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construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities

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ou alcooliza<strong>do</strong>, manter a limpeza <strong>do</strong>s espaços coletivos, participar das reuniõescoletivas. Se na rua, os encontros entre os cata<strong>do</strong>res podiam ser fortuitos, nosgalpões eles são inevitáveis: há que conviver, há que dividir espaçoscoletivos...As diferenças nos usos desses espaços emergem, significa<strong>do</strong>sdiversos lhes são atribuí<strong>do</strong>s. Laços de solidariedade despontam, mas, também,vêm à tona conflitos. Reconhecer o conflito como elemento constituinte <strong>do</strong>sgalpões, não significa tirar-lhes os méritos, mas, simplesmente, reconhecer queeles não têm uma identidade e significa<strong>do</strong> únicos, ou melhor que sua identidade éconstantemente criada e refeita de acor<strong>do</strong> com o engajamento pessoal de cadacata<strong>do</strong>r, de acor<strong>do</strong> com determinadas conjunturas, da forma como os cata<strong>do</strong>resforam aglutina<strong>do</strong>s naquele espaço de trabalho específico, da maior ou menorpresença de cata<strong>do</strong>res históricos na composição <strong>do</strong>s usuários daquele galpão oumesmo com a maior ou menor presença das assessorias técnicas.Em geral, os associa<strong>do</strong>s gostam e valorizam a existência <strong>do</strong>s galpões. Algunsresistiram muito e, ainda, resistem ao disciplinamento da atividade que essesespaços implicam, mas reconhecem que houve uma significativa melhoria dascondições de trabalho e um aumento da auto-estima e <strong>do</strong> reconhecimento social.“É claro que mu<strong>do</strong>u muito. O local que nós tá trabalhan<strong>do</strong>, você vê que hoje nóstemos galpões. Em vista de outros galpões (depósitos) que têm por aí, ele ganhade 1º lugar” 128 . “Prá tomar banho, antes tinha que pagar no merca<strong>do</strong> ou naro<strong>do</strong>viária. Tinha que sair sujo prá rua” 129 . Com isso, mu<strong>do</strong>u inclusive a relaçãocom o próprio corpo, com a higiene: “antigamente, os associa<strong>do</strong>s cheiravam malnas reuniões. Hoje, isso já mu<strong>do</strong>u. To<strong>do</strong>s vêm limpos e perfuma<strong>do</strong>s. Após oscursos, a Associação mu<strong>do</strong>u muito, mas antes também o pessoal não tinhatempo, nem condições por causa da própria situação <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res de rua” 130 .Bachelard, nos lembra que “...to<strong>do</strong> espaço verdadeiramente habita<strong>do</strong> traz aessência da noção de casa” (1988:200). Os espaços de trabalho, para oscata<strong>do</strong>res, são os espaços de recriação da vida: este é o espirito geral que reina128 Entrevista com Dona Geralda.129 Diagnóstico Participativo da ASMARE.130 Diagnóstico Participativo da ASMARE.126

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