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30. tratamento da má oclusão de classe ii utilizando aeb conjugado ...

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Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> ParaíbaCentro <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>Curso <strong>de</strong> Graduação em OdontologiaPATRÍCIA PEREIRA MACIELTRATAMENTO DA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II UTILIZANDO AEBCONJUGADO: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURAJoão Pessoa2010


1PATRÍCIA PEREIRA MACIELTRATAMENTO DA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II UTILIZANDO AEBCONJUGADO: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURATrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Cursoapresentado ao Curso <strong>de</strong> Graduaçãoem Odontologia, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba em cumprimentoàs exigências para conclusão.Orientadora: Karina Jerônimo Rodrigues Santiago <strong>de</strong> LimaProfessora Adjunto I <strong>da</strong> disciplina <strong>de</strong> Ortodontia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba- Departamento <strong>de</strong> Clínica e Odontologia Social <strong>da</strong> UFPBJoão Pessoa2010


2M152tMaciel, Patrícia Pereira.Tratamento <strong>da</strong> má oclusão <strong>de</strong> <strong>classe</strong> II <strong>utilizando</strong> AEB <strong>conjugado</strong> : Revisãosistemática <strong>da</strong> literatura / Patrícia Pereira Maciel. – João Pessoa : [s.n.], 2010.81 f. : il.Orientadora: Karina Jerônimo Rodrigues Santiago <strong>de</strong> Lima.Monografia (Graduação) – UFPB/CCS.1. Má oclusão <strong>de</strong> Angle Classe II. 2. Aparelhos <strong>de</strong> traçãoextrabucal. 3. Ortodontia corretiva.


4DEDICATÓRIAA minha mãe, a gran<strong>de</strong> mestra <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>, Geral<strong>da</strong>, pela incondicional<strong>de</strong>dicação e apoio em todos os momentos e <strong>de</strong>cisões, pelo amor, cui<strong>da</strong>do,educação, incentivo, po<strong>de</strong>ndo contar com você em to<strong>da</strong>s as horas, sempre meincentivando a lutar pelos meus i<strong>de</strong>ais. A quem <strong>de</strong>vo tudo.Aos meus irmãos tão amados, Priscilla, Pânmella e Antonio Filho, que estãopresentes em todos os momentos <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>, e mesmo não estando sempreperto, posso sentir o carinho e o apoio <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um, sempre torcendo por mim. Amovocês.Dedico esse Trabalho


5AGRADECIMENTOSA Deus por ter me concedido sabedoria e <strong>de</strong>dicação para realização <strong>de</strong>ste trabalho.A Profa. Dra. Karina Jerônimo Rodrigues Santiago <strong>de</strong> Lima, pela orientação dotrabalho e por acreditar na minha capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>, pela confiança e pela paciência;agra<strong>de</strong>ço não só pelos conhecimentos científicos que me proporcionou, mastambém pelos ensinamentos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, fun<strong>da</strong>mentais para meu crescimentoprofissional e como pessoa.As minhas amigas Pâmela, Janaina e Nayanka, as quais <strong>de</strong>vo tantas risa<strong>da</strong>s, peloapoio nos momentos difíceis e pela agradável companhia que me proporcionam.Vocês são muito especiais para mim.As minhas tias Fátima e Rosa, por serem mais que isso. Obrigado por teremacreditado em mim e me <strong>da</strong>do inquestionável apoio. Amo-as muito.A meu namorado Salme, por seu amor e <strong>de</strong>dicação.A turma especial, Thiago Isidro, Anne, Marcelo, Julyana, Yuri, Priscilla, Laís,vocês estarão sempre em meu coração.A todos os professores do curso <strong>de</strong> Odontologia <strong>da</strong> UFPB, mestres <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, portodo conhecimento e ensinamentos proporcionados durante esses anos.


6EPÍGRAFE“A mente que se abre a uma nova i<strong>de</strong>ia, jamais retorna ao seu tamanho original”.(Albert Einstein)


7RESUMOO aparelho extra-bucal <strong>conjugado</strong> (AEB Conjugado) <strong>de</strong>monstra efeitosortopédico e ortodôntico, estando indicado quando a má oclusão Classe II, 1ª divisão<strong>de</strong> Angle é <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> predominantemente pela protrusão maxilar. Seu uso resultaem melhora <strong>da</strong> relação molar altera<strong>da</strong>, restrição do crescimento anterior <strong>da</strong> maxila econtrole vertical do crescimento facial.Este trabalho analisou através <strong>de</strong> pesquisascientíficas, as vantagens do<strong>tratamento</strong> precoce <strong>da</strong> má oclusão Classe II,1 a divisão<strong>de</strong> Angle, com protrusão maxilar <strong>utilizando</strong> o aparelho removível combinado aancoragem extrabucal (AEB <strong>conjugado</strong>). Para este estudo foram selecionados,através <strong>de</strong> <strong>de</strong>scritores pré-<strong>de</strong>finidos, artigos originais <strong>de</strong> pesquisas entre 1995 e2010, nas bases <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos Medline, Lilacs,Scielo e BBO que trataram a má oclusão<strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão com o AEB <strong>conjugado</strong>, assim como a época i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> suautilização. Foram incluídos estudos coorte, caso controle, <strong>de</strong>scritivos e série <strong>de</strong>casos. O processo <strong>de</strong> análise dos estudos envolveu leitura <strong>de</strong> títulos, resumos etextos completos. Após a classificação dos artigos realizou-se a análise <strong>de</strong>scritivados <strong>da</strong>dos obtidos. Foram extraídos <strong>da</strong>dos como tipo <strong>de</strong> estudo, tipo <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong>,o método utilizado, a i<strong>da</strong><strong>de</strong> inicial dos pacientes, conclusões do autor sobre apesquisa e observações. Através <strong>da</strong> revisão sistemática <strong>da</strong> literatura pô<strong>de</strong>-severificar que o <strong>tratamento</strong> precoce <strong>da</strong> má oclusão Classe II, 1ª divisão com o AEB<strong>conjugado</strong> produz efeitos ortodônticos e ortopédicos, principalmente no componentemaxilar, sendo vantajoso seu uso pelo fato do próprio crescimento promover acorreção e assim, obter um relacionamento mais harmonioso já nesse período, além<strong>de</strong> reduzir a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> compensações <strong>de</strong>ntárias quando cessado ocrescimento. Concluindo-se que a interceptação com o AEB <strong>conjugado</strong>, quandoutilizado na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntadura mista tardia , além <strong>de</strong> corrigir a relação molaraltera<strong>da</strong>, <strong>de</strong>monstra efeitos ortopédicos por corrigir a protrusão maxilar e controlar ocrescimento vertical do paciente.Palavras-chave: Má Oclusão <strong>de</strong> Angle Classe II; Aparelhos <strong>de</strong> Tração Extrabucal;Ortodontia Corretiva


8ABSTRACTThe modified maxillary splint <strong>de</strong>monstrates orthodontic and orthopedic effects, beingindicated when the Class II, Division 1, Angle is <strong>de</strong>termined mainly by the maxillaryprotrusion. Its use results in improvement in molar relationship changed, restrictingthe growth of the maxilla and vertical control of facial growth.This study examinedthrough scientific research, the benefits of treatment of malocclusion Angle Class II,Division 1, with maxillary protrusion using the modified maxillary splint and the i<strong>de</strong>altiming for its use. For this study were selected using <strong>de</strong>scriptors pre-<strong>de</strong>fined, originalarticles on research between 1995 and 2010 in Medline, Lilacs, SciELO and BBOwho treated malocclusion Class II, division 1 with modified maxillary splint. Weinclu<strong>de</strong>d cohort studies, case control, <strong>de</strong>scriptive and case series. The process ofanalysis of the studies involved reading titles, abstracts and full texts. After theclassification of articles held a <strong>de</strong>scriptive analysis of <strong>da</strong>ta obtained. Data extractedwere type of study, type of treatment, the method used, the initial age of the patients,the author's conclusions about the research and observations.Through systematicreview could be seen that early treatment of Class II division 1 with the headgearcombined effect orthodontic and orthopedic, especially in component jaw, beingadvantageous its use because of the growth promoting correction and thus get amore harmonious relationship since that time, and reduce the need for <strong>de</strong>ntalcompensations when growth ceased. Concluding that the interception with the AEBconjugate, when used in the late mixed <strong>de</strong>ntition stage, and correct the molarrelationship changed, <strong>de</strong>monstrates orthopedic effects of maxillary protrusion fixesand controls the vertical growth of the patient.Keywords: Malocclusion, Angle Class II; Extraoral Traction Appliances; Orthodontics,Corrective


9LISTA DE FIGURASFigura 1- Traçado cefalométrico esquemático <strong>da</strong> má oclusão Classe II, comprotrusão maxilar. Observar a relação distal do primeiro molar inferior em relaçãoao molar superior. (FONTE: LIMA FILHO, 2003)Figura 2- Má oclusão Classe II, 1ª divisão. Vestibularização dos incisivossuperiores causando uma sobressaliência acentua<strong>da</strong>. (FONTE: FREITAS et al.,2008)Figura 3 – “Splint” Maxilar Modificado projetodo por Henriques et al., em 1991.(FONTE: HENRIQUES et al., 1991)Figura 4 – Aspecto intra-oral do AEB <strong>conjugado</strong>. 1: placa em resina acrílica. 2:placa <strong>de</strong> levantamento oclusal. 3: parafuso expansor. 4: arco vestibular. 5: arcoextrabucal. (FONTE: Cortesia <strong>da</strong> Dra. Karina Jerônimo R. Santiago <strong>de</strong> Lima)Figura 5 – Localização em crânio seco do centro <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong> maxila, vistoexternamente, mostrando as suturas que unem a maxila ao crânio e que estãodiretamente relaciona<strong>da</strong>s a ação do AEB <strong>conjugado</strong>. FONTE: SHIMIZU et al.,2004)Figura 6 – Direção do vetor <strong>de</strong> força, em ângulo <strong>de</strong> 45º empregado com a traçãoalta, direciona<strong>da</strong> para o centro <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong> maxila. (FONTE: GARBUI et al.,2010)Figura 7 - Descrição geral sobre o processo <strong>de</strong> revisão sistemática <strong>da</strong> literatura(FONTE: SAMPAIO; MANCINI 2007)Figura 8: Hierarquia <strong>da</strong> evidência: investigações com localização superior nahierarquia indicam maior força <strong>da</strong> evidência. (FONTE: SAMPAIO; MANCINI 2007)1718252628294850LISTA DE TABELASTabela 1: Relação entre a categoria e o tipo <strong>de</strong> estudo primário(FONTE: AMATUZZI; AMATUZZI; LEME, 2003)49Tabela 2: Critérios <strong>de</strong> inclusão <strong>da</strong> pesquisa. 51Tabela 3: Número <strong>de</strong> estudos encontrados, pré-selecionados, <strong>de</strong>scartados eincluídos, segundo as bases <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos eletrônicas.56LISTA DE QUADROSQuadro 1: Critérios para classificação dos artigos incluídos nos periódicos 52selecionados (PEREIRA, 2000; FREIRE; PATUSSI, 2001; COULTER, 2003).Quadro 2: Estudos incluídos para revisão sistemática, segundo <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> publicação. 57Quadro 3: Descrição dos estudos selecionados <strong>de</strong> açodo com os critérios <strong>de</strong> analise 58pré-<strong>de</strong>finidos.


10LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASAEB – Aparelho extrabucalANB – Ângulo Formado pelos pontos A,N e B, na análise cefalométricaECA – Estudo Clínico AleatórioECRs– Estudos Clínicos RandomizadosF – FemininoIMI – I<strong>da</strong><strong>de</strong> média inicialM – MasculinoNAP -- Ângulo formado entre os pontos cefalométricosN, A e Pn-- NúmeroNperp-A – Medi<strong>da</strong> linear entre os pontos cefalométricos N perpendicular a AS-Go – Medi<strong>da</strong> cefalométrica entre os pontos S e GônioSNA – ângulo formado entre os pontos cefalométricos S, N e ASNB – Ângulo formado entre os pontos cefalométricos S, N e BSN. GOMe – Ângulo formado entre as linhas SN e GoMe


11SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO 122. REFERENCIAL TEÓRICO 152.1 Má Oclusão Classe II <strong>de</strong> Angle 162.2 Fatores associados a má oclusão Classe II <strong>de</strong> Angle 212.3 Aparelho Extrabucal Conjugado 232.3.1 Componentes do AEB Conjugado 252.3.2 Magnitu<strong>de</strong> <strong>da</strong> força 292.3.3 Ativação do AEB Conjugado 302.4 Resultados <strong>da</strong> terapia com o AEB Conjugado 312.4.1 Efeitos esqueléticos na maxila 312.4.2 Efeitos sobre a protrusão maxilar 322.4.3 Efeitos esqueléticos na mandíbula 322.4.4 Efeitos maxilomandibulares 332.4.5 Efeitos sobre a dimensão vertical 332.4.6 Efeitos <strong>de</strong>ntoalveolares do AEB Conjugado 342.4.7 Efeitos sobre o perfil tegumentar 362.5 Época i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> utilização e resposta do paciente 372.6 Vantagens <strong>da</strong> Utilização do AEB Conjugado 423. PROPOSIÇÃO 444. METODOLOGIA 464.1 Tipo <strong>de</strong> estudo 474.2 Formulação <strong>da</strong> pergunta 484.3 Seleção dos artigos <strong>da</strong> pesquisa 514.4 Avaliação crítica dos estudos 535. RESULTADOS 556. DISCUSSÃO 627. CONSIDERAÇÕES FINAIS 698. CONCLUSÕES 71REFERÊNCIAS 73ANEXOS 80


12INTRODUÇÃO


131. INTRODUÇÃOA posição harmoniosa entre as bases ósseas em relação ao crânio não éresponsável somente por uma oclusão funcional, como também por uma estéticaagradável (CANÇADO et al., 2009). Por isso que, uma vez conhecido ascaracterísticas <strong>de</strong> uma oclusão i<strong>de</strong>al, estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s por Andrews em 1972, a máoclusão po<strong>de</strong> ser diagnostica<strong>da</strong> e trata<strong>da</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente, sabendo que ela é oresultado <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sequilíbrio entre os componentes <strong>de</strong>ntário, esquelético emuscular (GIMENEZ et al., 2007; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; SHIMIZU et al.,2004).A má oclusão <strong>de</strong> Classe II <strong>de</strong> Angle tem etiologia multifatorial porque, além docomponente esqueletico-<strong>de</strong>ntário envolvido, que está, em certo grau, relacionado àcarga genética individual (FREITAS et al., 2005; GIMENEZ et al., 2007; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; SILVA FILHO, FERRARI JÚNIOR, OZAWA, 2009,HENRIQUES et al., 2007; SHIMIZU et al., 2004) está, na maioria <strong>da</strong>s vezes,associa<strong>da</strong> a outros problemas, como atresia <strong>de</strong> maxila, mordi<strong>da</strong> aberta, respiraçãobucal, resultantes <strong>de</strong> aspectos funcionais, posturais e <strong>de</strong> tônus dos órgãosfonoarticulatórios, situações que contribuem para a instalação ou agravando a máoclusão (MEZZOMO, et al., 2010; SILVA FILHO et al., 2009; SIES; FARIAS;VIEIRA, 2007).A má oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle se <strong>de</strong>staca na prática por ser amais solicita<strong>da</strong> para o <strong>tratamento</strong>, provavelmente <strong>de</strong>vido seu gran<strong>de</strong> prejuízoestético e falta <strong>de</strong> auto-correção (CALHEIROS et al., 2008; GIMENEZ et al., 2007;ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; FREITAS et al., 2005). No entanto o gran<strong>de</strong> número<strong>de</strong> pacientes a procura <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong> não é fator suficientemente <strong>de</strong>terminante paraque o <strong>tratamento</strong> mais eficaz seja estabelecido <strong>de</strong> forma unânime, uma vez que otema ain<strong>da</strong> é alvo <strong>de</strong> intenso <strong>de</strong>bate, não apenas sobre a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>redirecionar o padrão <strong>de</strong>sfavorável <strong>de</strong> crescimento, como também em relação àépoca <strong>de</strong> sua obtenção com maior facili<strong>da</strong><strong>de</strong> (ONER; YUCEL-EROGLU, 1996;MALTAGLIATI et al., 1999; GIMENEZ et al., 2007; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005;HENRIQUES et al., 2008).A utilização do Aparelho Extrabucal (AEB) <strong>conjugado</strong> como intervençãoprecoce torna-se notável porque o padrão esquelético <strong>da</strong> Classe II, 1ª divisão se


14estabelece precocemente e se mantém até a puber<strong>da</strong><strong>de</strong>, se não submetido àintervenção ortodôntica (SILVA FILHO et al., 2009; HENRIQUES et al., 2007;FREITAS et al., 2005; MALTAGLIATI et al., 1999; ONER; YUCEL-EROGLU, 1996).Desse modo, a utilização do AEB <strong>conjugado</strong> está indica<strong>da</strong> quando a má oclusão écausa<strong>da</strong> predominantemente pela protrusão maxilar (HENRIQUES et al., 1995;SHIMIZU et al., 2004), po<strong>de</strong>ndo modificar favoravelmente o crescimento, diminuindoou eliminando, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>tratamento</strong> corretivo posterior, proporcionar ummelhor resultado final quando comparado ao <strong>tratamento</strong> pós crescimento, diminuir aincidência <strong>de</strong> traumatismos em <strong>de</strong>ntes anteriores, além <strong>de</strong> reduzir a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>extrações <strong>de</strong>ntárias (CALHEIROS et al., 2008; ALMEIDA et al., 1999).Portanto, o AEB <strong>conjugado</strong>, quando bem indicado em relação àscaracterísticas faciais do paciente e ao seu nível <strong>de</strong> colaboração, é visto na literaturacomo um método efetivo para correção <strong>da</strong> má oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão, comprotrusão maxilar por melhorar a relação maxilomandibular e garantir o controle docrescimento vertical, sendo capaz <strong>de</strong> eliminar a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma fasesubseqüente <strong>de</strong> Ortodontia corretiva ou reduzir sua complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> (HENRIQUES etal., 1991; GIMENEZ et al., 2007; GARBUI et al., 2010; HENRIQUES et al., 2007;ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; SHIMIZU et al., 2004; MALTAGLIATI et al., 2004).Diante do exposto e ciente <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as vantagens <strong>da</strong> utilização do AEB<strong>conjugado</strong> em pacientes em fase <strong>de</strong> crescimento, faz-se necessário uma revisãosistemática <strong>da</strong> literatura para avaliação dos critérios <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>ste aparelho nacorreção <strong>da</strong> má oclusão Casse II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle com protrusão maxilar,verificando-se o estágio atual <strong>de</strong> conhecimento científico sobre essa alternativa <strong>de</strong><strong>tratamento</strong>.


15REFERENCIAL TEÓRICO


162. REFERENCIAL TEÓRICOA oclusão i<strong>de</strong>al, <strong>de</strong>staca<strong>da</strong> pelas seis chaves <strong>de</strong> oclusão <strong>de</strong> Andrews(ANDREWS, 1972) é ti<strong>da</strong> como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> comparação, para que se chegue o maispróximo possível <strong>de</strong>le ao fim do <strong>tratamento</strong> ortodôntico/ortopédico, uma vez que afuncionali<strong>da</strong><strong>de</strong> estabeleci<strong>da</strong> na relação interoclusal é um fator <strong>de</strong> extrema relevânciapara a oclusão ao possibilitar a distribuição equilibra<strong>da</strong> <strong>de</strong> forças durante a execuçãodos movimentos mandibulares (ANDREWS, 1972; MALTAGLIATI et al., 2006).2.1 MÁ OCLUSÃO DE ANGLE CLASSE IINa tentativa <strong>de</strong> simplificar a i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s alterações ocorri<strong>da</strong>s nasestruturas <strong>de</strong>ntoesqueléticas dos indivíduos, Angle em 1899 buscou agrupar osindivíduos com características semelhantes em uma mesma <strong>classe</strong> ou padrão,<strong>de</strong>finindo pela primeira vez os três tipos distintos <strong>de</strong> má oclusão. Para tanto, Angle<strong>de</strong>terminou que o primeiro molar superior fosse imutável em relação ao molarinferior, basendo-se essencialmente nas posições <strong>de</strong>ntoclusais. (ANGLE, 1899;HENRIQUES et al., 2007; FERREIRA, 2008).A <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> má oclusão pelo posicionamento do molar inferior é <strong>de</strong>fendi<strong>da</strong>partindo-se do preceito que o primeiro molar superior constitui um ponto maisestável <strong>da</strong> <strong>de</strong>ntadura, ocupando uma relação <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> com a anatomia craniana. Poresta razão, a classificação <strong>da</strong>s más oclusões baseava-se na posição assumi<strong>da</strong> pelamandíbula (HENRIQUES et al., 2007; GIMENEZ et al., 2007; SANTOS;HENRIQUES, 2000).Angle consi<strong>de</strong>rou que a relação correta dos arcos, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> por ele <strong>de</strong> máoclusão Classe I, seria aquela em que a cúspi<strong>de</strong> mésio-vestibular do primeiro molarsuperior estaria posiciona<strong>da</strong> no sulco mésio-vestibular do molar inferior ao passoque variações do posicionamento do molar inferior para distal e para mesial seriamclassifica<strong>da</strong>s como má oclusão Classe II e Classe III respectivamente (ANGLE,1899; HENRIQUES et al., 2007; MEZZOMO et al., 2010; MALTAGLIATI et al., 2006).Portanto, o diagnóstico <strong>da</strong> má oclusão <strong>de</strong> Classe II foi <strong>de</strong>finido <strong>de</strong> modo que o


17primeiro molar inferior se posicionasse distalmente em relação ao primeiro molarsuperior (ANGLE, 1899; HENRIQUES et al., 2007).A classificação <strong>de</strong> Angle tornou-se a mais conheci<strong>da</strong> e utiliza<strong>da</strong> no mundo atéa atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Porém, embora seja consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong> fácil aplicação, ela não consi<strong>de</strong>raas discrepâncias nos sentidos vertical, horizontal e transversal, e nem as relacionacom as estruturas esqueléticas adjacentes (HENRIQUES et al., 2007).Hoje se sabe que a má-oclusão <strong>de</strong> Classe II não possui morfologia única,<strong>de</strong>vido a interação <strong>de</strong>ntaria, esquelética e <strong>de</strong> tecidos mole existente (HENRIQUES etal., 2007; BISHARA, 1998) tendo envolvimento <strong>da</strong>s bases ósseas no sentido sagital,vertical e/ou transversal, caracteriza<strong>da</strong> morfologicamente por uma discrepânciamaxilomandibular e por um relacionamento incorreto dos arcos <strong>de</strong>ntários superior einferior, com todos os <strong>de</strong>ntes inferiores ocluindo distalmente ao normal, o que produzuma <strong>de</strong>sarmonia acentua<strong>da</strong> na região dos incisivos e nas linhas faciais(HENRIQUES et al., 2007; MEZZOMO et al., 2010; MALTAGLIATI et al., 2006). Emambos os casos, o sulco mesiovestibular do primeiro molar inferior encontra-sedistalizado em relação à cúspi<strong>de</strong> mesiovestibular do primeiro molar superior (Figura1) (MALTAGLIATI et al., 2006; FREITAS et al., 2005).Figura 1- Traçado cefalométrico esquemático <strong>da</strong> má oclusão Classe II, com protrusão maxilar.Observar a relação distal do primeiro molar inferior em relação ao molar superior. (FONTE: LIMAFILHO, 2003).


18Outro sistema <strong>de</strong> classificação foi adicionado ao <strong>de</strong> Angle quando se querreferenciar ao posicionamento dos incisivos superiores. Quando estes elementosestão projetados para vestibular <strong>de</strong>nomina-se <strong>de</strong> 1ª divisão (Figura 2), porém,quando os mesmos estão inclinados para palatina, refere-se como 2ª divisão na máoclusão Classe II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle o arco superior apresenta-se geralmenteatrésico e os incisivos superiores protruídos (FREITAS et al., 2005; FERREIRA,2008).Figura 2- Má oclusão Classe II, 1ª divisão. Vestibularização dos incisivos superiores causando umasobressaliência acentua<strong>da</strong>. (FONTE: FREITAS et al., 2008)O posicionamento distal <strong>da</strong> mandíbula em relação à maxila e/ou do processoalveolar mandibular em relação ao maxilar traz consigo alterações esqueléticas eoclusais (HENRIQUES et al., 2008). Em um estudo cefalométrico <strong>de</strong> 50telerradiografias <strong>de</strong> brasileiros entre 11 anos e 9 meses e 16 anos e 2 meses,Acquaro et al. (2007) observaram como características <strong>da</strong> má oclusão Classe II, 1ªdivisão <strong>de</strong> Angle um bom posicionamento sagital <strong>da</strong> maxila. Em gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong>amostra, a mandíbula apresentou-se com dimensões normais. Os incisivossuperiores apresentaram uma tendência excessiva para protrusão, enquanto que osincisivos inferiores estavam em igual proporção bem posicionados ou protruídos emrelação à sua base óssea. Além disso, o padrão <strong>de</strong> crescimento facial apresentou-sepredominantemente vertical.O envolvimento do componente esquelético resulta em um perfil facialconvexo, <strong>de</strong>monstrado pela relação intermaxilar <strong>de</strong>sfavorável (ACQUARO et al.,


192007; BISHARA, 1998) e se apresenta <strong>de</strong> quatro formas diferentes: o paciente po<strong>de</strong>ser retrognata, situação quando a maxila está normal e mandíbula recua<strong>da</strong> emrelação à base craniana. A maxila também po<strong>de</strong> está avança<strong>da</strong> e a mandíbulanormal em relação à base craniana. As duas bases ósseas po<strong>de</strong>m estar altera<strong>da</strong>s,quando a maxila está avança<strong>da</strong> e mandíbula recua<strong>da</strong> ou quando a mandíbula emaxila estão recua<strong>da</strong>s em relação à base craniana (MEZZOMO et al., 2010;GIMENEZ et al., 2007; HENRIQUES et al., 2007; MALTAGLIATI et al., 2006;FREITAS et al., 2005; MACHADO et al. 2005; SANTOS; HENRIQUES, 2000).A má oclusão <strong>de</strong> Classe II é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntária quando apresenta apenasalterações <strong>de</strong>ntoalveolares. Esse resultado é visto clinicamente como alteração norelacionamento <strong>de</strong>ntário, quando os <strong>de</strong>ntes inferiores estarão posicionadosdistalmente aos superiores. Porém, a situação mais comumente encontra<strong>da</strong> é aassociação do componente esquelético e <strong>de</strong>ntário (GIMENEZ et al., 2007;HENRIQUES et al., 2007; FERREIRA, 2008). A presença <strong>de</strong> tais alterações causagran<strong>de</strong> prejuízo estético ao paciente, sendo provavelmente por essa razão o elevadoíndice <strong>de</strong> procura por <strong>tratamento</strong> (CALHEIROS et al., 2008; GIMENEZ et al., 2007;ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; FREITAS et al., 2005).Ao investigar as características <strong>da</strong> má oclusão Classe II, Freitas et al. 2005,encontraram que o arco inferior posiciona-se distalmente ao superior, incisivossuperiores e inferiores com inclinação vestibular, sendo os últimos inclinados emrelação a sua base ósseo, por um mecanismo <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação para compensação <strong>da</strong>discrepância óssea/<strong>de</strong>ntária presente na Classe II, além <strong>de</strong> uma tendência vertical<strong>de</strong> crescimento.Como a má oclusão Classe II refere-se a um erro sagital entre os arcos<strong>de</strong>ntários, po<strong>de</strong> manifestar-se em faces normais (Padrão esquelético I) e em facescom <strong>de</strong>ficiência mandibular (Padrão esquelético II) (SILVA FILHO, FERRARIJÚNIOR; OZAWA, 2009;SILVA FILHO et al., 2009). Embora durante o<strong>de</strong>senvolvimento normal dos maxilares, nos períodos <strong>de</strong> surto <strong>de</strong> crescimento, amandíbula cresça relativamente mais e por um maior período que a maxila, isso nãoé suficiente para a compensação <strong>da</strong> relação distal <strong>da</strong> mandíbula e/ou molar inferior(YOU et al., 2001; SILVA FILHO et al., 2009; FREITAS et al., 2005; CALHEIROS etal., 2008; GIMENEZ et al., 2007; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005). Estudoslongitudinais têm <strong>de</strong>monstrado que o envolvimento do arco <strong>de</strong>ntário superior na máoclusão Classe II tem sido constatado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>ntadura <strong>de</strong>cídua sem auto


20correção posterior até a <strong>de</strong>ntadura permanente. (SILVA FILHO, FERRARI JÚNIOR,OZAWA, 2009; FREITAS et al., 2005).De acordo com o estudo feito por Youet al. (2001) o crescimento diferencialentre maxila e mandíbula durante a fase ativa <strong>de</strong> crescimento ocorre provavelmentepor um processo a<strong>da</strong>ptativo do complexo maxilomandibular, que <strong>de</strong>vido àintercuspi<strong>da</strong>ção entre os elementos superiores e inferiores não permite acompensação para mesial <strong>da</strong> mandíbula e/ou molares inferiores. Os mesmosautores afirmam que a <strong>de</strong>sarticulação <strong>da</strong> oclusão minimiza os efeitos a<strong>da</strong>ptativos docomplexo <strong>de</strong>ntoalveolar, facilitando enormemente o <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> má oclusão <strong>de</strong>Classe II <strong>de</strong> pacientes em crescimento, pela liberação do crescimento mandibular.Uma característica marcante e comumente encontra<strong>da</strong> na má oclusão ClasseII <strong>de</strong> Angle é o comportamento <strong>da</strong>s bases ósseas no sentido vertical (HENRIQUESet al., 2007; HENRIQUES; FREITAS; PIZAN, 1995; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005;ACQUARO et al., 2007). Observa-se um excesso vertical <strong>de</strong> maxila, uma rotaçãohorária <strong>da</strong> mandíbula e concomitantemente um aumento <strong>da</strong> altura facial ânteroinferior.Essa morfologia agrava a discrepância ântero-posterior, <strong>da</strong>í a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>do controle vertical do crescimento durante o <strong>tratamento</strong> (HENRIQUES et al., 2007;ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; BISHARA, 1998). Freitas et al. 2005, quandoestu<strong>da</strong>ram através <strong>de</strong> análise cefalométrica as características esqueléticas <strong>de</strong>indivíduos brasileiros com má oclusão Classe II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle, observaramuma tendência vertical <strong>de</strong> crescimento, resultados semelhantes foram encontradosno estudo <strong>de</strong> Acquaroet al. (2007) e Henriques, Freitas e Pizan, (1995) .As características tegumentares <strong>de</strong> indivíduos com má-oclusão Classe II, 1ªdivisão <strong>de</strong> Angle apresenta-se com enorme variância <strong>de</strong>vido a diversos fatoresinerentes a ca<strong>da</strong> individuo como alterações <strong>da</strong> musculatura peribucal, postura <strong>da</strong>língua, sobressaliência, sobremordi<strong>da</strong> e presença <strong>de</strong> hábitos (MEZZOMO et al.,2010; VIRKKULA et al., 2009). No estudo feito por Santos e Ruellas (2009), quandocompararam cefalometricamente as características tegumentares <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong>má oclusão Classe I e Classe II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle, pô<strong>de</strong>-se constatar uma maiorexpressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no grau <strong>de</strong> eversão do lábio inferior para o grupo com má oclusãoClasse II, 1ª divisão <strong>de</strong>vido a uma maior protrusão e projeção dos incisivossuperiores para esse grupo. Esses autores também propuseram uma tendência <strong>de</strong>correlação entre a menor espessura labial e a má-oclusão Classe II, 1ª divisão <strong>de</strong>Angle, relaciona<strong>da</strong> à protrusão e projeção dos incisivo superiores.


21Quando há presença <strong>de</strong> fatores externos como respiração bucal, hábitosprolongados <strong>de</strong> sucção, postura e função ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> língua há possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>a<strong>da</strong>ptação transversal dos arcos <strong>de</strong>ntários, contribuindo para o aparecimento ouagravamento <strong>da</strong> má oclusão, concomitante com a protrusão maxilar, principalmentequando esses fatores se encontram atrelados à atresia do arco <strong>de</strong>ntário superior(SILVA FILHO, FERRARI JÚNIOR, OZAWA, 2009; ALMEIDA; SILVA; SERPA, 2009;SIES; FARIAS; VIEIRA, 2007; HENRIQUES et al., 2008).2.2 FATORES ASSOCIADOS À MÁ OCLUSÃO CLASSE II DE ANGLETodos os <strong>de</strong>svios <strong>da</strong> normali<strong>da</strong><strong>de</strong> acarretam alterações miofuncionais. Odistanciamento vestíbulo-lingual entre os incisivos superiores e inferiores, sãoresponsáveis por alterações funcionais orais que irão interferir no crescimento,<strong>de</strong>senvolvimento ou funcionamento <strong>da</strong>s estruturas e funções orofaciais pertencentesao sistema estomatognático, po<strong>de</strong>ndo provocar <strong>de</strong>sequilíbrio <strong>da</strong> musculatura facial emaior tendência <strong>de</strong> perfil facial convexo (MALTAGLIATI et al., 2006; FREITAS et al.,2005). Esses fatores po<strong>de</strong>m ser a causa do agravamento do problema, pois a máoclusão<strong>de</strong> Classe II po<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> estar combina<strong>da</strong> com uma função anormal doslábios e <strong>de</strong> alguma forma <strong>de</strong> obstrução nasal e respiração bucal, fato que torna o<strong>tratamento</strong> mais complicado pela sua necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> multiprofissional (MEZZOMO etal., 2010; ALMEIDA; SILVA; SERPA, 2009; MALTAGLIATI et al., 2006).As alterações do crescimento crâniofacial po<strong>de</strong>m ocasionar más oclusões dotipo Classe II que se relacionam e, muitas vezes, são agrava<strong>da</strong>s por alteraçõesfuncionais orais, como a respiração, a mastigação, hábitos parafuncionais,posicionamento anormal <strong>da</strong> língua e a fala (ALMEIDA; SILVA; SERPA, 2009;MEZZOMO et al., 2010; SIES; FARIAS; VIEIRA, 2007). Em casos <strong>de</strong> Classe II, 1ªdivisão, o arco superior geralmente apresenta-se constrito ou em forma <strong>de</strong> V,associado à sobremordi<strong>da</strong> profun<strong>da</strong>, po<strong>de</strong>ndo resultar em força <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentoposterior na mandíbula (MEZZOMO et al., 2010; SIES; FARIAS; VIEIRA, 2007).Consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância para o crescimento e<strong>de</strong>senvolvimento craniofacial, a respiração nasal serve <strong>de</strong> estímulo para açãomuscular sobre os ossos, principalmente do terço médio <strong>da</strong> face. Quando processosfisiológicos são alterados, patologias diversas ou ain<strong>da</strong> hábitos viciosos po<strong>de</strong>m levar


22ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um modo alternativo e menos fisiológico <strong>de</strong> respiração: aoral e/ou mista, provocando modificações no esqueleto facial, pela obstrução <strong>da</strong>passagem do ar pelo nariz (MEZZOMO et al., 2010; ALMEIDA; SILVA; SERPA,2009).Causas diversas estão relaciona<strong>da</strong>s, como o aumento <strong>da</strong>s tonsilas palatinasou faríngeas, o <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> septo, rinites ou sinusites, provocando uma reabsorçãoóssea <strong>de</strong>ficiente na parte interna <strong>da</strong>s fossas nasais e a <strong>de</strong>posição óssea na parteexterna. Sendo que o distanciamento dos arcos <strong>da</strong> órbita fica prejudicado, assimcomo faces nasais e orais do palato, arco maxilar, seios paranasais e arcoszigomáticos, fazendo com que as discrepâncias ocorram (MEZZOMO et al., 2010).Vários autores <strong>de</strong>monstram uma estreita relação entre esse tipo <strong>de</strong> má oclusão e ohábito <strong>de</strong> respiração oral. (MEZZOMO et al., 2010; ALMEIDA; SILVA; SERPA,2009; SIES; FARIAS; VIEIRA, 2007)As alterações <strong>da</strong> mastigação na Classe II <strong>de</strong> Angle se caracterizam pela máposição habitual <strong>da</strong> língua, on<strong>de</strong> seu dorso encontra-se alto e a ponta baixa. Alémdisso, alterações <strong>da</strong> <strong>de</strong>glutição também contribuem para a ocorrência oumanutenção <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> má oclusão, uma vez que a interposição lingual durante oato <strong>de</strong> <strong>de</strong>glutir favorece a sobressaliência acentua<strong>da</strong> do paciente, sendo este hábitocomumente encontrado em pacientes com mordi<strong>da</strong> aberta anterior ou lateral(MEZZOMO et al., 2010; ALMEIDA; SILVA; SERPA, 2009).A <strong>de</strong>glutição com interposição do lábio inferior e contração do músculomentual também constitui sinais <strong>de</strong> alterações nesta função, visto que ocorrem paragarantir o selamento durante a <strong>de</strong>glutição, po<strong>de</strong>ndo resultar em sobressaliência<strong>de</strong>vido ao gran<strong>de</strong> distanciamento ântero-posterior entre a maxila e mandíbula,acentuando a má oclusão <strong>classe</strong> II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle, pela protrusão maxilar.(MEZZOMO et al., 2010; FERREIRA, 2008)


232.3 APARELHO EXTRABUCAL CONJUGADOSão vários os aparelhos utilizados para interceptação e/ou correção <strong>da</strong> máoclusão Classe II <strong>de</strong> Angle, com o intuito <strong>de</strong> obter uma oclusão funcional eesteticamente satisfatória (SIQUEIRA et al., 2007). Os recursos ortopédicos sãoutilizados para a correção <strong>da</strong>s displasias ântero-posteriores <strong>da</strong>s bases ósseas <strong>de</strong>modo a proporcionar uma alteração dimensional na morfologia dos maxilares, comoguia <strong>de</strong> redirecionamento no seu <strong>de</strong>senvolvimento, gerando uma situação <strong>de</strong> maiorestabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e harmonia facial. (HENRIQUES et al. 2008; GIMENEZ et al., 2007).A eficiência <strong>de</strong>ste método está relaciona<strong>da</strong> com o estágio <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento que o individuo se encontra, com a direção <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>sestruturas faciais, com seu gênero, com o vetor <strong>de</strong> força emprega<strong>da</strong>, <strong>de</strong>finido peladireção, duração e intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, adicionado, ao grau <strong>de</strong> cooperação do paciente(AQUARO et al., 2007; GIMENEZ et al., 2007; BISHARA, 1998).O aparelho extrabucal equipara-se a um método biológico e seguro <strong>de</strong><strong>tratamento</strong>, por restringir o crescimento anterior <strong>da</strong> maxila, liberar o crescimento <strong>da</strong>mandíbula, redirecionando o crescimento <strong>da</strong> face. Está indicado no final <strong>da</strong><strong>de</strong>ntadura mista ou início <strong>da</strong> permanente, quando a má oclusão é <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>predominantemente por uma protrusão maxilar (SHIMIZU et al., 2004; SIQUEIRA, etal., 2007; HENRIQUES et al., 1997; HENRIQUES et al., 1995). Porém, para que o<strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> má oclusão Classe II seja realizado com sucesso, é imprescindívelque se conheça todos os componentes e as variações programáveis durante autilização do aparelho extrabucal. Além disso, têm que se conhecer particularmenteas características específicas dos pacientes, para que o AEB Conjugado esteja bemindicado (SHIMIZU et al., 2004).Várias a<strong>da</strong>ptações foram feitas no arco extrabucal ao longo dos anos para seconseguir resultados mais favoráveis ao se tratar a má oclusão Classe II, 1ª divisão<strong>de</strong> Angle. O uso <strong>da</strong> tração extrabucal com pontos <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> forças somenteem tubos nos molares superiores além <strong>de</strong> acarretar inclinação vestibular ou lingual,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> tração utiliza<strong>da</strong>, tinha efeito predominantemente <strong>de</strong>ntário(HENRIQUES et al. 2008; GIMENEZ et al., 2007).Então, Thurow (1975), projetou um aparelho que acoplava o aparelhoextrabucal a uma placa <strong>de</strong> acrílico com cobertura <strong>da</strong>s superfícies oclusais <strong>de</strong> todosos <strong>de</strong>ntes superiores, ao qual <strong>de</strong>u o nome <strong>de</strong> “splint” maxilar. Esse aparelho


24assemelha-se a um arco facial convencional diferindo na cobertura dos <strong>de</strong>ntessuperiores pela placa <strong>de</strong> acrílico, envolvendo também as superfícies vestibulares elinguais. Sua vantagem seria distribuir a força extrabucal por to<strong>da</strong> a maxila, como umsó bloco, evitando a sobrecarga dos molares individualmente e aumentando ocontrole dos componentes horizontal e vertical <strong>da</strong> força. Como resultado <strong>de</strong> seu usoobservou distalização dos <strong>de</strong>ntes posteriores e controle <strong>da</strong> inclinação dos <strong>de</strong>ntesanteriores com movimentação lingual e inclinação distal dos caninos. Observouain<strong>da</strong> a restrição do <strong>de</strong>slocamento ântero-posterior do complexo maxilar.Depois <strong>de</strong> Thurow (1975), diversos autores pesquisaram este aparelho,sugerindo modificações e vali<strong>da</strong>ndo os resultados já observados por, uma vez quecom a introdução <strong>da</strong> tração extrabucal conjuga<strong>da</strong> a aparelhos removíveis, tornou-sepossível a aplicação <strong>da</strong> força extrabucal distribuí<strong>da</strong> por todo o arco maxilar, comcontrole tanto do componente horizontal <strong>da</strong> força, como do vertical (HENRIQUES etal., 1991; THUROW, 1975).Apesar <strong>de</strong> Thurow (1975) ter obtido resultados favoráveis, como excelentemeio <strong>de</strong> controle e direcionamento do crescimento <strong>de</strong>ntoalveolar, esse aparelho<strong>utilizando</strong> a região cervical como ponto <strong>de</strong> apoio freqüentemente causa extrusão dosmolares superiores, provocando rotação no sentido horário <strong>da</strong> espinha nasal anteriore rotação para baixo e para trás dos planos palatino e mandibular. Desse modo,levava a um aumento <strong>da</strong> altura ântero-inferior, além <strong>de</strong> neutralizarem, parcialmente,o <strong>de</strong>sejado <strong>de</strong>slocamento anterior do pogônio (GIMENEZ et al., 2007; SHIMIZU etal., 2004; HENRIQUES et al., 1997).Em 1991 Henriques e colaboradores propuseram um aparelho semelhante aoque Thurow i<strong>de</strong>alizou na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, porém com ponto <strong>de</strong> tração extrabucal alta eincorporação do arco vestibular e do parafuso expansor, <strong>de</strong>vido à maior facili<strong>da</strong><strong>de</strong> econtrole <strong>de</strong> ativação que <strong>de</strong>nominou <strong>de</strong> “Splint” maxilar modificado ou AEB<strong>conjugado</strong> (Figura 3). Esse aparelho, além <strong>de</strong> restringir o crescimento maxilaranterior e melhorar a relação maxilomandibular também restringia a extrusão dosmolares permanentes superiores e, conseqüentemente, o <strong>de</strong>slocamento vertical <strong>da</strong>maxila (HENRIQUES et al., 1991; HENRIQUES et al., 1995; HENRIQUES et al.,1997; MALTAGLIATI et al., 1999; MARTINS et al., 2008; HENRIQUES et al., 2008;ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; SHIMIZU et al., 2004).


25Figura 3 – “Splint” Maxilar projetodo por Henriques et al., em 1991. (FONTE: HENRIQUES et al.,1991)Com a utilização <strong>da</strong> tração alta ou parietal pô<strong>de</strong> ser observado a restrição docrescimento vertical in<strong>de</strong>sejável, não aumentando a altura facial anterior, além <strong>de</strong>po<strong>de</strong>r intruir os molares superiores (HENRIQUES et al., 1991; HENRIQUES;FREITAS; PIZAN, 1995; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; MARTINS et al., 2008;GARBUI et al., 2010).Segundo Almei<strong>da</strong>-Pedrinet et al., (2005) o objetivo do <strong>tratamento</strong> com essedispositivo é o reposicionamento ântero-posterior <strong>da</strong>s bases ósseas, redução <strong>da</strong>sobressaliência e levar a uma relação molar correta. Atualmente sabe-se que osprincipais efeitos do aparelho extrabucal <strong>conjugado</strong> são distalização <strong>de</strong> molaressuperiores, restrição do avanço maxilar e redução do trespasse horizontal. A forçaexerci<strong>da</strong> pela tração extrabucal influencia o crescimento facial, po<strong>de</strong>ndo seus efeitosser previstos e programados pelo clínico (HENRIQUES; FREITAS; PIZAN, 1995;ONER e YUCEL-EROGLU, 1996; MALTAGLIATI et al., 1999; ALMEIDA-PEDRIN etal., 2005; MARTINS et al., 2008; GARBUI et al., 2010)2.3.1 COMPONENTES DO AEB CONJUGADONos casos <strong>de</strong> má oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão, com protrusão maxilar enecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> controle vertical, como recurso ortopédico indica-se, atualmente, autilização AEB <strong>conjugado</strong> <strong>de</strong>scrito por Henriques et al. em 1991. Esse aparelho écomposto por uma placa <strong>de</strong> acrílico superior, com plano <strong>de</strong> levantamento oclusal,


26um parafuso expansor, um arco vestibular, o arco extrabucal e casquete com traçãoalta (Figura 4). Para a retenção <strong>da</strong> placa são construídos grampos <strong>de</strong> retenção tipoA<strong>da</strong>ms nos molares e um arco vestibular usado para a verticalização dos incisivos,se necessário, ou para prevenir a sua vestibularização (HENRIQUES et al., 1991;GIMENEZ et al., 2007; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005)451332Figura 4 – Aspecto intra-oral do AEB <strong>conjugado</strong>. 1: placa em resina acrílica. 2: placa <strong>de</strong> levantamentooclusal. 3: parafuso expansor. 4: arco vestibular. 5: arco extrabucal. (FONTE: Cortesia <strong>da</strong> Dra. KarinaJerônimo R. Santiago <strong>de</strong> Lima)A placa <strong>de</strong> acrílico recobre o palato duro e esten<strong>de</strong>-se, lateralmente, até ascúspi<strong>de</strong>s vestibulares dos <strong>de</strong>ntes posteriores e, anteriormente, até a face palatinados incisivos. O acrílico <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>lgado para evitar translação dos côndilos ouaumento <strong>da</strong> altura facial inferior. A face <strong>de</strong> contato com os <strong>de</strong>ntes inferiores não<strong>de</strong>ve interferir no crescimento mandibular (HENRIQUES et al., 1991; ONER;YUCEL-EROGLU, 1996; SHIMIZU et al., 2004). Em caso <strong>de</strong> erupção <strong>de</strong> elementos<strong>de</strong>ntários, indica-se o <strong>de</strong>sgaste no acrílico para que este não interfira no processonatural <strong>de</strong> erupção (HENRIQUES et al., 1991; ONER; YUCEL-EROGLU, 1996).O parafuso expansor é posicionado na altura do segundo molar <strong>de</strong>cíduo ousegundo pré-molar permanente. Sua ativação permite o ajuste dos segmentoslaterais posteriores, para que este crescimento ocorra <strong>de</strong> forma passiva, semrestrição externa <strong>de</strong>vido a utilização <strong>da</strong> placa oclusal, prevenindo assim, o


27<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma mordi<strong>da</strong> cruza<strong>da</strong> (HENRIQUES et al., 1991; ONER;YUCEL-EROGLU, 1996; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; GIMENEZ et al., 2007).O arco vestibular <strong>de</strong>ve estar em suave contato com os <strong>de</strong>ntes anteriores. Seum incisivo apresenta-se um pouco mais vestibularizado do que os outros, indica-se<strong>de</strong>sgaste do acrílico na região <strong>de</strong> contato, para que essa inclinação sejanormaliza<strong>da</strong>. No entanto, se todos os <strong>de</strong>ntes anteriores estiverem nessa situação, oarco vestibular <strong>de</strong>ve contatá-los e o <strong>de</strong>sgaste no acrílico é necessário em to<strong>da</strong> aextensão anterior. Os grampos <strong>de</strong> retenção do tipo A<strong>da</strong>ms <strong>de</strong>vem contornar oprimeiro molar permanente auxiliando na estabilização do aparelho e na distribuição<strong>de</strong> forças através do complexo maxilar, com o maior componente <strong>de</strong> forçadirecionado à região <strong>de</strong>ntoalveolar (HENRIQUES et al., 1991;ALMEIDA-PEDRIN etal., 2005; GIMENEZ et al., 2007).O arco extrabucal é incluído no acrílico, percorrendo a distal dos molares<strong>de</strong>cíduos ou entre os pré-molares. Esse dispositivo se esten<strong>de</strong>, anteriormente, atéos incisivos laterais e <strong>de</strong>pois se curva para trás até a bor<strong>da</strong> posterior dos primeirosmolares permanentes ao nível do canto externo do olho, cerca <strong>de</strong> 2 cm após aterminação <strong>da</strong> placa acrílica. Neste local são inseridos elásticos <strong>de</strong> ½ polega<strong>da</strong> <strong>de</strong>diâmetro acoplados ao casquete <strong>de</strong> tração alta com arco externo com inclinação <strong>de</strong>45° graus acima do plano oclusal (HENRIQUES et al., 1991;ALMEIDA-PEDRIN etal., 2005; GIMENEZ et al., 2007). A estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do casquete na parte posterior<strong>de</strong>termina o sentido <strong>da</strong> força emprega<strong>da</strong>. No entanto, a <strong>de</strong>finição do direcionamentoe a localização do centro <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong> maxila são critérios subjetivos, portanto aeliminação <strong>de</strong>sta limitação clínica é adotado o padrão <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> 45° acima doplano oclusal do arco externo (ONER; YUCEL-EROGLU, 1996) <strong>de</strong> forma a minimizara rotação horária do complexo nasomaxilar (HENRIQUES et al, 1991; HENRIQUES;GIMENEZ et al., 2007; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005).O direcionamento <strong>da</strong> força para o centro <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong> maxila resulta emuma força <strong>de</strong> compressão que agirá perpendicular às suturas primárias maxilares(Frontomaxilar, Zigomaticomaxilar e Pterigopalatina), permitindo uma restrição tantodo <strong>de</strong>slocamento anterior <strong>da</strong> maxila quanto <strong>da</strong> extrusão dos molares superiores,melhorando o relacionamento maxilomandibular, além <strong>de</strong> permitir a retenção doaparelho (Figuras 5 e 6). Quando o arco externo está inclinado para cima, osmovimentos <strong>de</strong>ntários são menores, mas não há tanta inclinação e se obtém maiorrestrição do crescimento ântero-posterior <strong>da</strong> maxila (HENRIQUES et al., 1991;


28HENRIQUES; FREITAS; PIZAN, 1995; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005;HENRIQUES et al., 2007; GIMENEZ et al., 2007; SHIMIZU et al., 2004;HENRIQUES et al., 1997).Figura 5 – Localização em crânio seco do centro <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong> maxila, visto externamente,mostrando as suturas que unem a maxila ao crânio e que estão diretamente relaciona<strong>da</strong>s a ação doAEB <strong>conjugado</strong>. FONTE:SHIMIZU et al., 2004)Deve-se ressaltar que a direção correta, o ponto <strong>de</strong> aplicação e a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> força aplica<strong>da</strong> são fatores críticos para o sucesso do <strong>tratamento</strong> com o AEB<strong>conjugado</strong> (GIMENEZ et al., 2007; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; ONER; YUCEL-EROGLU, 1996).


2945°Figura 6 – Direção do vetor <strong>de</strong> força, em ângulo <strong>de</strong> 45º empregado com a tração alta, direciona<strong>da</strong>para o centro <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong> maxila. (FONTE: GARBUI et al., 2010)2.3.2 MAGNITUDE DA FORÇAO AEB <strong>conjugado</strong> é capaz <strong>de</strong> produzir efeitos ortodônticos e ortopédicos.Para que a movimentação ortodôntica ocorra, utiliza-se forças leves ou i<strong>de</strong>ais e paragerar alterações ortopédicas, utiliza-se forças pesa<strong>da</strong>s. As forças leves, variam emtorno <strong>de</strong> 150 a 250 gramas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> lado, gerando pressão <strong>de</strong> um lado do ligamentoperiodontal e tensão do outro, o que produz, respectivamente, reabsorção eaposição óssea. O resultado disto é a movimentação fisiológica do <strong>de</strong>nte (SHIMIZUet al., 2004).Quando uma força leve e prolonga<strong>da</strong> é aplica<strong>da</strong> sobre o <strong>de</strong>nte ocorre àdiminuição do fluxo sangüíneo logo após o fluido ser eliminado do espaçoperiodontal e o <strong>de</strong>nte se move <strong>de</strong>ntro do alvéolo em poucos segundos. Em poucashoras a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> química estará modifica<strong>da</strong> no ligamento periodontal e após 4 horasiniciam-se diferenciações celulares. Como conseqüência produzirão o movimento<strong>de</strong>ntário em aproxima<strong>da</strong>mente 2 dias com a remo<strong>de</strong>lação óssea <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> alveolarpor osteoclastos e osteoblastos, chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> reabsorção óssea direta. Por este


30motivo, os aparelhos removíveis não terão resultado nenhum se utilizados pormenos <strong>de</strong> 4 horas segui<strong>da</strong>s (SHIMIZU et al., 2004).Com a atuação <strong>de</strong> uma força pesa<strong>da</strong> se <strong>de</strong>senvolve um efeito ortopédico nocomplexo nasomaxilar. Ocorre pressão do <strong>de</strong>nte contra a lâmina cortical do alvéolono lado oposto à aplicação <strong>da</strong> força, causando isquemias que induzem à reabsorçãoóssea minante. Quanto mais intensa for a pressão aplica<strong>da</strong>, maior será a redução nofluxo sanguíneo nas áreas comprimi<strong>da</strong>s do ligamento periodontal, até o ponto emque os vasos se tornam totalmente colapsados e sem fluxo sangüíneo. E, se estaforça pesa<strong>da</strong> se mantém presente por algumas horas, ocorre morte celular, sepersistir por 3 a 5 dias, a reabsorção minante se inicia. E, no período <strong>de</strong> 7 a 14 dias,a reabsorção minante remove a lâmina dura adjacente à área comprimi<strong>da</strong> noligamento periodontal, ocorrendo, assim, o movimento <strong>de</strong>ntário (BAUMRIND et al.,1983; SHIMIZU et al., 2004). A mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> posição do complexo nasomaxilar emrelação à base craniana anterior, resultante <strong>da</strong> ação ortopédica, torna-se visível pelaredução do prognatismo maxilar (SHIMIZU et al., 2004). Segundo Oner e Yucel-Eroglu (1996) forças excessivamente pesa<strong>da</strong>s ten<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>slocar os <strong>de</strong>ntes nointerior do osso enquanto a força mais leve ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>slocar a matriz óssea comoum todo, resultados semelhantes foram relatados por Baumrin<strong>de</strong>t al. (1983) ain<strong>da</strong> nadéca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80.2.3.3 ATIVAÇÃO DO AEB CONJUGADOPela tendência <strong>de</strong> crescimento vertical encontra<strong>da</strong> em indivíduos com máoclusão Classe II <strong>de</strong> Angle, cui<strong>da</strong>do especial <strong>de</strong>ve ser <strong>da</strong>do a esse controle(ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; HENRIQUES et al., 2007; SHIMIZU et al., 2004;AQUARO et al., 2007; FREITAS et al., 2005; ONER; YUCEL-EROGLU, 1996). Porconseguinte, a utilização <strong>da</strong> tração alta <strong>de</strong>ve ser feita aplicando-se uma força 300 a600 gramas e com elásticos 1/2’’, trocados a ca<strong>da</strong> 4 ou 5 dias (HENRIQUES et al.,1991; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; ONER; YUCEL-EROGLU, 1996; GARBUI etal., 2010). Vários autores, obtiveram bons resultados <strong>utilizando</strong> uma força 450g <strong>de</strong>ca<strong>da</strong> lado (MARTINS et al., 2008; SIQUEIRA et al. 2007; HENRIQUES et al., 2007;MALTAGLIATTI, 1999) Os pacientes tratados com esse aparelho <strong>de</strong>vem sermonitorados até o final do surto <strong>de</strong> crescimento, embora seja recomen<strong>da</strong>do que o


31uso do aparelho continue como contenção noturna por um período igual à meta<strong>de</strong>do tempo <strong>de</strong> duração do <strong>tratamento</strong> ativo. Nesta fase, os elásticos <strong>de</strong>vem sertrocados a ca<strong>da</strong> 15 dias e, <strong>de</strong>pois, o aparelho <strong>de</strong>ve ser removido gradualmente apósesse período (HENRIQUES et al., 1991).2.4 RESULTADOS DA TERAPIA COM O AEB CONJUGADOO <strong>tratamento</strong> com qualquer aparelho ortodôntico/ortopédico cujo mecanismoseja o <strong>de</strong>senvolvimento natural <strong>da</strong>s bases ósseas, eliminando-se as interferênciasestá, em maior grau, na <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> cooperação do paciente em relação àa<strong>de</strong>são ao tempo <strong>de</strong> uso do aparelho do que do ortodontista propriamente.2.4.1 EFEITOS ESQUELÉTICOS NA MAXILAO AEB <strong>conjugado</strong> tem seu efeito mais significativo na restrição docrescimento maxilar, i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> por uma diminuição significativa do ângulo SNA.Esse aparelho causa uma significativa melhora na relação maxilomandibular e naconvexi<strong>da</strong><strong>de</strong> facial, <strong>de</strong>vido à restrição <strong>da</strong> maxila em relação ao <strong>de</strong>slocamentoântero-posterior e em seu comprimento efetivo. (HENRIQUES et al., 2007;HENRIQUES et al., 2007; HENRIQUES et al., 2008; HENRIQUE et al., 1991;DOLCE et al., 2007; MALTAGLIATI et al., 1999; HENRIQUES et al., 1997;SIQUEIRA et al., 2007). Em seu estudo, Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005) verificaram queo ângulo SNA e a medi<strong>da</strong> linear Nperp-A, que <strong>de</strong>finem a posição <strong>da</strong> maxila emrelação à base do crânio diminuem com o uso do AEB <strong>conjugado</strong>, concluindo-se,portanto, que o AEB <strong>conjugado</strong> restringe o <strong>de</strong>senvolvimento maxilar no sentidoântero-posterior. Resultados semelhantes foram encontrados por Henriques et al.(2007), Henriques et al. (2008) e por Oner e Yucel-Eroglu (1996) . Por outro lado,Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005) observaram que este aparelho não causa efeitosrestritivos sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> maxila no sentido sagital.


322.4.2 EFEITOS SOBRE A PROTRUSÃO MAXILARComo efeito resultante <strong>da</strong> restrição do crescimento maxilar anteriorconcomitantemente ao <strong>de</strong>senvolvimento potencial <strong>da</strong> mandíbula, associa<strong>da</strong> àlingualização dos incisivos superiores, a protrusão maxilar é acentua<strong>da</strong>mentereduzi<strong>da</strong> (ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; MARTINS et al., 2008;ONER; YUCEL-EROGLU, 1996; HENRIQUES; FREITAS; PIZAN, 1995; HENRIQUES et al.,1991;HENRIQUES et al., 2007; HENRIQUES et al., 1997; HENRIQUES et al., 2008;MARSAN, 2007; DOLCE et al., 2007). Porém, <strong>de</strong> acordo com Oner e Yucel-Eroglu(1996), quando se direciona a força para anterior no uso do AEB <strong>conjugado</strong>, não seobtêm uma correção tão satisfatória <strong>da</strong> sobressaliência maxilar, embora essacorreção seja ain<strong>da</strong> mais significante <strong>de</strong> que um grupo não tratado.No estudo comparando-se um grupo <strong>de</strong> pacientes em fase <strong>de</strong> crescimentocom má oclusão Classe II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle com mordi<strong>da</strong> profun<strong>da</strong>, Oner e Yucel-Eroglu (1996) constataram que o prognatismo maxilar foi reduzido no grupo tratado,mas aumentou no grupo controle, confirmando a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> intervençãoprecoce.2.4.3 EFEITOS ESQUELÉTICOS NA MANDÍBULAQuando comparados a indivíduos sem <strong>tratamento</strong>, pacientes com má oclusãoClasse II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle que fizeram uso do AEB <strong>conjugado</strong> <strong>de</strong>monstraram umavanço significativo <strong>da</strong> mandíbula e um aumento no seu comprimento efetivo(ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; ONER; YUCEL-EROGLU, 1996; HENRIQUES etal., 1991 ). Porém, esse efeito ain<strong>da</strong> é muito discutido na literatura porque algunsautores <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que o ângulo SNB não é alterado e, portanto, não há efeito sobrea mandíbula (HENRIQUES et al., 2007; RITTER; ALMEIDA, 2002).A melhora na relação sagital <strong>da</strong> mandíbula po<strong>de</strong> ser atribuí<strong>da</strong> em parte <strong>de</strong>vidoao retar<strong>da</strong>mento do <strong>de</strong>senvolvimento sagital <strong>da</strong> maxila, e parte pelo<strong>de</strong>senvolvimento sagital inesperado <strong>da</strong> mandíbula, como conseqüência do controlevertical do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ntoalveolar maxilar e mandibular, restrição do<strong>de</strong>senvolvimento sutural vertical <strong>da</strong> maxila, redirecionamento do crescimento


33condilar e conseqüentemente rotação anterior relativa <strong>da</strong> mandíbula (ONER;YUCEL-EROGLU, 1996).2.4.4 EFEITOS ESQUELÉTICOS MAXILOMANDIBULARESO ajuste sagital entre as bases ósseas ocorre, normalmente, pelo crescimentodiferencial entre a maxila e a mandíbula. Observa-se uma redução <strong>da</strong> conexi<strong>da</strong><strong>de</strong>facial, resultando em uma face mais harmônica, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os vetores <strong>de</strong>crescimento se processem em equilíbrio na direção ântero-inferior (MARTINS et al.,2008; MARSAN, 2007;HENRIQUES et al., 2007; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005;RITTER; ALMEIDA, 2002; MALTAGLIATI et al., 1999; ONER; YUCEL-EROGLU,1996; HENRIQUES et al., 1991). Segundo Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005) o uso <strong>de</strong>steaparelho resulta em uma relação sagital entre as bases ósseas e a convexi<strong>da</strong><strong>de</strong>facial significantemente melhora<strong>da</strong>s, constatado através <strong>da</strong> redução dos ângulosANB e NAP, possibilitando no relacionamento maxilomandibular mais harmônico .Segundo Oner e Yucel-Eroglu (1996) verificou-se também redução completa<strong>da</strong> sobremordi<strong>da</strong> e melhora na relação do lábio superior e incisivos em todos oscasos com mordi<strong>da</strong> profun<strong>da</strong> excessiva.Alguns aspectos, como época do início do <strong>tratamento</strong>, boa colaboração dopaciente, uso do aparelho extra-bucal com arco externo longo e angulado para cima,com forças <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> magnitu<strong>de</strong> até o término do <strong>tratamento</strong>, e arco internoexpandido lateralmente po<strong>de</strong>m contribuir para redução do ângulo ANB (LIMA FILHO;LIMA; RUELLAS, 2003).2.4.5 EFEITOS SOBRE A DIMENSÃO VERTICALOs estudos <strong>de</strong> Henriques, Freitas e Pizan (1995), Oner; Yucel-Eroglu (1999) eAlmei<strong>da</strong>-Pedrin (2005) afirmaram que pacientes com a má oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ªdivisão geralmente apresentam uma tendência <strong>de</strong> crescimento vertical. Oagravamento <strong>de</strong>ssa discrepância ântero-inferior está associado, na maioria <strong>da</strong>svezes, a um excesso vertical <strong>de</strong> maxila, uma rotação horária <strong>da</strong> mandíbula e,conseqüentemente, um aumento <strong>da</strong> altura facial ântero-inferior.


34Um dos objetivos do <strong>tratamento</strong> precoce <strong>da</strong> má oclusão <strong>de</strong> Classe II,principalmente quando se utiliza o AEB <strong>conjugado</strong>, é reduzir ou manter a dimensãovertical, a fim <strong>de</strong> corrigir a discrepância esquelética sagital e melhorar a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>pós-<strong>tratamento</strong> (GARBUI et al., 2010; MARTINS et al., 2008; ONER; YUCEL-EROGLU, 1996; HENRIQUES et al., 1991). Dessa forma, consi<strong>de</strong>ra-se que o uso doAEB <strong>conjugado</strong>, diferentemente dos efeitos <strong>de</strong>correntes do uso isolado do AEBconvencional, controla o crescimento <strong>da</strong> face no sentido vertical (GARBUI et al.,2010; MARTINS et al., 2008; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; HENRIQUES et al.,2007; ONER e YUCEL-EROGLU, 1996; SIQUEIRA et al., 2007).Em indivíduos com padrão <strong>de</strong> crescimento vertical, a extrusão dos molaresprovoca<strong>da</strong> pela tração cervical do AEB isolado causa maior inclinação do planomandibular, acentua o padrão <strong>de</strong> crescimento vertical e favorece a abertura <strong>da</strong>mordi<strong>da</strong>. Como a extrusão é provoca<strong>da</strong> pelo uso <strong>da</strong> tração baixa, fica esta contraindicia<strong>da</strong>para indivíduos dolicofaciais (SHIMIZU et al., 2004; LIMA FILHO, LIMA;RUELLAS, 2003).Isto sugere que, mesmo diante <strong>de</strong> uma má oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão,com um padrão <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>sfavorável, po<strong>de</strong>-se esperar resultadossatisfatórios ao utilizar o AEB <strong>conjugado</strong> já que o controle do <strong>de</strong>senvolvimentovertical <strong>da</strong> maxila, faz com que a tendência <strong>de</strong> rotação horária <strong>da</strong> mandíbuladiminua, auxiliando na melhora do perfil facial do paciente e no relacionamento dosmolares. (GARBUI et al., 2010; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; HENRIQUES et al.,2007; MALTAGLIATIet al., 2004; MALTAGLIATI et al., 1999; HENRIQUES;FREITAS; PIZAN, 1995; ONER; YUCEL-EROGLU, 1996).Segundo Garbuiet al. (2010) e Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005), não houvediferença estatisticamente significante entre os pacientes tratados com o AEBConjugado e pacientes não tratados no que diz respeito a alterações do padrão <strong>de</strong>crescimento e no <strong>de</strong>masiado aumento <strong>da</strong> altura facial, <strong>de</strong>nota<strong>da</strong> pelas gran<strong>de</strong>zas S-Go e altura facial ântero-inferior, que variaram uniformemente entre os dois grupos.2.4.6 EFEITOS DENTOALVEOLARES DO AEB CONJUGADODe acordo com Maltagliatiet al. (1999) o AEB Conjugado promove efeitossignificantes sobre o posicionamento dos <strong>de</strong>ntes superiores. Anteriormente ao


35<strong>tratamento</strong>, geralmente os incisivos superiores apresentam-se vestibularizados eprotruídos, ao passo que após a interceptação do aparelho adquirem umposicionamento mais retruído e lingualizado (ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005;MARTINS et al., 2008;MARSAN, 2007; ONER; YUCEL-EROGLU, 1996;HENRIQUES et al., 1991). Esse resultado está diretamente relacionado aoposicionamento do arco vestibular do AEB <strong>conjugado</strong> tocar ativamente a superfícievestibular <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>ntes (ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005).A posição verticaliza<strong>da</strong> dos incisivos superiores po<strong>de</strong> ser altamente favorávelnos casos <strong>de</strong> um trespasse horizontal acentuado com os incisivos inclinados paravestibular, características estas, freqüentemente observa<strong>da</strong> na má oclusão <strong>de</strong>Classe II, 1ª divisão, com protrusão maxilar, aferindo que essa terapia reduzsignificativamente a sobressaliência(MARSAN, 2007; ALMEIDA-PEDRIN et al.,2005; MARTINS et al., 2008). No entanto, uma lingualização em excesso <strong>de</strong>stes<strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong> limitar o <strong>de</strong>slocamento anterior <strong>da</strong> mandíbula (ALMEIDA-PEDRIN et al.,2005), portanto esta <strong>de</strong>ve ser controla<strong>da</strong>.Quanto aos incisivos inferiores, estes também adquirem um posicionamentolingualizado e retruído (ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; MARTINS et al., 2008;MARSAN, 2007; ONER; YUCEL-EROGLU, 1996). De acordo com os achados <strong>de</strong>Oner e Yucel-Eroglu (1996) os incisivos inferiores foram significativamentelingualizados em relação à base craniana anterior, mas lingualizaram muito poucoem relação à mandíbula, resultando em um posicionamento favorável para correção<strong>da</strong> má oclusão e harmonia estética final do paciente (ONER; YUCEL-EROGLU,1996; MARSAN, 2007; MALTAGLIATI et al., 2004). Dois fatores contribuem paraque essa modificação <strong>de</strong> posicionamento ocorra: a consi<strong>de</strong>rável lingualização dosseus antagonistas e a ação do lábio inferior sobre esses <strong>de</strong>ntes, uma vez que o AEB<strong>conjugado</strong> promove a <strong>de</strong>soclusão, abrindo a mordi<strong>da</strong> e aumentando a pressão labialnesta área (ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005).Em relação ao posicionamento vertical dos primeiros molares superiores, nãohá significativa alteração, o que é um fator importante para a manutenção <strong>da</strong> alturafacial do paciente, sendo também relatado que, algumas vezes há a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>intruí-los, caso o padrão <strong>de</strong> crescimento seja excessivamente <strong>de</strong>sfavorável(HENRIQUES et al., 2007; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; MALTAGLIATI et al.,1999). A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> controle <strong>da</strong> extrusão excessiva dos molares superiores é<strong>de</strong>sejável uma vez que esse acontecimento, além <strong>de</strong> aumentar a dimensão vertical


36do paciente, po<strong>de</strong>rá girar a mandíbula no sentido horário e agravar a má oclusão(HENRIQUES et al., 2007; MALTAGLIATI et al., 2004).No sentido ântero-posterior, ocorre uma migração para distal <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>ntes,contribuindo para consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> uma relação molar normal. Os primeiros molaresinferiores, no sentido vertical <strong>de</strong>monstram certa extrusão enquanto que no sentidohorizontal <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento esses <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>monstram uma consi<strong>de</strong>rávelmesialização, o que é consi<strong>de</strong>rado favorável para correção <strong>da</strong> relação molar(HENRIQUES; FREITAS; PIZAN, 1995;HENRIQUES et al., 2007; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; MARTINS et al., 2008; MALTAGLIATI et al., 1999;ONER eYUCEL-EROGLU, 1996).Em um estudo para i<strong>de</strong>ntificar os efeitos do “Splint” Maxilar, Ritter e Almei<strong>da</strong>(2002) concluíram que esse aparelho promoveu movimento distal significativo <strong>de</strong>to<strong>da</strong> arco <strong>de</strong>ntária superior, resultando em melhora na relação intermolares einterincisivos, sem, no entanto provocar alterações no arco inferior.Shimizu et al., (2004) afirmaram que com efeito <strong>de</strong>corrente do uso do AEB<strong>conjugado</strong>, surge espaço entre os <strong>de</strong>ntes ântero-superiores, <strong>de</strong>notando a eficiênciado aparelho extra-bucal não só no <strong>de</strong>slocamento distal dos molares superiores, mastambém no aumento <strong>da</strong> distancia intercaninos, sendo esse espaço entre os <strong>de</strong>ntesanteriores po<strong>de</strong> ser útil em casos <strong>de</strong> apinhamento anterior.2.4.7 EFEITO SOBRE O PERFIL TEGUMENTAROs incisivos superiores e inferiores são responsáveis pelo suporte labial e seuposicionamento, sendo o equilíbrio facial afetado diretamente pela protrusãoacentua<strong>da</strong> <strong>de</strong>sses elementos (SANTOS et al., 2009; MALTAGLIATI et al., 2004).Quando <strong>da</strong> utilização do AEB <strong>conjugado</strong>, o lábio superior exibe uma significativaredução em sua protrusão inicial, acompanhando a redução <strong>da</strong> protrusão maxilar, ostecidos do mento <strong>de</strong>monstram maior espessura e há redução <strong>da</strong> convexi<strong>da</strong><strong>de</strong> dostecidos moles, resultando em um perfil tegumentar mais harmônico (HENRIQUESetal., 1995; ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; SANTOS et al., 2009; VIRKKULA et al.,2009; MARSAN, 2007; HENRIQUES et al., 1991). Henriques et al. (2007) afirmaramnão haver diferença no ângulo nasolabial entre o grupo tratado com aparelhoextrabucal e o grupo sem <strong>tratamento</strong>. Já o lábio inferior não mostrou modificação


37estatisticamente significante em sua posição. Marsan (2007) obteve um aumento <strong>da</strong>convexi<strong>da</strong><strong>de</strong> do perfil tegumentar quando tratou a má oclusão <strong>de</strong> <strong>classe</strong> II, 1ª divisão<strong>de</strong> Angle com o AEB <strong>conjugado</strong> combinado ao ativador.Por consi<strong>de</strong>rar a melhora <strong>da</strong> relação do tecido mole essencial não somentepara o interesse dos pacientes, mas também para assegurar a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> pós<strong>tratamento</strong>,Oner e Yucel-Eroglu (1996) utilizaram um “splint” maxilar com traçãoalta, com um vetor <strong>de</strong> força emprega<strong>da</strong> numa posição mais anterior a fim <strong>de</strong> reduziro trespasse vertical e/ou sorriso gengival, limitando e direcionando o crescimento<strong>de</strong>ntoalveolar e/ou esquelético vertical excessivo <strong>da</strong> maxila na região anterior bemcomo posterior. Esses autores obtiveram redução completa <strong>da</strong> mordi<strong>da</strong> e melhorana relação do lábio superior e os incisivos em todos os casos com mordi<strong>da</strong> profun<strong>da</strong>excessiva, além <strong>de</strong> redução <strong>da</strong> gengiva exposta durante o sorriso em pacientes comsorriso gengival.A fim <strong>de</strong> aumentar a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> muscular, eliminar a hipotonia e flaci<strong>de</strong>z <strong>da</strong>musculatura peribucal e aumentar o efeito do “splint” na direção vertical, Oner eYucel-Eroglu (1996) instruíram o grupo tratado em seu estudo a manter a bocafecha<strong>da</strong> durante o dia e pressionar os lábios contra a parte anterior do arco facial,obtendo os resultados requeridos.2.5 ÉPOCA IDEAL DE UTILIZAÇÃO E RESPOSTA DO PACIENTEUm diagnóstico precoce e preciso <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> má oclusão<strong>de</strong>termina a abor<strong>da</strong>gem terapêutica, principalmente quando o paciente se encontraain<strong>da</strong> em fase <strong>de</strong> crescimento, já que nestes casos, na escolha <strong>da</strong> mecânica, ocrescimento mandibular po<strong>de</strong> ser aproveitado, evitando <strong>tratamento</strong>s padronizadosque incluam apenas distalização <strong>de</strong> molares e retração do segmento anterior doarco superior (ACQUARO et al., 2007).A má oclusão <strong>de</strong> Angle Classe II, 1ª divisão se estabelece precocemente,principalmente quando <strong>de</strong>monstra comprometimento esquelético, padrão II, cujapresença é característica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>ntadura <strong>de</strong>cídua (SILVA FILHO et al., 2009;ONER e YUCEL-EROGLU, 1996). Por isso que a intervenção em fase <strong>de</strong>crescimento torna-se notável, uma vez que a morfologia facial <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> em fase


38precoce é manti<strong>da</strong>, configurando o <strong>de</strong>terminismo genético na estabilização doarcabouço esquelético (HENRIQUES et al., 2007;FREITAS et al., 2005).A atresia do arco <strong>de</strong>ntário superior, característica transversal <strong>da</strong> má Oclusão<strong>de</strong> Classe II também está presente nas <strong>de</strong>ntaduras <strong>de</strong>cídua e mista, perpetuando-secom o crescimento do individuo. É consenso na literatura afirmar que to<strong>da</strong>s ascaracterísticas que acompanham a má oclusão Classe II não se auto-corrigem como crescimento do paciente (SILVA FILHO et al., 2009; HENRIQUES et al.,2007;FREITAS et al., 2005; BACCETTI, FRANCHI, STAHL, 2009; ONER e YUCEL-EROGLU, 1996; HENRIQUES; FREITAS; PIZAN, 1995). Embora a má oclusãoClasse II não mu<strong>de</strong> significativamente com o tempo, parece razoável admitir quealterações <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>s e individuais na condição oclusal são passíveis <strong>de</strong> ocorrer, sejano sentido <strong>de</strong> acentuar ou amenizar a má oclusão (SILVA FILHO et al., 2009).A única forma <strong>de</strong> se obter máximas alterações morfológicas, <strong>de</strong>correntes doefeito ortopédico é quando o paciente ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>monstra potencial <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>sestruturas craniofaciais (HENRIQUES et al., 2007; BACCETTI, FRANCHI, STAHL,2009; LIMA FILHO; LIMA; RUELLAS, 2003). Por isso, se aceita que a correçãoprecoce <strong>da</strong>s discrepâncias esqueléticas através <strong>de</strong> aparelhos biomecânicos e/oufuncionais seja indica<strong>da</strong> para prevenir os efeitos prejudiciais do <strong>de</strong>svio funcional no<strong>de</strong>senvolvimento craniofacial, alterando <strong>de</strong> forma favorável o padrão <strong>de</strong> crescimentoe o mecanismo <strong>de</strong> compensação <strong>de</strong>ntoalveolar (BACCETTI, FRANCHI, STAHL,2009; KRUSINSKIENE et al. 2008; ONER e YUCEL-EROGLU, 1996).Desse modo, os principais objetivos <strong>da</strong> intervenção ortodôntica/ortopédicaresi<strong>de</strong>m no restabelecimento <strong>de</strong> uma oclusão i<strong>de</strong>al em i<strong>da</strong><strong>de</strong>s precoces porpreconizar que o próprio crescimento seja utilizado para criar um relacionamentomais harmonioso, ao melhorar a estética do paciente, bem como estabelecer oequilíbrio muscular, garantindo estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. (GIMENEZ et al., 2007; HENRIQUES etal., 2007; LIMA FILHO; LIMA; RUELLAS, 2003; SANTOS e HENRIQUES, 2000).Nesse sentido, <strong>de</strong>seja-se obter a melhora do relacionamento maxilomandibular, dotrespasse horizontal, e ain<strong>da</strong> o controle do crescimento vertical (HENRIQUES et al.,2007).O crescimento do individuo durante a vi<strong>da</strong> se dá por quatro alterações naveloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento: uma rápi<strong>da</strong> <strong>de</strong>saceleração do crescimento durante osprimeiros anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>; uma aceleração gradual do crescimento no início <strong>da</strong> infânciae uma estabilização em um platô; um período pré-pubescente <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração do


39crescimento, e início <strong>de</strong> um surto adolescente, sendo este o período <strong>de</strong> importânciapara a instituição do <strong>tratamento</strong> (SANTOS; HENRIQUES, 2000).No estudo feito por Baccetti; Franchi; Kimb (2009) o <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> Classe II,antes ou durante o pico <strong>de</strong> crescimento puberal induziu significativas mu<strong>da</strong>nças doscomponentes esqueletico e <strong>de</strong>ntário, como restrição do avanço <strong>de</strong> maxila empacientes pré-púbescente, valorização do crescimento mandibular, crescimento empacientes em pleno pico <strong>de</strong> crescimento, além <strong>de</strong> predominantes modificações<strong>de</strong>ntoalveolares. Os pacientes tratados após o crescimento pubescente sofreramapenas alterações <strong>de</strong>ntoalveolares, o que <strong>de</strong>mosntra a importancia do <strong>tratamento</strong>precoce.A i<strong>da</strong><strong>de</strong> esquelética do paciente é <strong>de</strong> extrema relevância para a excelência <strong>da</strong>correção <strong>da</strong> má oclusão Classe II <strong>de</strong> Angle, pois o <strong>tratamento</strong> durante a fase dosurto <strong>de</strong> crescimento pubescente permite, na maioria <strong>da</strong>s vezes, a harmonização <strong>da</strong>discrepância esquelética, a diminuição <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> extrações e também aredução do tempo <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong>. Além disso, o <strong>tratamento</strong> nesta fase oferece menorprobabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recidiva em longo prazo. É consenso entre os autores que em fase<strong>de</strong> crescimento facial ativo os <strong>de</strong>ntes e as bases ósseas po<strong>de</strong>m ser efetivamentemovimentados e reposicionados com aparelhos ortopédicos, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>corrigir ou amenizar a discrepância <strong>de</strong>ntoesquelética (SHIMIZU et al., 2004;HENRIQUES et al., 2007).É importante <strong>de</strong>stacar que jovens <strong>de</strong> gênero masculino têm seu pico <strong>de</strong>crescimento em média dois anos mais tar<strong>de</strong> que o feminino, fato que <strong>de</strong>ve serlevado em consi<strong>de</strong>ração durante o planejamento, para que o <strong>tratamento</strong> tenha iniciono período mais propício (SANTOS; HENRIQUES, 2000). Embora Maltagliattiet al.(1999) tenham encontrado resultados semelhantes para ambos os sexos em umamesma faixa <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>.De modo geral, existem duas linhas <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gens para o <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> máoclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão em pacientes com crescimento. O <strong>tratamento</strong> emduas fases é executado, a princípio, no paciente pré-adolescente (fase prépubescente),tendo como principal objetivo a correção <strong>da</strong> discrepância esquelética e<strong>da</strong> relação <strong>de</strong> molar, a melhora dos trespasses horizontal e vertical, e, em algunscasos, o alinhamento <strong>de</strong> incisivos. Utilizando inicialmente aparelhos ortopédicos oufuncionais, esse tipo <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong> é complementado em uma segun<strong>da</strong> etapa, como paciente já na fase <strong>da</strong> <strong>de</strong>ntição permanente, empregando o aparelho fixo para


40obter-se o aprimoramento <strong>da</strong> oclusão (CALHEIROS et al., 2008; CANÇADO et al.,2009; HENRIQUES et al., 2008).O outro tipo <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem seria o <strong>tratamento</strong> em apenas uma fase, em que oprofissional só iniciaria o procedimento já com aparelhagem fixa, apenas quandotodos os <strong>de</strong>ntes permanentes estivessem presentes na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> bucal, na qual ascorreções esqueléticas e <strong>de</strong>ntárias seriam realiza<strong>da</strong>s concomitantemente(CALHEIROS et al., 2008; CANÇADO et al., 2009). De acordo com esse protocolo,a fase ortopédica com aparelhos funcionais é elimina<strong>da</strong>, uma vez que a melhoria dopadrão esquelético do paciente também é consegui<strong>da</strong> com a utilização <strong>de</strong> aparelhosextrabucais (CANÇADO et al., 2009).Alguns autores relatam que melhores resultados terapêuticos e uma maiorestabili<strong>da</strong><strong>de</strong> são obtidos quando o <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> Classe II é realizado em duasfases. Para estes autores na abor<strong>da</strong>gem precoce, o <strong>tratamento</strong> em duas fasespo<strong>de</strong>ria trazer vantagens, como: modificar favoravelmente o crescimento, diminuindoconseqüentemente a duração e a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> fase do <strong>tratamento</strong>;possibilitar um melhor resultado final quando comparado ao <strong>tratamento</strong> em apenasuma fase; melhorar a auto-estima do paciente; diminuir a incidência <strong>de</strong> traumatismosem <strong>de</strong>ntes anteriores; ser executa<strong>da</strong> na pré-adolescência, fase em que uma boacolaboração seria mais facilmente obti<strong>da</strong> (CALHEIROS et al., 2008).Outra vantagem amplamente propala<strong>da</strong> é reduzir a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> extrações<strong>de</strong>ntárias, visto que, com maiores modificações esqueléticas haveria menornecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> compensações <strong>de</strong>ntárias (CALHEIROS et al., 2008). Brant eSiqueira (2006) afirmaram que o <strong>tratamento</strong> sem extrações <strong>de</strong>monstra umadiminuição significativa <strong>de</strong> tempo quando comparado ao <strong>tratamento</strong> com extrações.Isso po<strong>de</strong> anular a <strong>de</strong>svantagem alega<strong>da</strong> por muitos autores do <strong>tratamento</strong> em duasfases ser mais <strong>de</strong>morado.Por outro lado, os <strong>de</strong>fensores do <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> má oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ªdivisão em fase única advogam que a pouca ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento antes <strong>da</strong> fasedo surto pubescente aumentaria a duração e o custo <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong>, reduzindo, emconseqüência, o nível <strong>de</strong> cooperação dos pacientes. Argumentam, ain<strong>da</strong>, inexistirevidências científicas que sustentem a possível superiori<strong>da</strong><strong>de</strong> dos resultados finaisobtidos com esta intervenção (CANÇADO et al., 2009; CALHEIROS et al., 2008;DOLCE et al., 2007).


41Com esse protocolo, o <strong>tratamento</strong> com o AEB seria associado à Ortodontiacorretiva no início do surto <strong>de</strong> crescimento. Deve ser ressaltado que a discrepânciaesquelética não po<strong>de</strong> ser muito severa, para que a correção <strong>de</strong>ssa displasia sejarealiza<strong>da</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e simultaneamente com o <strong>tratamento</strong> ortodôntico corretivo.Esses procedimentos diminuem o tempo total <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong>, bem como reduzem aspossibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> extrações <strong>de</strong>ntárias para a resolução <strong>da</strong> má oclusão quandocessado o crescimento. (SHIMIZU et al., 2004).Quando o emprego <strong>da</strong>s forças extrabucais for iniciado <strong>de</strong> 6 meses a 1 anoantes do início do surto <strong>de</strong> crescimento pubescente, para que o restabelecimentoparcial ou total <strong>da</strong> harmonia esquelética maxilomandibular prece<strong>da</strong> o <strong>tratamento</strong>ortodôntico corretivo, po<strong>de</strong>-se esperar bons resultados ao final do <strong>tratamento</strong>(SHIMIZU et al., 2004).O i<strong>de</strong>al seria que o <strong>tratamento</strong> fosse realizado na época <strong>de</strong> maior efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>e eficiência, avaliando-se para tanto o paciente em relação às característicasclínicas e cefalométricas, a fim <strong>de</strong> eleger qual abor<strong>da</strong>gem lhe traria mais benefícios(CALHEIROS et al., 2008; CANÇADO et al., 2009; SHIMIZU et al., 2004).Nesse intento, um fator a ser consi<strong>de</strong>rado para a <strong>de</strong>terminação do momentoi<strong>de</strong>al <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong> é a i<strong>da</strong><strong>de</strong> esquelética que indica o surto <strong>de</strong> crescimentopubescente. Para se <strong>de</strong>terminar a i<strong>da</strong><strong>de</strong> esquelética, po<strong>de</strong>m-se utilizar radiografias<strong>de</strong> mão e punho (SHIMIZU et al., 2004). Geralmente esse período correspon<strong>de</strong> aofim <strong>da</strong> <strong>de</strong>ntadura mista, aproxima<strong>da</strong>mente um ano antes <strong>da</strong> erupção dos caninossuperiores. Clinicamente, essa fase ocorre quando os caninos inferiores começam aerupcionar e os primeiros molares <strong>de</strong>cíduos a apresentar mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> (LIMA FILHO;LIMA; RUELLAS, 2003).Em um estudo feito através <strong>de</strong> questionários enviados a professores doscursos pós-graduação em ortodontia do Brasil, Miguel et al. (2005) constataram quea maioria indica a intervenção precoce para correção <strong>da</strong> má oclusão Classe II, 1ªdivisão <strong>de</strong> Angle, argumentando como principais vantagens levantar a auto-estimado paciente e maior satisfação <strong>da</strong> família, redução do risco <strong>de</strong> fratura <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntesanteriores e tornar a terapia ortodôntica durante a segun<strong>da</strong> fase do <strong>tratamento</strong>menos extensa. Porém, alegaram como principais <strong>de</strong>svantagens a saturação <strong>da</strong>a<strong>de</strong>são do paciente e o aumento do custo do <strong>tratamento</strong>.Portanto, enten<strong>de</strong>-se que o aparelho removível <strong>conjugado</strong> a ancoragemextrabucal <strong>de</strong>ve ser utilizado na fase <strong>da</strong> <strong>de</strong>ntadura mista tardia, no intuito <strong>de</strong>


42normalizar a relação entre as bases ósseas e obter estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> esquelética,<strong>de</strong>ntária e facial no final do <strong>tratamento</strong> (HENRIQUES et al., 2008).2.6 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO AEB CONJUGADOEmbora o ortodontista tenha dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em prever o rumo do processo <strong>de</strong>crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento craniofacial, quando o <strong>tratamento</strong> é iniciadoprecocemente, po<strong>de</strong>-se conseguir a simplificação <strong>de</strong>ste pela correção <strong>da</strong>s<strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntoesqueléticas (BRANT; SIQUEIRA, 2006). A abor<strong>da</strong>gemortopédica precoce atenua a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> correção ortodôntica <strong>da</strong>s másoclusões, uma vez que na <strong>de</strong>ntadura permanente, a boa relação entre as basesapicais, maxila e mandíbula, favorecerá o correto posicionamento <strong>de</strong>ntário e aestética facial resultante. Desse modo, se a segun<strong>da</strong> fase do <strong>tratamento</strong> ortodônticofor necessária, consumirá um menor período <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong>vido à limita<strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong>ntária requeri<strong>da</strong> (MIGUEL et al., 2005; ALMEIDA et al., 1999).Na <strong>de</strong>ntadura permanente, o <strong>tratamento</strong> compensatório <strong>de</strong> discrepânciassagitais entre as bases apicais, na maioria <strong>da</strong>s vezes requer extração <strong>de</strong> prémolarespara possibilitar a normalização <strong>da</strong> relação interarcos e do trespassehorizontal e vertical entre os incisivos (BRANT; SIQUEIRA, 2006; ALMEIDA et al.,1999). Obviamente, a intervenção ortopédica precoce, por corrigir a relação ânteroposterioraltera<strong>da</strong> entre os maxilares, restringirá a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> extrações<strong>de</strong>ntárias (ALMEIDA et al., 1999; GIMENEZ et al., 2007). Além disso, o estudo <strong>de</strong>Krusinskieneet al. 2008, <strong>de</strong>monstrou que o <strong>tratamento</strong> ortodôntico com extrações<strong>de</strong>ntárias po<strong>de</strong> recidivar em algum grau a longo prazo.Henriques et al. (1997) afirmaram que o <strong>tratamento</strong> com o AEB <strong>conjugado</strong> nafase do pico <strong>de</strong> crescimento pubescente evita a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> extrações queseriam inevitáveis para a correção <strong>da</strong> relação <strong>de</strong>ntária, caso o aparelho ortopédiconão fosse utilizado (MIGUEL et al., 2005; HENRIQUES et al.,1997). Esse tipo <strong>de</strong><strong>tratamento</strong> é bem vantajoso porque o <strong>tratamento</strong> com extrações <strong>de</strong>moraconsi<strong>de</strong>ravelmente mais quando comparado ao sem extrações. Além disso, o AEB<strong>conjugado</strong> oferece um maior controle <strong>da</strong> dimensão facial que os aparelhosfuncionais, como o Ativador e um menor tempo <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong> efetivo que o Bionator(CANÇADO et al, 2009).


43Além disso, algumas discrepâncias esqueléticas severas têm na cirurgiaortognática a única opção <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong> satisfatório. No entanto, a abor<strong>da</strong>gemortopédica em Classe II, por <strong>de</strong>ficiência maxilar e <strong>de</strong> atresias esqueléticas <strong>da</strong> maxila,po<strong>de</strong> <strong>de</strong>scartar a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cirurgia corretiva. Dentre as vantagens existentesestão os aspectos financeiros e relacionados aos riscos <strong>da</strong> própria cirurgia, alémdisso, evita-se que os pacientes atravessem a fase <strong>da</strong> adolescência portando severa<strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong> facial, a espera <strong>da</strong> maturi<strong>da</strong><strong>de</strong> esquelética para se realizar a cirurgiaortognática, afetando o psicológico do jovem (ALMEIDA et al., 1999).O <strong>tratamento</strong> ortodôntico realizado na <strong>de</strong>ntadura permanente causa um custobiológico maior quando exige maiores quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong>ntária e ummaior tempo <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong> corretivo. Estes fatores estão intimamente relacionadoscom a ocorrência <strong>de</strong> reabsorções radiculares. Além disso, os movimentosortodônticos compensatórios ten<strong>de</strong>m a transportar os <strong>de</strong>ntes para além dos limitesdo osso alveolar, aumentando as chances <strong>de</strong> ocorrer fenestrações ósseas erecessões gengivais (ALMEIDA et al., 1999).O paciente que apresenta má oclusão Classe II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle, mantêma protrusão maxilar durante to<strong>da</strong> infância, aumentando a chance <strong>de</strong> traumatismos<strong>de</strong>ntários em aci<strong>de</strong>ntes. Além disso, na infância ou adolescência os pacientes sãomais colaboradores, principalmente quanto ao uso <strong>de</strong> aparelho extrabucais, o que éum fator <strong>de</strong>terminante para o sucesso do <strong>tratamento</strong> (ALMEIDA et al., 1999;MIGUEL et al., 2005).Por fim, Henriques, Freitas e Pizan (1995), concluíram que para a má oclusãoClasse II, 1ª divisão, o controle <strong>da</strong> dimensão vertical é um importante fator quando<strong>da</strong> escolha <strong>de</strong> um <strong>tratamento</strong>, pois esses pacientes apresentam uma tendência <strong>de</strong>crescimento vertical. Portanto, o AEB <strong>conjugado</strong> está bem indicado, pois além <strong>da</strong>correção <strong>da</strong> relação molar altera<strong>da</strong> e o ajuste <strong>da</strong> discrepância maxilomandibular, seuuso resulta em excelente controle do crescimento facial ântero-inferior.


44PROPOSIÇÃO


453. PROPOSIÇÃO3.1 OBJETIVO GERALAvaliar, por meio <strong>de</strong> revisão sistemática <strong>da</strong> literatura, os efeitos do <strong>tratamento</strong><strong>da</strong> má oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1 a divisão <strong>de</strong> Angle <strong>utilizando</strong> o AEB <strong>conjugado</strong>.3.2OBJETIVO ESPECÍFICODeterminar, por meio <strong>de</strong>ssa revisão sistemática, as indicações, vantagens eépoca i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> Classe II, 1ª divisão <strong>utilizando</strong> o AEB <strong>conjugado</strong>.


46METODOLOGIA


474. METODOLOGIA4.1 TIPO DE ESTUDOEste estudo visa à realização <strong>de</strong> uma revisão sistemática <strong>da</strong> literatura semincluir metanálise, consi<strong>de</strong>rando que permite ao pesquisador, <strong>de</strong> uma maneiraefetiva, i<strong>de</strong>ntificar as indicações e vantagens do <strong>tratamento</strong> precoce <strong>da</strong> má oclusãoCasse II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle <strong>utilizando</strong> o aparelho removível <strong>conjugado</strong> àancoragem extrabucal (AEB <strong>conjugado</strong>), sendo um ponto <strong>de</strong> referênciacientificamente fun<strong>da</strong>mentado no intuito <strong>de</strong> se estabelecer um diagnóstico maispreciso e a melhor escolha quanto ao <strong>tratamento</strong> ortodôntico.A revisão sistemática <strong>da</strong> literatura utiliza métodos sistemáticos parai<strong>de</strong>ntificar, selecionar e avaliar criticamente estudos relevantes sobre uma questãoclaramente formula<strong>da</strong>, superando os resultados cientificamente inconclusivosobtidos na revisão realiza<strong>da</strong> sem sistematização, <strong>de</strong>vido à forma narrativa discursivaque não é reprodutível, pela limitação <strong>de</strong> sua fun<strong>da</strong>mentação científica. O objetivo<strong>da</strong> sistematização é reduzir possíveis vieses que ocorreriam em uma revisão nãosistemática,tanto quanto aos observados na forma <strong>de</strong> revisão <strong>da</strong> literatura e naseleção dos artigos quanto aqueles <strong>de</strong>tectados pela avaliação crítica <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>estudo.A metanálise po<strong>de</strong> estar presente ou não na revisão sistemática, sendo queela consiste na análise estatística dos resultados, on<strong>de</strong> vários estudosin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes são combinados e sintetizados por meio <strong>de</strong> procedimentosestatísticos, <strong>de</strong> modo a produzir uma única estimativa ou índice que caracterize oefeito <strong>de</strong> (uma) <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> intervenção (SAMPAIO; MANCINI, 2007). O presenteestudo não contou com a metanálise, uma vez que não se utilizou <strong>da</strong> análiseestatística entre os estudos selecionados.O procedimento geral para realização <strong>de</strong>sta revisão sistemática seguiu oprotocolo mencionado por Sampaio e Mancini (2007), representado na figura abaixo(Figura 7).


48Figura 7 - Descrição geral sobre o processo <strong>de</strong> revisão sistemática <strong>da</strong> literatura (FONTE: SAMPAIO;MANCINI 2007)4.2 FORMULAÇÃO DA PERGUNTADe acordo com Sampaio e Mancini (2007), uma revisão sistemática requeruma pergunta clara, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> busca, o estabelecimento <strong>de</strong>critérios <strong>de</strong> inclusão e exclusão dos artigos e, acima <strong>de</strong> tudo, uma análise criteriosa<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> literatura seleciona<strong>da</strong>. Segundo os mesmos autores, a pergunta<strong>de</strong>ve englobar a <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong> doença ou condição <strong>de</strong> interesse, a população, ocontexto, a intervenção e o <strong>de</strong>sfecho.A Pergunta orienta todo o processo <strong>da</strong> pesquisa e vai indicar o melhor<strong>de</strong>senho <strong>da</strong> resposta. Feita a pergunta, o trabalho, <strong>de</strong>ve ser classificado quanto aoseu tipo: etiologia, diagnóstico, <strong>tratamento</strong>, prognóstico, profilaxia ou custo-benefício.


49A correlação entre o melhor tipo <strong>de</strong> trabalho científico para se estu<strong>da</strong>r<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> categoria está expresso na Tabela 1 (AMATUZZI; AMATUZZI; LEME,2003).Tabela 1: Relação entre a categoria e o tipo <strong>de</strong> estudo primário (FONTE:AMATUZZI; AMATUZZI; LEME, 2003)Tipo <strong>de</strong> PerguntaTipo <strong>de</strong> estudoDiagnósticoEstudo <strong>de</strong> acuráciaTratamentoEnsaio clínico randomizadoPrognósticoEstudo coorteProfilaxiaEnsaio clínico randomizadoIsto não implica dizer que não po<strong>de</strong>m ser utilizados outros tipos <strong>de</strong> estudos,apenas que os tipos <strong>de</strong> estudos indicados na tabela 1, são os que possuem aproprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentar um resultado com menor possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> erro (CASTRO,2001). Ao se procurar evidências sobre a eficácia <strong>de</strong> intervenção ou <strong>tratamento</strong>,estudos <strong>de</strong> revisão sistemática que incluem ensaio clinico aleatório (ECA) e estudosexperimentais, ten<strong>de</strong>m geralmente a disponibilizar evidência mais forte, ou seja, sãoestudos mais a<strong>de</strong>quados para respon<strong>de</strong>r a perguntas sobre a eficácia <strong>de</strong> umaintervenção (SAMPAIO; MANCINI, 2007).Os estudos têm diferentes potenciais <strong>de</strong> influenciar as práticas profissionais.Devem ser consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> acordo com a “força <strong>de</strong> evidência” que representam,uma vez que os estudos po<strong>de</strong>m ser organizados <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma hierarquia basea<strong>da</strong>em aspectos metodológicos do seu <strong>de</strong>lineamento (Figura 8).


50Figura 8: Hierarquia <strong>da</strong> evidência: investigações com localização superior na hierarquia indicam maiorforça <strong>da</strong> evidência. (FONTE: SAMPAIO; MANCINI 2007)Desse modo, organizou-se o presente estudo <strong>da</strong> seguinte forma:TEMA: Aparelho Extrabucal Conjugado. Categoria: Tratamento. Componentes básicos: Situação clínica: Cenário clínico (pacientes com má oclusão Clsse II, 1ªdivisão <strong>de</strong> Angle, com protrusão maxilar). Procedimentos: (busca dos efeitos e época i<strong>de</strong>al para o início do <strong>tratamento</strong>). Desfechos clínicos: (eficácia do <strong>tratamento</strong> com AEB <strong>conjugado</strong>).• Tipos <strong>de</strong> estudo: séries <strong>de</strong> casos, estudos <strong>de</strong>scritivos, estudos caso controlee estudos coorte.Ao final <strong>de</strong>ste processo po<strong>de</strong>-se chegar à formulação <strong>da</strong> pergunta orienta<strong>da</strong><strong>da</strong> revisão sistemática <strong>da</strong> literatura.PERGUNTA:Quais os efeitos e a época i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> má oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ªdivisão <strong>de</strong> Angle <strong>utilizando</strong> o AEB <strong>conjugado</strong>?


514.3 SELEÇÃO DOS ARTIGOS DA PESQUISAPara selecionar os artigos <strong>da</strong> pesquisa utilizaram-se as bases <strong>de</strong> <strong>da</strong>doseletrônicas Medline (via PubMed) (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/), Lilacs(www.bireme.br) e Scielo (http://www.scielo.org/php/in<strong>de</strong>x.php), BBO, bem como nalista <strong>de</strong> referências dos artigos i<strong>de</strong>ntificados. As referências que preencheram aoscritérios <strong>de</strong> inclusão foram avalia<strong>da</strong>s, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do periódico. A seleçãodos <strong>de</strong>scritores utilizados no processo <strong>de</strong> revisão foi efetua<strong>da</strong> mediante consulta aoDECs (<strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> assunto em ciências <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> BIREME). Nas buscas, osseguintes <strong>de</strong>scritores, em língua portuguesa e inglesa, foram consi<strong>de</strong>rados: MáOclusão <strong>de</strong> Angle Classe II, Aparelhos <strong>de</strong> Tração Extrabucal; Ortodontia Corretiva;Malocclusion, Angle Class II; Extraoral Traction Appliances; Orthodontics, Corrective.Através <strong>de</strong>ste procedimento <strong>de</strong> busca, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s, inicialmente aspublicações potencialmente elegíveis para inclusão nesta revisão. Em segui<strong>da</strong>,foram i<strong>de</strong>ntificados os artigos que aten<strong>de</strong>ram aos critérios <strong>de</strong> inclusão. Optou-se pornão incluir teses, dissertações e monografias, visto que a realização <strong>de</strong> uma buscasistemática <strong>da</strong>s mesmas seria inviável logisticamente. Após a primeira análise, comavaliação dos títulos, seguiu-se para segun<strong>da</strong> fase <strong>de</strong>sta revisão, que consistiu <strong>da</strong>leitura dos resumos. Após avaliação dos resumos, os estudos que parecerampreencher aos critérios <strong>de</strong> inclusão (Tabela 2) foram lidos na íntegra. A partir <strong>de</strong>stemomento ca<strong>da</strong> artigo foi avaliado por dois examinadores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,previamente treinados e <strong>de</strong> forma cega. Havendo discordância na classificação <strong>de</strong>um artigo, esta foi <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> por consenso entre os avaliadores.Tabela 2: Critérios <strong>de</strong> inclusão <strong>da</strong> pesquisa.Critérios <strong>de</strong> inclusãoArtigos <strong>de</strong> 1995 a 2010.Bases <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos: Medline, Lilacs e Scielo e BBOTema: Aparelho Extrabucal <strong>conjugado</strong>.Tipos <strong>de</strong> estudo: séries <strong>de</strong> casos, estudos <strong>de</strong>scritivos, estudos caso controle eestudos coorte.


52Os critérios <strong>de</strong> classificação do tipo <strong>de</strong> estudo foram <strong>de</strong>finidos segundo o quadro 1.Quadro 1: Critérios para classificação dos artigos incluídos nos periódicosselecionados (PEREIRA, 2000; FREIRE; PATUSSI, 2001; COULTER, 2003).Tipo <strong>de</strong> estudoEstudos CoorteEstudos casocontroleEstudosDescritivos(transversal e <strong>de</strong>prevalência)Série <strong>de</strong> casosCritérios para classificação• Acompanhamento <strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> indivíduosexpostos ou não a um fator <strong>de</strong> interesse emdiferentes pontos do tempo;• Parte-se <strong>da</strong> “causa” em direção ao “efeito”;• Estudo observacional, não havendo alocaçãoaleatória <strong>da</strong> exposição.• Grupo <strong>de</strong> indivíduos com uma característicaclínica <strong>de</strong> interesse (doentes) são comparadoscom grupo <strong>de</strong> pessoas que não a possuem;• Parte-se do “efeito” em direção à “causa”;• Estudo observacional com finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pesquisa etiológica retrospectiva.• A relação exposição-doença é avalia<strong>da</strong> numapopulação num <strong>de</strong>terminado momento;• Empregado para <strong>de</strong>tectar frequencias <strong>de</strong>doenças ou fatores <strong>de</strong> risco com o objetivo <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificar grupos mais afetados ou menosafetados numa população.• Avaliação <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> pacientes comcaracterísticas semelhantes;• Ausência <strong>de</strong> grupo controle impe<strong>de</strong> acomparação com pacientes com as mesmascaracterísticas, porém submetidos a outros<strong>tratamento</strong>s ou ausência <strong>de</strong> intervenção;• Po<strong>de</strong> ser empregado para avaliar possíveisfatores <strong>de</strong> exposição relaciona<strong>da</strong>s com oaparecimento <strong>da</strong> doença.


53Os artigos que não se enquadravam nos critérios <strong>de</strong> inclusão foramclassificados como “<strong>de</strong>scartados”. Após a classificação dos artigos foi feita a análise<strong>de</strong>scritiva dos <strong>da</strong>dos obtidos. E para tanto foram extraídos <strong>da</strong>dos como tipo <strong>de</strong>estudo, tipo <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong>, metodologia emprega<strong>da</strong>, i<strong>da</strong><strong>de</strong> inicial do <strong>tratamento</strong>,conclusões do autor sobre a pesquisa e observações sobre algo relevante a sermencionado (ANEXO).4.4 AVALIAÇÃO CRÍTICA DOS ESTUDOSSegundo Amatuzzi, Amatuzzi e Leme (2003) na Revisão Sistemática <strong>da</strong>literatura é indispensável a seleção rigorosa dos artigos citados, que serãoconsi<strong>de</strong>rados pela sua importância e aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ao tema, é a chama<strong>da</strong> AvaliaçãoCrítica <strong>da</strong> Literatura.Nos trabalhos sobre <strong>tratamento</strong>, a seleção dos estudos <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer acritérios, como a alocação aleatória dos pacientes, os grupos controle <strong>de</strong>verão serclaramente i<strong>de</strong>ntificados com semelhanças a respeito <strong>da</strong>s característicasimportantes do <strong>de</strong>sfecho e os pacientes incluídos no estudo a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mentevali<strong>da</strong>dos na sua conclusão, quanto aos <strong>de</strong>sfechos e <strong>de</strong>stino final (AMATUZZI;AMATUZZI; LEME, 2003)A classificação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos Estudos Clínicos Randomizados (ECRs),po<strong>de</strong> seguir 4 linhas <strong>de</strong> análise, que se completam (SOUZA, 2009):1) Randomizaçãoa) A<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>: um dos métodos a seguir foi <strong>de</strong>scritopelo artigo: númerosgerados por computador ou tabela <strong>de</strong> números aleatórios, cara ou coroa, sorteios <strong>de</strong>cartas ou jogo <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos.b) Não <strong>de</strong>scrita;c) Ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>: seqüência gera<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> número <strong>de</strong> prontuário, <strong>da</strong>ta <strong>de</strong>nascimento ou números alternados.2) Alocação Ocultaa) A<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>: alocação gera<strong>da</strong> centralmente ou por meio <strong>de</strong> envelopesopacos, selados e numerados seqüencialmente.


54b) Não <strong>de</strong>scrita;c) Ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>: houve alocação aberta e se os participantes ou pesquisadorespo<strong>de</strong>riam prever a alocação.3) CegamentoSe houve cegamento (ou não) para as seguintes partes:a) Participantes (sim/ não / não <strong>de</strong>scrito / não se aplica);b) Pesquisador (sim/ não / não <strong>de</strong>scrito / não se aplica);c) avaliador <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfechor (sim/ não / não <strong>de</strong>scrito/ não se aplica);d) analista dos <strong>da</strong>dos (sim/ não / não <strong>de</strong>scrito / não se aplica).4) Manejo <strong>de</strong> per<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>sistênciasa) Sim: se há uma <strong>de</strong>scrição clara sobre as diferenças entre dois ou maisgrupos testados durante o acompanhamento;b) Não <strong>de</strong>scrito;c) Não;


55RESULTADOS


565. RESULTADOSTabela 3: Número <strong>de</strong> estudos encontrados, pré-selecionados, <strong>de</strong>scartados eincluídos, segundo as bases <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos eletrônicas.BASE DE DADOSN 0 DE ESTUDOSMEDLINE SCIELO LILACS BBOEncontrados 237 32 13 13Pré-selecionados 55 15 2 1Descartados 50 14 1 1Incluídos 5 1 1 0


57Quadro 2: Estudos incluídos para revisão sistemática, segundo <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> publicação.Autor (es) Título Fonte Origem AnoHENRIQUES, J. F. C.; FREITAS, M. R.; PINZAN, A.Estudo cefalométrico comparativo, <strong>de</strong> dois tipos <strong>de</strong>ancoragem extrabucal, (cervical e associado comaparelho, removível), em pacientes com Classe II, 1ªdivisão.Ortodontia BRASIL 1995UNER, O; YOCEL-EROGLU, EEffects of a modified maxillary orthopaedic splint: acephalometric evaluation.European Journal ofOrthodonticsINGLATERRA 1996MALTAGLIATI, L. A.; HENRIQUES, J. F. C.;ALMEIDA, R. R.; FREITAS, M. R.; PINZAN, A.Estudo comparativo <strong>da</strong>s alteraçöes<strong>de</strong>ntoesqueléticas <strong>da</strong> má-oclusäo <strong>de</strong> Classe II, 1ªdivisäo <strong>de</strong> Angle, nos jovens sem <strong>tratamento</strong> e nossubmetidos a dois tipos <strong>de</strong> aparelhos ortodônticosRevista Odontológica <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoPauloBRASIL1999ALMEIDA-PEDRIN, R. R.; PINZAN, A, ALMEIDA, R.R.; ALMEIDA, M. R, HENRIQUES, J. F. CEfeitos do AEB <strong>conjugado</strong> e do Bionator no<strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> Classe II, 1ª divisão.R Dental PressOrtodonOrtop FacialBRASIL2005MARTINS, R. P.; MARTINS, J. C. R.; MARTINS, L.P. M.; BUSCHANG, P. H. B.BACCETTI, T.; FRANCHI, L.; KIMB, L H.GARBUI, I. U.; NOUER, P. R. A. NOUER, D. F.;MAGNANI, M. B. A.; PEREIRA NETO, J. S.Skeletal and <strong>de</strong>ntal components of Class II correctionwith the bionator and removable headgear splintappliancesEffect of timing on the outcomes of 1-phasenonextraction therapy of Class II malocclusionCephalometric assessment of vertical control in thetreatment of class II malocclusion with a combinedmaxillary splintAmerican Journal ofOrthodontics andDentofacial OrthopedicsOrthodDentofacialOrthop EUABraz Oral ResEUA 2008BRASIL20092010


58Quadro 3: Descrição dos estudos selecionados <strong>de</strong> açodo com os critérios <strong>de</strong> analise pré-<strong>de</strong>finidos.Autor (es)Tipo <strong>de</strong> estudo(metodologia)Tipo <strong>de</strong><strong>tratamento</strong>Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pacientes e i<strong>da</strong><strong>de</strong>Consi<strong>de</strong>rações finais do autorObservaçõesHENRIQUES;FREITAS;PINZAN, 1995UNER; YOCEL-EROGLU, 1996Série <strong>de</strong> casos;Observacional;LongitudinalProspectivo;Não-RandomizadoSérie <strong>de</strong> casos;Observacional;Longitudinal;Retrospectivo;Randomizado;AEBConjugado eAncoragemextrabucalcervical• AEBConjugado=(n=25,13M, 12F) IMI=9anos e 9 meses (7 a12 anos)• AEBcervical(n=25,13M,12F)IMI=9 anos e 6meses (7,8 anos a11,2 anos)AEB <strong>conjugado</strong> • Controle (n=13,16M, 7F)IMI=10.76±1.33(cronológica) e9.28±1.15(esquelética).• AEB<strong>conjugado</strong>(n=13,16M, 7F)IMI=10.39±1.22(cronológica) e9.51±1.05(esquelética).Para o AEB <strong>conjugado</strong> concluiu-se quenão ocorreram alterações no padrão <strong>de</strong>crescimento. A maxila mostrou restriçãosignificante. A mandíbula apresentoucrescimento discreto. O ângulo nasolabialnão foi alterado significantemente, porémo ângulo <strong>de</strong> convexi<strong>da</strong><strong>de</strong> facial mostrousesignificantemente diminuído. Osincisivos superiores apresentaram umainclinação significante para palatino e osinferiores não sofreram alteraçãosignificante <strong>de</strong> suas posições originais.Os molares superiores distalizaram e não<strong>de</strong>monstraram extrusão.Consi<strong>de</strong>ra que o AEB <strong>conjugado</strong>apresenta maior efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no <strong>tratamento</strong>dos casos selecionados na <strong>de</strong>ntaduramista e po<strong>de</strong> ser utilizado para os casosClasse II com retrognatismo mandibularpronunciado e/ou prognatismo maxilarmenos severos mas com mordi<strong>da</strong>profun<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntária excessiva com ou semdiscrepânciaesquelética vertical mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>da</strong> face,não sendo muito aumenta<strong>da</strong> oudiminuí<strong>da</strong>, fazendo algumasmodificações.Quanto ao resultado <strong>da</strong> força direciona<strong>da</strong>para anterior, a variação nos resultadosPara a má oclusão Classe II, 1ªdivisão, o controle <strong>da</strong>dimensão vertical é umimportante fator quando <strong>da</strong>escolha <strong>de</strong> um <strong>tratamento</strong>, poisesses pacientes apresentamuma tendência <strong>de</strong> crescimentovertical. Embora o autor nãotenha comparado o grupotratado a um grupo controle,po<strong>de</strong>-se verificar que o AEB<strong>conjugado</strong>, diferentemente <strong>da</strong>ancoragem extrabucal comtração cervical, impe<strong>de</strong> oaumento <strong>da</strong> altura facialântero-inferior.Embora os autores tenhamutilizado o AEB <strong>conjugado</strong>direcionando a força aplica<strong>da</strong>para anterior, os resultadosforam analisados tendo ocui<strong>da</strong>do <strong>de</strong> incluir no estudoapenas aqueles que o autoratribuiu ao uso convencionaldo AEB <strong>conjugado</strong>. Resultadoscujo autor atribuiu amodificação utiliza<strong>da</strong>, oumesmo aqueles ambíguos nãoforam incluídos.


59do <strong>tratamento</strong> foi atribuí<strong>da</strong> na maioria <strong>da</strong>svezes a uma variação individual nãoprevisível na resposta ao <strong>tratamento</strong>,sugerindo mais estudos a respeito.MALTAGLIATIetal., 1999ALMEIDA-PEDRINet al.,2005Série <strong>de</strong> casos;Observacional;LongitudinalRetrospectivo;Randomizado.Série <strong>de</strong> casos;Observacional;LongitudinalRetrospectivo;Randomizado.AEB <strong>conjugado</strong>eAEB <strong>conjugado</strong>e o Bionator• Controle (n=25,13M, 12F)IMI=9,35 anos• AEB <strong>conjugado</strong>(n=25, 13M, 12F)IMI= 9,83 anos.• Aparelho fixo eAEB cervical(n=25, 13M,12F)IMI=12,08 anos• Controle (n=30,15M,15F)IMI=10,02anos• AEB<strong>conjugado</strong>=(n=30,15M, 15F) IMI= 10,02anos• Bionator (n=30,15M, 15F) IMI=Os autores concluíram que houvesignificativa restrição no crescimentomaxilar, mas não houve interferência nocrescimento mandibular. O grupo sem<strong>tratamento</strong> não apresentou melhorasignificante <strong>da</strong> má oclusão e os molarese incisivos inferioresapresentarammesialização, extrusão eaumento <strong>de</strong> inclinação mesial evestibular respectivamente enquanto quea relação maxilomandibular foisignificativamente melhora<strong>da</strong> com aterapia. Para o grupo tratado com AEB<strong>conjugado</strong> foi observado restrição docrescimento maxilar inclinação distal paramolares superiores e lingual para osincisivos superiores. Inclinação paramesial dos molares inferiores elingualização tanto <strong>da</strong> coroa como <strong>da</strong> raizpara os incisivos inferiores.O uso do AEB <strong>conjugado</strong> resultou emrestrição do crescimento maxilar,liberação do crescimento mandibular,melhora no relacionamentomaxilomandibular, não influenciou ocrescimento vertical, verificado pelaausência <strong>de</strong> extrusão e manutenção <strong>da</strong>posição vertical dos molares superiores,inclinação lingual e retrusão dos incisivossuperiores, distalização dos molaressuperiores e mesialização dos molaresOs autores consi<strong>de</strong>raram que ogrupo sem <strong>tratamento</strong>atravessou a fase <strong>de</strong> pico <strong>de</strong>crescimento sem melhorasignificativa <strong>da</strong> má oclusão, ouseja, essa má oclusãonãoapresentouauto-correção, oque <strong>de</strong>termina a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>tratamento</strong>. Observaramtambém que não houvediferença quanto aocrescimento mandibular entrepacientes tratados e nãotratados.Os autores obtiveram umaumento na protrusãomandibular, comparado aogruo controle <strong>de</strong> 4 vezes,<strong>de</strong>monstrando que a melhora<strong>da</strong> discrepância <strong>da</strong>s basesósseas também é atribuí<strong>da</strong>pelo efeito mandibular. Elesacreditaram que o crescimentoe <strong>de</strong>senvolvimento mandibularfoi resultado <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong>


60MARTINS et al.,2008BACCETTI ;FRANCHI; KIMB,2009Série <strong>de</strong> casos,Observacional;Longitudinal;Retrospectivo;Randomizado.Série <strong>de</strong> casos;Observacional;Longitudinal;Prospectivo;Não-Randomizado.AEB associadoa aparelho fixonas fases pré,durante e póspico <strong>de</strong>crescimentopubescente.10,35 anos inferiores, além <strong>de</strong> extrusão <strong>de</strong>stes<strong>de</strong>ntes.• Controle (n=17,8M, 9F)• AEB <strong>conjugado</strong>(n=17, 4M, 13F)• Bionator (n=17,8M, 9F)Todos tratados antesdo surto <strong>de</strong>crescimento.Tratados:Pré-pico (n=23;9F,14M) IMI=11,3anosDurante pico (n=24;13F,11 M) IMI=11.8Pós-pico (n=13; 7F,6M)Controle:Pré-pico (n=17; 6F,O AEB <strong>conjugado</strong> foi bem-sucedido nacorreção <strong>da</strong> relação molar e trespassehorizontal <strong>de</strong> pacientes Classe IIcomparados com os controles. A correçãofoi <strong>de</strong>vido quase que inteiramente àsmu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong>ntoalveolares. Houve umamaior distalização molar superior nogrupo que fez uso do AEB <strong>conjugado</strong>,quando comparado ao grupo do Bionator.O Tratamento <strong>da</strong> Classe II, antes oudurante o o pico <strong>de</strong> crescimentopubescente induz mu<strong>da</strong>nças esqueleticasfavoráveis, como restrição do avanço <strong>de</strong>maxila em pacientes pré-pico evalorização do crescimento mandibulardurante o pico, além <strong>da</strong>s modificações<strong>de</strong>ntoalveolares ocorrei<strong>da</strong>s. Os pacientestratados após o pico <strong>de</strong> crescimentopubescente <strong>de</strong>monstram apenasalterações <strong>de</strong>ntoalveolares.placa <strong>de</strong> levantamento oclusaldo aparelho, que <strong>de</strong>slocou amandíbula para anterior, o quepromoveu sua liberação,fazendo com que o potencial<strong>de</strong> crescimento mandibularfosse <strong>de</strong>senvolvido.Esse estudo <strong>de</strong>monstrou queos efeitos do AEB <strong>conjugado</strong>foram essencialmente<strong>de</strong>ntoalveolares. Porém, nãoforamcitados pelos autores asi<strong>da</strong><strong>de</strong>s iniciais dos pacientestratados, constando apenasque o <strong>tratamento</strong> foi iniciadoantes do surto <strong>de</strong> crescimento.Porém, não se po<strong>de</strong> sabercomo essa classificação foifeita. Além disso, ele utilizouuma força <strong>de</strong> tração entre 300-400g <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> lado.Os autoresnão parearam os gruposquanto a i<strong>da</strong><strong>de</strong> e ao gênero,por isso os resultados po<strong>de</strong>mser passíveis <strong>de</strong> erro.Confirmou os achados <strong>de</strong>todos os estudos por ter<strong>de</strong>monstrado que o <strong>tratamento</strong>só obteve efeitos ortopédicosquando foi utilizado durante ocrescimento maxilofacial ativodo paciente.


61GARBUIet al.,2010Serie <strong>de</strong> casos;Obsevacional;Longitudinal;Retrospectivo;Não-Randomizado.11M)IMI=10.2Durante pico (n=17;6F, 11M)IMI=12.1Pós-pico (n=13; 6F,7M)IMI=14.3AEB <strong>conjugado</strong> AEB <strong>conjugado</strong>(n=30, 15M, 15F)Fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntaduramista tardia (antes dopico pubescente)A maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> correção <strong>da</strong><strong>de</strong>ntoesqueléticas a má oclusão ocorreem pacientes tratados durante o pico <strong>de</strong>crescimento pubescente.Obteve-se que o AEB <strong>conjugado</strong> foi bemsucedido,uma vez que houve o controlevertical <strong>da</strong> cefalometria, mostrado pelaausência <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças significativas nosvalores do plano oclusal e para SN.GoMe, e por uma redução no os valoresdo eixo Y, ângulos FMA e PP.GoMe.Os resultados indicaram que não houveaumento na convexi<strong>da</strong><strong>de</strong> facial econfirmou a eficácia do AEB <strong>conjugado</strong>na correção <strong>da</strong> má oclusão avalia<strong>da</strong> emuma fase <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong>.Embora o grupo tratado nãotenha sido comparado a umgrupo sem <strong>tratamento</strong>, a linhametodologia dos autoresparece ter sidocui<strong>da</strong>dosamente <strong>de</strong>senha<strong>da</strong>.


62DISCUSSÃO


636. DISCUSSÃOA revisão sistemática <strong>da</strong> literatura é um trabalho científico que segue umaestratégia <strong>de</strong> busca <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> previamente, preten<strong>de</strong>ndo respon<strong>de</strong>r uma pergunta e éparticularmente útil para integrar as informações <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> estudosrealizados separa<strong>da</strong>mente sobre <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> terapêutica/intervenção, analisandorigorosamente métodos, classificação e categorização dos trabalhos publicados. Asíntese e análise dos resultados servem como evidência para auxiliar nas <strong>de</strong>cisões,bem como i<strong>de</strong>ntificar temas que necessitam <strong>de</strong> evidência, auxiliando na orientaçãopara investigações futuras (SAMPAIO; MANCINI, 2007; AMATUZZI; AMATUZZI;LEME, 2003).Embora os pacientes com má oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle sejamos que aparecem com maior freqüência buscando <strong>tratamento</strong>, a literatura ain<strong>da</strong>mostra-se problemática ao se comparar os resultados <strong>da</strong>s diferentes terapias paraesse tipo <strong>de</strong> má oclusão, dificultando a escolha do <strong>tratamento</strong> mais indicado e aépoca <strong>de</strong> sua utilização (ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; MARTINS et al., 2008).Pela existência <strong>de</strong> divergências sobre esses conceitos, observou-se a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> pesquisar sistematicamente no que diz respeito às indicações e efeitos do<strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> má oclusão Classe II <strong>utilizando</strong> o AEB <strong>conjugado</strong> a fim <strong>de</strong> obter ummelhor esclarecimento a cerca do <strong>tratamento</strong> <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> má oclusão.A proposta <strong>de</strong> buscar evidências através <strong>de</strong> artigos científicos, sobre o<strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> má oclusão Classe II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle, com protrusão maxilar<strong>utilizando</strong> o Aparelho Extrabucal Conjugado (AEB Conjugado), teve a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>garantir uma maior segurança no diagnóstico e no plano <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong>, além <strong>de</strong>facilitar a toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão dos ortodontistas quanto à escolha <strong>da</strong> terapia maisindica<strong>da</strong>, bem como <strong>da</strong> época i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong>.Os recursos ortopédicos são utilizados por se preconizar que o própriocrescimento <strong>de</strong>ve ser utilizado para melhorar o relacionamento entre os maxilaresnesse período (ALMEIDA-PEDRIN et al., 2005; MALTAGLIATI et al., 1999). Osestudos <strong>de</strong> Henriques, Freitas e Pizan (1995) e Maltagliatiet al., (1999) observaramque esse tipo <strong>de</strong> má oclusão se estabelece precocemente, ain<strong>da</strong> na fase <strong>de</strong><strong>de</strong>ntadura mista e permanece ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> caso não haja intervenção.


64Os estudos <strong>de</strong> Henriques, Freitas e Pizan (1995), Oner e Yucel-Eroglu (1996),Maltagliatiet al., (1999) e Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005) observaram que durante osurto <strong>de</strong> crescimento pubescente a mandíbula <strong>de</strong>monstra uma maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>crescimento ântero-posterior que a maxila, porém esse crescimento diferencial não écapaz <strong>de</strong> eliminar a discrepância existente entre essas bases ósseas, a fim <strong>de</strong> sanara relação molar altera<strong>da</strong>. Desse modo, a má oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão não<strong>de</strong>monstra auto-correção, sendo a intervenção inevitável.Cessado o crescimento maxilomandibular, a intervenção corretiva ocorre porcompensações ósseas, <strong>utilizando</strong>-se <strong>de</strong> estratégias como extrações <strong>de</strong>ntárias, porexemplo. No entanto, Maltagliatiet al. (1999), Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005) e Baccetti,Franchi e Kimb (2009) afirmaram que discrepâncias esqueléticas nas estruturasfaciais só po<strong>de</strong>rão ser corrigi<strong>da</strong>s se as intervenções ortopédicas ocorrerem enquantoo paciente apresentar potencial <strong>de</strong> crescimento, pois o <strong>tratamento</strong> po<strong>de</strong> ser efetuado<strong>utilizando</strong>-se o próprio crescimento para o redirecionamento <strong>da</strong>s bases ósseas auma condição <strong>de</strong> normali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Além disso, os autores afirmaram que o <strong>tratamento</strong>ortodôntico posterior é mais simples quando a relação molar está ajusta<strong>da</strong>.Foi nesse sentido que os autores Baccetti, Franchi e Kimb (2009), concluíramque o <strong>tratamento</strong> precoce é man<strong>da</strong>tória para o restabelecimento do posicionamentointerarcos, através <strong>de</strong> um redirecionamento do crescimento <strong>da</strong>s estruturasmaxilomandibulares. Seu estudo <strong>utilizando</strong> ancoragem extrabucal <strong>de</strong>monstrou que o<strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> má oclusão Classe II com protocolo durante o pico pubescente <strong>de</strong>crescimento induz significativa e favoravelmente alterações <strong>de</strong>ntoesqueléticas, comuma alta taxa <strong>de</strong> sucesso ao nível oclusal, correção do trespasse vertical e totalrestabelecimento <strong>da</strong> relação molar, quando comparado a resultados inferioresobtidos com a mesma terapia pós pico-pubescente, que <strong>de</strong>monstrou efeitos apenas<strong>de</strong>ntários.Baccetti, Franchi e Kimb (2009) <strong>de</strong>monstraram ain<strong>da</strong> que quando aintervenção ocorre antes do pico <strong>de</strong> crescimento pubescente há a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>modificar favoravelmente o crescimento <strong>da</strong>s bases ósseas, po<strong>de</strong>ndo restringir ocrescimento maxilar e estimular o crescimento mandibular. Enquanto que o<strong>tratamento</strong> após o estirão pubescente não po<strong>de</strong> produzir mu<strong>da</strong>nças significativas noesqueleto, seja na maxila ou na mandíbula, resultando apenas em alterações<strong>de</strong>ntoalveolares.


65Por isso que Henriques, Freitas e Pizan (1995), Maltagliatiet al. (1999),Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005), Baccetti, Franchi e Kimb (2009) indicaram a intervençãoortopédica em fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntadura mista tardia, período imediatamente antes do pico<strong>de</strong> crescimento pubescente, para que resultados efetivos sejam obtidos. A diferençaentre as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s em que os pacientes iniciaram o <strong>tratamento</strong>, não <strong>de</strong>monstrougran<strong>de</strong>s variações, sendo importante ressaltar que todos iniciaram ain<strong>da</strong> na<strong>de</strong>ntadura mista. No estudo <strong>de</strong> Henriques, Freitas e Pizan (1995) a i<strong>da</strong><strong>de</strong> média doinicio do <strong>tratamento</strong> foi <strong>de</strong> 9 anos e 9 meses (7 anos a 12 anos), no estudo <strong>de</strong> Onere Yucel-Eroglu (1996) foi <strong>de</strong> 10,76 anos (±1,33), no estudo <strong>de</strong> Maltagliatiet al. (1999)foi <strong>de</strong> 9,38 anos, no estudo <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005) <strong>de</strong> 10,02 anos. Martins etal. (2008) e Garbuiet al. (2010) não citaram as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> início do <strong>tratamento</strong>,embora tenham classificado essas manobras como intervenção precoce.A duração média do <strong>tratamento</strong> para o AEB <strong>conjugado</strong> foi <strong>de</strong> 10,92 meses <strong>de</strong>acordo com o estudo <strong>de</strong> Henriques, Freitas e Pizan (1995) e <strong>de</strong> 1,25 anos quandoutilizado por Oner e Yucel-Eroglu (1996). O período total <strong>de</strong> acompanhamento noestudo <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005) foi <strong>de</strong> 1,78 anos. Logo, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>raressa terapia rápi<strong>da</strong>, mesmo quando uma segun<strong>da</strong> fase com aparelho fixo preciseser instituí<strong>da</strong>, por evitar, na maioria <strong>da</strong>s vezes extrações <strong>de</strong>ntárias, que tornariam o<strong>tratamento</strong> mais longo (HENRIQUES; FREITAS; PIZAN, 1995).Segundo Henriques, Freitas e Pizan (1995), Oner e Yucel-Eroglu (1996) eAlmei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005) o aparelho removível combinado a ancoragemextrabucal (AEB <strong>conjugado</strong>) está bem indicado para correção <strong>da</strong> má oclusão ClasseII, 1ª divisão, com protrusão maxilar, <strong>de</strong>monstrando resultados satisfatórios. Nessescasos a relação maxilomandibular apresentava-se altera<strong>da</strong>, porém a mandíbula bemposiciona<strong>da</strong> em relação à base do crânio.Po<strong>de</strong>-se verificar no estudo <strong>de</strong> Maltagliatiet al.(1999) a ausência <strong>de</strong>dimorfismo <strong>de</strong> gêneros entre os pacientes tratados com AEB <strong>conjugado</strong>,evi<strong>de</strong>nciando que, os resultados obtidos pelo <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> má oclusão <strong>de</strong> Classe IInão sofreram interferência do gênero. Henriques, Freitas e Pizan (1995), Oner eYucel-Eroglu (1996), Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005), Martins et al. (2008) e Garbuiet al.(2010) não compararam a diferença <strong>de</strong>ntre os efeitos <strong>de</strong>ste aparelho quanto aogênero do paciente.Em concordância, Henriques, Freitas e Pizan (1995), Oner e Yucel-Eroglu(1996), Maltagliatiet al. (1999) e Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005) afirmaram que o AEB


66<strong>conjugado</strong>, quando bem indicado, promove efeitos ortodônticos e ortopédicossignificantes, ocorrendo uma melhora <strong>da</strong> discrepância esquelética proporciona<strong>da</strong>pela má oclusão, principalmente, pelo redirecionamento do crescimento, porprovocar restrição ao crescimento maxilar e permitir o potencial <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>mandíbula. Apenas Martins et al. (2008) não constataram um efeito ortopédicosignificante ao comparar pacientes tratados com AEB <strong>conjugado</strong> e o grupo sem<strong>tratamento</strong>, embora esse fato possa ter sido atribuído a i<strong>da</strong><strong>de</strong> inicial que ospacientes foram submetidos ao <strong>tratamento</strong>, informação esta que não consta em seutrabalho.De acordo com os resultados <strong>de</strong> seus trabalhos Henriques, Freitas e Pizan(1995), Oner e Yucel-Eroglu (1996), Maltagliatiet al. (1999), Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al.(2005), Martins et al. (2008) e Garbuiet al. (2010) afirmaram que os efeitos do<strong>tratamento</strong> com o AEB <strong>conjugado</strong> estão representados por restrição do crescimentomaxilar ântero-posterior e redução do ângulo ANB, contribuindo para redução <strong>da</strong>discrepância maxilomandibular, com significativa redução <strong>da</strong> convexi<strong>da</strong><strong>de</strong> facial.Po<strong>de</strong> ser observado também modificações <strong>de</strong>ntárias em relação à base do crânio,vistas como redução <strong>da</strong> vestibularização dos incisivos superiores, <strong>de</strong>vido ainclinação para lingual e retrusão <strong>de</strong>stes elementos, lingualização dos incisivosinferiores, contribuindo para redução do trespasse horizontal. Distalização dosmolares superiores, sem, no entanto, alteração <strong>de</strong>stes elementos no sentido verticale mesialização e extrusão dos molares inferiores, que em conjunto resulta nacorreção <strong>da</strong> relação molar e controle do crescimento ântero-inferior <strong>da</strong> face. ApenasHenriques, Freitas e Pizan (1995) discor<strong>da</strong>m <strong>de</strong>stes efeitos quanto aos incisivosinferiores, mostrando que esses elementos não foram influenciados pelo <strong>tratamento</strong>.Embora Maltagliatiet al. (1999) tenham afirmado que o AEB <strong>conjugado</strong> nãoinfluencia o crescimento mandibular, Henriques, Freitas e Pizan (1995), Oner eYucel-Eroglu (1996), Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005), Martins et al. (2008) e Garbuiet al.(2010) constataram que efeitos indiretos na mandíbula também po<strong>de</strong>m ser vistos.Segundo os autores Oner e Yucel-Eroglu (1996) e Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005), o usodo AEB <strong>conjugado</strong> <strong>de</strong>monstrou um avanço significativo <strong>da</strong> mandíbula e um aumentono seu comprimento efetivo. Henriques, Freitas e Pizan (1995) também estão <strong>de</strong>acordo, quando afirmaram que o <strong>tratamento</strong> com o AEB <strong>conjugado</strong> facilita o<strong>de</strong>slocamento uniforme <strong>da</strong> mandíbula, para frente e para baixo. Acredita-se que ocrescimento e <strong>de</strong>senvolvimento mandibular <strong>de</strong>monstrado com o uso <strong>de</strong>ste aparelho


67seja resultado <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong> placa <strong>de</strong> levantamento oclusal, <strong>de</strong>slocando amandíbula para anterior, o que promove sua liberação, fazendo com que se<strong>de</strong>senvolva seu potencial <strong>de</strong> crescimento (HENRIQUES; FREITAS; PIZAN, 1995;ALMEIDA-PEDRIN, et al. 2005; GARBUI et al., 2010).Segundo Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005) fatores como a lingualização dosincisivos superiores e a ação do lábio inferior sobre os incisivos inferiores contribuempara que estes <strong>de</strong>ntes sofram lingualização em relação a base do crânio, uma vezque o AEB <strong>conjugado</strong> promove a <strong>de</strong>soclusão, abrindo a mordi<strong>da</strong> e aumentando apressão labial nesta área. Em contraparti<strong>da</strong>, Maltagliati et al. (1999) não observaramdiferença no crescimento mandibular em relação a base do crânio quando comparouo jovens tratados com AEB <strong>conjugado</strong> e o grupo controle.Alterações no perfil tegumentar também são vistas, uma vez que Henriques,Freitas e Pizan (1995), Oner e Yucel-Eroglu (1996) e Almei<strong>da</strong>-Pedrin et al. (2005)obtiveram como resultado <strong>da</strong> terapia com o AEB <strong>conjugado</strong> retrusão do lábiosuperior, ocorrendo, segundo Henriques, Freitas e Pizan (1995) o fechamento doslábios, restabelecendo a função, e conseqüentemente, a respiração normal.Em seus trabalhos, Henriques, Freitas e Pizan (1995), Maltagliati et al. (1999)e Almei<strong>da</strong>-Pedrin et al. (2005) <strong>de</strong>monstraram que embora exista uma tendênciavertical <strong>de</strong> crescimento em pacientes com má oclusão Casse II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle,o padrão <strong>de</strong> crescimento não é alterado pela intervenção com o AEB <strong>conjugado</strong>.Porém, o uso do casquete <strong>de</strong> tração alta age restringindo a extrusão dos molarespermanentes superiores e, por conseqüência, o <strong>de</strong>slocamento vertical <strong>da</strong> maxila.Isso evita a rotação no sentido horário <strong>da</strong> espinha nasal anterior e dos planospalatino e mandibular, obtendo o controle <strong>da</strong> altura facial ântero-inferior.Embora Henriques, Freitas e Pizan (1995), Maltagliatiet al. (1999) e Almei<strong>da</strong>-Pedrin et al. (2005) tenham observado um aumento <strong>da</strong> altura facial ântero-posterior,não notaram diferença significante entre grupos tratados e controle. Pela ausência<strong>de</strong> interferência <strong>de</strong>ste aparelho na tendência <strong>de</strong> crescimento vertical na má oclusão<strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão, espera-se um aumento <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as gran<strong>de</strong>zascefalométricas avalia<strong>da</strong>s para o componente vertical, à semelhança do grupocontrole. Portanto, os autores Henriques, Freitas e Pizan (1995), Maltagliati et al.(1999), Almei<strong>da</strong>-Pedrin et al. (2005) e Garbuiet al. (2010) concluíram que ainterceptação <strong>de</strong>sta má oclusão com o AEB <strong>conjugado</strong> não aumentaram<strong>de</strong>masia<strong>da</strong>mente as alturas faciais, sugerindo que mesmo diante <strong>de</strong> uma má


68oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão, com um padrão <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>sfavorável(vertical), po<strong>de</strong>-se utilizar este aparelho esperando resultados satisfatórios.Para que a interceptação com AEB <strong>conjugado</strong> <strong>de</strong>monstre resultadossatisfatórios a direção correta, o ponto <strong>de</strong> aplicação e a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> força aplica<strong>da</strong>são fatores <strong>de</strong>terminantes (ONER; YUCEL-EROGLU, 1996; ALMEIDA-PEDRIN etal., 2005; GARBUI et al., 2010). Para obtenção dos resultados citados Oner e Yucel-Eroglu (1996) utilizaram uma força <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 450-550g em ca<strong>da</strong> lado, numperíodo <strong>de</strong> 14 a 16 horas por dia, já Garbui et al. (2010) utilizaram uma força entre250-300g por 14 horas ao dia e todos obtiveram resultados satisfatórios. Em contaparti<strong>da</strong>, Martins et al. (2008) fizeram uso <strong>de</strong>ste <strong>tratamento</strong> indicando a utilização <strong>de</strong>16 a 18 horas com uma força <strong>de</strong> 300-400g, mas obtiveram efeitos apenas<strong>de</strong>ntoalveolares. Embora esses autores citem que o <strong>tratamento</strong> foi iniciado antes dosurto <strong>de</strong> crescimento, os pacientes não foram pareados quanto a i<strong>da</strong><strong>de</strong> paraobtenção <strong>de</strong> similari<strong>da</strong><strong>de</strong> inter e intra-grupos, fato que po<strong>de</strong> explicar esse resultadocaso parte <strong>da</strong> amostra não apresentasse mais crescimento ativo.Nos estudos <strong>de</strong> Henriques, Freitas e Pizan (1995), Maltagliati et al, (1999),Almei<strong>da</strong>-Pedrinet al. (2005), Martins et al. (2008) e Garbuiet al. (2010) a linha <strong>de</strong>aplicação <strong>da</strong> força é direciona<strong>da</strong> para uma angulação <strong>de</strong> 45º acima do planohorizontal, ou seja, em direção ao centro <strong>de</strong> resistência <strong>da</strong> maxila, agindo <strong>de</strong> formaperpendicular às suturas primárias frontomaxilar, zigomaticomaxilar epterigopalatina, permitindo uma restrição tanto do <strong>de</strong>slocamento anterior <strong>da</strong> maxilaquanto <strong>da</strong> extrusão dos molares superiores, resultando nos principais efeitosrequeridos pela terapia além <strong>da</strong> correção <strong>da</strong> relação molar, que seria a redução <strong>da</strong>protrusão maxilar e o controle do crescimento vertical, <strong>da</strong>í a importância do casquete<strong>de</strong> tração alta.Pela análise criteriosa dos estudos, po<strong>de</strong>-se constatar que o AEB <strong>conjugado</strong>,além <strong>de</strong> corrigir a relação molar altera<strong>da</strong>, tem como vantagens o redirecionamentocrescimento, principalmente <strong>da</strong> maxila, interceptando a protrusão maxilar ao mesmotempo em que controla o crescimento vertical <strong>da</strong> face, sendo esses resultadosobtidos <strong>de</strong> forma fisiológica, proporcionado pela intervenção precoce. Além disso,esse aparelho é <strong>de</strong> baixo custo e fácil confecção. Porém, mais estudos controladosverificando a eficácia <strong>de</strong>ste <strong>tratamento</strong> <strong>de</strong>vem ser encorajados, tendo em vista queum número reduzido <strong>de</strong> estudos eleitos para essa revisão sistemática foiencontrado.


69CONSIDERAÇÕES FINAIS


707. CONSIDERAÇÕES FINAIS• Diante do exposto, cabe aos profissionais <strong>da</strong> área <strong>de</strong> odontologia se embasarem evidências para uma prática segura, avaliando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos estudos esua aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong>;• Uma vez que a má oclusão Classe II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle se estabeleceprecocemente e não <strong>de</strong>monstra auto-correção com o crescimento, aintervenção precoce <strong>de</strong>ve ser encoraja<strong>da</strong> para que se obtenha um melhorrelacionamento maxilomandibular e reduza a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> compensações<strong>de</strong>ntárias quando cessado o crescimento.• O <strong>tratamento</strong> no período do pico pubescente <strong>de</strong> crescimento induzsignificativamente alterações <strong>de</strong>ntoesqueléticas, com total restabelecimento<strong>da</strong> relação molar, enquanto que o <strong>tratamento</strong> pós-pico pubescente produzresultados inferiores.• Para obtenção <strong>de</strong> resultados satisfatórios <strong>de</strong>ve ser observa<strong>da</strong> a corretaindicação, o período i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> início do <strong>tratamento</strong> com AEB <strong>conjugado</strong>, aquanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e a direção <strong>da</strong> força aplica<strong>da</strong>.• O AEB <strong>conjugado</strong> está bem indicado para interceptação <strong>da</strong> má oclusãoClasse II, 1ª divisão <strong>de</strong> Angle, com protrusão maxilar em fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntaduramista tardia, resultando em correção <strong>da</strong> relação molar altera<strong>da</strong>, restrição docrescimento maxilar e liberação do crescimento mandibular, redução <strong>da</strong>convexi<strong>da</strong><strong>de</strong> facial e <strong>da</strong> vestibularização dos incisivos superiores e controle<strong>da</strong> dimensão vertical.


71CONCLUSÕES


729. CONCLUSÕESAtravés <strong>da</strong> análise criteriosa dos estudos eleitos para essa revisão sistemática <strong>da</strong>literatura po<strong>de</strong>-se concluir que:• A utilização do AEB <strong>conjugado</strong> produziu efeitos ortopédicos e ortodônticos empacientes com má oclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão, tais como: correção <strong>da</strong>protrusão maxilar, melhora <strong>da</strong> relação maxilomandibular, controle docrescimento vertical, correção <strong>da</strong> relação molar e redução do trespassehorizontal.• A principal indicação para o uso <strong>de</strong>ste aparelho é para pacientes com máoclusão <strong>de</strong> Classe II, 1ª divisão com protrusão maxilar, em fase <strong>de</strong>crescimento. Assim, a correção precoce, na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntadura mista tardia,apresenta como vantagens a obtenção dos efeitos supracitados, aproveitandoo próprio crescimento do paciente, minimizando <strong>tratamento</strong>s complexos apósesta fase.


73REFERÊNCIAS


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80ANEXOS


81ANEXOFormulário <strong>de</strong> extração dos <strong>da</strong>dosTÍTULO DO ARTIGO________________________________________________________IDENTIFICAÇÃO________________________________________________________TIPO DE TRATAMENTO________________________________________________________MÉTODO________________________________________________________NÚMERO DE EXAMINADOS(sexo, fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ntário e i<strong>da</strong><strong>de</strong>)________________________________________________________CONSIDERAÇÕES FINAIS________________________________________________________NOTAS (OBSERVAÇÕES)________________________________________________________

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