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A Escrava Isaura

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os braços à cativa. - Chega-te a mim... Eu protestei no fundo de minhaalma e por minha honra desafrontar-te do jugo opressor e aviltante,que te esmagava, porque via em ti a pureza de um anjo, e a nobre ealtiva resignação da mártir. Foi uma missão santa, que julgo ter recebidodo céu, e que hoje vejo coroada do mais feliz e completo resultado.Deus enfim, por minhas mãos vinga a inocência e a virtude oprimida, eesmaga o algoz.- Deixe-se de blasonar, senhor! - gritou Leôncio agitando-se emgesticulações de furor: - isto não passa de uma infâmia, uma traição, eladroeira...- <strong>Isaura</strong>! - continuou Álvaro com voz sempre firme e grave: -se esse algoz ainda há pouco tinha em suas mãos a tua liberdade e atua vida, e não tas cedia senão com a condição de desposares um entedisforme e desprezível, agora tens nas tuas a sua propriedade; sim, queas tenho nas minhas, e as passo para as tuas. <strong>Isaura</strong>, tu és hoje asenhora, e ele o escravo; se não quiser mendigar o pão, há de recorrer ànossa generosidade.- Senhor! - exclamou <strong>Isaura</strong> correndo a lançar-se aos pés deÁlvaro; - oh! quanto sois bom e generoso para com esta infelizescrava!... mas em nome dessa mesma generosidade, de joelhos eu vospeço, perdão! perdão para eles...- Levanta-te, mulher generosa e sublime! - disse Álvaro estendo-lheas mãos para levantar-se. - Levanta-te, <strong>Isaura</strong>; não é a meus pés, mas sim emmeus braços, aqui bem perto do meu coração, que te deves lançar, pois adespeito de todos os preconceitos do mundo, eu me julgo o mais feliz dosmortais em poder oferecer-te a mão de esposo!...- Senhor, - bradou Leôncio com os lábios espumantes e osolhos desvairados, - aí tendes tudo quanto possuo; pode saciar suavingança, mas eu lhe juro, nunca há de ter o prazer de ver-me implorara sua generosidade.E dizendo isto entrou arrebatadamente em uma alcova contígua àsala.- Leôncio! Leôncio!... onde vais! - exclamou Malvina precipitando-separa ele; mal, porém, havia ela chegado à porta, ouviu-se a explosão atroadorade um tiro.- Ai!... - gritou Malvina, e caiu redondamente em terra.Leôncio tinha-se rebentado o crânio com um tiro de pistola.

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