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A Escrava Isaura

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o seu traste de luxo do salão para a alcova, percebe?... o escândalocedo ou tarde seria notório, e nenhum dever tenho eu de ver de braçoscruzados minha irmã indignamente ultrajada.- Senhor Henrique! bradou Leôncio avançando para ele, hirto decólera e com gesto ameaçador.- Basta, senhores - gritou Malvina interpondo-se aos doismancebos. - Toda a disputa por tal motivo é inútil e vergonhosapara nós todos. Eu já disse a Leôncio o que tinha de dizer; ele que sedecida; faça o que entender. Se quiser ser homem de brio e pundonor,ainda é tempo. Se não, deixe-me, que eu o entregarei ao desprezo quemerece.- Oh! Malvina! estou pronto a fazer todo o possível para tetranqüilizar e contentar: mas deves saber que não posso satisfazer o teudesejo sem primeiro entender-me com meu pai, que está na corte. Épreciso mais que saibas, que meu pai nenhuma vontade tem de libertar<strong>Isaura</strong>, tanto assim, que para se ver livre das importunações do pai dela,que também quer a todo custo libertá-la, exigiu uma soma por tal formaexorbitante, que é quase impossível o pobre homem arranjá-la.- O de casa!... dá licença? - bradou neste momento com vozforte e sonora uma pessoa, que vinha subindo a escada do alpendre.- Quem quer que é, pode entrar, - gritou Leôncio dando graçasao céu, que tão a propósito mandava-lhe uma visita para interromperaquela importuna e detestável questão e livrá-lo dos apuros em que sevia entalado.Entretanto, como se verá, não tinha muito de que congratular-se. Ovisitante era Miguel, o antigo feitor da fazenda, o pai de <strong>Isaura</strong>, quehavia sido outrora grosseiramente despedido pelo pai de Leôncio.Este, que ainda o não conhecia, recebeu-o com afabilidade.- Queira sentar-se, - disse-lhe, - e dizer-nos o motivo por quenos faz a honra de procurar,- Obrigado! - disse o recém-chegado, depois de cumprimentarrespeitosamente Henrique e Malvina. - V. S.a sem dúvida é o senhorLeôncio?...- Para o servir.- Muito bem!... é com V. S.ª que tenho de tratar na falta dosenhor seu pai. O meu negócio é simples, e julgo que o posso declararem presença aqui do senhor e da senhora, que me parecem ser pessoasde casa.- Sem dúvida! entre nós não há segredo, nem reservas.- Eis aqui ao que vim, senhor meu, - disse Miguel, tirando daalgibeira de seu largo sobretudo uma carteira, que apresentou aLeôncio; - faça o favor de abrir esta carteira; aqui encontrará V. S.ª aquantia exigida pelo senhor seu pai, para a liberdade de uma escrava destacasa por nome <strong>Isaura</strong>.Leôncio enfiou, e tomando maquinalmente a carteira, ficou algunsinstantes com os olhos pregados no teto.- Pelo que vejo, - disse por fim, - o senhor deve ser o pai...aquele que dizem ser o pai da dita escrava. - é o senhor. - não melembra o nome..- Miguel, um criado de V. S.a- É verdade; o senhor Miguel. Folgo muito que tenha arranjado

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