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construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities

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Aqui dentro não pode ter Diretoria que não quer catar papel, quequer ter privilégio, não pode ser assim. Essa vaidade de ser maisque o outro, eu acho que é o que mais desanima as pessoas.Porque quan<strong>do</strong> uma pessoa ganha um cargo e cresce aquelavaidade, então atrapalha muito. 141Não obstante o esforço de integração feito pela Diretoria, observa-se um certodistanciamento de alguns associa<strong>do</strong>s em relação ao aspecto coletivo que implicaestar a ela vincula<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> se ouve frases tipo “lá na ASMARE (significan<strong>do</strong>,Diretoria e administração) decidiram isso...” 142 . O uso dessa expressão daASMARE como significan<strong>do</strong> não o coletivo de associa<strong>do</strong>s mas a Diretoria e aadministração é observa<strong>do</strong> com mais força nos galpões da Curitiba e da Itambé.Como a frase acima aponta, há diferenças em termos <strong>do</strong> envolvimento <strong>do</strong>sassocia<strong>do</strong>s de um galpão para o outro ou mesmo entre áreas diversas dentro deum mesmo galpão. O galpão da Contorno, é imbuí<strong>do</strong> de uma significação mítica:é o espaço da resistência, é onde tu<strong>do</strong> começou, foi onde se deu a ocupaçãoinicial que culminou na fundação da ASMARE. Há neste galpão, uma maiorconcentração de cata<strong>do</strong>res históricos da ASMARE e também uma maior presença<strong>do</strong>s agentes sociais da Pastoral de Rua no seu cotidiano de trabalho. Um membroda Diretoria, afirma que “...os outros galpões são muito mais complica<strong>do</strong>s. Agora,eu acho que é que deve ser porque a Diretoria se concentra mais é aqui naContorno. (...) Na Diretoria tem mais gente antiga” 143 . Os laços de pertencimentoneste galpão parecem ser muito mais sóli<strong>do</strong>s que nos outros galpões. Oscata<strong>do</strong>res históricos carregam a história vivida da ASMARE, são porta<strong>do</strong>res dasua memória. Sem memória, não há identidade. Sem identidade, neste contexto,não há <strong>cidadania</strong>. Uma frase de Dona Geralda, ilustra o poder da memória naconstituição da <strong>cidadania</strong>: “...de onde eu vim, onde eu tô, eu me sinto cidadã”.141 Entrevista Dona Geralda, 14/08/01.142 Entrevista com Cristiano Pena, 10/08/01.143 Entrevista Dona Geralda, 14/08/01.130

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