construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities
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passeatas, nos atos públicos e nas ocupações, numa diversidade de atividades emanifestações que conferem ao movimento uma certa “mística” e expandem asua visibilidade e a sua face prática, é expressa na participação nos espaçosinstitucionaliza<strong>do</strong>s de co-gestão da parceria. Vejamos como isso tem se da<strong>do</strong>.Tomemos como exemplo as ocupações. Em outubro de 2000, a ASMARE ocupouuma área próxima à sede da Associação, pertencente à antiga CBTU, que vinhasen<strong>do</strong> negociada com o poder público municipal para uso como espaço detriagem, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> anuncia<strong>do</strong> o seu leilão em meio às negociações. Foramrealizadas assembléias de rua preparatórias à ocupação. O lema da ocupação foi“ocupar, para resistir e reciclar”. A respeito dessa ocupação um agente registra oseu significa<strong>do</strong>: “à noite o lugar era maravilhoso, virava uma vila, com luz, meninocorren<strong>do</strong>, liberdade... Cata<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s três galpões trabalhan<strong>do</strong> juntos no mesmoespaço, propician<strong>do</strong> uma maior convivência entre eles e agregan<strong>do</strong> o pessoal darua” 172 . Assim é que as ocupações funcionam ao mesmo tempo como instrumentode pressão <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res e como retomada da “história viva da ASMARE”proporcionan<strong>do</strong> aos associa<strong>do</strong>s novos uma experiência prática <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> da luta.Podemos ver nas caminhadas e nas ocupações <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res, aquilo queFernandes ao se referir ao MST, qualifica de “...formas de manifestação políticaproduzidas na espacialização e produtoras de espacialidade “ (2000:73). Oreferi<strong>do</strong> autor, utiliza-se da categoria de “movimento territorializa<strong>do</strong> ousócioterritorial” para designar aquele movimento “...que está organiza<strong>do</strong> e atuaem diferentes lugares ao mesmo tempo, ação possibilitada por causa de suaforma de organização, que permite espacializar a luta para conquistar novasfrações <strong>do</strong> território, multiplican<strong>do</strong>-se no processo de territorialização”(68), quenos parece se aplicar à configuração que vem toman<strong>do</strong> o movimento <strong>do</strong>scata<strong>do</strong>res cuja experiência da ASMARE vem assumi<strong>do</strong> a posição de vanguardanessa tentativa de estruturação de estratégias sócio-territoriais.Esta “participação movimentalista”, para usar uma expressão de Doimo, écombinada, como vimos no capítulo 2, com uma intensa participação nas172 Entrevista com Cristiano Pena, 10/08/01.169