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A Escrava Isaura

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melhores tempos, e espero que o meu plano surtirá o desejadoefeito.- Cá por mim não tenho a menor dúvida a respeito do resultadode um plano tão maravilhosamente combinado.Mal Jorge acabava de pronunciar estas palavras, apareceu à portado salão um belo e jovem cavalheiro, em elegantes trajos de viagem,acompanhado de mais três ou quatro pessoas. Lêoncio, que já iapressuroso recebê-los e cumprimentá-los, estacou de repente.-Oh!... não são quem eu esperava!... murmurou consigo. - Seme não engano... é Álvaro!...- Senhor Leôncio! - disse o cavalheiro cumprimentando-o.- Senhor Álvaro, - respondeu Leôncio, - pois creio que é aesse senhor, que tenho a honra de receber em minha casa.- É ele mesmo, senhor; um seu criado.- Ah! muito estimo... não o esperava... queira sentar-se... quisentão vir dar um passeio cá pelas nossas províncias do Sul?...Estas e outras frases banais dizia Leôncio, procurando refazer-se daperturbação em que o lançara a súbita e inesperada aparição de Álvaronaquele momento crítico e solene.No mesmo momento entravam no salão por uma porta interiorMalvina, <strong>Isaura</strong>, Miguel e Belchior. Vinham já preparados com oscompetentes trajos para a cerimônia do casamento.- Meu Deus!... o que estou vendo!... - murmurou <strong>Isaura</strong>, sacudindovivamente o braço de Miguel: - estarei enganada?... não... é ele.- É ele mesmo... Deus!... como é possível?- Oh! - exclamou <strong>Isaura</strong>; e nesta simples interjeição, que exaloucomo um suspiro, expressava o desafogo de um pego de angústias, quelhe pesava sobre o coração. Quem de perto a olhasse com atençãoveria um leve rubor naquele rosto, que a dor e os sofrimentos pareciamter condenado a uma eterna e marmórea palidez; era a aurora daesperança, cujo primeiro e tímido arrebol assomava nas faces daquela,cuja existência naquele momento ia sepultar-se nas sombras de umlúgubre ocaso.- Não esperava pela honra de recebê-lo hoje nesta sua casa, -continuou Leôncio recobrando gradualmente o seu sangue-frio e seu ararrogante. - Entretanto há de permitir que me felicite a mim e aosenhor por tão oportuna visita. A chegada de V. S.a. hoje nesta casaparece um acontecimento auspicioso, e até providencial.- Sim?!... muito folgo com isso..,.mas não terá V. S.a. a bondadede dizer por quê?...- Com muito gosto. Saiba que aquela sua protegida, aquelaescrava, por quem fez tantos extremos em Pernambuco, vai ser hojemesmo libertada e casada com um homem de bem. Chegou V. S.a.mesmo a ponto de presenciar com os seus próprios olhos a realizaçãodos filantrópicos desejos, que tinha a respeito da dita escrava, e eu daminha parte muito folgarei se V. S.a. quiser assistir a esse ato, que aindamais solene se tornará com a sua presença.- E quem a liberta? - perguntou Álvaro sorrindo-se sardonicamente.- Quem mais senão eu, que sou seu legitimo senhor? - respondeuLeôncio com altiva seguridade.- Pois declaro-lhe, que o não pode fazer, senhor: - disse Álvaro

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