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construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities

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Associação, é o que menos incorpora a noção de pertencimento a umacoletividade. Algumas características que diferenciam esse galpão <strong>do</strong>s outrospoderiam ser arroladas: uma composição, quase que exclusiva de cata<strong>do</strong>resdesvincula<strong>do</strong>s da memória de constituição da ASMARE, uma menor presença daequipe social da Pastoral no cotidiano, atitude centraliza<strong>do</strong>ra e pouco motiva<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> galpão, grande inadequação <strong>do</strong> espaço físico e a ausência decata<strong>do</strong>res históricos. Após a sua desativação, os cata<strong>do</strong>res deste galpão foramincorpora<strong>do</strong>s nas áreas de tração humana <strong>do</strong>s galpões da Curitiba e da Contorno.De uma maneira geral, pode-se afirmar que a relação <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res foi marcadainicialmente, varian<strong>do</strong> de intensidade de um espaço de trabalho para o outro, poruma atitude utilitarista, como reporta um agente da Pastoral de Rua referin<strong>do</strong>-se àpostura prevalescente entre os cata<strong>do</strong>res : “...olha, nós vamos abrir mão <strong>do</strong>espaço da rua e, para isso, vamos querer toda a assistência dentro <strong>do</strong>s espaçosque estão sen<strong>do</strong> concedi<strong>do</strong>s para nós” 149 . À medida que essa atitude ficouevidenciada, a conduta meto<strong>do</strong>lógica das assessorias foi redirecionada, com umafastamento gradual <strong>do</strong> cotidiano <strong>do</strong> gerenciamento <strong>do</strong>s espaços de trabalho. Aequipe social da Pastoral, por exemplo, passou a concentrar mais a sua ação nasabordagens de rua a novos cata<strong>do</strong>res e menos na resolução <strong>do</strong>s problemascotidianos, propician<strong>do</strong>, assim, que o cata<strong>do</strong>r assumisse mais a coordenação <strong>do</strong>sespaços. Nos galpões da Curitiba e da Itambé, a SLU que mantinha, inicialmente,funcionários operacionais que co-gerenciavam o espaço junto com os cata<strong>do</strong>res,foi restringin<strong>do</strong>, paulatinamente, a sua presença a momentos específicos comoassembléias ou a resolução de situações–limite. Esse re-direcionamento daatuação das assessorias, possibilitou aos cata<strong>do</strong>res assumirem mais aresponsabilidade pelos destinos da Associação. Hoje, por exemplo, acoordenação <strong>do</strong> setor operacional da ASMARE é toda feito pelos cata<strong>do</strong>res e,apesar de várias dificuldades, os mesmos vêm acompanhan<strong>do</strong> mais o setoradministrativo.Como se vê, o cotidiano de trabalho e de vida da ASMARE é crava<strong>do</strong> de riquezase, ao mesmo tempo, de contradições difíceis de serem equacionadas, com duas149 Entrevista Ci<strong>do</strong>, 10/07/01.134

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