construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities
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CONSIDERAÇÕES FINAISA questão <strong>do</strong> papel das políticas públicas no fortalecimento de uma ambiênciafavorável ao associativismo e ao alargamento da <strong>cidadania</strong>, foi o eixo motriz dadiscussão desenvolvida ao longo desta dissertação. Procuramos discutir tanto osefeitos positivos da contribuição dada pelo poder público sobre a ASMARE,através <strong>do</strong> provimento de incentivos (como infra-estrutura operacional, uniformes,vales-transporte, etc) à participação e ao associativismo, quanto os efeitos sobreo poder público decorrentes da parceria com uma associação combativa como aASMARE. Ou seja, procuramos mostrar que tanto a sociedade civil podeinfluenciar positivamente a gestão pública, quanto o poder público pode exerceruma influência fortalece<strong>do</strong>ra da sociedade civil.No capítulo 1, vimos a natureza dispersa e fragmentada <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong>scata<strong>do</strong>res e como os mesmos eram vulneráveis às “ações sanea<strong>do</strong>ras” <strong>do</strong> poderpúblico no perío<strong>do</strong> pré-1993. A auto-imagem desses indivíduos refletia o estigmade “não sujeitos” a eles imputa<strong>do</strong>. O surgimento da ASMARE problematizou estacondição trazen<strong>do</strong> à cena “novos sujeitos sociais”. Um novo contexto sóciopolítico,a partir de 1993, inaugura a passagem <strong>do</strong> cata<strong>do</strong>r de “inimigo nº 1 dalimpeza pública” para parceiro prioritário da coleta seletiva da cidade.Pudemos ver como o cata<strong>do</strong>r de papel, em Belo Horizonte, sai das “sombras” e<strong>do</strong> lugar de marginal que ocupava, para se incorporar ao cenário urbano enquantoagente ambiental. As características dessa política pública, que incorpora osujeito cata<strong>do</strong>r de papel no co-gerenciamento <strong>do</strong> programa de reciclagemmunicipal, foi o objeto de discussão <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> capítulo.O capítulo 3, discutiu os <strong>limites</strong> e avanços dessa parceria na construção da<strong>cidadania</strong>. Dos <strong>limites</strong> à ampliação <strong>do</strong> potencial de alargamento da <strong>cidadania</strong>,destacamos a ausência de integração multisetorial, refletida, especialmente, naarticulação deficitária <strong>do</strong> Projeto no campo <strong>do</strong> desenvolvimento econômico -inexistência de uma política municipal de fomento à indústria da reciclagem e, nocampo da regulação urbana, a omissão em relação à atividade <strong>do</strong>s depósitos derecicláveis na cidade. A superação desses <strong>limites</strong> poderia ampliar o potencial de181