construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities
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Segun<strong>do</strong> Azeve<strong>do</strong> & Mares Guia, os movimentos sociais clássicos poderiam serdefini<strong>do</strong>s, sob o ponto de vista sociológico, “...como manifestações deorganizações coletivas orientadas primariamente para fins de natureza normativaou ideológica”, enquadran<strong>do</strong>-se nesta classificação os movimentos pacifistas,ambientalistas, contra a discriminação social, etc. Isto não significa, contu<strong>do</strong>,“...que estes movimentos não possam se envolver em atividades voltadas paraganhos instrumentais ou reivindicações negociáveis. Entretanto, dão ênfase àdefesa de ‘bens coletivos não-negociáveis’ tais como a igualdade entre gênero eraça, a defesa <strong>do</strong> meio-ambiente, da paz, entre outros” (2000:3).Já os movimentos de caráter reivindicativo (associações de bairro e de favelas,movimentos por transporte ou por moradia, de defesa <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r), teriamcomo principal objetivo o desenvolvimento de ações junto ao Esta<strong>do</strong> paraobtenção de melhorias sociais. Seriam, em suma,...organizações típicas de articulação de interesses orientadas paraa produção de “bens coletivos de natureza negociável” tais como aurbanização de favelas, a construção de creches, de escolas, depostos de saúde, de rede de saneamento básico etc. Ou seja, nãohá questões de “princípios” ou de valores em jogo como no caso <strong>do</strong>smovimentos sociais (p.3).Nascida em 1990, com um caráter reivindicativo, a organização <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res depapel passa a assumir, no final da década de 90, um papel extremamenteimportante na articulação e politização <strong>do</strong> que vem sen<strong>do</strong> chama<strong>do</strong> deMovimento de Cata<strong>do</strong>res de Papel e da População de Rua, como veremos aseguir.Pudemos ver, no capítulo 1, que a ASMARE resultou de um trabalho sóciopedagógicodesenvolvi<strong>do</strong> pela Pastoral de Rua junto aos mora<strong>do</strong>res de rua, deuma maneira geral, e junto àquele segmento destes que tinha um maior potencialassociativo, que eram os cata<strong>do</strong>res de papel. Assim, a história <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res derua e <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res na rua possui um imbrincamento tal, que às vezes, édifícil dizer se as mesmas se constituem em histórias diferentes ou facetas164