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construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities

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com isto prejuízo para com as nossas atribuições”. No entanto, havia poucas, ounenhuma opção real oferecida ao cata<strong>do</strong>r como vemos em outro registro quereporta, em relação a uma cata<strong>do</strong>ra que “...ela pode recolher os papéis, levarpara casa (grifo meu) e fazer a triagem. Só que os restos da triagem deverão sernovamente acondiciona<strong>do</strong>s em sacos plásticos e coloca<strong>do</strong>s em um ponto (onde ocaminhão <strong>do</strong> lixo passa, uma hora antes da coleta)”. 66 Se essa cata<strong>do</strong>ra tinhacasa, a probalidade maior é que sua casa se situasse numa favela onde acobertura da coleta convencional de lixo, à época, era praticamente inexistente. Oque se observa aqui é a constante necessidade de deslocamento da sujeira parabem longe... As “operações limpeza”, se assemelham àquilo que Rago (1987)chamou de “deso<strong>do</strong>rização <strong>do</strong> espaço urbano” ao se referir às estratégiassanitárias disciplina<strong>do</strong>ras da habitação <strong>do</strong>s pobres no Brasil <strong>do</strong>s anos de 1890-1930 com a necessidade de “...evacuação <strong>do</strong> lixo e <strong>do</strong>s pobres para longe <strong>do</strong>sespaços refina<strong>do</strong>s da cidade” (p.165).As iniciativas institucionais de disciplinamento da atividade de catação, tratavamde maneira indiscriminada aqueles que eram chama<strong>do</strong>s, à época, de “cata<strong>do</strong>resmotoriza<strong>do</strong>s” (mas que se tratavam, na verdade, de funcionários <strong>do</strong>s depósitos derecicláveis) e o “pequeno cata<strong>do</strong>r”, identifican<strong>do</strong> em ambos a ameaça <strong>do</strong>monopólio da instituição em relação ao lixo, qualifican<strong>do</strong> ambas ações como“..predatória porque suja o ambiente de sua ação criminosa (grifo meu)”. Assim,os <strong>do</strong>cumentos pesquisa<strong>do</strong>s misturam ações direcionadas aos “cata<strong>do</strong>resmotoriza<strong>do</strong>s” (com catalogação de “...todas as placas <strong>do</strong>s veículos queclandestinamente coletam o lixo...”) com o “...combate enérgico e constante <strong>do</strong>scata<strong>do</strong>res clandestinos de lixo, em qualquer circunstância que ele se apresentar,isto é, a pé ou motoriza<strong>do</strong>”, com o “esclarecimento da população para o perigoque constitui a ação <strong>do</strong> cata-papel clandestino, encara<strong>do</strong>s os aspectos legal,sanitário e econômico <strong>do</strong> caso”. 67 Observa-se, aqui, o papel <strong>do</strong> poder público naconsolidação de uma imagem <strong>do</strong> cata<strong>do</strong>r como marginal.66 Notas da pesquisa <strong>do</strong>cumental: DI 002/DCP. Pasta MC – Super 05, arquivo CEMP/SLU.67 Notas da pesquisa <strong>do</strong>cumental: DI 002/DCP, pasta MC – Super 05, arquivo CEMP/SLU.53

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