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construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities

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munícipes e com isso atrain<strong>do</strong> a repressão. É necessário, portanto, muitainventividade <strong>do</strong> cata<strong>do</strong>r para driblar a reação pública!Apesar das permeabilidades existentes tanto cata<strong>do</strong>res quanto funcionários daSLU, pareciam estar presos a uma teia de incompreensão mútua onde a ação deum, desencadeava uma reação violenta <strong>do</strong> outro. A uma agressão verbal“censurada” de uma cata<strong>do</strong>ra o funcionário sugere que o superintendente enviealguém da instituição “...para dar uma “prensa” na citada D. Jandira” (operação <strong>do</strong>dia 08/07/80).Ou então em 18/0480, o funcionário registra: “...sabe-se, também,que a cata<strong>do</strong>ra correu atrás <strong>do</strong>s coletores faca em punho, sen<strong>do</strong> contida por 2policiais”. Assim relata o então encarrega<strong>do</strong> de coleta Sr. João Bittencourt:Eu quase fui preso uma vez (1991): eu tive que bater num cata<strong>do</strong>r.Eu fui lá no ponto <strong>do</strong> cata<strong>do</strong>r pedir prá ele tirar a bagunça. Fui láduas vezes e nada... Na terceira vez fui com o caminhão e retireitu<strong>do</strong>. Aí o cata<strong>do</strong>r chegou aqui na divisão com a mulher mexingan<strong>do</strong>, falan<strong>do</strong> que eu levei tu<strong>do</strong> (fogão, <strong>do</strong>cumentos...). E aí elefoi xingan<strong>do</strong> e eu almoçan<strong>do</strong>... E aí eu tive que dar um tapa neles.Aí, meus colegas da Sul chamaram a polícia. Aí, eu mostrei prápolícia que não tinha nada no caminhão, só o papel. 64Embora houvesse, por parte <strong>do</strong> funcionário da SLU, um certo desconforto emretirar <strong>do</strong> cata<strong>do</strong>r o seu ganha-pão, faltava-lhe os meios (sob o ponto de vistainstitucional) e/ou o necessário “know how” para lidar com esse segmento. Acooperação se dava avisan<strong>do</strong>-os com uma certa antecedência das operações deretirada, para que os mesmos tivessem tempo de levar o material. Luiz Henrique,cata<strong>do</strong>r da ASMARE relembra: “...ia muito da consciência de cada fiscal, né?Porque tinha o fiscal que normalmente, e essa era uma questão de maiorhumanidade mesmo, ele (...) dava um toque, eles passavam antes de ter aoperação, que era a operação de recolhimento e nos avisava”. 65 “Expliquei paraeles”, diz um funcionário, “...que o nosso dever não é de prejudicar nenhumcata<strong>do</strong>r e sim, de orientá-los para uma maneira correta de seus serviços, evitan<strong>do</strong>64 Questionário aplica<strong>do</strong> aos garis em 18/07/01.65 Entrevista em 21/08/01.52

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