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construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities

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não são necessariamente de ruptura total ou de exclusão. Essacoexistência de situações de vulnerabilidade se expressa comnitidez no âmbito da <strong>cidadania</strong> (1999:74).Assim, como apontam diversos autores (Escorel, 1999; Telles, 1992;Nascimento, 2000) é que no Brasil as análises indicam a existência de formasdiferenciadas de acesso e usufruto aos direitos sociais e civis, ocorren<strong>do</strong> umafragmentação de modalidades de <strong>cidadania</strong>, onde uns têm mais direito que osoutros, enquanto outros, não têm, nem, o direito a ter direitos.Birkbeck, refere-se aos cata<strong>do</strong>res como “self-employed proletarians” já que,segun<strong>do</strong> ele, o auto-emprego não passa de ilusão. O cata<strong>do</strong>r pode estar naposição de decidir quan<strong>do</strong> ou não trabalhar, mas o fator crucial é a questão <strong>do</strong>controle sobre o preço <strong>do</strong>s recicláveis e isso definitivamente está nas mãos daindústria. O autor registra a natureza contraditória da posição de classe <strong>do</strong>cata<strong>do</strong>r. Eles se auto-empregam, mas na realidade eles vendem sua força detrabalho à indústria da reciclagem, sem contu<strong>do</strong> terem acesso à seguridade social<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho oficial (1978). Na verdade, a catação barateia o custo deoperação <strong>do</strong> intermediário e da indústria de reciclagem, já que a inserção informal<strong>do</strong> cata<strong>do</strong>r desobriga tanto a indústria, quanto o intermediário de suasresponsabilidades sociais.Os cata<strong>do</strong>res podem ser vistos como como atores econômicos informalmenteinseri<strong>do</strong>s no circuito oficial da reciclagem. Eles estão inseri<strong>do</strong>s numa economiaque tende a crescer em visibilidade nesse contexto de crescente agravamento daquestão da preservação ambiental. Para<strong>do</strong>xalmente, este importante trabalho deforte conotação ecológica, historicamente não conferia a este segmento umarepresentação social positiva na sociedade. Ou seja, trata-se de um trabalho nãolegitima<strong>do</strong> socialmente e que sempre lhes imputou uma identidade negativa. Sórecentemente, é que a importância <strong>do</strong> trabalho por eles desempenha<strong>do</strong> temmereci<strong>do</strong> a atenção de pesquisa<strong>do</strong>res e <strong>do</strong> público em geral.Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> ponto de vista, os cata<strong>do</strong>res podem ser considera<strong>do</strong>sprecariamente incluí<strong>do</strong>s ou excluí<strong>do</strong>s. Como aponta<strong>do</strong> por Escorel, os indivíduos,72

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