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construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities

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tu<strong>do</strong>: é a nossa casa, lar, convivência com a população, é o reconhecimento, éuma coisa bem ampla” 175 , afirma o cata<strong>do</strong>r Luíz Henrique. Para Dona Geralda éter...direito a trabalho, moradia, a ir no supermerca<strong>do</strong> fazer suascompras e manter seus filhos na escola. Nós cata<strong>do</strong>r, sentenecessidade de se integrar à sociedade, de estar na escola, de terum local de trabalho para trabalhar de baixo <strong>do</strong> sol e da chuva. (...) éo que se chama <strong>cidadania</strong> prá nós cata<strong>do</strong>r, porque nós nascemosnuma pobreza muito triste. Então prá gente,ter trabalho e conseguirir ao supermerca<strong>do</strong> fazer a compra e ir na escola, prá nós isso é terdireitos. 176As falas desses cata<strong>do</strong>res refletem bem a estigmatização e a privação material ede direitos a que esse segmento era submeti<strong>do</strong>. Revela, também, o processo deconstituição de sujeitos sociais ativos que vem dan<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> prático, atravésde suas demandas, à emergência de uma nova concepção de <strong>cidadania</strong>, ou, naacepção de Holston de <strong>cidadania</strong> insurgente, concepção esta que extrapola aessência liberal originária desse conceito.Esta nova concepção de <strong>cidadania</strong> parte <strong>do</strong> pressuposto de que o seu contéu<strong>do</strong> esignifica<strong>do</strong> é uma construção histórica. Assim a emergência de novos sujeitossociais com suas reivindicações específicas, provoca um alargamento desseconceito, porque introduzem “...novas identidades e práticas que perturbamhistórias estabelecidas” (Holston, 1996:250). Holston, usa o termo “espaços de<strong>cidadania</strong> insurgente com o intuito de enfatizar a “...oposição desses espaços de<strong>cidadania</strong> não só aos espaços modernistas que hoje <strong>do</strong>minam fisicamente tantascidades”, mas também a “ oposição ao projeto político modernista que absorve a<strong>cidadania</strong> num plano de construção <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>...” projeto expresso pela <strong>do</strong>utrina<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> como “...única fonte legítima <strong>do</strong>s direitos, senti<strong>do</strong>s e práticas da<strong>cidadania</strong>” (p.244).175 Entrevista de Luíz Henrique da diretoria da ASMARE, realizada em 21/08/01.176 Entrevista realizada em 14/08/01.172

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