong> melhorias significativas no setoreducacional e isso po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na comparação <strong>do</strong>s índices <strong>de</strong> escolarização dapopulação, que era <strong>de</strong> 53,9% em 1992, para crianças entre 5 e 6 anos, passan<strong>do</strong> para70,9%, em 1999; <strong>de</strong> 86,6%, para a faixa etária entre 7 e 14 anos, para 95,7%; <strong>de</strong> 59,7%, entre15 e 17 anos, para 78,5%; <strong>de</strong> 36,1% entre 18 e 19 anos, para 51,9%; e, finalmente, <strong>de</strong> 16,9%,para 25,5%, para a faixa entre 20 e 24 anos.61


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Tabela 2.15 Média <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s da população <strong>de</strong> 25 anos ou mais, no Brasil, na Região Nor<strong>de</strong>ste eem seus esta<strong>do</strong>s – 1999.Brasil, Região Nor<strong>de</strong>ste e seus esta<strong>do</strong>sMédia <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s da população<strong>de</strong> 25 anos ou mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>Brasil 5,7Nor<strong>de</strong>ste 4,2Maranhão 3,7Piauí 3,7Ceará 4,1Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte 4,8Paraíba 4,9<strong>Pernambuco</strong> 4,7Alagoas 4,1Sergipe 4,7Bahia 4,0Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra <strong>de</strong> Domicílio – 1999. Microda<strong>do</strong>s. Rio <strong>de</strong> Janeiro: IBGE, 2000.<strong>Pernambuco</strong> também vem conseguin<strong>do</strong> melhorar os seus índices <strong>de</strong> escolarização,apresentan<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> o IBGE, através da Pnad <strong>de</strong> 1999, taxas <strong>de</strong> 74,4% para as ida<strong>de</strong>sentre 5 e 6 anos; 92,1% para a faixa etária entre 7 e 14 anos, sen<strong>do</strong> esta a etapaconsi<strong>de</strong>rada fundamental no sistema mínimo <strong>de</strong> educação; 72,8% para as ida<strong>de</strong>s entre15 e 17 anos; 50,1% entre 18 e 19 anos; e 25,5% para o segmento entre 20 e 24 anos.AlfabetizaçãoA taxa <strong>de</strong> alfabetização expressa a relação entre as pessoas adultas, com 15 anos oumais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, capazes <strong>de</strong> ler e escrever, e a população total adulta nessa mesma faixaetária.Os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE (2002) revelam que <strong>Pernambuco</strong> <strong>de</strong>tém uma taxa <strong>de</strong> alfabetização<strong>de</strong> 75,3%, um pouco superior aos valores registra<strong>do</strong>s para o Nor<strong>de</strong>ste (73,4%) e inferior aosvalores <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s para o Brasil (86,7%).<strong>Pernambuco</strong> se <strong>de</strong>staca, contu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> alfabetização e <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong>. O percentual <strong>de</strong> analfabetos (na população <strong>de</strong> 15 anos ou mais) noEsta<strong>do</strong> é <strong>de</strong> 26,4%, <strong>de</strong>sempenho melhor que o nor<strong>de</strong>stino, estima<strong>do</strong> em 29,4% <strong>de</strong>analfabetos, inferior à Bahia (26,9%) e ao Ceará (30,8%), per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> apenas para Sergipe,como mostra o gráfico a seguir apresenta<strong>do</strong>. Entre a população <strong>de</strong> 10 anos ou mais,<strong>Pernambuco</strong> apresenta uma média <strong>de</strong> 4,4 anos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, acima da média nor<strong>de</strong>stina(4 anos) e da Bahia e <strong>do</strong> Ceará, ambos com 3,9 anos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>. Em to<strong>do</strong> caso,<strong>Pernambuco</strong> empata com Sergipe e per<strong>de</strong> para o Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte na taxa <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong>, que apresenta 4,6 anos médios <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> o IBGE (cinco anos62


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>antes, <strong>Pernambuco</strong> estava em primeiro lugar na escolarida<strong>de</strong> da população <strong>de</strong> 25 anosou mais).Figura 2.3 Taxa <strong>de</strong> analfabetismo — pessoas com 15 anos ou mais, 1997.Percentual40302010MARANHÃOPIAUÍCEARÁRIO GRANDEDO NORTEPARAÍBAPERNAMBUCOALAGOASSERGIPEBAHIANORDESTE01ESTADOS DO NORDESTE E REGIÃOFonte: Plano Plurianual <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> – 1999-2003. Seplan<strong>de</strong>s, 1999.Analfabetismo funcionalO Brasil vem <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> esforços no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> melhorar os seus indica<strong>do</strong>res sociaisna área <strong>de</strong> educação, implantan<strong>do</strong> alguns programas. No entanto, segun<strong>do</strong> revela aSíntese <strong>de</strong> Indica<strong>do</strong>res Sociais 2000, divulgada pelo IBGE, muito ainda precisa ser feito. Deacor<strong>do</strong> com esses da<strong>do</strong>s, se, em 1992, 17,2% da população brasileira era composta poranalfabetos, em 1999 a proporção cai para 13,3%. O comportamento apresenta<strong>do</strong> peloEsta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> apresenta-se ainda mais grave <strong>do</strong> que o observa<strong>do</strong> no quadronacional, reproduzin<strong>do</strong> as antigas diferenças <strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong> entre as regiões. Dapopulação pernambucana, 30,9% era analfabeta em 1992 e, embora haja ocorri<strong>do</strong> umapequena melhora até 1999, naquele ano o índice ainda era muito eleva<strong>do</strong>, atingin<strong>do</strong>24,7%. Entretanto isso é mais grave nas pessoas <strong>de</strong> 15 anos ou mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, uma vezque a taxa <strong>de</strong> analfabetismo é <strong>de</strong> 40,1% em <strong>Pernambuco</strong>, enquanto no Brasil a taxa é<strong>de</strong> 29,4%, conforme Tabela 2.16.63


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Tabela 2.16 Taxa <strong>de</strong> analfabetismo funcional das pessoas <strong>de</strong> 15 anos ou mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, no Brasil, na RegiãoNor<strong>de</strong>ste e em seus esta<strong>do</strong>s – 1999.Brasil, Região Nor<strong>de</strong>ste e seus esta<strong>do</strong>sTaxa <strong>de</strong> analfabetismo funcional daspessoas <strong>de</strong> 15 anos ou mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (%)Brasil 29,4Nor<strong>de</strong>ste 46,2Maranhão 52,8Piauí 53,1Ceará 46,4Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte 39,2Paraíba 43,3<strong>Pernambuco</strong> 40,1Alagoas 47,4Sergipe 41,5Bahia 48,3Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra <strong>de</strong> Domicílio – 1999. Microda<strong>do</strong>s. Rio <strong>de</strong> Janeiro: IBGE, 2000. 1 CD-ROM.Segun<strong>do</strong> informações da Síntese <strong>de</strong> Indica<strong>do</strong>res Sociais <strong>do</strong> IBGE <strong>do</strong> ano 2000, enquanto19,2% da população urbana era composta por analfabetos, no meio rural a proporçãoalcançava 40,3%. Pelos da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> último Censo, <strong>de</strong> um total populacional <strong>de</strong> 1.639.949mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> áreas rurais, apenas 54,2% são alfabetiza<strong>do</strong>s. Se a atenção se volta para aquestão <strong>de</strong> gênero, no tocante à educação po<strong>de</strong>-se perceber que as taxas <strong>de</strong>analfabetismo se manifestam com alguma diferença entre homens e mulheres com 15ou mais anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.Para os homens, distingue-se uma taxa <strong>de</strong> 26,4%, enquanto para as mulheres aproporção é <strong>de</strong> 23,2% (da<strong>do</strong>s também <strong>de</strong> 1999). É interessante observar que essecomportamento, no qual as mulheres aparecem como mais alfabetizadas que oshomens, é uma característica <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Se forem observadas as taxas <strong>de</strong> analfabetismo, por sexo, no mesmo perío<strong>do</strong>, no Brasilelas correspon<strong>de</strong>m a 13,3% para ambos os sexos, bem abaixo das apresentadas noEsta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. A diferença favorável às mulheres po<strong>de</strong> ser associada à forma<strong>de</strong> inserção no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho para homens e mulheres. Em termos <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong> média, no geral as mulheres da força <strong>de</strong> trabalho possuem maior nível <strong>de</strong>educação — uma forma <strong>de</strong> tentar compensar, no merca<strong>do</strong>, as <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong>remuneração em relação aos homens.Po<strong>de</strong>-se afirmar, a partir <strong>de</strong>sses da<strong>do</strong>s, sobre a situação da educação em <strong>Pernambuco</strong>,que para se obter uma significativa mudança qualitativa, que envolva a melhoria naqualida<strong>de</strong> da educação, a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Estadual prevê que sejam feitos investimentos emcapacitação, treinamento, atualização e reciclagem para o corpo <strong>do</strong>cente dasunida<strong>de</strong>s escolares (professores, técnicos e auxiliares administrativos), como também64


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>investimentos em equipamentos e instalações, compatíveis com a mo<strong>de</strong>rnizaçãotecnológica <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> informação e comunicação.Saú<strong>de</strong>As condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em <strong>Pernambuco</strong> po<strong>de</strong>m ser avaliadas, ao mesmo tempo, comoum resulta<strong>do</strong> da pobreza, quan<strong>do</strong> os baixos níveis <strong>de</strong> renda e <strong>de</strong> educação dapopulação resultam em práticas pouco saudáveis, como precárias condições <strong>de</strong>higiene; alimentação insatisfatória, com baixos índices nutricionais; etc., e também comofator realimenta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ssa mesma pobreza, manifestada pela baixa aptidão para aescolarida<strong>de</strong>, baixa produtivida<strong>de</strong> no trabalho, etc.As condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em <strong>Pernambuco</strong> po<strong>de</strong>m ser avaliadas, ao mesmo tempo, comoum resulta<strong>do</strong> da pobreza, quan<strong>do</strong> os baixos níveis <strong>de</strong> renda e <strong>de</strong> educação dapopulação resultam em práticas pouco saudáveis, como precárias condições <strong>de</strong>higiene; alimentação insatisfatória, com baixos índices nutricionais; etc., e também comofator realimenta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ssa mesma pobreza, manifestada pela baixa aptidão para aescolarida<strong>de</strong>, baixa produtivida<strong>de</strong> no trabalho, etc.Da mesma forma, os da<strong>do</strong>s sobre saú<strong>de</strong> no Esta<strong>do</strong> revelam o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> processoacelera<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização da economia, reproduzin<strong>do</strong> a redistribuição <strong>de</strong>sigual <strong>do</strong>sfrutos <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento: ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong> dasaú<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutada por parte da população, <strong>Pernambuco</strong> é o segun<strong>do</strong> pólo médico <strong>do</strong>Brasil, per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> apenas para São Paulo. Destacam-se algumas especialida<strong>de</strong>s, comocardiologia, oftalmologia e traumato-ortopedia. O setor é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importânciaeconômica para o Esta<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> maior contribuinte <strong>de</strong> ISS na RegiãoMetropolitana <strong>do</strong> Recife, com participação em torno <strong>de</strong> 13%.Entre o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1993 a 1997, nessa área, houve um crescimento da arrecadação <strong>de</strong>cerca <strong>de</strong> 96,6%. Um outro da<strong>do</strong> importante é a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong>emprego: em média, cinco empregos para cada leito hospitalar existente, número queten<strong>de</strong> a crescer com a introdução <strong>de</strong> novas tecnologias na infra-estrutura hospitalar,diferente da tendência natural <strong>de</strong> outros ramos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. Estima-se que hoje o pólomédico seja responsável pela criação direta <strong>de</strong> 130 mil empregos, num universo <strong>de</strong> 330hospitais (181 priva<strong>do</strong>s) no Esta<strong>do</strong>. Na Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife são 256 clínicas e341 laboratórios.A li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> dá-se também <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovação. OEsta<strong>do</strong> montou o primeiro banco <strong>de</strong> leite <strong>do</strong> País e possui hoje, o segun<strong>do</strong> banco <strong>de</strong> pele<strong>do</strong> Brasil. Outro <strong>de</strong>staque é o Instituto Materno Infantil <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> – Imip, referência65


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>no País, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> 20 mil lactantes por ano, fazen<strong>do</strong> 800 cirurgias em crianças por mês efornecen<strong>do</strong> 6 mil <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> vacinas mensalmente. No setor <strong>de</strong> medicamentos, oLaboratório Farmacêutico <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> – Lafepe, é uma das referências nacionais e éresponsável pela produção <strong>de</strong> medicamentos para Aids e epi<strong>de</strong>mias da Amazônia.Alguns indica<strong>do</strong>res representam os níveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sfruta<strong>do</strong>s pelapopulação, ten<strong>do</strong> por base o acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tanto no seu aspectopreventivo como curativo. Entre eles se <strong>de</strong>stacam:Esperança <strong>de</strong> vidaComo bem observa o <strong>do</strong>cumento <strong>do</strong> IBGE sobre os Indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> DesenvolvimentoSustentável no Brasil, a esperança <strong>de</strong> vida ao nascer está estreitamente relacionada àscondições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e sanitárias <strong>de</strong> uma região, refletin<strong>do</strong> influências <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns social,econômica e ambiental, <strong>de</strong> uma maneira geral.Embora tenha havi<strong>do</strong> uma persistente ampliação da longevida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s brasileiros, que seampliou <strong>de</strong> 66,3 anos, em 1992, para 68,5 anos, em 2000, observa-se que a expectativa <strong>de</strong>vida ao nascer <strong>do</strong>s homens, no Brasil, apresenta-se inferior à das mulheres, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> 63,9para eles e <strong>de</strong> 71,4 anos para elas. Em <strong>Pernambuco</strong>, com índices mais baixos <strong>de</strong>expectativa <strong>de</strong> vida, sen<strong>do</strong> esta previsão <strong>de</strong> 63,7 anos, os homens vivem, em média, 59,8anos e as mulheres 63,9 anos; esta média, inclusive, é inferior à apresentada para a RegiãoNor<strong>de</strong>ste como um to<strong>do</strong>, que é <strong>de</strong> 65,8 anos.Tabela 2.17 Esperança <strong>de</strong> vida ao nascer, no Brasil, na Região Nor<strong>de</strong>ste e em seus esta<strong>do</strong>s, 2000.Brasil, Região Nor<strong>de</strong>ste e seus esta<strong>do</strong>s Esperança <strong>de</strong> vida ao nascer (anos <strong>de</strong>ida<strong>de</strong>)Brasil 68,5Nor<strong>de</strong>ste 65,8Maranhão 64,8Piauí 65,6Ceará 66,4Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte 66,4Paraíba 64,4<strong>Pernambuco</strong> 63,7Alagoas 63,2Sergipe 67,2Bahia 67,7Fonte: Projeto IBGE/Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> População das Nações Unidas – UNFPA/Brasil (BRA/98/PO8). SistemaIntegra<strong>do</strong> <strong>de</strong> Projeções e Estimativas Populacionais e Indica<strong>do</strong>res Socio<strong>de</strong>mográficos.66


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Fertilida<strong>de</strong>/mortalida<strong>de</strong> da populaçãoNo que diz respeito à taxa <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong>, que representa a dinâmica <strong>de</strong> crescimento dapopulação, po<strong>de</strong>-se perceber que houve uma retração no crescimento populacional,tanto em nível nacional como estadual. <strong>Pernambuco</strong> apresenta indica<strong>do</strong>res semelhantesaos <strong>do</strong> Brasil. Algumas informações fornecidas pela Pnad, IBGE, para 1999, revelam que:• A taxa <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> apresentada pela mulher brasileira, <strong>de</strong> 2,3 crianças nascidas pormãe, é reproduzida <strong>de</strong> forma similar pela mulher pernambucana, que tem — emmédia — 2,4 filhos.• No exercício da procriação, também se estabelece uma semelhança entre asoportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sucesso das mulheres pernambucanas e brasileiras. De mil partosaconteci<strong>do</strong>s no Brasil, 44,4 resultam em morte da mãe; <strong>de</strong> forma similar, 44,3 mãesper<strong>de</strong>m a vida ao dar a luz, entre mil parturientes, em <strong>Pernambuco</strong>.• Nas últimas décadas, o Esta<strong>do</strong> obteve alguns resulta<strong>do</strong>s positivos no enfrentamentoda redução da mortalida<strong>de</strong> infantil. Suas taxas passaram <strong>de</strong> 185 mortes em milcrianças nascidas com vida, em 1960, para 58,2 mortes em mil nascimentos, no ano<strong>de</strong> 1999. No Brasil, a taxa é <strong>de</strong> 34,6 mortes por mil nascimentos, o que significa que astaxas apresentadas pelo Esta<strong>do</strong> ainda são muito elevadas, se comparadas ao<strong>de</strong>sempenho nacional, na mesma área.As causas da manutenção <strong>de</strong>ssas taxas se <strong>de</strong>vem principalmente a fatores pré-natais(condições prévias <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da mãe, antes e durante a gestação), que são tambémcausa <strong>de</strong> 58% <strong>do</strong> total <strong>de</strong> mortes <strong>de</strong> crianças antes <strong>de</strong> completar um ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Asoutras causas mais inci<strong>de</strong>ntes são atribuídas a infecções respiratórias (13,9%), <strong>do</strong>ençasinfectoparasitárias (6,3%). O percentual <strong>de</strong> mortes <strong>de</strong> crianças com menos <strong>de</strong> cinco anos<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, por diarréia, é <strong>de</strong> 11,6%.A mortalida<strong>de</strong> pós-natal está associada às condições <strong>de</strong> pobreza, tais como consumoda água (<strong>de</strong> forma imprópria), e também às condições sanitárias em geral. O CensoDemográfico 2000 informa que, em <strong>Pernambuco</strong>, 1.665.741 <strong>do</strong>micílios permanentes, <strong>do</strong>s1.968.776 cadastra<strong>do</strong>s, possuem banheiro ou sanitário, <strong>do</strong>s quais 51,8% estão liga<strong>do</strong>s àre<strong>de</strong> geral <strong>de</strong> esgoto, ou pluvial, ou fossa séptica; enquanto 48,2% fazem uso <strong>de</strong> outrasformas <strong>de</strong> escoamento; e 15,4% não possuem banheiro ou sanitário.67


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Doenças infecciosasAs <strong>do</strong>enças infectocontagiosas e as transmitidas por vetores, como a <strong>de</strong>ngue e aleishmaniose, por exemplo, também exercem uma gran<strong>de</strong> influência na qualida<strong>de</strong> dasaú<strong>de</strong> preventiva e curativa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. São <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s, ainda, altos índices <strong>de</strong> pessoasinfectadas com o vírus HIV/Aids, bem como <strong>de</strong> pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> tuberculose eesquistossomose. As <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> veiculação hídrica têm um papel relevante por conta<strong>do</strong> sistema <strong>de</strong>ficitário <strong>de</strong> esgotamento sanitário.A imunização contra as <strong>do</strong>enças infecciosas tem se mostra<strong>do</strong> como um elementofundamental para a melhoria <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, reduzin<strong>do</strong> a morbida<strong>de</strong> emortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>rivadas das enfermida<strong>de</strong>s típicas da infância, abrangen<strong>do</strong> vacinas contratuberculose (BCG), sarampo, poliomielite e a vacina tríplice contra difteria, coqueluche etétano, que vêm sen<strong>do</strong> aplicadas à população brasileira com menos <strong>de</strong> 1 ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>em quase sua totalida<strong>de</strong>. De acor<strong>do</strong> com informações <strong>do</strong> Ministério <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, no ano<strong>de</strong> 2000, a vacinação <strong>de</strong>sse segmento da população foi <strong>de</strong> 100% para os três primeirostipos, e chegou a 94,94% para a vacina tríplice.Acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>O atendimento às questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população, tanto preventiva quanto curativa,vem sen<strong>do</strong> ofereci<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma precária, se levadas em consi<strong>de</strong>ração asrecomendações da Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. A Síntese <strong>de</strong> Indica<strong>do</strong>res Sociais,IBGE – 2000, informa que no Brasil existe um estabelecimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para cada grupo<strong>de</strong> 2.946 habitantes; em <strong>Pernambuco</strong>, cada grupo <strong>de</strong> 3.<strong>21</strong>3 habitantes dispõe <strong>de</strong> umestabelecimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.No que se refere ao número <strong>de</strong> profissionais médicos atuan<strong>do</strong>, há um equilíbrio maior entreos da<strong>do</strong>s ofereci<strong>do</strong>s nacionalmente e os <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. Para cada grupo <strong>de</strong> milhabitantes, no Brasil, existem 2,56 médicos atuan<strong>do</strong>. No Esta<strong>do</strong>, são 2,14 médicos por milhabitantes, conforme Tabela 2.18.68


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Tabela 2.18 Acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, por estabelecimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e empregos médicos por milhabitantes, no Brasil, na Região Nor<strong>de</strong>ste e em seus esta<strong>do</strong>s – 1999.Acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Brasil, Região Estabelecimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Empregos médicosNor<strong>de</strong>ste e seusHabitantes poresta<strong>do</strong>sTotal estabeleciment Total Por mil habitantesoBrasil 56.133 2.946 423.812 2,56Nor<strong>de</strong>ste 16.265 2.889 81.080 1,73Maranhão 1.669 3.285 5.472 1,00Piauí 1.245 2.263 4.072 1,45Ceará 2.614 2.773 12.051 1,66Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong>Norte1.256 2.165 5.676 2,09Paraíba 1.418 2.477 6.026 1,72<strong>Pernambuco</strong> 2.394 3.<strong>21</strong>3 16.495 2,14Alagoas 791 3.591 4.669 1,64Sergipe 744 2.316 4.428 2,57Bahia 4.134 3.135 22.191 1,71Fonte: Estatísticas da Saú<strong>de</strong>: Assistência Médico-sanitária – 1999. Rio <strong>de</strong> Janeiro: IBGE, 2000.Um outro indica<strong>do</strong>r surge quan<strong>do</strong> se examina o acesso ao atendimento médico porplanos e seguros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> segun<strong>do</strong> a distribuição <strong>de</strong> rendimentos. Conforme da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>IBGE (Síntese <strong>do</strong>s Indica<strong>do</strong>res Sociais 2000), entre os 40% mais pobres no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>, apenas 4,7% têm acesso a esse tipo <strong>de</strong> serviço; no segmento <strong>do</strong>s 10% maisricos, tal percentual eleva-se para 64,5%. Esses da<strong>do</strong>s não diferem da situação nacional,quan<strong>do</strong> para o primeiro grupo a taxa é <strong>de</strong> 5,2% e para o segun<strong>do</strong> 74,2%.2.4 ECONOMIA SUSTENTÁVELAs <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s econômicas e sociais que afetam não só o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>,como também o País, para serem enfrentadas, exigem um aumento imediato <strong>do</strong> ciclo<strong>de</strong> crescimento sustentável, a partir <strong>de</strong> estratégias que estejam embasadas natransformação das instituições e na mobilização <strong>de</strong> instrumentos, buscan<strong>do</strong> o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> longo prazo.A maneira como a economia tratou tradicionalmente a realida<strong>de</strong> é limitada para ainterpretação <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento neste século. A teoria econômicatradicional consi<strong>de</strong>rava o crescimento econômico como suficiente para alcançar oprogresso da socieda<strong>de</strong>, usan<strong>do</strong> para isso indica<strong>do</strong>res como Produto Nacional Bruto –PNB, e Produto Interno Bruto – PIB. Esses indica<strong>do</strong>res têm si<strong>do</strong> largamente utiliza<strong>do</strong>s emestu<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s sistemas econômicos nacionais, apesar <strong>de</strong> freqüentemente reconheci<strong>do</strong>scomo incompletos e engana<strong>do</strong>res em vários aspectos, como ativida<strong>de</strong> econômicarealizada fora <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, serviços governamentais medi<strong>do</strong>s pelos custos antes quepelo seu valor social e a <strong>de</strong>gradação e o esgotamento <strong>do</strong>s recursos naturais. Por essarazão, admite-se hoje que os indica<strong>do</strong>res tradicionais <strong>de</strong> medição <strong>do</strong> progresso69


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>econômico são limita<strong>do</strong>s para representar a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> longo prazo daeconomia. Por outro la<strong>do</strong>, a política econômica é centralizada no po<strong>de</strong>r político centrale não alcança facilmente as instâncias locais. Políticas <strong>de</strong> crédito e transferências <strong>de</strong>renda e <strong>de</strong> investimento são <strong>de</strong>cididas no nível <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r central, sem a participação daspopulações locais, e os seus impactos não chegam freqüentemente às populações-alvo.Fonte: IBGE – 2000.Tabela 2.19 Produto Interno Bruto per capita – 1999.Unida<strong>de</strong>sProduto Interno Bruto per capita (R$)Brasil 5,740Nor<strong>de</strong>ste 2,671Maranhão 1,402Piauí 1,660Ceará 2,631Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte 2,757Paraíba 2,296<strong>Pernambuco</strong> 3,279 (1 0 )Alagoas 2,275Sergipe 3,056Bahia 3,206A noção <strong>de</strong> economia sustentável está ligada à visão <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que incorporaas formas <strong>de</strong> riqueza não monetária, como saú<strong>de</strong> e bem-estar, re<strong>de</strong>s sociais, água e ar<strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> e biodiversida<strong>de</strong>. A noção <strong>de</strong> capital tradicional <strong>de</strong>ve, então, serampliada para incluir outros tipos <strong>de</strong> capital, como capital natural, capital humano ecapital social, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma concepção <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> econômica. A economiasustentável passa a ser consi<strong>de</strong>rada como uma dimensão <strong>de</strong> um esquema triangular queincorpora a economia, a socieda<strong>de</strong> e o ambiente na noção <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentosustentável. O crescimento econômico, assim, será visto como riqueza acumulada naforma <strong>de</strong> capital produtivo, capital natural, capital humano e capital social.Apesar <strong>de</strong> todas as dificulda<strong>de</strong>s por que passou, a economia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>nos últimos anos apresenta atualmente um nível maior <strong>de</strong> integração com a economiabrasileira e com a economia internacional. Essa maior integração resulta das suas fatias<strong>de</strong> participação nos merca<strong>do</strong>s globais e da renovação <strong>do</strong> seu parque industrial, quepossibilitou um maior nível <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> na sua exportação <strong>de</strong> produtosindustrializa<strong>do</strong>s. As mudanças na composição das exportações <strong>de</strong> produtos primáriostambém foram, sem dúvida, um fator <strong>de</strong>terminante da sua maior integração competitivano merca<strong>do</strong> internacional.As informações estatísticas disponíveis sobre o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> mostram que osetor exporta<strong>do</strong>r não foi tradicionalmente um elemento dinâmico na sua economia, umavez que os produtos exporta<strong>do</strong>s, como cana-<strong>de</strong>-açúcar, sisal, fumo e algodão, nemsempre estimularam o crescimento interno da economia, em razão da geração <strong>de</strong>70


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>renda ter si<strong>do</strong> quase sempre apropriada por segmentos econômicos localiza<strong>do</strong>s fora daregião. Nas décadas <strong>de</strong> 80 e 90, essa situação começa a mudar, ten<strong>do</strong> em vista a novadireção <strong>do</strong> comércio, baseada em produtos com um maior valor agrega<strong>do</strong>, comometais, plásticos, minerais, granito, frutas, pesca<strong>do</strong>, produtos que, <strong>de</strong> uma maneira geral,agregam valor às exportações e renda aos produtores. Essa mudança no perfil dainserção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no comércio global foi <strong>de</strong>terminada pela abertura da economiabrasileira a partir <strong>do</strong>s anos 90, tanto no que diz respeito aos aspectos reais quantofinanceiros. No contexto <strong>de</strong> uma nova or<strong>de</strong>m internacional, que se estabeleceu nadécada <strong>de</strong> 90, em resposta às recomendações <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> Acor<strong>do</strong> <strong>de</strong> Tarifas eComércio – Gatt, e da Organização Mundial <strong>do</strong> Comércio – OMC, a importância <strong>do</strong>comércio para a economia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> ficou marcada pela elevação da sua inserção nosmerca<strong>do</strong>s nacional e mundial.A Tabela 2.20 revela o quantitativo <strong>de</strong> exportação e importação <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, que sesitua, compara<strong>do</strong> ao Brasil, em uma escala negativa no sal<strong>do</strong> comercial <strong>de</strong> US$ 694.834,enquanto o Brasil registrou um sal<strong>do</strong> positivo <strong>de</strong> US$ 2.641.924.Tabela 2.20 Valor das exportações, importações e sal<strong>do</strong> comercial – 2001.Unida<strong>de</strong>sExportação Importação Sal<strong>do</strong> Comercial1.000 US$ FOBBrasil 58.222.642 55.580.718 2,641.924Nor<strong>de</strong>ste 4.184.171 5.135.670 (-) 951.498Maranhão 1.544.329 830.310 (-) 285.981Piauí 40.087 15.458 24.629Ceará 527.051 623.372 (-) 96.3<strong>21</strong>Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte 187.585 88.740 98.845Paraíba 105.315 90.225 15.090<strong>Pernambuco</strong> 334.964 1.029.798 (-) 694.834Alagoas 304.418 63.469 240.949Sergipe 20.771 101.663 (-) 80.891Bahia 2.119.651 2.292.634 (-) 172.983Fonte: IBGE, 2000.A realida<strong>de</strong> da economia pernambucana, estudada nesta seção, mostra como a suasustentabilida<strong>de</strong> se assenta sobre vários pilares, <strong>de</strong> natureza econômica, social eambiental. O <strong>de</strong>senvolvimento que se observa nos vários setores econômicos, tem seda<strong>do</strong> com uma maior participação da população e um maior respeito ao meioambiente, constituin<strong>do</strong>-se, portanto, num processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.Os setores dinâmicos da economia estão contribuin<strong>do</strong> para aumentar a renda e a riquezaacumulada, reduzir os níveis <strong>de</strong> pobreza e ampliar a sua competitivida<strong>de</strong> nos níveis local,regional, nacional e internacional. Entre esses setores dinâmicos, <strong>de</strong>stacam-se os <strong>de</strong>exportação, mo<strong>de</strong>rna agricultura irrigada, indústrias <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> informação ecomunicação, produção rural não-agrícola, indústria eletroeletrônica, indústria gesseira e71


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>os serviços <strong>de</strong> turismo, saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> empreendimentos. A evolução da economia<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> tem mostra<strong>do</strong> a sua elevada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superação das crises conjunturaise inserção em um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.A participação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, através <strong>de</strong> políticas, programas e projetos <strong>de</strong> apoio àpopulação, à iniciativa privada e aos setores dinâmicos, gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> renda e riqueza,tem si<strong>do</strong> essencial para alavancar o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e possibilitar a maiorintegração da economia no processo <strong>de</strong> globalização da economia mundial.O Esta<strong>do</strong> dispõe <strong>de</strong> algumas vantagens comparativas que o tem torna<strong>do</strong> maiscompetitivo no cenário global e possibilita<strong>do</strong> uma crescente sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento interno <strong>de</strong> sua economia.2.4.1 Diversificação da Economia EstadualA base econômica <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> apresenta uma diversida<strong>de</strong> que a torna distinta damaioria <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s nor<strong>de</strong>stinos, a exceção da Bahia. Por exemplo, para compor 87% <strong>do</strong>PIB estadual é necessário reunir 13 setores industriais. No Ceará, que possui um PIBcomparável ao <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, somente 03 setores completam esse percentual. Além<strong>de</strong>ssa diversida<strong>de</strong> quantitativa, entre os 05 setores com maior PIB, encontram-se indústriasmo<strong>de</strong>rnas, como a química e a eletroeletrônica.Outro fator importante nessa diversificação é a distribuição geográfica. Existem setoreseconômicos fortes ao longo <strong>do</strong> território <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se a indústria gesseira ea fruticultura irrigada, no Sertão; a indústria <strong>de</strong> baterias automotivas, a avicultura e aindústria têxtil, no Agreste; e a indústria <strong>de</strong> softwares, na Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife.Figura 2.4 Setores econômicos fortes ao longo <strong>do</strong> território <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Fruticultura IrrigadaCaprinoculturaBaterias AutomotivasAviculturaGessoPecuária LeiteiraTêxtil e ConfecçõesSoftware eSaú<strong>de</strong>Fonte: Sectma, 200172


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Essa distribuição geográfica cria condições para a interiorização <strong>de</strong> ações <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento, apoiada na existência <strong>de</strong> uma boa infra-estrutura <strong>de</strong> comunicaçãodigital, inclusive com a Internet, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> alcançar to<strong>do</strong>s os municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> pormeio da Re<strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> Digital, inovação pioneira <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>, realizada pela Empresa <strong>de</strong> Fomento <strong>de</strong> Informática <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong> – Fisepe, com a colaboração da Secretaria Estadual <strong>de</strong> Ciência,Tecnologia e Meio Ambiente – Sectma, e <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Tecnológico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong> – Itep.Setores dinâmicos na economia e suas ca<strong>de</strong>ias produtivasO contexto favorável à <strong>de</strong>finição e implementação <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> ciência etecnologia arrojada em <strong>Pernambuco</strong> também se <strong>de</strong>ve à existência <strong>de</strong> setores mo<strong>de</strong>rnose dinâmicos na sua economia. Dentre esses setores, <strong>de</strong>stacam-se, na RegiãoMetropolitana, a indústria <strong>de</strong> tecnologias da informação e comunicação e o setor <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>do</strong>is pólos lí<strong>de</strong>res no Nor<strong>de</strong>ste e qualifica<strong>do</strong>s entre os melhores <strong>do</strong> País.A diversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> setor produtivo pernambucano também se expressa nos diversos níveis<strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> e organização das indústrias e suas ca<strong>de</strong>ias produtivas. Por um la<strong>do</strong>,existem setores nos quais a maioria <strong>do</strong>s fatores <strong>de</strong>terminantes, <strong>de</strong>scritos na seçãoanterior, já existem, em maior ou menor grau. Por outro la<strong>do</strong>, vários setores não possuema organização suficiente para fazer uso das economias <strong>de</strong> escala e escopo que aagregação geográfica e setorial permite às ca<strong>de</strong>ias melhor estruturadas. Esses setoressão, conseqüentemente, menos competitivos.Por essa razão, o terceiro pilar conceitual <strong>do</strong> Programa <strong>do</strong>s Centros Tecnológicos é aatuação focalizada na ca<strong>de</strong>ia produtiva completa e não em indústrias isoladas. Paraestruturar essa atuação, o programa utiliza o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias produtivas, ou clusters, <strong>de</strong>Porter, M. E. (1998). Para cada cluster-alvo <strong>do</strong> programa são i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s gargalostecnológicos e oportunida<strong>de</strong>s para inovação. A partir daí, ações são <strong>de</strong>finidas eimplantadas <strong>de</strong> forma a resolver aqueles gargalos ou explorar as oportunida<strong>de</strong>s no<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos negócios, através da inovação tecnológica.Esse enfoque <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da existência <strong>de</strong> condições estruturais, recursos humanos etecnologia disponível para que as ações <strong>de</strong>finidas possam ser implementadas. Emparticular, é necessário que to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, geração e implantação <strong>de</strong>solução tenha uma gerência profissional. Essa gerência é o papel central <strong>do</strong>s CentrosTecnológicos e <strong>de</strong> Educação Profissional. Nesse senti<strong>do</strong>, cada centro é foca<strong>do</strong> em umcluster central e nas suas interações com indústrias relacionadas. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> centros éarticulada pelo Itep, que está receben<strong>do</strong> investimentos para po<strong>de</strong>r executar a gestão<strong>do</strong> Programa.73


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Resumin<strong>do</strong>, o Programa <strong>do</strong>s Centros Tecnológicos e <strong>de</strong> Educação Profissional assumeque, para sobreviver na economia globalizada, qualquer empreendimento local precisater classe mundial e, portanto, ser capaz <strong>de</strong> competir em qualquer lugar. Para suportar o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses empreendimentos é necessário a existência <strong>de</strong> condiçõesambientais locais favoráveis ao surgimento <strong>de</strong> ecossistemas <strong>de</strong> inovação e negócios. Oobjetivo <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Centros Tecnológicos e <strong>de</strong> Educação Profissional é ser uminstrumento executivo <strong>de</strong>ssas ações governamentais.I<strong>de</strong>ntificação das ca<strong>de</strong>ias produtivas e localização <strong>do</strong> centrosOs seguintes clusters e regiões <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> foram estuda<strong>do</strong>s:• Gesso: Sertão <strong>do</strong> Araripe.• Vinicultura e Fruticultura Irrigada: Sertão <strong>do</strong> São Francisco e Sertão <strong>de</strong> Itaparica.• Caprino e Ovinocultura: Sertão <strong>do</strong> Moxotó/Pajeú.• Pecuária Leiteira e Laticínios: Agreste Meridional.• Produtos Farmacêuticos, Artesanato e Indústria Têxtil: Agreste Central e AgresteSetentrional.• Avicultura: Zona da Mata Norte.• Turismo: Zona da Mata Sul.• Tecnologia da Informação e Serviços Médicos: Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife.Entre esses, os clusters <strong>de</strong> tecnologia da informação, gesso e fruticultura irrigada possuemuma maior articulação e maturida<strong>de</strong> enquanto ca<strong>de</strong>ia produtiva. Porém, to<strong>do</strong>s aindanecessitam <strong>de</strong> suporte para melhor aproveitar o potencial competitivo que a agregaçãogeográfica <strong>de</strong> um cluster possui.2.4.2 Desafios Setoriais da ProduçãoNo Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, a participação da indústria aumentou até mea<strong>do</strong>s dadécada <strong>de</strong> 80, <strong>de</strong>pois cain<strong>do</strong> para a mesma posição <strong>de</strong> 1970 e apresentan<strong>do</strong>,atualmente, uma ligeira recuperação. Os serviços que se mantiveram com a mesmaparticipação até mea<strong>do</strong>s da década <strong>de</strong> 80, aumentaram substancialmente a suaparticipação daí para diante, embora continuem estabiliza<strong>do</strong>s no presente. Aagropecuária mantém a sua participação, num nível baixo, e não apresenta tendênciaa subir até o presente.74


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Produção agrícolaA agricultura <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no tocante à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> alimentos paraaten<strong>de</strong>r a uma <strong>de</strong>manda crescente da população e <strong>de</strong> matérias-primas constitui um<strong>de</strong>safio para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. A estrutura produtiva daagricultura se resume a poucos produtos. Embora se possa consi<strong>de</strong>rar uma pauta <strong>de</strong>produção <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> catorze produtos, apenas nove <strong>de</strong>sses têm importância naprodução e cinco são realmente os que mais contribuem na geração <strong>de</strong> renda no setoragrícola. São eles: cana-<strong>de</strong>-açúcar, banana, feijão, uva e tomate, que, juntos,participam com a geração <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 80% da renda agrícola.Produção rural não-agrícolaO novo rural é hoje uma realida<strong>de</strong> no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. Por isso, existem váriasformas <strong>de</strong> produção rural não-agrícola que estão se <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> rapidamente,contribuin<strong>do</strong> para aumentar a produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema rural e o grau <strong>de</strong> integração nosmerca<strong>do</strong>s nacional e internacional. Esses são os casos, por exemplo, da floricultura emáreas <strong>do</strong> Agreste e da Mata, a exploração <strong>de</strong> piscicultura, seja <strong>de</strong> água <strong>do</strong>ce oumarinha, aproveitan<strong>do</strong> as riquezas <strong>do</strong> litoral pernambucano, das áreas <strong>de</strong> estuário, <strong>do</strong>srios interiores e <strong>do</strong>s açu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> porte médio e gran<strong>de</strong>. A contribuição <strong>de</strong>sses setores parao produto da economia pernambucana, por meio das vendas internas e dasexportações, tem se constituí<strong>do</strong> numa fonte crescente <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> riqueza.Pesca e carciniculturaA organização associativista <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res em <strong>Pernambuco</strong> é composta por 01Fe<strong>de</strong>ração, <strong>21</strong> Colônias e 05 Associações. Tal estrutura, em geral, não aten<strong>de</strong> às reaisnecessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res, atuan<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada e com sérios problemasadministrativos, financeiros e organizacionais. Com toda certeza, to<strong>do</strong>s esses problemascontribuem <strong>de</strong> forma significativa para a limitação <strong>do</strong> empreendimento pesqueiro noEsta<strong>do</strong>.Com relação aos recursos pesqueiros, a pesca artesanal é favorecida em <strong>de</strong>trimento dapesca realizada em nível industrial. Em 1998, <strong>do</strong> total da produção pesqueira no Esta<strong>do</strong>,99% era feita <strong>de</strong> forma artesanal.Existe no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> uma frota da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 2.185 embarcaçõescadastradas, a maioria <strong>de</strong>las <strong>de</strong> pequeno porte. O avanço tecnológico nessasembarcações foi insignificante ao longo <strong>do</strong>s anos, muito embora haja linha <strong>de</strong> crédito<strong>de</strong>stinada à inovação da frota. Observa-se o uso principalmente <strong>de</strong> canoas e baiteirasno litoral norte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e <strong>de</strong> barcos motoriza<strong>do</strong>s na RMR e no litoral sul.75


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Cerca <strong>de</strong> 11.000 pesca<strong>do</strong>res atuam nessa ativida<strong>de</strong>, utilizan<strong>do</strong> aparelhos <strong>de</strong> pescadiferencia<strong>do</strong>s. A linha é o instrumento mais utiliza<strong>do</strong>, com maior volume <strong>de</strong> captura, seguidadas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> espera e <strong>do</strong> mangote. A captura <strong>de</strong> mariscos, siris, caranguejos e outros é feitapelo méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> coleta manual.A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong> em <strong>Pernambuco</strong> é suprida principalmente por importação <strong>de</strong>outros esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Brasil e até <strong>do</strong> exterior. O sistema <strong>de</strong> comercialização também éaltamente <strong>de</strong>ficitário, pois conta, assim como no caso da comercialização da produçãoagrícola no Brasil, com uma intensa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> intermediários.A pequena oferta <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong> em <strong>Pernambuco</strong>, relativamente à sua <strong>de</strong>manda, se <strong>de</strong>vetambém aos impactos negativos sobre a pesca, exerci<strong>do</strong>s pela <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong>secossistemas estuarinos e litorâneos. A <strong>de</strong>gradação impe<strong>de</strong> as espécies <strong>de</strong> serecomporem, pon<strong>do</strong> em risco a sobrevivência das comunida<strong>de</strong>s pesqueiras <strong>do</strong> litoral ediminuin<strong>do</strong>, como conseqüência, a sua oferta no Esta<strong>do</strong>.Uma das maiores causas da <strong>de</strong>gradação ambiental i<strong>de</strong>ntificada é a pesca predatória,realizada com bomba, explosivos, cloro e venenos. O uso <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> malha fina e <strong>de</strong>arrasto, para pescar camarão e lagosta, é também predatório, assim como a pesca <strong>de</strong>ssescrustáceos em época proibida.Os projetos <strong>de</strong> carcinicultura, os aterros e o <strong>de</strong>smatamento <strong>do</strong>s mangues, a poluição <strong>do</strong>srios e estuários por esgotos <strong>do</strong>mésticos e resíduos industriais, a circulação <strong>de</strong>embarcações motorizadas nos estuários, a invasão <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> praias e a retirada <strong>de</strong>areia <strong>do</strong>s rios são também causas pre<strong>do</strong>minantes da citada <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong>secossistemas estuários e litorâneos.PecuáriaA pecuária é uma ativida<strong>de</strong> econômica muito importante em todas as regiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>e contribui significativamente com a geração <strong>do</strong> produto da economia rural. O sistema<strong>de</strong> produção possui características mais homogêneas, em todas as regiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>do</strong>que a produção agrícola. A pecuária <strong>de</strong> pequeno porte, como a caprinocultura, ou acriação <strong>de</strong> galinha <strong>de</strong> capoeira apresenta importante papel na produção familiar <strong>de</strong>subsistência, garantin<strong>do</strong> o sustento e/ou a complementação da alimentação <strong>de</strong>unida<strong>de</strong>s familiares.Tornou-se uma ativida<strong>de</strong> mais concentra<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> renda <strong>do</strong> que a agricultura, pois ten<strong>do</strong>em vista o valor econômico <strong>do</strong>s rebanhos, a sua exploração sempre esteve mais ligada amédios e gran<strong>de</strong>s proprietários <strong>do</strong> que aos pequenos produtores. O <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> no Esta<strong>do</strong> obteve níveis <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização mais rápi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que os76


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s na ativida<strong>de</strong> agrícola. A importância <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> econômica no Esta<strong>do</strong> enas várias mesorregiões po<strong>de</strong> ser vista pelos seguintes indica<strong>do</strong>res: a mesorregião <strong>do</strong>Agreste, <strong>do</strong> São Francisco e da Mata, representa 89,3% <strong>do</strong> valor da renda gerada noEsta<strong>do</strong> nessa ativida<strong>de</strong>; o Sertão li<strong>de</strong>ra a exploração <strong>de</strong> caprinos e ovinos no Esta<strong>do</strong>; e aMata e o Agreste, a produção <strong>de</strong> aves. Este último é responsável por 75,5% <strong>de</strong> to<strong>do</strong> oleite produzi<strong>do</strong> em <strong>Pernambuco</strong>.Capacida<strong>de</strong> industrial <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Dentro da Região Nor<strong>de</strong>ste há expressivos <strong>de</strong>sníveis, pois se vê a forte presença da Bahia,com 49% <strong>do</strong> total das indústrias nor<strong>de</strong>stinas, seguida por <strong>Pernambuco</strong>, com 22%. Ou seja,71% <strong>do</strong> valor da produção industrial da Região estão confina<strong>do</strong>s a esses <strong>do</strong>is esta<strong>do</strong>s,evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> uma forte concentração industrial. Já <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista intra-regional, aativida<strong>de</strong> industrial nor<strong>de</strong>stina se situa, em sua maioria, nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos dasregiões metropolitanas (Recife, Salva<strong>do</strong>r e Fortaleza), nas <strong>de</strong>mais capitais ou em outrascida<strong>de</strong>s importantes da Região, como Campina Gran<strong>de</strong>, Caruaru e Feira <strong>de</strong> Santana. Amo<strong>de</strong>rnização industrial e a abertura comercial, a<strong>do</strong>tadas no País nos últimos anos,acentuaram essas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, assim como o aumento <strong>do</strong> <strong>de</strong>semprego.Só mais recentemente, o setor industrial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> passou a ter uma preocupação maiscontun<strong>de</strong>nte com o saneamento ambiental, em particular a gestão integrada <strong>do</strong>sresíduos sóli<strong>do</strong>s e o tratamento <strong>do</strong>s efluentes. Esse fato gera problemas sanitários,contaminação hídrica e <strong>do</strong>enças na população, principalmente em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong>cargas tóxicas. Ações <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> Estadual, bem como implantação <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong>Gestão Ambiental e <strong>de</strong> Produção mais Limpa, por parte das indústrias, <strong>de</strong>vem alteraresse quadro.As microrregiões <strong>do</strong> Recife e <strong>de</strong> Suape apresentam-se como <strong>de</strong>tentoras <strong>do</strong> melhorconjunto <strong>de</strong> fatores necessários para a implantação <strong>de</strong> indústrias. Esse fato é facilmenteexplica<strong>do</strong> por essas microrregiões estarem inseridas na Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife, oque constitui um “lugar central”, ou seja, um elemento organiza<strong>do</strong>r da curva <strong>de</strong> oferta e<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> bens no espaço que <strong>de</strong>marca a área <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, no qual ocorre umintenso fluxo <strong>de</strong> trocas numa área geográfica e espacialmente <strong>de</strong>limitada. Essasmicrorregiões, juntamente com o município <strong>de</strong> Petrolina, apresentam potencialida<strong>de</strong>spara os setores automobilístico, mecânico, <strong>de</strong> materiais plásticos, químico e <strong>de</strong>informática.Atenção especial <strong>de</strong>ve ser dada ao <strong>de</strong>sempenho apresenta<strong>do</strong> pelas duas primeirasmicrorregiões, com relação ao setor <strong>de</strong> informática. Isso ocorre por ser a RegiãoMetropolitana <strong>do</strong> Recife um pólo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> softwares, embasa<strong>do</strong> peloótimo nível <strong>do</strong>s cursos <strong>de</strong> Informática da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> (níveis <strong>de</strong>graduação, mestra<strong>do</strong> e <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>), assim como o papel <strong>do</strong> Programa Softex 2000, quevisa inserir o Brasil no merca<strong>do</strong> internacional <strong>de</strong> softwares, além <strong>do</strong> Projeto Porto Digital e77


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>da proximida<strong>de</strong> <strong>do</strong> maior merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste (constituí<strong>do</strong> da populaçãoresi<strong>de</strong>nte na Zona da Mata e regiões metropolitanas <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>,Alagoas, Paraíba e Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, além <strong>de</strong> centros urbanos <strong>de</strong> médio porte, comoCaruaru e Campina Gran<strong>de</strong>).Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar também o ótimo <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> na localização <strong>de</strong> indústrias <strong>do</strong>ssetores alimentício, têxtil e eletroeletrônico. No primeiro, já existe uma exploração intensivadas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimento, com <strong>de</strong>staque para a produção <strong>de</strong> bebidas e aavicultura. No caso da indústria têxtil, o bom <strong>de</strong>sempenho das microrregiões po<strong>de</strong> serexplica<strong>do</strong> por este setor ser intensivo em mão-<strong>de</strong>-obra, o que explica sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sedistribuir por to<strong>do</strong> o território <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Vale ainda ressaltar o potencial <strong>de</strong> algumas microrregiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para a captação<strong>de</strong> investimentos <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> minerais não-metálicos. Isso <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> fato <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>possuir cerca <strong>de</strong> 52 varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> granito, além das maiores jazidas <strong>de</strong> gipsita (matériaprima<strong>do</strong> gesso) <strong>do</strong> País. Contu<strong>do</strong>, o Esta<strong>do</strong> carece <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> transporte eficientepara o produto, mais especificamente <strong>de</strong> ferrovias, o que, para a análise utilizada, possuiuma importância crucial.A importância da vocação gesseira para a região, diante <strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> volume dasreservas <strong>de</strong> gipsita, transcen<strong>de</strong> o espaço geográfico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e o seu <strong>de</strong>senvolvimentorepercute nacionalmente. É inegável também o <strong>de</strong>staque <strong>de</strong>ssa vocação como fonte<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, gera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> empregos e <strong>de</strong>renda, em uma região <strong>de</strong> condições tão adversas e tão castigada pela falta <strong>de</strong>oportunida<strong>de</strong>s. As reservas totais <strong>de</strong> gipsita <strong>do</strong> pólo gesseiro <strong>do</strong> Araripe correspon<strong>de</strong>m a347.676.000 t, colocan<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> como <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> 36% das reservas<strong>de</strong> gipsita <strong>do</strong> País, com grau <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> superior a 93% <strong>de</strong> pureza. Essas reservas estãodistribuídas nos municípios <strong>de</strong> Ipubi (36%), Araripina (33%), Ouricuri (24%), Trinda<strong>de</strong> (4%) eBo<strong>do</strong>có (3%).Outro gran<strong>de</strong> problema enfrenta<strong>do</strong> pelo setor industrial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> é a ausência <strong>de</strong> umapreocupação mais contun<strong>de</strong>nte com o saneamento ambiental, em particular a gestãointegrada <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s e o tratamento <strong>do</strong>s efluentes, fato que vem geran<strong>do</strong>problemas sanitários, contaminação hídrica e <strong>do</strong>enças na população, principalmentequan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> cargas tóxicas.Turismo<strong>Pernambuco</strong> é um <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s nor<strong>de</strong>stinos que, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua localização, ao seu clima,acervo histórico e cultural e nível <strong>de</strong> crescimento econômico, apresenta um gran<strong>de</strong>potencial para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> turismo. Os mais <strong>de</strong> 500 anos <strong>de</strong> história fazem <strong>de</strong>steEsta<strong>do</strong> uma das áreas <strong>de</strong> colonização mais antigas <strong>de</strong> todas as Américas. Os sítios e78


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>monumentos históricos, particularmente em cida<strong>de</strong>s como Recife, Olinda, Itamaracá eIgarassu, trazem para o presente toda a importância <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> histórico das capitaniashereditárias, <strong>do</strong> ciclo <strong>do</strong> açúcar, das invasões holan<strong>de</strong>sas, das revoluções republicanas, <strong>do</strong>movimento abolicionista e finalmente <strong>do</strong>s movimentos literários e filosóficos (Escola <strong>do</strong>Recife). Além disso, Olinda é consi<strong>de</strong>rada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanida<strong>de</strong>pela Unesco, e a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caruaru é também consi<strong>de</strong>rada, pela mesma instituição,como o maior centro <strong>de</strong> artes figurativas das Américas. No plano cultural, po<strong>de</strong>mosmencionar alguns eventos que alcançaram dimensão nacional, como o carnaval <strong>do</strong>Recife e <strong>de</strong> Olinda, a festa <strong>de</strong> São João <strong>de</strong> Caruaru e a encenação da Paixão <strong>de</strong> Cristoem Fazenda Nova.Em relação aos aspectos geográficos e físicos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>Pernambuco</strong> dispõe <strong>de</strong> umlitoral com 187 km <strong>de</strong> praias, com temperatura anual <strong>de</strong> 26°C e cerca <strong>de</strong> 2.871 horas <strong>de</strong>sol/ano. O Esta<strong>do</strong> apresenta três <strong>do</strong>s sete biomas que ocorrem no Brasil: a MataAtlântica, que antes se estendia ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o litoral; a Caatinga, localizada naárea <strong>do</strong> Sertão, caracterizan<strong>do</strong>-se por clima semi-ári<strong>do</strong> e por uma vegetação <strong>de</strong> cactose bromeliáceas; e a Zona Costeira e Marinha, que, ao longo <strong>de</strong> sua faixa, apresentamanguezais (ecossistema associa<strong>do</strong> ao bioma Mata Atlântica).Serviços médicosEm <strong>Pernambuco</strong>, 54% <strong>do</strong>s leitos se agrupam na Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife – RMR,sen<strong>do</strong> 37,2% <strong>de</strong>les na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Recife. O eleva<strong>do</strong> percentual <strong>de</strong> leitos em outrosmunicípios da RMR, excluí<strong>do</strong> o próprio Recife, é influencia<strong>do</strong> pela presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>shospitais psiquiátricos, que participam com mais <strong>de</strong> 6% <strong>do</strong> total <strong>de</strong> leitos <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Ainda que o Esta<strong>do</strong> tenha importantes núcleos urbanos para o padrão nor<strong>de</strong>stino, aexemplo <strong>de</strong> Caruaru, Garanhuns e Petrolina, eles não <strong>de</strong>sempenham com <strong>de</strong>senvoltura,no plano da prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o papel que exercem no campo industrial,comercial e <strong>de</strong> turismo. Serra Talhada é uma exceção, pois se afirma como um centrosub-regional <strong>de</strong> certa relevância, sobretu<strong>do</strong> se levarmos em consi<strong>de</strong>ração o tamanho dacida<strong>de</strong> em confronto com outras <strong>de</strong> maior porte no interior nor<strong>de</strong>stino.Os seis hospitais universitários, to<strong>do</strong>s localiza<strong>do</strong>s no Recife, absorvem 9,4% <strong>do</strong>s leitos <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>. <strong>Pernambuco</strong> possui algo em torno <strong>de</strong> 170 hospitais priva<strong>do</strong>s e 130 públicos, comuma média <strong>de</strong> 2,98 leitos e 2,71 habitantes por médico. Recife configura-se como ogran<strong>de</strong> pólo médico <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, com diversos centros <strong>de</strong> pesquisa e gran<strong>de</strong>sempreendimentos priva<strong>do</strong>s no setor.Os <strong>de</strong>z maiores hospitais priva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Recife oferecem 2.387 leitos e empregam 5.159pessoas, proporcionan<strong>do</strong> uma média <strong>de</strong> 2,2 empregos por leito. Por seu la<strong>do</strong>, 10 hospitaise clínicas especializa<strong>do</strong>s em oftalmologia <strong>do</strong> Recife oferecem 47 leitos e criam 852 postos79


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong><strong>de</strong> trabalho, com média <strong>de</strong> 18,1 empregos por leito. Os avanços alcança<strong>do</strong>s pelascirurgias oftalmológicas, através da utilização da microinformática, e <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong>transplantes e da introdução <strong>de</strong> materiais artificiais substitutivos <strong>de</strong> partes <strong>do</strong> sistemaocular, dispensam, pela sua simplicida<strong>de</strong>, as internações hospitalares. Consi<strong>de</strong>ra-se queestá se processan<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong> um cluster <strong>do</strong> setor no Esta<strong>do</strong>.Os principais componentes <strong>de</strong> um potencial cluster <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, ten<strong>do</strong> por basea realida<strong>de</strong> atualmente observada no Recife, são apresenta<strong>do</strong>s a seguir. Para um maiorentendimento, os principais componentes são agrupa<strong>do</strong>s em blocos afins, ressaltan<strong>do</strong> oque po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como um conjunto <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s centrais ou instituiçõesâncora,compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os hospitais e as clínicas, os laboratórios <strong>de</strong> análises e oscentros <strong>de</strong> diagnósticos; ressaltam-se as instituições <strong>de</strong> apoio, agregan<strong>do</strong> as entida<strong>de</strong>seducacionais e profissionais, além das agências governamentais diretamenterelacionadas ao setor e <strong>do</strong> conjunto das entida<strong>de</strong>s financeiras e compra<strong>do</strong>res <strong>de</strong>serviços; em outro grupo estão as <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s produtivas relacionadas direta ouindiretamente ao setor, tais como fornece<strong>do</strong>res <strong>de</strong> insumos e prestação <strong>de</strong> serviços.Outros serviços especializa<strong>do</strong>sNo Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, nas dimensões competitivas <strong>de</strong> custos e qualida<strong>de</strong>, muitasempresas têm dificulda<strong>de</strong>s no gerenciamento.Na Figura 2.5, po<strong>de</strong>-se perceber esse estrangulamento no gerenciamento dashabilida<strong>de</strong>s em boa parte das empresas entrevistadas. As posições competitivas abaixo<strong>de</strong> zero são capacida<strong>de</strong>s não gerenciadas a<strong>de</strong>quadamente em relação aos lí<strong>de</strong>res ouà melhor tecnologia <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.80


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Figura 2.5 Posições relativas <strong>de</strong> “<strong>de</strong>sconforto competitivo” — Brasil.0,10-0,1-0,2-0,3-0,4-0,5-0,6-0,7-0,8-0,9CUSTOSDIRETOSFonte: IBGE, 2000.CUSTOSINDIRETOSALTERAÇÕES NOPRODUTONOVO PRODUTOALTERAÇÕES NOVOLUMECONFIABILIDADEDO PRODUTOPERFORMANCEDO PRODUTOPRAZOSERV. DE PÓS-VENDAAs empresas localizadas no espaço geográfico da Região Nor<strong>de</strong>ste têm umadificulda<strong>de</strong>, ainda mais acentuada, na gestão <strong>do</strong>s empreendimentos. A disponibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> recursos (humanos, tecnológicos, infra-estrutura) é inferior a outros locais <strong>do</strong> País.Como alternativa a esse cenário, as empresas po<strong>de</strong>riam potencializar mecanismos queaumentassem a produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> capital humano, especialmente pela capacitação epelo interesse por novas tecnologias, a partir da implantação <strong>de</strong> um setor <strong>de</strong> serviçostecnológicos especializa<strong>do</strong>s.Nesse senti<strong>do</strong>, o incentivo às políticas <strong>de</strong> capacitação e <strong>de</strong> cooperação intrafirmaspo<strong>de</strong> ser indicativo <strong>de</strong> possíveis trajetórias <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong> e prosperida<strong>de</strong> para amanufatura na Região Nor<strong>de</strong>ste.Devi<strong>do</strong> à sua estrutura e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> mestres e <strong>do</strong>utores, aUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> – UFPE, associada a outros órgãos técnicos daRegião, como o Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Industrial – Senai, po<strong>de</strong> se tornarreferencial no papel <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> adaptações e inovações para o parque fabril <strong>do</strong>Nor<strong>de</strong>ste. A inovação é uma variável estratégica das empresas, sen<strong>do</strong> o caminho paraaumentar a produtivida<strong>de</strong> e, conseqüentemente, criar novos empregos. Para isso opapel da educação é <strong>de</strong>cisivo.81


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>2.5 GESTÃO DOS RECURSOS NATURAISO processo <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s recursos naturais prevê a participação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s ossegmentos da socieda<strong>de</strong>. Para isso é necessário que haja disseminação e acesso àinformação, à <strong>de</strong>scentralização das ações, ao <strong>de</strong>senvolvimento da capacida<strong>de</strong>institucional e à ampliação da abordagem da gestão <strong>do</strong>s recursos naturais,promoven<strong>do</strong> a inserção ambiental nas políticas setoriais. No Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, ocumprimento <strong>de</strong>sses requisitos implica profundas modificações nos diversos setores dasocieda<strong>de</strong>. As entida<strong>de</strong>s governamentais precisam se reestruturar, as políticas precisamse tornar intersetoriais e os grupos locais precisam ampliar suas competências e serincorpora<strong>do</strong>s ao processo <strong>de</strong> gestão.<strong>Pernambuco</strong> possui uma relativa riqueza <strong>de</strong> paisagens. Embora pre<strong>do</strong>mine em seuterritório a Depressão Sertaneja, presente nos sertões pernambucanos, há o Planalto daBorborema, as Superfícies Retrabalhadas e os Maciços e as Serras Baixas <strong>do</strong> Agreste e<strong>do</strong> Sertão. Apesar <strong>de</strong> apresentar regiões com baixa fertilida<strong>de</strong>, o solo pernambucanotem indicação potencial, em aproximadamente 70% <strong>do</strong> território, para ativida<strong>de</strong>agrícola, com culturas permanentes e/ou temporárias, isso sem consi<strong>de</strong>rar o plantio <strong>de</strong>pastagens.Apesar da diversificada produção agrícola, <strong>Pernambuco</strong> apresenta problemas naconfiguração <strong>do</strong> solo no que tange à sua utilização como fator produtivo. Problemas<strong>de</strong> erosão, salinização e <strong>de</strong>sertificação são freqüentemente observa<strong>do</strong>s. O<strong>de</strong>smatamento, as queimadas, o uso indiscrimina<strong>do</strong> <strong>de</strong> produtos químicos, apotencialida<strong>de</strong> original <strong>do</strong> solo e a tecnologia utilizada são fatores que contribuem emcada um <strong>de</strong>sses processos.Não existem da<strong>do</strong>s disponíveis que revelem a presença <strong>de</strong> um cruzamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>da indicação potencial <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo com a utilização que <strong>de</strong> fato se faz <strong>de</strong>le. Osda<strong>do</strong>s indicam apenas para a utilização <strong>do</strong> solo <strong>de</strong> uma forma geral. Os principaisprodutos agrícolas <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> estão mostra<strong>do</strong>s na Tabela 2.<strong>21</strong>.82


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Tabela 2.<strong>21</strong> Principais produtos agrícolas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> por região.RegiãoSertão <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Sertão <strong>do</strong> São FranciscoAgresteZona da Mata eRegião Metropolitana <strong>do</strong>RecifePrincipais Produtos Agrícolasmilho, feijão, mamona, algodão herbáceo e arbóreo, sisal emandioca.manga, uva, cebola, tomate, melão, melancia e citrus.milho, feijão, mandioca, mamona, tomate, batatinha, batata<strong>do</strong>ce,banana, abacate, abacaxi, café, algodão, fumo.cana-<strong>de</strong>-açúcar, milho, feijão, mandioca, batata-<strong>do</strong>ce,banana, abacate, abacaxi, café, algodão, fumo, mandioca,coco, seringueira e pimenta-<strong>do</strong>-reino.Fonte: Zoneamento Agropecuário <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste – 1993. Embrapa.Em todas essas regiões aqui <strong>de</strong>stacadas, encontram-se presentes rebanhos <strong>de</strong> bovinos,caprinos, ovinos e suínos, que são complementa<strong>do</strong>s com a exploração da avicultura,principalmente no Agreste.Silva (1994) fez um levantamento <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>Nor<strong>de</strong>ste, revelan<strong>do</strong> que aproximadamente 25,5% <strong>do</strong> solo pernambucano encontra-se<strong>de</strong> alguma forma <strong>de</strong>grada<strong>do</strong>. Os casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação severa representam 1.629.800ha, enquanto os <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação acentuada abrangem uma área aproximada <strong>de</strong>7<strong>21</strong>.100 ha e os <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação mo<strong>de</strong>rada acontecem em 154.400 ha.<strong>Pernambuco</strong>, com mais <strong>de</strong> 80% <strong>de</strong> seu território, situa<strong>do</strong> em região semi-árida, convivecom o fenômeno das secas. Sérios efeitos econômicos e sociais <strong>de</strong>correm <strong>de</strong>sseprocesso. A atenuação <strong>do</strong>s problemas da seca envolve a construção <strong>de</strong> novos açu<strong>de</strong>s,canais e adutoras, incluin<strong>do</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transposição <strong>de</strong> bacias.As águas superficiais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> compõem-se basicamente <strong>de</strong> catorze baciashidrográficas e aproximadamente 776 açu<strong>de</strong>s, com mais <strong>de</strong> 2,5 bilhões <strong>de</strong> metroscúbicos <strong>de</strong> água. Com relação aos açu<strong>de</strong>s, na mesorregião <strong>do</strong> Litoral/Mata, existem 48reservatórios que acumulam 567 milhões <strong>de</strong> metros cúbicos; no Agreste, 253 açu<strong>de</strong>sacumulam 202 milhões <strong>de</strong> metros cúbicos; e no Sertão, 352 açu<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m acumular 1,7bilhão <strong>de</strong> metros cúbicos <strong>de</strong> água. O volume <strong>de</strong> água represa<strong>do</strong> em reservatórios refletediretamente a perenida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s rios existentes na região e, indiretamente, a precipitaçãopluviométrica das mesmas (Pnud/FAO/Ibama/<strong>Governo</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, 1998).De acor<strong>do</strong> com a Companhia Pernambucana <strong>do</strong> Meio Ambiente – <strong>CPRH</strong>, todas ascatorze bacias encontram-se poluídas. A forma mais freqüente <strong>de</strong> poluição é provocada83


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>por esgotos <strong>do</strong>mésticos <strong>do</strong>s aglomera<strong>do</strong>s urbanos que acompanham os principais rios. Asbacias também se encontram poluídas por força da ativida<strong>de</strong> industrial e agroindustrial.Nesse ramo, <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>stacar o distrito industrial <strong>de</strong> Paratibe, o granito <strong>de</strong> Bezerros, ocouro <strong>de</strong> Caruaru, a usina sucroalcooleira da Zona da Mata e da Região Metropolitana<strong>do</strong> Recife. A ativida<strong>de</strong> agrícola é responsável também por parte da poluição <strong>do</strong>s riospernambucanos, através <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> fertilizantes e agrotóxicos, além da medicação elimpeza <strong>do</strong>s animais.Em 1998, foi realiza<strong>do</strong> um mapeamento, basea<strong>do</strong> em imagens <strong>de</strong> satélite, da coberturaflorestal <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> (Pnud/FAO/Ibama/<strong>Governo</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, 1998). A áreamapeada totalizou 4.658 milhões <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> cobertura florestal, sen<strong>do</strong> quase todaela localizada no Sertão. Com isso, observa-se que a cobertura florestal pernambucanaé representada quase que em sua totalida<strong>de</strong> pela Caatinga, pre<strong>do</strong>minante <strong>do</strong> Sertão.Esses da<strong>do</strong>s revelaram também a <strong>de</strong>vastação da principal cobertura florestal da Zonada Mata <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. A Mata Atlântica pernambucana, atualmentereduzida a alguns fragmentos isola<strong>do</strong>s <strong>de</strong> floresta, foi <strong>de</strong>vastada pela exploração dama<strong>de</strong>ira e para a expansão <strong>de</strong> lavouras, principalmente da cana-<strong>de</strong>-açúcar. Existem,ainda, alguns pequenos fragmentos localiza<strong>do</strong>s nos cumes <strong>de</strong> algumas pequenaselevações, cuja topografia não favorece o plantio da cana. Apesar <strong>de</strong> relativamentehomogênea no que se refere às espécies presentes em toda a sua extensão, a MataAtlântica po<strong>de</strong> ser subdividida em: mata úmida e mata seca.De acor<strong>do</strong> com o Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento Florestal e da Conservação da Biodiversida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> – PDF (<strong>Pernambuco</strong>, 2000), o balanço energético <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, realiza<strong>do</strong> em1998, revela que, embora consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> sem tradição florestal, 22,6% da energia consumida éobtida <strong>de</strong> material lenhoso, sen<strong>do</strong> este o segun<strong>do</strong> combustível em importância no Esta<strong>do</strong>. Oconsumo <strong>do</strong>s setores <strong>do</strong>miciliar e industrial/comercial correspon<strong>de</strong>m a 73,5% e 26,5%,respectivamente. Diante <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, o setor florestal po<strong>de</strong> ser visto como um segmentoimportante na economia <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Por se <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong> forma secundária e complementar às ativida<strong>de</strong>s agrícolas e servircomo insumo às indústrias <strong>de</strong> cerâmicas, olarias, calcina<strong>do</strong>ras, casas <strong>de</strong> farinha e outras,o setor florestal <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> não tem sua importância <strong>de</strong>vidamente ressaltada nosíndices e nas estatísticas. Embora os reflorestamentos energéticos e industriais continuemsen<strong>do</strong> uma realida<strong>de</strong> no panorama florestal brasileiro, em função <strong>de</strong> sua importânciapara o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> setores estratégicos da economia, a mo<strong>de</strong>rna silviculturavem buscan<strong>do</strong> alternativas <strong>de</strong> suprimento <strong>do</strong>s produtos florestais tradicionais, comolenha, ma<strong>de</strong>ira cerrada e pasta celulósica. Em <strong>Pernambuco</strong>, a vegetação nativa aten<strong>de</strong>a 95% da <strong>de</strong>manda por recursos florestais.84


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Os conceitos e as práticas <strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong> produção florestal, integran<strong>do</strong> aativida<strong>de</strong> florestal no sistema produtivo, como o manejo da floresta <strong>de</strong> usos múltiplos e aagrossilvicultura ou sistemas agroflorestais, têm se mostra<strong>do</strong> como opções tecnicamenteviáveis, economicamente sustentáveis e ecologicamente equilibradas, capazes <strong>de</strong>diversificar a produção agrícola e contribuir para um mo<strong>de</strong>lo social mais justo eparticipativo.2.5.1 Uso e Conservação da Biodiversida<strong>de</strong>Sob o ponto <strong>de</strong> vista da diversida<strong>de</strong> biológica, o Atlas da Biodiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>(<strong>Pernambuco</strong>, 2002) i<strong>de</strong>ntificou, no Esta<strong>do</strong>, 71 áreas prioritárias para a conservação. Essaclassificação foi realizada consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> aspectos biológicos e não-biológicos, comocobertura vegetal, uso atual <strong>do</strong> solo, relevo, recursos hídricos, áreas suscetíveis àsalinização, fatores edafoclimáticos, merca<strong>do</strong> e vocação natural.Calcula-se que a diversida<strong>de</strong> biológica <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> abrigue entre 20.000 e93.000 espécies <strong>de</strong> organismos, embora apenas aproximadamente 8.000 tenham si<strong>do</strong>registradas. Essa diversida<strong>de</strong> ímpar <strong>de</strong> organismos está distribuída <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>secossistemas marinhos, terrestres e aquáticos. Além disso, o Arquipélago <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong>Noronha, caracteriza<strong>do</strong> por apresentar espécies terrestres endêmicas e uma biotamarinha diversificada, contribui para o enriquecimento da biodiversida<strong>de</strong> estadual.O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> tem i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> aproximadamente 940 espécies <strong>de</strong> animaisvertebra<strong>do</strong>s, as quais po<strong>de</strong>m ser distribuídas da seguinte forma: 490 espécies <strong>de</strong> aves, 149espécies <strong>de</strong> mamíferos e 300 espécies <strong>de</strong> peixes marinhos e estuarinos. 3 As regiões <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificadas como <strong>de</strong> extrema importância biológica são: o Arquipélago <strong>de</strong>Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha, Serra Negra, Inajá-Floresta, Bo<strong>do</strong>có, Ouricuri, Ver<strong>de</strong>jante, Araripe eAPA-Araripe (<strong>Pernambuco</strong>, 2002).As espécies <strong>de</strong> invertebra<strong>do</strong>s i<strong>de</strong>ntificadas no Esta<strong>do</strong> totalizam 1.682 espécies e estão,em sua maioria, localizadas em áreas <strong>de</strong> extrema importância biológica: Arquipélago <strong>de</strong>Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha, Itamaracá/Goiana, Brejo da Madre <strong>de</strong> Deus, Pesqueira eAlagoinha (<strong>Pernambuco</strong>, 2002). Nesse senti<strong>do</strong>, o Agreste e o Sertão são ainda muitopouco conheci<strong>do</strong>s, muito embora se reconheça a potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas duasmesorregiões.3 As informações relativas à fauna e à flora se originam pre<strong>do</strong>minantemente <strong>do</strong> Atlas daBiodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.85


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Com relação ao grupo das plantas, o Esta<strong>do</strong> apresenta 49 áreas consi<strong>de</strong>radas prioritáriaspara a sua conservação. Dessas áreas, <strong>21</strong> são consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> extrema importância,localizadas principalmente nas regiões <strong>de</strong> Petrolina, São José <strong>do</strong> Belmonte, Triunfo,Buíque, Itamaracá/Canal <strong>de</strong> Santa Cruz, Tamandaré e Serra Negra <strong>de</strong> Bezerros,enquanto as <strong>de</strong>mais ou são pouco conhecidas ou não apresentam potencialida<strong>de</strong>assegurada (<strong>Pernambuco</strong>, 2002).Em <strong>Pernambuco</strong> existem i<strong>de</strong>ntificadas aproximadamente 940 espécies <strong>de</strong> algas,ocorrentes em 14 áreas prioritárias (<strong>Pernambuco</strong>, 2002). Quanto ao grupo <strong>do</strong>s fungos, amaior parte está na Zona da Mata, com 54% das espécies referidas para o Brasil. Osliquens apresentam apenas 191 espécies i<strong>de</strong>ntificadas entre as 13.500 espéciesregistradas no mun<strong>do</strong>.Entre os sete biomas ocorrentes no território nacional, três estão representa<strong>do</strong>s no Esta<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, são eles: Mata Atlântica, Caatinga e a Zona Costeira e Marinha.A Mata Atlântica pernambucana atualmente representa apenas aproximadamente 5%da cobertura florestal <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. É importante que se promova uma recomposição <strong>de</strong>ssamata nativa em <strong>Pernambuco</strong> como uma tentativa <strong>de</strong> manter parte da diversida<strong>de</strong>biológica presente. O que é ainda mais grave nesse aspecto é que os poucosremanescentes restantes no Esta<strong>do</strong> estão, <strong>de</strong> forma muito espalhada, em pequenasilhas, que, pela sua pouca dimensão, provavelmente não representam um hábitata<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para as plantas e os animais nativos da região.A Caatinga é o ecossistema mais importante <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> espaço ocupa<strong>do</strong> <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. Nacionalmente, esse bioma ocupa 11% <strong>do</strong> território, sen<strong>do</strong>presente em 70% <strong>do</strong> território nor<strong>de</strong>stino. Biologicamente, a Caatinga apresenta-se comobioma único no mun<strong>do</strong>, possuin<strong>do</strong> uma alta riqueza em espécies animais e vegetais.Ressalta-se, entretanto, que cerca <strong>de</strong> 80% da Caatinga já foi <strong>de</strong> alguma formamodificada pelas ativida<strong>de</strong>s humanas, sen<strong>do</strong> portanto uma região altamenteantropizada, principalmente por projetos <strong>de</strong> irrigação, pecuária, lenha, etc.Os outros ecossistemas pernambucanos que fazem parte <strong>do</strong> bioma costeiro são osmares, os estuários, as ilhas, os manguezais, as restingas, as dunas, as praias, as falésias, oscostões rochosos e os recifes <strong>de</strong> corais, cada um com suas funções essenciais nareprodução biótica da vida marinha.Os manguezais encontram-se ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o litoral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> as principaisespécies: mangue-vermelho, mangue-branco, mangue-preto e mangue-<strong>de</strong>-botão.86


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Destaca-se a importância <strong>do</strong> mangue-branco por ser a única espécie encontrada noArquipélago <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha, no único manguezal da Baía <strong>do</strong> Sueste.A situação <strong>do</strong>s manguezais em <strong>Pernambuco</strong> é preocupante, sen<strong>do</strong> observada umaconstante redução, ao longo <strong>do</strong>s anos, das áreas estuarinas e, em <strong>de</strong>corrência, dasáreas ocupadas por florestas <strong>de</strong> mangue. O Esta<strong>do</strong> apresenta apenas 270 km 2 <strong>de</strong>florestas <strong>de</strong> mangue, o que representa 1,08% da área existente no Brasil. Devi<strong>do</strong> àcontinuada agressão ao meio ambiente, ocasionan<strong>do</strong> sua <strong>de</strong>gradação e seu<strong>de</strong>sequilíbrio, a tendência é <strong>de</strong> uma redução ainda mais acentuada <strong>de</strong>ssa áreaocupada por florestas <strong>de</strong> mangue no Esta<strong>do</strong>. Os fatores que mais causam alterações nasproprieda<strong>de</strong>s físicas, químicas e biológicas <strong>do</strong>s mangues são: aterro, <strong>de</strong>smatamento,queimadas, <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> lixo, lançamento <strong>de</strong> esgoto, lançamento <strong>de</strong> efluentesindustriais, dragagens, construções <strong>de</strong> marinas e pesca predatória.Atualmente, os mangues existentes no Recife se restringem a algumas áreas, como osmangues ciliares localiza<strong>do</strong>s às margens <strong>do</strong> Rio Capibaribe, nas imediações da Ilha <strong>de</strong>Joana Bezerra, com cerca <strong>de</strong> 9 ha. Outra área potencialmente ameaçada, apesar daprovável implantação <strong>de</strong> um Parque Ecológico Estuarino, é o manguezal da Rádio Pina,<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à gran<strong>de</strong> pressão urbana, uma vez que está localiza<strong>do</strong> em região <strong>de</strong> alto valorcomercial, entre os bairros <strong>do</strong> Pina, <strong>de</strong> Boa Viagem e da Imbiribeira.As principais áreas estuarinas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> são, respectivamente: Goiana eMegaó, Itapessoca, Jaguaribe, Canal <strong>de</strong> Santa Cruz, Timbó, Paratibe, Beberibe,Capibaribe, Jaboatão e Pirapama, Massangana e Tatuoca, Ipojuca, Maracaípe,Sirinhaém, Rio Formoso, Ilhetas e Mamucabas, Una, Meireles e Persinunga. No casoespecial <strong>do</strong> Recife, a redução das áreas estuarinas e, conseqüentemente, das áreas <strong>de</strong>mangue, cresceu à medida que a <strong>de</strong>manda por maiores espaços para as ativida<strong>de</strong>surbanas aumentava. Esse fato fez com que houvesse uma redução crescente da área<strong>de</strong>sse ecossistema na região.Existem atualmente em <strong>Pernambuco</strong> 71 Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, 20 <strong>de</strong> manejosustentável e 51 <strong>de</strong> proteção integral (Tabela 2.22). As áreas <strong>de</strong> manejo sustentável,on<strong>de</strong> é permitida a utilização racional <strong>do</strong>s recursos naturais, totalizam 592.943,10 ha eestão todas categorizadas como Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental – APA. Dentre as fe<strong>de</strong>rais,estaduais e municipais, <strong>de</strong>stacam-se as seguintes APAs: Chapada <strong>do</strong> Araripe, Costa <strong>do</strong>sCorais, Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha, Sirinhaém, Engenho Uchôa e 10 áreas <strong>de</strong> proteçãoambiental estuarina. As Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>de</strong> proteção integral, na qual éproibi<strong>do</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong>s recursos naturais, totalizam área <strong>de</strong> 25.019,54ha, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>staca o Parque Nacional Marinho <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Noronha. O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>87


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong><strong>Pernambuco</strong> ainda possui 04 Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio priva<strong>do</strong> (ReservaPrivadas <strong>do</strong> Patrimônio Natural – RPPN).Tabela 2.22 Categoria, número e área das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Tipo e categoria das Unida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> ConservaçãoBiomaNúmero <strong>de</strong>Unida<strong>de</strong>sÁrea (ha)Proteção IntegralNacionalParque NacionalReserva BiológicaEstação EcológicaEstadualParque EstadualEstação EcológicaReserva EcológicaMunicipalParque EcológicoMata AtlânticaMata AtlânticaMata AtlânticaMata AtlânticaMata AtlânticaMata AtlânticaMata Atlântica0103010101380<strong>21</strong>0.797,004.949,37589,42388,67150,007.782,84362,24Manejo SustentávelNacionalÁrea <strong>de</strong> Proteção AmbientalEstadualÁrea <strong>de</strong> Proteção AmbientalMunicipalÁrea <strong>de</strong> Proteção AmbientalMataAtlântica/CaatingaMata AtlânticaMata Atlântica031601516.325,1076.426,00192,00Categoria ComplementarNacionalReserva Particular <strong>do</strong>Patrimônio NaturalEstadualReserva Particular <strong>do</strong>Patrimônio NaturalMata AtlânticaMataAtlântica/Caatinga01031.485,00147,44Total71619.595,08Fonte: Atlas da Biodiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. Recife: Secretaria <strong>de</strong> Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>, 2002.2.5.2 Uso e Ocupação <strong>do</strong> SoloEm gran<strong>de</strong> parte das maiores cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, a regulação daocupação e uso <strong>do</strong> solo é fator primordial para atingir o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável. Osprincipais locais que <strong>de</strong>mandam esse tipo <strong>de</strong> ação são as áreas <strong>de</strong> ocupação ilegal, as88


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>áreas <strong>de</strong> morros e as margens <strong>de</strong> rios e canais, locais estes que trazem riscos àpopulação.O maior problema enfrenta<strong>do</strong> pelas cida<strong>de</strong>s que sofrem com o uso indiscrimina<strong>do</strong> e aocupação irregular <strong>do</strong>s solos é a falta <strong>de</strong> infra-estrutura urbana, principalmente osserviços <strong>de</strong> transportes, segurança e saneamento ambiental.2.5.3 Recursos HídricosOs conflitos <strong>de</strong> interesse, com relação ao uso <strong>do</strong>s recursos hídricos, representa<strong>do</strong> pelageração <strong>de</strong> energia elétrica, pelo abastecimento urbano e industrial, pela manutenção<strong>do</strong> ambiente propício à vida aquática e, principalmente, pela agricultura irrigada,evi<strong>de</strong>nciam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação interinstitucional e a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> uma política<strong>de</strong> gestão integrada e compartilhada pelos diversos atores sociais envolvi<strong>do</strong>s com essesrecursos. A sustentabilida<strong>de</strong>, nesse caso, envolve tanto o controle da oferta quanto o da<strong>de</strong>manda. Para isso, <strong>de</strong>ve-se ter em relevo questões como mapeamento edimensionamento pelo la<strong>do</strong> da oferta, e <strong>de</strong>sperdício, poluição e assoreamento, pelola<strong>do</strong> da <strong>de</strong>manda. Deve-se consi<strong>de</strong>rar que todas essas questões se referem tanto àságuas subterrâneas quanto às superficiais.Águas subterrâneasCom relação às águas subterrâneas, estas não contribuem <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> significativo para oabastecimento hídrico no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. A Zona da Mata pernambucana, quese encontra em uma província cristalina, apresenta inexpressivas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> quenela se encontre água. No litoral, por causa à ocorrência <strong>de</strong> sedimentos, existe umamaior disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, como também na Mata Meridional, on<strong>de</strong> se registra aexistência <strong>de</strong> fontes e cachoeiras. Devi<strong>do</strong> à formação geológica da maior parte <strong>do</strong>território pernambucano, os aqüíferos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> ten<strong>de</strong>m a ser <strong>de</strong> baixa potencialida<strong>de</strong>hídrica, além <strong>de</strong> fornecer água <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong>.Oceanos, mares e áreas costeirasAssim como toda a zona costeira brasileira, o litoral pernambucano necessita tanto <strong>de</strong>ações preventivas como corretivas para seu planejamento e gestão. A sustentabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>sses ecossistemas <strong>de</strong>ve ser vista <strong>de</strong> forma especial, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> suascaracterísticas <strong>de</strong> renovação e reprodução.São inúmeras as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> riqueza <strong>do</strong>s oceanos. Todavia, ao mesmotempo em que essas fontes se constituem como alternativas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> produtiva,apresentam-se também como fontes <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação e poluição. Em <strong>Pernambuco</strong>, existemuito pouca exploração <strong>do</strong>s recursos disponíveis no oceano, <strong>de</strong> forma que os riscos <strong>de</strong>89


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>sua <strong>de</strong>gradação e poluição advêm principalmente <strong>de</strong> outras fontes. Com freqüência osrios pernambucanos que <strong>de</strong>sembocam no mar são veículos <strong>de</strong> poluição. Esses rioscarregam, das cida<strong>de</strong>s por on<strong>de</strong> passam, resíduos advin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> esgoto <strong>do</strong>méstico, <strong>do</strong>slixões, das indústrias e das agroindústrias que <strong>de</strong>senvolvem suas ativida<strong>de</strong>s, muitas vezes,nas margens <strong>de</strong>sses rios, da ativida<strong>de</strong> agrícola e até da ativida<strong>de</strong> pecuária.Os mariscos, crustáceos e peixes são objeto <strong>de</strong> exploração comercial e <strong>de</strong> vários estu<strong>do</strong>se pesquisas. Devi<strong>do</strong> à sua importância econômica, os moluscos, tais como a unha-<strong>de</strong>velho,o sururu, o mexilhão, a lambreta e a ostra, são reais alternativas <strong>de</strong> fonte <strong>de</strong> rendae trabalho para a população. Os crustáceos encontra<strong>do</strong>s são representa<strong>do</strong>s pelocaranguejo, o mais popular e com maior importância econômica, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se,também o guaiamum, o siri, o camarão-branco e o camarão-rosa<strong>do</strong>.2.5.4 Poluição e Degradação AmbientalNo Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, existem regiões que apresentam problemas específicos<strong>de</strong>correntes da <strong>de</strong>terioração da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a emissões <strong>de</strong> poluentes <strong>de</strong> fontesindividuais (Zona da Mata e na Região <strong>do</strong> Araripe) e <strong>do</strong> tráfego <strong>de</strong> veículos automotores(Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife).No Araripe, região <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> on<strong>de</strong> se dá a extração e o beneficiamento da gipsita, aativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mineração é responsável pela ocorrência da maioria <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong>problemas respiratórios <strong>de</strong>correntes da poluição <strong>do</strong> ar. Na Zona da Matapernambucana, a indústria <strong>do</strong> álcool é a gran<strong>de</strong> responsável por esse tipo <strong>de</strong> poluição,através das queimadas indiscriminadas e da queima <strong>do</strong> bagaço, utiliza<strong>do</strong> como fonteenergética em muitos <strong>do</strong>s municípios.Além da poluição atmosférica, a maioria das áreas urbanizadas <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>apresenta condições e problemas <strong>de</strong>correntes da excessiva carga polui<strong>do</strong>ra provocadapelos esgotos <strong>do</strong>mésticos e efluentes industriais.Outra grave preocupação é com relação à <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong>s ecossistemas naturais <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>. Da<strong>do</strong>s revelam a <strong>de</strong>vastação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is principais biomas <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>: a MataAtlântica e a Caatinga.No Brasil, a Mata Atlântica cobria uma área superior a 1,3 milhão <strong>de</strong> km², localizada nacosta brasileira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte até o Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. Hoje, essebioma está reduzi<strong>do</strong> a menos <strong>de</strong> 8% <strong>de</strong> sua extensão original, ou seja, cerca <strong>de</strong> 100 milkm². Isso foi resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s impactos <strong>do</strong>s diferentes ciclos <strong>de</strong> exploração econômica naregião <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da colonização européia e da alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica em suaárea <strong>de</strong> abrangência (Dias et al. 1990; ISA 2001). Em <strong>Pernambuco</strong>, a situação da MataAtlântica não é diferente, e as florestas remanescentes continuam a ser <strong>de</strong>vastadas e90


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>consumidas para usos diversos, além <strong>do</strong> intenso e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> processo <strong>de</strong>fragmentação na sua área <strong>de</strong> ocorrência (Silva & Tabarelli, 2000).Com relação à Caatinga, estima-se que atualmente 100.000 ha são anualmente<strong>de</strong>vasta<strong>do</strong>s com projetos <strong>de</strong> irrigação, queimadas, extração <strong>de</strong> lenha, pecuária, etc. Essautilização faz com que cerca <strong>de</strong> 80% da região da Caatinga já tenha si<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguma formamodificada pelas ativida<strong>de</strong>s humanas.Vale salientar, portanto, a importância da integração das medidas <strong>de</strong> conservação e <strong>de</strong>uso <strong>do</strong>s recursos naturais. No Esta<strong>do</strong>, o envolvimento <strong>de</strong> agricultores, instituições <strong>de</strong>pesquisas, organizações não-governamentais – ONGs, e <strong>Governo</strong> — atores <strong>do</strong> processo<strong>de</strong> utilização <strong>do</strong>s recursos naturais — com as áreas <strong>de</strong> vegetação natural, vegetaçãomanejada e campos agrícolas, ainda apresenta um estágio primário <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento. A intensa participação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os segmentos da socieda<strong>de</strong> noprocesso <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s recursos naturais se faz necessário neste momento crítico <strong>de</strong>perda <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> biológica. O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, cumprin<strong>do</strong> mais essa etapana elaboração <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> meio ambiente, dá um passo importante paraalcançar a utilização racional e, conseqüentemente, a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus recursos.91


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>2.6 COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E CONVIVÊNCIA COM A SECAA <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> e a Convenção <strong>de</strong> Combate à Desertificação das Nações Unidas <strong>de</strong>finema <strong>de</strong>sertificação como a <strong>de</strong>gradação da Terra nas regiões áridas, semi-áridas esubúmidas secas, resultante <strong>de</strong> vários fatores, entre eles as variações climáticas e asativida<strong>de</strong>s humanas. Esse entendimento, além <strong>de</strong> marcar o espaço geográfico a serconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, quebra com a visão puramente climática da questão e evi<strong>de</strong>ncia que a<strong>de</strong>sertificação tem suas origens em complexas interações <strong>de</strong> fatores físicos, biológicos,políticos, sociais, culturais e econômicos. A palavra <strong>de</strong>sertificação vem induzin<strong>do</strong> aalguns erros <strong>de</strong> interpretação. Para muitos significa que os <strong>de</strong>sertos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> estariamcrescen<strong>do</strong>, cobrin<strong>do</strong> superfícies cada vez maiores <strong>de</strong> terras férteis. Realmente, os limites<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sertos po<strong>de</strong>m se expandir ou se retrair ciclicamente em função das flutuações <strong>do</strong>clima, mas não é esse o caso; na verda<strong>de</strong>, o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação é mais cruel,envolven<strong>do</strong> áreas distantes <strong>do</strong>s <strong>de</strong>sertos. São áreas isoladas, às vezes pequenas, on<strong>de</strong> ossolos ficam empobreci<strong>do</strong>s e com a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regeneração comprometida, emfunção <strong>de</strong> práticas ina<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> cultivo.O fenômeno <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação começou a gerar preocupação na comunida<strong>de</strong>científica nos anos 30. Na Rio 92, da ONU, não só ficou evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> o fracasso <strong>do</strong>sprogramas internacionais <strong>de</strong> combate à <strong>de</strong>sertificação e à seca, como a necessida<strong>de</strong><strong>do</strong>s países afeta<strong>do</strong>s pelo problema se mobilizarem para elaborar uma convençãointernacional específica. A Convenção <strong>de</strong> Combate à Desertificação foi assinada por158 países, incluin<strong>do</strong> o Brasil, e entrou em vigor em 1996, ten<strong>do</strong> como objetivo elaborar eimplementar políticas, programas e projetos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s ao combate e à prevenção da<strong>de</strong>gradação da Terra, com a participação das comunida<strong>de</strong>s afetadas.As Nações Unidas organizaram ainda três Conferências das Partes da Convenção daDesertificação – COPs, respectivamente em setembro <strong>de</strong> 1997, em Roma; em novembro<strong>de</strong> 1998, em Dacar, Senegal; e em novembro <strong>de</strong> 1999, no Recife. No nível nacional, aSecretaria <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente <strong>de</strong>lineou o PlanoNacional <strong>de</strong> Combate à Desertificação. Já o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, preocupa<strong>do</strong> coma qualida<strong>de</strong> ambiental e a sustentabilida<strong>de</strong> no uso <strong>do</strong>s recursos naturais, particularmentenos ecossistemas frágeis <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>, vem consolidan<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> elaboração das<strong>Agenda</strong>s <strong>21</strong> locais, <strong>do</strong> Plano Estadual <strong>de</strong> Combate à Desertificação, além da PolíticaEstadual <strong>de</strong> Controle da Desertificação.O mapeamento das áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação no Brasil foi realiza<strong>do</strong> pelo Ministério <strong>do</strong> MeioAmbiente, Ibama, e <strong>de</strong>tectou três categorias <strong>de</strong> susceptibilida<strong>de</strong>: alta, muito alta emo<strong>de</strong>rada. As duas primeiras referem-se às áreas áridas e semi-áridas, <strong>de</strong>finidas peloÍndice <strong>de</strong> Ari<strong>de</strong>z. A terceira é resulta<strong>do</strong> da diferença entre o perímetro <strong>do</strong> Polígono daSeca e <strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>nte às <strong>de</strong>mais categorias, caracterizan<strong>do</strong>-se por áreas <strong>de</strong>antropismo. Já os estu<strong>do</strong>s relativos à ocorrência <strong>do</strong> processo, elabora<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong>da<strong>do</strong>s secundários e em escala municipal, apontam que a área afetada <strong>de</strong> forma muito92


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>grave é <strong>de</strong> 98.595 km 2 , cerca <strong>de</strong> 10% da porção semi-árida. Cerca <strong>de</strong> 81.870 km 2 <strong>do</strong>território é afeta<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma grave. As <strong>de</strong>mais áreas sujeitas ao antropismo, 393.897 km 2 ,sofrem <strong>de</strong>gradação mo<strong>de</strong>rada. Nos locais on<strong>de</strong> a existência da <strong>de</strong>sertificação se dá <strong>de</strong>maneira concentrada, constituin<strong>do</strong> os já menciona<strong>do</strong>s núcleos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação, épossível perceber as especificida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> processo.No Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, o núcleo <strong>de</strong>sertifica<strong>do</strong> está localiza<strong>do</strong> no município <strong>de</strong>Cabrobó, no Sertão <strong>do</strong> São Francisco, on<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>senvolvida uma pecuária extensiva,associada a culturas <strong>de</strong> subsistência. Nesse espaço, tiveram <strong>de</strong>staque as culturas <strong>de</strong>vazante, nas margens e no leito <strong>do</strong>s rios. A agricultura irrigada, inicialmente em pequenaescala, passou a ser incentivada pelo po<strong>de</strong>r público, principalmente a partir da segundameta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século 20, através da implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> irrigação, associa<strong>do</strong>s àsiniciativas <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> barragens ligadas ao sistema <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energiahidroelétrica. A região é palco <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> reassentamento, oriun<strong>do</strong>s da construçãoda barragem <strong>de</strong> Itaparica, o que provocou sérias mudanças no tocante à realocaçãoda população, assim como no sistema produtivo.De acor<strong>do</strong> com o Plano Nacional <strong>de</strong> Combate à Desertificação – PNCD, <strong>Pernambuco</strong>possui áreas com níveis <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação varia<strong>do</strong>s. As áreas i<strong>de</strong>ntificadascomo ten<strong>do</strong> nível muito grave <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação estão localizadas na mesorregião <strong>do</strong> SãoFrancisco, soman<strong>do</strong> 22.884 km², e as <strong>de</strong> nível grave estão no Sertão, representan<strong>do</strong>10.152,2 km 2 . Por outro la<strong>do</strong>, as áreas i<strong>de</strong>ntificadas com problemas ambientais estãolocalizadas no Agreste e totalizam 19.285,8 km². Contu<strong>do</strong>, além <strong>de</strong>ssas áreas, é possíveli<strong>de</strong>ntificar outras, nas quais a pressão sobre a cobertura florestal se faz <strong>de</strong> maneiraintensa, como no Pólo Gesseiro.As áreas <strong>de</strong> Agreste e Sertão somam 88,6% da área <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, abrangen<strong>do</strong> 145municípios e constituin<strong>do</strong>-se, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o escopo <strong>de</strong> aplicação da Convenção <strong>de</strong>Combate à Desertificação e aos Efeitos das Secas, em espaço susceptível à<strong>de</strong>sertificação e aos efeitos das secas periódicas. Esse espaço apresenta precipitaçõesanuais iguais ou inferiores a 800 mm, sen<strong>do</strong> que as áreas mais secas <strong>do</strong> Sertão têm umamédia <strong>de</strong> chuvas entre 650 mm a 400 mm/ano. Mas existe uma gran<strong>de</strong> diferenciaçãointerna tanto no Agreste como no Sertão, sen<strong>do</strong> possível, encontrar, inclusive, “ilhas <strong>de</strong>umida<strong>de</strong>”, que apresentam índices anuais <strong>de</strong> chuva eleva<strong>do</strong>s (entre 900 e 1.000 mm),como, por exemplo, Chapada <strong>do</strong> Araripe, Triunfo, Garanhuns e os brejos <strong>de</strong> transição <strong>do</strong>Agreste para a Zona da Mata.O Agreste tem como principais características a presença <strong>de</strong> uma pecuária semiintensiva,para produção <strong>de</strong> carne, leite e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s, contan<strong>do</strong> com o uso <strong>de</strong> pastagensplantadas, uma agricultura <strong>de</strong> autoconsumo ou subsistência e a policultura nas áreas <strong>de</strong>brejo. Já no Sertão, a pecuária <strong>de</strong> bovinos e caprinos é feita <strong>de</strong> forma extensiva e combaixos padrões tecnológicos, assim como a agricultura <strong>de</strong> chuvas ou <strong>de</strong> sequeiro,realizada <strong>de</strong> forma itinerante. Nas últimas décadas, a agricultura irrigada tem se93


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong><strong>de</strong>staca<strong>do</strong>, mas tem acentua<strong>do</strong> as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s intra-regionais e provoca<strong>do</strong>, emdiversas áreas <strong>do</strong>s pólos irriga<strong>do</strong>s, a salinização <strong>do</strong>s solos. A vulnerabilida<strong>de</strong> dapopulação resi<strong>de</strong>nte no espaço <strong>do</strong> trópico semi-ári<strong>do</strong> pernambucano é alta, fruto <strong>de</strong>características socioeconômicas exclu<strong>de</strong>ntes, fazen<strong>do</strong> com que os indica<strong>do</strong>res sociaissejam os mais graves da região e inferiores à média nacional. Premissas básicas <strong>de</strong>vemnortear as ações para a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>. Assim, o processo <strong>de</strong> geração edifusão <strong>de</strong> ciência e tecnologia <strong>de</strong>verá estar basea<strong>do</strong> na realida<strong>de</strong> local,contextualiza<strong>do</strong>, refletin<strong>do</strong> as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhoria da tecnologia que baseia aprodução <strong>de</strong> bens em áreas sujeitas à <strong>de</strong>sertificação e <strong>de</strong> convivência com secasperiódicas. Estas <strong>de</strong>vem levar à introdução <strong>de</strong> novas ativida<strong>de</strong>s produtivas, compatíveiscom as características edafoclimáticas, direcionadas para o incremento daprodutivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sistemas tradicionais e viabilizan<strong>do</strong> a convivência humana com áreas<strong>do</strong> trópico semi-ári<strong>do</strong>.A conservação da biodiversida<strong>de</strong> entra em confronto com práticas observadas emalgumas áreas, como o <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>, o sobrecultivo, o pastoreio excessivo,a irrigação malconduzida, entre outros. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> esses processos, a conservação dabiodiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve se estabelecer através <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> gestão e também <strong>de</strong>controle ambiental que garantam a conservação da fauna e flora, <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> ações eprocessos <strong>de</strong> monitoramento e <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> impactos ambientais. Uma reavaliação daforma <strong>de</strong> utilização e apropriação <strong>do</strong>s recursos naturais <strong>de</strong>ve ser a base para uma novarelação socieda<strong>de</strong> e meio ambiente no semi-ári<strong>do</strong> brasileiro.Os impactos ambientais po<strong>de</strong>m ser visualiza<strong>do</strong>s através da <strong>de</strong>struição da biodiversida<strong>de</strong>(flora e fauna), da diminuição da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos hídricos, através <strong>do</strong>assoreamento <strong>de</strong> rios e reservatórios, da perda física e química <strong>de</strong> solos. To<strong>do</strong>s essesfatores reduzem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong> da terra, diminuin<strong>do</strong> aintensida<strong>de</strong> da produção agrícola e, portanto, impactan<strong>do</strong> as populações. Os prejuízossociais po<strong>de</strong>m ser caracteriza<strong>do</strong>s pelas importantes mudanças sociais que a crescenteperda da capacida<strong>de</strong> produtiva provoca nas unida<strong>de</strong>s familiares. As migrações<strong>de</strong>sestruturam as famílias e impactam as zonas urbanas, que quase sempre não estão emcondições <strong>de</strong> oferecer serviços às massas <strong>de</strong> migrantes que para lá se <strong>de</strong>slocam. Éimportante lembrar que a população afetada caracteriza-se por alta vulnerabilida<strong>de</strong>, jáque está entre as mais pobres da região semi-árida e tem índices <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidamuito abaixo da média nacional. Para o Brasil, conforme diagnóstico realiza<strong>do</strong> peloMMA, as perdas econômicas po<strong>de</strong>m chegar a US$ 300 milhões por ano, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<strong>de</strong>sertificação. Os custos <strong>de</strong> recuperação das áreas mais afetadas alcançarão US$ 3,9bilhões num perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> vinte anos.É necessária a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medidas que possam atuar nas causas mais profundas <strong>do</strong>processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação, sem per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista toda a complexida<strong>de</strong> existente. Assim,políticas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda, <strong>de</strong> reforma agrária, <strong>de</strong> educação que incorpore a94


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>dimensão ambiental, entre outras, são medidas importantes na perspectiva <strong>de</strong> setrabalhar a convivência com o semi-ári<strong>do</strong>.O ecossistema da Caatinga apresenta características que <strong>de</strong>notam fragilida<strong>de</strong> notocante ao processo <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, o que requer uma atençãoespecial quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> seus recursos naturais. Além disso, é necessário pensar emações tanto <strong>de</strong> prevenção quanto <strong>de</strong> recuperação, que articulem diferentes aspectos<strong>do</strong> meio ambiente e ultrapassem a perspectiva <strong>de</strong> políticas setoriais.Um outro fenômeno que merece <strong>de</strong>staque é o das secas periódicas, as quais possuemefeitos em vários campos ou dimensões:• Efeitos políticos – Fomento da indústria da seca e manutenção da miséria dapopulação, a partir <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> renda, manipulação dasverbas públicas e <strong>do</strong> aparelho <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nível local até o Fe<strong>de</strong>ral.• Efeitos econômicos – Advin<strong>do</strong>s das políticas econômicas, expressam-se em umperverso processo <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> capital, fundamenta<strong>do</strong> na <strong>de</strong>predação <strong>do</strong>srecursos naturais e na exploração intensiva e mal remunerada da força <strong>de</strong> trabalho.Em <strong>de</strong>corrência, tem-se um <strong>de</strong>semprego generaliza<strong>do</strong>, liga<strong>do</strong> à exclusão social e aocírculo <strong>de</strong> reprodução da miséria e da pobreza.• Efeitos sociais – Total vulnerabilida<strong>de</strong> da população à fome, à miséria e ao po<strong>de</strong>rpolítico <strong>de</strong> grupos <strong>do</strong>minantes. A ausência <strong>de</strong> chuvas e as distorções naperiodicida<strong>de</strong> das precipitações (secas ver<strong>de</strong>s) atingem, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>strutiva, to<strong>do</strong> oprocesso <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> bens primários que aten<strong>de</strong>m às necessida<strong>de</strong>s básicas <strong>do</strong>contingente populacional. Em <strong>de</strong>corrência, vem a violência da fome, da miséria, <strong>do</strong>êxo<strong>do</strong> e da marginalida<strong>de</strong> econômica.• Efeitos ecológicos – Desmatamentos e <strong>de</strong>sflorestamentos, exaustão das pastagens,exposição <strong>do</strong>s solos ao sol, compactação <strong>do</strong>s solos, usos inapropria<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s recursoshídricos escassos, <strong>de</strong>sertificação, <strong>de</strong>senfreada especulação sobre os recursos naturaisbásicos e diferentes formas <strong>de</strong> poluição ambiental. A dimensão ecológica <strong>do</strong> semiári<strong>do</strong>tropical brasileiro apresenta espaços limita<strong>do</strong>s ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s agrossilvo-pastoris.Os principais problemas <strong>do</strong> Agreste e <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>, conforme diagnostica<strong>do</strong> peloInstituto <strong>de</strong> Planejamento <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> – Con<strong>de</strong>pe, constante no Plano <strong>de</strong>Desenvolvimento Sustentável <strong>do</strong> Sertão <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, são:• Vulnerabilida<strong>de</strong> às secas, que impactam diretamente a agricultura <strong>de</strong> sequeiro epecuária.95


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Fraca capacida<strong>de</strong> para reorganizar a estrutura produtiva <strong>do</strong> Sertão.• Desmatamento resultante da pecuária extensiva e <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira para finsenergéticos.• Graves níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação.• Salinização <strong>do</strong>s solos <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> manejo ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> na agricultura irrigada.• Baixa produtivida<strong>de</strong> nas ativida<strong>de</strong>s agrícolas e no pastoreio.• Perda <strong>de</strong> dinamismo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s industriais e comerciais.• Precária conservação da infra-estrutura ro<strong>do</strong>viária.• Precário atendimento <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> comunicação.• Precário sistema <strong>de</strong> difusão tecnológica.• Baixa produção científica e tecnológica para as necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>.• Deficiência nos níveis <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra rural, industrial e <strong>do</strong>comércio.• Fragilida<strong>de</strong> institucional.• Gestão municipal sem planejamento e comprometimento com objetivos <strong>de</strong> longoprazo.O problema da <strong>de</strong>sertificação tem gran<strong>de</strong> importância para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>Sertão e <strong>do</strong> Agreste <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Os processos permanentes <strong>de</strong> perda da produção e daprodutivida<strong>de</strong> agrícolas, já diagnostica<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>m inviabilizar um nicho importante paraa economia da região, agravan<strong>do</strong>-se pela pequena disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos hídricos.Os estu<strong>do</strong>s mostram, em suas estratégias, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se impedir que o processo<strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> capital se dê à custa da <strong>de</strong>predação <strong>do</strong>s recursos naturais, daconcentração monopolista da proprieda<strong>de</strong> privada da terra e da exploração intensivada mão-<strong>de</strong>-obra em todas as regiões <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Os estu<strong>do</strong>s estratégicos da <strong>Agenda</strong> apontam, ainda, para o fenômeno das secasperiódicas, que po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong> com o ajuste da <strong>de</strong>mografia ao meioambiente semi-ári<strong>do</strong> e também que <strong>de</strong>ve ser acompanha<strong>do</strong> por uma política <strong>de</strong>96


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>emergência radicalmente <strong>de</strong>mocrática e capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r à população afetada comrigoroso e eficaz programa <strong>de</strong> segurança alimentar e <strong>de</strong> abastecimento.Concluem, os estu<strong>do</strong>s, que os poucos focos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação em processo, no Esta<strong>do</strong>,no presente momento, são compara<strong>do</strong>s a uma <strong>do</strong>ença que po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser curada;portanto, são reversíveis, bastan<strong>do</strong>, para tanto, vonta<strong>de</strong> política.97


3 BASES DE AÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADEAs estratégias apresentadas neste capítulo, por eixos temáticos, são resulta<strong>do</strong> dasdiscussões ocorridas durante o processo <strong>de</strong> elaboração da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>.3.1 CIDADES SUSTENTÁVEISA busca da sustentabilida<strong>de</strong> das cida<strong>de</strong>s requer uma reforma que passe pelareor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo e pela <strong>de</strong>scentralização administrativa, associada a umaparticipação ativa <strong>de</strong> toda a socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a <strong>de</strong>scentralizar o processo <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão e aumentar o controle social. Priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssa reforma <strong>de</strong>verão passar peloreor<strong>de</strong>namento territorial das cida<strong>de</strong>s, pela mudança <strong>do</strong>s padrões insustentáveis <strong>de</strong>produção e consumo e pela gestão sustentável <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saneamento.Estratégia 1: Or<strong>de</strong>namento Territorial das Cida<strong>de</strong>sO crescimento urbano <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> da maioria das cida<strong>de</strong>s pernambucanas temleva<strong>do</strong> a processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> território. As novas posturas estabelecidas noestatuto da cida<strong>de</strong> vêm servir <strong>de</strong> marco referencial para mudanças significativas noor<strong>de</strong>namento territorial <strong>do</strong>s espaços urbanos. As condições <strong>do</strong>s assentamentos humanos<strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> vêm se <strong>de</strong>terioran<strong>do</strong>, principalmente por conta <strong>do</strong>s baixos investimentosaloca<strong>do</strong>s para a melhoria das condições <strong>de</strong> habitação, lazer, segurança e bem-estarsocial. Planejar o <strong>de</strong>senvolvimento das cida<strong>de</strong>s, asseguran<strong>do</strong> o or<strong>de</strong>namento territorial,torna-se um <strong>de</strong>safio importante a ser enfrenta<strong>do</strong>, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>: assegurar a integraçãoentre as ativida<strong>de</strong>s urbanas e rurais; promover as políticas públicas voltadas para aconservação <strong>do</strong> patrimônio natural, cultural, histórico e arqueológico, garantin<strong>do</strong> arevisão e a consolidação <strong>do</strong>s instrumentos e dispositivos legais.Planejar o <strong>de</strong>senvolvimento das cida<strong>de</strong>s, asseguran<strong>do</strong> a incorporação dadimensão físico-territorial• Integrar institucionalmente os municípios pertencentes a regiões <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,para o trato <strong>do</strong> planejamento integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> serviços e infra-estruturas urbanas.• Integrar efetivamente o planejamento das infra-estruturas e serviços urbanos aoplanejamento <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo.• Elaborar, revisar e divulgar planos diretores, com a efetiva participação dacomunida<strong>de</strong> em todas as etapas <strong>do</strong> processo, visan<strong>do</strong> incorporar os princípios emecanismos <strong>do</strong> Estatuto da Cida<strong>de</strong>.• Estabelecer operações urbanas consorciadas com controle social, implementan<strong>do</strong>um conjunto <strong>de</strong> intervenções que envolvam o po<strong>de</strong>r público, a iniciativa privada, os


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>mora<strong>do</strong>res e os usuários <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada área, com o objetivo <strong>de</strong> alcançartransformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental.• Integrar os planos diretores <strong>de</strong> bacias hidrográficas com os planos <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento municipais e outros planos setoriais, promoven<strong>do</strong> acompatibilização meto<strong>do</strong>lógica entre os diversos planos.Promover a integração das ativida<strong>de</strong>s urbanas com as rurais, ten<strong>do</strong> em vista o<strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>do</strong>s municípios e suas áreas <strong>de</strong> influência• I<strong>de</strong>ntificar áreas nos municípios, visan<strong>do</strong> estabelecer cinturões ver<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> aspopulações possam se inserir em ativida<strong>de</strong>s voltadas ao <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.• Promover a integração meto<strong>do</strong>lógica entre programas e planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a compatibilizar as propostas e incorporar as da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong><strong>Pernambuco</strong>.• Estabelecer mecanismos para utilização <strong>de</strong> forma sustentável <strong>do</strong> solo em áreas rurais,estimulan<strong>do</strong> a produção agrícola orgânica.• Incluir infra-estrutura urbanística nos assentamentos e nas agrovilas, levan<strong>do</strong> emconsi<strong>de</strong>ração peculiarida<strong>de</strong>s culturais da localida<strong>de</strong>.Promover políticas públicas voltadas para a conservação <strong>do</strong>s patrimônios natural,cultural, histórico e arqueológico• Incentivar a catalogação e a regulamentação <strong>do</strong>s patrimônios natural, cultural,histórico e arqueológico, estadual e municipal.• Criar mecanismos <strong>de</strong> gestão e manutenção <strong>de</strong>sses espaços que abrigam ospatrimônios natural, histórico, cultural e arqueológico.• Estimular novas formas <strong>de</strong> integração socioeconômica <strong>de</strong>sses espaços com oconjunto <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais espaços <strong>do</strong>s municípios.• Elaborar projetos e planos <strong>de</strong> gestão e proteção contínua <strong>do</strong> patrimônio natural econstruí<strong>do</strong> para os sítios i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cada Região <strong>de</strong> Desenvolvimento,garantin<strong>do</strong> a sua conservação e o seu uso econômico sustentável, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>aqueles já existentes.• Elaborar circuitos turísticos por Região <strong>de</strong> Desenvolvimento ou entre grupos <strong>de</strong>municípios, que integrem o turismo <strong>do</strong> litoral ao <strong>do</strong> interior, com <strong>de</strong>staque para aspotencialida<strong>de</strong>s regionais.• Promover a participação da socieda<strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> planejamento, gestão econservação <strong>do</strong>s patrimônios cultural, histórico e natural.• Estabelecer um processo <strong>de</strong> mobilização e participação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res paraconservação <strong>do</strong>s patrimônios natural e construí<strong>do</strong>.• Viabilizar a implantação <strong>do</strong> evento Semana <strong>do</strong> Ver<strong>de</strong> Pernambucano.• Melhoria das condições <strong>de</strong> habitabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s assentamentos <strong>de</strong> baixa renda.99


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Promover a revisão e a consolidação <strong>do</strong>s instrumentos e dispositivos legais, <strong>de</strong>mo<strong>do</strong> a facilitar sua compreensão e garantir a eficácia <strong>de</strong> sua aplicação• Incorporar, nas leis Orgânicas <strong>do</strong>s Municípios e respectivos Planos Diretores, oreconhecimento das reservas naturais e culturais.• Proce<strong>de</strong>r à regularização fundiária, com provisão <strong>de</strong> serviços básicos.• Promover a elaboração e/ou revisão da legislação relativa ao uso e aoparcelamento <strong>do</strong> solo, contemplan<strong>do</strong> critérios quanto à utilização <strong>de</strong> áreas marginaisa córregos e rios, áreas <strong>de</strong> morros e áreas íngremes.• Ampliar os programas <strong>de</strong> valorização e inserção, no contexto <strong>do</strong>s diversos espaçosurbanos, <strong>de</strong> populações porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais.• Expandir os Planos <strong>de</strong> Regularização <strong>de</strong> Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social – Prezeis.• Definir a regulação <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> limpeza urbana e saneamento básico (água, lixo,drenagem e esgoto).• Realizar estu<strong>do</strong>s e estabelecer normas especiais <strong>de</strong> urbanização, uso e ocupação <strong>do</strong>solo e edificação, visan<strong>do</strong> a regularização fundiária e a urbanização, com <strong>de</strong>staquepara o saneamento ambiental <strong>de</strong> áreas ocupadas por população <strong>de</strong> baixa renda.Dar priorida<strong>de</strong> à utilização das áreas que disponham <strong>de</strong> infra-estrutura e <strong>de</strong> serviçosurbanos subutiliza<strong>do</strong>s e restringir o a<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong> áreas já saturadas• Criar programas e projetos que promovam a melhoria da qualida<strong>de</strong> ambiental.• Criar programas <strong>de</strong> arborização nas áreas urbanas e nas margens <strong>de</strong> estradas e vias<strong>de</strong> acesso às cida<strong>de</strong>s e aglomera<strong>do</strong>s, dan<strong>do</strong> priorida<strong>de</strong> às espécies nativas.• Controlar os a<strong>de</strong>nsamentos verticaliza<strong>do</strong>s em áreas <strong>de</strong> alta valorização imobiliária egarantir a não ocupação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os espaços livres urbanos.• Reutilizar os espaços construí<strong>do</strong>s e ociosos em áreas urbanas consolidadas,implantan<strong>do</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, <strong>de</strong> cultura e <strong>de</strong> serviços básicos.• Reduzir o déficit habitacional, dan<strong>do</strong> priorida<strong>de</strong> à ocupação <strong>do</strong>s espaços comcapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte sustentável.• Estabelecer um programa <strong>de</strong> prevenção para aci<strong>de</strong>ntes e emergências.Reduzir os impactos ambientais nos perímetros urbanos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a corrigir asdistorções <strong>do</strong> crescimento urbano e seus efeitos sobre o meio ambiente• Condicionar o licenciamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s equipamentos urbanos à elaboração <strong>de</strong>Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Impacto Ambiental Urbano para análise pelo Po<strong>de</strong>r Público Municipal.• Utilizar mecanismos <strong>de</strong> licenciamento para construções e funcionamento nas áreasurbanas limitadas pela disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infra-estrutura, principalmente aquelarelativa a sistema viário e saneamento ambiental.• Criar mecanismos, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s órgãos <strong>de</strong> controle ambiental, que permitam o acessofácil e a <strong>de</strong>sburocratização <strong>do</strong>s licenciamentos ambientais, em particular para apopulação <strong>de</strong> baixa renda.100


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Ampliar os programas <strong>de</strong> controle da poluição urbana, <strong>de</strong>scentralizan<strong>do</strong> ativida<strong>de</strong>spara o po<strong>de</strong>r municipal.• Criar Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação nas áreas urbanas que possuam especial interesseambiental.• Mo<strong>de</strong>rnizar os mata<strong>do</strong>uros públicos, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s padrões estabeleci<strong>do</strong>s pela vigilânciasanitária e ambiental.Melhorar as condições <strong>de</strong> habitabilida<strong>de</strong> nos assentamentos <strong>de</strong> baixa renda• Reduzir as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s no uso e na ocupação <strong>do</strong> solo nos espaços construí<strong>do</strong>s e livresda cida<strong>de</strong>.• Realizar estu<strong>do</strong>s e estabelecer normas especiais <strong>de</strong> urbanização, uso e ocupação <strong>do</strong>solo e edificação, visan<strong>do</strong> a regularização fundiária e a urbanização <strong>de</strong> áreasocupadas por população <strong>de</strong> baixa renda.• Assegurar sistema <strong>de</strong> saneamento básico integra<strong>do</strong> (política <strong>de</strong> estruturação urbana,abastecimento d’água e esgotamento sanitário) nos assentamentos.• Fortalecer programas <strong>de</strong> prevenção a aci<strong>de</strong>ntes e riscos, através das comissões <strong>de</strong><strong>de</strong>fesa civil.• Democratizar o uso e a ocupação <strong>do</strong>s espaços coletivos e livres da cida<strong>de</strong>.• Incentivar a empregabilida<strong>de</strong> da mão-<strong>de</strong>-obra local na melhoria das condições <strong>de</strong>habitabilida<strong>de</strong> nos assentamentos.Estratégia 2: Mudança nos Padrões <strong>de</strong> Produção e ConsumoA mudança <strong>do</strong>s atuais padrões insustentáveis <strong>de</strong> produção e consumo é um elementofundamental para gerar redução <strong>de</strong> custos e estimular o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>tecnologias limpas e sustentáveis. O gasto excessivo com embalagens, a poluiçãoprovocada por objetos <strong>de</strong>scartáveis e a geração <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s exageradas <strong>de</strong> lixosão conseqüências <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> consumo a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> em <strong>Pernambuco</strong>.Promover a reciclagem e a coleta seletiva <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s• Incentivar os setores públicos produtivos e a população em geral a práticas que utilizemtecnologias limpas, reduzin<strong>do</strong> a geração <strong>de</strong> lixo e promoven<strong>do</strong> a reciclagem <strong>de</strong>materiais usa<strong>do</strong>s.• Implementar programas <strong>de</strong> não-geração, redução, reutilização e/ou reciclagem e<strong>de</strong>stinação final a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>s resíduos urbanos e industriais.Incentivar o reuso da água• Incentivar a reutilização <strong>do</strong> esgoto trata<strong>do</strong> em ativida<strong>de</strong>s agrícolas e na indústria,ten<strong>do</strong> como objetivo o uso racional <strong>do</strong>s recursos hídricos e <strong>de</strong> energia.101


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Implementar mecanismos que possibilitem a economia <strong>de</strong> água, promoven<strong>do</strong> aredução <strong>de</strong> perdas e <strong>de</strong>sperdícios e seu reuso.Promover a conscientização ambiental• Implementar ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação ambiental, direcionadas para o uso racional<strong>do</strong>s recursos naturais.• Promover a realização <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> sensibilização e mobilização dacomunida<strong>de</strong> sobre assuntos liga<strong>do</strong>s à temática da sustentabilida<strong>de</strong>.Estratégia 3: Gestão Sustentável <strong>do</strong>s Serviços <strong>de</strong> SaneamentoA ausência <strong>de</strong> uma infra-estrutura a<strong>de</strong>quada para os serviços <strong>de</strong> saneamento ambiental,associada à poluição <strong>do</strong>s rios e corpos <strong>de</strong> água, tem eleva<strong>do</strong> os custos relativos às<strong>de</strong>spesas por atendimento médico por conta das <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> conotação ambiental,provocan<strong>do</strong>, assim, prejuízos econômicos significativos. Para enfrentar esses <strong>de</strong>safios,medidas <strong>de</strong>vem ser tomadas para melhorar os sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água,esgotamento sanitário, drenagem e limpeza urbana, amplian<strong>do</strong> os serviços presta<strong>do</strong>s eaumentan<strong>do</strong> sua qualida<strong>de</strong>.Melhorar o serviço <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água• Ampliar os sistemas, <strong>de</strong> forma a atingir a universalização <strong>do</strong> acesso aos serviços <strong>de</strong>abastecimento <strong>de</strong> água.• Promover e incentivar o aproveitamento da água da chuva, como medida <strong>de</strong>conservação da água.• Implantar, em todas as estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água, sistemas <strong>de</strong> tratamento e<strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> nelas produzi<strong>do</strong>.Melhorar o serviço <strong>de</strong> esgotamento sanitário• Ampliar os sistemas, <strong>de</strong> forma a atingir a universalização <strong>do</strong> atendimento por serviços<strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e esgotamento sanitário.• Implantar, em todas as estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos, sistemas <strong>de</strong> tratamento e<strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong>.• Promover campanhas <strong>de</strong> conscientização da população que visem a eliminação <strong>de</strong>lançamentos ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s <strong>de</strong> esgotos em canais, rios e outros corpos d’água.Melhorar o serviço <strong>de</strong> drenagem urbana• Ampliar os sistemas, <strong>de</strong> forma a atingir a universalização <strong>do</strong> atendimento por serviços<strong>de</strong> drenagem urbana.102


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Promover ações <strong>de</strong> controle que eliminem ligações clan<strong>de</strong>stinas em re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> galerias<strong>de</strong> águas pluviais.• Incentivar programas <strong>de</strong> pesquisas e estu<strong>do</strong>s, com ênfase em experiências bemsucedidasnos âmbitos nacional e internacional, volta<strong>do</strong>s para a utilização <strong>de</strong>tecnologias alternativas para a drenagem urbana.Melhorar o serviço <strong>de</strong> limpeza urbana• Ampliar os sistemas, <strong>de</strong> forma a atingir a universalização <strong>do</strong> atendimento por serviços<strong>de</strong> limpeza urbana.• Definir instrumentos econômicos e fiscais que viabilizem a cobrança <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong>limpeza urbana.• Implementar a gestão integrada <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s.• Estruturar a prestação <strong>do</strong>s serviços, buscan<strong>do</strong> o aumento, com qualida<strong>de</strong>, daeficiência e <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> investimentos.• Aprimorar técnicas e processos, estabelecen<strong>do</strong> metas factíveis para a solução <strong>do</strong>passivo ambiental, no que se refere à eliminação <strong>do</strong>s lixões.• Incentivar pesquisas e estu<strong>do</strong>s, com ênfase em experiências bem-sucedidas, nosâmbitos nacional e internacional, voltadas para a utilização <strong>de</strong> tecnologiasa<strong>de</strong>quadas à gestão integrada <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s.3.2 INFRA-ESTRUTURAO <strong>de</strong>bate em torno <strong>de</strong>sse tema abor<strong>do</strong>u questões como: transportes e uso <strong>de</strong>tecnologias seguras e menos poluentes; maior cobertura social <strong>do</strong>s serviços energéticos;fornecimento <strong>de</strong> energia ambientalmente saudável; racionalização <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> energiaalternativa e reavaliação <strong>do</strong>s atuais padrões <strong>de</strong> consumo; e comunicação, engloban<strong>do</strong>telecomunicações, computação e informação. As estratégias propostas foram:planejamento integra<strong>do</strong> <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> transporte, sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> setor <strong>de</strong>comunicação e sustentabilida<strong>de</strong> da energia.Estratégia 4: Planejamento Integra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Setor <strong>de</strong> TransporteO setor <strong>de</strong> transporte é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como uma ativida<strong>de</strong>-meio fundamental naeconomia. A sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse setor é um <strong>de</strong>safio, face às diversas formas <strong>de</strong>impacto que o sistema tradicional exerce sobre o meio. Na busca da sustentabilida<strong>de</strong><strong>de</strong>sse segmento, <strong>de</strong>ve-se:Integrar o planejamento <strong>do</strong> sistema viário e <strong>de</strong> transporte ao <strong>do</strong> uso e da ocupação<strong>do</strong> solo, buscan<strong>do</strong> melhorar a flui<strong>de</strong>z <strong>de</strong> tráfego e o respeito aos espaços <strong>do</strong>spe<strong>de</strong>stres103


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Coletar, analisar e estabelecer intercâmbio <strong>de</strong> informações sobre meio ambiente etransportes, com ênfase especial na observação sistemática das emissões <strong>de</strong> agentesinsalubres.• Realizar monitoramento constante da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar nos corre<strong>do</strong>res queapresentem gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> veículos.• Implantar o abastecimento <strong>de</strong> gás natural nos postos da região.• Incentivar a implantação <strong>de</strong> oficinas especializadas na conversão <strong>do</strong>s motores paragás natural e manutenção das peças convertidas.• Promover a regulamentação <strong>do</strong> licenciamento ambiental <strong>de</strong> empreendimentos <strong>de</strong>transportes.• Especificar os fatores ambientais na avaliação econômica <strong>do</strong>s projetos.• Estabelecer o monitoramento constante das emissões gasosas.Melhorar os serviços <strong>de</strong> transporte e trânsito, amplian<strong>do</strong> a oferta e aumentan<strong>do</strong> aqualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços presta<strong>do</strong>s• Implantação e otimização, em to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong> um eficiente mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong>transporte público <strong>de</strong> passageiros.• Melhorar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> infra-estrutura necessária ao sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros.• Melhorar a gestão <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> transporte, aumentan<strong>do</strong> a fiscalização com relaçãoà qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços presta<strong>do</strong>s.• Assegurar a expansão e implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> transporte público <strong>de</strong>passageiros urbanos e rurais.• Incentivar o uso <strong>de</strong> transportes fluvial e ferroviário, aproveitan<strong>do</strong> as potencialida<strong>de</strong>sexistentes e, na escala local, criar condições para o uso <strong>de</strong> bicicletas e, consi<strong>de</strong>radasas especificida<strong>de</strong>s, o uso <strong>de</strong> animais para os <strong>de</strong>slocamentos necessários.• Realizar pesquisa constante sobre a satisfação e as <strong>de</strong>mandas <strong>do</strong> usuário.• Levar em consi<strong>de</strong>ração as <strong>de</strong>mandas <strong>do</strong>s usuários no planejamento das ações.• A<strong>do</strong>tar dispositivos nos veículos que realizam transporte coletivo, visan<strong>do</strong> facilitar oacesso aos passageiros especiais.• Controlar e fiscalizar a segurança no transporte público.Desenvolver e promover incentivos para o transporte coletivo• Realizar programa <strong>de</strong> controle da poluição sonora.• Implantar vias exclusivas para o transporte coletivo.• Estabelecer parâmetros para a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s veículos <strong>de</strong> transporte coletivo.• Introduzir mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>s tecnológicas nos transportes, tornan<strong>do</strong>-os mais confortáveis.Buscar a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> transporte não-convencional• Estimular a implantação <strong>de</strong> ciclovias.• Realizar estu<strong>do</strong>s para implantação <strong>de</strong> transporte fluvial <strong>de</strong> passageiros na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong>104


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Recife.Fortalecer o transporte ferroviário• Recuperar a malha ferroviária <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Linhas: centro, norte e sul.• Viabilizar a construção da Ferrovia Transnor<strong>de</strong>stina nos municípios <strong>de</strong> Salgueiro—Parnamirim—Petrolina e Salgueiro—Missão Velha (CE).• Implantar o ramal <strong>do</strong> gesso, entre os municípios Parnamirim—Araripina, para oescoamento da produção.• Realizar estu<strong>do</strong>s para analisar a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros <strong>de</strong> média elonga distância.• Ativar um “Circuito da Cana” (engenhos, casas-gran<strong>de</strong>s, etc.) turístico, utilizan<strong>do</strong> amalha ferroviária existente.Estratégia 5: Sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Setor <strong>de</strong> ComunicaçãoA visão pre<strong>do</strong>minante <strong>de</strong> que os problemas <strong>de</strong> comunicação afetam tão-somente a infraestruturaeconômica é restrita, pois <strong>de</strong>vemos ter a compreensão <strong>de</strong> que, com o apoio dacomunicação, po<strong>de</strong>remos obter uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e ampliar o futuro dapopulação local, buscan<strong>do</strong>-se o uso <strong>de</strong>mocrático e sustentável da comunicação nadireção <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da socieda<strong>de</strong>.Expandir os serviços <strong>de</strong> comunicação• Assegurar condições <strong>de</strong> acesso aos serviços <strong>de</strong> comunicação a to<strong>do</strong>s os cidadãos,inclusive às pessoas que possuem condições especiais (sur<strong>do</strong>s, mu<strong>do</strong>s e outros).• Expandir a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> telefonia celular, <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r às áreas mudas <strong>do</strong> interior.• Criar centros comunitários <strong>de</strong> comunicações nas áreas mudas <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>.• Desestimular, mediante regulação, a tendência <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> oligopólios nosserviços <strong>de</strong> telecomunicações.• Garantir condições mínimas para viabilizar serviços <strong>de</strong> telefonia fixa, principalmente nazona rural.• Dar priorida<strong>de</strong> às solicitações <strong>de</strong> acesso individual <strong>do</strong>s estabelecimentos <strong>de</strong> ensinoregular e das instituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Tornar possível a utilização gratuita <strong>do</strong> serviço telefônico fixo comuta<strong>do</strong> paracomunicação com serviços <strong>de</strong> emergência existentes para a localida<strong>de</strong>.• Ativar os telefones <strong>de</strong> uso público, principalmente nas áreas rurais e ao longo dasro<strong>do</strong>vias.• Ampliar o sistema <strong>de</strong> telefonia em comunida<strong>de</strong>s carentes, urbanas e rurais.Diminuir as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais105


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Criar mecanismos que favoreçam a elevação <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> informação da populaçãoem geral.• Estimular a atitu<strong>de</strong> crítica da socieda<strong>de</strong> quanto à qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong>comunicação a ela ofereci<strong>do</strong>s.• Viabilizar a implantação <strong>de</strong> Pólos Tecnológicos, portais e pólos distribuí<strong>do</strong>s no interior <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>, para promover a capacitação, o <strong>de</strong>senvolvimento e o suporte <strong>do</strong>s diversossetores produtivos.• Facilitar o acesso da população aos meios <strong>de</strong> comunicação, especialmente <strong>do</strong>s menosfavoreci<strong>do</strong>s.• Garantir o suprimento <strong>de</strong> multimídia aos sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação.• Garantir o acesso aos sistemas <strong>de</strong> comunicação às unida<strong>de</strong>s que prestam serviçospúblicos à comunida<strong>de</strong> (escolas, hospitais, etc.).• Incentivar e apoiar a implantação <strong>de</strong> rádios e TVs comunitárias (por tele eradiodifusão), em apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das ações comunitárias locais.• Desestimular o uso exploratório da imagem humana nos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>massa.• Conscientizar e mobilizar as comunida<strong>de</strong>s em relação ao valor das rádioscomunitárias, em apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento local sustentável.• Valorizar o papel social das rádios, especialmente das locais.• Incentivar programas sociais, com a divulgação através <strong>de</strong> rádios e TVs.• Incorporar a questão da sustentabilida<strong>de</strong> socioeconômica e ambiental à legislaçãoque orienta as concessões <strong>de</strong> rádios AM/FM.Elevar o grau <strong>de</strong> inserção social nos trabalhos <strong>de</strong> telecomunicações• Incentivar formação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra e constituição <strong>de</strong> empresas na área <strong>de</strong>informática e telecomunicações.• Divulgar as mo<strong>de</strong>rnas técnicas <strong>de</strong> comércio eletrônico, crian<strong>do</strong> um portal que associeo Esta<strong>do</strong> a negócios em conjunto com a iniciativa privada.• Apoiar a ampliação da Re<strong>de</strong> Cidadão para o âmbito <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>.• Estimular a criação <strong>de</strong> centros gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> programas locais e estaduais.• Utilizar a Tecnologia da Informação como um bem acessível a to<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> forma efetivae eficiente, nas aplicações <strong>de</strong> interesse da socieda<strong>de</strong>.• Elaborar e divulgar o Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental.• Informar sobre técnicas <strong>de</strong> uso eficiente <strong>do</strong> comércio eletrônico.• Conscientizar a coletivida<strong>de</strong> sobre a eliminação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios e o uso eficiente <strong>do</strong>smeios <strong>de</strong> comunicação, principalmente <strong>do</strong> telefone.• Conscientizar sobre a necessida<strong>de</strong> da criação <strong>de</strong> grupos gestores para aimplantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> eficiência das comunicações (telefonia e Internet).• Implementar ações integradas que possibilitem a melhoria da prestação <strong>de</strong> serviços àcomunida<strong>de</strong>, reduzin<strong>do</strong> custos.• Melhorar a eficiência na cobrança <strong>de</strong> impostos em meio eletrônico.• Incentivar o uso <strong>de</strong> emissão e controle fiscal via Internet.106


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Consolidar a infra-estrutura <strong>de</strong> informática• Socializar as metas <strong>do</strong> Porto Digital.• Fomentar a manutenção e distribuição <strong>de</strong> bases informacionais específicas sobrelegislação, informações socioeconômicas e outras bases correlatas, através <strong>do</strong> PortoDigital.• Viabilizar a implantação <strong>de</strong> Centros Tecnológicos, distribuí<strong>do</strong>s no interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,para promoção <strong>de</strong> capacitação, <strong>de</strong>senvolvimento e suporte tecnológico <strong>do</strong>sdiversos setores produtivos.• Ampliar a base tecnológica na área <strong>de</strong> Tecnologia da Informação, através <strong>do</strong>estimulo à pesquisa e aos negócios.• Atrair novos investimentos no setor <strong>de</strong> informática, incuban<strong>do</strong> empresas.• Estimular o investimento <strong>de</strong> risco no setor e integrá-lo a outros setores da economia.Socializar os meios <strong>de</strong> comunicação e informação na Inter e Intranet• Criar pontos <strong>de</strong> acesso público à Internet, com tarifas sociais.• Viabilizar o acesso público: (i) aos sistemas <strong>de</strong> informação opera<strong>do</strong>s e manti<strong>do</strong>s pelo<strong>Governo</strong> Estadual; (ii) aos sistemas <strong>de</strong> outras instituições.• Proporcionar aos cidadãos acesso às bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s com informações <strong>de</strong> interesseda socieda<strong>de</strong>.• Ampliar o acesso à Internet pelas escolas, hospitais, <strong>de</strong>legacias, prefeituras e <strong>de</strong>maisorganizações <strong>de</strong> interação direta com a socieda<strong>de</strong>, no âmbito <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>.• Ampliar os serviços presta<strong>do</strong>s pelo <strong>Governo</strong> à socieda<strong>de</strong>, via Internet.• Garantir a implantação <strong>de</strong> intranets e extranets nos diversos segmentos públicos eoutros segmentos organiza<strong>do</strong>s.• Avançar mais na formação <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res, evitan<strong>do</strong> a exportação e/ouimportação <strong>de</strong> profissionais.Compatibilizar o setor <strong>de</strong> comunicações com a questão ambiental• Consi<strong>de</strong>rar o impacto paisagístico e ambiental, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a verificar os efeitosprovoca<strong>do</strong>s pela colocação <strong>de</strong> torres <strong>de</strong> transmissão.• Analisar a compatibilida<strong>de</strong> da localização <strong>do</strong>s armários <strong>de</strong> distribuição coloca<strong>do</strong>s nascalçadas.• Verificar a colocação <strong>do</strong>s cabos nos postes <strong>de</strong> iluminação, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a nãocomprometer a beleza das cida<strong>de</strong>s, modifican<strong>do</strong> o mínimo possível a paisagemnatural.• Dar preferência à re<strong>de</strong> subterrânea <strong>de</strong> cabos <strong>de</strong> comunicação (telefonia) eeletricida<strong>de</strong>.• Garantir a segurança e a saú<strong>de</strong> da população quanto ao efeito nocivo dasradiações emitidas pelas radiofreqüências.107


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Esclarecer a população sobre os possíveis danos advin<strong>do</strong>s <strong>de</strong> eletro<strong>do</strong>mésticos queutilizam tecnologia <strong>de</strong> fontes irradiantes <strong>de</strong> microondas ou raios X, tais como telefonescelulares, televisão e forno <strong>de</strong> microondas.• Realizar o monitoramento da poluição espectral, à qual a população das gran<strong>de</strong>scida<strong>de</strong>s encontra-se submetida, e propor a criação <strong>de</strong> uma legislação específica.• Rever o conceito <strong>de</strong> obsolescência programada <strong>do</strong>s aparelhos <strong>de</strong> comunicação.• Usar tecnologias limpas na fabricação <strong>do</strong>s aparelhos <strong>de</strong> comunicação.• Estimular o reaproveitamento, reciclagem e reutilização <strong>do</strong>s aparelhos <strong>de</strong>comunicação.Estratégia 6: Sustentabilida<strong>de</strong> da EnergiaNos dias <strong>de</strong> hoje, a energia é empregada intensivamente na socieda<strong>de</strong> em geral e emtu<strong>do</strong> que se faz. Daí a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizá-la <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> inteligente e eficiente, parapreservar o meio ambiente, aumentar a sua disponibilida<strong>de</strong>, eliminar o <strong>de</strong>sperdício ereduzir os custos operacionais. A energia está presente em todas as ativida<strong>de</strong>s dasocieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna, seja como um serviço essencial à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, seja como umfator <strong>de</strong> produção que impulsiona o <strong>de</strong>senvolvimento econômico. Desse mo<strong>do</strong>, éimportante tratar sua produção e seu uso <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um enfoque sistêmico, superan<strong>do</strong>uma abordagem limitada ao setor, o que acarreta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração <strong>do</strong>componente energético das diversas políticas setoriais.Racionalizar o uso da energia• Buscar a distribuição <strong>de</strong> energia a to<strong>do</strong>s, enfocan<strong>do</strong> o seu uso racional.• Buscar soluções alternativas para comunida<strong>de</strong>s isoladas da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição.• Realizar análise da viabilida<strong>de</strong> das diversas fontes energéticas para a realida<strong>de</strong> local.• Incentivar o uso racional da energia para fins produtivos.• Disponibilizar informações sobre técnicas <strong>de</strong> uso eficiente <strong>de</strong> energia.Garantir a eficácia e eficiência ambiental na geração e uso <strong>de</strong> energia• Estabelecer políticas que integrem aspectos energéticos, ambientais, sociais eeconômicos.• Incentivar a constituição <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> apoio à eficiência energética.• Elaborar política energética para o uso sustentável <strong>de</strong> recursos materiais renováveis.• Implementar campanhas educativas e programas <strong>de</strong> ensino sobre o uso eficiente daenergia.• Apoiar programas <strong>de</strong> rotulagem da eficiência energética <strong>do</strong>s produtos.108


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Garantir a eficácia e eficiência econômica no uso da energia• Levar ao conhecimento <strong>do</strong>s empresários a política <strong>de</strong> tarifação da energia.• Implementar ações que possibilitem a melhoria no processo <strong>de</strong> geração e consumo<strong>de</strong> energia, com abrangência nas áreas rurais.• Incentivar a redução <strong>do</strong> custo da energia.• Divulgar as fontes <strong>de</strong> recursos para pesquisas.• Incentivar o uso <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s blocos <strong>de</strong> energia fora <strong>do</strong> horário <strong>de</strong> ponta.Incentivar a conservação <strong>de</strong> energia• Implementar programas <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> energia• Inserir, no currículo escolar, informações referentes ao uso eficiente da energia e aocombate a seu <strong>de</strong>sperdício.• Disseminar técnicas que economizem energia.• Divulgar as mo<strong>de</strong>rnas técnicas <strong>de</strong> refrigeração.• Dar continuida<strong>de</strong> ao Programa <strong>de</strong> Conservação <strong>de</strong> Energia Elétrica – Procel.Incentivar o uso <strong>de</strong> fontes renováveis <strong>de</strong> energia• Criar formas <strong>de</strong> incentivo às pesquisas voltadas para a geração <strong>de</strong> energiasrenováveis sustentáveis.• Incentivar o uso da biomassa, resíduos sóli<strong>do</strong>s e outras fontes alternativas renováveiscomo fonte primária para a produção <strong>de</strong> energia.• Incentivar o uso <strong>do</strong> bagaço <strong>de</strong> cana para geração <strong>de</strong> energia por combustão,atrela<strong>do</strong> a um sistema <strong>de</strong> filtração antipoluente, especialmente na Zona da Mata.• Promover o plantio <strong>de</strong> florestas energéticas, com vistas a obter um abastecimentosustenta<strong>do</strong> da energia <strong>de</strong> biomassa.• Implantar Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental para a comunida<strong>de</strong>, com foco no uso<strong>de</strong> fontes renováveis <strong>de</strong> energia.• Promover a capacitação <strong>de</strong> recursos humanos e o <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia.• Implantar Projeto Piloto <strong>de</strong> Energia Solar e/ou Eólica nos municípios, em parceria comas universida<strong>de</strong>s, com o objetivo <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>mandas locais.• Incentivar programas para subsidiar a implantação <strong>de</strong> sistemas alternativos <strong>de</strong>energia.• Interiorizar dutovias <strong>de</strong> gás natural.• Estimular, principalmente nas zonas rurais, o uso <strong>de</strong> biodigestores (material orgânico).• Disponibilizar, efetivamente, as tecnologias <strong>de</strong> energia renovável no merca<strong>do</strong>.• Dar priorida<strong>de</strong> ao intercâmbio <strong>de</strong> tecnologias, garantin<strong>do</strong> o completo acesso ada<strong>do</strong>s e informações, sem se restringir às regras <strong>do</strong>s direitos da proprieda<strong>de</strong> industrial.• Os <strong>Governo</strong>s Estadual e Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>vem fazer uma avaliação sistemática <strong>de</strong>investimentos volta<strong>do</strong>s para a energia renovável. Disponibilizar da<strong>do</strong>s sobre energiarenovável (solar, eólica, biomassa, entre outras), <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a embasar as <strong>de</strong>cisões <strong>do</strong>s109


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>investi<strong>do</strong>res nesse tipo <strong>de</strong> projeto.• Os <strong>Governo</strong>s Estadual e Fe<strong>de</strong>ral, a comunida<strong>de</strong> científica e o setor priva<strong>do</strong> <strong>de</strong>vempromover a formação <strong>de</strong> parcerias relativas a pesquisas energéticas sobre tecnologia <strong>de</strong>conversão <strong>de</strong> energia da biomassa em escala industrial, enfatizan<strong>do</strong> aquelas quepo<strong>de</strong>m prover tanto eletricida<strong>de</strong> como os produtos para co-geração (coque, produtosquímicos, fibras, alimentos, etc.).• Promover uma avaliação integrada das necessida<strong>de</strong>s energéticas, levan<strong>do</strong> emconta não só o critério econômico, mas também consi<strong>de</strong>rações sociais, comogeração <strong>de</strong> emprego, gênero e saú<strong>de</strong>.• Dar priorida<strong>de</strong> às áreas rurais, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a criar emprego e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong>empregos e renda, minimizan<strong>do</strong> a pobreza e, conseqüentemente, melhoran<strong>do</strong> aqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.• Estabelecer mecanismos <strong>de</strong> recompensa às ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res dasuniversida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>ral e estadual e <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> pesquisa, associa<strong>do</strong>s à produtivida<strong>de</strong>em pesquisa aplicada.• Dar priorida<strong>de</strong> à utilização <strong>do</strong>s recursos <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s estatais em projetos <strong>de</strong> energiarenovável.3.3 REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAISAs disparida<strong>de</strong>s regionais são muito significativas em <strong>Pernambuco</strong>. Entre as principaiscausas <strong>do</strong> círculo vicioso da concentração <strong>de</strong> renda estão as condições precárias <strong>de</strong>trabalho e a baixa remuneração para o segmento <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res com baixa ounenhuma escolarida<strong>de</strong>. O uso abusivo <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra infantil e <strong>de</strong> a<strong>do</strong>lescentes vemcomprometen<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento psicossocial e educacional <strong>de</strong>sses grupos. O <strong>de</strong>safio<strong>de</strong> gerar novas fronteiras <strong>de</strong> ocupação e renda, com ênfase nas ativida<strong>de</strong>s econômicasvoltadas para o aumento das <strong>de</strong>mandas por posto <strong>de</strong> trabalho, requer uma série <strong>de</strong>ações.Foram cinco as estratégias propostas para este eixo temático: combate à pobreza,educação para o <strong>de</strong>senvolvimento, saú<strong>de</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento, fortalecimento <strong>de</strong>grupos vulneráveis e combate à violência.Estratégia 7: Combate à PobrezaA pobreza e a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social são marcas evi<strong>de</strong>ntes na socieda<strong>de</strong> pernambucana.A pobreza atinge mais diretamente as zonas rurais e as crianças que fazem parte <strong>de</strong>famílias numerosas. Mas é nas gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s que se encontram as maioresdisparida<strong>de</strong>s sociais e também a maior incidência <strong>de</strong> conflitos.Promover a geração <strong>de</strong> trabalho e renda110


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• I<strong>de</strong>ntificar, fortalecer e complementar as ativida<strong>de</strong>s produtivas, baseadas nasoportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> econômica, e a participação social dascomunida<strong>de</strong>s urbanas e rurais, <strong>do</strong>s pequenos produtores e suas famílias.• Ampliar, monitorar e avaliar o escopo da política nacional <strong>de</strong> qualificaçãoprofissional, incentivan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações voltadas para a valorização<strong>do</strong>s indivíduos, divulgan<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s da avaliação.• Qualificar pequenos e médios produtores rurais e urbanos para trabalhar nas ca<strong>de</strong>iasprodutivas estratégicas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>: avicultura (Mata Norte), gesso e apicultura(Araripe), turismo (Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife – RMR, e Mata Norte e Sul),caprinocultura (Pajeú e Moxotó), pecuária leiteira (Agreste Meridional), cultura damandioca, piscicultura e artesanato (Mata Norte), fruticultura, agricultura irrigada eapicultura (Submédio São Francisco)• Incentivar a instalação <strong>de</strong> Agências <strong>de</strong> Trabalho e fóruns afins.• Implantar, divulgar e <strong>de</strong>sburocratizar o sistema <strong>de</strong> microcrédito, buscan<strong>do</strong>alternativas através <strong>do</strong> apoio <strong>de</strong> instituições financeiras oficiais.• Ampliar a abrangência <strong>do</strong> chama<strong>do</strong> Sistema S (Serviço Nacional <strong>de</strong> AprendizagemComercial – Senac; Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Industrial – Senai; ServiçoSocial <strong>do</strong> Comércio – Sesc; Serviço Social da Indústria – Sesi; Serviço Brasileiro <strong>de</strong> Apoioàs Micro e Pequenas Empresas – Sebrae; e Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Rural –Senar), através da capacitação direcionada aos trabalha<strong>do</strong>res, associada aosrecursos <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Amparo ao Trabalha<strong>do</strong>r – FAT.• I<strong>de</strong>ntificar nichos <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> (<strong>de</strong>mandas insatisfeitas) e promover o turismoecológico, cultural e rural.• Dinamizar a economia regional, em caráter <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>r, visan<strong>do</strong> ofortalecimento das estruturas administrativas locais e a geração <strong>de</strong> renda para apopulação mais carente.• Promover qualificação <strong>de</strong> pequenos e médios produtores rurais e urbanos paratrabalhar nas ca<strong>de</strong>ias produtivas estratégicas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.• I<strong>de</strong>ntificar as necessida<strong>de</strong>s locais e regionais <strong>de</strong> qualificação profissional,incentivan<strong>do</strong> a promoção <strong>de</strong> capacitações necessárias para o acesso <strong>do</strong>s indivíduose grupos ao merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.• Incentivar a instalação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> informações e agenciamento <strong>de</strong> trabalho,fortalecen<strong>do</strong> as comissões municipais <strong>de</strong> emprego. Incentivar a criação e facilitar oacesso a sistemas <strong>de</strong> microcrédito.• Estimular a participação das comunida<strong>de</strong>s e municípios no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s econômicas integradas, objetivan<strong>do</strong> beneficiar toda a população.• Incentivar a instalação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> informações e agenciamento <strong>do</strong> trabalho,fortalecen<strong>do</strong> as Comissões Municipais <strong>de</strong> Emprego, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a assegurar ascapacitações necessárias para o acesso <strong>de</strong> indivíduos e grupos ao merca<strong>do</strong> <strong>de</strong>trabalho.• Manter e ampliar o Programa Primeiro Emprego em to<strong>do</strong>s os municípios.111


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Estratégia 8: Educação para o DesenvolvimentoO aspecto mais marcante da pobreza <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> é o baixo nível educacional, fazen<strong>do</strong>com que o acesso das camadas <strong>de</strong> menor nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> fique restrito aos postos<strong>de</strong> baixa produtivida<strong>de</strong> e pequena remuneração. A experiência bem-sucedida <strong>de</strong>diversos programas para ampliar o atendimento escolar e a permanência <strong>do</strong>s alunos nasescolas tem <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> a viabilida<strong>de</strong> da reversão <strong>do</strong> atual quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>social. Para tanto, são necessárias ações para:Garantir o acesso universal e a permanência <strong>do</strong>s alunos nas escolas• Apoiar o fortalecimento educacional <strong>de</strong> mulheres, melhoran<strong>do</strong> o acesso à educaçãobásica e superior, treinamento e capacitação, com ênfase na inclusão da questão<strong>do</strong> gênero.• Garantir políticas públicas e/ou fortalecer programas que visem a permanência <strong>de</strong>todas as crianças e a<strong>do</strong>lescentes na escola (ex.: programas Bolsa-escola e RendaMínima).• Estimular o acesso ao ensino superior.• Garantir a permanência <strong>do</strong> aluno na escola, através da disseminação <strong>de</strong> práticasesportivas.• Intensificar o atendimento educacional aos grupos indígenas.• Ampliar e garantir o atendimento aos não-alfabetiza<strong>do</strong>s, através <strong>de</strong> programas <strong>de</strong>aceleração <strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong>.Promover a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino• Priorizar a formação <strong>de</strong> professores, da equipe técnica e administrativa, parapromover ativida<strong>de</strong>s voltadas para o Desenvolvimento Sustentável.• Inibir a discriminação racial e social, bem como as práticas <strong>de</strong> violência e <strong>de</strong> uso <strong>de</strong>drogas, álcool e fumo nas escolas.• Incentivar a discussão nas escolas sobre questões éticas, culturais e artísticas,favorecen<strong>do</strong> a inclusão das diferenças.• Rever os critérios da política <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>s alunos, especialmente no que sereferem às práticas pedagógicas e ao conceito <strong>de</strong> reprovação escolar.• Criar instrumentos <strong>de</strong> acompanhamento e avaliação da política educacional,através da implantação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> controle social: Conselhos Escolares,Grêmios, Associações <strong>de</strong> Pais e Mestres, entre outros.• Desenvolver política <strong>de</strong> valorização <strong>do</strong>s profissionais <strong>de</strong> educação e estimular apromoção da educação entre os sistemas formais e informais.• Promover mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização e controle social nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino,implantan<strong>do</strong> mecanismos <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, envolvimento e controle social dasativida<strong>de</strong>s escolares.112


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Democratizar o acesso <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes e jovens ao ensino médio, garantin<strong>do</strong> adistribuição gratuita <strong>de</strong> material didático específico, amplian<strong>do</strong>-se a oferta <strong>de</strong> vagas,com construção <strong>de</strong> escolas técnicas profissionalizantes em todas as regiões <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>.Promover o treinamento e a capacitação profissionalizantes• Implementar um processo <strong>de</strong> capacitação continuada para os <strong>do</strong>centes.• Articular e favorecer parcerias <strong>do</strong> Sistema S (Senac, Senai, Sesi, Sebrae, Senar) com asunida<strong>de</strong>s educacionais formais e informais, amplian<strong>do</strong> o número <strong>de</strong> vagas ebaratean<strong>do</strong> os seus custos.• Qualificar pessoal para trabalhar nas ca<strong>de</strong>ias produtivas estratégicas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.• Dar priorida<strong>de</strong> à formação <strong>de</strong> professores, da equipe técnica e administrativa, parapromover ativida<strong>de</strong>s voltadas para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.Promover a educação e a conscientização ambiental• Implementar a <strong>Agenda</strong> Comum <strong>de</strong> Educação Ambiental <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, respeitan<strong>do</strong> asdiferenças locais e regionais, sob a coor<strong>de</strong>nação da Secretaria Estadual <strong>de</strong> Ciência,Tecnologia e Meio Ambiente – Sectma.• Fortalecer programas <strong>de</strong> educação ambiental e patrimonial que promovam um<strong>de</strong>bate abrangente acerca da interação <strong>do</strong>s ambientes natural e construí<strong>do</strong> nosmunicípios.• Integrar a educação ambiental nos vários níveis <strong>do</strong> ensino, por meio <strong>de</strong> currículosescolares, priorizan<strong>do</strong> a educação infantil, sen<strong>do</strong> esta a base para a formação <strong>do</strong>cidadão crítico e atuante na socieda<strong>de</strong>.• Implementar programa <strong>de</strong> educação ambiental, valorizan<strong>do</strong> os recursos naturais econscientizan<strong>do</strong> os alunos da importância <strong>do</strong>s ecossistemas.• Promover programas <strong>de</strong> educação ambiental que incentivem práticas <strong>de</strong>reciclagem <strong>de</strong> lixo, reuso da água, recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, entre outros.Estratégia 9: Saú<strong>de</strong> para o DesenvolvimentoDiversos são os fatores que causam problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: poluição da água e <strong>do</strong> ar,distribuição <strong>de</strong> água sem aten<strong>de</strong>r aos requisitos <strong>de</strong> potabilida<strong>de</strong>, sistema <strong>de</strong>ficitário <strong>de</strong>esgotamento sanitário e eliminação ina<strong>de</strong>quada <strong>do</strong> lixo produzi<strong>do</strong>, entre outros. Taisfatores estão associa<strong>do</strong>s aos riscos <strong>de</strong> contaminação química e aos perigos <strong>do</strong>crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> das aglomerações urbanas <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional.Além disso, a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r é ameaçada por conta <strong>do</strong> uso indiscrimina<strong>do</strong> <strong>de</strong>agrotóxicos na agricultura e por ambientes industriais <strong>de</strong> alto risco ambiental. Paraenfrentar esses <strong>de</strong>safios, são necessárias ações para:113


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Garantir o acesso universal aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>• Integrar as preocupações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em estratégias, políticas e programas <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento sustentável.• Intensificar o atendimento <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> aos grupos indígenas.• Garantir o acesso universal aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (preventiva e curativa).• Promover o uso <strong>de</strong> plantas medicinais para, em conjunto com a medicina tradicional,promover a saú<strong>de</strong> coletiva.• Implementar o programa <strong>de</strong> Agente <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Ambiental.• Combater o HIV/Aids, como parte fundamental <strong>de</strong> todas as estratégias <strong>de</strong> reduçãoda pobreza, <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e crescimento econômico.• Direcionar esforços na prevenção da saú<strong>de</strong> da mulher e da família.• Promover a saú<strong>de</strong>, asseguran<strong>do</strong> o acesso universal à alimentação suficiente, segura,culturalmente aceitável e nutricionalmente a<strong>de</strong>quada, implementan<strong>do</strong> oscompromissos assumi<strong>do</strong>s na Cúpula Mundial <strong>de</strong> Alimentação e na Cúpula <strong>do</strong> Milênio.Promover a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>• Promover mecanismos <strong>de</strong> controle social e <strong>de</strong>scentralização nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Desenvolver sistemas <strong>de</strong> informações relaciona<strong>do</strong>s à saú<strong>de</strong> e banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>sintegra<strong>do</strong>s sobre <strong>de</strong>senvolvimento, exposições ambientais e saú<strong>de</strong>, possibilitan<strong>do</strong> oacesso público a essas informações.• Estabelecer um sistema <strong>de</strong> investigação <strong>de</strong> óbito infantil, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> seus fatores,riscos e causas.• Consolidar a <strong>de</strong>scentralização e o controle social <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> vigilânciaepi<strong>de</strong>miológica e sanitária <strong>do</strong> Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SUS.• Investigar o óbito da mulher em ida<strong>de</strong> fértil, seus fatores <strong>de</strong> risco, causas e local,<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> ações para a redução da morbimortalida<strong>de</strong> materna.• Implementar programas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> volta<strong>do</strong>s para situações <strong>de</strong> emergências eepi<strong>de</strong>mias.• Apoiar pesquisas, visan<strong>do</strong> erradicar, <strong>de</strong> forma ambientalmente saudável, ameaças àsaú<strong>de</strong>, como malária, tuberculose, <strong>de</strong>ngue e outras <strong>do</strong>enças endêmicas, parasíticase infecciosas.• Dar priorida<strong>de</strong> às ações <strong>de</strong> medicina preventiva, <strong>de</strong> maneira a diminuir os índices <strong>de</strong>morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> da população, através <strong>do</strong> incentivo ao uso <strong>de</strong> remédiosfitoterápicos e alimentos alternativos, elabora<strong>do</strong>s com recursos naturais da região.• Garantir o atendimento médico às vítimas <strong>de</strong> abuso e exploração sexual e suasfamílias, através da criação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento na re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,constituídas por equipes multidisciplinares.114


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Promover a saú<strong>de</strong> da mulher• Investigar o óbito da mulher em ida<strong>de</strong> fértil, seus fatores <strong>de</strong> risco, causas e locais,<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> ações para a redução da morbimortalida<strong>de</strong> materna.• Promover uma maternida<strong>de</strong> segura e sem <strong>do</strong>r, incentivan<strong>do</strong> os partos naturais einforman<strong>do</strong> sobre os riscos <strong>do</strong> parto cesariana.• Ampliar as campanhas <strong>de</strong> controle preventivo <strong>do</strong> câncer uterino e <strong>de</strong> mama.• Promover campanhas para redução <strong>do</strong> número <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z precoce dasa<strong>do</strong>lescentes.• Aumentar o controle para localização e punição <strong>de</strong> clínicas e locais on<strong>de</strong> vêm sen<strong>do</strong>feitos abortos ilegais.• Incentivar campanhas <strong>de</strong> planejamento familiar.• Aumentar o número <strong>de</strong> creches pré-escolares, para facilitar a inserção das mulheresmãesno merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.• Dar priorida<strong>de</strong> ao atendimento a mulheres chefes <strong>de</strong> família.Promover a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r• Utilizar o local <strong>de</strong> trabalho como espaço para lidar com problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública,tais como HIV/Aids, seguin<strong>do</strong> o Código <strong>de</strong> Práticas da Organização Internacional <strong>do</strong>Trabalho.• Promover capacitações periódicas, dirigidas ao pessoal <strong>do</strong> serviço público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>e das empresas e entida<strong>de</strong>s sindicais e patronais, voltadas à redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<strong>de</strong> trabalho.• Implementar programas <strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong> tecnologias para garantir água segura,esgotamento sanitário <strong>do</strong>s <strong>de</strong>jetos e manejo a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>sno meio urbano e rural, reduzin<strong>do</strong> os índices <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> veiculação hídrica e <strong>de</strong>caráter ambiental.Estratégia 10: Fortalecimento <strong>de</strong> Grupos VulneráveisAs precárias condições <strong>de</strong> vida das mulheres pobres evi<strong>de</strong>nciam a importância <strong>de</strong> selevar em consi<strong>de</strong>ração a discriminação <strong>de</strong> gênero. Constata-se também, nas famíliassituadas abaixo da linha <strong>de</strong> pobreza, a existência significativa <strong>de</strong> mulheres chefes <strong>de</strong>família. Quanto à população negra, verifica-se que ela tem reduzidas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mobilida<strong>de</strong> social ascen<strong>de</strong>nte, é socialmente vulnerável e geralmente tem acesso restritoàs oportunida<strong>de</strong>s educacionais <strong>de</strong> melhor qualida<strong>de</strong>. Outro grupo relevante napopulação pernambucana são as tribos indígenas remanescentes, que vivemprecariamente. A vulnerabilida<strong>de</strong> social se revela também na dimensão crescente daviolência em suas diversas manifestações, configuran<strong>do</strong> um tipo específico <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>miasocial, atingin<strong>do</strong> toda a socieda<strong>de</strong>. Para solucionar esses problemas, as seguintes açõesse fazem necessárias:115


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Melhorar as condições <strong>de</strong> vida da mulher• Combater a violência contra a mulher, tanto a da esfera familiar quanto a da rua,amplian<strong>do</strong> a sua segurança física e psicológica.• Assegurar terra e moradia para a mulher, garantin<strong>do</strong> o seu espaço <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong>vida.• Garantir melhores salários para as professoras, possibilitan<strong>do</strong> o eficiente <strong>de</strong>sempenhodas suas funções enquanto educa<strong>do</strong>ra.• Aumentar a participação da mulher nas escolas e universida<strong>de</strong>s, amplian<strong>do</strong> as suasoportunida<strong>de</strong>s no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho e o conceito <strong>de</strong> cidadania.• Assegurar a não-discriminação da mulher nos currículos e livros e resgatar sua imagemfeminina, tornan<strong>do</strong>-a digna no imaginário coletivo.• Garantir os direitos reprodutivos da mulher, como opção ao exercício damaternida<strong>de</strong> e fator <strong>de</strong> dinâmica populacional.• Ampliar os programas volta<strong>do</strong>s à saú<strong>de</strong> da mulher, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> às necessida<strong>de</strong>sespecíficas <strong>do</strong> feminino e garantin<strong>do</strong> o seu direito à saú<strong>de</strong> como condição digna <strong>de</strong>cidadã.• Apoiar projetos e pesquisas sobre a mulher, nos seus diversos aspectos, amplian<strong>do</strong> osconhecimentos sobre a sua realida<strong>de</strong> específica, para a orientação <strong>de</strong> políticas quenorteiem práticas <strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong> social.• Lutar contra a discriminação da mulher no trabalho, possibilitan<strong>do</strong> maior igualda<strong>de</strong> nomerca<strong>do</strong>.• Garantir igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s na função pública, asseguran<strong>do</strong> à mulherespaço equânime para o exercício <strong>de</strong> vocações <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança e <strong>de</strong> qualificaçãoprofissional.Melhorar as condições <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte• Combater a discriminação racial nas escolas, garantin<strong>do</strong> o acesso e o tratamentodigno aos afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes.• Ampliar as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho e emprego para o afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte,resgatan<strong>do</strong>, pela sua inserção no merca<strong>do</strong>, o seu espaço <strong>de</strong> exercício da cidadania.• Valorizar as manifestações culturais da raça afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, amplian<strong>do</strong> oreconhecimento da sua contribuição na formação da cultura local e nacional.• Valorizar a diversida<strong>de</strong> racial, incluin<strong>do</strong> e apoian<strong>do</strong> a participação <strong>do</strong>s afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntesnos meios <strong>de</strong> comunicação, resgatan<strong>do</strong>-lhes, no imaginário coletivo,um espaço social digno e respeita<strong>do</strong>.• Ampliar as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inserção <strong>do</strong>s afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes nas universida<strong>de</strong>s,garantin<strong>do</strong> acesso à informação, ao conhecimento e à qualificação como força-<strong>de</strong>trabalho,facilitan<strong>do</strong> a sua participação igualitária no merca<strong>do</strong>.• Ampliar o controle da anemia falciforme, que atinge sobretu<strong>do</strong> os afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes,como forma <strong>de</strong> promoção da eqüida<strong>de</strong> social no acesso à saú<strong>de</strong>, satisfazen<strong>do</strong> asnecessida<strong>de</strong>s especiais <strong>do</strong> grupo.116


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Ampliar as relações com a África, através <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> cooperação técnica,educacional e cultural, como forma <strong>de</strong> estabelecimento <strong>de</strong> relações <strong>de</strong>solidarieda<strong>de</strong> internacional entre culturas afins.• Valorizar a participação da população afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte nos esportes, fomentan<strong>do</strong>pesquisas científicas sobre seu <strong>de</strong>sempenho esportivo, como forma <strong>de</strong><strong>de</strong>mocratização <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> tempo livre e <strong>do</strong> lazer e como espaço para atuação <strong>de</strong>profissionais.• Aperfeiçoar os mecanismos jurídicos para penalizar os crimes <strong>de</strong> racismo, impedin<strong>do</strong>a impunida<strong>de</strong> e a reprodução <strong>de</strong> um imaginário racialmente preconceituoso.• Promover estu<strong>do</strong>s e pesquisas volta<strong>do</strong>s à população afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, possibilitan<strong>do</strong>a ampliação das informações e conhecimentos sobre as suas especificida<strong>de</strong>seconômicas, políticas, sociais e biopsicológicas, para a orientação <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong>eqüida<strong>de</strong>.• Proteger o patrimônio histórico-cultural <strong>do</strong>s quilombos, resgatan<strong>do</strong> o importante papel<strong>de</strong>ssas organizações nas histórias local e nacional.Melhorar as condições <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> indígena• Combater a discriminação racial contra os índios, garantin<strong>do</strong> a sua participaçãosocial ampla e o respeito ao exercício <strong>de</strong> suas especificida<strong>de</strong>s étnicas.• Ampliar as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho e emprego para o índio, possibilitan<strong>do</strong> umamaior inclusão social, através da inserção econômica.• Valorizar as manifestações culturais da raça indígena, resgatan<strong>do</strong> a importância dasua contribuição para a formação cultural local e nacional.• Garantir o respeito aos limites <strong>do</strong>s territórios indígenas, asseguran<strong>do</strong>-os enquantoespaço para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua economia e <strong>de</strong> sua cultura.• Promover a saú<strong>de</strong> das tribos indígenas, asseguran<strong>do</strong>-lhes o acesso aos serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> preventiva e curativa, tanto em re<strong>de</strong> oficial como no seu espaço tribal,respeitan<strong>do</strong> as suas tradições e costumes.• Divulgar o acervo indígena existente como elemento atrativo para o turismo,resgatan<strong>do</strong> o papel <strong>de</strong>ssas comunida<strong>de</strong>s nas histórias local e nacional e amplian<strong>do</strong>as suas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inserção no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.• Promover estu<strong>do</strong>s e pesquisas volta<strong>do</strong>s à população indígena, resgatan<strong>do</strong> a suahistória e o seu acervo, assim como amplian<strong>do</strong> as informações e conhecimentossobre suas especificida<strong>de</strong>s sociais, econômicas, políticas e biopsíquicas.• Proteger o patrimônio histórico-cultural das tribos <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, recuperan<strong>do</strong> aimportância das suas contribuições para a história <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Melhorar as condições <strong>de</strong> vida da criança e <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescenteEducação• Implementar a estratégia <strong>de</strong> integração <strong>do</strong> Estatuto da Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente –117


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>ECA, com os currículos escolares, os programas <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores e arealização <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> divulgação para alunos, professores e pais.• Rever os critérios da política <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>s alunos, especialmente no que se refereàs práticas pedagógicas e ao conceito <strong>de</strong> reprovação escolar.• Promover o protagonismo juvenil e a Educação <strong>de</strong> Jovens e Adultos – EJA,estimulan<strong>do</strong> os alunos a <strong>de</strong>senvolverem suas potencialida<strong>de</strong>s afetivas, artísticas eprofissionais.• Criar instrumentos <strong>de</strong> acompanhamento e avaliação da política educacional,através da implantação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> controle social: Conselhos Escolares,Grêmios, Associações <strong>de</strong> Pais e Mestres, etc.• Democratizar o acesso <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes e jovens ao ensino médio, garantin<strong>do</strong> adistribuição gratuita <strong>de</strong> material didático específico, amplian<strong>do</strong>-se a oferta <strong>de</strong> vagas,com a construção <strong>de</strong> escolas técnicas profissionalizantes nas sete regiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.• Fortalecer e reconhecer o trabalho educacional <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> nas escolas comunitárias,organizações não-governamentais – ONGs, e <strong>de</strong>mais entida<strong>de</strong>s representativas dasocieda<strong>de</strong> civil.Saú<strong>de</strong>• Garantir o acesso da população a serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, através damelhoria das condições físicas <strong>do</strong>s postos e hospitais, da aquisição <strong>de</strong> equipamentose medicamentos e da contratação <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com asnecessida<strong>de</strong>s locais.• Priorizar as ações <strong>de</strong> medicina preventiva, <strong>de</strong> maneira a diminuir os índices <strong>de</strong>morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> da população, através <strong>do</strong> incentivo ao uso <strong>de</strong> remédiosfitoterápicos e alimentos alternativos, elabora<strong>do</strong>s com recursos naturais da região.• Implantar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> registro para notificação e atendimento às crianças ea<strong>do</strong>lescentes vítimas da violência, através da criação <strong>de</strong> retaguarda na área <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>.• Implantar e/ou implementar o Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente – Prosad, emto<strong>do</strong>s os municípios.• Desenvolver campanhas preventivas e criar atendimento especializa<strong>do</strong>, por região,para crianças e a<strong>do</strong>lescentes, no que se refere a uso <strong>de</strong> drogas, abuso sexual, maustratose <strong>do</strong>enças sexualmente transmissíveis.• Realizar campanhas <strong>de</strong> divulgação <strong>do</strong> ECA entre os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• A<strong>de</strong>quar os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ao atendimento <strong>de</strong> pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>sespeciais.Emprego e renda• Intensificar as ações <strong>de</strong> prevenção e erradicação <strong>do</strong> trabalho infantil.• Ampliar e diversificar a oferta <strong>de</strong> cursos profissionalizantes e <strong>de</strong> projetos para jovensempreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res.118


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Aproveitar o ambiente <strong>de</strong> praia <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> para ampliar o programa <strong>de</strong>a<strong>do</strong>lescentes guias turísticos em to<strong>do</strong>s os municípios.• Manter e ampliar o Programa Primeiro Emprego em to<strong>do</strong>s os municípios.Segurança pública• Promover a integração das ações entre os Conselhos Tutelares, as Prefeituras, oMinistério Público, as Polícias Militar e Civil e a socieda<strong>de</strong> civil organizada.• Criar Delegacias e Varas Especializadas da Infância, voltadas ao atendimento <strong>de</strong>crianças e a<strong>do</strong>lescentes vítimas e infratores.• Estimular a realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncias e o respeito às normas e diretrizes estabelecidas noEstatuto da Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente – ECA, bem como garantir o sigilo da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>r.• Realizar campanhas para estimular a população a <strong>de</strong>nunciar os casos em que ascrianças e a<strong>do</strong>lescentes são vítimas da violência.• Capacitar to<strong>do</strong>s os segmentos sociais envolvi<strong>do</strong>s no atendimento às crianças ea<strong>do</strong>lescentes vítimas e infratores, ten<strong>do</strong> como perspectiva a humanização e amelhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços presta<strong>do</strong>s.• Avaliar e qualificar nosso sistema <strong>de</strong> segurança pública (Polícia Militar e Civil) paranão ocorrer abuso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, principalmente contra crianças e a<strong>do</strong>lescentes.Programa Suplementar <strong>de</strong> Assistência Social• Implantar creches, abrigos e casas <strong>de</strong> passagem, priorizan<strong>do</strong> a criação <strong>de</strong> núcleos<strong>de</strong> atendimento regionaliza<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>s.Abuso e Exploração Sexual• Criar/implementar programas específicos para aten<strong>de</strong>r as vítimas <strong>de</strong> abuso eexploração sexual e <strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong> violência praticadas contra crianças ea<strong>do</strong>lescentes.• Garantir o atendimento médico às vítimas <strong>de</strong> abuso e exploração sexual e a suasfamílias, através da criação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento na re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,constituídas por equipes multidisciplinares.• Realizar campanhas para conscientizar as famílias sobre a importância <strong>de</strong> <strong>de</strong>nunciaro abuso e a exploração sexual, bem como todas as formas <strong>de</strong> violência e maus-tratospratica<strong>do</strong>s contra as crianças e os a<strong>do</strong>lescentes.• Garantir a regionalização das ações <strong>de</strong>senvolvidas pela Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Combate ao Abusoe Exploração Sexual, através da sua instalação em cida<strong>de</strong>s-pólo.• Criar Delegacias Especializadas para o atendimento das vítimas <strong>de</strong> abuso eexploração sexual e <strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong> violência praticadas contra as crianças ea<strong>do</strong>lescentes.119


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Melhorar as condições <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s mais carentes• Ampliar programas <strong>de</strong> valorização e inclusão, nos espaços municipais, <strong>do</strong>s indivíduosporta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais.• Implantar e ampliar centros <strong>de</strong> atendimento a pessoas e famílias em esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>miséria, garantin<strong>do</strong> acesso imediato à satisfação <strong>de</strong> carências <strong>de</strong> alimentação,saú<strong>de</strong> e habitação, em complementarida<strong>de</strong> aos programas públicos já existentes.• Assegurar assistência social, econômica e psicológica aos segmentos da populaçãoatingi<strong>do</strong>s por catástrofes naturais e crises sociais.Estratégia 11: Combate à ViolênciaO problema <strong>do</strong> aumento da violência, particularmente nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior porte, vemse agravan<strong>do</strong> nos últimos anos e tem se torna<strong>do</strong> um fator <strong>de</strong> risco, reduzin<strong>do</strong> o número<strong>de</strong> turistas internacionais e trazen<strong>do</strong> sérias conseqüências à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dapopulação local. O grupo populacional mais atingi<strong>do</strong> tem si<strong>do</strong> os jovens, que secolocam, freqüentemente, em situações <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong>. O combate à violência nassuas diversas formas requer o envolvimento <strong>do</strong>s diversos setores da socieda<strong>de</strong>.Reduzir a violência nos seus diversos aspectos• Implementar serviços <strong>de</strong> prevenção e enfrentamento da violência, estimulan<strong>do</strong> aformação <strong>de</strong> conselhos comunitários <strong>de</strong> segurança.• Promover assistência e garantir o monitoramento <strong>de</strong> crianças, a<strong>do</strong>lescentes emulheres vítimas <strong>de</strong> violência.• Implantar centros <strong>de</strong> atendimento às vítimas <strong>de</strong> violência, elaboran<strong>do</strong> registros <strong>de</strong>casos <strong>de</strong> violência e suas causas e estabelecen<strong>do</strong> ações para reintegração na vidafamiliar e social.Promover a segurança para o <strong>de</strong>senvolvimento com qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida• Integrar o Sistema <strong>de</strong> Justiça Criminal ao Sistema <strong>de</strong> Meio Ambiente.• Fortalecer e conscientizar o Sistema <strong>de</strong> Segurança Pública para as questõesambientais.• Apoiar a implementação <strong>de</strong> estruturação material e a reforma da postura <strong>do</strong>utrinária<strong>do</strong>s órgãos <strong>de</strong> segurança para a <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> cidadão.• Apoiar as práticas comunitárias <strong>de</strong> segurança pública.• Assegurar o fortalecimento da Política Ambiental <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> SegurançaPública e <strong>de</strong> Meio Ambiente.• Promover o fortalecimento <strong>do</strong> controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos ambientais, através <strong>de</strong> políticareeducativa, reparatória, e não apenas punitiva.120


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>3.4 GESTÃO DE RECURSOS NATURAISA gestão <strong>do</strong>s recursos é uma ativida<strong>de</strong> complexa e envolve ações <strong>de</strong> diversas naturezas.Destacam-se, entre elas, ações que buscam operacionalizar diretrizes <strong>de</strong> uso eregulação <strong>do</strong> solo, <strong>de</strong> conservação da biodiversida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> controle da qualida<strong>de</strong>ambiental e da gestão propriamente dita <strong>do</strong>s recursos naturais.As estratégias apontadas neste eixo temático foram: regulação <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong>solo, uso e conservação da biodiversida<strong>de</strong>, medidas <strong>de</strong> controle e qualida<strong>de</strong> ambiental,gestão integrada <strong>do</strong>s recursos hídricos.Estratégia 12: Regulação <strong>do</strong> Uso e Ocupação <strong>do</strong> SoloDefine a utilização potencial <strong>do</strong> solo para sua produção e conservação. Para isso, utilizase<strong>do</strong> zoneamento, da articulação e <strong>do</strong> gerenciamento <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s espaciais <strong>de</strong>importância para a biodiversida<strong>de</strong> e para a conservação <strong>do</strong>s recursos naturais.Proteger o solo• Evitar a <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> solo, prevenin<strong>do</strong> a acidificação, a salinização e a<strong>de</strong>sertificação provocadas por manejo ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.• Realizar inventário das fontes <strong>de</strong> poluição/contaminantes e <strong>de</strong> seus níveis <strong>de</strong> risco nosdiferentes biomas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e em bacias hidrográficas.• Criar incentivos ao produtor rural, no tocante ao reflorestamento das áreas <strong>de</strong> matasciliares com vegetação nativa da região.• Recuperar as áreas <strong>de</strong> preservação permanente, reserva legal, recarga <strong>de</strong> aqüíferose proteção <strong>de</strong> mananciais, suscetíveis à <strong>de</strong>sertificação e <strong>de</strong>gradadas por exploraçãomineral.Elaborar o zoneamento ecológico-econômico• Realizar zoneamento ecológico-econômico no Esta<strong>do</strong>, salientan<strong>do</strong> a variávelsocioambiental.• Implantar Projetos <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> ao zoneamentoespecifica<strong>do</strong> para cada localida<strong>de</strong>.• Regular o uso e a ocupação <strong>do</strong> solo, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>: o zoneamento ecológicoeconômico-ambientalrealiza<strong>do</strong>, a articulação e o gerenciamento <strong>do</strong>s corre<strong>do</strong>resecológicos e das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação já estabelecidas e os ecossistemas <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.• Incentivar a elaboração <strong>de</strong> instrumentos técnicos <strong>de</strong> valoração ecológico-urbana,subsidian<strong>do</strong> uma política <strong>de</strong> gestão ambiental nas cida<strong>de</strong>s.1<strong>21</strong>


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>I<strong>de</strong>ntificar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong>s recursos minerais• I<strong>de</strong>ntificar a capacida<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> exploração racional <strong>do</strong>s recursos minerais naPlataforma Continental jurídica brasileira e no meio terrestre.• Estabelecer priorida<strong>de</strong>s, cotas e cronogramas, visan<strong>do</strong> a utilização sustentável <strong>do</strong>srecursos minerais.• Criar e ampliar o sistema <strong>de</strong> fiscalização para os Conselhos Municipais e ComissõesRegionais referentes ao exercício <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong>.Estratégia 13: Uso e Conservação da Biodiversida<strong>de</strong>Sugere-se a implementação e ampliação <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação e corre<strong>do</strong>resecológicos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, o manejo sustentável e a conservação das espécies ameaçadas<strong>de</strong> extinção, buscan<strong>do</strong> resgatar o conhecimento das populações indígenas edisciplinan<strong>do</strong> a utilização <strong>de</strong> organismos geneticamente modifica<strong>do</strong>s.Implementar e ampliar as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação• Criar Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>de</strong> Proteção Integral, compatibilizan<strong>do</strong>-as com oSistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação – Snuc.• Implementar as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação existentes no Esta<strong>do</strong>, avalian<strong>do</strong> acategoria <strong>de</strong> manejo e instalan<strong>do</strong> infra-estrutura a<strong>de</strong>quada para o seufuncionamento.• Ampliar a representativida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s ecossistemas existentes no Esta<strong>do</strong>, recuperan<strong>do</strong>-ose protegen<strong>do</strong>-os, através da criação <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>de</strong> ProteçãoIntegral.• Promover o inventário da fauna e da flora das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação.• Estabelecer os procedimentos <strong>de</strong> gestão para as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manejo sustentável.• Incentivar a criação <strong>de</strong> Reservas Privadas <strong>do</strong> Patrimônio Natural – RPPN, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> euniformizan<strong>do</strong> os critérios <strong>de</strong> manejo nos âmbitos fe<strong>de</strong>ral e estadual.Implantar corre<strong>do</strong>res ecológicos• Mapear o Esta<strong>do</strong> para reconhecimento das regiões <strong>de</strong> interesse estratégico, visan<strong>do</strong>a conservação da diversida<strong>de</strong> biológica, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o zoneamento realiza<strong>do</strong>.• Implantar corre<strong>do</strong>res regionais, utilizan<strong>do</strong> os referenciais <strong>do</strong>s corre<strong>do</strong>res ecológicosbrasileiros e contemplan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os ecossistemas pernambucanos.• Integrar as reservas legais e as áreas <strong>de</strong> preservação permanente ao sistema estadual<strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, visan<strong>do</strong> a sua participação na formação <strong>de</strong>corre<strong>do</strong>res ecológicos.• Utilizar o zoneamento ecológico-econômico-ambiental para <strong>de</strong>finir o manejosustentável das áreas em produção, buscan<strong>do</strong> a compatibilização das ativida<strong>de</strong>seconômicas e sociais com a preservação.122


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Incentivar o manejo sustentável <strong>de</strong> espécies florestais para a produção <strong>de</strong>ma<strong>de</strong>ira• Aproveitar os resíduos e subprodutos da exploração <strong>do</strong>s recursos florestais, a partir daabertura <strong>de</strong> novos merca<strong>do</strong>s, como o artesanato, e da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novosprodutos <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sse aproveitamento.• Promover e difundir novas tecnologias <strong>de</strong> utilização sustentável <strong>do</strong>s recursos florestais.• Desenvolver técnicas para a recuperação ambiental <strong>de</strong> ecossistemas <strong>de</strong>grada<strong>do</strong>s,avalian<strong>do</strong> os impactos potenciais <strong>de</strong> programas sobre os ecossistemas e as espécies;e incrementar a reabilitação e o uso <strong>de</strong> terras <strong>de</strong>gradadas, mediante oreflorestamento com espécies nativas ou exóticas e por meio <strong>do</strong> manejo daregeneração natural, com especial ênfase para as áreas sob ameaça ou emprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação.• Implantar viveiros para produzir mudas florestais, objetivan<strong>do</strong> trabalhar a reposição <strong>de</strong>florestas pernambucanas.Conservar os organismos ameaça<strong>do</strong>s <strong>de</strong> extinção• I<strong>de</strong>ntificar, localizar e recuperar, no Esta<strong>do</strong>, os hábitats das espécies ameaçadas.• Realizar, <strong>de</strong> forma contínua, uma revisão <strong>do</strong> status <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>ssas espécies,<strong>de</strong>finin<strong>do</strong> estratégias <strong>de</strong> conservação.• Realizar levantamento <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> exploração e produção compatíveis com asustentabilida<strong>de</strong> da espécie explorada.Disciplinar a utilização <strong>de</strong> Organismos Geneticamente Modifica<strong>do</strong>s – OGMs• Disciplinar o ingresso e a produção interna <strong>de</strong> material genético transgênico.• Estabelecer critérios para a utilização <strong>de</strong> Organismos Geneticamente Modifica<strong>do</strong>s –OGMs, no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> caracterização <strong>de</strong> genomas.• Propor medidas imediatas e preventivas para avaliação e manejo <strong>do</strong>s riscos daliberação <strong>de</strong> Organismos Geneticamente Modifica<strong>do</strong>s – OGMs.• Fortalecer e harmonizar os instrumentos legais e os procedimentos utiliza<strong>do</strong>s para atomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> o princípio da precaução.• Reforçar os sistemas <strong>de</strong> prevenção e controle.• Incentivar a criação <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> germoplasmas.Proteger o conhecimento e as práticas utilizadas pelas comunida<strong>de</strong>s locais epelas populações indígenas• Inventariar conhecimentos e práticas <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s locais e socieda<strong>de</strong>s indígenas,relevantes à preservação e ao uso sustentável da biodiversida<strong>de</strong>.123


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• I<strong>de</strong>ntificar e cadastrar conhecimentos e práticas, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o seu potencialpara uso comercial.• Estabelecer mecanismos que preservem, mantenham e valorizem os conhecimentostradicionais.Estratégia 14: Medidas <strong>de</strong> Controle da Qualida<strong>de</strong> AmbientalEstabelece medidas <strong>de</strong> controle da qualida<strong>de</strong> ambiental, ressaltan<strong>do</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>fortalecimento <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s polui<strong>do</strong>ras, da busca daeficiência na produção e no consumo <strong>de</strong> energia, <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>recuperação, monitoramento e fiscalização <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas e da a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong>mecanismos <strong>de</strong> certificação.Fortalecer o Sistema <strong>de</strong> Licenciamento <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Polui<strong>do</strong>ras – Slap• Criar e aplicar legislação pertinente, com participação <strong>do</strong>s municípios.• Regulamentar a legislação pertinente, com a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> critérios, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> comas particularida<strong>de</strong>s locais.Estabelecer normas e regulamentação para o uso racional <strong>de</strong> energia• Incentivar o consumo <strong>de</strong> álcool como combustível para automóveis e acrescentarmaior percentual <strong>de</strong> álcool ao óleo diesel.• Exigir das empresas gera<strong>do</strong>ras e distribui<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> energia a elaboração <strong>de</strong> relatóriosanuais que contenham da<strong>do</strong>s atualiza<strong>do</strong>s sobre a energia, relativos a sua origem, àtecnologia utilizada para sua geração, ao <strong>de</strong>stino e à distribuição proporcional damesma.Promover a recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas por ação antrópica• Definir os agentes causa<strong>do</strong>res da <strong>de</strong>gradação ambiental, classifican<strong>do</strong> por categoriaas suas principais formas, como as ativida<strong>de</strong>s agrícolas e <strong>de</strong> mineração, obras <strong>de</strong>infra-estrutura, assentamentos urbanos e outras ativida<strong>de</strong>s potencialmente polui<strong>do</strong>ras.• Consi<strong>de</strong>rar a recuperação relativa aos espaços ambientais específicos: ecossistemase/ou bacias hidrográficas.• Realizar planejamento integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> intervenções.• Incentivar a criação <strong>de</strong> Leis Municipais <strong>de</strong> revitalização das bacias hidrográficas.Controlar a poluição difusa <strong>de</strong> origem agrícola• Classificar as principais formas <strong>de</strong> poluição difusa <strong>de</strong> origem agrícola, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> seusimpactos reais: poluição orgânica, sais nutrientes e substâncias tóxicas.124


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Realizar planejamento integra<strong>do</strong> sustentável <strong>de</strong> intervenções, com ênfase naeducação ambiental no meio rural.• Punir práticas ina<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> manejo <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo, da água, da fauna e da flora.• Incentivar a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> certificação ambiental, com ênfase na agroecologia local.• Criar meios para estimular a prática <strong>de</strong> preservação ambiental.• Desenvolver políticas <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> ação.Prevenir e atenuar as inundações urbanas e seus efeitos• Constituir grupo para formulação <strong>de</strong> política <strong>de</strong> intervenção.• Favorecer a elaboração <strong>de</strong> planos diretores municipais <strong>de</strong> drenagem urbana.• Favorecer a criação <strong>de</strong> centros locais <strong>de</strong> alerta contra inundações.• Combater o <strong>de</strong>smatamento e a extração ilegal <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.• Controlar e prevenir queimadas e incêndios florestais.• Fazer cumprir a legislação pertinente ao tema.Divulgar a sistemática <strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento limpo e <strong>de</strong>finir <strong>de</strong>critérios para eleição <strong>de</strong> projetos• Divulgar e disseminar, <strong>de</strong> forma sistemática, os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentolimpo.• Definir critérios <strong>de</strong> elegibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos passíveis <strong>de</strong> certificação, que ofereçamgarantia <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gás carbônico e outros poluentes, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> aincentivar o controle ambiental.• Estimular práticas <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> certifica<strong>do</strong>s NBR – ISO 9001/9002 e 14001 pelasorganizações.• Estabelecer políticas diferenciadas para promover a certificação pela Norma NBR –ISO 9001/9002 e 14001 nas pequenas, médias e gran<strong>de</strong>s empresas e nas instituiçõespúblicas e privadas.• Disseminar os procedimentos e as possibilida<strong>de</strong>s comerciais associadas às vantagensda certificação.Estratégia 15: Gestão Integrada <strong>do</strong>s Recursos HídricosEstabelece a conservação <strong>do</strong>s recursos hídricos, através <strong>de</strong> sua recuperação,revitalização e uso <strong>do</strong>s instrumentos <strong>de</strong> gestão, objetivan<strong>do</strong> o aumento <strong>de</strong> suadisponibilida<strong>de</strong>, em quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>.Conservar os recursos hídricos, visan<strong>do</strong> o aumento <strong>de</strong> sua disponibilida<strong>de</strong>• Desenvolver ações com o objetivo <strong>de</strong> prevenir a escassez e a piora da qualida<strong>de</strong> daágua nos mananciais ou, ao menos, atenuar os efeitos <strong>de</strong> sua ocorrência.125


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Implantar tecnologias <strong>de</strong> reutilização da água.• Estudar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> novos reservatórios <strong>de</strong> água.• Incentivar o uso mais eficiente das reservas existentes.• Implantar estação <strong>de</strong> tratamento das águas poluídas que são lançadas aos rios.• Concluir as obras inacabadas que visem disponibilizar recursos hídricos,principalmente nas mesorregiões <strong>do</strong> Sertão pernambucano, caso ainda se a<strong>de</strong>qüemaos objetivos.• Incentivar o uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaliniza<strong>do</strong>res da água.• Promover a fiscalização <strong>do</strong> uso nacional das águas subterrâneas das baciassedimentares <strong>do</strong> interior <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Recuperar, revitalizar e conservar as bacias hidrográficas• Monitorar a qualida<strong>de</strong> e a quantida<strong>de</strong> das águas, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> problemas efiscalizan<strong>do</strong> sua evolução.• Promover o planejamento integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> intervenções.• Punir práticas ina<strong>de</strong>quadas com ações <strong>de</strong> recuperação total <strong>do</strong> ambiente<strong>de</strong>grada<strong>do</strong> pelo agente <strong>de</strong>grada<strong>do</strong>r.• Fazer cumprir o uso <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> regulamentação.• Implementar ações <strong>de</strong> fiscalização e monitoramento.• Desenvolver indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> avaliação da qualida<strong>de</strong> ambiental e da escassez <strong>de</strong>água.• Reflorestar e recompor matas ciliares.• Proteger a área das bacias hidráulicas.Ampliar a oferta <strong>de</strong> água, em qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada• Implantar obras <strong>de</strong> pequeno, médio e gran<strong>de</strong> portes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam discutidascom a comunida<strong>de</strong> local.• Implantar pequenas obras <strong>de</strong> apoio comunitário e <strong>de</strong> convivência com a seca.• Reabilitar a infra-estrutura hídrica.• Realizar levantamentos hidrogeológicos, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir áreas commananciais <strong>de</strong> água subterrânea suscetíveis <strong>de</strong> serem exploradas.Promover estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> reenquadramento <strong>do</strong>s corpos d’água, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aosanseios das comunida<strong>de</strong>s• I<strong>de</strong>ntificar usos prioritários, atuais e futuros.• Estabelecer critérios para reenquadramento.• Classificar os corpos d’água.• Especificar a qualida<strong>de</strong> das águas que se preten<strong>de</strong> manter ou alcançar.• Estabelecer as medidas necessárias para colocar e/ou manter a condição <strong>do</strong> corpod’água em correspondência com a sua classe, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o uso pretendi<strong>do</strong>126


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>pela comunida<strong>de</strong>.Otimizar e implantar os instrumentos <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s recursos hídricos• Instrumentalizar o órgão gestor <strong>de</strong> recursos hídricos, através <strong>de</strong> um Sistema <strong>de</strong>Informação <strong>de</strong> Recursos Hídricos – Sirh.• Implantar um sistema estadual <strong>de</strong> gerenciamento integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> recursos hídricos.• Enquadrar os corpos d’água.• Fiscalizar os recursos hídricos.• Fazer a cobrança <strong>do</strong> uso da água.• Implantar Comitês <strong>de</strong> Bacias Hidrográficas e Conselhos <strong>de</strong> Usuários e outorgar odireito <strong>de</strong> uso <strong>do</strong>s recursos hídricos, <strong>de</strong> forma a garantir a participação dacomunida<strong>de</strong> no gerenciamento <strong>do</strong>s recursos hídricos.• Incentivar o uso <strong>do</strong>s recursos pluviométricos (água da chuva), através <strong>de</strong> cisternas.Auxiliar o uso racional da água• Desenvolver um plano <strong>de</strong> gestão integrada <strong>do</strong>s recursos hídricos para o Esta<strong>do</strong>, comênfase no trópico semi-ári<strong>do</strong> e no seu bioma Caatinga.• Realizar ações <strong>de</strong> educação ambiental, potencializan<strong>do</strong> a discussão <strong>do</strong> usointegra<strong>do</strong> <strong>do</strong>s recursos naturais, envolven<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os atores sociais.• Criar programas <strong>de</strong> tecnologias apropriadas para a captação, armazenamento emelhor aproveitamento <strong>do</strong>s recursos hídricos, nos meios urbano e rural, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>os programas já existentes.Criar mecanismos <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong>s mananciais• I<strong>de</strong>ntificar as reservas existentes e potenciais <strong>de</strong> recursos hídricos.• Difundir práticas para as não-contaminações <strong>do</strong>s mananciais e, em particular, areconstituição e manutenção da mata ciliar.• Alertar para o perigo <strong>de</strong> contaminação <strong>do</strong>s recursos hídricos pelo uso <strong>de</strong> agrotóxicose outros poluentes.• Incentivar a produção agrícola orgânica e o controle natural das pragas e <strong>do</strong>enças,tanto nos vegetais quanto nos animais.Gestão sustentável <strong>do</strong>s recursos naturais• Desenvolver méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> auditoria ambiental e ecológica.• Incentivar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias ecologicamente mais seguras naexploração <strong>do</strong>s recursos naturais.• Criar o Programa Estadual <strong>de</strong> Manejo e Conservação <strong>de</strong> Solo e Água.• Difundir o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologia apropriada para a construção <strong>de</strong> cisternas,barreiros, trincheiras e barragens subterrâneas para captação e armazenamento da127


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>água da chuva nas pequenas proprieda<strong>de</strong>s.• Apoiar o corte sustentável <strong>de</strong> florestas plantadas e nativas.• Incentivar ações <strong>de</strong> reciclagem, coleta seletiva e aproveitamento <strong>do</strong>s resíduosorgânicos.• Incentivar o plantio <strong>de</strong> árvores frutíferas em áreas <strong>de</strong>smatadas, visan<strong>do</strong> arecuperação da cobertura vegetal.• Apoiar o corte sustentável <strong>de</strong> florestas plantadas, especialmente <strong>do</strong> Sabiá (paraestacas) e outras ma<strong>de</strong>iras.• Administrar a mudança para uma cultura empresarial com consciência ecológica.3.5 COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E CONVIVÊNCIA COM A SECASobre esse tema, apresentam-se como legítimas, no processo <strong>de</strong> elaboração da <strong>Agenda</strong><strong>21</strong>, as seguintes estratégias, com suas correspon<strong>de</strong>ntes linhas <strong>de</strong> ação: <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> processos produtivos sustentáveis no semi-ári<strong>do</strong>, <strong>de</strong>senvolvimento da ciência etecnologia para o trópico semi-ári<strong>do</strong> e sustentabilida<strong>de</strong> em áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação e/oucom restrições hídricas severas.Estratégia 16: Desenvolvimento <strong>de</strong> Processos Produtivos Sustentáveis no Semi-ári<strong>do</strong>Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que o trópico semi-ári<strong>do</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> é economicamente marginaliza<strong>do</strong> epossui alta vulnerabilida<strong>de</strong> às variações e mudanças climáticas, assim como ao manejodas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> bens e serviços, foram reconhecidas, no processo <strong>de</strong>elaboração da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, com respeito à presente estratégia, as seguintes linhas <strong>de</strong>ação e suas correspon<strong>de</strong>ntes alíneas.Promover processos produtivos no semi-ári<strong>do</strong>• Viabilizar o acesso à terra, através <strong>de</strong> regularização da posse da terra e <strong>de</strong> créditofundiário.• Desenvolver e incentivar ativida<strong>de</strong>s agropecuárias adaptadas ao trópico semi-ári<strong>do</strong>.• Investir na melhoria genética e no manejo <strong>do</strong> criatório, capacitan<strong>do</strong> os agricultores.• Fortalecer as ca<strong>de</strong>ias produtivas <strong>de</strong> produtos agropecuários ou não.Buscar a sustentabilida<strong>de</strong> socioeconômica das comunida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>• Dar priorida<strong>de</strong> aos pequenos agricultores nas políticas públicas.• Criar programas permanentes para a profissionalização <strong>do</strong>s agricultores.• Desenvolver um sistema <strong>de</strong> planejamento real participativo entre as instânciasinstitucionais e administrativas <strong>do</strong>s <strong>Governo</strong>s Fe<strong>de</strong>ral, Estadual e Municipais com asocieda<strong>de</strong> civil organizada.• Implementar programas <strong>de</strong> ocupação permanente <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra no trópico semi-128


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>ári<strong>do</strong>.• Desenvolver habilida<strong>de</strong>s empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ras no âmbito rural, utilizan<strong>do</strong> os recursosambientais disponíveis.• Incentivar pequenas unida<strong>de</strong>s produtivas locais, com apoio à agricultura familiar.• Reinstalar sementeiras municipais, visan<strong>do</strong> o fortalecimento da produção, garantin<strong>do</strong>a varieda<strong>de</strong> e a qualida<strong>de</strong> das sementes.Incentivar ações em conjunto com a socieda<strong>de</strong>• Capacitar para o associativismo, com <strong>de</strong>staque para a empresa cooperativa.• Criar programa <strong>de</strong> treinamento em tecnologias mais apropriadas para o trópico semiári<strong>do</strong>.• Incluir no currículo escolar o aprendiza<strong>do</strong> e o conhecimento da legislação ambiental.• Dar priorida<strong>de</strong> às categorias <strong>de</strong> segurança alimentar e <strong>de</strong> abastecimento e ao estilo<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, antes <strong>de</strong> se evi<strong>de</strong>nciar e priorizar a competitivida<strong>de</strong>.• Introduzir os tópicos associativismo e cooperativismo no elenco disciplinar <strong>do</strong> ensinomédio.• Abrir espaços <strong>de</strong>liberativos para a socieda<strong>de</strong>.• Manter, <strong>de</strong> forma participativa, uma política e um plano <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> emergência,nas ocasiões das secas periódicas.Estabelecer mecanismos <strong>de</strong> manejo sustentável da fauna e flora• Desenvolver ações e processos <strong>de</strong> avaliação e <strong>de</strong> monitoramento <strong>do</strong>s impactosambientais.• Difundir o uso sustentável da vegetação <strong>do</strong>s biomas <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>.• Disponibilizar e incentivar o uso <strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong> energia que não a biomassaadvinda das caatingas.• Difundir a prática <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> zoneamento econômico-ecológico.• Capacitar os produtores rurais e empresários para o manejo da caatinga e para oreflorestamento local sustentável.• Regulamentar, no trópico semi-ári<strong>do</strong>, o manejo florestal para o uso sustentável nasativida<strong>de</strong>s empresariais.• Incentivar a utilização <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos biológicos.• Evitar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ervas daninhas que prejudiquem os animais.• Incentivar a conservação arbórea para proteção <strong>do</strong>s animais.• Reverter os recursos advin<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sanções em benefício das áreas que foram<strong>de</strong>gradadas.• Incentivar o uso <strong>do</strong> biodigestor e outras formas sustentáveis <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia,evitan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>vastação da caatinga.Incentivar a recomposição e conservação da fauna e flora nativas• Aprofundar o inventário da biodiversida<strong>de</strong> estadual, em nível local.129


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Promover o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas sobre <strong>de</strong>sertificação.• Apoiar a criação <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação nas áreas que estão sob risco <strong>de</strong><strong>de</strong>sertificação.• Incentivar o reflorestamento com plantas nativas, resgatan<strong>do</strong> a composição florísticada região• Criar corre<strong>do</strong>res ecológicos.• Buscar formas <strong>de</strong> ampliar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação no trópicosemi-ári<strong>do</strong>.• Viabilizar a implantação <strong>de</strong> viveiros para a produção <strong>de</strong> mudas nativas <strong>do</strong> trópicosemi-ári<strong>do</strong>.Consolidar a conservação da biodiversida<strong>de</strong> como valor importante da práticacidadã• Inserir, nos currículos escolares, conhecimentos sobre a biodiversida<strong>de</strong> estadual.• Promover a educação ambiental voltada para a gestão sustentável <strong>do</strong>s recursos daflora e fauna <strong>do</strong> trópico semi-ári<strong>do</strong> e, principalmente, para a convivência com assecas periódicas.• Regulamentar a fitoterapia como tratamento complementar <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no Esta<strong>do</strong>.Estratégia 17: Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia para o Trópico Semi-ári<strong>do</strong>Reconhecen<strong>do</strong> que a ciência e a tecnologia contemporâneas confirmam que asregiões semi-áridas são <strong>do</strong>tadas <strong>de</strong> recursos naturais para assentamentos humanos comsistemas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> bens e serviços ajusta<strong>do</strong>s e a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s ao <strong>de</strong>senvolvimentosustentável, os entrevista<strong>do</strong>s no Esta<strong>do</strong> legitimaram as seguintes linhas <strong>de</strong> ações ecorrespon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentos:Fomentar a tecnologia existente• Resgatar e difundir as práticas tecnológicas das culturas tradicionais.• Incentivar o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico para a sustentabilida<strong>de</strong>, adaptan<strong>do</strong>-o <strong>de</strong>acor<strong>do</strong> com as peculiarida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>.• Apoiar iniciativas <strong>de</strong> contextualização <strong>do</strong> saber <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pela população local,incentivan<strong>do</strong> as práticas locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.• Difundir conhecimentos advin<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s técnicos e práticas das organizaçõesnão-governamentais que atuam no semi-ári<strong>do</strong>.• Analisar as alternativas tecnológicas sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> seu potencial e impactoambiental.• Dar assessoria técnica efetiva e permanente aos processos <strong>de</strong> gestão, produção ecirculação <strong>do</strong>s bens econômicos.• Colocar, à disposição <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, pacotes tecnológicos ajusta<strong>do</strong>s e adapta<strong>do</strong>s ao130


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>semi-ári<strong>do</strong>.• Criar novas articulações entre os diversos setores governamentais e nãogovernamentais,voltadas para os interesses <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res.Viabilizar a implantação <strong>de</strong> tecnologia• Traçar o perfil econômico, social e cultural da microrregião e as especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cada uma das categorias <strong>de</strong> produtos agrícolas e suas necessida<strong>de</strong>s.• Fomentar a extensão da produção agrícola e não-agrícola, a<strong>de</strong>quan<strong>do</strong>-a àrealida<strong>de</strong> local.• Favorecer a formação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra especializada para aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas<strong>do</strong>s pequenos agricultores, associações e cooperativas.• Proce<strong>de</strong>r, na emergência das secas periódicas, a meios e práticas <strong>de</strong> ampliar aeducação e a capacitação daqueles que vivem no semi-ári<strong>do</strong>.Evitar o processo <strong>de</strong> salinização <strong>do</strong>s solos• Melhorar o dimensionamento <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> irrigação e drenagem da irrigação.• Difundir espécies vegetais que são compatíveis com os solos saliniza<strong>do</strong>s.• Incentivar o uso <strong>de</strong> espécies vegetais que tenham a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> correção <strong>de</strong>solos salinos.• Realizar monitoramento constante das drenagens e corrigir possíveis <strong>de</strong>svios <strong>do</strong>sagricultores.• Fazer com que a legislação ambiental voltada para as ativida<strong>de</strong>s econômicas<strong>de</strong>senvolvidas seja cumprida, no que se refere à conservação <strong>de</strong> solos e mananciais.• Desenvolver padrões <strong>de</strong> manejo sustentável <strong>do</strong> solo e das águas.• Desenvolver ações <strong>de</strong> capacitação voltadas para o manejo e conservação <strong>do</strong> solo.Criar mecanismos <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong>s solos• Difundir formas <strong>de</strong> manejo apropria<strong>do</strong> <strong>do</strong>s solos nas condições <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>.• Capacitar o homem para conviver com a natureza sem agredi-la.• Incentivar a conservação arbórea/herbácea para proteção <strong>do</strong>s solos.• Difundir técnicas alternativas, em oposição à queimada e outras políticas predatórias.• Promover campanhas <strong>de</strong> conscientização junto à população, visan<strong>do</strong> esclarecer asconseqüências <strong>de</strong>vasta<strong>do</strong>ras provocadas por queimadas e <strong>de</strong>smatamentos<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s e predatórios.• Evitar o uso <strong>de</strong> agrotóxicos, incentivan<strong>do</strong> a produção orgânica e o controle naturaldas pragas e <strong>do</strong>enças.Promover a recuperação <strong>do</strong>s solos• Incentivar o uso <strong>de</strong> tecnologias para a conservação <strong>de</strong> solos.131


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Incentivar pesquisas para o <strong>de</strong>senvolvimento e rea<strong>de</strong>quação das tecnologiasexistentes.• Estabelecer estratégias <strong>de</strong> manejo <strong>do</strong> bioma.• Propiciar o armazenamento e uso racional <strong>do</strong>s recursos hídricos.• Viabilizar recursos para recuperação <strong>de</strong> áreas salinizadas nos perímetros irriga<strong>do</strong>s eáreas <strong>de</strong>gradadas.• Evitar as queimadas e outras práticas que causem empobrecimento <strong>do</strong> solo.• Estruturar empresa <strong>de</strong> assistência técnica para voltar a fazer extensão rural.Estabelecer indica<strong>do</strong>res e sistema <strong>de</strong> monitoramento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><strong>de</strong>sertificação• Criar um sistema <strong>de</strong> acompanhamento e fiscalização.• Desenvolver sistema <strong>de</strong> gerenciamento <strong>do</strong>s efeitos da seca e <strong>de</strong>sertificação,incluin<strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> alerta precoce e preparação da <strong>de</strong>fesa civil, em caso <strong>de</strong>catástrofe.• Desenvolver sistema <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável para o Esta<strong>do</strong> eMunicípios.• Disponibilizar a toda a socieda<strong>de</strong> os índices sobre seca e <strong>de</strong>sertificação.• Difundir experiências exitosas.• Viabilizar o monitoramento constante.Estratégia 18: Sustentabilida<strong>de</strong> em Áreas <strong>de</strong> Desertificação e/ou comRestrições Hídricas SeverasEm regiões on<strong>de</strong> existem áreas em processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação e/ou com restriçõesseveras <strong>do</strong> estoque <strong>de</strong> recursos hídricos disponíveis, as ativida<strong>de</strong>s humanas po<strong>de</strong>m serextremamente impactantes, caso não sejam norteadas por tecnologias apropriadas.Buscan<strong>do</strong> viabilizar o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável nestas áreas, visa-se:Estimular ativida<strong>de</strong>s que apresentem sustentabilida<strong>de</strong> no semi-ári<strong>do</strong>• Apoiar pesquisas voltadas para estu<strong>do</strong> e compreensão <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><strong>de</strong>sertificação.• Incentivar a instalação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s agroindustriais.• Melhorar o assessoramento técnico e a extensão rural.• Realizar o monitoramento sistemático.• Estabelecer política <strong>de</strong> incentivo à produção.• Estimular a organização <strong>do</strong>s produtores em associações e cooperativas.• Estimular a implantação <strong>de</strong> cursos técnicos volta<strong>do</strong>s para as vocações regionais, em to<strong>do</strong>sos níveis.• Incentivar a ampliação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho para os profissionais habilita<strong>do</strong>s na132


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>região.• Ampliar a oferta <strong>de</strong> água da região.• Realizar o monitoramento sistemático <strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação.• Estabelecer política <strong>de</strong> incentivo a sistemas <strong>de</strong> produção adapta<strong>do</strong>s às condições <strong>do</strong>semi-ári<strong>do</strong>.• Apoiar projetos <strong>de</strong> ampliação da oferta <strong>de</strong> água na região semi-árida.• Capacitação em educação ambiental para as comunida<strong>de</strong>s afetadas por processos<strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação.Promover o resgate sociocultural• Estabelecer canal <strong>de</strong> comunicação constante com a população.• Estabelecer os parâmetros <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> sociocultural.• Dar visibilida<strong>de</strong> às iniciativas regionais.• Realizar levantamento da cultura local.• Estimular a manutenção das tradições.Desenvolver as áreas <strong>de</strong> exceção• Incentivar o estu<strong>do</strong> das áreas <strong>de</strong> exceção.• Promover levantamentos e diagnósticos locais, utilizan<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logias já existentes,criadas por órgãos especializa<strong>do</strong>s.• I<strong>de</strong>ntificar as condições <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> nas áreas <strong>de</strong> exceção.• Incentivar a produção nas áreas <strong>de</strong> execução.3.6 ECONOMIA SUSTENTÁVELA sustentabilida<strong>de</strong> econômica abrange elementos e processos associa<strong>do</strong>s às ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> geração <strong>de</strong> riqueza, através da transformação das condições <strong>de</strong> produção em favorda humanida<strong>de</strong> e a utilização <strong>do</strong>s recursos <strong>de</strong> maneira racional, respeitan<strong>do</strong> acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte <strong>do</strong>s recursos naturais e a conservação <strong>do</strong>s ecossistemasexistentes. A dimensão econômica está integrada com a ambiental e a social,relacionan<strong>do</strong>-se com a quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> da força <strong>de</strong> trabalho. É relevante paraa economia da sustentabilida<strong>de</strong> a pressão sobre os recursos ambientais exercida pelasocieda<strong>de</strong> ou pelas ativida<strong>de</strong>s econômicas e os impactos sobre o bem-estar e ascondições <strong>de</strong> trabalho exerci<strong>do</strong>s pelo meio ambiente e pela interação das políticaspúblicas nas questões sociais e ambientais.São três as estratégias apresentadas pela <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> para oeixo temático economia sustentável: sustentabilida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s industriais, comércioe serviços para um futuro sustentável e ativida<strong>de</strong>s agropecuárias.133


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Estratégia 19: Sustentabilida<strong>de</strong> das Ativida<strong>de</strong>s IndustriaisAs ativida<strong>de</strong>s industriais, agrega<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> valor à produção <strong>de</strong> bens e gera<strong>do</strong>ras <strong>de</strong>riquezas, face às novas necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e às pressões para a implantação <strong>de</strong>tecnologias e procedimentos mais limpos <strong>de</strong> produção ao longo <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>produto, vem enfrentan<strong>do</strong> o dilema <strong>de</strong> rever seus processos e produtos, visan<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>ràs novas especificações merca<strong>do</strong>lógicas e legais. Na busca da sustentabilida<strong>de</strong> dasativida<strong>de</strong>s industriais, ações a seguir foram levantadas.Apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento industrial com base na produção mais limpa• Promover a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> práticas sustentáveis <strong>de</strong> produção.• Incentivar a internalização <strong>de</strong> estratégias preventivas.• Analisar as potencialida<strong>de</strong>s locais.• Treinar pequenos e médios empresários.• Melhorar os serviços <strong>de</strong> assistência técnica.• Priorizar o produto regional em relação aos produtos importa<strong>do</strong>s.• Incentivar a produção <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> alto valor agrega<strong>do</strong>.• Fortalecer e implementar políticas <strong>de</strong> incentivo à produção mais limpa.• Incentivar a pesquisa para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> inovações tecnológicas com baseem tecnologias limpas.• Incentivar a produção <strong>de</strong> produtos passíveis <strong>de</strong> receber selo ver<strong>de</strong>.• Incentivar a extração mineral <strong>de</strong> forma sustentável.• Incentivar a produção <strong>de</strong> produtos com alto valor <strong>de</strong> conhecimento.• Melhorar as condições <strong>de</strong> financiamento e <strong>de</strong> garantias exigidas para as pequenas emédias empresas.• Criar legislação a<strong>de</strong>quada e instrumentos <strong>de</strong> apoio à constituição <strong>de</strong> empresas comtecnologia <strong>de</strong>senvolvida a partir <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, nas instituições <strong>de</strong>pesquisa e/ou universida<strong>de</strong>s.• Garantir a representação <strong>do</strong> setor produtivo nos órgãos colegia<strong>do</strong>s que tratam dasquestões ambientais.• Estimular a redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios e a geração <strong>de</strong> resíduos.• Criar mecanismos para incentivar e apoiar a a<strong>do</strong>ção da rotulagem ambientalvoluntária, com base nos requisitos das normas série NBR – ISO 14000.Incentivar a instalação <strong>de</strong> indústrias que estejam atreladas à visão da gestãoambiental• Implantar o Programa Ambiental para o setor industrial <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.• Apoiar a implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> gestão ambiental e formação <strong>de</strong> gestoreslocais.• Priorizar produtos <strong>de</strong> indústrias que tenham compromisso com o meio ambiente.134


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Inserir, nas diversas formações profissionais, a preocupação ambiental.• Incentivar o setor industrial a a<strong>do</strong>tar medidas <strong>de</strong> proteção ambiental.• Conscientizar os empresários e industriais da importância da formação ambientalvoltada para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.• Incentivar a criação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reaproveitamento <strong>do</strong>s resíduos industriais.Expandir as ativida<strong>de</strong>s agroindustriais nos setores <strong>de</strong> leite, hortifruticultura,floricultura e serviços agrícolas• Incentivar a instalação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s agroindustriais que a<strong>do</strong>tem estratégiaspreventivas.• Fortalecer e <strong>de</strong>sburocratizar os programas <strong>de</strong> crédito.• Melhorar o assessoramento técnico com capacitação e formação profissional.• Estimular melhores práticas <strong>de</strong> manejo e renovação <strong>de</strong> pastagens.• Capacitar e acompanhar os produtores.• Implantar unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resfriamento e processamento <strong>do</strong> leite e seus <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s.• Ampliar a oferta <strong>de</strong> água na região, com orientação para o uso racional.• A<strong>de</strong>quar a legislação estadual para a agroindústria.• Incentivar novos canais <strong>de</strong> comercialização <strong>do</strong>s produtos agrícolas.• Assessorar tecnicamente os produtores para melhorar os cuida<strong>do</strong>s com a póscolheita,o transporte, o armazenamento e a comercialização <strong>do</strong>s produtos agrícolas.• Criar centrais <strong>de</strong> abastecimento e escoamento da produção, <strong>de</strong>ntro das condiçõesi<strong>de</strong>ais para o processo.• Expandir a prática <strong>de</strong> produção e comercialização, via cooperativas.Expandir as ativida<strong>de</strong>s agroindustriais nos setores <strong>de</strong> avicultura e apicultura• Ampliar o sistema <strong>de</strong> controle sanitário.• Melhorar as condições <strong>de</strong> abate, armazenamento e comercialização.• Criar programas <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong> produtos da avicultura e da apicultura.• Apoiar a ampliação da oferta <strong>de</strong> água na região.• Expandir as linhas <strong>de</strong> crédito para a produção e comercialização <strong>de</strong> produtos agrícolas epecuários.• Incentivar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> empreendimentos nos setores <strong>de</strong> avicultura eapicultura.• Incentivar o <strong>de</strong>senvolvimento florestal volta<strong>do</strong> para a melhoria da produção apícola.• Assessorar e treinar os produtores para a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> inovações tecnológicasambientalmente corretas.Estratégia 20: Comércio e Serviços para um Futuro SustentávelNa busca da consolidação <strong>de</strong> um futuro sustentável, o setor terciário, que agrega135


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>comércio, serviços e turismo, é um <strong>do</strong>s fortes pilares para o redirecionamento dasocieda<strong>de</strong>.Expandir as ativida<strong>de</strong>s terciárias (comércio e serviços)• Elaborar diagnóstico da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural <strong>do</strong> município.• Realizar levantamento das manifestações culturais e costumes locais, potencialida<strong>de</strong>se entraves para a sustentabilida<strong>de</strong>.• Incentivar a divulgação das potencialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> município, através <strong>de</strong> marketingcultural nos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa.• Incentivar o <strong>de</strong>senvolvimento da logística <strong>de</strong> marketing.• Incentivar novas ativida<strong>de</strong>s com potencial empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r.• Apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>do</strong>s serviços da área médica, <strong>de</strong> informática e<strong>de</strong> outros ramos especializa<strong>do</strong>s (comunicação, informações <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, etc.).• Apoiar a capacitação e o treinamento <strong>do</strong>s empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res locais.• Melhorar os serviços <strong>de</strong> assistência técnica.• Apoiar a melhoria <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saneamento, instalações elétricas e acesso às re<strong>de</strong>s<strong>de</strong> água e esgotamento sanitário.Expandir a melhoria das ativida<strong>de</strong>s turísticas• Realizar levantamento das potencialida<strong>de</strong>s e entraves para a sustentabilida<strong>de</strong>.• Realizar diagnóstico da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural <strong>do</strong> município.• Promover treinamento para os empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res locais.• Incentivar novas ativida<strong>de</strong>s turísticas com potencial <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> econômica.• Favorecer a expansão da oferta e melhoria <strong>do</strong>s serviços turísticos.• Melhorar a logística <strong>de</strong> distribuição e o marketing.• Incentivar a divulgação das potencialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> município, através <strong>de</strong> marketingcultural nos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa.Fortalecer as ativida<strong>de</strong>s culturais• Desenvolver mecanismos para a sustentabilida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s socioculturais.• Socializar as informações, visan<strong>do</strong> tornar a população mais integrada aos processosda mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>.• Dar visibilida<strong>de</strong> às manifestações da cultura local, através <strong>de</strong> um marketing culturalintensivo.• Conscientizar a socieda<strong>de</strong> da importância da cultura regional.Estratégia <strong>21</strong>: Ativida<strong>de</strong>s AgropecuáriasNa agricultura e na pecuária resi<strong>de</strong>m <strong>de</strong>safios contun<strong>de</strong>ntes, visto que estes setoresgeram impactos diretos nos recursos naturais e que há uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rever136


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>práticas face à busca da sustentabilida<strong>de</strong> nesses setores.Diversificar a produção <strong>de</strong> cana com cultivos alternativos• Analisar, mapear e valorizar as potencialida<strong>de</strong>s locais.• Introduzir novas culturas, seguin<strong>do</strong> critérios técnicos.• Incentivar a implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> produção agroecológica.• Melhorar os serviços <strong>de</strong> assistência técnica e extensão rural, com monitoramentosistemático.• Priorizar o produto regional em relação aos produtos importa<strong>do</strong>s.• Melhorar o aproveitamento <strong>do</strong>s recursos hídricos para aumentar a produtivida<strong>de</strong>.Expandir a produção agrícola em áreas agroecológicas propícias• Analisar, mapear e valorizar as potencialida<strong>de</strong>s locais.• Introduzir sistemas <strong>de</strong> produção alternativos.• Incentivar sistemas <strong>de</strong> produção agroecológica.• Melhorar o aproveitamento <strong>do</strong>s recursos hídricos para a expansão da produção.• Incentivar a pesquisa para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias.• Expandir a produção <strong>de</strong> outras culturas em áreas menos propícias à produção <strong>de</strong>cana.• Apoiar programas <strong>de</strong> revitalização da lavoura cafeeira no Agreste.• Apoiar a expansão da agricultura <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> alimentos.• Apoiar a pequena agricultura irrigada.• Apoiar a produção familiar nas áreas <strong>de</strong> assentamentos rurais.Expandir a pecuária/produção animal• Prestar assessoramento técnico aos pecuaristas ou produtores com potencial para talativida<strong>de</strong> e treiná-los.• Incentivar a criação <strong>de</strong> sistemas pecuários sustentáveis.• Melhorar os serviços <strong>de</strong> assistência técnica e extensão rural, com monitoramentosistemático.• Incentivar a avicultura <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os tipos e portes.• Incentivar a pecuária <strong>de</strong> pequeno porte.Expandir a produção <strong>de</strong> culturas agrícolas adaptadas às condições locais• Incentivar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas ativida<strong>de</strong>s.• Fortalecer as linhas <strong>de</strong> crédito para a produção agrícola.• Aumentar e tornar acessível a produção <strong>de</strong> mudas e sementes selecionadas.• Criar programas <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong> produtos agrícolas.• Desenvolver a agricultura irrigada, com assessoria técnica e monitoramento137


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>constantes.• Expandir a oferta <strong>de</strong> água, atrelada a programas educativos <strong>de</strong> uso racional.• Incentivar a pesquisa para a implantação <strong>de</strong> novas tecnologias.Divulgar as inovações tecnológicas e prestar assistência técnica às culturasregionais• Disponibilizar assistência técnica para os médios e pequenos produtores rurais.• Usar a estrutura das rádios locais e comunitárias para o processo <strong>de</strong> divulgação.Expandir a produção <strong>de</strong> caprinos ovinos e suínos• Ampliar o sistema <strong>de</strong> controle sanitário <strong>do</strong> rebanho e melhorar as condições <strong>de</strong>or<strong>de</strong>nha, abate, armazenamento e comercialização <strong>de</strong> carne, leite, <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s ecouro.• Estabelecer programas <strong>de</strong> incentivo ao consumo <strong>de</strong> carne, leite e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong>scaprinos e ovinos.• Disponibilizar assessoria técnica.• Realizar o monitoramento constante das ativida<strong>de</strong>s pecuárias.• Incentivar novos canais <strong>de</strong> comercialização.• Apoiar a certificação <strong>de</strong> produtos pecuários.• Ampliar o sistema <strong>de</strong> controle sanitário <strong>do</strong> rebanho.• Realizar o melhoramento das condições <strong>de</strong> abate, abastecimento e comercialização<strong>do</strong>s produtos.• Treinar os pequenos e médios pecuaristas ou produtores com o potencial para talativida<strong>de</strong>.• Rever a política <strong>de</strong> crédito, facilitan<strong>do</strong> o seu acesso aos pequenos produtores.Expandir os sistemas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> leite, pasto e carne• Incentivar novos canais <strong>de</strong> comercialização <strong>do</strong> leite e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s.• Estimular melhores práticas <strong>de</strong> manejo e renovação <strong>de</strong> pastagens.• Criar programas <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong> produtos pecuários.• Ampliar o sistema <strong>de</strong> controle sanitário <strong>do</strong> rebanho.• Melhorar as condições <strong>de</strong> abate, armazenamento, transporte e comercialização dacarne.• Apoiar a ampliação da oferta <strong>de</strong> água na região semi-árida.138


4 GOVERNANÇA, CONTROLE SOCIAL E SUSTENTABILIDADEA construção da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, baseada na busca <strong>de</strong> consenso entre os diversos setores dasocieda<strong>de</strong>, inova um mo<strong>de</strong>lo em escala global <strong>de</strong> mediação entre o Esta<strong>do</strong> e ossegmentos sociais, capaz <strong>de</strong> equilibrar, por um la<strong>do</strong>, a saturação <strong>de</strong> propostas públicase, por outro, a forma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada com que as <strong>de</strong>mandas sociais são canalizadas noâmbito <strong>do</strong> processo político-<strong>de</strong>cisório. A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> assinala que não basta ao Esta<strong>do</strong> oexercício da autorida<strong>de</strong> política, mas a a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> atributos quecaracterizam as formas com que esse po<strong>de</strong>r é exerci<strong>do</strong>. Aqui resi<strong>de</strong> a idéia <strong>de</strong>governança que, além <strong>de</strong> informar sobre os arranjos institucionais, os meios <strong>de</strong>implementação das políticas e seu financiamento, remete aos diversos pactos entre osparceiros <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.A idéia <strong>de</strong> uma boa governança no escopo das <strong>Agenda</strong>s <strong>21</strong>, elaboradas em diversosníveis, tem si<strong>do</strong> reforçada por organismos internacionais. Durante as três reuniõespreparatórias da Organização das Nações Unidas – ONU, para a Conferência Rio+10, emJoanesburgo, foi criada uma comissão para <strong>de</strong>bater o mo<strong>do</strong> como a autorida<strong>de</strong> política<strong>de</strong>ve ser exercida e quais os requisitos para que se qualifique essa autorida<strong>de</strong> no bojo <strong>do</strong><strong>de</strong>senvolvimento sustentável. Governança, assumiu, pois, um <strong>de</strong>staque, <strong>de</strong> vez que seconcluiu que não seria possível estabelecer ou revisar uma plataforma <strong>de</strong> ações semrequisitos fundamentais para embasar não apenas a sua operacionalização, em geralsob a responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s governos, mas os diversos níveis <strong>de</strong> articulação entre osatores sociais.Uma das premissas que norteou o <strong>de</strong>bate da ONU estabelece que a governança para o<strong>de</strong>senvolvimento sustentável precisa ser fortalecida nos níveis internacional, nacional,estadual e municipal, uma vez que essas esferas são intrinsecamente ligadas emutuamente inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Além disso, <strong>de</strong>pois da década que teve início com a Rio92, po<strong>de</strong>-se assegurar que a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> é um instrumento, por excelência, para oexercício <strong>de</strong> uma boa governança na medida em que:• Fortalece a <strong>de</strong>mocracia e protege os direitos humanos.• Reforça a importância da transparência das instituições legais e <strong>do</strong>s marcosregulatórios para os setores priva<strong>do</strong> e público.• Cria um espaço <strong>de</strong> negociação entre governos e setores da socieda<strong>de</strong>, visan<strong>do</strong> aeqüida<strong>de</strong> social.• Promove a <strong>de</strong>scentralização e os processos participativos.Do ponto <strong>de</strong> vista temático, as discussões, ocorridas durante as reuniões preparatórias daONU para a Rio+10, sobre governança ratificaram propostas da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Global.Antes, todavia, foi salienta<strong>do</strong> que a boa governança <strong>de</strong>ve ser estendida para o Terceiro


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Setor (organizações não-governamentais) e para o setor priva<strong>do</strong>, o que acarretamedidas para promover a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses setores <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s parâmetros dasustentabilida<strong>de</strong>.Quanto aos governos, a sua atuação, para promover o <strong>de</strong>senvolvimento sustentávelcom vistas a garantir uma boa governança, <strong>de</strong>verá contemplar cinco temas:• Efetivida<strong>de</strong> das instituições. Construir e manter instituições regulatórias e jurídicas quesejam transparentes e responsáveis. As bases da sustentabilida<strong>de</strong> institucional incluema proteção <strong>do</strong>s direitos <strong>do</strong> indivíduo e <strong>do</strong>s grupos, a promoção <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimentosocioeconômico e a proteção <strong>do</strong> meio ambiente.• Educação, ciência e tecnologia para as tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões. Estabelecer efortalecer sistemas para incorporar o conhecimento científico, tecnológico etradicional, em políticas para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, incluin<strong>do</strong> capacitaçãoe pesquisa e o uso <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> informação avançadas e avaliação <strong>do</strong>secossistemas.• Acesso à informação. Implantar leis e normas que garantam aos cidadãos o acesso àinformação relativa aos aspectos legais das ativida<strong>de</strong>s e das políticas.• Participação das partes interessadas (stakehol<strong>de</strong>rs). Incentivar total participação <strong>do</strong>público na elaboração e implementação das políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentosustentável, contan<strong>do</strong> com a participação efetiva <strong>de</strong> mulheres. Essa participação<strong>de</strong>ve abranger as políticas regulatórias e o processo <strong>de</strong> planejamento, incluin<strong>do</strong>cooperação e coor<strong>de</strong>nação com o po<strong>de</strong>r local, grupos locais e comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>base, além <strong>de</strong> outros parceiros.• Acesso à justiça. Garantir arranjos administrativos e judiciais transparentes, nãodiscriminatóriose justos; <strong>de</strong>senvolver e manter sistemas legais efetivos, incluin<strong>do</strong> leisfortes e claras, relacionadas ao cumprimento, à aplicação e ao monitoramento.Por outro la<strong>do</strong>, o fortalecimento da governança para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentávelimplica a consecução <strong>do</strong>s seguintes objetivos:• Monitorar as políticas públicas e a prestação <strong>de</strong> contas (accountability) <strong>do</strong>s governos,em to<strong>do</strong>s os níveis.• Promover arranjos efetivos e mecanismos que integrem <strong>de</strong> forma equilibrada asdimensões <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental).• Assegurar coerência na formulação e implementação das políticas que promovam ocrescimento econômico, garantin<strong>do</strong> eqüida<strong>de</strong> social e proteção <strong>do</strong> meio ambiente.140


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Garantir o envolvimento das partes interessadas (stakehol<strong>de</strong>rs) <strong>do</strong> setorgovernamental e da socieda<strong>de</strong> civil no processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.Fortalecer mecanismos institucionais para a formulação, coor<strong>de</strong>nação, implementaçãoe avaliação das políticas, realçan<strong>do</strong> os vínculos existentes entre esses mecanismos.4.1 GOVERNANÇA INTERNACIONAL NUM MUNDO EM GLOBALIZAÇÃOA Assembléia Geral e a Comissão <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável da ONUA Assembléia Geral <strong>de</strong>verá promover o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, direcionan<strong>do</strong> asativida<strong>de</strong>s realizadas pelas instituições <strong>do</strong> sistema das Nações Unidas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> aviabilizar a implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> e os resulta<strong>do</strong>s da Conferência Mundial para oDesenvolvimento e Meio Ambiente, realizada no Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1992. Deve, também,assegurar o acompanhamento regular da implementação das ações propostas naquelaocasião.Por sua vez, a Comissão para o Desenvolvimento Sustentável – CDS, precisa serfortalecida para tornar efetivas as políticas internacionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentávele para coor<strong>de</strong>nar e monitorar acor<strong>do</strong>s, programas e parcerias resultantes das CúpulasMundiais sobre Desenvolvimento Sustentável – WSSD. Como lócus privilegia<strong>do</strong> para aformulação <strong>de</strong> políticas, a CDS po<strong>de</strong>rá também facilitar a implementação <strong>de</strong> políticassustentáveis e coor<strong>de</strong>nar o estabelecimento <strong>de</strong> parcerias. Seria importante, também,assegurar a coerência nas abordagens das instituições internacionais no tocante àimplementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, aos resulta<strong>do</strong>s das WSSD e aos aspectos relevantes daDeclaração <strong>do</strong> Milênio.O fortalecimento <strong>de</strong> arranjos internacionais para a governança é um processo emconstrução. É fundamental estar atento para i<strong>de</strong>ntificar falhas na arquitetura institucional,eliminar duplicação <strong>de</strong> funções e esforçar-se para garantir a coerência e a integraçãodas dimensões econômicas, sociais e ambientais <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.A comunida<strong>de</strong> internacional <strong>de</strong>ve estar comprometida com um programa <strong>de</strong> trabalhoque contenha, no mínimo, os princípios, os objetivos, as metas e os indica<strong>do</strong>res da<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Global e da Declaração <strong>do</strong> Milênio. Cabe-lhe portanto:• Integrar os objetivos <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, a longo prazo, na formulação<strong>de</strong> políticas, estratégias nacionais e diretrizes operacionais das agências das NaçõesUnidas e das instituições financeiras internacionais, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que sejam respeitadas aspriorida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s países em <strong>de</strong>senvolvimento.141


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Promover o entendimento das relações entre comércio e meio ambiente, e entrecomércio e <strong>de</strong>senvolvimento social, avalian<strong>do</strong> suas implicações para o <strong>de</strong>senvolvimentosustentável <strong>do</strong>s países.• Garantir que as políticas macroeconômicas e os ajustes estruturais promovi<strong>do</strong>s peloFun<strong>do</strong> Monetário Internacional levem em conta as priorida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s países em<strong>de</strong>senvolvimento, evitan<strong>do</strong> os efeitos perversos na implementação das políticassocioambientais.• Estabelecer uma parceria estratégica entre as Nações Unidas, agências eorganizações <strong>do</strong> sistema da ONU, instituições financeiras e a Organização Mundial <strong>do</strong>Comércio, com o intuito <strong>de</strong> apoiar a implementação <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimentosustentável.• Promover parcerias públicas/privadas e iniciativas voluntárias, por meio das quais osatores econômicos, especialmente as empresas multinacionais, sejam encoraja<strong>do</strong>s aassumir suas responsabilida<strong>de</strong>s sociais, ambientais e econômicas.142


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Quadro 4.1 Governança.PRIORIDADES DA CÚPULA MUNDIAL NO ÂMBITO DA GOVERNANÇAPara as instituições internacionais• Fortalecer e aperfeiçoar as diversas agências e os programas <strong>do</strong> sistema dasNações Unidas relaciona<strong>do</strong>s com o meio ambiente.• Promover uma maior cooperação e coerência entre as Nações Unidas, oBanco Mundial, o Fun<strong>do</strong> Monetário Internacional e a Organização Mundial <strong>de</strong>Comércio.• Promover a transparência, disponibilizan<strong>do</strong> informações e facilitan<strong>do</strong> oacesso às negociações para observa<strong>do</strong>res e participantes das ONGs.Para os governos• Elaborar e a<strong>do</strong>tar as <strong>Agenda</strong>s <strong>21</strong> nacional e local.• Implementar os compromissos assumi<strong>do</strong>s na Rio 92 sobre a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>informação ambiental, a participação pública e o acesso à justiça.• Ratificar e implementar os acor<strong>do</strong>s ambientais.• Cumprir os compromissos <strong>de</strong> financiamento assumi<strong>do</strong>s na Rio 92.Para as ONGs• Monitorar o cumprimento das normas e <strong>do</strong>s padrões internacionais por parte<strong>do</strong>s governos e das empresas.• Fortalecer, no plano internacional, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contatos e a cooperação entreas ONGs.• Estabelecer parcerias com empresas, governos e instituições internacionais.• Defen<strong>de</strong>r políticas ambientais fortes e processos governamentaistransparentes nos níveis global, nacional e local.Para as empresas• Participar <strong>do</strong> Pacto Global das Nações Unidas e <strong>de</strong> outros códigos <strong>de</strong>conduta empresarial e aceitar o monitoramento in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e averificação da conformida<strong>de</strong> com eles.• Respeitar as metas e disposições <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s e das normas internacionaisreferentes ao meio ambiente, aos direitos humanos e ao trabalho.• Estabelecer parcerias com empresas, governos e instituições internacionais.Fonte: The World Watch Institute – State of the World 2002.143


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>4.2 OS PARCEIROS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA AGENDA <strong>21</strong>DO ESTADO DE PERNAMBUCODentro <strong>do</strong> espírito da boa governança, que envolve aspectos operacionais das políticaspúblicas e <strong>do</strong>s requisitos para o exercício <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r, as diversas formas <strong>de</strong> interação entreas partes interessadas (stakehol<strong>de</strong>rs), baseadas no pressuposto <strong>de</strong> uma coresponsabilida<strong>de</strong>,são fundamentais para o êxito da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>. De um mo<strong>do</strong> geral, aimplementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> está condicionada aoestabelecimento <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> parcerias que mesclam o público com o priva<strong>do</strong>, onacional com o internacional e ressalta o papel das populações locais.As parcerias que se entrecruzam, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da pauta <strong>de</strong> ações para o<strong>de</strong>senvolvimento sustentável, encontram-se em seis segmentos:• Os três níveis <strong>de</strong> <strong>Governo</strong>: Fe<strong>de</strong>ral, Estadual e Municipal.• Setor produtivo nacional e local.• Organizações não-governamentais internacionais, nacionais e locais.• Agências multilaterais e bilaterais <strong>de</strong> financiamento, nacionais e internacionais.• Movimentos sociais e locais.• Agências governamentais que intervêm na formulação, regulamentação e execução<strong>de</strong> planos, projetos e ações.4.3 O PAPEL DOS GOVERNOSApesar <strong>de</strong> a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> indicar responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ações para os diferentes parceiros,cabe ao Po<strong>de</strong>r Executivo, em seus diferentes níveis, um papel protagonista, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> serexplicitadas suas responsabilida<strong>de</strong>s.A Governança NacionalO resgate da dívida social no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r, principalmente, dacapacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Governo</strong>, em níveis nacional e estadual, <strong>de</strong> estabelecer canais <strong>de</strong>integração, <strong>de</strong>scentralização e regulação para favorecer a governabilida<strong>de</strong>, em níveislocais e municipais, e <strong>de</strong> fortalecer a <strong>de</strong>mocratização da gestão e transferência, para asocieda<strong>de</strong>, da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e execução, gestão <strong>de</strong> recursos e prestação <strong>de</strong>serviços (Buarque, 1999). Nesse contexto, duas questões se <strong>de</strong>stacam: i) a estruturainstitucional formulada para o <strong>de</strong>sempenho eficiente, eficaz e efetivo das múltiplas144


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>tarefas propostas e ii) os mecanismos e instrumentos a serem mobiliza<strong>do</strong>s para seufinanciamento.É nessa perspectiva <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> governança, sob um sistema valorativo daautonomia coletiva <strong>de</strong> segmentos articula<strong>do</strong>s, que se situa a construção da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong><strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. <strong>Pernambuco</strong> <strong>de</strong>staca-se, no País, como esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> vanguarda que acumulalarga experiência na promoção <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento social e econômico.Diferentes setores registram iniciativas que buscam habilitar os cidadãos para aparticipação na dinâmica social e na criação <strong>de</strong> condições político-institucionais quecolaborem para a superação <strong>do</strong>s problemas advin<strong>do</strong>s das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, com agarantia <strong>do</strong>s direitos e das liberda<strong>de</strong>s associa<strong>do</strong>s.O alcance <strong>do</strong>s padrões da governança exige diferentes níveis e escalas <strong>de</strong> articulação,envolven<strong>do</strong> as esferas <strong>do</strong> internacional, regional, nacional e local. Existe hoje anecessida<strong>de</strong> clara <strong>de</strong> se implementar os princípios básicos <strong>de</strong> prevenção,responsabilida<strong>de</strong> e cooperação, estabelecen<strong>do</strong>-se parcerias entre as diversasinstituições, tanto governamentais quanto não-governamentais, e respeitan<strong>do</strong>-se asdiferenças entre as competências estabelecidas. Na <strong>de</strong>scrição da governança aquiproposta, procura-se organizar a estrutura, as relações interinstitucionais e os processos<strong>de</strong>cisório e executivo, com base em duas agregações:• O nível político e estratégico: o primeiro constituí<strong>do</strong> pelas instâncias <strong>de</strong>cisórias, que<strong>de</strong>finem os objetivos, as opções e as priorida<strong>de</strong>s nacionais, regionais, estaduais emunicipais; o segun<strong>do</strong>, por órgãos e entida<strong>de</strong>s que dispõem <strong>de</strong> meios para alcançaros objetivos, viabilizar as opções e cumprir as priorida<strong>de</strong>s estabelecidas.• O outro nível examina<strong>do</strong> é o corte espacial, no qual são analisa<strong>do</strong>s os espaçosnacional, regional, estadual e municipal, além <strong>de</strong> outros espaços cria<strong>do</strong>s, como é ocaso <strong>de</strong> bacias hidrográficas ou <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação.O <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> esforço <strong>de</strong> regionalizaçãoe <strong>de</strong> políticas, estratégias, programas e instrumentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento nacional,implementa<strong>do</strong>s pelos órgãos e pelas entida<strong>de</strong>s setoriais da União, bem como dasestratégias regionais específicas que atinjam o Esta<strong>do</strong>. Nesse contexto, a União <strong>de</strong>verádispensar tratamento diferencia<strong>do</strong> às regiões menos <strong>de</strong>senvolvidas <strong>do</strong> País, como é ocaso <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, on<strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> está inseri<strong>do</strong>, e <strong>de</strong>verá voltar sua atuação para aformulação <strong>de</strong> macropolíticas nacionais, atuan<strong>do</strong> como agentes <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação earticulação, estimulan<strong>do</strong> assim o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Brasileira prevê linhas <strong>de</strong> ação para a integração regional, com ênfase naredução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s. Suas premissas e propostas para uma base <strong>de</strong> açãoressaltam as especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada região na construção da sustentabilida<strong>de</strong>. Asdiversas estratégias <strong>de</strong>vem ser ratificadas e validadas nas seguintes instâncias:145


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Nível político: i) Congresso Nacional, ii) Conselho Nacional <strong>de</strong> Meio Ambiente –Conama, iii) Conselho Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos, mediante formulação <strong>de</strong>políticas e resoluções normativas, iv) Comissão Nacional <strong>de</strong> DesenvolvimentoSustentável e <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>.• Nível estratégico: i) Ministério <strong>do</strong> Planejamento e Orçamento – MPO, ii) Ministério <strong>de</strong>Meio Ambiente, <strong>do</strong>s Recursos Hídricos e da Amazônia Legal – MMA, em articulaçãocom os diversos ministérios setoriais.Há <strong>de</strong> se ressaltar que as instâncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação e negociação <strong>de</strong> planos, programase projetos atuariam tanto para organizar o processo <strong>de</strong>cisório regional quanto paraestabelecer os mecanismos <strong>de</strong> negociação com o po<strong>de</strong>r fe<strong>de</strong>ral. Dessa forma, esperaseque a nova Agência <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste – A<strong>de</strong>ne, funcione comoelemento <strong>de</strong> ligação <strong>do</strong>s diferentes espaços e níveis <strong>de</strong>cisórios, com a função <strong>de</strong>articulação, compatibilização e acompanhamento <strong>de</strong> programas prioritários <strong>de</strong> caráterregional, bem como <strong>de</strong> negociação e articulação <strong>do</strong>s órgãos e entida<strong>de</strong>s públicasfe<strong>de</strong>rais na região, além <strong>do</strong>s agentes econômicos e sociais priva<strong>do</strong>s.A Governança EstadualO fortalecimento da governança no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> requer o aumento <strong>do</strong> papeldas instituições governamentais e não-governamentais para direcionar esforços naimplementação prioritária <strong>do</strong>s Objetivos <strong>do</strong> Milênio para o Desenvolvimento Sustentável<strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>senvolvidas as seguintes ações:• Continuar a apoiar as <strong>Agenda</strong>s <strong>21</strong> locais, os programas e os projetos <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento sustentável.• Incentivar parcerias entre instituições governamentais e não-governamentais, incluin<strong>do</strong>os principais atores sociais e atrain<strong>do</strong> voluntários, em programas e ativida<strong>de</strong>s para arealização <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, em to<strong>do</strong>s os níveis, particularmente nos níveisestadual e municipal.• Apoiar a consolidação e o monitoramento <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentosustentável, adapta<strong>do</strong>s às características <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a servir <strong>de</strong>referência no processo <strong>de</strong> avaliação da implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Estadual.Dentro <strong>do</strong> espírito <strong>de</strong> fortalecimento da autonomia local, cabe ao Esta<strong>do</strong> e aosmunicípios a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejar e executar os programas prioritários para o<strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, trabalhan<strong>do</strong> em parceria comos agentes sociais e econômicos da esfera privada da socieda<strong>de</strong>.146


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Dessa forma, no Esta<strong>do</strong>, i<strong>de</strong>ntifica-se a atuação em diferentes instâncias.• Nível político: Assembléia Legislativa, conselhos estaduais temáticos, entre eles oConselho Estadual <strong>de</strong> Meio Ambiente e o Conselho Estadual <strong>de</strong> Recursos Hídricos.• Nível estratégico: Secretaria <strong>de</strong> Planejamento e Desenvolvimento Social, Secretaria<strong>de</strong> Ciência Tecnologia e Meio Ambiente, em articulação com as <strong>de</strong>mais esferas <strong>de</strong>governo.Entre os diversos Conselhos existentes, é importante <strong>de</strong>stacar os que mais diretamenteatuam na implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>.Fórum Estadual da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Esse Fórum foi cria<strong>do</strong> pelo Decreto Estadual nº <strong>21</strong>.691, <strong>de</strong> 1999, com o objetivo <strong>de</strong>elaborar, acompanhar e avaliar a implementação das políticas voltadas para apromoção <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, a partir <strong>de</strong> um processo participativo econtínuo. Diversas instituições <strong>do</strong> setor governamental e não-governamental integramesse Fórum. Visan<strong>do</strong> a implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Estadual.Conselho Estadual <strong>de</strong> Meio Ambiente – ConsemaO Consema é um órgão colegia<strong>do</strong>, consultivo e <strong>de</strong>liberativo, forma<strong>do</strong> por 42 (quarenta e<strong>do</strong>is) representantes <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s governamentais e da socieda<strong>de</strong> civil organizada,diretamente vincula<strong>do</strong> ao Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e integrante <strong>do</strong> Sistema Estadual <strong>de</strong>Meio Ambiente, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> órgão superior. O Consema tem o papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberarsobre as políticas públicas <strong>de</strong> meio ambiente e vem atuan<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994. Ele conta comcinco Câmaras Técnicas: Biodiversida<strong>de</strong> e Florestas, Saneamento e Controle da Qualida<strong>de</strong>Ambiental, Educação Ambiental, <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, Pesca e Aqüicultura. A Câmara Técnica da<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> tem o papel <strong>de</strong> articular e acompanhar a elaboração e a implementação <strong>do</strong>sprogramas prioritários da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Estadual.Comitês <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica – CobhsOs Comitês <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica – Cobhs, são órgãos colegia<strong>do</strong>s, consultivos e<strong>de</strong>liberativos, cujo principal objetivo é o gerenciamento das águas da região, <strong>de</strong> forma<strong>de</strong>scentralizada e participativa. Já existem, instala<strong>do</strong>s, os comitês <strong>do</strong>s rios Pirapama,Jaboatão, Ipojuca, Pajeú e Moxotó. Esses comitês são forma<strong>do</strong>s por representantes <strong>do</strong>smunicípios integrantes da bacia, <strong>do</strong>s órgãos estaduais, bem como representantes dasocieda<strong>de</strong> civil, em termos das indústrias usuárias <strong>do</strong>s recursos naturais, organizações nãogovernamentaisatuantes na área, universida<strong>de</strong>s, entre outros.147


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Conselho <strong>de</strong> Desenvolvimento da Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife – Con<strong>de</strong>rmO Conselho <strong>de</strong> Desenvolvimento da Região Metropolitana <strong>do</strong> Recife – Con<strong>de</strong>rm, cria<strong>do</strong>pela Lei Complementar nº 10, <strong>de</strong> 1994, vem funcionan<strong>do</strong> como um importante fórum <strong>de</strong>discussão <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável da região. Ele funciona com o apoio <strong>de</strong> suasCâmaras Técnicas, ressaltan<strong>do</strong>-se a <strong>de</strong> Saneamento Ambiental. Nesta Câmara vemsen<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong>, entre outros temas, a Regulamentação <strong>do</strong>s Serviços <strong>de</strong> Abastecimento<strong>de</strong> Água e Esgotos Sanitários da RMR.Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – CerbmaRelaciona<strong>do</strong> à gestão <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação e cria<strong>do</strong> pelo <strong>Governo</strong> Estadual,através <strong>do</strong> Decreto nº 20.860, <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1998, o Comitê Estadual da Reservada Biosfera da Mata Atlântica – Cerbma, órgão colegia<strong>do</strong> e vincula<strong>do</strong> ao ConselhoNacional da Reserva da Biosfera, objetiva promover a conservação da biodiversida<strong>de</strong>, o<strong>de</strong>senvolvimento sustentável e a difusão <strong>de</strong> conhecimento científico, e é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>um <strong>do</strong>s mais atuantes.Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da CaatingaAs reservas da biosfera são áreas <strong>de</strong> ecossistemas terrestres ou costeiros,internacionalmente reconhecidas pelo programa da Unesco O Homem e a Biosfera. Elasformam uma re<strong>de</strong> mundial que fomenta a troca <strong>de</strong> informações e experiências. AReserva da Biosfera da Caatinga, aprovada pela Unesco em 2001, é coor<strong>de</strong>nada peloConselho Nacional, cuja presidência coube à Secretaria <strong>de</strong> Ciência Tecnologia e MeioAmbiente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.A Governança MunicipalO <strong>de</strong>senvolvimento local representa um processo <strong>de</strong> transformação na base econômicae na organização da socieda<strong>de</strong>, buscan<strong>do</strong> promover a convergência <strong>de</strong> suas energias,pon<strong>do</strong> em efetivação as suas capacida<strong>de</strong>s e as suas potencialida<strong>de</strong>s, aumentan<strong>do</strong> asoportunida<strong>de</strong>s sociais, a competitivida<strong>de</strong> da economia e, por conseguinte, a rendapessoal e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento e gastos públicos, o sentimento <strong>de</strong>pertencimento entre os membros da socieda<strong>de</strong> e, em razão disso, um fortalecimento daética e <strong>de</strong> uma nova consciência ambiental.As possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sucesso <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>rivam, <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>, da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mobilização da coletivida<strong>de</strong> em torno <strong>de</strong> interesses partilha<strong>do</strong>s, o que pressupõeenvolvimento <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> interesses e <strong>de</strong> atores locais na elaboração e efetivação <strong>de</strong>um projeto coletivo; por outro la<strong>do</strong>, tais possibilida<strong>de</strong>s estão vinculadas à forma pela qualo esforço coletivo aproveita as oportunida<strong>de</strong>s que surgem <strong>do</strong> contexto externo, <strong>do</strong>148


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>mesmo mo<strong>do</strong> que trabalha para minimizar os impactos ofereci<strong>do</strong>s pelas ameaças no seuentorno.Com a <strong>de</strong>scentralização, o município e a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser transforma<strong>do</strong>s emcatalisa<strong>do</strong>res das forças econômicas e das energias sociais e síntese e convergência daintervenção e atuação <strong>de</strong> diferentes instituições estaduais, regionais e nacionais(Buarque, 1999).O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização, para que seja bem-sucedi<strong>do</strong>, necessita ser encara<strong>do</strong>como caminho <strong>de</strong> mão dupla, pois a transferência, às municipalida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> recursosfinanceiros para a execução <strong>de</strong> ações estratégicas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong>administrativa local em geri-los, o que exige treinamento e capacitação para aparticipação.Fortalecer a <strong>de</strong>scentralização, através <strong>de</strong>ssa perspectiva, po<strong>de</strong> prevenir riscos<strong>de</strong>sestabiliza<strong>do</strong>res em economias que ficam subordinadas às estruturas imediatistas <strong>de</strong>governos locais. Conseqüentemente, as políticas <strong>do</strong>s <strong>Governo</strong>s Fe<strong>de</strong>ral e Estadual <strong>de</strong>estimular consórcios intermunicipais para administrar serviços comuns (por exemplo,saú<strong>de</strong>, trabalho, educação, proteção ambiental, entre outros) po<strong>de</strong>rão criar condiçõesmais favoráveis à <strong>de</strong>scentralização efetiva <strong>de</strong>sses serviços. No espaço <strong>do</strong> município, osplanos <strong>de</strong> Desenvolvimento Municipal <strong>de</strong>verão ser elabora<strong>do</strong>s levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>raçãoa <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Estadual.• Nível político: i) as Câmaras <strong>de</strong> Verea<strong>do</strong>res e os Conselhos Municipais <strong>de</strong>Desenvolvimento, responsáveis pela discussão e <strong>de</strong>liberação sobre estratégias,diretrizes e formulação <strong>do</strong>s programas prioritários; ii) o Fórum da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Local, quecoor<strong>de</strong>na a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> nos respectivos municípios; iii) os Consórcios Intermunicipais,que tratam <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> interesse comum, como é o caso <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s.• Nível estratégico: a principal entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento local,que funciona como elemento <strong>de</strong> vinculação <strong>do</strong>s diferentes espaços e níveis<strong>de</strong>cisórios, <strong>de</strong>ve ser a Prefeitura Municipal, em particular os setores vincula<strong>do</strong>s aoplanejamento e ao controle urbanístico.4.4 PAPEL DE DIVERSOS PARCEIROS DA AGENDA <strong>21</strong> DO ESTADO DEPERNAMBUCOEm <strong>Pernambuco</strong>, a título <strong>de</strong> exemplo, vários parceiros po<strong>de</strong>m ser agrupa<strong>do</strong>s em termos<strong>de</strong> suas áreas <strong>de</strong> atuação, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se:149


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Agências governamentais fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal (Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente,Ministério da Integração Nacional, Ministério <strong>do</strong> Planejamento e Orçamento e <strong>de</strong>maisministérios setoriais). No Esta<strong>do</strong>, as Secretarias <strong>de</strong> Planejamento e DesenvolvimentoSocial, <strong>de</strong> Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, <strong>de</strong> Infra-estrutura, <strong>de</strong>Desenvolvimento Econômico, <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Educação, <strong>de</strong> Produção Rural e ReformaAgrária. Nos municípios, a Prefeitura é a parceira para o <strong>de</strong>senvolvimento das açõeslocais.• Vale salientar, ainda, parceiros específicos na esfera fe<strong>de</strong>ral: Instituto Brasileiro <strong>de</strong>Recursos Renováveis – Ibama, Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> SãoFrancisco – Co<strong>de</strong>vasf, Agência <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste – A<strong>de</strong>ne,Companhia Hidro Elétrica <strong>do</strong> São Francisco – Chesf, Empresa Brasileira <strong>de</strong> PesquisaAgropecuária – Embrapa, Empresa Brasileira <strong>de</strong> Turismo – Embratur.• Ainda na instância estadual, referência especial cabe aos agentes setoriaispresta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços públicos, como a Compesa e a Celpe, e aos órgãos <strong>de</strong>gestão e controle ambiental, como a Companhia Pernambucana <strong>de</strong> Meio Ambiente– <strong>CPRH</strong>.• Segmentos <strong>do</strong>s diversos setores produtivos: agricultura, indústria, comércio e serviço.• Universida<strong>de</strong>s e centros <strong>de</strong> ensino e pesquisa (UFPE, UFRPE, UPE, Unicap, Cefet, Itep,IPA, Cpatsa, etc.).• Fundações <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong> cultura.• Organizações não-governamentais, entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe e sindicatos.• Po<strong>de</strong>res legislativo estadual e municipal (Assembléia Legislativa e CâmarasMunicipais).• Instituições representativas <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Judiciário.• Ministérios Público Fe<strong>de</strong>ral e Estadual.• Instituições <strong>do</strong> Sistema S (Sebrae, Senai, Senac, Sesc, Sesi, Senar).• Instituições religiosas.• Instituições vinculadas à mídia (sindicato <strong>de</strong> jornalistas, emissoras <strong>de</strong> rádio, televisão,entre outros).• Instituições <strong>de</strong> todas as áreas culturais.150


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Associações <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res, cooperativas, organizações comunitárias, grupos <strong>de</strong>jovens, grupos <strong>de</strong> mulheres, comunida<strong>de</strong>s quilombolas e indígenas.• Instituições internacionais <strong>de</strong> fomento ao <strong>de</strong>senvolvimento sustentável (Programa dasNações Unidas para o Desenvolvimento – Pnud; Banco Internacional <strong>de</strong> Reconstruçãoe Desenvolvimento — Banco Mundial – Bird; Banco Interamericano <strong>de</strong>Desenvolvimento – BID; Departamento para o Desenvolvimento Internacional <strong>do</strong><strong>Governo</strong> Britânico – Dfid; Fundação Alemã <strong>de</strong> Cooperação Internacional – GTZ;Agência <strong>de</strong> Cooperação Técnica Japonesa – Jica; etc.).As propostas contidas na <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> inauguram uma nova cultura <strong>de</strong>relações entre to<strong>do</strong>s os segmentos da socieda<strong>de</strong> e o po<strong>de</strong>r público, compartilhan<strong>do</strong> umcompromisso na direção <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mais justo e eqüitativo, quegaranta a cidadania, o exercício da liberda<strong>de</strong> e o atendimento das necessida<strong>de</strong>sbásicas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s. As parcerias, estabelecidas <strong>de</strong> forma multivariada, garantem umamaior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle da socieda<strong>de</strong> em relação à gestão das políticas públicasna sua função <strong>de</strong> realizar o bem social e respon<strong>de</strong>r pelos impactos ou efeitos gera<strong>do</strong>spara as atuais e as futuras gerações.Afinal, liberda<strong>de</strong>; paz e segurança; estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>méstica; respeito aos direitoshumanos; o cumprimento da lei; igualda<strong>de</strong> e não-discriminação <strong>de</strong> gênero, cor ou raçaconstituem a base para os pactos que garantam uma socieda<strong>de</strong> sustentável. Esta tornarse-áviável por meio da construção <strong>de</strong> parcerias e <strong>do</strong> fortalecimento institucional queenvolvam um amplo processo <strong>de</strong> capacitação para indivíduos e instituições.151


5 MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO DA AGENDA <strong>21</strong>Na última década, ficou patente que a implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong>mandariaesforços substancialmente maiores, tanto <strong>do</strong>s próprios países quanto da comunida<strong>de</strong>internacional, inclusive recursos adicionais, bem como a transferência <strong>de</strong> tecnologias,educação, capacitação e <strong>de</strong>senvolvimento das capacida<strong>de</strong>s científicas. Asdificulda<strong>de</strong>s para tornar os meios <strong>de</strong> implementação efetivos permanecem ainda umgran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio em termos <strong>do</strong> alcance das metas pactuadas durante a Rio 92.A implementação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável envolve problemas <strong>de</strong>coor<strong>de</strong>nação entre diferentes setores <strong>do</strong>s três níveis <strong>de</strong> governo e entre instituiçõespúblicas e privadas na formação <strong>de</strong> parcerias. A experiência tem revela<strong>do</strong> que oinsucesso na implementação <strong>de</strong> programas e projetos não se encontra na ausência <strong>de</strong>bases conceituais ou <strong>de</strong> estruturas organizacionais, mas nos entraves político-institucionaispara sua implementação, associa<strong>do</strong>s à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> novos instrumentosa<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s ao trato <strong>de</strong> questões multissetoriais. No caso específico das políticasambientais, por exemplo, uma questão fundamental se coloca, em termos daincorporação <strong>de</strong> novos instrumentos e mecanismos econômicos como elementoscomplementares às <strong>de</strong>cisões tomadas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> estilo <strong>de</strong> coman<strong>do</strong>-controle, que vemsen<strong>do</strong> tradicionalmente a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> (<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Brasileira).Os problemas relativos à implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Global estabeleceram umreferencial crítico <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> outras <strong>Agenda</strong>s, que passarama atrelar as suas bases <strong>de</strong> ação aos meios <strong>de</strong> operacionalizá-las. Em <strong>Pernambuco</strong>, to<strong>do</strong> oprocesso <strong>de</strong> consulta à população e às instituições foi sempre nortea<strong>do</strong> pelanecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se chegar, ao mesmo tempo, a <strong>do</strong>is resulta<strong>do</strong>s: as ações e os meios <strong>de</strong>implementação como objeto <strong>de</strong> pactuação entre os diversos representantes dasocieda<strong>de</strong> e <strong>do</strong>s governos. Ficou patente que uma <strong>Agenda</strong> só constituiria um processo<strong>de</strong> mudança, a médio e longo prazos, se pu<strong>de</strong>sse, na sua implementação, contar comto<strong>do</strong>s os atores sociais.Neste capítulo, são apresenta<strong>do</strong>s os meios <strong>de</strong> implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> aponta<strong>do</strong>spara cada eixo temático durante o processo <strong>de</strong> consulta, bem como outros aspectosconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s relevantes, a saber: Transferência <strong>de</strong> Tecnologia, Ciência e Educação,Capacitação, Financiamento para o Desenvolvimento Sustentável.5.1 PROPOSTAS TRANSVERSAIS ÀS DIVERSAS ESTRATÉGIAS DA AGENDA <strong>21</strong>DO ESTADO DE PERNAMBUCOTransferência <strong>de</strong> Tecnologia


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Promover <strong>de</strong>senvolvimento, transferência e difusão <strong>de</strong> tecnologias ambientalmentesaudáveis para todas as regiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, inclusive por meio <strong>de</strong> apoio técnico,bancos <strong>de</strong> tecnologia, apoio <strong>de</strong> marketing, assessoramento jurídico, pesquisas,instalação <strong>de</strong> laboratórios, assistência na formulação e negociação <strong>de</strong> projetos, etc.• Promover iniciativas para <strong>de</strong>senvolver e fortalecer re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contatos das estruturas <strong>de</strong>apoio institucional, tais como centros <strong>de</strong> tecnologia e instituições <strong>de</strong> pesquisas e<strong>de</strong>senvolvimento.• Prover os municípios <strong>de</strong> acesso a tecnologias ambientalmente saudáveis, <strong>de</strong> <strong>do</strong>míniopúblico, e promover a capacitação para absorção e adaptação <strong>de</strong> novas técnicas.• Fortalecer, no Esta<strong>do</strong>, uma cultura propícia a investimentos e à transferência <strong>de</strong>tecnologia, entre outros, por meio da promoção <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> assistência aosmunicípios.• Promover parcerias público-privadas, nos níveis nacional, estadual e municipal,visan<strong>do</strong> a assistência técnica e financeira, para a melhoria da produtivida<strong>de</strong> e dacompetitivida<strong>de</strong> em to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>.Ciência e Educação• Fortalecer a capacitação em ciência e tecnologia nas instituições <strong>de</strong> pesquisa, nosgovernos e no setor priva<strong>do</strong>, promoven<strong>do</strong> parcerias entre cientistas, governos egrupos comprometi<strong>do</strong>s com a aplicação <strong>de</strong> pesquisas para ações voltadas ao<strong>de</strong>senvolvimento.• Promover a educação formal e a conscientização pública, por meio da educaçãoambiental.• Focalizar a educação como condição prioritária para a redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>ssociais.• Garantir o acesso <strong>de</strong> mulheres e meninas à educação básica, bem como <strong>do</strong>s <strong>de</strong>maisgrupos vulneráveis (afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, índios).• Fortalecer as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interação <strong>de</strong> educação para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável,com o intuito <strong>de</strong> compartilhar conhecimentos e experiências.Capacitação• Alocar recursos financeiros para centros <strong>de</strong> excelência em educação e pesquisa noEsta<strong>do</strong>.• Promover programas <strong>de</strong> capacitação que tenham por base não só o investimentopúblico, mas a geração <strong>de</strong> emprego e renda nas comunida<strong>de</strong>s e a diversificaçãoindustrial <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong>.• Focalizar as capacitações realizadas com o apoio <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Amparo aoTrabalha<strong>do</strong>r, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>forma a evitar a pulverização <strong>do</strong>s recursos.153


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Ainda <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> implementação, serão analisa<strong>do</strong>s os recursos financeiros que<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s para operacionalizar as bases <strong>de</strong> ação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>.Financiamento para o Desenvolvimento SustentávelA <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> recursos financeiros que contribuam para implementar a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> vai ser, nesta seção, apresentada em três momentos: ofinanciamento internacional, o nacional e o estadual. Salientamos que, neste caso,a<strong>do</strong>ta-se a idéia <strong>de</strong> financiamento em um senti<strong>do</strong> geral, envolven<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o apoiofinanceiro que se relacione com o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,principalmente no tocante à área <strong>de</strong> meio ambiente.Fontes InternacionaisA maior parte <strong>do</strong>s recursos externos para o Brasil são provenientes das agênciasmultilaterais, como o Banco Mundial, o Banco Interamericano <strong>de</strong> Desenvolvimento e oPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento – Pnud. Além disso, <strong>do</strong>ações erecursos da cooperação bilateral são fontes relevantes. Brasil, Alemanha, Reino Uni<strong>do</strong>,Canadá e Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s representam o grupo maior <strong>de</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res internacionais.Há que se registrar que tem si<strong>do</strong> fundamental, para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos, osrecursos provenientes da cooperação internacional não-governamental.Neste tópico, é importante salientar a existência <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> para o Meio AmbienteMundial – GEF, cria<strong>do</strong> em 1990, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a financiar projetos em quatro áreas: i)aquecimento global, ii) biodiversida<strong>de</strong>, iii) águas internacionais e iv) <strong>de</strong>struição dacamada <strong>de</strong> ozônio. Sua gestão está a cargo <strong>de</strong> três agências <strong>de</strong> financiamento ecooperação: o Pnud, que se encarrega <strong>de</strong> treinar recursos humanos e dar assistênciatécnica aos projetos; o Banco Mundial, que presi<strong>de</strong> o GEF e se responsabiliza pelosprojetos <strong>de</strong> investimentos; e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente –Pnuma, que presta apoio científico aos projetos.Fontes NacionaisPara respon<strong>de</strong>r à pauta <strong>de</strong> ações da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Estadual, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma escassadisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos, é possível recorrer:• Aos orçamentos anuais. Esse esforço implica uma integração das várias secretarias <strong>de</strong>governo, para garantir uma ação menos setorial durante a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s orçamentos.• Ao processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> recursos públicos adicionais, <strong>de</strong> que são exemplos osfun<strong>do</strong>s. Destacam-se os Fun<strong>do</strong>s Setoriais <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e Tecnológico,oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> contribuições inci<strong>de</strong>ntes sobre o faturamento <strong>de</strong> empresas e/ou sobre oresulta<strong>do</strong> da exploração <strong>de</strong> recursos naturais pertencentes à União.154


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Ao uso <strong>de</strong> instrumentos fiscais (incentivos, isenções e <strong>de</strong>sonerações tributárias). Em<strong>Pernambuco</strong>, o melhor exemplo é o ICMS Socioambiental, que premia municípioscom melhor <strong>de</strong>sempenho nas áreas <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s, proteção das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Conservação, redução da mortalida<strong>de</strong> infantil e aumento <strong>de</strong> matrículas no ensinofundamental.• Aos Fun<strong>do</strong>s Nacional e Estadual <strong>de</strong> Meio Ambiente.No que se refere especialmente à proteção <strong>do</strong> meio ambiente no Brasil, são os governosestaduais que participam com um nível mais alto <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas. <strong>Pernambuco</strong>, por sua vez,<strong>de</strong>monstra que há uma baixa participação relativa, no item Meio Ambiente, no total das<strong>de</strong>spesas públicas. Em 1998 seu <strong>de</strong>sempenho ficou abaixo da participação <strong>do</strong>smunicípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Torna-se, pois, relevante analisar <strong>de</strong> que mo<strong>do</strong> a participação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> po<strong>de</strong>aumentar, <strong>de</strong> vez que, com a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, os programas <strong>de</strong> cunho ambiental precisam<strong>de</strong> respal<strong>do</strong> político, institucional e financeiro <strong>do</strong> <strong>Governo</strong>.Tabela 5.1 Despesas públicas com a proteção <strong>do</strong> meio ambiente e respectiva participação relativa no totaldas <strong>de</strong>spesas públicas, segun<strong>do</strong> os níveis <strong>de</strong> governo – Brasil –1996-1998Níveis <strong>de</strong> governo Despesas públicas com a proteção ao meio ambienteParticipação relativa noValor (1.000 R$) (1)total das <strong>de</strong>spesaspúblicas (%)1996 1997 1998 1996 1997Brasil 1.237.575 1.186.639 2.005.955 0,44 0,38Fe<strong>de</strong>ral 573.751 509.677 734.454 0,34 0,28Estadual 559.085 564.370 1.126.860 0,63 0,53Municipal (2) 104.739 112.592 144.641 0,41 0,44(1) Valor expresso em moeda corrente.(2) Nos anos <strong>de</strong> 1996 e 1997, a cobertura esteve restrita aos municípios das regiões metropolitanas dascapitais, enquanto no ano <strong>de</strong> 1998 foram incluí<strong>do</strong>s, além daqueles, municípios <strong>de</strong> maior expressãoeconômica e <strong>de</strong>mográfica no restante <strong>do</strong> País, abrangen<strong>do</strong> um total <strong>de</strong> 245 municípios.Fonte: Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável – IBGE, 2002.155


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Tabela 5.2 Despesas públicas com a proteção <strong>do</strong> meio ambiente e respectiva participação relativa no totaldas <strong>de</strong>spesas públicas, segun<strong>do</strong> os níveis <strong>de</strong> governo – Brasil –1998Brasil, Nor<strong>de</strong>ste e seusesta<strong>do</strong>sTotalDespesas públicas com a proteção ao meio ambienteParticipação relativa noValor (1.000 R$) (1) total das <strong>de</strong>spesas públicas(%)Níveis <strong>de</strong>Níveis <strong>de</strong>TotalgovernogovernoEstadual Municipal Estadua MunicipallBrasil 1.271.501 1.126.860 144.641 0,85 0,96 0,44Nor<strong>de</strong>ste 252.694 233.773 18.9<strong>21</strong> 0,89 1,01 0,36Maranhão 4.029 4.024 5 0,<strong>21</strong> 0,26 0,00Piauí 3.502 2.423 1.079 0,27 0,24 0,35Ceará 36.641 35.369 1.272 0,89 1,09 0,14Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> 11.562 10.829 733 0,49 0,53 0,23NorteParaíba 55.750 55.661 89 3,38 4,04 0,03<strong>Pernambuco</strong> 28.493 <strong>21</strong>.260 7.233 0,49 0,45 1,25Alagoas 6.6<strong>21</strong> 2.011 4.610 0,47 0,20 1,25Sergipe 1.928 1.928 - 0,11 0,13 -Bahia 104.168 100.268 3.900 1,27 1,48 0,27(1) No âmbito municipal, a cobertura foi <strong>de</strong> 245 municípios, incluin<strong>do</strong> as capitais, os municípios das regiõesmetropolitanas e outros municípios consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> relevante expressão econômica e <strong>de</strong>mográfica noPaís.Fonte: Indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável – IBGE, 2002.Sistema <strong>de</strong> Apoio FinanceiroA falta <strong>de</strong> recursos disponíveis pelo agente produtivo é uma das maiores dificulda<strong>de</strong>s ao<strong>de</strong>senvolvimento sustentável. Por isso, tanto o setor público, principalmente, quanto osetor priva<strong>do</strong> são fundamentais na atração <strong>de</strong> novos investimentos para o Esta<strong>do</strong>,através das suas linhas <strong>de</strong> créditos disponíveis, que <strong>de</strong>sempenham um papel importantenesse processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional, visto que os recursos para investimentos emativida<strong>de</strong>s produtivas, <strong>de</strong> caráter priva<strong>do</strong>, no Nor<strong>de</strong>ste, <strong>de</strong>rivam-se, fundamentalmente,<strong>de</strong>ssas fontes.O Compromisso <strong>do</strong>s Bancos com a Sustentabilida<strong>de</strong>Bancos e empresas brasileiras têm focaliza<strong>do</strong> a sua atenção na promoção daecoeficiência, na <strong>de</strong>mocracia participativa e na responsabilida<strong>de</strong> social. Essa tendênciavem sen<strong>do</strong> confirmada pela posição (terceiro lugar) que o Brasil ocupa no Índice <strong>de</strong>Compromisso Ambiental <strong>de</strong> Bancos da América Latina – Icam, per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> apenas para oMéxico e para o Chile. O BNDES é exemplo da construção <strong>de</strong> uma nova ética dasustentabilida<strong>de</strong>, quan<strong>do</strong>, além <strong>de</strong> ter concedi<strong>do</strong>, na última década, R$ 6 milhões emfinanciamento para investimentos na área ambiental, assinou a Carta <strong>de</strong> Compromissos<strong>do</strong>s Bancos para o Desenvolvimento Sustentável <strong>do</strong> Programa das Nações Unidas para o156


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Meio Ambiente e participou da iniciativa da uniformização da Contabilida<strong>de</strong> Ambiental,promovida pelas Nações Unidas.De um mo<strong>do</strong> específico, empresas se envolvem com uma pauta socioambiental porvárias razões, tais como a redução <strong>de</strong> danos ambientais pelos quais as segura<strong>do</strong>ras seresponsabilizam, a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida futura <strong>do</strong>s segura<strong>do</strong>s, a seleção <strong>de</strong> investimentosque respeitem o meio ambiente e os direitos humanos. Vê-se, pois, que os riscosambientais passam a ser componentes <strong>do</strong>s riscos financeiros.Nessa linha, torna-se fundamental que os bancos, principalmente os que financiam asações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, a<strong>do</strong>tem critérios para o exercício <strong>de</strong> umaresponsabilida<strong>de</strong> social que represente em várias dimensões os valores e princípios da<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>.O papel das instituições financeiras e segura<strong>do</strong>ras é relevante no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> assegurarfinanciamento para ações que promovam o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e reduzam osriscos ambientais. Nesse senti<strong>do</strong>, é imprescindível que o BNDES, o BNB, a CEF e o Banco<strong>do</strong> Brasil, assim como as agências <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional (A<strong>de</strong>ne, por exemplo),incorporem a dimensão social e ambiental como critérios <strong>de</strong>cisivos nos seusfinanciamentos, empréstimos ou concessão <strong>de</strong> incentivos fiscais.Banco Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico e SocialÉ atualmente o principal instrumento <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> Fe<strong>de</strong>ral para os financiamentos <strong>de</strong>longo prazo aos setores público e priva<strong>do</strong>, com ênfase no estímulo à iniciativa privadanacional. O Banco atua também por intermédio das suas subsidiárias integrais: BNDESParticipações S.A. – Ban<strong>de</strong>spar, que investe em empresas nacionais, e a AgênciaEspecial <strong>de</strong> Financiamento Industrial – Finame, que atua diretamente na expansão emo<strong>de</strong>rnização da indústria brasileira, através da alocação direta <strong>de</strong> recursos ou daprestação <strong>de</strong> garantias.Banco <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste S.A.Tem como objetivo promover o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável da Região Nor<strong>de</strong>ste,através da capacitação técnica e financeira <strong>do</strong>s agentes produtivos regionais. Para isso,o Banco <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste oferece uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> crédito, distribuídas nosprincipais setores <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> agroindustrial, industrial, rural, comercial/prestação <strong>de</strong>serviços e turismo. Além <strong>de</strong> ser financia<strong>do</strong>r <strong>de</strong> recursos, o BNB possui uma estruturaprodutiva que visa capacitar o agente produtivo para que ele tenha sucesso em seunegócio, através da educação, <strong>do</strong> treinamento e <strong>do</strong> melhor conhecimento daativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida.157


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Fun<strong>do</strong> Constitucional <strong>de</strong> Financiamento <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>steO FNE objetiva fomentar o <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil,através da execução <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> financiamento aos setores produtivos <strong>de</strong> caráterregional, em consonância com o Plano Regional <strong>de</strong> Desenvolvimento Proposto.Beneficiam-se, <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong> FNE, os agentes que realizam ativida<strong>de</strong>s produtivas nossetores agropecuário, industrial e agroindustrial. Os principais programas incentiva<strong>do</strong>spelo FNE, por setor, são os seguintes: programas para o setor rural e agroindustrial(Propec, Proagri, Proir, Agrin, Pro<strong>de</strong>sa, Prointec); programas para o setor industrial(Industrial, Pro<strong>de</strong>tec, Mineral, Proatur) e programas especiais (Proger, Proterra, FNE-ver<strong>de</strong>,etc). 3Agência <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>steA atuação da Su<strong>de</strong>ne po<strong>de</strong> ser dividida em quatro ativida<strong>de</strong>s: capacitação técnica eorganizacional, informação e <strong>do</strong>cumentação, política e programação, execução ecoor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> obras e serviços. A Su<strong>de</strong>ne era, até recentemente, o órgão responsávelpela administração <strong>de</strong> três tipos <strong>de</strong> incentivos regionais, <strong>de</strong>ntre os quais <strong>de</strong>staca-se oFinor como o principal para implantação <strong>de</strong> projetos na Região Nor<strong>de</strong>ste. Além <strong>de</strong>ste, aautarquia era responsável pelos Incentivos Especiais da Redução e <strong>de</strong> Reinvestimento <strong>do</strong>Imposto <strong>de</strong> Renda. O sistema <strong>de</strong> incentivos fe<strong>de</strong>rais <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste visa atingir osempresários interessa<strong>do</strong>s em implantar empreendimentos na Região Nor<strong>de</strong>ste, no norte<strong>de</strong> Minas Gerais e no Vale <strong>do</strong> Jequitinhonha e no norte <strong>do</strong> Espírito Santo. Já os IncentivosEspeciais da Redução e Reinvestimento <strong>do</strong> Imposto <strong>de</strong> Renda beneficiam os diversostipos <strong>de</strong> pessoas jurídicas (firma individual, socieda<strong>de</strong> limitada, socieda<strong>de</strong> anônima) e se<strong>de</strong>stinam às pequenas, médias e gran<strong>de</strong>s empresas, nacionais ou estrangeiras, quevenham a se instalar ou que já estejam instaladas e operan<strong>do</strong> na área <strong>de</strong> atuação daSu<strong>de</strong>ne. Mais recentemente, a Su<strong>de</strong>ne foi extinta e, em seu lugar, foi criada a A<strong>de</strong>ne,ainda em fase <strong>de</strong> estruturação.Banco <strong>do</strong> BrasilDestaca-se na concessão <strong>de</strong> financiamentos — como repassa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong>outras instituições governamentais e <strong>do</strong> Tesouro Nacional — principalmente aos serviçospresta<strong>do</strong>s às micro e pequenas empresas, através das suas linhas <strong>de</strong> créditos: Fepemi (Fun<strong>do</strong>Especial <strong>de</strong> Apoio às Pequenas e Micro Empresas Industriais), que financia assistência técnicae treinamento, visan<strong>do</strong> elevar a qualida<strong>de</strong> e a produtivida<strong>de</strong> empresarial. Além <strong>de</strong>stas,existem outras linhas <strong>de</strong> crédito que visam o capital <strong>de</strong> giro.Deve-se <strong>de</strong>stacar também o papel <strong>do</strong> Banco <strong>do</strong> Brasil na concessão <strong>de</strong> crédito àagricultura familiar, por meio <strong>de</strong> repasse <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong> Programa Nacional <strong>de</strong>Financiamento da Agricultura Familiar – Pronaf, e <strong>de</strong> outros programas <strong>do</strong> BNDES <strong>de</strong>158


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>apoio à agricultura familiar nas áreas <strong>de</strong> produção agrícola, pecuária, avicultura episcicultura.Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ralTrata-se <strong>de</strong> um banco estatal <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos, que financia diversos setores produtivos,principalmente obras <strong>de</strong> infra-estrutura. Como financia<strong>do</strong>r, atua basicamenterepassan<strong>do</strong> os recursos <strong>do</strong> BNDES, sobretu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s programas Proger e BNDES automático.Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Aval às Micro e Pequenas EmpresasO Sebrae também age como financia<strong>do</strong>r <strong>de</strong> pequenos empreendimentos, através <strong>do</strong>Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Aval às Micro e Pequenas Empresas – Fampe. Esse fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> aval se caracterizapor ser um instrumento institucional <strong>do</strong> Sebrae, visan<strong>do</strong> dar suporte a micro e pequenasempresas que não dispõem <strong>de</strong> patrimônio a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e suficiente para dar comogarantia <strong>de</strong> empréstimo bancário.5.2 OS MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO POR EIXOS TEMÁTICOSOs eixos temáticos Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis e Infra-estrutura tiveram seus meios <strong>de</strong>implementação apresenta<strong>do</strong>s em conjunto.CIDADES SUSTENTÁVEIS E INFRA-ESTRUTURAAlocar Recursos Humanos e InstitucionaisAs equipes técnicas existentes nas instituições públicas e privadas representam o maisvalioso meio <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável no Esta<strong>do</strong>, porqueserá através da ação <strong>de</strong>sse contingente <strong>de</strong> pessoal que serão implantadas novas açõese mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> pensar e agir, quebran<strong>do</strong>-se os paradigmas que até então vêm sen<strong>do</strong>a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s. Nesse senti<strong>do</strong>, a capacitação contínua <strong>de</strong>ssas pessoas faz-se necessária,tanto estadual quanto municipalmente. O fortalecimento <strong>do</strong> terceiro setor éfundamental para consolidar o controle social das ações governamentais.Verifica-se que os novos mecanismos <strong>de</strong> implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong>vem estarbasea<strong>do</strong>s em processo <strong>de</strong> negociação permanente com os atores institucionaisrelevantes sobre as políticas, programas e projetos a serem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s. Nesse senti<strong>do</strong>,a construção <strong>de</strong> parcerias é fundamental. Exemplo disso vem sen<strong>do</strong> exercita<strong>do</strong>,recentemente, através <strong>de</strong> Comitês <strong>de</strong> Bacias Hidrográficas, bem como <strong>de</strong> ConsórciosIntermunicipais. São i<strong>de</strong>ntificadas as seguintes ações prioritárias:• Criar mecanismos <strong>de</strong> compatibilização interinstitucional <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> fiscalização e159


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>controle ambiental nos municípios.• Incorporar, à estrutura administrativa municipal existente, um Sistema Municipal <strong>de</strong>Meio Ambiente que inclua: Órgão Gestor <strong>de</strong> Meio Ambiente, Política Ambiental,Conselho Municipal <strong>de</strong> Meio Ambiente e Fun<strong>do</strong> Municipal <strong>de</strong> Meio Ambiente.• Promover o associativismo intermunicipal, forman<strong>do</strong> e/ou consolidan<strong>do</strong> consórciosmunicipais para tratar <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> interesse comum, como, por exemplo, a<strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s.• Efetivar o Conselho Estadual <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia para acompanhar as políticas<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> em C&T.• Fortalecer a atuação da Agência Regula<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Serviços <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nos serviços <strong>de</strong>saneamento básico — abastecimento <strong>de</strong> água, esgotos sanitários, limpeza urbana edrenagem urbana.• Instituir Conselho Deliberativo, com representação paritária da socieda<strong>de</strong> civilorganizada, na Agência Regula<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Serviços <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.• Fortalecer e/ou criar órgãos municipais <strong>de</strong> vigilância e controle ambiental, capazes<strong>de</strong> exercer controle eficaz sobre a qualida<strong>de</strong> da água distribuída à população esobre a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>de</strong>spejos sóli<strong>do</strong>s e líqui<strong>do</strong>s.• Aperfeiçoar a gestão e a regulação <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saneamento ambiental,buscan<strong>do</strong> a universalização <strong>do</strong> atendimento.• Formar e/ou consolidar consórcios municipais para tratar <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> interessecomum.• Estabelecer mecanismos <strong>de</strong> articulação e controle social para implementação daspolíticas setoriais, crian<strong>do</strong> novos conselhos e fortalecen<strong>do</strong> os conselhos existentes.• Incentivar a investigação científica e a criação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa locais ouintegradas que reflitam a busca <strong>de</strong> soluções para os problemas municipais, as quaisreduzam impactos socioambientais.• Incentivar os programas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social das empresas, potencializan<strong>do</strong>parcerias com os diversos atores da socieda<strong>de</strong>.• Criar unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scentralizadas da Companhia <strong>de</strong> Policiamento Ostensivo <strong>do</strong> MeioAmbiente – Cipoma, no interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, em parceria com os municípios.• Sensibilizar e capacitar continuamente os gestores municipais, membros <strong>de</strong>Conselhos, técnicos <strong>de</strong> organizações não-governamentais – ONGs, e outros atoresenvolvi<strong>do</strong>s nas ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.• Fomentar a formação e/ou consolidação <strong>de</strong> núcleos <strong>de</strong> Ouvi<strong>do</strong>rias ou Fórunssemelhantes nos municípios, como forma <strong>de</strong> ampliar a responsabilida<strong>de</strong> social nagestão ambiental.Alocar Recursos FinanceirosA operacionalização <strong>do</strong> ICMS Socioambiental, recentemente cria<strong>do</strong> no Esta<strong>do</strong>,apresenta-se como uma alternativa importante na alocação <strong>de</strong> recursos financeirospara o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, que irão gerar melhoria no sistemas <strong>de</strong> gestãointegrada <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> educação, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação.160


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>Outras fontes importantes são os fun<strong>do</strong>s setoriais para o <strong>de</strong>senvolvimento científico etecnológico, que vêm se mostran<strong>do</strong> uma alternativa importante para apoiar o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisa em setores estratégicos, como energia, água, petróleo etelecomunicações. Esses fun<strong>do</strong>s são geri<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma compartilhada, com comitêscoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s pelo Ministério <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia – MCT, juntamente com osministérios afins e representantes da comunida<strong>de</strong> científica e <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong>.Esses novos fun<strong>do</strong>s têm a perspectiva <strong>de</strong> fontes estáveis, diversificadas e nãoorçamentárias<strong>de</strong> financiamento contínuo e são instrumentos capazes <strong>de</strong> ampliar osinvestimentos das empresas em inovações tecnológicas, mediante projetos comuns comas universida<strong>de</strong>s funcionan<strong>do</strong> em <strong>Pernambuco</strong>. A aprovação da nova Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong>São Francisco, que se instalará em Petrolina, trará a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consolidar a regiãocomo um pólo <strong>de</strong> conhecimento.Além disso, as linhas <strong>de</strong> financiamento estabelecidas pelos bancos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,como o Banco <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, Banco <strong>do</strong> Brasil e o Banco Nacional <strong>de</strong> DesenvolvimentoSocial – BNDES, juntamente com recursos provenientes <strong>do</strong>s programas governamentaisexistentes, po<strong>de</strong>m vir a apoiar ações aqui propostas. Nesse senti<strong>do</strong>, faz-se necessáriomelhorar as políticas <strong>de</strong> empréstimo das instituições financia<strong>do</strong>ras, nos níveis local,nacional e internacional, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a aten<strong>de</strong>r os objetivos <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimentosustentável <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Deverá ser assegura<strong>do</strong> também que os Fun<strong>do</strong>s Nacionais <strong>de</strong> Meio Ambiente – FNMA, oFun<strong>do</strong> Estadual <strong>de</strong> Meio Ambiente – Fema, o Fun<strong>do</strong> Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos – FNRHe o Fun<strong>do</strong> Estadual <strong>de</strong> Recursos Hídricos – Ferh, bem como os Fun<strong>do</strong>s Municipais <strong>de</strong> MeioAmbiente e <strong>de</strong> Recursos Hídricos a serem cria<strong>do</strong>s, sejam direciona<strong>do</strong>s para apoiarativida<strong>de</strong>s que estejam incluídas na <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.• Negociar financiamentos e ações compensatórias, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que os recursos nãoonerosos sejam <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a sistemas que não apresentem viabilida<strong>de</strong> econômica,nos quais, em geral, existem maiores déficits <strong>de</strong> serviços e menor renda.• Promover a revisão <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los tarifários para os serviços públicos <strong>de</strong> abastecimento<strong>de</strong> água e esgotos sanitários, preven<strong>do</strong> tarifas sociais e explicitan<strong>do</strong> os subsídioscruza<strong>do</strong>s pratica<strong>do</strong>s.• Apoiar técnica e financeiramente os municípios menos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s na elaboração<strong>de</strong> seus planos municipais <strong>de</strong> metas ambientais.• Condicionar o acesso às linhas <strong>de</strong> crédito daqueles segmentos produtivos queprivilegiem os princípios <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, fomentan<strong>do</strong> a implantaçãoda norma NBR – ISO 14.001 e <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> Gestão Ambiental – SGA, em indústrias epresta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> serviços.• Aperfeiçoar os critérios <strong>de</strong> outorga e concessão da água e implementar a cobrançapelo uso das águas superficiais e subterrâneas, estabelecen<strong>do</strong> preços diferencia<strong>do</strong>spara os seus múltiplos usos, principalmente o industrial, <strong>de</strong> forma que o custo da água161


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>reciclada seja competitivo com o da água limpa.• Nas situações em que lançamento <strong>de</strong> resíduos polui<strong>do</strong>res aos corpos d’água forpermiti<strong>do</strong>, a<strong>do</strong>tar tarifas cujo valor seja diretamente proporcional à carga polui<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> resíduo a ser lança<strong>do</strong>.• Encorajar fundações e instituições públicas e da socieda<strong>de</strong> civil, por meio <strong>de</strong>incentivos fiscais, a prover assistência aos municípios menos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s.Alocar Recursos Científicos e TecnológicosNo que diz respeito às tecnologias <strong>de</strong> saneamento, já existem tecnologias disponíveis nomerca<strong>do</strong> para o atendimento da <strong>de</strong>manda <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água,esgotamento sanitário, resíduos sóli<strong>do</strong>s e drenagem urbana. Importante, entretanto, é oenvolvimento das universida<strong>de</strong>s no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas e pesquisas quevisem ampliar o leque <strong>de</strong> soluções alternativas e <strong>de</strong> baixo custo, incentivan<strong>do</strong> o reuso e areciclagem <strong>de</strong> resíduos. Entre as propostas previstas, ressaltam-se:• Fomentar, junto às instituições públicas e privadas, em especial nas universida<strong>de</strong>s efaculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação existentes, o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> temas e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> linhas<strong>de</strong> pesquisa, que atendam às necessida<strong>de</strong>s socioambientais diagnosticadas.• Apoiar e promover o <strong>de</strong>senvolvimento, transferência e difusão <strong>de</strong> tecnologias limpas.Consolidar Sistemas <strong>de</strong> Informações• Criar e gerenciar uma base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e a<strong>do</strong>tar indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>unifica<strong>do</strong>s no Esta<strong>do</strong>, socializan<strong>do</strong> e consolidan<strong>do</strong> um sistema <strong>de</strong> informações queestimulem um maior controle social.• Implantar e divulgar sistemas <strong>de</strong> informação geográfica em cada Região <strong>de</strong>Desenvolvimento, fornecen<strong>do</strong> base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para o monitoramento das ações.• Implantar e divulgar sistemas <strong>de</strong> informações com indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>,ressaltan<strong>do</strong>-se o cálculo e monitoramento <strong>do</strong> Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano –IDH, nas cida<strong>de</strong>s pernambucanas.• Disponibilizar informações geográficas, imagens <strong>de</strong> satélite, sensoriamento remoto eSistema <strong>de</strong> Posicionamento Global – GPS, estruturan<strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> informaçõesgeorreferenciadas.• Apoiar a implantação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> digital, centros tecnológicos e ilhas <strong>de</strong> informática,disseminan<strong>do</strong> soluções <strong>de</strong> caráter tecnológico e social bem-sucedidas.• Utilizar, <strong>de</strong> forma intensiva, a informática para a racionalização da administraçãopública.• Fortalecer o governo eletrônico como um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão.Melhorar os Serviços <strong>de</strong> Infra-estrutura• Mobilizar recursos <strong>do</strong> setor público e priva<strong>do</strong> para as pesquisas tecnológicas na área162


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong><strong>de</strong> energia.• Grupos majoritários e governos <strong>de</strong>vem avaliar as ativida<strong>de</strong>s para a capacitaçãoinstitucional, ten<strong>do</strong> em vista o <strong>de</strong>senvolvimento da ciência e tecnologia.• <strong>Governo</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>mais organizações <strong>de</strong>vem prover amplo acesso às informações paraa pesquisa científica e educação, meio ambiente e <strong>de</strong>senvolvimento,particularmente para energia e transportes.• A comunida<strong>de</strong> científica, com o apoio <strong>de</strong> organizações governamentais e nãogovernamentais,<strong>de</strong>vem analisar e monitorar as implicações éticas e os meios <strong>de</strong>regulação <strong>do</strong> trabalho científico, fomentar um <strong>de</strong>bate público sobre as implicaçõeséticas <strong>do</strong> conhecimento científico e sua aplicação.• A comunida<strong>de</strong> científica, o governo e <strong>de</strong>mais instituições afins <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolverprogramas <strong>de</strong> informação e educação sobre comunicação, energia e transporte emeio ambiente, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas respectivas esferas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>.REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAISAlocar Recursos Humanos e Institucionais• Integrar ações <strong>de</strong> fiscalização e controle ambiental nos municípios, crian<strong>do</strong>mecanismos <strong>de</strong> compatibilização interinstitucional.• Incentivar ações articuladas entre os municípios <strong>de</strong> uma mesma região para oenfrentamento <strong>de</strong> problemas comuns.• Incentivar a criação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> controle ou regulação <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong>saneamento e fortalecer os já existentes.• Criar e/ou fortalecer órgãos municipais <strong>de</strong> vigilância sanitária e ambiental paraexercer controle eficaz da qualida<strong>de</strong> da água distribuída à população e <strong>do</strong>s<strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s e líqui<strong>do</strong>s produzi<strong>do</strong>s.• Estabelecer mecanismos para o aperfeiçoamento da gestão <strong>do</strong> saneamento básico,em to<strong>do</strong>s os níveis.• Formar e/ou consolidar consórcios municipais para tratar <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> interessecomum, como, por exemplo, a <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s.• Estabelecer mecanismos <strong>de</strong> articulação e controle social para implementação daspolíticas setoriais, fortalecen<strong>do</strong> os conselhos e fóruns existentes, incentivan<strong>do</strong>parcerias entre as empresas e os diversos atores da socieda<strong>de</strong>.• Incentivar a capacitação continuada <strong>do</strong>s diversos atores envolvi<strong>do</strong>s nas ações <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento sustentável.• Implantar os Conselhos Tutelares em to<strong>do</strong>s os municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, acionan<strong>do</strong>judicialmente aqueles que não o fizerem.• Regularizar o Fun<strong>do</strong> da Infância e da A<strong>do</strong>lescência e implementar mecanismosefetivos <strong>de</strong> fiscalização da aplicação <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong>s Fun<strong>do</strong>s Municipais, em açãoarticulada com o Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e o Ministério Público.• Criar a retaguarda necessária à implementação <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> proteçãoespecial e socioeducativos (núcleo <strong>de</strong> atendimento, abrigos, etc.).163


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Criar e implementar, nos municípios on<strong>de</strong> não existam, Varas, Promotorias eDefensorias Públicas especializadas no atendimento <strong>de</strong> crianças e a<strong>do</strong>lescentesvítimas e infratores.• Realizar fóruns <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates regionais e itinerantes, cursos e seminários sobre asatribuições e competências <strong>do</strong>s Conselhos <strong>de</strong> Direitos e Tutelares, <strong>do</strong> MinistérioPúblico, das Polícias Militar e Civil, <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Judiciário e <strong>do</strong>s Defensores Públicos.• Fomentar a formação e/ou consolidação <strong>de</strong> núcleos <strong>de</strong> ouvi<strong>do</strong>rias ou fórunssemelhantes, nos municípios, como forma <strong>de</strong> ampliar a responsabilida<strong>de</strong> social nagestão ambiental.• Desenvolver mecanismos <strong>de</strong> articulação entre Po<strong>de</strong>r Judiciário, Ministério Público e<strong>Governo</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, nos municípios, <strong>de</strong> maneira que as remoções e a rotativida<strong>de</strong>inerentes ao cargo não comprometam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s trabalhos com ascrianças e a<strong>do</strong>lescentes.• Fortalecer os órgãos policiais ambientais, melhoran<strong>do</strong> o número <strong>de</strong> atores envolvi<strong>do</strong>se sua formação.Alocar Recursos Financeiros• Assegurar a utilização <strong>de</strong> recursos <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> Nacional <strong>de</strong> Segurança Pública paraações na área ambiental.• A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>de</strong>ve ser base para utilização <strong>do</strong>s recursos públicos já existentes,possibilitan<strong>do</strong> ainda a alocação <strong>de</strong> recursos advin<strong>do</strong>s <strong>de</strong> outras fontes.Alocar Recursos Científicos e Tecnológicos• Promover o <strong>de</strong>senvolvimento, transferência e difusão <strong>de</strong> tecnologias ambientalmentesaudáveis e socialmente justas.• Apoiar a criação <strong>de</strong> laboratórios e intensificar linhas <strong>de</strong> pesquisa e produçãotecnológica, aprimoran<strong>do</strong> as ca<strong>de</strong>ias produtivas estratégicas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Consolidar Sistemas <strong>de</strong> Informações• Criar e gerenciar uma base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>.• Implantar sistemas <strong>de</strong> informação geográfica em cada Região <strong>de</strong> Desenvolvimento,fornecen<strong>do</strong> base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para o monitoramento das ações.• Acessar, explorar e usar informações geográficas, utilizan<strong>do</strong> imagens <strong>de</strong> satélite <strong>de</strong>sensoriamento remoto, Sistema <strong>de</strong> Posicionamento Global – GPS, estruturan<strong>do</strong> sistema<strong>de</strong> informações georreferencia<strong>do</strong>s.GESTÃO DOS RECURSOS NATURAISA implementação das ações propostas no âmbito <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s recursos naturaisconjuga uma série <strong>de</strong> fatores. Recursos financeiros, capacitação e valorização <strong>do</strong>s164


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>recursos humanos, reestruturação institucional, pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento, criação <strong>de</strong>um sistema <strong>de</strong> informações, são os mais importantes <strong>de</strong>sses fatores.Recursos FinanceirosOs recursos financeiros são importantes para implementação das ações em pelo menos<strong>do</strong>is senti<strong>do</strong>s diferentes. O primeiro como um incentivo à utilização <strong>de</strong> práticassustentáveis pelos potenciais agentes polui<strong>do</strong>res, e o segun<strong>do</strong> como fonte <strong>de</strong> recursospara financiamento <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> interesse ambiental.No âmbito <strong>do</strong> primeiro grupo, <strong>de</strong>staca-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> política paraconcessão <strong>de</strong> incentivos fiscais e creditícios para, entre outros:• Proprietários rurais que contribuam para incrementar o percentual <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>conservação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e trabalhem sobre a ótica da sustentabilida<strong>de</strong>, ten<strong>do</strong> aagroecologia como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> produção.• Implantação <strong>de</strong> novas áreas <strong>de</strong> reflorestamento para os agricultores que praticamagricultura <strong>de</strong> subsistência (Nesses casos são sugeridas, inclusive, formas bastantediretas, como a isenção <strong>do</strong> Imposto Territorial Rural e da Taxa <strong>de</strong> Reposição Florestal).• Empresas que tenham implanta<strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> gestão integrada ambiental, <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> e/ou <strong>de</strong> segurança.• Incentivo às boas práticas <strong>de</strong> gestão, reutilização, reciclagem e redução <strong>do</strong>s resíduossóli<strong>do</strong>s.• Estu<strong>do</strong>s na área econômica/social que dêem suporte a um Sistema <strong>de</strong> Licenciamentoestadual.• Àqueles que praticam o manejo florestal sustentável em florestas naturais.• Empreendimentos cooperativos e associativos que utilizem os recursos naturais <strong>de</strong>mo<strong>do</strong> sustentável para agregar ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pequeno e médio portes <strong>de</strong> quaisquernatureza (produção agrícola, pesca artesanal, florestal, <strong>de</strong> aqüicultura familiar,apicultura e artesanato em geral).Para o segun<strong>do</strong> grupo, foram previstas ações <strong>de</strong>:• Fixação <strong>de</strong> um percentual no valor das exportações <strong>do</strong>s produtos florestais <strong>do</strong>sdiferentes biomas para fins <strong>de</strong> aplicação em pesquisa.• Criação <strong>de</strong> critérios e incentivos ao Imposto Ver<strong>de</strong>.• Implementação <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> tarifação <strong>do</strong> uso das águas, superficiais esubterrâneas, sem que seja privatiza<strong>do</strong>, mas com subsídios para a agricultura familiar.Com relação à precificação da água, existe uma preocupação <strong>de</strong> que se estabeleçampreços diferencia<strong>do</strong>s, geri<strong>do</strong>s pelo Conselho Municipal <strong>de</strong> Meio Ambiente – Com<strong>de</strong>ma,para os múltiplos usos da água, <strong>de</strong> forma que o custo da água reciclada sejacompetitivo com o da água limpa.165


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Estímulo à a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> mecanismos financeiros e <strong>de</strong> securitização para reduzirexposição ao risco <strong>de</strong> inundação.Recursos Humanos e InstitucionaisOs recursos humanos e os arranjos institucionais são parte muito importante daimplantação <strong>de</strong> uma <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>. Pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s recursos humanos, através <strong>do</strong>s técnicosespecialistas, tem-se a sua capacitação e valorização como instrumentos fundamentais<strong>de</strong> suporte para conferir eficácia à atuação direta <strong>de</strong>stes com os recursos naturais.Com relação a valorização <strong>do</strong> técnico, ressalta-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua participaçãoem todas as equipes <strong>de</strong> trabalho a serem formadas no âmbito das <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> Gestão<strong>do</strong>s Recursos Naturais, como também na orientação e conscientização sobre aconservação da biodiversida<strong>de</strong>. Destaca-se também a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seufortalecimento, em número <strong>de</strong> técnicos e recursos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s, nos órgãos <strong>de</strong> fiscalização<strong>do</strong> meio ambiente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Da instituição, por sua vez, são requeridas reformas e reestruturação, além <strong>de</strong> umaatuação mais presente junto às questões que lhe sejam pertinentes. A implementação<strong>de</strong> parcerias com instituições privadas, ONGs, organismos internacionais (em especialaqueles <strong>de</strong> atuação relevante na área ambiental), comitês, socieda<strong>de</strong> civil <strong>de</strong> umaforma geral, são estratégias recorrentes no âmbito da <strong>de</strong>finição e da implementaçãodas ações. A utilização <strong>de</strong>ssas parcerias são estratégicas também no âmbito da<strong>de</strong>scentralização das ações.Foram sugeridas parcerias (com técnicos e instituições) e <strong>de</strong>scentralização nas ações <strong>de</strong>,entre outros:• Zoneamento ecológico-econômico-ambiental.• I<strong>de</strong>ntificação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong>s recursos minerais.• Desenvolvimento <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s e pesquisas <strong>de</strong> qualquer natureza, que visem o<strong>de</strong>senvolvimento sustentável.• Elaboração <strong>do</strong>s Planos Diretores <strong>de</strong> Recursos Hídricos e das Bacias Hidrográficas <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se, especificamente, os Comitês.• Uso <strong>do</strong>s Recursos Hídricos e <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> plano diretor para drenagem urbana,com indicação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> para os municípios.• Fiscalização da legislação vigente, comprometen<strong>do</strong> os Conselhos Municipais eComissões Regionais.• Revitalização <strong>do</strong>s rios, com ênfase na criação <strong>de</strong> leis municipais.• Elaboração <strong>de</strong> inventário das fontes <strong>de</strong> poluição e <strong>de</strong> seus níveis <strong>de</strong> risco nosdiferentes biomas <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e em bacias hidrográficas.• Zoneamento para Segurança Pública (policiais) e integração interinstitucional com os<strong>de</strong>mais órgãos envolvi<strong>do</strong>s.166


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Fortalecimento <strong>do</strong>s Órgãos <strong>de</strong> Policiamento e Fiscalização nas questões <strong>de</strong> uso egestão <strong>de</strong> recursos naturais em todas as estratégias previstas.Recursos Científicos e TecnológicosOs recursos científicos e tecnológicos são importantes por vários aspectos. Ressalta-se,entre eles, o incentivo à pesquisa e à inovação tecnológica e à educação ambiental,como um <strong>de</strong>staque importante <strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> difusão. A seguir, listam-seconsi<strong>de</strong>rações levantadas pelo tema Gestão <strong>do</strong>s Recursos Naturais, da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, para cada um <strong>de</strong>sses três aspectos.O incentivo a estu<strong>do</strong>s e pesquisas <strong>de</strong>ve ser da<strong>do</strong> para:• Pesquisa geológica básica para a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> novas jazidas minerais.• Estu<strong>do</strong>s sobre proteção da superfície <strong>do</strong> solo contra a ação <strong>do</strong>s agentes erosivosnaturais e antrópicos. Em particular, para o caso pernambucano, <strong>de</strong>ve-se buscarprevenir: acidificação, salinização e <strong>de</strong>sertificação.• Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> espécies florestais, buscan<strong>do</strong> o manejo sustentável e dan<strong>do</strong>ênfase às espécies <strong>de</strong> uso múltiplo e <strong>de</strong> valor econômico.• I<strong>de</strong>ntificação da área <strong>de</strong> ocorrência e status <strong>de</strong> conservação das espécies <strong>de</strong> faunae flora <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.• Estu<strong>do</strong>s oceanográficos, climatológicos e geológicos, em escala global, com oobjetivo <strong>de</strong> conhecer os processos costeiros que influenciam os problemas litorâneos,em especial estu<strong>do</strong>s sobre a vulnerabilida<strong>de</strong> da linha <strong>de</strong> costa.• Desenvolvimento <strong>do</strong> conhecimento técnico-científico relativo às mudançasclimáticas.• Previsão <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> escassez <strong>de</strong> água.• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> meios alternativos para a produção e uso <strong>de</strong> energia a partir dabiomassa.• Estu<strong>do</strong>s liminológicos nos reservatórios médios, gran<strong>de</strong>s e em rios perenes, parapromover o repovoamento das espécies nativas.• Limites <strong>de</strong> exploração máxima por espécie <strong>de</strong> recurso natural, por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo.• Relação custo–benefício entre economia <strong>de</strong> energia e limitação da velocida<strong>de</strong> nasestradas, que avaliem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se exigir um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> nível <strong>de</strong> eficiência<strong>do</strong>s equipamentos e veículos, estabelecimento <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> isolamento <strong>de</strong>equipamentos, entre outras.• Alternativas a<strong>de</strong>quadas ao uso <strong>de</strong> resíduos.• Aproveitamento <strong>de</strong> água <strong>do</strong>s pequenos açu<strong>de</strong>s, cacimbas, barragens subterrâneas eimplúvios.• Otimização <strong>do</strong>s recursos hídricos disponíveis potenciais nos imóveis e nascomunida<strong>de</strong>s rurais.• Cadastramento das pequenas obras difusas no meio rural.• Construção <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água, com ênfase ao atendimento da167


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>população difusa.A difusão <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s e das tecnologias cria<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ve se dar <strong>de</strong> forma ampla, para quese estabeleça uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> colaboração <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> pesquisa internacionais,nacionais e regionais com o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, sobre os diversos temas cita<strong>do</strong>s.A Educação Ambiental é tida como importante em to<strong>do</strong>s os aspectos para a Gestão <strong>do</strong>sRecursos Naturais. Ela <strong>de</strong>ve se implementar <strong>de</strong> formas múltiplas, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se o seualcance e conteú<strong>do</strong>.Quanto ao alcance, ela <strong>de</strong>ve estar presente em:• Re<strong>de</strong> Escolar.• Campanhas específicas para a comunida<strong>de</strong> e empresas.• Capacitação permanente <strong>de</strong> técnicos <strong>de</strong> uma forma geral.• Projetos <strong>de</strong> alcance estadual.Quanto ao conteú<strong>do</strong>, a Educação ambiental <strong>de</strong>ve estudar:• Ecossistema local.• Valorização <strong>do</strong> patrimônio natural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.• Cadastramento <strong>de</strong> animais silvestres manti<strong>do</strong>s em cativeiro.• Uso racional <strong>de</strong> energia.• Efeitos <strong>de</strong>grada<strong>do</strong>res da ação antrópica.• Poluição das regiões ribeirinhas e sustentabilida<strong>de</strong> regional.• Práticas <strong>de</strong> monitoramento e fiscalização <strong>do</strong> uso <strong>do</strong>s recursos naturais.• Uso <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r automotivo e <strong>de</strong> dispositivo antipoluente nas indústrias.Sistemas <strong>de</strong> Informação• A criação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> informação, visan<strong>do</strong> tornar disponíveis informações paraa Gestão <strong>do</strong>s Recursos Naturais.• Uso e conservação da Biodiversida<strong>de</strong>.• Apoiar a criação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação sobre biodiversida<strong>de</strong>, visan<strong>do</strong> tornardisponíveis informações <strong>de</strong> inventários e monitoramento <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong>sbiomas estaduais.• Criar um programa <strong>de</strong> apoio à publicação <strong>de</strong> informações sobre a biodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>, tais como guias <strong>de</strong> campo, chaves taxonômicas, revisões sistemáticas eestu<strong>do</strong>s etnobiológicos.• Elaborar e manter bancos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s sobre projetos <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>.• Incentivar e fortalecer programas <strong>de</strong> pesquisas nas áreas <strong>de</strong> ecologia, biogeografia ediversida<strong>de</strong> genética da fauna e da flora.• Implantar sistema <strong>de</strong> monitoramento permanente da diversida<strong>de</strong> biológica e <strong>de</strong>168


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>espécies ameaçadas.• Desenvolver meto<strong>do</strong>logias e sistemas para o monitoramento da biodiversida<strong>de</strong>,integran<strong>do</strong>-os aos sistemas <strong>de</strong> monitoramento sobre o uso <strong>do</strong> solo e sobre a poluição;<strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> vetores e <strong>do</strong>enças e outros <strong>de</strong> recursos naturais.• Da<strong>do</strong>s sobre a sobrevivência da espécie no seu ecossistema.• Implementar uma base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s sobre a utilização <strong>de</strong> OGMs no Esta<strong>do</strong>, interagin<strong>do</strong>com as informações disponíveis em banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s nacionais e internacionais.• Implantar e monitorar o ICMS Socioambiental na manutenção <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Conservação, nos municípios que assim se habilitarem.• Atualizar as informações e estratégias contidas no Atlas da Biodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.Recursos Hídricos• Implantar e ampliar re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> monitoramento meteorológico, hidrológico e <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água em tempo real.• Controlar a poluição e qualquer alteração <strong>do</strong>s parâmetros básicos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>água.• I<strong>de</strong>ntificar e autuar os agentes <strong>de</strong> retiradas bruscas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s volumes a montanteda estação <strong>de</strong> controle, sem que seja outorgada tal retirada.• Desenvolver estu<strong>do</strong>s e projetos, visan<strong>do</strong> também o controle e a previsão <strong>de</strong> eventoscríticos como secas e cheias.• Intensificar o controle e monitoramento das águas subterrâneas.• Cadastrar os poços existentes <strong>de</strong> forma ilegal.• Fazer acompanhamento da evolução da qualida<strong>de</strong> da água subterrânea.• Tornar disponível tecnologia e informação sobre a gestão <strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong>inundações.Mudanças Climáticas• Estabelecer uma re<strong>de</strong> informatizada <strong>de</strong> cooperação sobre mudanças climáticas,entre centros <strong>de</strong> pesquisa internacionais, nacionais, regionais e locais.• Estabelecer uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> colaboração <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> pesquisa internacionais,nacionais, e regionais com o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, para intercâmbio e difusão <strong>do</strong>conhecimento técnico-científico sobre mudanças climáticas e tecnologiasambientalmente a<strong>de</strong>quadas para redução das emissões <strong>de</strong> poluentes atmosféricos,<strong>de</strong> forma a subsidiar a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E CONVIVÊNCIA COM A SECAPara implementação das ações estão envolvi<strong>do</strong>s os atores liga<strong>do</strong>s aos seguintes setores:• <strong>Governo</strong>s Fe<strong>de</strong>ral, Estadual e Municipal, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da <strong>de</strong>manda.169


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Priva<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> se sabe que a produção <strong>de</strong> bens e serviços envolve as empresas,que <strong>de</strong>vem agir com responsabilida<strong>de</strong> socioambiental e com solidarieda<strong>de</strong>.• Econômico-social, no qual as organizações não-governamentais – ONGs, po<strong>de</strong>mmobilizar a socieda<strong>de</strong> civil para implementação das propostas.A governança e o arranjo institucional, para viabilizar a implementação <strong>do</strong> plano <strong>de</strong>ação apresenta<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem ser parte da Lei nº 10.257, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2001(Estatuto da Cida<strong>de</strong>), que regulamenta os artigos nº 142 e nº 143 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral<strong>de</strong> 1988 e torna compulsório o Plano Diretor Municipal e sua respectiva transformaçãoem lei municipal para sua implementação local.Alocação <strong>de</strong> Recursos Institucionais• Determinar os requisitos técnicos, financeiros e administrativos para dinamizar apolítica, as estratégias, o plano, os programas e os projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentosustentável.• Estimular a criação e manutenção <strong>do</strong>s Comitês <strong>de</strong> Bacias Hidrográficas.• Fortalecer os órgãos responsáveis pelo gerenciamento <strong>do</strong>s recursos hídricos <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>.• Criar um sistema <strong>de</strong> fiscalização efetivo e integra<strong>do</strong>, com a participação dasocieda<strong>de</strong> civil.• Apoiar a instalação <strong>de</strong> postos avança<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Meio ambiente –Ibama, Companhia Pernambucana <strong>de</strong> Meio Ambiente – <strong>CPRH</strong>, e Companhia <strong>de</strong>Policiamento Ostensivo <strong>do</strong> Meio Ambiente – Cipoma, nas cida<strong>de</strong>s-pólo das regiões <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.• Realizar plano participativo <strong>de</strong> uso <strong>do</strong>s recursos hídricos.• Criar parcerias com entida<strong>de</strong>s envolvidas nas ativida<strong>de</strong>s da agropecuária para o<strong>de</strong>senvolvimento através <strong>de</strong> capacitações específicas.• Disponibilizar recursos para treinamentos.Alocação <strong>de</strong> Recursos Científicos e Tecnológicos• Fortalecer os órgãos técnicos que po<strong>de</strong>m fazer a difusão e produção <strong>de</strong> tecnologia.• Promover Cursos <strong>de</strong> Capacitação com pessoas qualificadas.• Capacitar os diversos atores sociais para interagir com a produção <strong>do</strong> conhecimentoe as tecnologias, valorizan<strong>do</strong> as possíveis parcerias locais.• Desenvolver um programa especial, através das parcerias <strong>do</strong>s <strong>Governo</strong>s Fe<strong>de</strong>ral,Estadual e Municipal, para a exploração das águas subterrâneas, elevan<strong>do</strong> aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água disponível para os diversos fins.• Reativar os Conselhos <strong>de</strong> Desenvolvimento Municipais – Con<strong>de</strong>mas, com aparticipação da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma ampla e irrestrita.• Fortalecer a estrutura <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária – IPA, para melhor<strong>de</strong>senvolver as tecnologias necessárias às ações <strong>de</strong> combate a <strong>de</strong>sertificação.170


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Utilizar os centros tecnológicos para qualificação <strong>do</strong>s agricultores e outros agentesprodutivos.Consolidação <strong>de</strong> um Sistema <strong>de</strong> Informações para o Desenvolvimento• Realizar parcerias <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res com os técnicos para difusão e implantação dastecnologias.• Criar banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s sobre tecnologias <strong>de</strong> convivência com a seca e controle erecuperação <strong>de</strong> áreas em processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sertificação.• Responsabilizar o Esta<strong>do</strong> Brasileiro pela <strong>de</strong>fesa civil <strong>do</strong> cidadão <strong>do</strong> trópico semi-ári<strong>do</strong>,por ocasião das calamida<strong>de</strong>s públicas oriundas das secas periódicas e das eventuaisenchentes.• Mobilizar, <strong>de</strong> forma permanente, recursos <strong>de</strong> fontes internas e externas, bilaterais emultilaterais, para gerar impactos em termos <strong>de</strong> alívio da pobreza existente, com vistaa mitigar a emergência das secas e enchentes.ECONOMIA SUSTENTÁVELAlocação <strong>de</strong> Recursos Institucionais• Promover reuniões, palestras e encontros com a comunida<strong>de</strong>, para promover umamaior conscientização da população.• Descentralizar as ações, fortalecen<strong>do</strong> a participação da população — cooperativas,igrejas, associações, etc.• Ampliar parcerias entre prefeituras e instituições públicas e privadas.• Promover assessoramento técnico para as discussões com a população.• Promover ações conjuntas entre os municípios da região.• Promover ações conjuntas entre os diversos órgãos envolvi<strong>do</strong>s.• Incentivar a pesquisa e a associação <strong>de</strong>sta ao planejamento, a linhas <strong>de</strong> ação e àabertura <strong>de</strong> crédito para o setor produtivo.• Estabelecer parcerias com órgãos governamentais e entida<strong>de</strong>s produtoras paradivulgação das inovações tecnológicas das culturas locais.• Ampliar o quadro técnico volta<strong>do</strong> para a assistência técnica.Alocar Recursos Financeiros• Incentivar a pesquisa para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias.• Fortalecer e <strong>de</strong>sburocratizar as linhas <strong>de</strong> crédito que estão focadas nas ativida<strong>de</strong>sque dão suporte ao turismo no Esta<strong>do</strong>.• Incentivar pesquisas que auxiliem na sustentabilida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> industrial.• Delinear linhas <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong>sburocratizadas, voltadas para o resgate cultural.• Tornar as linhas <strong>de</strong> crédito acessíveis para o estabelecimento <strong>de</strong> indústrias que usamtecnologias limpas.171


<strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>• Disponibilizar linhas <strong>de</strong> crédito para melhoramento <strong>do</strong> rebanho e comercialização <strong>de</strong>produtos pecuários.• Criar linhas <strong>de</strong> crédito para as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> caprinos, ovinos e suínos.Alocar Recursos Científicos e Tecnológicos• Mapear, forman<strong>do</strong> um plano comum regional para implantação das diretrizes.• Treinar os pequenos e médios agricultores e empresários.• Melhorar os serviços <strong>de</strong> assistência técnica e extensão rural, com monitoramentosistemático.• Incentivar a produção <strong>de</strong> produtos industrializa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alto valor agrega<strong>do</strong> e comeleva<strong>do</strong> valor <strong>de</strong> conhecimento.• Incentivar a pesquisa para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias para osprocessos industriais.• Incentivar a produção <strong>de</strong> produtos passíveis <strong>de</strong> receber selo ver<strong>de</strong>.• Incentivar a extração <strong>de</strong> produtos minerais <strong>de</strong> forma sustentável.• Incentivar a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> novas tecnologias que contribuam para o aumento daprodutivida<strong>de</strong> agrícola, levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração a preservação <strong>do</strong> meio ambiente.Arranjos na Base Legal• Promover política <strong>de</strong> incentivos à produção industrial, privilegian<strong>do</strong> o uso <strong>de</strong>tecnologias limpas.• Promover política <strong>de</strong> fortalecimento da ca<strong>de</strong>ia produtiva da produçãoagropecuária.172

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