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Disco vertebral artificial para tratamento da ... - Unimed Cuiabá

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<strong>Cuiabá</strong><strong>Disco</strong> <strong>vertebral</strong> <strong>artificial</strong> <strong>para</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong>doença discal degenerativa


<strong>Cuiabá</strong>atualmente pratica<strong>da</strong>s porém os ensaios com<strong>para</strong>ndo as diferentes técnicas são, namaioria, inconsistentes não permitindo conclusões definitivas. 2 Uma Revisão Sistemáticacom<strong>para</strong>ndo essa cirurgia com o <strong>tratamento</strong> conservador, concluiu que, embora osensaios incluídos sejam metodologicamente limitados, “a cirurgia parece ser mais efetivaque <strong>tratamento</strong>s conservadores pouco elaborados porém, provavelmente não seja maisefetivo que o <strong>tratamento</strong> conservador que inclua intensa reabilitação com terapiacomportamental cognitiva” 1Uma nova alternativa cirúrgica é a colocação de um disco <strong>artificial</strong> em substituição aodisco doente. O objetivo do disco <strong>artificial</strong> é o mesmo <strong>da</strong> fusão, porem teria a vantagemteórica de, ao manter a mobili<strong>da</strong>de, prevenir o surgimento de doença degenerativa nosdiscos adjacentes tal como ocorre na fusão. Outra vantagem seria a não necessi<strong>da</strong>de deuso de enxertos ósseos diminuindo, em conseqüência, os problemas associados.Potenciais efeitos adversos inclui lesões causa<strong>da</strong>s pelo acesso cirúrgico dentre essas,infecção, lesões vasculares e/ou neurológicas causando hemorragia, dor, fraqueza naspernas, disfunção sexual, etc. ou causa<strong>da</strong>s pelo próprio disco, tais como deslocamento,per<strong>da</strong> ou expulsão podendo, também, levar a lesões neurológicas ou vasculares, além degranulomas causados pela fragmentação <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> de polietileno ou do metal do discocausando efeitos deletérios nos tecidos vizinhos 3 Vários tipos de discos já foramaprovados pelos órgãos reguladores nos EUA e na Europa. No Brasil encontramos osseguintes registros na Anvisa: 1.Dabsons Importação Exportação: Kit instrumental <strong>para</strong>implante de disco <strong>artificial</strong> <strong>para</strong> coluna <strong>vertebral</strong>(registro- 10099430086) e <strong>Disco</strong> <strong>artificial</strong><strong>para</strong> coluna <strong>vertebral</strong> (registro- 10099430087); 2. GM dos Reis Junior: Sistema Flexdisclombar-<strong>Disco</strong> <strong>artificial</strong> inter<strong>vertebral</strong> lombar(registro- 10247700023) e Kit de instrumentalde osteoplastia de disco <strong>artificial</strong> (registro- 10247700044).IX – Metodologia:• Fonte de <strong>da</strong>dos: Medline via PubMed, Biblioteca Cochrane, Cochrane ControlledTrials Register (Issue 2, 2008)• Palavras-chaves: Degenerative disc disease, lombar disc replacement, cervicaldisc replacement, <strong>artificial</strong> disc, inter<strong>vertebral</strong> disc, inter<strong>vertebral</strong> prothesis,prosthetic disc, <strong>vertebral</strong> fusion, spinal fusion, arthrodesis.


<strong>Cuiabá</strong>• Desenhos dos estudos buscados: Revisão sistemática, com ou sem metanálise,de ensaios clínicos randomizados e ensaios clínicos randomizados com<strong>para</strong>ndo osdois procedimentos cirúrgicos (artroplastia com disco <strong>artificial</strong> e a artrodese comfusão <strong>vertebral</strong>).• Período pesquisado: Pelo fato de já ter sido realiza<strong>da</strong> uma Revisão Cochrane 2com com última atualização em 2005, buscaremos estudos publicados no períodode 2005 a 2008.• População incluí<strong>da</strong> e excluí<strong>da</strong>: Paciente adulto com doença degenerativa dodisco inter<strong>vertebral</strong> lombar ou cervical, com ou sem herniação discal, apresentandodor lombar ou cervical, com ou sem radiculopatia, conforme definiçõesapresenta<strong>da</strong>s pelos autores dos ensaios.• Resultados <strong>da</strong> busca bibliográfica: Foram encontra<strong>da</strong>s quatro RevisãoSistemática, sendo uma com metanálise e 14 ensaios não incluídos nas revisões.X – Principais estudos encontrados:1) JNA Gibson, G Waddell. Surgery for degenerative lumbar spondylosis.Cochrane Database of Systematic Reviews 2005, Issue 4.2) JNA Gibson, G Waddell. Surgical interventions for lumbar disc prolapse.Cochrane Database of Systematic Reviews 2007, Issue 2.3) Brian J. C. Freeman, James Davenport. Total disc replacement in thelumbar spine:a systematic review of the literature. Eur Spine J (2006) 15(Suppl. 3):S439–S4474) Artificial Discs for Lumbar and Cervical Degenerative Disc Disease –Up<strong>da</strong>te Health Technology Policy AssessmentMedical AdvisorySecretariat, Ontario Ministry of Health and Long-Term Care for the OntarioHealth Technology Advisory Committee 20065) Moreno P, Boulot J. Com<strong>para</strong>tive study of short-term results between total<strong>artificial</strong> disc prothesis and anterior lumbar interbody fusion.Rev ChirOrthop Re<strong>para</strong>trice Appar Mot.2008;94(3):282-88.(absctract)


<strong>Cuiabá</strong>6) Mummaneni PV, Burkus JK, Haid RW, Traynelis VC, Zdeblick TA. Clinicaland radiographic analysis of cervical disc arthroplasty compared withallograft fusion:a randomized controlled clinical trial. J Neurosurg Spine2007;6(3):198-209(absctract)7) Coric D, Finger F, Boltes P. Prospective randomized controlled study ofthe Bryan Cervical Disc: early clinical results from a single investigationalsite.Journal of neurosurgery.spine.2006;4(1):31-58) Sasso RC, Smucker JD, Hacker RJ, Heller JG. Artificial disc versusfusion:A prospective, randomized study with 2-year follow-up on 99patients.Spine 2007;32(26):2933-409) Sasso RC, Foulk DM, Hahn M. Prospective, randomized trial of metal-onmetal<strong>artificial</strong> lumbar disc replacement: initial results for treatment ofdiscigenic pain. Spine 2008;33(2):123-3110) Le Huec JC, Mathews H, Basso Y, Aunoble S, Hoste D, Bley B, FriesemT. Clinical results of Maverick Lumbar Total Disc Replacement: two-yearprospecive follow-up. Orthop Clin N Am.2005;36:315-2211) Tepper G, Wolf SB, Feldman l,Secter M. Artificial lumbar disc replacmentvs. Circunferencial fusion for the treatment of discogenic pain: aprospective randoized study. EuroSpine 2006. 8 th Annual meeting of theEuropean spine society, 25-28 Octuber 2006, Istanbul, Turkey-Abstract12) Nabhan A, Ahlhelm F, Shariat K, Tobias P, Oliver S, Steudel Wolf-Ingo,Pape D. The proDisc-C Prothesis: Clinical and Radiological experience 1year after surgery. Spine 2007;32(18):1935-4113) Tortolani PJ, Cunningham BW, Eng M, McAfee PC, Holsapple GA,A<strong>da</strong>ms KA. Prevalence of heterotopic ossification following total discreplacement. A prospective, randomized study of two hundred andseventy-six patients. The Journal of bone and joint surgery.2007;89(1):82-814) Blumenthal S, McAfee PC, Guyer RD, Hochschuler SH, Geisler FH, HoltRT, Garcia R, Regan JJ, Ohnmeiss DD. A prospective, randomized,multicenter Food and Drug Administration investigational device


<strong>Cuiabá</strong>exemptions study of lumbar total disc replacement with the CHARITE<strong>artificial</strong> disc versus lumbar fusion: part I: evaluation of clinical outcomes.Spine 2005;30(14):1565-7515) McAfee PC, Cunningham B, Holsapple G, A<strong>da</strong>ms K, Blumenthal S, GuyerRD, Dmietriev A, Maxwell JH, Regan JJ, Isaza J. A prospective,randomized, multicenter Food and Drug Administration investigationaldevice exemption study of lumbar total disc replacement with theCHARITE <strong>artificial</strong> disc versus lumbar fusion: part II: evaluation ofradiographic outcomes and correlation of surgical technique accuracy withclinical outcomes.Spine.2005;30(14):1576-8316) McAfee PC, Geisler FH, Saiedy SS, Moore SV, Regan JJ, Guyer RD,Blumenthal SL, Fedder IL, Tortolani PJ, Cunningham B. Revisability of theCHARITE <strong>artificial</strong> disc replacement: analysis of 688 patients enrolled inthe U.S. IDE study of the CHARITE Artificial Disc.Spine 2006;31(11):1217-2617) Zigler J, Delamarter R, Spivak JM, Linovitz RJ, Danielson GO, Haider TT,Cammisa F, Zuchermann J, Balderston R, Kitchel S, Foley K, Watkins R,Bradford D, Yue J, Yuan H, Herkowitz H, Geiger D, Bendo J, Peppers T,Sachs B, Girardi F, Kropf M, Goldstein J.Results of the prospective,randomized, multicenter Food and Drug Administration investigationaldevice exemption study of the ProDisc-L total disc replacement versuscircumferential fusion for the treatment of 1-level degenerative discdisease.Spine 2007;32(11):1155-6218) Delamarter R, Bae HW, Pradhan BB. Clinical results of ProDisc-II lumbartotal disc replacement: Report from the United Sates Clinical Trial. OrthopClin N Am. 2005;36:301-13


XI- Estudos incluídos:<strong>Cuiabá</strong>XI.1 Revisões Sistemáticas:<strong>Disco</strong> <strong>artificial</strong> lombar/cervicalXI.1.1.JNA Gibson, G Waddell. Surgery for degenerative lumbar spondylosis.Cochrane Database of Systematic Reviews 2005, Issue 4.Objetivo: Avaliar as evidencias científicas relativas ao <strong>tratamento</strong> cirúrgico <strong>da</strong>espondilose lombar degenerativa.Método: Estratégia de busca- Central, Medline, PubMed, Spine e ISSLS abstracts até 31de março de 2005Critério de seleção: Ensaios clínicos randomizados ou quasi-randomizados sobre cirurgia<strong>para</strong> espondilose lombar em pacientes com i<strong>da</strong>de superior a 18 anos.Resultados: Dentre os 31 trabalhos recuperados sobre as diversas tipos de cirurgias, osautores incluem, em um item denominado “cirurgia <strong>para</strong> dor lombar sem complicaçõesneurológicas”, três ensaios clínicos que avaliam o uso de disco <strong>artificial</strong>. Um desses(McAfee 2003) 4 apresentava os <strong>da</strong>dos iniciais de um ensaio, que ain<strong>da</strong> estava em curso,avaliando o uso do disco SB Charite(n=41), com<strong>para</strong>ndo-o com a fusão anterior(n=19),<strong>para</strong> doença discal degenerativa de L4-L5 ou L5-S1. O resultado foi o de que não haviadiferença entre as duas técnicas quanto as análises de: índice de incapaci<strong>da</strong>de deOswestry; falha do disco ou escore de dor <strong>da</strong> Escala Análoga Visual depois de dois anosde seguimento. Outras duas publicações (Zigler 2003 e Delamarter 2003) 5,6 , relativas aum outro ensaio que também ain<strong>da</strong> estava em curso, relatam os resultados iniciais (seismeses) do ensaio com o disco (ProDisc), com<strong>para</strong>ndo-o com a fusão circunferencial empacientes com doença discal degenerativa lombar entre L3 e S1. Os resultados relativosaos desfechos dor, incapaci<strong>da</strong>des e satisfação pessoal, são os mesmos quandocom<strong>para</strong>dos no seguimento de seis meses.Conclusão: Os autores finalizam dizendo que “os <strong>da</strong>dos não permitem uma firmeconclusão”.


<strong>Cuiabá</strong>Comentários: Trata-se de uma Revisão Cochrane cujo objetivo foi o de analisar qualquertipo de cirurgia <strong>para</strong> espondilose lombar degenerativa. Sua ultima atualização foi feita emagosto de 2005 não incluindo os <strong>da</strong>dos finais dos ensaios citados. Como essa revisão jáfaz uma análise prévia dos ensaios clínicos anteriores à 2005, decidimos que nossabusca passaria a incluir apenas trabalhos posteriores a ela.XI.1.2.Artificial Discs for Lumbar and Cervical Degenerative Disc Disease –Up<strong>da</strong>te Health Technology Policy Assessment Medical Advisory Secretariat,Ontario Ministry of Health and Long-Term Care for the Ontario HealthTechnology Advisory Committee 2006Objetivo: Avaliar, na literatura médica publica<strong>da</strong> entre 2003 e setembro de 2005, asevidências de efetivi<strong>da</strong>de e segurança dos discos artificiais, lombar e cervical, empacientes com doença discal degenerativa, quando com<strong>para</strong>dos com a fusão <strong>vertebral</strong>.Buscava saber também quais as complicações do uso do disco e se o seu uso reduzia aincidência do processo degenerativo adjacente quando com<strong>para</strong>do com a fusão.Método: Estratégia de busca: As buscas foram realiza<strong>da</strong>s nas bases: Medline, Embase,Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) Cochrane Database ofSystematic Reviews (CDSR) e the International Health Technology Assessment Agency<strong>da</strong>tabase, alem de busca manual de referencias.As buscas limitaram-se à língua inglesa publica<strong>da</strong> no período de 2003 a setembro de2005Critério de inclusão: 1.estudos com, no mínimo, 10 pacientes; 2.estudos avaliando, nomínimo, um dos 5 discos licenciados no Canadá (Charité, ProDisc-L, Maverick, Active eBryan); 3.estudos que incluíssem, pelo menos, dor e incapaci<strong>da</strong>de como desfechos;4.estudos com, no mínimo, um ano de seguimentoDesfechos analisados:1.Funcionali<strong>da</strong>de física/incapaci<strong>da</strong>de; 2.alívio <strong>da</strong> dor; 3.quali<strong>da</strong>dede vi<strong>da</strong>; 4. satisfação dos pacientes;5.retorno ao trabalho; 6.tempo cirúrgico; 7.per<strong>da</strong> desangue na cirurgia; 8.duração <strong>da</strong> hospitalização; 9.índice radiológico de processodegenerativo adjacente; 10.complicações (re-operação, falha ou retira<strong>da</strong> do disco,complicações neurológicas e morte)Elegibili<strong>da</strong>de, extração de <strong>da</strong>dos e avaliação dos estudos foi feita por apenas um revisor.


<strong>Cuiabá</strong>é inferior à <strong>da</strong> fusão no <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> doença discal degenerativa; as taxas de falhas dodisco e <strong>da</strong>s complicações neurológicas não diferem entre os dois procedimentos. 3.Para aconstatação de processo degenerativo adjacentes o grau de evidências é muito baixo. 4.Ataxa de grandes complicações associa<strong>da</strong>s ao uso do disco está estima<strong>da</strong> ser entre 0% a13% por disco implantado.<strong>Disco</strong> <strong>artificial</strong> cervical: 1.Devido a pouca quanti<strong>da</strong>de dos <strong>da</strong>dos sobre disco cervical, asua efetivi<strong>da</strong>de em relação à fusão não pode ser determina<strong>da</strong> nesse momento. 2. A taxade grandes complicações varia de 0% a 8,1 por disco implantado.Comentários: Trabalho que atualiza <strong>da</strong>dos de uma revisão prévia realiza<strong>da</strong> em 2003.Inclui <strong>da</strong>dos de outras revisões e de avaliações tecnológicas além de séries de casos ecoortes. Suas principais conclusões são porém basea<strong>da</strong>s nos resultados de dois ensaiosclínicos relativos a discos lombares (Charité e ProDisc). Desses ensaios os autores sótiveram acesso completo aos <strong>da</strong>dos do ensaio Charité 7 . Pelo fato <strong>da</strong>s grandes diferençasentre os dois ensaios clínicos (discos diferentes, técnicas de fusão diferentes assim comodiferentes desfechos), a metanálise utilizando os <strong>da</strong>dos desses ensaios apresenta grandeheterogenei<strong>da</strong>de.Os <strong>da</strong>dos sobre discos vertebrais cervicais foram todos com base em séries de casos enão apresentam conclusões relativas aos mesmos por falta de evidências na literatura.XI.1.3.Brian J. C. Freeman, James Davenport. Total disc replacement in thelumbar spine:a systematic review of the literature. Eur Spine J (2006) 15 (Suppl.3):S439–S447Objetivo: analisar as evidências existentes sobre o uso do disco <strong>artificial</strong> lombar <strong>para</strong><strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> doença degenerativa discalMétodo: Estratégia de busca: Buscas realiza<strong>da</strong>s na Cochrane library (2006); Medline eEmbase (1996 a abril de 2006); Cinahl (1982 a abril de 2006) e Pubmed até abril de 2006Resultados: Foram encontrados dois Ensaios Clínicos Randomizados; duas Revisõessistemáticas ; sete estudos prospetivos coortes, 11 retrospectivos coortes além de oitoSéries de casos/relatos e opinião de especialistas.Conclusões: Da análise dos diversos trabalhos encontrados, os autores concluem que:


<strong>Cuiabá</strong>“até o presente, nenhum estudo mostrou que o uso do disco <strong>artificial</strong> seja superior à fusão<strong>vertebral</strong> em termos de resultados clínicos. O benefício de longo prazo na prevenção dedegenerescência do seguimento adjacente ao disco ain<strong>da</strong> tem que ser provado.Complicações devi<strong>da</strong>s a reposição total do disco provavelmente será ain<strong>da</strong> desconheci<strong>da</strong>por muitos anos. Procedimentos de revisão serão indubitavelmente difícil e com riscoaumentado de lesão vascular. Ensaios clínicos prospectivos bem desenhados serãonecessários antes <strong>da</strong> aprovação e <strong>da</strong> disseminação do uso dessa tecnologia”Comentários: Dos ensaios encontrados, os autores dessa revisão avaliaram o trabalhode Blumenthal 2005 7 e, dos trabalhos sobre o Prodisc, apenas as divulgações iniciais(Zigler 2003) 5 ,não analisando o resultado final .XI.2. Ensaios clínicosXI.2.1 DISCO ARTIFICIAL LOMBAR:Lombar/“CHARITÉ”:1.Blumenthal S, McAfee PC, Guyer RD, Hochschuler SH, Geisler FH, Holt RT,Garcia R, Regan JJ, Ohnmeiss DD. A prospective, randomized, multicenterFood and Drug Administration investigational device exemptions study oflumbar total disc replacement with the CHARITE <strong>artificial</strong> disc versus lumbarfusion: part I: evaluation of clinical outcomes. Spine 2005;30(14):1565-75Objetivo: Avaliar a efetivi<strong>da</strong>de e a segurança <strong>da</strong> substituição total do disco inter<strong>vertebral</strong>lombar pelo disco <strong>artificial</strong> Charité, quando com<strong>para</strong>do com a fusão inter<strong>vertebral</strong> lombaranterior (ALIF), no <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> doença degenerativa do disco de nível único entre L4 eS1, não responsiva a <strong>tratamento</strong> conservador.Método: Ensaio clínico randomizado multicêntrico (14 locais nos EUA). Foram utilizadosos seguintes critérios de inclusão: I<strong>da</strong>de entre 18 e 60 anos; doença degenerativa deúnico nível entre L4 e L5 ou L5 e S1 confirma<strong>da</strong> por discografia; escore de Oswewtry ≥30; escore VAS ≥ 40; não responsivo ao <strong>tratamento</strong> conservador por seis meses; com dorlombar e/ou com dor na perna sem compressão neurológica; podendo suportar umacirurgia de abor<strong>da</strong>gem anterior. Seriam excluídos os pacientes que apresentassemdoença degenerativa sintomática em vários níveis; fusão prévia; fratura pregressa ou


<strong>Cuiabá</strong>atual nos níveis L4, L5 ou S1; núcleo pulposo não herniado; espondilose; espondilolistese> 3mm; escoliose > 11°; estenose ou tumor espinhal; osteoporose, osteopenia; infecção,artrose <strong>da</strong> faceta, obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>s, arachnoiditis, gravidez.A randomização foi realiza<strong>da</strong> usando um “software” que gerou uma taxa de2:1(disco:fusão). Não houve mascaramento, tanto pesquisadores como pacientes eramnão cegos. O tamanho <strong>da</strong> amostra foi calcula<strong>da</strong> usando uma metodologia de “nãoinferiori<strong>da</strong>de” e com a hipótese de que 70% dos paciente em ambos os grupos teriammelhora em relação a situação anterior às cirurgias e de que a diferença entre os gruposseria de 15% e sem significância estatísticaO principal desfecho (sucesso clínico) foi um escore composto de sucessos em quatrocritérios:1.melhora no índice de incapaci<strong>da</strong>de de Oswestry ≥ 25%, aos 24 meses emrelação ao pré operatório; 2.sem falha do dispositivo; 3.sem complicações maiores e4.sem deterioração neurológica com<strong>para</strong>do com o pré operatório. A análise era binária(sim/não) e os quatro critérios tinham que ser alcançados <strong>para</strong> ser considerado sucesso.Os desfechos secundários incluía as análises <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças no índice de dor <strong>da</strong> Escalavisual (VAS), mu<strong>da</strong>nça no índice de Oswestry, SF-36, situação neurológica e satisfaçãodos pacientes. O FDA solicitou aos responsáveis pelo estudo que os cálculos tambémfossem feitos utilizando outros índices 10Resultados: Foram incluídos 205 pacientes no grupo do disco e 99 no controle. Emrelação à cirurgia, não houve diferença entre os grupos quanto a tempo cirúrgico, per<strong>da</strong>de sangue ou nível do implante. O tempo de hospitalização foi inferior no grupo do disco(3,7 dias vs. 4,2), p=0,0039. Em relação ao Índice de incapaci<strong>da</strong>de de Oswestry ocorreuredução de 48,5% no grupo do disco e de 42,4% no controle; ocorreu redução <strong>da</strong> escalade dor (VAS) de 40,6 no grupo do diasco e de 34,1 no controle, todos sem significânciaestatística. Aos 24 meses, quando perguntados se aceitariam realizar a mesma cirurgianovamente, 69,9% do grupo do disco disseram que sim contra apenas 50% do grupocontrole(p=0,0062). Sucesso clínico (ITT) foi obtido por 57,1% no grupo do disco e em46,5% no controle (p< 0,0001). Sucesso clínico dos que completaram o estudo foi 63,6%(117/184) no grupo do disco e de 56,8% (46/81) no grupo controle.(p= 0,0004). Porém,aos 24 meses, 64% dos participante do grupo do disco e 80,4% do grupo <strong>da</strong> fusãocontinuavam a fazer uso de narcóticos.A taxa de complicações entre os grupos foi semelhante e sem significância estatística.


<strong>Cuiabá</strong>Conclusão: Os autores concluem que “as com<strong>para</strong>ções fortalecem a hipótese de que asubstituição total do disco lombar por um disco <strong>artificial</strong> Charité é, no mínimo, tão boaquanto a fusão”Comentários:Estudo de investigação <strong>para</strong> dispensa do disco pelo FDA. Realizado com osuporte do fabricante e inspecionado pela FDA. Incluiu os mesmos pacientes de Guyer2004 8 , McAfee 2003 4. Esse estudo já tenha sido avaliado nas revisões encontra<strong>da</strong>s,porém, devido à sua importância e por ser o principal trabalho sobre o disco Charité,decidimos também analisa-lo. Trata-se de um ensaio com<strong>para</strong>tivo “de não inferiori<strong>da</strong>de”,isto é, procura demonstrar que o produto experimental não é pior que o controle. Ocálculo estatístico nesse tipo de ensaio teria avantagem de, ao reduzir a necessi<strong>da</strong>de degrandes amostras, diminuir o número de indivíduos submetidos a um <strong>tratamento</strong>experimental. Porém, em relação aos ensaios de não inferiori<strong>da</strong>de (diferentemente<strong>da</strong>queles de superiori<strong>da</strong>de), as análises por ITT podem aumentar a possibili<strong>da</strong>de dosresultados serem alcançados 9 . Trata-se, além disso, de um ensaio em que todos osenvolvidos (pacientes, cirurgiões, examinadores e, estatísticos), eram “não cegos”. Todosos resultados e relações foram relatados em proporções porém, sem os respectivosIntervalo de confiança. Os autores relatam que, embora exista uma diferença entre osgrupos quanto ao peso dos paciente, essa diferença desaparece quando se analisa índicede massa corpórea. Entretanto as análise <strong>da</strong> FDA 10 mostram que os paciente do grupo dodisco eram de menor peso que os do grupo controle (p=0.01); mostram que, além dopeso, havia diferenças de base também em relação a i<strong>da</strong>de dos pacientes (maior ou iguala 45 anos) , isto é, o grupo do disco tinha maior número de pacientes com i<strong>da</strong>de inferior a45 anos que o grupo controle(77% vs. 67%). Mesmo em relação ao índice de massacorpórea, o FDA demonstrou que havia diferença significante entre os grupos (p= 0,01).Esses resultados discrepantes, muito provavelmente, ocorreram devido ao fato de ospesquisadores não serem cegos (performance bias). Os autores definiram que nodesfecho principal (sucesso clínico) estaria incluído um índice de melhora ≥ 25% no índicede Oswestry, entretanto o FDA exigiu que os cálculos fossem realizados utilizandotambém uma melhora de no máximo 15% no índice de Oswestry e, nesse caso, adiferença entre os grupos deixa de existir (58% vs. 54%). Os autores calcularam aamostra considerando sucesso se a taxa de sucesso entre os grupos fosse não inferior a15%. O FDA exigiu que a análise fosse também realiza<strong>da</strong> com uma margem de 10%. Dosdez itens incluídos em “sucesso clínico”, seis deles eram desfechos radiológicos relativos


<strong>Cuiabá</strong>a mobili<strong>da</strong>de. Considerando, porém que no grupo controle o principal fator de sucesso éexatamente a impossibili<strong>da</strong>de de mobili<strong>da</strong>de (fusão), essa com<strong>para</strong>ção não pode ser feitae to<strong>da</strong> análise sobre mobili<strong>da</strong>de só poderá ser relata<strong>da</strong> em um grupo e sem qualquer tipode com<strong>para</strong>ção. Esse estudo foi também criticado pelo fato de os autores terem feito acom<strong>para</strong>ção do disco com uma técnica de fusão inter<strong>vertebral</strong> (Fusão lombarinter<strong>vertebral</strong> anterior- ALIF) praticamente já em desuso pelo fato de causar muitasfalhas 11 É também preocupante fato de que 36% dos pacientes do grupo do disco e em43% no grupo <strong>da</strong> fusão não obtiveram sucesso clínico (segundo os cálculos do FDA foram43% e 46% respectivamente) e que 64% dos participante do grupo do disco e 80,4% dogrupo <strong>da</strong> fusão continuavam a fazer uso de narcóticos aos 24mesesO mesmo grupo de autores divulgou outros <strong>da</strong>dos desse mesmo estudo sobre resultadosradiológicos. 12 . Relatam que o disco restaurou e manteve a mobili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> coluna noconcernente a flexão/extensão nos 24 meses posteriores à cirurgia. O grupo do discoapresentou melhora na restauração <strong>da</strong> altura do disco assim como menor taxa dediminuição <strong>da</strong> altura quando com<strong>para</strong>dos com os resultados do grupo <strong>da</strong> fusão.Comentários: Os <strong>da</strong>dos relativos a exames radiológicos assim como incidência dedegeneração adjacente ao disco não foram colocados previamente como desfechos.Esses <strong>da</strong>dos dos exames radiológicos foram também analisados pelo FDA: “Mediçõesradiológicas <strong>da</strong> altura dos discos mostrou uma baixa taxa de per<strong>da</strong> de altura em ambos osgrupos de <strong>tratamento</strong>s”. A mobili<strong>da</strong>de (<strong>vertebral</strong> range of motion-ROM) foi melhorobserva<strong>da</strong> no grupo do disco, porém quando se comparou mobili<strong>da</strong>de (ROM) com“sucesso total” <strong>para</strong> todos os pacientes disponíveis do grupo do disco aos 24 meses,esses <strong>da</strong>dos não mostraram, estatisticamente, nenhuma associação entre sucesso e taxade mobili<strong>da</strong>de. O mesmo comentário anterior cabe também aqui: é impossível com<strong>para</strong>rtaxa de mobili<strong>da</strong>de <strong>vertebral</strong> entre cirurgia quando, em uma delas, o principal efeito éexatamente o de acabar com a mobili<strong>da</strong>de. O FDA recomendou e os “autores efinanciadores concor<strong>da</strong>ram em realizar um estudo de pós aprovação com o objetivo deobter mais <strong>da</strong>dos sobre segurança e efetivi<strong>da</strong>de do disco, com um seguimento de cincoanos de todos os pacientes randomizados. O estudo de pós aprovação irá utilizar osmesmos desfechos desse trabalho e irá avaliar também a degeneração do segmentoadjacente assim como a correlação entre o grau de mobili<strong>da</strong>de e os <strong>da</strong>dos do Índice deOswesry e VAS.” 10 Os autores e financiadores devem divulgar anualmente e durantecinco anos, <strong>da</strong>dos sobre o desfecho principal (Sucesso clínico) e sobre os desfechos


secundários.<strong>Cuiabá</strong>McAfee et al divulgaram novamente em 2006 outros resultados do mesmo estudo porémcom um acréscimo de pacientes não randomizados no grupo do disco. 13 Com o aval doFDA, continuaram a incluir pacientes no grupo do disco e chegaram a um total de 589pacientes que receberam o disco mantendo porém os mesmos 99 do grupo <strong>da</strong> fusão. Dototal dos pacientes do disco, além <strong>da</strong>queles pacientes que tinham sido incluídos no iniciodo estudo <strong>para</strong> treinamento cirúrgico (n=71), foram incluídos mais 313, todos semrandomização. O objetivo foi o de avaliar a necessi<strong>da</strong>de de ré operação e/ou revisão dosprocedimentos. Os casos que necessitaram nova cirurgia ficaram incluídos nas seguintessituações: 1. subluxação, migração ou remoção do implante; 2.ré operação sem remoção<strong>da</strong> prótese. Os resultados <strong>da</strong> análise que envolveu 589 discos e 99 fusões, mostrou osseguintes <strong>da</strong>dos: Ré-operação- <strong>Disco</strong>s: 52/589 (8,8%); Fusão:10/99 (10,1%). Do total dediscos ré-operados, 24 discos foram removidos. Dos discos removidos (n=24), sete foramsubstituídos por outro disco; sete foram transformados em fusão anterior; oito foramtransformados em fusão circunferencial e em dois houve falha <strong>da</strong> remoção comtransformação em fusão posterior. Em relação à fusão houve remoção de apenas uma.Dos discos não removidos (28/52) foi necessária fixação suplementar em um, fusãoinstrumental posterior em 13, descompressão posterior mais fusão instrumental em seis eposterior descompressão em oito. Em relação ao grupo <strong>da</strong> fusão ocorreu fusãoinstrumental posterior em quatro, descompressão posterior mais fusão instrumental emcinco. As lesões vasculares nos pacientes ré-operados foi bem maior que aquelasrelata<strong>da</strong>s na primeira operação. Enquanto na primeira cirurgia essa incidência foi deapenas 3,6% na soma dos dois grupos, nos pacientes ré-operados essa incidência foi de16,7% apenas no grupo do disco.Os autores concluem que “o uso do disco <strong>artificial</strong> Charité não impede qualquer futuroprocedimento no mesmo local. Próximo de um terço podendo ser reversível <strong>para</strong> umanova prótese e cerca de dois terços podendo ser convertidos em fusão anterior e/ouposterior artrodeses.”Comentários: Esse trabalho, embora não incluindo os desfechos principaisoriginariamente idealizados, já faz parte dos estudos recomen<strong>da</strong>dos pelo FDA de pósaprovação.Embora os autores continuem ain<strong>da</strong> a observar e seguir os pacientes dos doisgrupos, esse trabalho já é mais uma série de casos sobre os antigos e os novospacientes que foram alocados e/ou selecionados <strong>para</strong> o disco. Chama a atenção o grande


<strong>Cuiabá</strong>índice de lesões vasculares(16,7%) ocorri<strong>da</strong>s nas ré-intervenções no grupo do discoLombar/“Charité”2. Moreno P, Boulot J. Com<strong>para</strong>tive study of short-term results between total<strong>artificial</strong> disc prothesis and anterior lumbar interbody fusion.Rev ChirOrthop Re<strong>para</strong>trice Appar Mot.2008;94(3):282-88.(absctract)Objetivo: Avaliar os resultados clínicos do uso de uma prótese discal lombar no<strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> dor lombar crônica resultante de uma degeneração discal nos níveis L4-L5e L5-S1 com<strong>para</strong>ndo-a com o uso <strong>da</strong> fusão <strong>vertebral</strong> anterior.Método: Estudo clínico randomizado. Os pacientes foram operados pelo mesmo cirurgiãoe eram randomizados ou <strong>para</strong> receberem uma prótese discal (Charité) ou uma fusãoanterior. Dados sobre o índice de Oswestry e <strong>da</strong> Escala analógica visual foram coletadosantes <strong>da</strong> cirurgia, aos seis e no “ultimo follow-up”. As análises qualitativas foram basea<strong>da</strong>snas taxas de “resultados excelentes”(60% de ganho na escala visual e 50% de ganho naescala de Oswestry), “taxa de retorno ao trabalho aos três meses” e “índice desatisfação”.Resultados: A i<strong>da</strong>de média dos pacientes foi de 39 anos no grupo do disco e de 44 nogrupo <strong>da</strong> fusão. As análises qualitativas mostraram uma melhora na escala visual emambos os grupos e sem significância estatística (75% no disco e 67% na fusão). O escorede Oswestry mostrou uma melhora significante no grupo do disco quando com<strong>para</strong>do como <strong>da</strong> fusão (51% vs. 37%; p=0,125). O índice de satisfação foi semelhante nos doisgrupos(87% vs. 88%) porém, a taxa de retorno ao trabalho após 3 meses foi maior nogrupo do disco que no controle(61,5% vs. 42,8%)Conclusão: A prótese discal lombar oferece uma possível alternativa <strong>para</strong> a artrodeselombar no <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> degeneração discal severa de nível único em pacientes jovensComentários: Infelizmente só tivemos acesso ao abstrct desse trabalho. Os resultados eas conclusões são semelhantes àquelas do trabalho de Blumenthal 2005, qual seja, aprótese discal é semelhante (ou não inferior) à fusão anterior no <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> doençadegenerativa do disco lombar em L4-S1


Lombar/ “ProDisc”<strong>Cuiabá</strong>1. Zigler J, Delamarter R, Spivak JM, Linovitz RJ, Danielson GO, HaiderTT, Cammisa F, Zuchermann J, Balderston R, Kitchel S, Foley K,Watkins R, Bradford D, Yue J, Yuan H, Herkowitz H, Geiger D, BendoJ, Peppers T, Sachs B, Girardi F, Kropf M, Goldstein J.Results of theprospective, randomized, multicenter Food and Drug Administrationinvestigational device exemption study of the ProDisc-L total discreplacement versus circumferential fusion for the treatment of 1-leveldegenerative disc disease.Spine 2007;32(11):1155-62Objetivo: Avaliar a segurança e a efetivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> substituição total do disco inter<strong>vertebral</strong>lombar usando o disco <strong>artificial</strong> ProDisc L (Synthes Spine, West Chester), com<strong>para</strong>ndo-acom a fusão <strong>vertebral</strong> circunferencial no <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> dor discal em um único nível<strong>vertebral</strong> entre L3 e S1.Método: Ensaio clínico randomizado, multicêntrico. Os pacientes foram incluídosbaseados nos seguintes critérios: a)I<strong>da</strong>de entre 18 e 60 anos; b)doença degenerativadiscal de apenas um nível entre L3 e S1. Para o diagnóstico <strong>da</strong> doença discal eranecessário apresentar os seguintes pontos: 1.dor lombar e/ou dor (radicular) na perna;2.confirmação radiográfica por CT, MRI, discografia, mielografia, e/ou radiografias deflexão/extensão de qualquer <strong>da</strong>s seguintes situações:1.instabili<strong>da</strong>de (≥3mm translação ou≥5° angulação); 2.diminuição <strong>da</strong> altura do disco de mais que 2mm; 3. adelgaçamento doanulus fibroso; 4.herniação do núcleo pulposo; 5.fenômeno do vácuo. c) índice deincapaci<strong>da</strong>de de Oswestry (ODI) ≥40; d) não responsiva ao <strong>tratamento</strong> conservador porseis meses; e) aceitar o protocolo e aderir ao seguimento. Seriam excluídos pacientes nasseguintes condições: a) mais de um nível de doença discal degenerativa; b) pacientescom pratos vertebrais envolvidos com dimensão inferior a 34,5mm nas direções mediallateral e/ou 27mm na ântero posterior; d) alergia ao titânio, polietileno, cobalto, crômio oumolibdênio; e) cirurgia de fusão prévia; f) corpo <strong>vertebral</strong> comprometido por trauma atualou passado; g) confirmação radiográfica de doença ou degeneração de faceta; h)espondilolistese lítica <strong>da</strong> espinha; i) osteoporose; j) dor lombar ou nas pernas de etiologiadesconheci<strong>da</strong>; k) doenças como: de Paget, osteomalácia ou qualquer doença metabólicaóssea, espondilolistese de grau maior que um, obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>, infecção sistêmica oulocal, doenças autoimunes, aids, cancer, hepatite; além de gravidez ou intenção de se


engravi<strong>da</strong>r nos próximos três anos.<strong>Cuiabá</strong>Inicialmente o cirurgião deveria ser treinado, em ca<strong>da</strong> centro, realizando três cirurgias. Onúmero total previsto de pacientes constituiria dos 50 tratados no treinamento doscirurgiões e mais 236 randomizados; desses 161 no grupo do disco e 76 no controle. Oestudo foi não cego. A amostra foi calcula<strong>da</strong> com base em critérios de “não inferiori<strong>da</strong>de”,e com a hipótese de que ocorreria uma diferença de sucesso não significante de 12,5%entre os grupos.O desfecho principal, considerado “sucesso total”, era a associação de 10 desfechosclínicos e radiológicos(ODI, SF-36, sucesso do dispositivo (sem remoção, revisão réoperação ou fixação suplementar), sucesso neurológico e sucessos radiológicos (seisdesfechos: migração, abaixamento, altura do disco, radiolucência, status <strong>da</strong> fusão emelhora <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de: extensão/flexão-ROM ). A taxa de sucesso total foi defini<strong>da</strong> comoo percentual de pacientes que obtinham sucesso nos dez desfechos. Durante o estudo oFDA 14 solicitou mu<strong>da</strong>nça alternativa em relação a definição de dois critérios (índice deincapaci<strong>da</strong>de de Oswestry (mu<strong>da</strong>nça de 15 pontos em relação ao basal) e mobili<strong>da</strong>de(ROM) (restauração do statos anterior à cirurgia )Resultados: O grupo do disco foi composto por 161 pacientes e o controle por 75. Osgrupos eram semelhantes nas características demográficas.Desfechos clínicos conforme definição dos autores 1.ODI (melhora de ≥15% em relação asituação de base):ocorreu melhora em ambos os grupos com diferença significante emrelação a situação anterior à cirurgia porem sem diferença entre os grupos. Aos 24 mesesde seguimento, 77,2% do grupo do disco e 64,8% do controle atingiram o limiar demelhora de mais de 15%. 2. SF-36: aos 24 meses houve melhora, em relação à situaçãobasal, de 79,2% no grupo do disco e de 70% no controle porém sem diferença estatística.3.Desfechos radiológicos: Apenas quanto a per<strong>da</strong> de altura do disco houve diferençaentre os grupos. Quanto a restauração <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de (ROM) foi alcança<strong>da</strong> por 93,7% dospacientes do disco. 4. Sucesso do dispositivo: atingido por 96,3 do grupo do disco e por97,3 do controle. 5. Sucesso neurológico: aos 24 meses foi alcançado por 91,2% no grupodo disco e em 81,4% no controle.Sucesso total: O principal desfecho foi alcançado por 63,5 do grupo do disco e por 45,1,5do grupo controle.Usando as definição <strong>da</strong> FDA: 1. ODI (melhora de ≥15 pontos em relação ao basal): o


<strong>Cuiabá</strong>grupo do disco atingiu 67,8% e o controle 54,9% (p=0,0449).2. Radiológicos: alcançadopor 85,5% pelo grupo controle e por 87,4% pelo grupo do disco.Sucesso total: presente em 53,4% do grupo do disco e em 40,8% no controle.Outros desfechos:1.tempo cirúrgico e 2.tempo de hospitalização foram menores no grupodo disco (p=0,0001); 3.Pontuação <strong>da</strong> dor (VAS): os grupos alcançaram significativaredução no escore de dor aos 24 meses mas sem diferença entre eles; 4.Pontuação desatisfação: melhor no grupo do disco, com 77% vs. 67%; 5. Uso de narcóticos: Dospacientes que alcançaram sucesso total, 39% do grupo do disco e 31% do controlepermaneciam em uso de narcóticos. Daqueles que não atingiram sucesso, 79% do discoe 76% do controle permaneciam em uso de narcóticos; 6.Complicações Não houvediferença entre os grupos. Ejaculação retrógra<strong>da</strong> foi detecta<strong>da</strong> em dois pacientes dogrupo do discoComentários: Estudo de investigação <strong>para</strong> dispensa do disco pelo FDA. Realizado com osuporte do fabricante e inspecionado pela FDA. Incluiu os mesmos pacientes deDelamarter 2003 6 e Delamarter 2005 15 . Como o estudo sobre o disco Charité, trata-setambém de um ensaio com<strong>para</strong>tivo “de não inferiori<strong>da</strong>de”, isto é, procura demonstrar queo produto experimental não é pior que o controle. A maioria dos comentários sobre oestudo deBlumenthal 2005 podem ser transportados <strong>para</strong> esse estudo. Preocupaprincipalmente, o fato de que 59,2% dos paciente do grupo <strong>da</strong> fusão e 46,6% dospacientes do grupo do disco não terem obtido sucesso. É também preocupante constatarque, dos pacientes que alcançaram sucesso, 31% do controle e 39% do grupo <strong>da</strong>intervenção permanecem tomando narcóticos.


Lombar/FlexiCore”<strong>Cuiabá</strong>1. Sasso RC, Foulk DM, Hahn M. Prospective, randomized trial of metal-onmetal<strong>artificial</strong> lumbar disc replacement: initial results for treatment ofdiscigenic pain. Spine 2008;33(2):123-31Objetivo: Com<strong>para</strong>r os resultados obtidos com ouso do disco <strong>artificial</strong> FlexiCore comaqueles obtidos pela fusão circunferencial no <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> dor causa<strong>da</strong> pela doençadiscal degenerativa de um só nível na espinha lombo sacra.Método: Ensaio clínico randomizado, multicêntrico. Randomização na proporção de2:1(disco:fusão). Os critérios de inclusão foram: pacientes com i<strong>da</strong>de entre 18 e 60 anos,com dor lombar e/ou radicular causa<strong>da</strong> por doença degenerativa discal de nível únicoRessonância magnética, tomografia computadoriza<strong>da</strong>, mielografia ou radiografias emflexão lateral/extensão demonstrando qualquer <strong>da</strong>s situações: 1.instabili<strong>da</strong>de translacional≥3mm; ou 2. instabili<strong>da</strong>de angular ≥ 5° ou 3. diminuição <strong>da</strong> altura do disco maior que2mm com<strong>para</strong>do com o disco vizinho. Deveria ter VAS e ODI de, no mínimo 40 pontosnuma escala de zero a 100 e sem melhora após seis meses de <strong>tratamento</strong> conservador.Seriam excluídos aqueles que tivessem um dos seguintes problemas:espondilose,espondilolistese no nível a ser tratado ou adjacente, modera<strong>da</strong> ou severa estenose,escoliose maior que 10°, modificações artríticas na faceta no nível ou adjacente ousignificativa instabili<strong>da</strong>de de movimento. Além disso não deveria ter artrite reumatóide,hepatite, doença maligna, osteoporose ou qual quer doença metabólica óssea ou em usode corticosteróides. Os pacientes incluídos eram avaliados as seis semanas, três meses,seis meses, 12 meses e 24 meses. A avaliação era basea<strong>da</strong> no índice de dor (VAS) e noíndice de incapaci<strong>da</strong>de (ODI). O grau de mobili<strong>da</strong>de foi avaliado no grupo do discocom<strong>para</strong>ndo as radiografias feitas antes <strong>da</strong> cirurgia com aquela tira<strong>da</strong>s depoisResultados: Foram randomizados 67 pacientes sendo que o grupo do disco ficou com45 e o <strong>da</strong> fusão com 22. Os paciente do grupo do disco tinha i<strong>da</strong>de média de 36 anos eIMC de 28. Em 32 a cirurgia foi no nível de L5-S1 e em 12 em L4-L5. O grupo controletinha i<strong>da</strong>de média de 41 anos e IMC de 28. Em 17 a cirurgia foi a nível de L5-S1, em cincoL4-L5 e em um a fusão incluiu dois níveis L4-L5 e L5-S1. O tempo cirúrgico e o tempo dehospitalização foram menores no grupo do disco (82 minutos vs. 179 min.) e (2 dias vs. 3dias). Antes <strong>da</strong> cirurgia o índice ODI foi de 62 no grupo do disco e de 58 no controle. Aos


<strong>Cuiabá</strong>24 meses esse índice diminuiu <strong>para</strong> seis no grupo do disco e <strong>para</strong> 12 no controle. Oíndice de dor (VAS) era de 86 no grupo do disco e de 82 no controle e passou <strong>para</strong> 16 e20 respectivamente aos 24 meses. A avaliação radiológica foi realiza<strong>da</strong> apenas na 6°semana e não revelou grandes alterações.Conclusões: “Os resultados desse estudo mostram que a substituição do disco <strong>vertebral</strong>pela prótese discal Flexicore com<strong>para</strong>m-se favoravelmente e talvez possa ser uma viávelalternativa à cirurgia de fusão <strong>para</strong> o <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> doença degenerativa discal. Afamiliari<strong>da</strong>de do cirurgião com o procedimento bem como uma meticulosa seleção dospacientes é essencial <strong>para</strong> que se obtenha bons resultados, que, em ultima análise,significa alivio <strong>da</strong> dor e manutenção <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de funcional do paciente”Comentários: Esse estudo, financiado pelo fabricante, apresenta resultados de doiscentros participantes do ensaio clínico que, sob supervisão do FDA, está estu<strong>da</strong>ndo o usodo disco FlexiCore <strong>para</strong> sua posterior liberação. O ensaio total incluiu 401 pacientes masseu resultado final ain<strong>da</strong> não foi divulgou. Nesse registro, de apenas dois centros, nãoapresentaram <strong>da</strong>dos fun<strong>da</strong>mentais <strong>para</strong> a análise do ensaio: não explicam com foicalcula<strong>da</strong> a amostra, não explicam a randomização, não fazem referencia à ocultaçãoe/ou mascaramento dos envolvidos e, além disso, não concluíram o tempo de seguimento<strong>para</strong> todos os desfechos. A conclusão dos autores é a mesma dos estudos já analisadosou seja, o disco é semelhante à fusão no <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> doença degenerativa discal. Outroregistro do mesmo ensaio já tinha sido divulgado por Tepper 2006 16 com relatos sobre osresultados em uma amostra de 56 pacientes (disco=36 e controle= 20). Os desfechosanalisados, os resultados e as conclusões são os mesmos apresentados no trabalhoanalisado.


XI.2.2.<strong>Disco</strong> Artificial Cervical<strong>Cuiabá</strong>Cervical/“Bryan”2.Sasso RC, Smucker JD, Hacker RJ, Heller JG. Artificial disc versusfusion:A prospective, randomized study with 2-year follow-up on 99patients.Spine 2007;32(26):2933-40Objetivo: Avaliar a segurança e a efetivi<strong>da</strong>de do uso do disco <strong>artificial</strong> inter<strong>vertebral</strong>cervical Bryan em pacientes com radiculopatias ou mielopatia causa<strong>da</strong> por doença discalcervical de um único nível com<strong>para</strong>ndo-o com a fusão cervical anteriorMétodo: Ensaio clinico randomizado multicêntrico realizado com a supervisão do FDA<strong>para</strong> a liberação do disco. Incluídos pacientes que apresentassem doença discaldegenerativa cervical de um único nível entre C3-C7, causando radiculopatia oumielopatia. Os pacientes deveriam ter estrutura óssea madura, ser maior que 21 ainos dei<strong>da</strong>de e não terem respondido a <strong>tratamento</strong> conservador por seis semanas. Os pacientesdeveria apresentar um escore no índice de incapaci<strong>da</strong>de cervical (NDI) ≥ 30%. Seriamexcluídos os pacientes que apresentassem significante deformi<strong>da</strong>de anatômica, tais comomodera<strong>da</strong> <strong>para</strong> avança<strong>da</strong> espondilose, sinais radiológicos de subluxação maior que3,5mm, ou angulação maior que 11° ou procedimentos prévios na mesma região. Osprincipais desfechos analisados foram: 1.NDI, escore de dor no braço (VAS), escore dedor cervical (VAS), e SF-36. As avaliações eram anterior aos procedimentos e pósprocedimentos as seis semanas, três, seis 12 e 24 meses. Os desfechos secundáriosforam as avaliações radiológicas. Ângulo de mobilização no nível do <strong>tratamento</strong> eraseguido por radiografia digital e avalia<strong>da</strong>s por dois observadores cegos alem <strong>da</strong>savaliações concernentes a uni<strong>da</strong>de funcional, altura, abaixamento do implante, migraçãodo implante. Estudos estatísticos avaliaram a situação anterior e posterior à cirurgia emrelação aos desfechos primários e secundários.Resultados: Foram incluídos 56 pacientes no grupo do disco e 59 no grupo controle. Aavaliação aos 12 meses de seguimento foi possível em 110 pacientes e aos 24 meses em99 pacientes. Os <strong>da</strong>dos demográficos eram semelhantes entre os grupos, desses a i<strong>da</strong>demédia dos pacientes no grupo do disco foi de 43 anos e no controle de 46. O tempocirúrgico foi de 1,1 hora no grupo controle e de 1,7 horas no grupo do disco; tempo de


<strong>Cuiabá</strong>hospitalização foi de 0,6 dias no controle e de 0,9 dias no disco. O índice médio NDIanterior a cirurgia não apresentou diferença estatística entre os grupos(47 vs. 49). Aosdois anos de seguimento o índice passou <strong>para</strong> 11 no disco e <strong>para</strong> 20 no controle(p=0,005). O índice médio de dor no braço (VAS) anterior à cirurgia foi de 70 (disco) e de71(controle). Aos dois anos esses índices passaram <strong>para</strong> 14 (disco) e 28 (controle)(p=0,014). O índice médio de dor cervical (VAS) anterior à cirurgia foi de 72 (disco) e de73 (controle). Aos dois anos passaram <strong>para</strong> 16 (disco) e 32 (controle) (p=0,005). SF-36anterior à cirurgia foi de 34 (disco) e de 32 (controle). Aos dois anos passaram <strong>para</strong>51(disco) e 46 (controle) (p=0,009). Quanto aos desfechos secundários, aos dois anos, ogrupo do disco conseguiu uma média de 7,9 graus de flexão/extensão enquanto ocontrole alcançou apenas 0,6 graus. A necessi<strong>da</strong>de de ré-operação ocorreu em seispaciente, quatro no controle e dois no grupo do disco. Não foram verifica<strong>da</strong>scomplicações durante os procedimentos cirúrgicos assim como complicaçõesneurológicas ou vasculares. Não ocorreram também fusões espontâneas e nem falhas nodisco.Conclusões: Os autores concluem que o disco <strong>artificial</strong> Bryan com<strong>para</strong>-sefavoravelmente à discectomia com fusão anterior <strong>para</strong> o <strong>tratamento</strong> de pacientes comnível único de doença discal degenerativa cervical. E que, aos dois anos de seguimentoocorreram melhoras estatisticamente significante em relação aos desfechos clínicos.Entretanto <strong>da</strong>dos relativos a maior tempo de seguimento serão necessários <strong>para</strong> seprovar se essa tecnologia é melhor que a cirurgia padrão de fusão anterior.Observações: Esse estudo apresenta <strong>da</strong>dos parciais de um estudo maior,multicêntrico(35 locais) que procura demonstrar a segurança do disco <strong>para</strong> ter sualiberação pelo FDA. Embora não tenham ain<strong>da</strong> sido divulgados (ultima pesquisa em11/07/08) os resultados finais, o site do FDA apresenta todos os <strong>da</strong>dos relativos à 300paciente seguidos por dois anos 17Esse sumário informa que o ensaio foi de não inferiori<strong>da</strong>de e que a amostra deveria ter470 pacientes (245 investigação e 225 controle). O desfecho principal (sucesso total) eracomposto por vários outros desfechos:1. Melhora de, no mínimo, 15 pontos em relação alinha de base no escore do Índice de incapaci<strong>da</strong>de cervical(NDI), 2. manutenção oumelhora na situação neurológica (função motora, sensorial e reflexos), 3.sem sérioseventos adversos associado ao implante ou associado ao implante/procedimento cirúrgicoe 4.sem procedimentos cirúrgicos adicionais classificados como falha. Os desfechos


<strong>Cuiabá</strong>radiológicos foram definidos com secundários. Sucesso radiológico do grupo controle foidefinido como presença de fusão no segmento tratado.Os resultados mostraram que foram incluídos 242 pacientes no grupo investigacional e221 no controle. As características demográficas entre os grupos eram semelhantes. Aos24 meses de seguimento foram avaliados <strong>da</strong>dos relativos à 168 pacientes no grupo dodisco e 164 no controle. Os resultados mostram que, em relação ao nível <strong>da</strong> lesão, emC3-C4 foram realiza<strong>da</strong>s apenas no grupo do disco (três paciente=1,2%), C4-5 em 12 dodisco (5%) e em 17 do controle (7,7%), C5-6 em 140 do disco (57,9%) e em 110 docontrole (49,8%), C6-7 em 87 do disco (36%) e em 94 do controle (42,5%). O número deeventos adverso foi muito alto ( 83,5 % no grupo do disco vs. 78,7% no controle) nos doisgrupos porém sem diferença estatística. Desses eventos, sérios eventos (grau 3 e 4 pelaOrganização Mundial de Saúde) ocorreram em 26,4% no grupo do disco e em 24,9% nocontrole; dor no pescoço e no braço ocorreram em 47,5% no grupo <strong>da</strong> intervenção e em43,4% no controle, ocorreram 19,8% de eventos neurológicos no grupo do disco e em20,8% no controle. Eventos sérios relacionados com o implante e/ou procedimentoocorreram em 1,7% no grupo do disco e em 3,2% no controle. Subseqüentesintervenções foram realiza<strong>da</strong>s em 2,5% dos pacientes do grupo do disco e em 4,1% nocontrole. Em relação ao desfecho principal (sucesso total), esse ocorreu em 80,6% dospaciente do grupo do disco e em 70,7% no controleComentários: Como em todos os outros ensaios realizados <strong>para</strong> avaliação de disco<strong>artificial</strong>, também esse é financiado pelo fabricante do disco e, também como em todos osoutros de “não inferiori<strong>da</strong>de”, esse também apresenta seus <strong>da</strong>dos e com<strong>para</strong>ções semmostrar a precisão do resultado pelo fato de que todos os resultados são analisados eapresentados sem o respectivo Intervalo de confiança. Além disso esses <strong>da</strong>dos sãorelativos à apenas 69,4% dos pacientes alocados <strong>para</strong> o grupo do disco e de apenas74,2% do controle. Um outro <strong>da</strong>do preocupante é o índice de efeitos adversosapresentados pelos dois grupos.


Cervical/Prestige<strong>Cuiabá</strong>Mummaneni PV, Burkus JK, Haid RW, Traynelis VC, Zdeblick TA. Clinicaland radiograhic analysis of cervical disc arthroplasty compared withallograft fusion:a randomized controlled clinical trial. J Neurosurg Spine2007;6(3):198-209(absctract)Objetivo: Com<strong>para</strong>r os resultados obtidos com o uso do disco <strong>artificial</strong> cervical PrestigeSt. com aqueles alcançados com a discectomia cervical anterior e fusão (ACDF) empacientes com doença degenerativa discal sintomática de um único nívelMétodo: Ensaio clínico randomizado multicêntrico que incluiu pacientes com doençadegenerativa discal de um único nível e com radiculopatia.Resultados: Foram incluídos 541 pacientes (276 no grupo do disco e 265 no grupocontrole). A análise dos desfechos clínicos e radiológicos foram obti<strong>da</strong>s de 80% dospacientes do grupo do disco e de 75% do controle ao fim de dois anos de seguimento. Osescores do índice de incapaci<strong>da</strong>de cervical (NDI) mostraram melhora de dois pontos amais no grupo do disco que no grupo controle; a taxa de sucesso neurológico do grupo dodisco foi também maior que no grupo controle; o grupo do disco apresentou menornúmero de revisões cirúrgicas e de fixação suplementar que no grupo controle. A analisede outros desfechos mostrou que: o grupo do disco apresentou melhora média maior noescore do SF-36 que o controle, o alívio <strong>da</strong> dor cervical foi maior no grupo do disco, oretorno ao trabalho dos pacientes do grupo do disco ocorreu 16 dias mais cedo que nocontroleConclusões: “O disco <strong>artificial</strong> Prestige ST Cervical Disc System manteve a mobili<strong>da</strong>defisiológica do segmento aos 24 meses após sua implantação e esteve associado commelhora neurológica e clínica e com uma reduzi<strong>da</strong> taxa de cirurgias secundárias, quandocom<strong>para</strong><strong>da</strong> com o controle”Comentários: Estudo realizado pelo fabricante com a supervisão do FDA <strong>para</strong> aliberação do disco. Infelizmente só tivemos acesso ao resumo do trabalho, porem no site<strong>da</strong> FDA há um sumario do trabalho. 18 mostrando que foi um estudo randomizado (1:1),com método estatístico de “não inferiori<strong>da</strong>de”. Foram incluídos pacientes com base nosseguintes critérios:Doença discal degenerativa acompanha<strong>da</strong> de dor na nuca de origem


<strong>Cuiabá</strong>discogênica; doença de um único nível entre C3 e C7 confirma<strong>da</strong> por história eradiografias. A doença degenerativa era confirma<strong>da</strong> se apresentasse herniação e/ouosteofitos; <strong>tratamento</strong> conservador prévio de, no minimo, seis semanas; sinais deprogressão <strong>para</strong> compressão medular ou raiz do nervo; sem cirurgias prévias no mesmonível; i<strong>da</strong>de maior de 18 anos; Índice de incapaci<strong>da</strong>de cervical (NDI) maior que 30; dorcervical pré-operatória maior que 20. Os critérios de exclusão foram basicamente osmesmos de estudos anteriores com acréscimo de, mulheres brancas com mais de 60anos, mulheres pós menopáusicas que tivessem apresentado alguma fratura nãotraumática de bacia, espinha ou pulso, homens com mais de 60 anos que tivessemapresentado fratura espontânea de bacia ou espinha, entre outros fatores. Os pacientesforam avaliados antes <strong>da</strong> cirurgia, durante a cirurgia e as seis semanas, três, seis12 e 24 meses. Os principais desfechos foram avaliados aos 12 e 24 meses eforam:1.dor/incapaci<strong>da</strong>de cervical medido pelo questionário do índice deincapaci<strong>da</strong>de cervical (NDI). Sucesso foi definido como melhora em 15 pontos apartir dos <strong>da</strong>dos de base; 2.situação neurológica com base na função motora esensorial alem de reflexos. Sucesso neurológico foi definido como manutenção oumelhora em relação ao estado de base; 3.medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> altura e funcionali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>espinha. A amostra foi calcula<strong>da</strong> com base nos critérios de não inferiori<strong>da</strong>de e deque o sucesso do disco não seria mais que 10% inferior ao controle.Os resultados mostraram que não houve diferença entre os grupos quanto aos<strong>da</strong>dos demográficos nem quanto à avaliação pré-operatória relativas a NDI, SF-36,escore de dor cervical e escore de dor no braço. Quando os desfechos sãoavaliados “por protocolo”, os resultados são os seguintes: em relação à “dorcervical”, ocorreu melhora de 93,8% no grupo do disco e de 81,8% no controle;“dor no braço” ocorreu melhora em 90,6% no grupo do disco e em 94,2% nocontrole; sucesso em “SF-36” ocorreu em 85,8% e em 85,75 respectivamente.Quando a avaliação é por ITT os resultados são os seguintes:Sucesso em NDI,77,4% disco e 66,9% controle; sucesso neurológico, 87,6% no disco e 70,9 nocontrole; sucesso total, 56,2% no disco e 39,2 no controle.Concluem que:“o sucesso total, isto é, melhora nos desfechos dolorosos e deincapaci<strong>da</strong>des, nos desfechos neurológicos, na manutenção <strong>da</strong> altura do disco


<strong>Cuiabá</strong>assim como em relação aos efeitos adversos, forma a base <strong>para</strong> demonstrar aefetivi<strong>da</strong>de do disco e de que os resultados proporcionam uma razoável segurançade que o “Prestige Cervical Disc” é seguro e efetivo <strong>para</strong> uso em indica<strong>da</strong>população”.O FDA aprovou o disco e impôs algumas condições <strong>para</strong> o grupo responsável,dentre essas as seguintes:1.realização de um estudo aos sete anos pós aprovação<strong>para</strong> avaliar a segurança e efetivi<strong>da</strong>de a longo prazo. Os <strong>da</strong>dos deverão sercoletados aos 3, 5 e 7 anos em todos os pacientes. 2.condução de estudoobservando especificamente a questão <strong>da</strong> segurança concernente aos efeitosadversos durante os próximos cinco anosComentários adicionais: As conclusões são as mesmas em relação aos outrosestudos. Novamente nesse estudo os <strong>da</strong>dos são apresentados sem a preocupaçãocom a precisão dos mesmos uma vez que a intenção inicial é demonstrar “nãoinferiori<strong>da</strong>de”Cervical/ProDisc1.Nabhan A, Ahlhelm F, Shariat K, Tobias P, Oliver S, Steudel Wolf-Ingo,Pape D. The proDisc-C Prothesis: Clinical and Radiological experience 1year after surgery. Spine 2007;32(18):1935-41Objetivo: O principal objetivo foi o de analisar a mobili<strong>da</strong>de cervical após o uso <strong>da</strong>prótese discal em pacientes com radiculopatia, com<strong>para</strong>ndo a motili<strong>da</strong>de com um grupocontrole composto por pacientes que receberam discectomia com fusão anterior (ACDF).Secun<strong>da</strong>riamente avaliar os resultados clínicos dos dois grupos.Método: Ensaio clínico randomizado cujos critérios de inclusão foram: doença do discocervical de um só nível entre C3-C7 em paciente com i<strong>da</strong>de entre 20 e 60 anos, compresença de sinais de compressão neurológica e paresia, hernia discal e que nãorespondeu ao <strong>tratamento</strong> conservador. Seriam excluídos pacientes que apresentassemmarca<strong>da</strong> instabili<strong>da</strong>de cervical em repouso ou em radiografias de extensão flexão comangulação maior que 11° ou translação maior que 3mm. Seriam também excluídos


<strong>Cuiabá</strong>pacientes com mielopatia, radiografia mostrando severa degeneração de faceta,osteoporose, artrite reumatóide, infecção, doença maligna, doenças sistêmicas oualergias aos componentes do disco. A motili<strong>da</strong>de foi avalia<strong>da</strong> por imagens radiológicasestereométricas (Roentgen stereometric analysis (SRA)) e os desfechos clínicos como dorno braço e no pescoço foram valiados usando escala visual (VAS). Todos os desfechosforam avaliados antes e nas primeira, terceira, sexta, 12°, 24° e 52° semanas depois <strong>da</strong>cirurgia.Resultados: Foram incluídos 49 pacientes, desses, 24 foram tratados com fusão e 25com disco <strong>artificial</strong>. Após a randomização foram excluídos oito pacientes, cinco do grupo<strong>da</strong> prótese e três <strong>da</strong> fusão, além disso, um paciente do grupo do disco morreu por severahemorragia subaracnóide seis semanas após a cirurgia. As analises foram feitos com<strong>da</strong>dos de 41 pacientes. A i<strong>da</strong>de média foi de 44 anos. No grupo do disco, em com<strong>para</strong>çãocom os estudos radiográficos anteriores à cirurgia, na primeira semana ocorreu um valormédio e um desvio padrão <strong>para</strong> a motili<strong>da</strong>de de 2,3(1,1), entretanto, quando feita ascom<strong>para</strong>ções as 12, 24 e 52 semanas após a cirurgia, essa motili<strong>da</strong>de não apresentadiferença em relação ao encontrado na sexta semana (p>0,05). O mesmo ocorreu emrelação à translação médio lateral, cranio-cau<strong>da</strong>l e ântero posterior. Em relação os grupocontrole, o valor médio e o erro padrão <strong>da</strong> motili<strong>da</strong>de decresceu de 0,60 (2,2) na primeirasemana <strong>para</strong> 0,1(0,3) após 52 semanas. Entretanto, as 12, 24 e 52 semanas posterioresa cirurgia já não ocorre mu<strong>da</strong>nça em relação ao valor obtido após seis semanas. Quandocom<strong>para</strong>dos os dois grupos, o valor médio <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de apresenta<strong>da</strong> em translaçãomédio-lateral, craniocau<strong>da</strong>l e antro posterior mostrou significante diferença entre osgrupos com exceção <strong>da</strong> três primeiras semanas. Os resultados dos desfechos clínicosmostraram que o valor média e o desvio padrão do escore <strong>da</strong> escala visual caiu de6,0(1,2) antes <strong>da</strong> cirurgia <strong>para</strong> 1,8(0,3) após 52 semanas no grupo do disco e de 6,2(0,9)<strong>para</strong> 2,0(0,3) após 52 semanas no grupo controle. Quando com<strong>para</strong>dos entre si nãohouve diferença estatística entre os grupos quanto ao alívio <strong>da</strong> dor cervical ou do braço.Nenhum dos grupos mostrou ocorrência de degenerescência no segmento adjacenteapós um ano de seguimento.Conclusão: A prótese cervical manteve a motili<strong>da</strong>de do segmento nas primeiras 12semanas após a cirurgia. A discectomia anterior (ACDF) resultou em fusão após 12semanas <strong>da</strong> cirurgia. Após os dois procedimentos ocorreu uma significativa redução <strong>da</strong>dor no pescoço e no braço nos dois grupos sem diferença estatística entre eles.


<strong>Cuiabá</strong>Comentários: Estudo randomizado com pequena amostra e sem explicitação de como foicalculado o seu tamanho. Os autores colocam a motili<strong>da</strong>de com desfecho principal porémnão analisam se a manutenção dessa mobili<strong>da</strong>de no grupo do disco correlacionapositivamente com melhora clínica.2. Cervical ProDisc: O site do FDA apresenta o sumario de um trabalho feito <strong>para</strong>liberação do disco ProDisc 19 : Informa que o objetivo do estudo foi o de determinar se ouso do disco <strong>artificial</strong> (ProDisc C) era não inferior ao uso <strong>da</strong> fusão anterior no <strong>tratamento</strong><strong>da</strong> dor discogênica associa<strong>da</strong> com doença sintomática degenerativa do disco cervical. Oscritérios de inclusão foram:1.doença degenerativa cervical sintomatológica entre os níveisC3 a C7, defini<strong>da</strong> com dor cervical ou no braço (radicular) e/ou deficit funcionalneurológico com, no mínimo uma <strong>da</strong>s seguintes condições confirma<strong>da</strong>s por imagens(CT,MRI ou Raio X): núcleo pulposo herniado, espondilose (defini<strong>da</strong> pela presença deosteofitos) e per<strong>da</strong> <strong>da</strong> altura discal; 2. i<strong>da</strong>de entre 18 e 60 anos; 3.não responsiva a<strong>tratamento</strong> conservador por, no mínimo, seis semanas; 3. índice de incapaci<strong>da</strong>de cervical(NDI) maior ou igual a 15/50(30%). Os critérios de exclusão incluíram, entre outros, osseguintes tópicos;1. Mais de um nível; 2. marca<strong>da</strong> instabili<strong>da</strong>de; 3.espondilose severa;4.osteoporose; etc. Os pacientes foram randomizados <strong>para</strong> os dois grupos ficando ogrupo do disco com 103 pacientes e o grupo <strong>da</strong> fusão com 106. Os desfechos foramavaliados após 24 meses de seguimento. A avaliação final foi feita em 96,5% dospacientes incluídos. Os <strong>da</strong>dos demográficos foram semelhantes entre os grupos. Osresultados foram avaliados seguindo critérios pré definidos pelo protocolo e critériosdeterminados pelo FDA. Os resultados, de acordo com o protocolo e com os critériosdefinidos pelo FDA, mostraram não inferiori<strong>da</strong>de do grupo do disco em relação aocontrole. O trabalho conclui que: “as evidências....produzem razoável segurança que oProDisc é seguro e efetivo <strong>para</strong> a reconstrução do disco entre C3 e C7 após discectomiaem um único nível, <strong>para</strong> doença discal cervical degenerativa sintomática; e que o disconão é inferior à fusão nas indicações estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s”.Em dezembro de 2007 o FDA aprovou o uso do disco com as seguintes condições: 1.Osresponsáveis deverão conduzir um estudo de pós liberação com seguimento de longoprazo <strong>para</strong> avaliar segurança e efetivi<strong>da</strong>de do disco. O estudo deve envolver os mesmospacientes dos dois grupos(disco e controle) do presente estudo assim como novospaciente que receberem o disco como <strong>tratamento</strong>, mantendo o acompanhamento por seteanos(84 meses). Esse estudo deverá avaliar, alem dos desfechos previamente avaliados,


<strong>Cuiabá</strong>os efeitos adversos assim como degeneração do segmento adjacente ao disco, migração,altura do disco, etc. Os <strong>da</strong>dos do estudo deverão ser apresentados a ca<strong>da</strong> seis mesesnos primeiros dois anos e, depois anualmente até o final do estudo.XII- Estudos não incluídos:1.JNA Gibson, G Waddell. Surgical interventions for lumbar disc prolapse.Cochrane Database of Systematic Reviews 2007, Issue 2. Art. No.:CD001350. DOI:10.1002/14651858.CD001350.pub41.1.Razão <strong>da</strong> não inclusão:Não incluiu ensaios avaliando o uso de prótesediscal2. Le Huec JC, Mathews H, Basso Y, Aunoble S, Hoste D, Bley B, Friesem T.Clinical results of Maverick Lumbar Total Disc Replacement: two-yearprospecive follow-up. Orthop Clin N Am.2005;36:315-222.1.Razão <strong>para</strong> não inclusão: Estudo não randomizado e não com<strong>para</strong>tivo3.Coric D, Finger F, Boltes P. Prospective randomized controlled study ofthe Bryan Cervical Disc: early clinical results from a single investigationalsite.Journal of neurosurgery.spine.2006;4(1):31-53.1 Razão <strong>para</strong> a não inclusão: Esse estudo, muito provavelmente, fazparte do estudo de Sasso et al(2007)4.Tepper G, Wolf SB, Feldman l,Secter M. Artificial lumbar disc replacmentvs. Circunferencial fusion for the treatment of discogenic pain: a prospectiverandoized study. EuroSpine 2006. 8 th Annual meeting of the European spinesociety, 25-28 Octuber 2006, Istanbul, Turkey-Abstract4.1Razão <strong>para</strong> não inclusão: Pacientes desse estudo foram incluídos noestudo de Sasso et,al(2008)5.Tortolani PJ, Cunningham BW, Eng M, McAfee PC, Holsapple GA, A<strong>da</strong>msKA. Prevalence of heterotopic ossification following total disc replacement. Aprospective, randomized study of two hundred and seventy-six patients. TheJournal of bone and joint surgery.2007;89(1):82-85.1Razão <strong>para</strong> não inclusão: Análise de <strong>da</strong>dos não relevantes do estudo de


McAFee et al<strong>Cuiabá</strong>6.Delamarter R, Bae HW, Pradhan BB. Clinical results of ProDisc-II lumbartotal disc replacement: Report from the United Sates Clinical Trial. OrthopClin N Am. 2005;36:301-136.1.Razão <strong>para</strong> não inclusão: Pacientes desse estudo foram analisado eavaliados no mesmo estudo de Zigler et al (2007)XI-Discussão: Nosso trabalho procurava responder se o uso do disco <strong>artificial</strong>, lombar oucervical, seria superior a artrodese por fusão na melhora dos desfechos clínicos como dor,quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e satisfação dos pacientes; se diminuía a incidência de degeneraçãodiscal adjacente à prótese e se a incidência de complicações eram menores que as <strong>da</strong>artrodese por fusão, no <strong>tratamento</strong> <strong>da</strong> doença discal degenerativa. Nenhum dos trabalhosavaliados conseguiu responder a essas dúvi<strong>da</strong>s e, ao contrário disso, todos os trabalhosmostraram que os dois procedimentos são semelhantes quanto aos benefícios emalefícios e, muitas vezes, deixando dúvi<strong>da</strong>s se os benefícios são superiores aosmalefícios. São muitos os pacientes que continuam fazendo uso de narcóticos após acirurgia. O acompanhamento e a constante avaliação de todos os pacientesrandomizados dos ensaios clínicos poderão trazer alguma resposta no longo prazo. Esseseguimento, como foi requerido, em praticamente todos os trabalhos, pelo FDA, já vemsendo realizado e a divulgação recente do trabalho de McAfee 2006 13 traz a preocupaçãocom o número de revisões já realiza<strong>da</strong>s e, principalmente, com a incidência de lesõesvasculares ocorri<strong>da</strong>s quando <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> cirurgia (16,7%). Outra dúvi<strong>da</strong> que também trazpreocupação é sobre a vi<strong>da</strong> útil do disco uma vez que na grande maioria dos casos, ospacientes que necessitarão dessa tecnologia têm i<strong>da</strong>des variando entre 30 e 50 anos.Seria, portanto, necessário que a vi<strong>da</strong> útil do disco fosse de, pelo menos, 40 anos <strong>para</strong> seevitar nova cirurgia. Infelizmente não temos trabalhos com<strong>para</strong>ndo a tecnologia com o<strong>tratamento</strong> conservador. Os trabalhos com<strong>para</strong>ndo a fusão com <strong>tratamento</strong>s médicoconservadores são contraditórios e não podem ser transpostos <strong>para</strong> o disco. Um dosargumentos <strong>para</strong> o uso do disco é o de que ele mantem a motili<strong>da</strong>de do segmentooperado e, em conseqüência, diminuiria a possibili<strong>da</strong>de de aparecimento de lesõesdegenerativas adjacentes, entretanto, embora ain<strong>da</strong> com pouco tempo de seguimento, ostrabalhos avaliados não confirmam essa assertiva. Por outro lado, é totalmentecontraditório o uso <strong>da</strong> motili<strong>da</strong>de, enquanto desfecho com<strong>para</strong>do nos ensaios, uma vez


<strong>Cuiabá</strong>que as duas tecnologias possuem bases distintas. Enquanto a lógica de uma é amanutenção <strong>da</strong> motili<strong>da</strong>de <strong>para</strong> a possível prevenção de degeneração futura, a <strong>da</strong> outra éexatamente o impedimento <strong>da</strong> motili<strong>da</strong>de <strong>para</strong> diminuir a possibili<strong>da</strong>de de compressãoneurológica. Durante nossa busca por ensaios e/ou revisões sistemáticas, recuperamostambém quatro estudos de avaliação tecnológicas, desses um tinha sido incluído narevisão <strong>da</strong> “Ontario Health Tecnology Advisory committee 2006 e foi o único querecomendou o uso dos discos artificiais 20 , to<strong>da</strong>s as outras avaliações 21-23 advertiam que otempo de seguimento ain<strong>da</strong> era curto e que deveriam ser concluí<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as etapasrecomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelos órgão de regulamentação, sendo que uma dessas avaliaçõesconsidera a tecnologia ain<strong>da</strong> em fase experimental 22 . A maioria dos trabalhos vem sendomonitorados pelo FDA e futuros <strong>da</strong>dos deverão trazer novas informações sobre aefetivi<strong>da</strong>de e a segurança do uso desse dispositivoXIII – Conclusões <strong>da</strong> Revisão: Os estudos avaliados demonstraram que o uso do disco inter<strong>vertebral</strong> lombar oucervical <strong>para</strong> o <strong>tratamento</strong> sintomatológico <strong>da</strong> doença degenerativa discal traz osmesmos benefícios clínicos <strong>da</strong> artrodese por fusão e apresenta riscos similares. O seguimento de pacientes de um dos estudos mostrou necessi<strong>da</strong>de de revisãocom grande índice de lesões vasculares quando <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> cirurgia. O tempo de acompanhamento dos pacientes incluídos nos estudos ain<strong>da</strong> não foisuficiente <strong>para</strong> garantir a sua segurança a médio e longo prazo.XIV – Recomen<strong>da</strong>ção final:


<strong>Cuiabá</strong> Considerando que a melhora dos desfechos clínicos alcança<strong>da</strong> com o uso<strong>da</strong> tecnologia avalia<strong>da</strong> (prótese discal) não difere <strong>da</strong> melhora alcança<strong>da</strong> pelatecnologia atualmente emprega<strong>da</strong> (artrodese por fusão) <strong>para</strong> o <strong>tratamento</strong>cirúrgico <strong>da</strong> doença degenerativa discal, a Câmara Técnica Nacional deMedicina Basea<strong>da</strong> em Evidências recomen<strong>da</strong> que: 1.A decisão sobre a incorporação poderá ser fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> apenas naanálise de custo <strong>da</strong>s duas tecnologias. 2.Se for toma<strong>da</strong> a decisão pela incorpora<strong>da</strong> dessa tecnologia, os pacientes aela submetidos ou seus responsáveis, deverão assinar “termo deconsentimento informado”, no qual o cirurgião responsável pelo ato cirúrgicoe pelo acompanhamento, deverá explicitar as possíveis futurascomplicações assim como as possíveis futuras necessi<strong>da</strong>de de revisão comnova cirurgia e, conseqüentemente, com novos riscos. 3.Caso essa tecnologia seja incorpora<strong>da</strong>, deve ser exigi<strong>da</strong> a rigorosaobrigação <strong>para</strong> que cirurgiões sigam os mesmos critérios de inclusão e deexclusão aplicados nos ensaios avaliados.XV – Bibliografia:


<strong>Cuiabá</strong>1.Mirza SK, Deyo RA Systematic review of randomized trials comparing lumbarfusiopain.Spine2007;32:816surgery to nonoperatve care for treatment of chronic back2.JNA Gibson, G Waddell. Surgery for degenerative lumbar spondylosis. CochraneDatabase of Systematic Reviews 2005, Issue 4.3.Food and Drug Administration. Summary of safety and effectiveness <strong>da</strong>ta.Prosthesis inter<strong>vertebral</strong> disc [report on the Internet]. July/2008. Disponível em:http://www.f<strong>da</strong>.gov/ohrms/dockets/dockets/05m0092/05m-0092-aav0001-03-SSED-vol1.pdf (julho de 2008)4.McAfee PC, Fedder IL, Saiedy S, Shucosky EM, Cunningham BW. SB charitédisc replacement: report of 60 prospective randomized cases in a US center. JSpinal Disord Tech.2003;16(4):424-335.Zigler JE, Burd TA, Vialle em, Sachs BL, Rashbaum RF, Ohnmeiss DD. Lumbarspine arthroplasty: early results using the Prodisc II: a prospective randomized trialof arthroplasty versus fusion. J Spinal Disord Tech.2003;16(4):352-616.Delamarter RB, Fribourg DM, Kanim LE, Bae H. ProDisc <strong>artificial</strong> total lumbar discreplacement: introduction and early results from the United States clinical trial.Spine 2003; 28(20): S167-S1757.Blumenthal S, McAfee PC, Guyer RD, Hochschuler SH, Geisler FH, Holt RT et al.A prospective, randomized, multicenter Food and Drug Administrationinvestigational device exemptions study of lumbar total disc replacement with theCHARITE <strong>artificial</strong> disc versus lumbar fusion: part I: evaluation of clinical outcomes.Spine 2005; 30(14): 1565-15758.Guyer RD, McAfee PC, Hochschuler SH, Blumenthal SL, et al. Prospectiverandomized study of the Charité <strong>artificial</strong> disc: <strong>da</strong>ta from two investigationalcenters.The spine journal 2004;4:252S-259S9.Pocock SJ. The pros and cons of noninferiority trials. Fun<strong>da</strong>m Clin Pharmacol


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<strong>Cuiabá</strong>16.Tepper G, Wolf SB, Feldman l,Secter M. Artificial lumbar disc replacment vs.Circunferencial fusion for the treatment of discogenic pain: a prospective randoizedstudy. EuroSpine 2006. 8 th Annual meeting of the European spine society, 25-28Octuber 2006, Istanbul, Turkey-Abstract17.FDA Executive SummaryP060023. BRYAN Cervical Disc From MetronicSofamor Danek. July 17, 2007. Disponível em:http://www.f<strong>da</strong>.gov/OHRMS/DOCKETS/ac/07/briefing/2007-4305b1-09.pdf18.SUMMARY OF SAFETY AND EFFECTIVENESS DATA. PRESTIGE® CervicalDisc System. Dispon´vel em: http://www.f<strong>da</strong>.gov/cdrh/pdf6/p060018b.pdf19.SUMMARY OF SAFETY AND EFFECTIVENESS DATA GENERALINFORMATION Device Generic Name: Total Cervical Disc ReplacementDeviceTrade Name: ProDiscTM-C Total Disc Replacement: disponível em:http://www.f<strong>da</strong>.gov/cdrh/pdf7/p070001b.pdf Acesso em agosto de 200820.Prosthetic inter<strong>vertebral</strong> disc replacement in the cervical spine (Structure<strong>da</strong>bstract) National Institute for Clinical Excellence Original Author(s): NationalInstitute for Clinical Excellence : 200521.Artificial in<strong>vertebral</strong> disc or the replacement of degenerative lumbar or cervicaldiscs in patients suffering disabling, chronic pain. Horizon Scanning PrioritisingSummary - Volume 1 (Brief record) Adelaide Health Technology Assessment(AHTA) on behalf of National Horizon Scanning Unit (HealthPACT and MSAC)Original Author(s): Mundy L, Merlin T : 200622.Rapid assessment of emerging spine technologies: inter<strong>vertebral</strong> discreplacement and vertebro/balloon kyphoplasty (Brief record) Belgian Health Care


<strong>Cuiabá</strong>Knowledge Centre (KCE) 2006.Original Author(s): Vlayen J, Camberlin C, PaulusD23 Artificial lumbar disc replacement (Structured abstract) Blue Cross Blue ShieldAssociation Original Author(s): Blue Cross Blue Shield Association: 2007Dr. Valfredo <strong>da</strong> Mota MenezesConsultor em MBE/<strong>Unimed</strong> <strong>Cuiabá</strong>

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