construindo a cidadania: avanços e limites do ... - Inclusive Cities
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observância da territorialidade é confirmada pelo trabalho de váriospesquisa<strong>do</strong>res sobre menores de rua, cata<strong>do</strong>res e população de rua, em geral(Escorel, 2000; Bursztyn, 2000; Frugoli, 1995).A localização física <strong>do</strong>s galpões se constitui também, hoje, para o associa<strong>do</strong> numfator determinante <strong>do</strong> roteiro de coleta, já que há um limite na capacidade física<strong>do</strong> cata<strong>do</strong>r em percorrer tão longas distâncias, principalmente numa cidade comum relevo tão acidenta<strong>do</strong> como o de Belo Horizonte. No entanto, a existência <strong>do</strong>“ponto” ainda é o fator preponderante. Constatamos nesse mapeamento, que hácata<strong>do</strong>res que percorrem distâncias extremas para recolher o material de um“ponto” muito bom.Este mapa <strong>do</strong>s roteiros de coleta, obviamente, não dá conta, plenamente, dafluidez <strong>do</strong> cotidiano de trabalho <strong>do</strong>s cata<strong>do</strong>res, já que percursos são às vezesaltera<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com a diminuição ou aumento da quantidade de materialdisponibiliza<strong>do</strong>, por causa de uma alteração no trânsito ou mesmo por limitaçõesindividuais <strong>do</strong> cata<strong>do</strong>r. Mas com certeza este mapa é uma “fotografia” que nospermite visualizar, mesmo que com <strong>limites</strong>, o território por eles ocupa<strong>do</strong>.No processo de mapeamento desses roteiros nos galpões, muitos cata<strong>do</strong>resmanifestaram uma certa resistência em revelar seu roteiro de coleta. Alguns porme<strong>do</strong> de que seu “ponto” viesse a ser de <strong>do</strong>mínio público e pudesse serapropria<strong>do</strong> por outro cata<strong>do</strong>r. Outros resistiram à idéia de que o seu trabalhoviesse a ser destrincha<strong>do</strong>, fragmenta<strong>do</strong> em partes, apropria<strong>do</strong> pela equipetécnica. Uma resistência ao controle e à racionalização <strong>do</strong> seu trabalho, que sónão se transformou em antagonismo devi<strong>do</strong> ao alto grau de confiança existenteentre cata<strong>do</strong>res e a equipe técnica, e devi<strong>do</strong> ao fato de que membros da diretoriada ASMARE terem acompanha<strong>do</strong> o trabalho de coleta de da<strong>do</strong>s.123