Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast)
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<strong>Re<strong>de</strong></strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Atenção <strong>Integral</strong> à Saú<strong>de</strong> (<strong>Renast</strong>)até a última edição, no mês <strong>de</strong> julho <strong>do</strong> mesmo ano.Embora tenha si<strong>do</strong> uma boa iniciativa, são necessáriosoutros mecanismos horizontais <strong>de</strong> comunicação, maiscondizentes com a noção <strong>de</strong> re<strong>de</strong>.Por certo, a disponibilização <strong>de</strong> recursos financeirosmensais da <strong>Renast</strong> para o funcionamento <strong>do</strong>sCerest <strong>de</strong>veria estabelecer mecanismos mais orgânicos<strong>de</strong> articulação e comunicação, exigin<strong>do</strong> contrapartidas<strong>de</strong> cada nível local nessa direção. A ausência <strong>de</strong>indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong> re<strong>de</strong> éum fator central <strong>do</strong> problema. A tendência tem si<strong>do</strong><strong>de</strong> exigir indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>s Cerest na linhaassistencial, o que agrava o problema.4) A heterogeneida<strong>de</strong> da inserçãoinstitucional <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> referênciaA falta <strong>de</strong> padronização da inserção <strong>do</strong>s Cerest nassecretarias estaduais e municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ainda é umponto crítico da saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r no SUS, uma vezque, com a criação e implantação da <strong>Renast</strong>, persistemproblemas <strong>de</strong>ssa or<strong>de</strong>m.Ainda nos anos <strong>de</strong> 1999 e 2000, foi feita pela Cosat,por meio <strong>do</strong> informativo em re<strong>de</strong> (Info<strong>Re<strong>de</strong></strong>ST), umatentativa <strong>de</strong> levantamento da inserção institucional <strong>do</strong>sprogramas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, estima<strong>do</strong>s em 150à época. Seu objetivo era, a partir <strong>de</strong> um diagnóstico,avançar na padronização das estruturas que, inseridasem inúmeros locus, não guardavam qualquer coerênciapolítico-institucional entre si.Havia, ainda, uma discrepância <strong>de</strong> <strong>de</strong>nominaçõesque refletia, concretamente, a falta <strong>de</strong> uma perspectivacomum e integra<strong>do</strong>ra. 19 A questão se reportava aos primeirosprogramas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r da década<strong>de</strong> 1980, que surgiram como experiências isoladas e<strong>de</strong>sconectadas entre si.As inserções <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r,anteriores à criação da <strong>Renast</strong>, eram muitovariadas, ora em setores <strong>de</strong> Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica,<strong>de</strong> Vigilância Sanitária, da <strong>Re<strong>de</strong></strong> Assistencial, e mesmoliga<strong>do</strong>s diretamente à gestão.Com a <strong>Renast</strong>, as diversas <strong>de</strong>signações <strong>do</strong>s programas,como coor<strong>de</strong>nação, <strong>de</strong>partamento, divisão,núcleo, centro, entre outras, foi padronizada comoCerest, embora alguns centros ainda exibam outra<strong>de</strong>nominação, tais como o Cesat (Bahia) e o Nusat(Rio <strong>de</strong> Janeiro). Contu<strong>do</strong>, a esperada padronização<strong>de</strong> sua inserção institucional não ocorreu. O fato<strong>de</strong> as secretarias estaduais e municipais possuíremestruturas organizacionais bastante distintas entre sinão justifica a ausência <strong>de</strong> uma padronização mínima.A recomendação da Portaria n° 2.437 para a a<strong>do</strong>çãoda nomenclatura Cerest por parte <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s daFe<strong>de</strong>ração po<strong>de</strong> ser uma tentativa na direção da padronização.Porém, tanto esta Portaria da <strong>Renast</strong> quantoas outras, 1.679 e 2.728, não <strong>de</strong>terminam a inserçãopadrão <strong>do</strong>s Cerest.Desse mo<strong>do</strong>, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> a <strong>de</strong>signação Centro <strong>de</strong>Referência em Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r ter si<strong>do</strong> oficializada,não houve a homogeneização da inserção <strong>do</strong>sCerest nas estruturas <strong>do</strong> SUS. Os Cerest continuamvincula<strong>do</strong>s a distintas áreas <strong>do</strong> setor Saú<strong>de</strong>, o que po<strong>de</strong>repercutir na gestão <strong>do</strong>s centros, trazen<strong>do</strong> dificulda<strong>de</strong>sà integração institucional e, mesmo, à organização dasações, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua inserção.Trata-se <strong>de</strong> um ponto crítico para além da governabilida<strong>de</strong>da própria <strong>Renast</strong>, que <strong>de</strong>ve ser leva<strong>do</strong> àsinstâncias <strong>de</strong> pactuação <strong>do</strong> SUS como parte da políticanacional para a área, o que é, isso sim, função da <strong>Renast</strong>.É preciso refletir sobre qual tipo <strong>de</strong> estruturaçãoda área po<strong>de</strong>ria melhor dar conta da complexida<strong>de</strong>da atenção à saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r. Conhecen<strong>do</strong>-seo <strong>de</strong>senho organizativo das estruturas existentes,po<strong>de</strong>-se a<strong>do</strong>tar um mo<strong>de</strong>lo mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> às diversasrealida<strong>de</strong>s, segun<strong>do</strong> a articulação em re<strong>de</strong>, o que atéhoje não foi realiza<strong>do</strong>. As inserções diferenciadas naestrutura <strong>do</strong> SUS, seja na assistência, na vigilânciaou em gerências diversas acarretam disparida<strong>de</strong>s nautilização <strong>do</strong>s recursos, na autonomia <strong>de</strong>cisória, noalcance das ações e nos níveis <strong>de</strong> interlocução intrae intersetoriais. 35) O reconhecimento <strong>do</strong>smembros <strong>do</strong>s Cerest em relação a seu papelConsi<strong>de</strong>ramos que, <strong>de</strong> uma maneira geral, existe umreconhecimento ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>do</strong> papel <strong>do</strong>s profissionais<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> inseri<strong>do</strong>s nos centros <strong>de</strong> referência da<strong>Renast</strong>. Não parece haver clareza da missão institucionalda <strong>Renast</strong>, ao contrário <strong>de</strong> outras re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><strong>de</strong> âmbito nacional que "já superaram esta etapa <strong>do</strong><strong>de</strong>bate estrutural, como os programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> damulher, da criança e <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente, <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so, entreoutros, que concentram sua atuação no <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e não na criação <strong>de</strong>instâncias executoras <strong>de</strong> ações assistenciais". 3Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a capacida<strong>de</strong> instalada da re<strong>de</strong>SUS é a responsável pelo atendimento da população,96Epi<strong>de</strong>miol. Serv. Saú<strong>de</strong>, Brasília, 20(1):85-100, jan-mar 2011