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construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities

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teci<strong>do</strong> relacional nos galpões quan<strong>do</strong> nos fala da sociabilidade enquanto uma“...experiência de ação e/ou representação social que envolve direta ouindiretamente outros indivíduos, de forma consciente ou inconsciente, e cujacaracterística principal é a ritualização <strong>do</strong> cotidiano (grifo no original), isto é areatualização da vida social no cotidiano, seja como processo de construção denovas identidades, seja como processo simbólico de construção de um novoterritório (real ou imaginário) no plano da vida urbana” (1997:61).Observa-se, hoje, que os cata<strong>do</strong>res deste galpão já assimilaram mais a lógica daparticipação, já que as brigas entre eles e mesmo a resistência frente às tarefascoletivas reduziram-se dramaticamente. Isso vem contribuin<strong>do</strong> para ofortalecimento de laços de cooperação e para a formação de uma maioridentificação com o coletivo de associa<strong>do</strong>s da ASMARE. Uma série de fatoresvem contribuin<strong>do</strong> para isso: a alocação estratégica de cata<strong>do</strong>res históricos nestegalpão, um acompanhamento cotidiano nos primeiros anos da equipe social daPastoral de Rua e da SLU, o repasse gradual <strong>do</strong> gerenciamento para os próprioscata<strong>do</strong>res, a rotinização das assembléias mensais <strong>do</strong> galpão e o próprioamadurecimento <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res que ali foram absorvi<strong>do</strong>s, em relação à práticacoletiva.O galpão da Itambé, inaugura<strong>do</strong> em 1996 e desativa<strong>do</strong> em novembro de 2001, foiinaugura<strong>do</strong> para atender um grupo de cata<strong>do</strong>res (cerca de 15 à época) quetriavam material na chamada área <strong>do</strong> Perrela, um antigo ponto crítico de triagemna rua, objeto de inúmeras reclamações por parte da população da região devi<strong>do</strong>à sujeira <strong>do</strong> local. Neste galpão funcionava, também, somente a coleta por traçãohumana responden<strong>do</strong> por cerca de 4% da produção de recicláveis. O cata<strong>do</strong>r queé um <strong>do</strong>s coordena<strong>do</strong>res <strong>do</strong> galpão, reporta a diferença desse galpão em relaçãoaos outros: “ ...aqui é sempre mais trabalho, eles não ligam assim muito pra festa.O negócio deles é trabalho e o cata<strong>do</strong>r não pode só trabalhar. Tem que participardas coisas, tem que saber o que está acontecen<strong>do</strong>. O povo só pensa emtrabalho” 148 . Apesar da incidência de brigas sempre ter si<strong>do</strong> menor, o associa<strong>do</strong>deste galpão participa menos <strong>do</strong>s momentos celebratórios e de luta da148 Entrevista de Cláudio, 21/08/01.133

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