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manual de projeto e práticas operacionais para ... - IPR - Dnit

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MANUAL DE PROJETO E PRÁTICASOPERACIONAIS PARA SEGURANÇANAS RODOVIAS


EQUIPE TÉCNICA:Eng.º José Luís Mattos Britto Pereira – Coor<strong>de</strong>nador - EngesurEngª Maria Lúcia Barbosa <strong>de</strong> Miranda - Supervisora - EngesurEng.º Amarilio Carvalho <strong>de</strong> Oliveira - Consultor - EngesurEng.º Annibal Espinola Rodrigues Coelho - Consultor - EngesurTécº Luiz Carlos Aurélio - Informática - EngesurTéc.ª Carolina Lima <strong>de</strong> Carvalho - Informática - EngesurTécª Célia <strong>de</strong> Lima M. Rosa - Informática - EngesurCOMISSÃO DE SUPERVISÃOEng.º Gabriel <strong>de</strong> Lucena Stuckert – Coor<strong>de</strong>nador Técnico – <strong>IPR</strong>/DNITEng.º Pedro Mansour – Supervisor Técnico – <strong>IPR</strong>/DNITBibl.ª Heloisa Maria Moreira Monnerat – Supervisora Administrativa – <strong>IPR</strong>/DNITCOLABORADORESEngº. Elmar Pereira <strong>de</strong> Mello – <strong>IPR</strong>/DNITBibl.ª Tânia Bral Men<strong>de</strong>s – Apoio Administrativo - <strong>IPR</strong>/DNITEstat. Dener dos Santos Coelho – Informática - <strong>IPR</strong>/DNITBrasil. Departamento Nacional <strong>de</strong> Infraestrutura <strong>de</strong>Transportes. Diretoria Executiva. Instituto <strong>de</strong>Pesquisas Rodoviárias.Manual <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> e práticas <strong>operacionais</strong> <strong>para</strong> segurançanas rodovias. - Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2010.280p. (<strong>IPR</strong>. Publ., 741).1. Segurança <strong>de</strong> tráfego – Manuais. I. Série. II. Título.CDD 629.0310202Reprodução permitida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citado o DNIT como fonte.


MINISTÉRIO DOS TRANSPORTESDEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTESDIRETORIA GERALDIRETORIA EXECUTIVAINSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIÁRIASPublicação <strong>IPR</strong> 741MANUAL DE PROJETO E PRÁTICAS OPERACIONAIS PARASEGURANÇA NAS RODOVIASRIO DE JANEIRO2010


DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTESDIRETORIA GERALDIRETORIA EXECUTIVAINSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIÁRIASRodovia Presi<strong>de</strong>nte Dutra, km 163 – Vigário GeralCEP: 21240-000 – Rio <strong>de</strong> Janeiro – RJTel.: (21) 3545-4504Fax: (21) 3545-4482/4600e-mail.: ipr@dnit.gov.brTÍTULO: MANUAL DE PROJETO E PRÁTICAS OPERACIONAIS PARA SEGURANÇA NAS RODOVIASElaboração: DNIT / ENGESURContrato: DNIT / ENGESUR 264 / 2007 – DIREXAprovado pela Diretoria Colegiada do DNIT em 28 / 09 / 2010Processo Administrativo: 50607.000990/2010-13Impresso no Brasil / Printed in Brazil


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasAPRESENTAÇÃOO Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Rodoviárias (<strong>IPR</strong>), do Departamento Nacional <strong>de</strong> Infraestrutura <strong>de</strong>Transportes (DNIT), dando prosseguimento ao Programa <strong>de</strong> Revisão e Criação <strong>de</strong> Normas e ManuaisTécnicos, vem oferecer à comunida<strong>de</strong> rodoviária o “Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong>Segurança nas Rodovias”, fruto da tradução do “Highway Safety Design and Operations Gui<strong>de</strong> –AASHTO – 1997”, complementada com recomendações das mais recentes publicações técnicas sobreo assunto, incluindo a experiência nacional, conforme bibliografia apresentada.Este Manual vem dar prosseguimento aos trabalhos iniciados em 1974 pelo <strong>IPR</strong>, quando foiconstituído um Grupo Multidisciplinar <strong>de</strong>stinado a realizar pesquisas na área <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> tráfego.Esse grupo proce<strong>de</strong>u a um apurado levantamento bibliográfico – nacional e estrangeiro – e verificoua extrema carência <strong>de</strong> textos, em português, sobre assuntos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s e operação rodoviários sob oenfoque da segurança <strong>de</strong> tráfego.Consi<strong>de</strong>rou-se, na ocasião, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r à tradução e divulgação <strong>de</strong> textos <strong>de</strong>reconhecido valor sobre o assunto. Numa primeira seleção, reconheceu-se como da maior utilida<strong>de</strong> atradução das duas edições (1967 e 1974) da publicação da AASHTO: “Highway Design andOperational Practices Related to Highway Safety”, conhecidas como “Yellow Book”. Tendo aAASHTO, em 1997, publicado uma atualização dos manuais anteriores, com o título <strong>de</strong> HighwaySafety Design and Operations Gui<strong>de</strong>, o <strong>IPR</strong> julgou necessário proce<strong>de</strong>r ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<strong>manual</strong> que contivesse, além da experiência da AASHTO, informações mais atualizadasconcernentes à segurança rodoviária.Não se preten<strong>de</strong> apresentar uma relação <strong>de</strong> normas a serem obe<strong>de</strong>cidas ou um <strong>manual</strong> <strong>de</strong>talhado <strong>de</strong><strong>projeto</strong>s. O Manual é <strong>de</strong>stinado a servir como guia, <strong>de</strong>vendo ser cuidadosamente examinado quanto àsua aplicabilida<strong>de</strong> a cada local em particular, sob as circunstâncias próprias, e à sua aceitação comosolução quanto aos aspectos da segurança, impacto ambiental e viabilida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong> custos.Uma avaliação segura dos fatos e o correto emprego da engenharia conduzirão à implantação dasolução mais apropriada.Engº Civil CHEQUER JABOUR CHEQUERGerente <strong>de</strong> Projeto – DNITInstituto <strong>de</strong> Pesquisas Rodoviárias – <strong>IPR</strong>5MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasLISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURASAASHTO – American Association of State Highway and Transportation OfficialsCONTRAN – Conselho Nacional <strong>de</strong> TrânsitoCOPPE – Instituto Alberto Luiz Coimbra <strong>de</strong> Pós-graduação e Pesquisa <strong>de</strong> EngenhariaCVC – Combinação <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> cargaDENATRAN – Departamento Nacional <strong>de</strong> TrânsitoDNER – Departamento Nacional <strong>de</strong> Estradas <strong>de</strong> RodagemDNIT – Departamento Nacional <strong>de</strong> Infraestrutura <strong>de</strong> TransportesFHWA – Fe<strong>de</strong>ral Highway Administration<strong>IPR</strong> – Instituto <strong>de</strong> Pesquisas RodoviáriasITE – Institute of Transportation EngineersLED – Light Emiting DiodMUTCD – Manual on Uniform Traffic Control DevicesNCHRP – National Cooperative Highway Research ProgramTRB – Transportation Research BoardUCP – Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carros <strong>de</strong> passeioVOE – Veículo <strong>de</strong> ocupação elevadaVMD – Volume médio diário7MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasLISTA DE ILUSTRAÇÕESFIGURASFigura 1 – Condição geométrica <strong>de</strong> rodovia que confun<strong>de</strong> os motoristas ..................................... 36Figura 2 – Escolha dos raios <strong>de</strong> curvas sucessivas ........................................................................ 50Figura 3 – Baia <strong>de</strong> emergência....................................................................................................... 52Figura 4 – Balizadores fixados em barreiras e <strong>de</strong>fensas ................................................................ 53Figura 5 – Se<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> informações ............................................................................................ 54Figura 6 – Sinalização prévia <strong>de</strong> saída........................................................................................... 55Figura 7 – Desdobramento <strong>de</strong> faixas nas praças <strong>de</strong> pedágio.......................................................... 62Figura 8 – Local <strong>para</strong> investigação <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes............................................................................ 63Figura 9 – Tipos <strong>de</strong> ramos <strong>de</strong> emergência ..................................................................................... 65Figura 10 – Sinalização <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> conforme peso do caminhão ............................................ 66Figura 11 – Sonorizadores em acostamentos................................................................................. 67Figura 12 – Telas antiofuscantes.................................................................................................... 68Figura 13 – Defensa ina<strong>de</strong>quada.................................................................................................... 71Figura 14 – Canteiro central com grelha transponível................................................................... 73Figura 15 – Suporte <strong>de</strong> luminárias no topo <strong>de</strong> barreiras (quebrável e rígido) .............................. 74Figura 16 – Paisagismo ina<strong>de</strong>quado............................................................................................... 77Figura 17 – Rotas que se cruzam sem utilizar trechos comuns ..................................................... 78Figura 18 – Rotas que se cruzam e utilizam trechos comuns ........................................................ 79Figura 19 – Balanceamento <strong>de</strong> faixas ............................................................................................ 80Figura 20 – Acomodação dos pe<strong>de</strong>stres em um trevo completo.................................................... 87Figura 21 – Sinalização recomendada <strong>para</strong> faixas <strong>de</strong> ultrapassagem ............................................ 95Figura 22 – Talu<strong>de</strong>s laterais elevados............................................................................................ 97Figura 23 – Ralo transponível........................................................................................................ 98Figura 24 – Projeto <strong>de</strong>ficiente <strong>de</strong> ralo............................................................................................ 98Figura 25 – Valeta lateral intransponível....................................................................................... 99Figura 26 – Extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bueiro <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> recuperação livre....................................... 100Figura 27 – Suporte com base quebrável muito alta...................................................................... 101Figura 28 – Providências a tomar <strong>para</strong> prover visibilida<strong>de</strong> nas interseções .................................. 105Figura 29 – Passeio lateral elevado................................................................................................ 1089MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura A.1 – Vegetação realçando as interseções.......................................................................... 196Figura A.2 – Zonas <strong>de</strong> recuperação e zonas sem obstáculos ......................................................... 197Figura A.3 – Deterioração progressiva <strong>de</strong> uma rodovia <strong>de</strong> contorno <strong>de</strong> uma área urbana ............ 200Figura A.4 – Problemas <strong>de</strong> coerência do ambiente rodoviário...................................................... 202Figura A.5 – Frequência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e raios das curvas............................................................... 204Figura A.6 – Curvatura <strong>de</strong> uma rodovia ........................................................................................ 205Figura A.7 – Curvas em espiral ..................................................................................................... 206Figura A.8 – Índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e diferenças entre velocida<strong>de</strong>s V85........................................... 212Figura A.9 – Forças <strong>de</strong> atrito em uma curva horizontal................................................................. 213Figura A.10 – Tombamento........................................................................................................... 214Figura A.11 – Superelevação em curva ......................................................................................... 215Figura A.12 – Desenvolvimento da superelevação........................................................................ 216Figura A.13 – Alargamento <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> tráfego em uma curva..................................................... 217Figura A.14 – Índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em curvas com diferentes larguras ........................................ 217Figura A.15 – Acostamento em <strong>de</strong>snível....................................................................................... 218Figura A.16 – Área lateral <strong>de</strong> segurança na curva ......................................................................... 219Figura A.17 – Determinação gráfica das linhas <strong>de</strong> visão em uma curva....................................... 219Figura A.18 – Altura máxima <strong>de</strong> um objeto na área interna da curva ........................................... 220Figura A.19 – Índice <strong>de</strong> invasão lateral ......................................................................................... 220Figura A.20 – Extensão lateral da invasão..................................................................................... 221Figura A.21 – Suavização <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s............................................................................................. 222Figura A.22 – Sinais <strong>de</strong> advertência da ocorrência <strong>de</strong> curvas fechadas ........................................ 224Figura A.23 – Problemas em curvas horizontais ........................................................................... 225Figura A.24 – Grei<strong>de</strong>s compostos por segmentos com diferentes rampas .................................... 226Figura A.25 – Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> em curvas verticais ....................................................... 228Figura A.26 – Ilusão <strong>de</strong> ótica – Linha <strong>de</strong> árvores .......................................................................... 229Figura A.27 – Ilusão <strong>de</strong> ótica – Combinação <strong>de</strong> curvas horizontal e vertical................................ 230Figura A.28 – Melhoria do contraste da sinalização...................................................................... 230Figura A.29 – Sonorizadores laterais............................................................................................. 231Figura A.30 – Velocida<strong>de</strong> e ponto focalizado................................................................................ 232Figura A.31 – Velocida<strong>de</strong> e visão periférica.................................................................................. 232Figura A.32 – Redução da distância focal ..................................................................................... 23211MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura A.33 – Estimativa <strong>de</strong> erros (velocida<strong>de</strong> e distância) .......................................................... 234Figura A.34 – Melhorias em uma interseção ................................................................................. 234Figura A35 – Exemplos <strong>de</strong> violações das expectativas dos motoristas ......................................... 238Figura A.36 – Área <strong>de</strong> transição .................................................................................................... 239Figura A.37 – Má transição na interseção ..................................................................................... 240Figura A.38 – Má transição <strong>de</strong> uma curva horizontal.................................................................... 240Figura A.39 – Zona <strong>de</strong> transição.................................................................................................... 241Figura A.40 – Boas transições entre áreas rural e urbana.............................................................. 241Figura A.41 – Transição a<strong>de</strong>quada na aproximação <strong>de</strong> uma transição.......................................... 242Figura A.42 – Tipo <strong>de</strong> interseção com base nos fluxos <strong>de</strong> tráfego ................................................ 243Figura A.43 – Interseções rurais <strong>de</strong> quatro ramos versus duas interseções em T – 1ª solução ..... 246Figura A.44 – Interseções rurais <strong>de</strong> quatro ramos versus duas interseções em T – 2ª solução ..... 247Figura A.45 – Rótulas .................................................................................................................... 250Figura A.46 – Aproximação <strong>de</strong> uma interseção convencional ...................................................... 256Figura A.47 – Aproximação <strong>de</strong> uma rótula mo<strong>de</strong>rna..................................................................... 257Figura A.48 – Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> manobras............................................................... 258Figura A.49 – Triângulos <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>....................................................................................... 26012MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasLISTA DE ILUSTRAÇÕESTABELASTabela 1 – Taxas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes por tipo <strong>de</strong> rodovia........................................................................ 32Tabela 2 – Comprimento do taper <strong>de</strong> transição............................................................................. 114Tabela 3 – Percentagens <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes causados por veículos <strong>de</strong>sgovernados que saem da pistaem vias arteriais do Estado <strong>de</strong> Illinois, EUA ................................................................................. 125Tabela 4 – Distância mínima <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> sinais <strong>de</strong> regulamentação e <strong>de</strong> advertência..... 188Tabela 5 – Distância mínima <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> sinais <strong>de</strong> indicação, em função da velocida<strong>de</strong>e classe da rodovia ......................................................................................................................... 189Tabela A.1 – Volumes <strong>de</strong> tráfego e tipos <strong>de</strong> acessos em diferentes categorias <strong>de</strong> rodovias(França) .......................................................................................................................................... 199Tabela A.2 – Redução percentual <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vido a redução <strong>de</strong> grau <strong>de</strong> curva ..................... 207Tabela A.3 – Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> ................................................................................................ 208Tabela A.4 – Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> regressão <strong>para</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação............................................... 209Tabela A.5 – Definição dos parâmetros......................................................................................... 210Tabela A.6 – Redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em curvas <strong>de</strong>vido a alargamento <strong>de</strong> faixas ou <strong>de</strong>acostamentos .................................................................................................................................. 218Tabela A.7 – Redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes por aumento das áreas laterais <strong>de</strong> segurança ........................ 222Tabela A.8 – Redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes por diminuição das inclinações dos talu<strong>de</strong>s em curvas ........ 222Tabela A.9 – Raios a serem evitados ............................................................................................. 223Tabela A.10 – Percentagem mínima do alinhamento com distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong>ultrapassagem................................................................................................................................. 224Tabela A.11 – Distâncias <strong>de</strong> <strong>para</strong>da............................................................................................... 226Tabela A.12 – Grei<strong>de</strong>s máximos (%) – Rodovias rurais................................................................ 227Tabela A.13 – Campo visual.......................................................................................................... 233Tabela A.14 – Classificação funcional (características das rodovias)........................................... 236Tabela A.15 – Capacida<strong>de</strong> baseada no tipo <strong>de</strong> interseção ............................................................. 243Tabela A.16 – Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da recomendadas .............................................. 256Tabela A.17 – Intervalos <strong>de</strong> tempo necessários <strong>para</strong> manobra...................................................... 25813MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasSUMÁRIO15MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasSUMÁRIOApresentação ........................................................................................................................... 5Lista <strong>de</strong> símbolos e abreviaturas .................................................................................................... 7Lista <strong>de</strong> ilustrações – Figuras ........................................................................................................ 9Lista <strong>de</strong> ilustrações – Tabelas ....................................................................................................... 131. Introdução............................................................................................................................. 192. Consi<strong>de</strong>rações gerais ............................................................................................................ 233. Conceito <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> visando à segurança ............................................................................. 294. Vias expressas ...................................................................................................................... 475. Rodovias rurais..................................................................................................................... 896. Vias urbanas e suburbanas.................................................................................................... 1217. Medidas <strong>de</strong> manutenção necessárias à segurança................................................................. 171Anexo A – Observações retiradas do Road Safety Manual - World Road Association (PIARC) –Versão 1 – 2003 ............................................................................................................................ 193A.1 Fatores <strong>de</strong> segurança rodoviária.............................................................................................. 195A.2 Alinhamento horizontal........................................................................................................... 203A.3 Alinhamento vertical .............................................................................................................. 225A.4. Fatores humanos..................................................................................................................... 229A.5 Interseções .............................................................................................................................. 242Referências bibliográficas.............................................................................................................. 263Bibliografia Recomendada............................................................................................................. 267Índice ........................................................................................................................... 27117MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias1. INTRODUÇÃO19MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias1. INTRODUÇÃOO Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias tem por objetivoapresentar os conceitos necessários <strong>para</strong> aumento da segurança na operação e administração dasrodovias. Representa o resultado da utilização <strong>de</strong> estudos conduzidos pela American Associaton ofState Highway and Transportation Officials – AASHTO e pela Fe<strong>de</strong>ral Highway Administration –FHWA <strong>para</strong> criação <strong>de</strong> um guia <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> e operação <strong>de</strong> rodovias que <strong>de</strong>sse especial ênfase àsegurança rodoviária. Com base no guia elaborado – Highway Safety Design and Operation Gui<strong>de</strong> –1997 e nas recomendações das mais recentes publicações sobre o assunto, proce<strong>de</strong>u-se à elaboraçãodo presente Manual.As condições que levaram à publicação do <strong>manual</strong> Highway Safety Design and Operation Gui<strong>de</strong> –1997 são apresentadas a seguir.Em 1967, a AASHTO publicou o <strong>manual</strong> Highway Design and Operational Practices Related toHighway Safety, que se tornou conhecido como “Yellow Book”. Incluía a discussão, comentários erecomendações concernentes aos vários aspectos do <strong>projeto</strong> rodoviário e às práticas relacionadas coma segurança. A FHWA recomendava sua aplicação em rodovias com velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>superiores a 80 km/h e mesmo <strong>para</strong> velocida<strong>de</strong>s menores, quando se revelasse praticável.Em 1974, o “Yellow Book” foi atualizado, ampliando a substância e a cobertura da publicaçãoanterior. Nesse mesmo ano, o Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Rodoviárias – <strong>IPR</strong>, tendo em vista a carência <strong>de</strong>textos sobre a matéria, consi<strong>de</strong>rou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r à tradução e divulgação das duasedições (1967 e 1974), que receberam o título <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais RodoviáriasRelativas à Segurança do Tráfego Rodoviário. Essa publicação aumentou o interesse dosplanejadores, projetistas e operadores <strong>de</strong> rodovias <strong>para</strong> a necessida<strong>de</strong> da incorporação da segurançanas suas rotinas <strong>de</strong> trabalho.Em outubro <strong>de</strong> 1991, a FHWA apresentou à AASHTO o texto <strong>de</strong> uma proposição <strong>para</strong> atualização do“Yellow Book”. O novo texto focalizava a ocorrência <strong>de</strong> novas informações e dava ênfase a práticasbem conhecidas <strong>de</strong> segurança que não estavam sendo plenamente utilizadas. O documento resultante,o Highway Safety Design and Operation Gui<strong>de</strong>, publicado em 1997, apresenta o resultado dacombinação dos esforços já feitos com as conclusões obtidas em novas pesquisas e com a aplicação<strong>de</strong> práticas comprovadas <strong>de</strong> engenharia. A publicação contém as tecnologias que representam oestado da arte atual e <strong>de</strong>vem ser aplicadas <strong>para</strong> que se atinja um nível seguro <strong>para</strong> o tráfego.A obtenção e conservação da segurança rodoviária não constituem programas estáticos. Os esforçosatuais na redução dos aci<strong>de</strong>ntes e dos casos fatais, embora louváveis, <strong>de</strong>vem ser continuamente21MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasmelhorados, caso se <strong>de</strong>seje atingir as metas almejadas. Deve ser dada uma atenção contínua ao<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos métodos e técnicas <strong>de</strong> segurança, bem como à melhoria e refinamento daspráticas existentes, como resultado dos programas <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento. Além disso, cabea observação <strong>de</strong> que todas as medidas <strong>de</strong> segurança po<strong>de</strong>m se tornar inócuas sem a atuaçãopermanente e rigorosa da fiscalização por parte da autorida<strong>de</strong> rodoviária.Presentemente, encontram-se em andamento muitas pesquisas nas áreas pertinentes à segurança. Este<strong>manual</strong> foi pre<strong>para</strong>do com o pleno conhecimento da natureza dinâmica da situação, refletindo asmelhores informações disponíveis por ocasião <strong>de</strong> sua publicação. Não <strong>de</strong>ve ser ele tomado, emqualquer circunstância, como um julgamento das práticas do passado, nem tampouco <strong>para</strong> evitarfuturas alterações <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> um conhecimento crescente, obtido através da experiência epesquisas sobre o assunto.22MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias2. CONSIDERAÇÕES GERAIS23MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias2. CONSIDERAÇÕES GERAIS2.1. MUDANÇAS NO AMBIENTE RODOVIÁRIOOs diversos manuais já elaborados e em processo <strong>de</strong> elaboração pelo DNIT têm procuradoacompanhar as mudanças havidas no ambiente rodoviário. Pelo menos três características básicas sãocriadoras potenciais <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> segurança:− Dimensões dos veículos;− Motoristas idosos;− Congestionamentos.2.1.1. Dimensões dos veículosOs veículos <strong>de</strong> passeio são hoje menores e <strong>de</strong> mais baixa potência que os mais antigos e, a seconcretizarem as previsões <strong>de</strong> escassez <strong>de</strong> petróleo e <strong>de</strong> aumento dos cuidados com o meio ambiente,principalmente o efeito estufa, <strong>de</strong>ve-se manter essa tendência.A redução das dimensões e potência dos carros <strong>de</strong> passeio consiste um importante ganho em termosecológicos, mas uma perda, no que se refere à segurança. A menor potência dos veículos se traduzem perda <strong>de</strong> aceleração, essencial em situações perigosas, como nas ultrapassagens. As menoresdimensões têm, também, relação direta com a vulnerabilida<strong>de</strong> dos veículos: nos Estados Unidosalguns estudos concluíram que os veículos menores têm 2,5 a 3 vezes o número <strong>de</strong> casos fatais que osgran<strong>de</strong>s veículos, em caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes.Os veículos <strong>de</strong> carga, ao contrário, têm crescido em comprimento e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga. A legislaçãoem vigor permite atualmente veículos compostos <strong>de</strong> até quatro unida<strong>de</strong>s, com comprimento <strong>de</strong> 30 m,embora com algumas restrições.Esses veículos, com suas maiores dimensões, têm evi<strong>de</strong>nciado a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alterações nascaracterísticas básicas dos veículos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, <strong>para</strong> consi<strong>de</strong>rar as mudanças necessárias nos valores<strong>de</strong> superlargura, distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da e <strong>de</strong> ultrapassagem etc.Os veículos <strong>de</strong> transporte coletivo sofrem variações menos drásticas e, pela sua participação inferiorno tráfego, têm menor efeito no seu conjunto.2.1.2. Motoristas idososA maior disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos e expectativa <strong>de</strong> vida tem aumentado a participação <strong>de</strong>motoristas mais idosos, modificando o perfil etário da classe.25MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA experiência dos Estados Unidos mostra que os motoristas entre 35 e 75 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> apresentam omenor grau <strong>de</strong> envolvimento em aci<strong>de</strong>ntes, que pouco varia nesse intervalo. Abaixo dos 25 anos eacima dos 75 aumenta rapidamente o grau <strong>de</strong> participação em aci<strong>de</strong>ntes. O aumento na participação<strong>de</strong> motoristas mais velhos é um fator negativo <strong>para</strong> a segurança.2.1.3. CongestionamentosA variação <strong>de</strong>mográfica, o aumento e modificação da composição do tráfego, bem como o<strong>de</strong>senvolvimento da região atravessada, introduzem problemas e graus <strong>de</strong> congestionamento nãoprevistos por ocasião do <strong>projeto</strong> da rodovia. O aumento do custo dos terrenos marginais, do número<strong>de</strong> acessos necessários e os problemas criados por novas interseções dificultam a adoção <strong>de</strong> medidasnecessárias <strong>para</strong> garantir condições a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> segurança.2.2. PLANEJAMENTO PARA O FUTURO2.2.1. Previsão do uso futuroUm fator importante na manutenção da segurança é a antecipação do <strong>de</strong>senvolvimento futuro e douso da rodovia, <strong>de</strong> modo a po<strong>de</strong>r investigar suas implicações. Cada ano são efetuadas correções <strong>de</strong><strong>de</strong>ficiências <strong>operacionais</strong> e <strong>de</strong> segurança e <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong>stinadas a aumentar a vida da rodovia. Énecessário que, <strong>para</strong>lelamente, seja analisado como todas essas <strong>de</strong>ficiências e correções po<strong>de</strong>m afetara segurança. Deve ser feito a<strong>de</strong>quado planejamento do <strong>de</strong>senvolvimento do tráfego e <strong>de</strong> suas funçõesfuturas, <strong>para</strong> i<strong>de</strong>ntificar o caráter futuro da via (rural, da fazenda <strong>para</strong> o mercado; comérciosuburbano etc.). A i<strong>de</strong>ntificação a<strong>de</strong>quada da sua vocação permite prever com mais acerto as medidas<strong>de</strong> segurança a serem adotadas.2.2.2. Aplicação da tecnologia mo<strong>de</strong>rnaÉ <strong>de</strong> se esperar que o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico venha aliviar muitos dos problemas atuais dotráfego. Prevê-se a aplicação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> orientação dos motoristas <strong>de</strong>ntro das correntes <strong>de</strong>tráfego, complementando o sistema <strong>de</strong> sinalização atual. Haverá um relacionamento entre rodovia eveículo, provendo o motorista com informações <strong>de</strong> regulamentação, segurança e orientação quanto aoseu <strong>de</strong>stino. Esses sistemas avisam os motoristas sobre perigos eminentes e operação insegura.2.3. OBJETIVO E USO DO MANUAL2.3.1. ObjetivoNos últimos cinquenta anos, o Brasil construiu uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> rodovias rurais, urbanas e suburbanas,cobrindo quase todo o seu território, embora as vias pavimentadas constituam uma baixapercentagem do total. A ênfase futura <strong>de</strong>ve ser a pavimentação das gran<strong>de</strong>s extensões em terra e aa<strong>de</strong>quada manutenção e melhoria das rodovias pavimentadas atuais. Nesse processo, os responsáveis26MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviaspelas rodovias <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar as consequências <strong>para</strong> a segurança do tráfego rodoviário. EsteManual i<strong>de</strong>ntifica melhorias em segurança <strong>para</strong> quase todos os tipos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s rodoviários,particularmente no que se refere ao tratamento superficial, reabilitação e restauração <strong>de</strong> rodovias.Po<strong>de</strong> ser usado, também, como uma base <strong>para</strong> planejamento, <strong>de</strong>senvolvimento e avaliação <strong>de</strong><strong>projeto</strong>s. O Manual tem três objetivos:− Enfatizar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se incorporar os padrões e práticas atuais <strong>de</strong> segurança em todos os<strong>projeto</strong>s, com a maior abrangência possível;− Introduzir e consolidar novas informações relativas à segurança;− Sugerir como situações existentes po<strong>de</strong>m ser melhoradas <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r aos padrões atuais e àsfuturas necessida<strong>de</strong>s.2.3.2. AplicaçãoO Manual apresenta <strong>projeto</strong>s e práticas <strong>operacionais</strong> <strong>para</strong> diversas situações <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong>rodovias. O seu conteúdo foi obtido <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> pesquisas, <strong>de</strong> experiências bem ou malsucedidas e da literatura técnica existente. Deve ser encarado não como um documento isolado, mascomo complemento aos <strong>de</strong>mais manuais do DNIT e à literatura técnica a que faz referência.2.3.3. OrganizaçãoEste Manual é dividido em 07 (sete) Seções. A Seção 1 é constituída pela Introdução. A Seção 2apresenta consi<strong>de</strong>rações gerais sobre o assunto, incluindo a presente organização. A Seção 3 cobre asimplicações, em termos <strong>de</strong> segurança, dos vários conceitos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> que, em sua maior parte, seaplicam a todas as classes <strong>de</strong> rodovias e ruas. As Seções 4 a 6 referem-se à aplicação dos diversoselementos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, especificamente a vias expressas, rodovias rurais e vias urbanas e suburbanas,respectivamente. A Seção 7 é voltada ao papel da manutenção e inspeção na preservação dos padrões<strong>de</strong> segurança das rodovias. O Manual contém ainda um Anexo com informações e elementos <strong>de</strong>interesse extraídos da publicação Road Safety Manual – World Road Association – 2003.A bibliografia consultada é relacionada ao final do trabalho.27MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias3. CONCEITO DE PROJETO VISANDOÀ SEGURANÇA29MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias3. CONCEITO DE PROJETO VISANDO À SEGURANÇAO grau <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> uma rodovia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das medidas tomadas com esse objetivo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase<strong>de</strong> planejamento até a sua abertura ao tráfego. A falta <strong>de</strong> atenção a problemas aparentementepequenos, na fase <strong>de</strong> planejamento, po<strong>de</strong> revelar-se <strong>de</strong>sastrosa quando a rodovia é aberta ao tráfego.A combinação <strong>de</strong>sses problemas po<strong>de</strong> adquirir proporções que somente serão visíveis a posteriori,exigindo correções que representam custos adicionais <strong>de</strong>snecessários.O projetista tem que reconhecer e tirar proveito <strong>de</strong> todas as oportunida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> criar uma rodoviasegura. Os conceitos gerais que são apresentados a seguir têm o objetivo <strong>de</strong> ajudar os planejadores eprojetistas a i<strong>de</strong>ntificar os possíveis problemas e as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhorar as condições <strong>de</strong>segurança <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong> rodovias. As rodovias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> tráfego, que adotamcontrole <strong>de</strong> acesso e a se<strong>para</strong>ção das correntes <strong>de</strong> sentidos contrários, por exemplo, apresentamcondições <strong>de</strong> segurança muito superiores às <strong>de</strong>mais. Infelizmente não se po<strong>de</strong>m projetar todas asrodovias aten<strong>de</strong>ndo a essas condições. A limitação <strong>de</strong> recursos exige que rodovias <strong>de</strong> baixo volume<strong>de</strong> tráfego sejam construídas com condições inferiores.3.1. NÍVEIS DE SEGURANÇA DAS RODOVIAS3.1.1. Estatísticas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntesO grau <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> uma rodovia é normalmente indicado por estatísticas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, quefornecem os números <strong>de</strong> mortos e feridos por veículos-quilômetros <strong>de</strong> viagens. Essas estatísticasfornecem o risco relativo <strong>de</strong> viajar em uma <strong>de</strong>terminada rodovia. A título ilustrativo apresenta-se aTabela 1, que contém as taxas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte relativas a diversos tipos <strong>de</strong> rodovias e locais, com baseem informações dos Estados Unidos.Verifica-se que o sistema interestadual <strong>de</strong> rodovias apresenta os menores números relativos <strong>de</strong>mortos e feridos, <strong>de</strong>vido aos cuidados com a segurança, que incluem controle <strong>de</strong> acessos, pistasse<strong>para</strong>das <strong>para</strong> cada sentido e largas áreas laterais livres. Os <strong>de</strong>mais tipos não têm <strong>projeto</strong>s com omesmo grau <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, no que se refere à segurança.Cabe observar que as taxas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes não indicam, por si só, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser empregados maisrecursos, <strong>para</strong> que se obtenha o máximo <strong>de</strong> segurança do sistema. O volume <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> cadarodovia é o fator complementar necessário <strong>para</strong> obter o seu número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. No exemploamericano, o sistema interestadual, com menores taxas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, representando apenas 1% dasrodovias, transporta 25% das viagens, medidas em veículos-quilômetros. O número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntesfatais por 1.000 km é aproximadamente 62. As classes mais baixas <strong>de</strong> rodovias apresentam taxas <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>ntes bem maiores, mas transportam volumes muito inferiores <strong>de</strong> tráfego, apresentando números31MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasa) InventárioUm sistema capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar os locais perigosos através do histórico dos aci<strong>de</strong>ntes,observações <strong>de</strong> campo e outros métodos, <strong>de</strong> uma maneira rotineira, sistemática e continuada.Devem ser investigadas, com rigor, todas as oportunida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> obter melhorias nas condições<strong>de</strong> segurança.b) AnáliseUm sistema capaz <strong>de</strong> analisar as várias soluções alternativas e avaliar os benefícios <strong>de</strong> cadauma <strong>de</strong>las, resultando na escolha da solução mais eficiente em termos <strong>de</strong> custo.c) Priorida<strong>de</strong>sUma or<strong>de</strong>nação dinâmica capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as priorida<strong>de</strong>s dos diferentes locais em or<strong>de</strong>m<strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> importância, <strong>de</strong> forma tal que os recursos disponíveis possam ser aplicados, emprimeiro lugar, aos itens mais necessários.d) ImplantaçãoUm sistema <strong>de</strong> planejamento capaz <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nar a implantação dos trabalhos i<strong>de</strong>ntificados comonecessários, utilizando, <strong>para</strong> isso, os recursos existentes em quantida<strong>de</strong> proporcional àsnecessida<strong>de</strong>s da segurança.e) AvaliaçãoUm sistema <strong>de</strong> avaliação dos resultados “antes e <strong>de</strong>pois”, capaz <strong>de</strong> indicar a eficiência dassoluções que forem implantadas e um método <strong>de</strong> divulgação do que foi executado, <strong>de</strong> forma talque as priorida<strong>de</strong>s e soluções <strong>para</strong> locais semelhantes possam ser reajustadas, à medida queforem <strong>de</strong>senvolvidas novas e melhores técnicas.A manutenção a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> uma rodovia prevê a reabilitação ou reconstrução <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong> seustrechos, em função <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>terioração com o tempo e o uso, criando oportunida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> aincorporação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong> forma eficiente. Os projetistas <strong>de</strong>vem caracterizar, <strong>de</strong>forma convincente, a necessida<strong>de</strong> das medidas <strong>de</strong> segurança, já que a redução <strong>de</strong> riscos diminui oscustos dos aci<strong>de</strong>ntes <strong>para</strong> a socieda<strong>de</strong> como um todo, e esses recursos são sempre limitados.O monitoramento da segurança consiste na integração dos cuidados com a segurança nos processos<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão do planejamento, <strong>projeto</strong>, construção, manutenção e operação dos programas e ativida<strong>de</strong>srodoviárias. Sua atuação começa na fase <strong>de</strong> planejamento e orçamento do programa <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento, quando as <strong>de</strong>cisões sobre o tipo e escopo dos <strong>projeto</strong>s são tomadas. Trata-se <strong>de</strong> um33MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasprocesso dinâmico, em que as informações sobre volumes <strong>de</strong> tráfego, aci<strong>de</strong>ntes e operação dasrodovias são coletadas, atualizadas e usadas nos processos <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.O monitoramento da segurança <strong>de</strong>ve incluir:− Coor<strong>de</strong>nação e integração dos programas <strong>de</strong> segurança dos órgãos envolvidos com asegurança: comunida<strong>de</strong>, administração das rodovias, e responsáveis pela regulamentação dosveículos rodoviários;− I<strong>de</strong>ntificação, localização e investigação <strong>de</strong> problemas potenciais <strong>de</strong> segurança, inclusive nastravessias <strong>de</strong> ferrovias; estabelecimento <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> correção e priorida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> atuação;− Garantia da consi<strong>de</strong>ração da segurança em todos os programas e <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> transporte;− I<strong>de</strong>ntificação das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> grupos especiais <strong>de</strong> usuários (motoristas idosos, ciclistas,motociclistas, veículos comerciais, transportadores <strong>de</strong> produtos perigosos) no planejamento,<strong>projeto</strong>, construção e operação do sistema <strong>de</strong> rodovias;− Manutenção a<strong>de</strong>quada da rodovia e execução <strong>de</strong> melhoramentos dos equipamentos <strong>de</strong>segurança (incluindo os dispositivos <strong>de</strong> aviso aos motoristas nas travessias <strong>de</strong> ferrovias).O monitoramento da segurança <strong>de</strong>ve i<strong>de</strong>ntificar os responsáveis pelos procedimentos <strong>de</strong> manutenção,<strong>para</strong> sua notificação oportuna, e reparo ou substituição <strong>de</strong> equipamento <strong>de</strong> segurança danificado,atualização periódica das especificações padronizadas e planos <strong>para</strong> construção e manutenção dasvias, análise dos aci<strong>de</strong>ntes, consi<strong>de</strong>ração dos problemas <strong>de</strong> segurança e inclusão das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>melhorias no processo <strong>de</strong> estimativa <strong>de</strong> custos.Boa administração da manutenção resulta, também, em menor responsabilida<strong>de</strong> legal por danossofridos em aci<strong>de</strong>ntes nas rodovias.3.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS DE PROJETO3.3.1. Critérios <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>sejáveis e mínimosNo planejamento e <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> rodovias seguras, a primeira <strong>de</strong>cisão básica é o tipo <strong>de</strong> rodovianecessário e o nível <strong>de</strong> serviço a consi<strong>de</strong>rar. A segunda <strong>de</strong>cisão crítica é a seleção dos critérios <strong>de</strong><strong>projeto</strong>. Para muitos dos elementos do <strong>projeto</strong> há um intervalo <strong>de</strong> valores a serem adotados, variandoentre níveis mínimo e máximo. Não se <strong>de</strong>ve optar sempre pelos padrões mínimos. Embora os padrõesmais altos tenham maior custo inicial, po<strong>de</strong>m resultar em vantagens a longo prazo, principalmentequando se espera maior <strong>de</strong>manda e varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> veículos no futuro. Problemas surgem quandonecessida<strong>de</strong>s adicionais são impostas a rodovias existentes, com limitações <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> e <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong>34MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasdomínio, principalmente em rodovias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> tráfego e altas velocida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> o<strong>de</strong>senvolvimento marginal po<strong>de</strong> resultar em maiores volumes <strong>de</strong> acessos e conflitos <strong>de</strong> tráfego.Os critérios mínimos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> po<strong>de</strong>m não assegurar níveis <strong>de</strong> segurança a<strong>de</strong>quados em todas assituações. Quando são consi<strong>de</strong>rados simultaneamente, po<strong>de</strong>m não aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s potenciaisda rodovia. Por exemplo, em uma interconexão, uma faixa <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração <strong>de</strong> comprimento mínimocombinada com um ramo <strong>de</strong> saída em laço (loop), <strong>de</strong> raio mínimo, po<strong>de</strong> causar problemas<strong>operacionais</strong> e <strong>de</strong> segurança, principalmente <strong>para</strong> gran<strong>de</strong>s caminhões.O <strong>de</strong>safio enfrentado pelo projetista é atingir o maior grau <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>ntro dos limites técnicos efinanceiros <strong>de</strong> um <strong>projeto</strong>. Exige que o projetista utilize valores acima dos mínimos <strong>para</strong> encontrar asituação a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> cada caso. É necessária uma análise conjunta dos custos e resultadosesperados, incluindo a segurança. Em anos recentes têm sido <strong>de</strong>senvolvidos processos <strong>de</strong> análise que<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados pelos projetistas.3.3.2. Fatores humanosErro do motorista é o fator mais citado com referência a aci<strong>de</strong>ntes. A compreensão dos fatoreshumanos – características, habilida<strong>de</strong>s, atuação e limitações dos motoristas, ciclistas e pe<strong>de</strong>stres – éessencial <strong>para</strong> um bom <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> rodovia, <strong>para</strong> a operação do tráfego e <strong>para</strong> a segurança. Essacompreensão habilita os engenheiros rodoviários a <strong>de</strong>senvolver <strong>projeto</strong>s, selecionar as informações aincluir na sinalização e estabelecer procedimentos que aju<strong>de</strong>m os motoristas a não cometer erros.Ajuda, também, a consi<strong>de</strong>rar a natureza <strong>de</strong> uma população mais idosa e a prever procedimentos queatendam suas características.a) Fatores que provocam erros dos motoristasErro do motorista po<strong>de</strong> ocorrer por diversas razões: pouca habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direção, <strong>de</strong>ficiências do<strong>projeto</strong>, ausência <strong>de</strong> informações essenciais e acúmulo <strong>de</strong> informações. Medidas <strong>para</strong> mitigar essas<strong>de</strong>ficiências po<strong>de</strong>m melhorar a qualida<strong>de</strong> da operação da rodovia e aumentar a segurança.A chave <strong>para</strong> a direção com sucesso é a coleta eficiente e o uso a<strong>de</strong>quado da informação visual. Osmotoristas têm que executar diversas tarefas em períodos muito curtos. Suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>informação têm que ser atendidas. O nível <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong>ssas informações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do <strong>projeto</strong>, domeio ambiente e dos dispositivos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego que fornecem as informações necessárias nolugar certo e no tempo certo. Os planejadores, projetistas e operadores <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>terminar asinformações necessárias, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser localizadas e a forma <strong>de</strong> apresentá-las. O objetivo a atingiré maximizar a compreensão <strong>de</strong> situações que po<strong>de</strong>m levar a erros.35MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasb) Orientação positivaÉ importante compreen<strong>de</strong>r que a própria rodovia fornece informação aos motoristas. Orientaçãopositiva é o procedimento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> informação e provê-las, on<strong>de</strong> e quando foremnecessárias, na forma mais a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r às suas finalida<strong>de</strong>s. Parte-se do princípio <strong>de</strong> quemotoristas, ciclistas e pe<strong>de</strong>stres, em rodovias a<strong>de</strong>quadamente projetadas e providas <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong>controle <strong>de</strong> tráfego, têm melhores condições <strong>para</strong> evitar erros. De forma contrária, se os <strong>projeto</strong>sforem <strong>de</strong>ficientes, houver <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> construção ou má conservação da rodovia, se as informaçõesrecebidas pelos usuários forem <strong>de</strong>ficientes ou erradas, serão cometidos erros. Um exemplo <strong>de</strong>informação <strong>de</strong>ficiente fornecida pela própria rodovia é uma saída à direita, em um ponto <strong>de</strong> umacurva à esquerda, por um ramo <strong>de</strong> acesso tangente à curva. Se uma curva vertical convexa incluir oponto <strong>de</strong> saída, diminuindo a visão da continuação da rodovia, é possível que algum usuárioconsi<strong>de</strong>re a saída como a própria rodovia, como mostra a Figura 1.Figura 1 – Condição geométrica <strong>de</strong> rodovia que confun<strong>de</strong> os motoristasOs engenheiros <strong>de</strong>vem analisar e diagnosticar problemas da rodovia em locais específicos e<strong>de</strong>senvolver soluções que os eliminem. São combinados os métodos <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> e <strong>de</strong>tráfego com a compreensão <strong>de</strong> fatores humanos, <strong>de</strong> modo a aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação <strong>de</strong>cada local.Embora a orientação positiva se aplique a um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> problemas, sua aplicação básica é no<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> melhorias <strong>de</strong> baixo custo e <strong>de</strong> maior utilida<strong>de</strong> no sistema <strong>de</strong> informações.36MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasc) Os idososÀ medida que a população cresce, os planejadores e projetistas mais têm que levar em conta asnecessida<strong>de</strong>s dos idosos. A maioria <strong>de</strong>les mantém suas licenças e dirigem diariamente. Muitospassam a ter menor capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r e utilizar as informações recebidas e menor acuida<strong>de</strong>visual e <strong>de</strong> audição, que vão piorando com a ida<strong>de</strong>. Problemas comuns são:− Menor visão noturna;− Demora na recuperação do efeito <strong>de</strong> luzes ofuscantes;− Menor acuida<strong>de</strong> visual;− Perda <strong>de</strong> audição;− Aumento do tempo <strong>de</strong> reação a informações;− Perda <strong>de</strong> memória <strong>de</strong> curto prazo;− Atenção reduzida.Os idosos compensam alguns dos problemas, dirigindo vagarosamente, evitando situaçõesestressantes e utilizando sua maior experiência. Entretanto, apresentam índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntessuperiores aos médios e necessitam <strong>de</strong> medidas especiais <strong>para</strong> sua segurança e mobilida<strong>de</strong>. Medidas<strong>operacionais</strong> específicas <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s dos idosos incluem:− Aplicação mais frequente da distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão em situaçõescomplexas;− Maior uso <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego e sinais <strong>de</strong> mensagem simples, gran<strong>de</strong>s, claros efacilmente compreensíveis;− Uso <strong>de</strong> sinais e marcas no pavimento <strong>para</strong> situações especiais, redundantes e apresentadosantecipadamente.Maiores e mais largas marcas no pavimento e letras maiores nas placas <strong>de</strong> sinalização também têm-serevelado especialmente úteis <strong>para</strong> os motoristas idosos.3.3.3. Projeto consistenteDefine-se como <strong>projeto</strong> consistente aquele que evita mudanças bruscas nas característicasgeométricas dos elementos das rodovias e procura utilizar elementos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> em combinações quevão ao encontro das expectativas dos motoristas. Um <strong>projeto</strong> consistente é extremamente importante,porque os motoristas experimentados apren<strong>de</strong>m subconscientemente o que esperar em certascondições e como reagir. Inconsistências do <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> tais elementos, como alinhamento da rodovia,37MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasconfiguração da interseção, operação e fases dos semáforos, localização <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> acesso, áreaslaterais livres <strong>de</strong> interferências, zonas <strong>de</strong> ultrapassagem e seleção e localização <strong>de</strong> sinais po<strong>de</strong>m ircontra as expectativas dos motoristas e contribuir <strong>para</strong> in<strong>de</strong>cisão e erro. Por exemplo, no caso <strong>de</strong> umasérie <strong>de</strong> curvas fechadas com características consistentes e sem longas seções em tangente, oalinhamento atua como controle e resulta em velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação consistentes com o caráter darodovia. Entretanto, curvas ou elementos que apresentam diferenças substanciais po<strong>de</strong>m causarproblemas, porque ten<strong>de</strong>m a violar as expectativas.Tendo em vista o reconhecimento <strong>de</strong> que inconsistências em alguns elementos estão presentes emquase todos os <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> rodovias, os projetistas <strong>de</strong>vem minimizar as inconsistências, ao mesmotempo em que, nos locais em que são inevitáveis, adotar medidas que impeçam que a operação darodovia seja insegura. De um modo geral, a consistência é mais facilmente alcançada, selecionandocritérios <strong>para</strong> todos os elementos críticos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, em um sistema viário, do que <strong>para</strong> cada local emparticular.3.4. ELEMENTOS DE PROJETO3.4.1. Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>A <strong>de</strong>terminação da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> a<strong>de</strong>quada é um dos passos iniciais do planejamento e<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> qualquer <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> rodovia. A importância <strong>de</strong> sua seleção é fundamental,porque quase todos os critérios <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> e <strong>de</strong> operação da rodovia e <strong>de</strong> sua área marginal sãoinfluenciados pela velocida<strong>de</strong>. Para construção nova ou <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> reconstrução, reabilitação erecapeamento, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>ve satisfazer às expectativas dos usuários <strong>para</strong> o tipo ecaráter da rodovia. Para o caso <strong>de</strong> reconstrução, reabilitação e recapeamento, <strong>de</strong>ve refletir asvelocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação reais e não necessariamente o limite legal <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. Os motoristasten<strong>de</strong>m a aceitar um menor limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> as dificulda<strong>de</strong>s das condições reais são óbvias,do que on<strong>de</strong> não há razão aparente. Na maioria dos casos, os motoristas ajustam suas velocida<strong>de</strong>s àslimitações físicas e <strong>de</strong> tráfego. Naturalmente, há exceções, on<strong>de</strong> é impraticável prover geometria econdições marginais <strong>para</strong> a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> escolhida. Para essas situações, <strong>de</strong>ve ser adotadoalgum método <strong>para</strong> avisar os motoristas, tais como sinais <strong>de</strong> advertência e <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> permitidaantes das curvas muito fechadas.No <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> um trecho extenso <strong>de</strong> rodovia, é <strong>de</strong>sejável admitir uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> constante.Mudanças na topografia e outras condições po<strong>de</strong>m tornar necessária uma mudança <strong>de</strong>ssa velocida<strong>de</strong>em certas seções, <strong>de</strong>ntro dos limites do <strong>projeto</strong> e nos seus pontos terminais. On<strong>de</strong> isso ocorrer,trechos <strong>de</strong> transição, como longos tapers <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> largura da faixa <strong>de</strong> tráfego ou dos38MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasacostamentos, <strong>de</strong>vem ser usados <strong>para</strong> modificar a velocida<strong>de</strong> operacional, seguindo os princípios <strong>de</strong>orientação positiva.3.4.2. Alinhamentos horizontal e verticalA adoção <strong>de</strong> critérios ótimos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> os alinhamentos horizontal e vertical permite umaviagem confortável e esteticamente agradável. Além disso, mais importante <strong>para</strong> a segurança, poisfornece gran<strong>de</strong>s distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> o motorista. No entanto, po<strong>de</strong> não ser possívelsatisfazer a esses critérios <strong>para</strong> todas as curvas. Deve haver um exame <strong>de</strong> locais específicos, <strong>para</strong> seter certeza <strong>de</strong> não haver condições perigosas ou que potencialmente o sejam. Quando curvashorizontais <strong>de</strong> raio mínimo ou inferior tiverem que ser adotadas ou mantidas, os projetistas <strong>de</strong>vemexaminar a conveniência <strong>de</strong> adotar maiores taxas <strong>de</strong> superelevação ou usar áreas marginais maislargas e livres nessas curvas, <strong>para</strong> minimizar seu impacto. A superelevação adotada <strong>de</strong>ve serconsistente com as condições físicas locais.Embora distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da sejam usualmente suficientes <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> horizontal evertical, a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve ser usada no <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> viasexpressas, especialmente em locais <strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong> e aspectos inesperados. Esse tipo <strong>de</strong>distância é necessário sempre que há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erro na recepção <strong>de</strong> informação, na tomada <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão ou controle das ações. Interconexões complexas, saídas pela esquerda, modificações na seçãotransversal, redução <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> tráfego e praças <strong>de</strong> pedágio são exemplos <strong>de</strong> locais críticosfrequentemente encontrados em vias expressas, on<strong>de</strong> esses tipos <strong>de</strong> erros costumam aparecer e on<strong>de</strong> é<strong>de</strong>sejável dispor <strong>de</strong> distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.Grei<strong>de</strong>s suaves combinados com seções mínimas e curvas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s raios ten<strong>de</strong>m a fazer que a águadas chuvas siga rotas excessivamente longas até atingir a borda da pista. Isto é perceptível nas áreascompreendidas entre uma seção normal e a seção superelevada <strong>de</strong> uma curva com grei<strong>de</strong> suave, eresulta em uma camada <strong>de</strong> maior lâmina d’água, mesmo em chuvas fracas, aumentando apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquaplanagem.3.4.3. Controle <strong>de</strong> acessosO controle <strong>de</strong> acessos é um dos fatores mais significativos em uma rodovia segura e <strong>de</strong> operaçãoeficiente. Os benefícios do controle pleno <strong>de</strong> acesso foram <strong>de</strong>monstrados no estudo Interstate SystemAcci<strong>de</strong>nt Research Study, FHWA, 1970. Esse estudo concluiu que os índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, feridos ecasos fatais nas estradas interestaduais norte-americanas caíram <strong>de</strong> 30% a 76%, com a imposição dasmedidas <strong>de</strong> controle.39MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasEm rodovias sem controle total <strong>de</strong> acessos, o seu monitoramento eficiente, principalmente nasinterseções, é essencial <strong>para</strong> uma operação eficiente e segura. Monitoramento <strong>de</strong> acessos é a prática<strong>de</strong> controlar os acessos a proprieda<strong>de</strong>s marginais, regulamentando localização, número, espaçamento,<strong>projeto</strong>, aberturas nos canteiros centrais e semáforos do sistema <strong>de</strong> rodovias. É essencial <strong>para</strong>aumentar a segurança e melhorar a operação <strong>de</strong> sistemas com gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> tráfego, on<strong>de</strong>pontos <strong>de</strong> conflito existem ou são previstos.3.4.4. PavimentosUm bom pavimento <strong>de</strong>ve suportar os efeitos do mau tempo, permitir <strong>de</strong>slocamento suave, não causar<strong>de</strong>sgaste excessivo dos pneus nem ruídos altos, ter estrutura forte, resistir ao <strong>de</strong>sgaste, permitir oescoamento das águas (drenagem) e ter boa resistência a <strong>de</strong>rrapagens. O grau <strong>de</strong> atendimento a essesatributos caracteriza a segurança da rodovia. A resistência à <strong>de</strong>rrapagem é particularmenteimportante.A interação da superfície do pavimento com os pneus é crítica no controle e <strong>para</strong>da <strong>de</strong> um veículo. Aárea <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> um pneu <strong>de</strong> um carro <strong>de</strong> passeio típico tem apenas o tamanho <strong>de</strong> uma mão. A áreatotal <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> todo o veículo com o pavimento é, portanto, muito pequena. Praticamente todos ospavimentos secos provêm atrito suficiente <strong>para</strong> o movimento seguro dos carros. No entanto, quandoos pavimentos têm características inferiores <strong>de</strong> resistência à <strong>de</strong>rrapagem, uma camada <strong>de</strong> 0,02 mm <strong>de</strong>água po<strong>de</strong> reduzir em 75% o atrito entre os pneus e o pavimento. Essa camada po<strong>de</strong> ser atingida comuma chuva <strong>de</strong> 0,20 mm, durante uma hora. Os pavimentos <strong>de</strong>vem ser projetados e conservados, <strong>de</strong>modo que permitam o fluxo <strong>de</strong> água <strong>para</strong> fora da sua superfície e que mantenham coeficiente <strong>de</strong>atrito a<strong>de</strong>quado durante sua vida útil.3.4.5. Áreas marginaisCerca <strong>de</strong> 60% <strong>de</strong> todos os aci<strong>de</strong>ntes fatais envolvem apenas um veículo (em áreas rurais, a proporçãoé ainda maior); 70 % <strong>de</strong>les envolvem veículos que abandonam a pista <strong>de</strong> rolamento e capotam oubatem em objeto fixo. As razões <strong>para</strong> a saída da rodovia variam; a maioria não é intencional e resulta<strong>de</strong> erros dos motoristas, como velocida<strong>de</strong> excessiva, sono, fadiga, falta <strong>de</strong> atenção, atuaçãoirresponsável, redução <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong> pelo uso <strong>de</strong> álcool ou drogas, ou combinações <strong>de</strong>ssas causas.Algumas saídas são intencionais, por exemplo, <strong>para</strong> evitar um veículo vindo em sentido contrário ouum objeto <strong>de</strong>rrubado na rodovia. Qualquer que seja o motivo, o motorista que sai da rodoviafrequentemente está exposto a uma situação perigosa.O conceito <strong>de</strong> área livre, isto é, uma área adjacente à pista, na qual a <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> transversal, asuperfície e a ausência <strong>de</strong> obstáculos fixos pu<strong>de</strong>ssem permitir a recuperação <strong>de</strong> um veículo que saísseda rodovia, é importante, por resultar em uma rodovia mais segura. Orientação inicial sobre esse40MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasconceito surgiu em 1974, na publicação da AASHTO Highway Design and Operational PracticesRelated to Highway Safety, que recomendava uma faixa livre <strong>de</strong> 9 m, medida a partir da borda dapista <strong>de</strong> rolamento. Experiência posterior levou a um refinamento consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong>sta orientaçãoinicial, com uma área livre variável, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, do volume médio diário<strong>de</strong> tráfego e dos seguintes elementos geométricos da rodovia: curvatura horizontal, localização emcorte ou aterro, inclinação lateral do terreno, presença ou não <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> rodovias próximas einclinação <strong>de</strong>sses talu<strong>de</strong>s.De forma i<strong>de</strong>al, a área livre <strong>de</strong>ve apresentar inclinações transversais que não provoquem a capotagem<strong>de</strong> veículos e não <strong>de</strong>ve conter objetos fixos. Embora uma superfície com inclinação transversal <strong>de</strong>1V:3H seja tecnicamente transponível por um veículo <strong>de</strong> passeio, é <strong>de</strong> valor marginal <strong>para</strong> asegurança. Motoristas que saem da rodovia e tentam recuperar o controle dos seus veículosfrequentemente não po<strong>de</strong>m frear ou dirigir a<strong>de</strong>quadamente em uma inclinação <strong>de</strong> 1V:3H. Estainclinação torna-se potencialmente perigosa, quando elementos, como valetas <strong>para</strong> erosão ou árvores,são localizados na sua superfície ou próximas a ela. Em seções <strong>de</strong> aterro, uma inclinação <strong>de</strong> talu<strong>de</strong> <strong>de</strong>1V:4H, ou menor, <strong>de</strong>ntro dos limites da área livre (ou passando um pouco), tem sido adotada em<strong>projeto</strong>s recentes. O <strong>de</strong>slocamento do equipamento rodoviário <strong>para</strong> áreas menos vulneráveis fora dazona livre é preferível. On<strong>de</strong> isso não for possível, <strong>de</strong>vem-se adotar <strong>projeto</strong>s que tornem esseselementos frágeis a batidas, <strong>de</strong> modo que não ofereçam perigo, quando atingidos por um veículo.Objetos fixos não suscetíveis a esse tratamento <strong>de</strong>vem ser protegidos por barreiras a<strong>de</strong>quadamenteprojetadas ou por <strong>de</strong>fensas que absorvam os choques. Obstáculos que não po<strong>de</strong>m ser tratados poruma <strong>de</strong>ssas maneiras <strong>de</strong>vem ser a<strong>de</strong>quadamente caracterizados <strong>para</strong> alertar os motoristas.Para todos os tipos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, a localização <strong>de</strong> zonas livres <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminada ou i<strong>de</strong>ntificada eáreas seguras <strong>de</strong>vem ser criadas. Programas <strong>de</strong>vem ser estabelecidos <strong>para</strong> assegurar que essas áreassejam mantidas durante a vida útil da rodovia. É igualmente importante compreen<strong>de</strong>r que um veículopo<strong>de</strong> facilmente ultrapassar os seus limites e que, sempre que viável, <strong>de</strong>vem ser implementados osconceitos <strong>de</strong> segurança, além <strong>de</strong>sses limites. Muitos dos tratamentos <strong>de</strong> segurança disponíveisatualmente, tais como suportes <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong>rrubáveis por colisões e coberturas <strong>de</strong> valetastransponíveis, custam o mesmo que os dispositivos anteriores.3.4.6. CaminhõesMuitos dos padrões adotados <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> rodovias são baseados em características dos carros <strong>de</strong>passeio, embora as características dos caminhões possam ser mais críticas. Consequentemente, hánecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se reexaminar os critérios <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, <strong>para</strong> que sejam consi<strong>de</strong>rados os veículos atuaisou previstos <strong>para</strong> uso futuro.41MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasPesquisas têm estabelecido critérios que são sensíveis às características dos caminhões. Incluemdistância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da, geometria nas interseções, canalização, alargamento das pistas <strong>de</strong>rolamento nas curvas, gabarito vertical e sinais <strong>de</strong> advertência. Mudanças em vários padrões sãonecessários, mas po<strong>de</strong> <strong>de</strong>morar algum tempo até que se possam mudar as normas que regem ospadrões adotados.Para acomodar gran<strong>de</strong>s caminhões com maior segurança, é importante consi<strong>de</strong>rar suas característicasnos <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> rodovias que apresentam volumes significativos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s caminhões. O Manual <strong>de</strong>Projeto Geométrico <strong>de</strong> Travessias Urbanas, DNIT, 2010, inclui estudo <strong>de</strong>talhado dos atuais veículos<strong>de</strong> carga <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões e <strong>de</strong> seus reflexos no <strong>projeto</strong> geométrico <strong>de</strong> rodovias e interseções.3.4.7. Pe<strong>de</strong>stres e ciclistasPe<strong>de</strong>stres e ciclistas constituem uma porção crescente como usuários, e atenção <strong>de</strong>ve ser dada à suapresença nas áreas rurais e urbanas. Todas as rodovias que não têm controle pleno <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong>vemser planejadas, construídas, operadas e conservadas, consi<strong>de</strong>rando o uso e as necessida<strong>de</strong>s dospe<strong>de</strong>stres e ciclistas. É frequentemente difícil acomodar, com segurança, pe<strong>de</strong>stres e ciclistas emáreas urbanas, principalmente quando não são consi<strong>de</strong>rados durante o processo <strong>de</strong> planejamento e<strong>projeto</strong> <strong>de</strong> uma rodovia. Tanto nas áreas rurais como urbanas, os planejadores têm que consi<strong>de</strong>rar aevolução da área. Os planejadores e projetistas <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolver <strong>projeto</strong>s que satisfaçam àsnecessida<strong>de</strong>s futuras dos pe<strong>de</strong>stres e ciclistas. A faixa <strong>de</strong> domínio adicional necessária <strong>para</strong> acomodarpe<strong>de</strong>stres e ciclistas <strong>de</strong>ve ser i<strong>de</strong>ntificada e adquirida, sempre que for viável. Os projetistas <strong>de</strong>vemprever passeios laterais, travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, ilhas <strong>de</strong> proteção, <strong>de</strong>tectores <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres nossemáforos, faixas <strong>para</strong> ciclistas, passagens mistas <strong>de</strong> ciclistas e pe<strong>de</strong>stres, interrupções em meios-fios,<strong>para</strong> acomodar rampas <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres <strong>para</strong> pessoas mais idosas e com problemas especiais.Pe<strong>de</strong>stres e ciclistas incluem pessoas <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s e habilida<strong>de</strong>s. Suas ações são menosprevisíveis que as dos motoristas. Não há cursos especiais ou licenças <strong>para</strong> andar ou dirigir umabicicleta, e a fiscalização <strong>para</strong> obrigar a obe<strong>de</strong>cer às leis <strong>de</strong> tráfego é, na melhor das hipóteses, muitofrouxa. Os engenheiros <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar essa situação e o fato <strong>de</strong> que as rodovias são projetadas<strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r mais aos motoristas que aos outros usuários. Projetar tendo em mente as necessida<strong>de</strong>sdos ciclistas e pe<strong>de</strong>stres torna mais fácil acomodar todos os usuários. O Manual <strong>de</strong> ProjetoGeométrico <strong>de</strong> Travessias Urbanas apresenta as características das ciclovias, faixas <strong>para</strong> ciclistas etravessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres a serem consi<strong>de</strong>radas.3.4.8. Condições adversas do meio ambienteAs condições adversas do meio ambiente, como chuvas e nevoeiros, são condições temporárias queaumentam os riscos das rodovias. Pesquisas feitas nos Estados Unidos mostram que 14% dos42MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasaci<strong>de</strong>ntes fatais e 20% dos aci<strong>de</strong>ntes, em geral, ocorrem em pavimentos molhados. A distribuição dosaci<strong>de</strong>ntes é, aproximadamente, a mesma durante as horas do dia e da noite. Consi<strong>de</strong>rando que otráfego à noite é reduzido (principalmente <strong>de</strong>pois das 22 horas), as estatísticas mostram que, emcondições adversas, é muito mais perigoso dirigir à noite.A chuva e os nevoeiros têm algumas características em comum e outras fundamentalmentediferentes. As duas condições reduzem a visibilida<strong>de</strong>. Depen<strong>de</strong>ndo da região do País, ocorre maisuma condição que a outra. Os nevoeiros são mais comuns em áreas mais altas e mais frias. De acordocom a região consi<strong>de</strong>rada, cada setor responsável pela rodovia <strong>de</strong>ve analisar as probabilida<strong>de</strong>s eépocas <strong>de</strong> sua ocorrência e <strong>de</strong>terminar as medidas a tomar, em termos <strong>de</strong> sinalização e administração.3.4.9. Monitoramento do tráfegoO monitoramento do tráfego inclui componentes humanas, institucionais, regulamentação,equipamentos e sistemas <strong>de</strong> processamento, visando, principalmente, eliminar a ocorrência <strong>de</strong>congestionamentos e reduzir sua duração. Estratégias específicas incluem supervisão, controle,sistemas <strong>de</strong> informação aos motoristas, acompanhamento dos inci<strong>de</strong>ntes e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>implementar melhorias que reduzam engarrafamentos <strong>de</strong> origem geométrica e operacional. Emborafrequentemente consi<strong>de</strong>radas apenas com respeito à redução <strong>de</strong> congestionamento, as estratégias<strong>de</strong>vem procurar aten<strong>de</strong>r a benefícios, em termos <strong>de</strong> segurança.Contagens permanentes nos ramos <strong>de</strong> acesso, por permitirem i<strong>de</strong>ntificar os locais <strong>de</strong> maior variaçãodo tráfego <strong>de</strong> veículos, têm sido creditadas com a redução <strong>de</strong> 30% a 50% dos aci<strong>de</strong>ntes envolvendoos movimentos <strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong> veículos, durante os períodos <strong>de</strong> pico das vias expressas urbanas.De fato, muitas agências responsáveis pela administração <strong>de</strong> rodovias nos Estados Unidos usamestatísticas <strong>de</strong>terminando os locais em que os números <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes são superiores à média geral,como base <strong>para</strong> instalação <strong>de</strong> contagens permanentes em acessos. Programas <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong>ocorrências diminuem a sua duração, com reflexos semelhantes nos congestionamentos, reduzindo opotencial <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. O policiamento rodoviário e outros sistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong>mauxiliar a localização e remoção <strong>de</strong> motoristas sem condições <strong>de</strong> dirigir, reduzindo a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>atropelamentos. Sistemas <strong>de</strong> informações aos motoristas po<strong>de</strong>m manter atualizados os que já estãonas rodovias e aqueles prestes a entrar nas mesmas, quanto à situação <strong>de</strong> congestionamentos e outrasocorrências, minimizando a incidência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes.Embora muitas das reduções <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e outros benefícios <strong>para</strong> a segurança, resultantes domonitoramento do tráfego, não tenham sido totalmente quantificados, não há dúvidas quanto àexistência <strong>de</strong>sses benefícios. Monitoramento a<strong>de</strong>quado po<strong>de</strong> ser feito <strong>para</strong> qualquer sistema <strong>de</strong>43MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasrodovias e é particularmente apropriado <strong>para</strong> vias expressas, on<strong>de</strong> as velocida<strong>de</strong>s e volumes <strong>de</strong>tráfego são maiores.3.4.10. Gerenciamento dos sistemas <strong>de</strong> transporteOs engenheiros <strong>de</strong> transporte, em suas análises <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong>vem levar em conta os veículosmotorizados, os pe<strong>de</strong>stres e as bicicletas, visando reduzir os conflitos entre essas diferentesmodalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte.Para conseguir o máximo <strong>de</strong> segurança, os pontos <strong>de</strong> conflito <strong>de</strong>vem ser minimizados, limitandoacessos, i<strong>de</strong>ntificando as rotas <strong>de</strong> bicicletas e <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e suas interferências com os veículosmotorizados, e reduzindo o número <strong>de</strong> travessias em nível <strong>de</strong> ferrovias. Todos esses fatores <strong>de</strong>vemser consi<strong>de</strong>rados na fase <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>.Conflitos entre os modos <strong>de</strong> transporte são inevitáveis. Devem ser consi<strong>de</strong>rados os fatores humanos(incluindo motoristas, pe<strong>de</strong>stres e ciclistas), velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>, locaispotencialmente perigosos e as necessida<strong>de</strong>s da sinalização, <strong>de</strong> um modo geral. Além <strong>de</strong> um <strong>projeto</strong>bem feito, os problemas po<strong>de</strong>m ser amenizados com sinalização cuidadosa, incluindo marcas nopavimento e educação pública. As medidas a tomar incluem: orientação pública da correta operação<strong>de</strong> uma bicicleta na rodovia e dos perigos a que está sujeita, iluminação nos sinais <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres emarcas no pavimento, indicando os locais <strong>de</strong> travessia mais seguros.3.5. SISTEMAS COMPUTADORIZADOS VISANDO AUMENTO DASEGURANÇAAs novas tecnologias oferecem muitas oportunida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> melhoria da segurança. Sistemasinteligentes <strong>de</strong> transporte estão rapidamente passando dos conceitos <strong>para</strong> a realida<strong>de</strong> em muitas áreas<strong>de</strong> aplicação. Embora seu interesse original e suas aplicações tenham sido no sentido <strong>de</strong> evitarinci<strong>de</strong>ntes e melhorar a orientação dos motoristas, seu melhor resultado po<strong>de</strong> ser a melhoria dasegurança. Sistemas <strong>de</strong>senvolvidos <strong>para</strong> vias expressas em Chicago (Estados Unidos) resultaram emredução <strong>de</strong> 18% dos aci<strong>de</strong>ntes dos períodos <strong>de</strong> pico. Os especialistas prevêem reduções substanciaisnos aci<strong>de</strong>ntes, números <strong>de</strong> feridos e <strong>de</strong> mortos, com a adoção das tecnologias avançadas.Enquanto muitas medidas <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>senvolvidas através dos anos tenham tido como objetivo aredução das consequências dos aci<strong>de</strong>ntes, muitas das funções dos sistemas inteligentes são orientadasno sentido <strong>de</strong> evitá-los. Tecnologias visando à i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> problemas potenciais e a comunicaçãoentre veículos preten<strong>de</strong>m avisar automaticamente os motoristas, provendo tempo adicional <strong>para</strong>medidas evasivas. As novas tecnologias po<strong>de</strong>m, também, assumir algumas funções que sãoatualmente da responsabilida<strong>de</strong> dos motoristas, compensando algumas <strong>de</strong> suas limitações e44MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviaspermitindo que os veículos operem com segurança, quando mais próximos. À medida que essastecnologias sejam disponibilizadas, os responsáveis pelas rodovias <strong>de</strong>vem incorporar as que serevelarem economicamente viáveis.45MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias4. VIAS EXPRESSAS47MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias4. VIAS EXPRESSASAs vias expressas são as mais seguras, <strong>de</strong>ntro das diversas classes <strong>de</strong> rodovias, por serem dotadas dospadrões técnicos mais elevados. O controle total <strong>de</strong> acesso é o maior fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes,complementado por canteiros centrais e acostamentos mais largos, canteiros laterais livres <strong>de</strong>obstruções e o uso extensivo <strong>de</strong> barreiras <strong>de</strong> proteção. As velocida<strong>de</strong>s diretrizes elevadas <strong>de</strong>ssas vias,com extensas distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido aos gran<strong>de</strong>s raios <strong>de</strong> curvatura horizontal e os suavestrechos <strong>de</strong> concordância vertical, além <strong>de</strong> outros elementos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> selecionados <strong>de</strong> formafavorável, resultam em um ambiente propício à segurança, que po<strong>de</strong> ser ainda aumentado pormedidas complementares apresentadas na presente seção.4.1. CRITÉRIOS DE PROJETOOs critérios <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> vias expressas são estabelecidos nas publicações do DNIT: Manual <strong>de</strong>Projeto Geométrico <strong>de</strong> Rodovias Rurais – 1999 e Manual <strong>de</strong> Projeto Geométrico <strong>de</strong> TravessiasUrbanas – 2010 e se aplicam a construções novas e melhorias <strong>de</strong> rodovias existentes. Embora a Seção2 apresente conceitos básicos <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> todos os tipos <strong>de</strong> via, a presente Seção trataparticularmente da aplicação <strong>de</strong>sses conceitos <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> e operação <strong>de</strong> vias expressas.4.1.1. Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ProjetoA variação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> ao longo <strong>de</strong> uma rodovia tem um impacto direto na segurança. Quantomaior e mais inesperada for a variação, maior a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte. As vias expressas <strong>de</strong>vemser projetadas permitindo os motoristas dirigirem com velocida<strong>de</strong> aproximadamente constante, queatenda a suas necessida<strong>de</strong>s e expectativas. Caso contrário, erros são prováveis. Como base <strong>de</strong>raciocínio, po<strong>de</strong>-se dizer que a diferença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s até 10 km/h entre dois trechos sucessivos éótima; entre 10 e 20 km/h é aceitável; acima <strong>de</strong> 20 km/h já não é recomendável. Esses valores sereferem às velocida<strong>de</strong>s, abaixo das quais 85% dos veículos trafegam. Para <strong>de</strong>terminar a velocida<strong>de</strong>esperada V 85 , quando não se dispuser <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> pesquisas efetuadas com esse objetivo, po<strong>de</strong>seutilizar o método alemão constante da publicação Richtlinien fur die Anlage von Strassen.RASTeil: Linienfuhrung (RAS-L). Bonn, 1995 ou <strong>de</strong> sua tradução Diretrizes <strong>para</strong> a Concepção <strong>de</strong> Estradas(DCE) - 2000, adotada pelo DER-SC.Consi<strong>de</strong>rando que as velocida<strong>de</strong>s variam com os raios das curvas horizontais, engenheiros alemãescriaram um gráfico, que foi adaptado no Manual <strong>de</strong> Projeto Geométrico <strong>de</strong> Rodovias Rurais(Figura 2), em que as três zonas centrais i<strong>de</strong>ntificam os valores dos raios <strong>de</strong> curvas sucessivas quecorrespon<strong>de</strong>m a variações <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quadas.49MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasCabe observar que a publicação alemã citada, datada <strong>de</strong> 1995, contém uma atualização da Figura 2,permitindo maior tolerância nas variações dos raios das curvas que se suce<strong>de</strong>m.Figura 2 – Escolha dos raios <strong>de</strong> curvas sucessivasA velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> vias expressas <strong>de</strong>ve situar-se nos intervalos <strong>de</strong> 80 a 120 km/h, emtrechos rurais, e <strong>de</strong> 60 a 110 km/h, em travessias urbanas.Em <strong>projeto</strong>s novos, são <strong>de</strong>finidos os valores a serem utilizados, aten<strong>de</strong>ndo aos limites impostos pelascondições topográficas e <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> domínio disponível. No caso <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> reconstrução,restauração e introdução <strong>de</strong> melhoramentos, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> não <strong>de</strong>ve ser menor que avelocida<strong>de</strong> original <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> ou velocida<strong>de</strong> permitida no trecho.Velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>para</strong> os ramos das interconexões <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do tipo <strong>de</strong> ramo <strong>de</strong> acesso e davelocida<strong>de</strong> do fluxo proveniente ou que se <strong>de</strong>stina à rodovia que é interceptada. Normalmente essavelocida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>terminada pelo elemento do ramo <strong>de</strong> maiores restrições, usualmente a curva <strong>de</strong> menorraio. Qualquer que seja a velocida<strong>de</strong>, transição a<strong>de</strong>quada entre a via expressa e o terminal <strong>de</strong> entradaou <strong>de</strong> saída <strong>de</strong>ve ser prevista.50MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias4.1.2. Larguras <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> tráfego e <strong>de</strong> acostamentosA operação eficiente e segura do tráfego <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da escolha a<strong>de</strong>quada das larguras <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong>tráfego e acostamentos, <strong>de</strong> acordo com as recomendações dos manuais <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> geométrico citados.A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acomodar maior volume <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong>ntro da faixa <strong>de</strong> domínio existente, oupassível <strong>de</strong> adquirir em travessias urbanas, tem levado os responsáveis a aumentar a capacida<strong>de</strong> davia existente, reduzindo as larguras das faixas e acostamentos e aumentando o número <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong>tráfego. A adoção <strong>de</strong> seções transversais inferiores às padronizadas (largura <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> 3,50 m a3,60 m) tem que ser analisada cuidadosamente, em cada caso. A experiência indica que faixas <strong>de</strong>trânsito <strong>de</strong> 3,30 m po<strong>de</strong>m operar com segurança, se forem mantidas as <strong>de</strong>mais característicastécnicas. Entretanto, se forem combinadas com reduções <strong>de</strong> largura <strong>de</strong> acostamentos, distância <strong>de</strong>visibilida<strong>de</strong> menor que a necessária e outros elementos inferiores aos fixados, as faixas <strong>de</strong> 3,30 mpo<strong>de</strong>m não manter o mesmo padrão <strong>de</strong> segurança. A transformação <strong>de</strong> acostamentos em faixas <strong>de</strong>tráfego, <strong>para</strong> obter maior capacida<strong>de</strong> em um pequeno trecho, tem resultado, em alguns casos, emredução significativa <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes relacionados a engarrafamentos. A remoção dos acostamentos emtrechos <strong>de</strong> vários quilômetros, no entanto, não tem dado os mesmos resultados.A experiência mostra que, on<strong>de</strong> um acostamento for transformado em faixa <strong>de</strong> tráfego, é preferíveleliminar o acostamento esquerdo (interno). Os motoristas preferem <strong>para</strong>r no lado direito, bem como opessoal encarregado da manutenção e fiscalização. Quando uma rodovia tem uma barreira em umcanteiro central estreito, e se está cogitando transformar um acostamento, junto ao canteiro, em faixa<strong>de</strong> tráfego, eventual curva no local <strong>de</strong>ve ser verificada quanto à distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da.Quando os dois acostamentos são removidos, medidas preventivas e mo<strong>de</strong>radoras <strong>de</strong>vem serconsi<strong>de</strong>radas. Essas medidas incluem a<strong>de</strong>quada sinalização <strong>de</strong> regulamentação e <strong>de</strong> advertência,construção <strong>de</strong> baias <strong>de</strong> emergência, iluminação contínua, restrição ao tráfego <strong>de</strong> caminhões, patrulhas<strong>de</strong> serviço permanentes e outras medidas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes, e monitoração e avaliaçãopermanente, <strong>para</strong> garantir que problemas não previstos sejam i<strong>de</strong>ntificados e rapidamente corrigidos.Quando não pu<strong>de</strong>rem ser providos, acostamentos à direita, em uma extensão significativa <strong>de</strong> uma viaexpressa (cerca <strong>de</strong> 1,5 km ou mais), locais <strong>para</strong> baias <strong>de</strong> emergência, a<strong>de</strong>quadamente espaçados,<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados, on<strong>de</strong> for possível. Quando acostamentos apropriados não forem disponíveisou não pu<strong>de</strong>rem ser economicamente oferecidos durante um <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> reconstrução, baias <strong>de</strong>emergência são também apropriadas <strong>para</strong> estruturas longas, como ilustrado na Figura 3. A baia <strong>de</strong>veter comprimento e largura suficientes <strong>para</strong> acomodar gran<strong>de</strong>s caminhões e <strong>de</strong>sejavelmente dispor <strong>de</strong>dispositivos <strong>de</strong> segurança, como atenuadores <strong>de</strong> impacto, <strong>para</strong> absorver a energia cinética <strong>de</strong> umveículo <strong>de</strong>sgovernado e impedir que motoristas que percam a direção se machuquem seriamente.51MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 3 – Baia <strong>de</strong> emergência4.1.3. Marcas no pavimento e tachõesPintura no pavimento, como linhas <strong>de</strong> borda <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> tráfego, canalizadoras em interconexões eacessos, símbolos ou palavras, fornecem importante informação <strong>para</strong> o motorista. Marcas nopavimento <strong>de</strong>finem faixas <strong>de</strong> tráfego em um mesmo sentido, informam aos motoristas restrições dasfaixas e transmitem certas advertências e regulamentações que, <strong>de</strong> outro modo, não seriamclaramente compreendidas. Marcas no pavimento são particularmente importantes à noite e duranteseveras condições <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong>vendo ser refletoras. Enquanto marcas pintadas em pavimentos bemconservados são aceitáveis, pinturas mais espessas, <strong>de</strong> vida longa, termoplásticas, po<strong>de</strong>m ter melhorresultado durante mau tempo e tráfego pesado. Alguns estudos têm sido feitos quanto aos benefícios<strong>de</strong> linhas pintadas mais largas, com 15 ou 20 cm, ao invés das linhas padronizadas <strong>de</strong> 10 cm. Aslinhas mais largas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> benefício, especialmente <strong>para</strong> motoristas mais idosos.As marcações refletivas e salientes estão sendo usadas frequentemente como complemento àsmarcações pintadas. Tachões são especialmente úteis ao <strong>de</strong>linear as vias à noite e sob chuva intensa,pois tornam mais visíveis as pinturas normalmente utilizadas. São recomendadas <strong>para</strong> uso em viasexpressas, sempre que não representem custo excessivo.4.1.4. Delineadores e balizadoresDelineadores são placas posicionadas lateralmente à via, <strong>de</strong> forma a indicar precisamente a sua bordaaos usuários, principalmente em situações envolvendo risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Devem ser aplicados nascurvas acentuadas, nas transições com diminuição <strong>de</strong> largura <strong>de</strong> pista, particularmente nasaproximações <strong>de</strong> obras-<strong>de</strong>-arte especiais e ainda em pontos localizados, on<strong>de</strong> o alinhamento po<strong>de</strong> serconsi<strong>de</strong>rado confuso.52MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasBalizadores são dispositivos auxiliares, posicionados lateralmente à via, dotados <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>srefletoras, com o objetivo <strong>de</strong> propiciar ao condutor melhor percepção das mudanças no alinhamentohorizontal. São particularmente importantes em trajetos noturnos, ou com má visibilida<strong>de</strong> causadapor condições adversas <strong>de</strong> tempo.Balizadores não <strong>de</strong>vem ser usados <strong>para</strong> caracterizar situações envolvendo riscos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes,obstáculos, ocorrência <strong>de</strong> postes laterais ou objetos fixos ou <strong>para</strong> restringir acesso. Devem ser usados,<strong>para</strong> esse fim, <strong>de</strong>lineadores, marcadores <strong>de</strong> obstáculos e outros elementos caracterizados no Manual<strong>de</strong> Sinalização Rodoviária do DNIT.Em trechos com <strong>de</strong>fensa ou barreira <strong>de</strong>vem ser utilizadas películas refletivas (olhos <strong>de</strong> gato) fixadaslateralmente na própria <strong>de</strong>fensa ou barreira, conforme mostrado na Figura 4.Figura 4 – Balizadores fixados em barreiras e <strong>de</strong>fensas4.1.5. Sinalização verticala) MensagensA sinalização das vias expressas <strong>de</strong>ve ser planejada juntamente com o lançamento do <strong>projeto</strong>geométrico. Se <strong>de</strong>ixada <strong>para</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> concluído o <strong>projeto</strong>, po<strong>de</strong> resultar em sinalização <strong>de</strong>ficiente eproblemas <strong>operacionais</strong>, principalmente nas interconexões.Deve-se levar em conta que um mau <strong>projeto</strong> não po<strong>de</strong> ser corrigido com a sinalização. A sinalização<strong>de</strong>ve ser consistente, bem visível, <strong>de</strong> significado claro e sem ambiguida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> modo a orientar osmotoristas que não estejam familiarizados com a rodovia.Nas áreas rurais, <strong>de</strong>ve ser evitada a tendência <strong>de</strong> sobrecarregar as interconexões com placas <strong>de</strong>sinalização. Nas proximida<strong>de</strong>s das interconexões e acessos, não <strong>de</strong>vem ser colocadas mensagens <strong>de</strong>53MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviascaráter geral. Os sinais <strong>de</strong>vem ter a função <strong>de</strong> transmitir aos motoristas informações a<strong>de</strong>quadas nosmomentos em que são necessárias: cuidados a tomar por motivo <strong>de</strong> segurança, informações quantoaos <strong>de</strong>stinos a seguir e faixas <strong>de</strong> tráfego a utilizar. O projetista <strong>de</strong>ve esquematizar a sinalização porplacas e marcas, levando em conta as distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> necessárias, dimensões <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong>mudança <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, eventuais pontos perigosos etc.Em trechos com interconexões relativamente próximas, <strong>de</strong>ve-se tomar especial cuidado em dispersarinformações, <strong>para</strong> evitar que se acumulem e sobrecarreguem os motoristas, em locais em que sãonecessárias tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões. A Figura 5 mostra um exemplo <strong>de</strong> se<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> informaçõesacumuladas em um ponto. No caso <strong>de</strong> tráfego elevado, o uso <strong>de</strong> letras maiores po<strong>de</strong> ajudar a todos osmotoristas, particularmente os idosos.Figura 5 – Se<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> informaçõesQuando interconexões são tão próximas, que os sinais <strong>de</strong> indicação não po<strong>de</strong>m ser a<strong>de</strong>quadamenteespaçados, eles po<strong>de</strong>m ser suplementados por sinais, indicando sequências <strong>de</strong> interconexões, quei<strong>de</strong>ntifiquem duas ou três interconexões seguintes. Se o espaçamento for menor que 250 m, essessinais <strong>de</strong>vem substituir os sinais <strong>de</strong> indicação <strong>de</strong> cada interconexão.Os sinais <strong>de</strong> indicação <strong>de</strong> saídas <strong>de</strong>vem ser uniformes. Transferências entre vias expressas, saídas emtangente e interconexões com redução <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong>vem utilizar sinais específicos. Po<strong>de</strong>m ocorrerproblemas <strong>de</strong> transferências entre vias expressas, em que o ramo <strong>de</strong> saída tem mais <strong>de</strong> uma faixa e54MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasnesse ramo há um segundo ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. É comum não haver sinal prévio <strong>de</strong> indicação <strong>de</strong>ssesegundo ponto, por falta <strong>de</strong> espaço. Em consequência, o sinal colocado nesse ponto <strong>de</strong> saída é oprimeiro que o motorista vê, indicando a faixa a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> cada <strong>de</strong>stino <strong>de</strong>sejado. Um sinal <strong>de</strong>indicação prévia <strong>de</strong> faixa específica, <strong>para</strong> cada <strong>de</strong>stino <strong>de</strong>sejado, <strong>de</strong>ve ser colocado bem antes doponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. A Figura 6 exemplifica este caso.Figura 6 – Sinalização prévia <strong>de</strong> saídaInformações suplementares po<strong>de</strong>m ser obtidas nas publicações: Manual <strong>de</strong> Sinalização Rodoviária –DNIT – 2010, Manual Brasileiro <strong>de</strong> Sinalização <strong>de</strong> Trânsito – CONTRAN – 2007, Manual onUniform Traffic Control Devices – FHWA – 2009 ou edição mais corrente e Gui<strong>de</strong>lines for theSelection of Supplemental Gui<strong>de</strong> Signs for Traffic Generators Adjacent to Freeways – AASHTO –1993.55MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasb) Suporte <strong>de</strong> sinaisDevido ao fato <strong>de</strong> que os suportes <strong>de</strong> sinais são obstáculos laterais, um suporte seguro é o que ce<strong>de</strong>,ao ser atingido por um veículo, ou é protegido por um atenuador <strong>de</strong> impacto ou uma barreira. Mesmoque um suporte seja projetado a<strong>de</strong>quadamente <strong>para</strong> quebrar quando atingido, <strong>de</strong>ve ser colocado on<strong>de</strong>houver menor probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sofrer colisão por um veículo <strong>de</strong>sgovernado. Suportes que permitemgran<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento do sinal po<strong>de</strong>m não se afastar com a rapi<strong>de</strong>z necessária nos impactos laterais, eos que têm base flexível po<strong>de</strong>m provocar instabilida<strong>de</strong> do veículo, após a batida. As áreas <strong>de</strong>recuperação não <strong>de</strong>vem conter suportes <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> nenhum tipo, se locais menos vulneráveispu<strong>de</strong>rem ser encontrados.Em vias expressas, certos sinais <strong>de</strong>vem ser localizados em posição elevada sobre a pista, on<strong>de</strong>possam ser vistos por todo o tráfego e ser usados eficientemente <strong>para</strong> indicar ao tráfego as faixas que<strong>de</strong>vem utilizar. Pelo fato <strong>de</strong> que as estruturas <strong>de</strong> suporte <strong>de</strong>sses sinais são <strong>de</strong> base fixa ein<strong>de</strong>slocáveis, eles <strong>de</strong>vem ser colocados em locais protegidos, na maior extensão possível. Essaproteção po<strong>de</strong> ser feita, por exemplo, por <strong>de</strong>fensas e barreiras. Não <strong>de</strong>vem ser localizados em narizesou outros locais passíveis <strong>de</strong> colisões.Sinais laterais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões são usualmente suportados por dois ou mais postes metálicos.Se não forem protegidos a<strong>de</strong>quadamente por atenuadores <strong>de</strong> impactos ou barreiras, <strong>de</strong>vem serprojetados, <strong>de</strong> modo a serem facilmente <strong>de</strong>rrubados, usando-se um dos sistemas correntes.4.1.6. IluminaçãoEm todas as rodovias, os aci<strong>de</strong>ntes noturnos apresentam duas ou três vezes mais casos fatais que osocorridos durante o dia. A iluminação da rodovia, em locais a<strong>de</strong>quados, po<strong>de</strong> ser uma formaeconomicamente viável <strong>de</strong> reduzir os aci<strong>de</strong>ntes noturnos.Os volumes do tráfego noturno e o nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> da geometria em locais específicos têmgran<strong>de</strong> influência quanto à viabilida<strong>de</strong> do uso da iluminação como forma <strong>de</strong> melhorar a segurança.Vias expressas urbanas com interconexões muito próximas e áreas adjacentes substancialmente<strong>de</strong>senvolvidas geralmente são iluminadas. As complexida<strong>de</strong>s da geometria e do tráfego são <strong>de</strong> talor<strong>de</strong>m que os motoristas necessitam i<strong>de</strong>ntificar e reagir a condições situadas <strong>de</strong> 150 m a 350 m à suafrente. Além disso, não se po<strong>de</strong> confiar em que os faróis dos carros iluminem a<strong>de</strong>quadamente toda apista <strong>de</strong> uma rodovia muito larga.Em face das interconexões mais complexas oferecerem a maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong>conflitos <strong>de</strong> tráfego, exigindo <strong>de</strong>cisões rápidas, sua iluminação po<strong>de</strong> constituir uma medida essencial<strong>para</strong> a redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Po<strong>de</strong>-se optar por iluminar apenas pontos críticos <strong>para</strong> a segurança, por56MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasexemplo, as áreas dos terminais <strong>de</strong> saída e <strong>de</strong> entrada. Entretanto, obtêm-se resultados melhores coma iluminação <strong>de</strong> toda a interconexão. A iluminação parcial é às vezes utilizada, por ser <strong>de</strong> menorcusto. O uso da tecnologia <strong>de</strong> iluminação com mastros altos <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado, por fornecer aomotorista maior campo <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>, possibilitando melhor orientação.A habilida<strong>de</strong> do olho humano em ajustar sua sensibilida<strong>de</strong> visual é relativamente lenta, quando osmotoristas se movem <strong>de</strong> áreas bem iluminadas <strong>para</strong> outras com pior iluminação. Quando ocorre talsituação, são necessários diversos segundos, <strong>para</strong> ajustamento do olho às novas condições, o queconstitui um problema, principalmente <strong>para</strong> os idosos. O número <strong>de</strong>ssas transições <strong>de</strong>ve ser o menorpossível. Em vias expressas urbanas, com várias interconexões a pequenos intervalos, <strong>de</strong>ve-se proveriluminação contínua, <strong>para</strong> conseguir melhores condições <strong>de</strong> operação com a eliminação dastransições.Em vias expressas suburbanas sem iluminação, uma redução da sensibilida<strong>de</strong> visual po<strong>de</strong> resultar <strong>de</strong>luzes provenientes das áreas <strong>de</strong>senvolvidas laterais. Essa iluminação ambiental é prejudicial <strong>para</strong> omotorista, reduzindo sua atenção aos sinais da rodovia. Nos trechos que atravessam áreas vizinhasmuito iluminadas, <strong>de</strong>vem-se criar obstáculos que impeçam que essa iluminação atinja a rodovia, bemcomo iluminar a<strong>de</strong>quadamente a rodovia.Em áreas rurais, a iluminação, em alguns casos é justificada em interconexões, principalmentenaquelas com geometria mais complexa e com muitos pontos <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong> tráfego. Adisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia e os custos <strong>de</strong> manutenção são fatores importantes que influenciam nosistema <strong>de</strong> iluminação a ser adotado. Orientação <strong>para</strong> justificar e projetar todos os tipos <strong>de</strong> sistemas<strong>de</strong> iluminação po<strong>de</strong> ser encontrada nas publicações An Informational Gui<strong>de</strong> for Roadway Lighting –AASHTO – 1984 e American National Standard Practice for Roadway Lighting – ANSI/IES – 1983.4.1.7. Monitoramento do tráfegoAs vias expressas são projetadas <strong>para</strong> transportar com segurança gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> veículos emaltas velocida<strong>de</strong>s. Deixam <strong>de</strong> operar eficientemente, quando a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> tráfego exce<strong>de</strong> àcapacida<strong>de</strong>. Uma via expressa com oito faixas <strong>de</strong> tráfego, operando no nível <strong>de</strong> serviço F, aten<strong>de</strong>aproximadamente ao mesmo número <strong>de</strong> veículos que uma via expressa com seis faixas, operando<strong>de</strong>ntro da capacida<strong>de</strong>. Uma via expressa com a faixa esquerda bloqueada por um aci<strong>de</strong>nte per<strong>de</strong>50 % <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong>, no sentido em que a via foi bloqueada, e 25 % no sentido oposto. Quando hácongestionamento, aumenta o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes mais graves cresce,quando o tráfego com alta velocida<strong>de</strong> se aproxima do tráfego com baixa velocida<strong>de</strong>.57MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasEstratégias são adotadas <strong>para</strong> ajudar a manter a eficiência da operação e a segurança <strong>de</strong> uma viaexpressa, reduzindo a ocorrência e duração dos congestionamentos. As mais a<strong>de</strong>quadas a essesobjetivos compreen<strong>de</strong>m: supervisão e controle, informações aos motoristas e monitoração dosinci<strong>de</strong>ntes.a) Supervisão e controleA forma <strong>de</strong> controle mais comum nas vias expressas dos Estados Unidos é o acesso controlado.Sinais luminosos nos ramos <strong>de</strong> entrada permitem o acesso <strong>de</strong> veículos em quantida<strong>de</strong>s reguladas, <strong>de</strong>modo a impedir formação, em um <strong>de</strong>terminado tempo, <strong>de</strong> filas oriundas <strong>de</strong> interseções semaforizadaspróximas. O fluxo principal da via expressa, mesmo operando próximo da capacida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>acomodar um ou dois veículos a intervalos <strong>de</strong> tempo ajustados. Por outro lado, quando grupos <strong>de</strong>veículos tentam forçar a entrada, criam turbulência, que po<strong>de</strong> fazer com que o tráfego entre emcolapso. A redução da turbulência nas zonas <strong>de</strong> acesso reduz o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> colisõestraseiras e laterais, associadas ao fluxo com <strong>para</strong>das e partidas sucessivas. Reduções <strong>de</strong> 20 a 50 % nonúmero <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes nos locais <strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong> tráfego têm ocorrido <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> instalado o sistema<strong>de</strong> acesso controlado. O <strong>projeto</strong> a<strong>de</strong>quado dos ramos <strong>de</strong> acesso, sinalização <strong>de</strong> advertência e outrasmedidas têm-se revelado eficazes na redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes causados por retenções <strong>de</strong> veículos.As técnicas <strong>de</strong> controle das vias expressas incluem também a indicação dos <strong>de</strong>stinos das diferentesfaixas, limites <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> variáveis e acesso controlado na via principal. São projetadas <strong>para</strong>fornecer avisos antecipados e reduzir diferenças <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s, diminuindo os conflitos em altavelocida<strong>de</strong> que resultam em aci<strong>de</strong>ntes. Nos Estados Unidos, o uso <strong>de</strong>ssas técnicas tem sido limitado,mas, na Europa, on<strong>de</strong> prevalecem, os resultados têm sido positivos. A eficiência das estratégias <strong>de</strong>controle <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> dos dados <strong>de</strong> supervisão. Com o tempo, novastecnologias tornarão as estratégias <strong>de</strong> controle das vias expressas ainda mais efetivas, com sistemas<strong>de</strong> supervisão mais confiáveis, melhores algoritmos <strong>de</strong> controle e outras estratégias avançadas <strong>de</strong>monitoração.b) Informações aos motoristasSistemas <strong>de</strong> informações aos motoristas são projetados <strong>para</strong> informar aos que já estão na rodovia, ouque planejam entrar na mesma, das suas condições, do seu tráfego e do ambiente como um todo. Astécnicas hoje utilizadas <strong>para</strong> comunicação são a sinalização <strong>de</strong> placas e marcas da rodovia, avisos porrádio e painéis <strong>de</strong> mensagens variáveis com dispositivos em tecnologia LED (Ligth Emitting Diod).Para adquirir a confiança e respeito dos motoristas e operar <strong>de</strong> forma satisfatória, as informaçõestransmitidas <strong>de</strong>vem ser oportunas e <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>. A credibilida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> importância capital.58MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasc) Monitoração dos inci<strong>de</strong>ntesInci<strong>de</strong>ntes são os eventos aleatórios, tais como aci<strong>de</strong>ntes, veículos <strong>para</strong>dos ou elementos estranhos narodovia, causando redução <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong>. Quando o volume <strong>de</strong> veículos que se aproxima da cenado inci<strong>de</strong>nte exce<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong>, tem-se congestionamento do tráfego. O impacto dos inci<strong>de</strong>ntes émuito maior que o atraso que provocam. Inci<strong>de</strong>ntes resultam em aci<strong>de</strong>ntes, quando carros em altasvelocida<strong>de</strong>s se aproximam <strong>de</strong> uma fila <strong>de</strong> veículos <strong>para</strong>dos ou movendo-se vagarosamente. Osocupantes <strong>de</strong> veículos <strong>para</strong>dos ou aci<strong>de</strong>ntados estão muito preocupados e <strong>de</strong>satentos ao tráfego quepassa. A polícia, os carros reboque e outros elementos convocados pelos inci<strong>de</strong>ntes são expostos aotráfego. Os veículos <strong>para</strong>dos ou estacionados nos acostamentos tornam-se um problema,principalmente à noite.A monitoração <strong>de</strong> um inci<strong>de</strong>nte consiste na coor<strong>de</strong>nação das medidas necessárias <strong>para</strong> i<strong>de</strong>ntificá-lo,analisar sua natureza, resolver os problemas criados, eliminar seus vestígios e monitorar o tráfego atésua volta à normalida<strong>de</strong>. Um programa <strong>de</strong> monitoração <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>ve incluir a criação <strong>de</strong> umcentro <strong>de</strong> operações <strong>para</strong> coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s.Certos princípios <strong>de</strong>vem ser atendidos, especialmente os seguintes:− Todos os meios <strong>de</strong> captação rápida <strong>de</strong> informações <strong>de</strong>vem ser utilizados, por exemplo:telefone celular, rádio;− Deve ser treinado pessoal <strong>para</strong> obter informação acurada relativa a um inci<strong>de</strong>nte: local,natureza, dimensões etc.Os setores responsáveis pela solução dos inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem ser prontamente informados.Os elementos privados: pessoas ou empresas normalmente chamadas <strong>para</strong> participar do processo<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>vidamente treinadas, e os serviços que prestam a<strong>de</strong>quadamente monitorados.Depois do atendimento <strong>de</strong> eventuais aci<strong>de</strong>ntados, a priorida<strong>de</strong> a aten<strong>de</strong>r é a volta do tráfego ànormalida<strong>de</strong>. Outros serviços previstos não <strong>de</strong>vem ser permitidos, enquanto as faixas <strong>de</strong> tráfego nãoestiverem livres e em funcionamento.Medidas <strong>de</strong> controle do tráfego <strong>de</strong>vem ser imediatamente tomadas <strong>para</strong> garantir a segurança do local,até que pessoas e veículos sejam afastados.As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser coor<strong>de</strong>nadas com os setores responsáveis pela solução dos inci<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>modo a garantir nível a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> à redução do impacto no tráfego.As funções da monitoração dos inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem ser integradas ao treino da polícia, bombeiros,equipes <strong>de</strong> manutenção e pessoal privado envolvido no processo.59MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasProblemas entre as instituições envolvidas no processo <strong>de</strong>vem ser objeto <strong>de</strong> solução prévia e geral, <strong>de</strong>modo a garantir o fluxo sem obstáculos das providências e tarefas necessárias.4.2. ASPECTOS ESPECIAIS4.2.1. Faixas exclusivasFaixas exclusivas são aquelas que, pelo menos em parte do dia, somente po<strong>de</strong>m ser trafegadas porveículos contendo um número mínimo especificado <strong>de</strong> pessoas ou, em alguns casos, veículosespecíficos próprios <strong>para</strong> o transporte <strong>de</strong> muitas pessoas, como ônibus e vans, por exemplo. Esse tipo<strong>de</strong> regulamentação preten<strong>de</strong> encorajar os usuários a utilizar veículos com altos índices <strong>de</strong> ocupação,ao invés <strong>de</strong> transporte individual. Há vários tipos <strong>de</strong> regulamentação com esse objetivo:− Faixa(s) exclusiva(s) em uma via própria;− Faixa(s) exclusiva(s) <strong>de</strong>ntro da faixa <strong>de</strong> domínio <strong>de</strong> uma via expressa, usualmente <strong>de</strong>ntro docanteiro central e se<strong>para</strong>da do tráfego geral por uma barreira rígida;− Uma faixa concorrente da adjacente (geralmente à esquerda) se<strong>para</strong>da do tráfego geral poruma faixa pintada ou canteiro estreito <strong>de</strong> 0,60 a 1,20 m;− Faixa <strong>de</strong> contrafluxo (geralmente a faixa esquerda, no sentido do pico);− Ramos <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong> uso exclusivo.Os índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes nas faixas <strong>de</strong> uso exclusivo são muito baixos. Os índices das faixas <strong>de</strong>contrafluxo são também muito baixos, mesmo quando a se<strong>para</strong>ção da faixa é feita apenas com conesou <strong>de</strong>fensas <strong>de</strong> plástico. Os índices nas faixas do tipo concorrente são <strong>de</strong> difícil avaliação, porque,sem uma barreira, não se po<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar com segurança que aci<strong>de</strong>ntes são relacionados diretamenteà faixa reservada. A utilização da se<strong>para</strong>ção por canteiro estreito aparentemente reduz o potencial <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>ntes e é recomendada.Quando uma via expressa é alargada, frequentemente é necessário remanejar a posição da faixaexclusiva <strong>de</strong>ntro da faixa <strong>de</strong> domínio existente. Mesmo quando faixas exclusivas são construídas emnovas vias expressas, a viabilida<strong>de</strong> da construção <strong>de</strong> seis a <strong>de</strong>z faixas em áreas urbanas <strong>de</strong>nsamente<strong>de</strong>senvolvidas tem levado a alguma tolerância na atenção às características técnicas básicas. Éaconselhável que essa tolerância seja exercida com muita prudência. Aconselha-se atenção àpublicação da AASHTO: Gui<strong>de</strong> for the Design of High Occupancy Vehicle Facilities – 1992.60MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias4.2.2. Áreas <strong>para</strong> <strong>de</strong>scansoÁreas <strong>para</strong> <strong>de</strong>scanso, espaçadas <strong>de</strong> 65 a 80 km, constituem um elemento <strong>de</strong> segurança necessário emvias expressas rurais. Essas áreas se <strong>de</strong>stinam a dar oportunida<strong>de</strong> aos motoristas <strong>para</strong> curtos períodos<strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso. O dimensionamento do estacionamento e da área total <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos volumes <strong>de</strong> tráfego,sua composição e características da região. Áreas adicionais próximas à via existente po<strong>de</strong>m serconsi<strong>de</strong>radas <strong>para</strong> reduzir o número <strong>de</strong> caminhões estacionados nos acostamentos e ramos <strong>de</strong> acesso,em certos períodos do dia. Como alternativa, po<strong>de</strong>m ser construídas áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso <strong>para</strong>caminhões, adjacentes e com acesso a postos <strong>de</strong> pesagem, permitindo aos motoristas que saíram dacorrente <strong>de</strong> tráfego combinar essa <strong>para</strong>da com um período <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso.4.2.3. Praças <strong>de</strong> pedágioBoa sinalização prévia e a<strong>de</strong>quada iluminação têm-se revelado eficientes no aumento da segurançados postos situados na via principal e nos ramos <strong>de</strong> acesso às praças <strong>de</strong> pedágio. Sinais,preferivelmente iluminados e suportados por estruturas acima da via, <strong>de</strong>vem ser colocados 3 km antesda praça <strong>de</strong> pedágio. Os sinais <strong>de</strong>vem indicar claramente quaisquer restrições <strong>de</strong> uso das faixas (tipose condições <strong>de</strong> veículos permitidos ou proibidos). Essas informações <strong>de</strong>vem ser repetidas a 0,8 km e0,4 km antes da praça <strong>de</strong> pedágio, <strong>para</strong> dar aos motoristas tempo suficiente <strong>para</strong> fazer eventuaismudanças <strong>de</strong> faixa necessárias. Limites <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem constar <strong>de</strong>ssa sinalização, <strong>para</strong> garantira chegada na praça com velocida<strong>de</strong> segura.Sonorizadores e faixas pintadas transversais na aproximação da praça <strong>de</strong> pedágio são reforços <strong>de</strong>segurança que <strong>de</strong>vem ser cogitados. Os sonorizadores são um meio simples e <strong>de</strong> baixo custo <strong>para</strong>alertar os motoristas <strong>para</strong> mudanças <strong>de</strong> condições. Motoristas que vêm trafegando a longos períodos<strong>de</strong> tempo, sem <strong>para</strong>das, <strong>de</strong>vem ser avisados <strong>de</strong> que manobras inesperadas po<strong>de</strong>m ocorrer.Tem-se estudado, cada vez mais, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a segurança dos cobradores <strong>de</strong> pedágio.Atenuadores <strong>de</strong> impactos têm sido usados <strong>para</strong> proteger individualmente os cobradores e motoristas.Deve ser analisada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua inclusão nas praças já existentes.Tem-se adotado, em algumas praças, a cobrança em sentido único, reduzindo praticamente à meta<strong>de</strong>o custo e os prováveis aci<strong>de</strong>ntes por impacto. Essa medida normalmente é aplicada em trechos curtos,com uma única praça <strong>de</strong> pedágio.Um aperfeiçoamento significativo é a introdução <strong>de</strong> faixas complementares <strong>de</strong> pedágio, ao invés <strong>de</strong>proce<strong>de</strong>r ao alargamento das praças existentes, <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r a um gran<strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> tráfego. Umafaixa extra é acrescentada ao conjunto das faixas atendidas pelas cabines existentes. Essa faixa se<strong>de</strong>sdobra então em duas ou três faixas, providas <strong>de</strong> suas cabines coletoras 100 a 150 m <strong>de</strong>pois das61MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasexistentes. A construção da faixa extra e seus <strong>de</strong>sdobramentos po<strong>de</strong>m ser feitos sem interromper ofluxo normal da rodovia. A construção <strong>de</strong> um alargamento da própria praça po<strong>de</strong> confundir osmotoristas, o que é perigoso. Com o uso <strong>de</strong> barreiras <strong>de</strong> concreto portáteis e estruturas pré-fabricadas,as faixas complementares se mostram um meio flexível e seguro <strong>de</strong> acomodar os crescentes volumes<strong>de</strong> tráfego. A Figura 7 ilustra esse conceito.Sistemas permanentes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação automática <strong>de</strong> veículos, em faixas <strong>de</strong> tráfego especiais (AVI),permitem que a cobrança do pedágio seja feita por outros meios (cobranças mensais, venda <strong>de</strong>cartões etc.), sem <strong>para</strong>r os veículos. O uso <strong>de</strong>sses sistemas é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>, até mesmo na ajudada <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> gastos <strong>para</strong> os usuários. Não dispensam, entretanto, a sinalização especial naaproximação das praças.Figura 7 – Desdobramento <strong>de</strong> faixas nas praças <strong>de</strong> pedágio4.2.4. Locais <strong>para</strong> investigação <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntesMesmo um aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> menor importância em uma via expressa po<strong>de</strong> causar sério distúrbio no fluxo<strong>de</strong> tráfego, resultando em <strong>de</strong>moras, conflitos entre veículos e mesmo outros aci<strong>de</strong>ntes. Como medida<strong>de</strong> segurança, locais <strong>de</strong> <strong>para</strong>da <strong>para</strong> emergências e <strong>para</strong> investigação <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, po<strong>de</strong>m ser usados<strong>para</strong> estacionamento provisório <strong>de</strong> carros danificados, reparos, exame <strong>de</strong> documentos e trocas <strong>de</strong>informações entre as autorida<strong>de</strong>s e os envolvidos no aci<strong>de</strong>nte e eventuais testemunhas. Embora fossepreferível pre<strong>para</strong>r esses locais fora da vista da via expressa, tais como vias laterais ou ruastransversais ou locais <strong>de</strong> estacionamento, a experiência mostra que esses locais são pouco usados,especialmente se não se situam junto a um ramo <strong>de</strong> saída. Desta forma, um ramo <strong>de</strong> saída parece sero local preferido, utilizando o acostamento direito ou qualquer área <strong>de</strong> dimensões a<strong>de</strong>quadas, como aparte central <strong>de</strong> um laço (loop) ou canteiro se<strong>para</strong>dor.Desejavelmente esses locais <strong>de</strong>vem acomodar cinco veículos: dois carros danificados, doiscaminhões e um carro <strong>de</strong> polícia. Cada local, no entanto, <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r às limitações da faixa <strong>de</strong>domínio, da drenagem e <strong>de</strong> elementos estruturais. Devem ser também a<strong>de</strong>quadamente sinalizados ecaracterizados por pintura. A Figura 8 mostra um exemplo localizado em um ramo <strong>de</strong> saída.62MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 8 – Local <strong>para</strong> investigação <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes4.2.5. Veículos <strong>para</strong>dos em acostamentosAci<strong>de</strong>ntes envolvendo veículos <strong>para</strong>dos ou abandonados em acostamentos <strong>de</strong> vias expressasconstituem um problema sério e crescente. Veículos entrando e saindo <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> tráfego ouestacionados ao lado da via, principalmente caminhões, são envolvidos em cerca <strong>de</strong> 10% dosaci<strong>de</strong>ntes.A remoção <strong>de</strong> veículos dos acostamentos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das leis e instituições responsáveis pelaadministração e segurança das vias. Aos planejadores e projetistas cabe a seleção e inclusão nos<strong>projeto</strong>s da indicação dos locais mais a<strong>de</strong>quados aos caminhões <strong>para</strong> estacionamento à noite.4.2.6. CaminhõesNo caso <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> e <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> vias expressas, há diversas consi<strong>de</strong>rações a serem feitasrelativamente a caminhões, no que se refere a faixas <strong>de</strong> subida, ramos <strong>de</strong> saída em emergências,postos <strong>de</strong> pesagem e faixas com restrições específicas.a) Faixas <strong>de</strong> subidaNão <strong>de</strong>vem ser previstas faixas <strong>de</strong> subida <strong>para</strong> caminhões em vias expressas <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> duas faixas, anão ser que nos trechos em subida seja atingido o nível D. Na maioria dos casos, quando o volume <strong>de</strong>tráfego, incluindo caminhões, é superior a 1.700 veículos por hora e o comprimento do trecho emaclive e a percentagem <strong>de</strong> caminhões são suficientes <strong>para</strong> consi<strong>de</strong>rar o uso <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> subida, ovolume, em termos <strong>de</strong> carros <strong>de</strong> passeio, <strong>de</strong>ve aproximar-se, ou mesmo exce<strong>de</strong>r, a capacida<strong>de</strong>. Umaumento do número <strong>de</strong> faixas em toda a seção representaria um melhor investimento que a adoção <strong>de</strong>faixas <strong>de</strong> subida. Uma faixa <strong>de</strong> subida geralmente não é justificada <strong>para</strong> rodovias <strong>de</strong> quatro faixas <strong>de</strong>63MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviastráfego, <strong>para</strong> um volume horário por sentido inferior a 1.000 veículos por hora, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntementeda percentagem <strong>de</strong> caminhões. Embora ocasionalmente um caminhão ultrapasse outro nessascondições, os problemas que po<strong>de</strong>m surgir com esses baixos volumes não são suficientes <strong>para</strong>compensar o custo <strong>de</strong> uma faixa adicional.b) Ramos <strong>de</strong> saída em emergênciasExtensos trechos em <strong>de</strong>clives com rampas fortes po<strong>de</strong>m levar à perda <strong>de</strong> controle, especialmente <strong>para</strong>gran<strong>de</strong>s caminhões. Um estudo compreen<strong>de</strong>ndo 497 aci<strong>de</strong>ntes graves com caminhões em rodoviasnorte-americanas revelou que 16 % dos mesmos resultaram <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> controle em <strong>de</strong>scidas fortes.Embora a causa imediata possa ser atribuída a excesso <strong>de</strong> aquecimento dos freios, a falha mecânicaou erro do motorista, ramos <strong>de</strong> emergência <strong>para</strong> saída são, algumas vezes, a única medida prática atomar. Na <strong>de</strong>terminação da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses ramos, os seguintes fatores <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados:volume total <strong>de</strong> tráfego, volume <strong>de</strong> caminhões (especialmente a participação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s CVC),alinhamento horizontal, velocida<strong>de</strong>, histórico do trecho em termos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e o grau <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento das áreas laterais na região mais baixa do trecho.Os tipos <strong>de</strong> ramos <strong>de</strong> emergência usuais são monte <strong>de</strong> areia e leitos <strong>de</strong> arraste classificados <strong>de</strong> acordocom seu grei<strong>de</strong>: ascen<strong>de</strong>nte, horizontal e <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. Esses quatro tipos são ilustrados naFigura 9.Cada um dos tipos é aplicável a uma situação particular, on<strong>de</strong> uma saída <strong>de</strong> emergência é necessáriae <strong>de</strong>ve ser compatível com a topografia e condições locais. O comprimento necessário <strong>para</strong> reduzir avelocida<strong>de</strong> do veículo e <strong>para</strong>r com segurança é função da resistência ao rolamento do material dasuperfície usado, da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrada no leito e do seu grei<strong>de</strong>. O tipo mais comumente usado é o<strong>de</strong> grei<strong>de</strong> ascen<strong>de</strong>nte, que tem como vantagem o menor comprimento necessário.Os revestimentos mais utilizados são areia e pedregulhos soltos. O material <strong>de</strong> maior eficiência <strong>para</strong>esses leitos normalmente é o pedregulho liso e arredondado, com cerca <strong>de</strong> 12 mm <strong>de</strong> diâmetro.Manutenção a<strong>de</strong>quada é necessária <strong>para</strong> manter o material solto e não compactado.64MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 9 – Tipos <strong>de</strong> ramos <strong>de</strong> emergênciaEmbora ainda não adotada nas rodovias brasileiras, estudos comprovam que a instalação <strong>de</strong>ssesramos reduz a gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Como orientação <strong>para</strong> <strong>projeto</strong>, po<strong>de</strong>m ser consultadas aspublicações: A Policy on Geometric Design of Highways and Streets – AASHTO – 2004, TruckEscape Ramps – TRB – 1992, Gra<strong>de</strong> Severity Rating System Users Manual – FHWA – 1989 e TruckEscape Ramps, Recommen<strong>de</strong>d Practice – ITE – 1989.Em complemento aos ramos <strong>de</strong> emergência <strong>para</strong> saída, sinais indicando velocida<strong>de</strong>s a seremutilizadas por veículos pesados têm resultado em diminuições substanciais das velocida<strong>de</strong>s. Essessinais, que <strong>de</strong>vem ser colocados antes e ao longo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scidas fortes, relacionam velocida<strong>de</strong>srecomendadas <strong>para</strong> diversos tipos <strong>de</strong> caminhões, como indicado na Figura 10. Velocida<strong>de</strong>sa<strong>de</strong>quadas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminadas, utilizando a publicação do FHWA, Gra<strong>de</strong> Severity RatingSystem – User´s Manual, 1989.65MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 10 - Sinalização <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> conforme peso do caminhãoc) Postos <strong>de</strong> pesagemPostos <strong>de</strong> pesagem <strong>de</strong>vem ser projetados <strong>para</strong> acomodar com segurança caminhões <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>sdimensões. Uma faixa <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração <strong>de</strong> comprimento a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>ve ser incluída, <strong>para</strong> que oveículo que sai da rodovia atinja uma velocida<strong>de</strong> controlada, que po<strong>de</strong> chegar a 60 km/h. Uma faixa<strong>de</strong> armazenagem <strong>para</strong> caminhões, aguardando atendimento por balanças estáticas ou dinâmicas, <strong>de</strong>veser suficientemente longa <strong>para</strong> assegurar que os caminhões não se acumulem na faixa <strong>de</strong><strong>de</strong>saceleração, provocando reduções <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> nas faixas <strong>de</strong> tráfego direto. Desejavelmente,<strong>de</strong>ve-se dispor <strong>de</strong> áreas <strong>para</strong> estacionamento <strong>de</strong> caminhões com problemas e áreas se<strong>para</strong>das, <strong>para</strong>transportadores <strong>de</strong> produtos perigosos.d) Faixas com restrições específicasPo<strong>de</strong>m ser feitas restrições quanto ao uso das faixas <strong>de</strong> trânsito em que se permite o tráfego <strong>de</strong>caminhões. De preferência, os caminhões <strong>de</strong>vem utilizar a faixa da direita, com o objetivo <strong>de</strong>melhorar a operação da via e reduzir aci<strong>de</strong>ntes. Não se dispõe, entretanto, <strong>de</strong> documentação que<strong>de</strong>monstre os benefícios e custos <strong>de</strong>ssa recomendação, embora predomine o entendimento <strong>de</strong> que évantajosa.4.2.7. Sonorizadores em acostamentosUma técnica utilizada com o objetivo <strong>de</strong> aumentar a segurança é o uso <strong>de</strong> sonorizadores emacostamentos pavimentados. Diversos tipos atualmente em uso criam uma vibração suave e um avisosonoro a<strong>de</strong>quado, <strong>para</strong> alertar os motoristas, quando saem da faixa <strong>de</strong> tráfego e entram noacostamento. Os tipos recomendados são pequenas <strong>de</strong>pressões aplicadas continuamente ao longo daborda do acostamento, junto à pista <strong>de</strong> rolamento. Esse tipo <strong>de</strong> tratamento po<strong>de</strong> ser particularmenteeficiente em trechos longos e monótonos <strong>de</strong> rodovias, on<strong>de</strong> os motoristas po<strong>de</strong>m ficar sonolentos.Diversos estudos mostram que sua aplicação reduz os aci<strong>de</strong>ntes causados por veículos saindo darodovia.66MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasVários tipos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> po<strong>de</strong>m ser usados. Um dos tipos mais comumente adotados po<strong>de</strong> ser visto naFigura 11. Se ciclistas <strong>de</strong>vem ser atendidos, po<strong>de</strong>-se acomodá-los alargando o acostamento, <strong>para</strong>comportar uma faixa sem os sonorizadores. Também se costuma adotar sonorizadores <strong>para</strong> evitar quese use o acostamento como faixa <strong>de</strong> tráfego.Figura 11 – Sonorizadores em acostamentos4.2.8. Telas antiofuscantesO ofuscamento provocado pelos faróis <strong>de</strong> veículos que vêm em sentido contrário, além <strong>de</strong>extremamente <strong>de</strong>sagradáveis <strong>para</strong> os motoristas, po<strong>de</strong>, em certas situações, provocar perdamomentânea da visão. Formas eficientes <strong>de</strong> reduzir o ofuscamento provocado pelos faróis são:alargar o canteiro central ou implantar no topo <strong>de</strong> barreiras telas antiofuscantes. A Figura 12apresenta um exemplo <strong>de</strong> solução.Essas telas po<strong>de</strong>m ser usadas <strong>para</strong> reduzir o ofuscamento causado por faróis ou impedir a visão pelosmotoristas <strong>de</strong> situações que possam <strong>de</strong>sviar sua atenção ao tráfego, como construção em andamentoou aci<strong>de</strong>ntes. Em vias expressas, po<strong>de</strong>m ser justificadas em trechos curvos com canteiros estreitos equando a superelevação ou o grei<strong>de</strong> faz com que os faróis apontem diretamente <strong>para</strong> os motoristasdos veículos opostos. Outras razões <strong>para</strong> uso <strong>de</strong>ssas telas são: aci<strong>de</strong>ntes, gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> tráfegonoturno, queixas dos usuários ou condições da geometria da via provocando ofuscamento. Razõesadicionais incluem a redução da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confusão das condições do tráfego, como no caso<strong>de</strong> ramos <strong>de</strong> interconexões <strong>para</strong>lelos, acomodando tráfego <strong>de</strong> sentidos opostos. Esses dispositivospo<strong>de</strong>m, entretanto, limitar a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> a valores menores que a distância <strong>de</strong>visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da. Telas que requeiram pouca manutenção são preferíveis, por reduzirem osriscos que corre o pessoal <strong>de</strong> manutenção em seus reparos.67MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasEm situações on<strong>de</strong> a largura e condições <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> do canteiro central não permitem uma boaárea <strong>de</strong> recuperação e não contêm barreiras, a proteção antiofuscante po<strong>de</strong> ser conseguida comvegetação a<strong>de</strong>quada, compatível com o paisagismo do local. Parâmetros <strong>de</strong>sejáveis <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> dastelas antiofuscantes são encontrados na publicação Glare Screen Gui<strong>de</strong>lines – Syntheses of HighwayPractices – TRB – 1979.Figura 12 – Telas antiofuscantes4.2.9. Travessias do canteiro centralAs travessias dos canteiros centrais nas vias expressas, feitas <strong>para</strong> uso exclusivo da fiscalização,constituem locais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, quando utilizadas pelos usuários da rodovia,uma vez que se torna bastante difícil limitar a sua utilização apenas <strong>para</strong> fins oficiais. A existência<strong>de</strong>ssas travessias <strong>de</strong>ve ser mantida num mínimo compatível com as necessida<strong>de</strong>s da fiscalização e asoperações <strong>de</strong> combate aos incêndios e emergências. Todos os esforços <strong>de</strong>vem ser envidados <strong>para</strong>impedir que os usuários utilizem essas travessias, inclusive através do emprego <strong>de</strong> revestimento <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> inferior e, até mesmo, <strong>de</strong> cancelas.Travessias não são a<strong>de</strong>quadas <strong>para</strong> vias expressas em áreas urbanas. Quando eventualmentepermitidas em áreas rurais, <strong>de</strong>vem ser projetadas, operadas e conservadas, <strong>de</strong> modo a disporem dasmelhores condições <strong>de</strong> segurança possíveis. Algumas medidas orientadoras são:− As aberturas do canteiro central <strong>de</strong>vem ser localizadas em trechos em tangente com distâncias<strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quadas, em ambos os sentidos, e acostamentos suficientes, <strong>para</strong> permitir queum veículo reduza sua velocida<strong>de</strong> e termine seu giro fora da pista <strong>de</strong> rolamento;− A localização <strong>de</strong> uma travessia logo após uma ponte ou viaduto <strong>de</strong>ve ser evitada se o canteirocentral for estreito ou contiver uma barreira. É mais seguro localizar a abertura em local mais68MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasafastado, on<strong>de</strong> houver uma área plana livre e distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>, <strong>para</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãoem ambos os sentidos;− Travessias que são necessárias, em uma seção com canteiro central estreito, em que umabarreira se<strong>para</strong> as pistas <strong>de</strong> rolamento, <strong>de</strong>vem ser projetadas, <strong>de</strong> modo a reduzir a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> que um veículo <strong>de</strong>sgovernado colida com o término da barreira. Os extremos <strong>de</strong> barreiraspo<strong>de</strong>m incluir atenuadores <strong>de</strong> impactos ou serem <strong>de</strong>slocados do tráfego oposto, <strong>para</strong> reduzir aprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem atingidos por veículos <strong>de</strong>sgovernados;− Travessias que requerem aterros <strong>de</strong>vem ser projetadas com talu<strong>de</strong>s laterais <strong>de</strong> 1:6 (V:H) oumais brandos, preferivelmente com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1:10 (V:H).O número <strong>de</strong> aberturas do canteiro central <strong>de</strong>ve ser reduzido ao mínimo necessário <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r àtravessia <strong>de</strong> equipamento <strong>de</strong> emergência, <strong>de</strong> modo a minimizar seu uso pelo público em geral. Aproibição do uso não autorizado da travessia <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>vidamente sinalizada, mas não tão afastada,que alerte o motorista <strong>de</strong> sua existência. Travessias que se tornarem <strong>de</strong>snecessárias <strong>de</strong>vem serfechadas, com a reconstrução do canteiro central. A colocação <strong>de</strong> vegetação a<strong>de</strong>quada na aberturapo<strong>de</strong> <strong>de</strong>sencorajar seu uso. A prática <strong>de</strong> colocar pedras ou montes <strong>de</strong> terra nas aberturas não temefeito seguro, por não impedirem os motoristas obstinados <strong>de</strong> procurar um lugar <strong>de</strong> travessia no meiodos obstáculos. Além disso, não se <strong>de</strong>ve encorajar a prática <strong>de</strong> colocar objetos fixos e obstáculos àsmargens <strong>de</strong> pistas <strong>de</strong> rolamento.4.3. OBRAS-DE-ARTE ESPECIAISEncontros, pilares, guarda-corpos e estruturas com acostamentos inferiores aos da rodovia po<strong>de</strong>mcriar perigo <strong>para</strong> os motoristas. O <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> passagens superiores <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar a segurança, tantoacima como abaixo da estrutura. De importância fundamental são as distâncias livres da borda doacostamento até a barreira rígida ou guarda-corpo.4.3.1. Pilares e encontrosPilares e encontros <strong>de</strong> uma estrutura são, por sua natureza, objetos fixos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> resistência.Quando um veículo <strong>de</strong>sgovernado atinge um <strong>de</strong>les, o aci<strong>de</strong>nte é geralmente muito grave. Os pilares eencontros <strong>de</strong>vem ser mantidos tão afastados quanto possível da pista <strong>de</strong> rolamento. Estruturas comapenas dois vãos e apoios no centro do canteiro central, sem pilares próximos das bordas dosacostamentos, são preferidas. A eliminação dos pilares à direita ou no acostamento exclui apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> riscos, eliminando também a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensas. Em vias expressas comcanteiros centrais estreitos, são <strong>de</strong>sejáveis estruturas <strong>de</strong> um único vão.69MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasEstruturas mais longas sobre vias expressas possibilitam afastar os pilares das bordas dosacostamentos o suficiente <strong>para</strong> reduzir o risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Em geral, do ponto <strong>de</strong> vista da segurança,é <strong>de</strong>sejável que pilares do canteiro central ou lateral fiquem fora <strong>de</strong> zonas laterais <strong>de</strong> livretransposição. Isso é especialmente importante em estruturas sobre curvas horizontais com gran<strong>de</strong>volume <strong>de</strong> caminhões pesados. As forças centrífugas que atuam sobre um caminhão que entra emcontacto com uma barreira curva po<strong>de</strong>m fazer com que o caminhão se incline sobre a barreira oumesmo tombe sobre ela. Nessa situação o aci<strong>de</strong>nte ten<strong>de</strong> a ser grave, po<strong>de</strong>ndo ser acompanhado <strong>de</strong>incêndio e danos <strong>para</strong> a estrutura. Por essa razão, pilares do lado externo das curvas <strong>de</strong>vem serlocalizados longe das faixas <strong>de</strong> tráfego ou <strong>de</strong>vem ser bem protegidos. No caso <strong>de</strong> estruturas com vãosfixos, po<strong>de</strong> ser conveniente alterar a posição <strong>de</strong> uma rodovia ou da nova estrutura, <strong>para</strong> obter o maiorafastamento possível do lado externo da curva, reduzindo a distância do lado interno. A <strong>de</strong>fensa naFigura 13 é excessivamente próxima do pilar e muito curta <strong>para</strong> que possa proteger o motorista, nocaso <strong>de</strong> um aci<strong>de</strong>nte.Quando não for possível posicionar os pilares laterais fora <strong>de</strong> zonas livres <strong>de</strong> recuperação, umsistema <strong>de</strong> barreira a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>ve ser usado. As características <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão das barreiras po<strong>de</strong>mservir <strong>de</strong> base <strong>para</strong> a escolha da mais conveniente em cada caso.Quando os pilares são situados a mais <strong>de</strong> 1,70 m das bordas dos acostamentos, um sistema semirígido<strong>de</strong> <strong>de</strong>fensa po<strong>de</strong> ser usado <strong>para</strong> proteção. Quando se dispuser <strong>de</strong> afastamento menor, épreferível fortalecer o sistema semi-rígido, <strong>para</strong> reduzir sua <strong>de</strong>flexão dinâmica. No caso <strong>de</strong> se usarbarreira <strong>de</strong> concreto, a sua base <strong>de</strong>ve ficar, pelo menos, a 0,50 m da borda do acostamento.A proteção <strong>de</strong> pilares existentes situados a menos <strong>de</strong> 0,50 m da borda do acostamento <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r àscondições do local e do tráfego. Soluções possíveis são:− Reconstrução da estrutura, <strong>para</strong> incluir uma barreira mais alta (<strong>de</strong> preferência 1,30 m), quemelhor proteja os pilares <strong>de</strong> eventual choque com parte <strong>de</strong> um caminhão <strong>de</strong>sgovernado (ou <strong>de</strong>sua carga) que se incline sobre a barreira, ao atingí-la;− Redução da largura do acostamento, afastando a barreira do pilar.Os talu<strong>de</strong>s dos encontros po<strong>de</strong>m também criar situações perigosas. O caso mais comum ocorrequando se utiliza uma <strong>de</strong>fensa <strong>de</strong> comprimento insuficiente <strong>para</strong> impedir que um veículo<strong>de</strong>sgovernado atinja o talu<strong>de</strong> do encontro (Figura 13). Um veículo que atingir o talu<strong>de</strong> po<strong>de</strong> serlançado sobre o lado interno da <strong>de</strong>fensa, sobre um pilar ou alguma estrutura <strong>de</strong> drenagem, ou mesmocapotar.70MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 13 – Defensa ina<strong>de</strong>quada4.3.2. Guarda-corposGuarda-corpos <strong>de</strong>vem ter condições estruturais e estéticas a<strong>de</strong>quadas. Devem ser projetados, <strong>de</strong>modo a causar o mínimo <strong>de</strong> danos aos passageiros e veículos que eventualmente os atinjam, ereconduzir o veículo no sentido do fluxo <strong>de</strong> tráfego, <strong>para</strong>lelamente ao mesmo. O i<strong>de</strong>al é que osmotoristas sejam bem orientados pelos guarda-corpos, mesmo que seja necessário que iniciem eterminem fora da estrutura. A experiência mostra que são muito graves os aci<strong>de</strong>ntes provocados pelosextremos <strong>de</strong> pontes e viadutos.No processo <strong>de</strong> manutenção e restauração <strong>de</strong> pontes e viadutos, <strong>de</strong>ve-se, como rotina, verificar ascondições dos guarda-corpos das estruturas existentes, <strong>de</strong> modo a i<strong>de</strong>ntificar se aten<strong>de</strong>m às condições<strong>de</strong> segurança e i<strong>de</strong>ntificar as alterações a serem introduzidas.4.3.3. Seções transversaisOs acostamentos das pontes e viadutos <strong>de</strong>vem ter a mesma largura que os da rodovia. Elementosverticais, como guarda-corpos, <strong>de</strong>vem ser localizados a uma distância mínima <strong>de</strong> 0,50 m da bordaexterna do acostamento, <strong>para</strong> garantir a livre entrada e saída <strong>de</strong> veículos com segurança.Pontes e viadutos com acostamentos <strong>de</strong> largura insuficiente <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados, <strong>para</strong> efeito <strong>de</strong>reconstrução. Restrições orçamentárias po<strong>de</strong>m, entretanto, inviabilizar a correção <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>extensão. Nesse caso, <strong>de</strong>ve-se pelo menos criar baias <strong>de</strong> emergência em estruturas longas, sobretudono caso em que um veículo, executando uma <strong>para</strong>da <strong>de</strong> emergência, possa bloquear 1,20 m da faixa<strong>de</strong> tráfego, direto. No caso <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> tráfego, as baias po<strong>de</strong>m ser necessárias <strong>para</strong>bloqueios menores, que excedam 0,30 m.71MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias4.3.4. Estruturas estreitasA pista <strong>de</strong> rolamento da estrutura é medida entre as linhas <strong>de</strong>finidoras dos inícios das sarjetas oulargura usável pelos veículos. Se essa largura for inferior à da via, trata-se <strong>de</strong> uma estrutura estreita.Vias expressas não <strong>de</strong>vem conter estruturas estreitas, por oferecerem alto grau <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong>.Excepcionalmente, caso haja restrições físicas ou econômicas que impe<strong>de</strong>m a obtenção da larguraa<strong>de</strong>quada, <strong>de</strong>ve-se dar atenção especial ao <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> transição entre a rodovia e a estrutura, nos seusdois extremos. As aproximações dos guarda-corpos <strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r à segurança exigida porpossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colisão e a transição <strong>de</strong> largura <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quadamente sinalizada e incluídasmarcas no pavimento.4.3.5. Estruturas <strong>para</strong>lelasEm vias expressas divididas, as pontes e viadutos <strong>para</strong>lelos constituem um problema especial, porqueum veículo <strong>de</strong>sgovernado po<strong>de</strong> passar entre as estruturas e cair em um rio, via férrea ou outra vialocalizada numa passagem inferior. Quando for economicamente viável, é recomendável fechar aabertura entre as estruturas <strong>para</strong>lelas. Não sendo possível adotar um tabuleiro contínuo, como no caso<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s vãos, torna-se essencial o emprego <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensas e barreiras <strong>para</strong> <strong>para</strong>r ou redirecionar osveículos, <strong>de</strong> forma segura.4.4. CANTEIROS CENTRAIS E ÁREAS LATERAIS4.4.1. Áreas <strong>de</strong> recuperaçãoOs talu<strong>de</strong>s laterais <strong>de</strong>vem ser projetados, <strong>de</strong> modo que garantam a estabilida<strong>de</strong> da rodovia e sirvamcomo áreas <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong>sgovernados. Nas vias expressas, talu<strong>de</strong>s em cortes eaterros com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 1:4 (V:H) permitem aos motoristas algum controle sobre oveículo. Sarjetas transponíveis <strong>de</strong>vem ser projetadas com pequena inclinação, suficientemente largase rasas, <strong>de</strong> modo a permitirem a passagem <strong>de</strong> um veículo sem que o mesmo perca a direção. Quandonão for possível aten<strong>de</strong>r a esses requisitos, <strong>de</strong>vem ser remanejadas, substituídas por sistemas <strong>de</strong>drenagem subterrânea ou se<strong>para</strong>das da pista por barreiras que impeçam sua travessia. Ascaracterísticas dos talu<strong>de</strong>s laterais e sarjetas são discutidas nos Manuais <strong>de</strong> Projeto Geométrico e <strong>de</strong>Drenagem do DNIT e na publicação da AASHTO - Roadsi<strong>de</strong> Design Gui<strong>de</strong> - 1989.Os elementos <strong>de</strong> drenagem que po<strong>de</strong>m constituir perigo <strong>para</strong> os motoristas(muros <strong>de</strong> testa, diques evaletas laterais íngremes) <strong>de</strong>vem ser situados além das áreas <strong>de</strong> recuperação livre. Quando colocadosem áreas vulneráveis, <strong>de</strong>vem ser projetados <strong>de</strong> forma a diminuir o perigo que po<strong>de</strong>m oferecer <strong>para</strong>veículos <strong>de</strong>sgovernados. Por exemplo, quando se projeta um talu<strong>de</strong> lateral, os dispositivos <strong>de</strong>captação <strong>de</strong> água <strong>de</strong> todas as galerias <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong>vem ser transponíveis. A72MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 14 mostra um exemplo <strong>de</strong> grelha transponível no canteiro central, <strong>de</strong>scarregando em umbueiro transversal.Se um canteiro central é relativamente plano e sem obstruções, uma barreira po<strong>de</strong> ser vantajosa,mesmo quando as áreas <strong>de</strong> recuperação aten<strong>de</strong>m às larguras mínimas necessárias. Há casos <strong>de</strong>implantarem-se barreiras em canteiro central com 13 m ou mais, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das condições locais edo histórico <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes.Figura 14– Canteiro central com grelha transponível4.4.2. Suportes <strong>de</strong> luminárias, sinais e cercasTodos os suportes <strong>de</strong> luminárias e sinais que po<strong>de</strong>m ser atingidos por um veículo <strong>de</strong>sgovernado<strong>de</strong>vem ser escolhidos entre os tipos já testados com sucesso em colisões. As estruturas situadas<strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong>vem ser frágeis, ou quebráveis, ou <strong>de</strong>vem dispor <strong>de</strong> proteçãoa<strong>de</strong>quada por barreira ou <strong>de</strong>fensa. É também importante que essas estruturas sejam localizadas emterreno plano, <strong>para</strong> que funcionem a<strong>de</strong>quadamente, quando atingidas.Gran<strong>de</strong>s suportes <strong>de</strong> sinais não são feitos <strong>para</strong> ser quebrados e <strong>de</strong>vem ser protegidos por um sistema<strong>de</strong> barreiras ou <strong>de</strong>fensas. As <strong>de</strong>fensas <strong>de</strong>vem ser colocadas, <strong>de</strong> modo que suas <strong>de</strong>flexões não cheguema atingi-los, em caso <strong>de</strong> impactos. Suportes <strong>de</strong> luminárias que são colocados no topo <strong>de</strong> barreiras <strong>de</strong>concreto situadas nos canteiros (central ou lateral) <strong>de</strong>vem ficar suficientemente afastados, <strong>de</strong> modoque não sejam atingidos por veículos com centros <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> elevados, em caso <strong>de</strong> impactos.Quando essas barreiras são estreitas e o tráfego se situa <strong>de</strong> ambos os lados, <strong>de</strong>ve haver uma fixaçãosuficientemente forte dos suportes, que impeça que se soltem e caiam em uma faixa <strong>de</strong> tráfego(Figura 15).73MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 15 – Suporte <strong>de</strong> luminárias no topo <strong>de</strong> barreiras(quebrável e rígido)As cercas das rodovias <strong>de</strong>limitam as faixas <strong>de</strong> domínio e servem <strong>para</strong> restringir os movimentos <strong>de</strong>pessoas e animais, aumentando a segurança. Po<strong>de</strong>m constituir-se em obstáculos rodoviários, quandose situarem na trajetória <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong>sgovernados. Devem ser projetadas <strong>para</strong> oferecer segurança aeventuais impactos.4.4.3. Barreiras e atenuadores <strong>de</strong> impactoBarreiras são utilizadas <strong>para</strong> reduzir a severida<strong>de</strong> dos aci<strong>de</strong>ntes. Consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>vem ser feitasquanto ao uso daquelas que se revelaram <strong>de</strong> melhor performance em locais em que as condições <strong>de</strong>tráfego, velocida<strong>de</strong> e geometria <strong>de</strong>sfavorável aumentam a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> impactos eas consequências são mais severas. Em rodovias com gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> tráfego, é especialmenteimportante o uso <strong>de</strong> barreiras e atenuadores <strong>de</strong> impacto. São preferíveis elementos que exijam poucaconservação e possam ser re<strong>para</strong>dos com o mínimo <strong>de</strong> perigo <strong>para</strong> as equipes <strong>de</strong> manutenção e <strong>para</strong>os motoristas.O <strong>de</strong>senvolvimento atingido no <strong>projeto</strong> e operação <strong>de</strong> barreiras permite fazer as seguintesobservações:−−Extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> barreiras próprias <strong>para</strong> impactos <strong>de</strong>vem ser usadas on<strong>de</strong> existir umapossibilida<strong>de</strong> razoável <strong>de</strong> serem atingidas por um veículo <strong>de</strong>sgovernado, mesmo quandosituado fora da área <strong>de</strong> recuperação;Extremida<strong>de</strong>s não pre<strong>para</strong>das <strong>para</strong> colisões não <strong>de</strong>vem ser usadas em locais passíveis <strong>de</strong>sofrerem impactos frontais;74MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias−Extremida<strong>de</strong>s curvadas <strong>para</strong> o solo po<strong>de</strong>m resultar em suspensão e tombamento <strong>de</strong> veículos enão são a<strong>de</strong>quadas <strong>para</strong> vias expressas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s elevadas e gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> tráfego;− Tanto <strong>para</strong> os atenuadores como <strong>para</strong> todos os tipos <strong>de</strong> tratamento das extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>barreiras, a regularização a<strong>de</strong>quada das áreas laterais e imediatamente anteriores àsextremida<strong>de</strong>s é essencial <strong>para</strong> operação segura. A falta <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>ssa regularizaçãoinibe a eficiência da operação e po<strong>de</strong> resultar em problemas sérios <strong>para</strong> os atenuadores;− A transição entre as <strong>de</strong>fensas metálicas, flexíveis, e as barreiras <strong>de</strong> concreto rígidas, das obras<strong>de</strong>-arteespeciais, <strong>de</strong>ve ser feita sem superfícies salientes. As conexões <strong>de</strong>vem sercuidadosamente projetadas, levando em consi<strong>de</strong>ração a resistência da conexão, o alinhamentodas faces da barreira e da <strong>de</strong>fensa e as diferenças na flexibilida<strong>de</strong>. Recomenda-se aumentargradualmente a rigi<strong>de</strong>z da <strong>de</strong>fensa, até que atinja aquela da barreira rígida. Isto po<strong>de</strong> seralcançado com a diminuição no espaçamento dos postes <strong>de</strong> fixação, emprego <strong>de</strong> postes maisfortes ou reforço da <strong>de</strong>fensa na área <strong>de</strong> conexão.Devido ao fato <strong>de</strong> que cada sistema <strong>de</strong> barreiras tem custos <strong>de</strong> implantação e condições <strong>operacionais</strong>e estéticas diferentes, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que sejam pre<strong>para</strong>dos <strong>projeto</strong>s e especificações a<strong>de</strong>quadas<strong>para</strong> sua construção. Devem também ser pre<strong>para</strong>das políticas <strong>de</strong> manutenção <strong>para</strong> orientar osprocessos <strong>de</strong> substituição ou melhorias <strong>de</strong> sistemas danificados. Informações <strong>de</strong>talhadas referentes àseleção, localização e <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> barreiras e <strong>de</strong>fensas constam das publicações: Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong>Obras-<strong>de</strong>-Arte Especiais – DNER – 1996, Defensas Rodoviárias – DNER – 1979, Especificações<strong>para</strong> Barreiras, Defensas, Antiofuscantes e Se<strong>para</strong>dores <strong>de</strong> Trânsito – DNER – 1977 e Roadsi<strong>de</strong>Design Gui<strong>de</strong> – AASHTO – 1989/1996, bem como das Normas DNIT 109/2009 – PRO – Obrascomplementares - Segurança no tráfego rodoviário – Projeto <strong>de</strong> Barreiras <strong>de</strong> concreto – Procedimentoe DNIT 110/2009-ES – Obras complementares - Segurança no tráfego rodoviário – Execução <strong>de</strong>barreiras <strong>de</strong> concreto – especificação <strong>de</strong> serviço.4.4.4. Postes <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> públicaOs órgãos responsáveis pelas vias expressas <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m on<strong>de</strong> permitir a utilização das suas faixas <strong>de</strong>domínio por serviços <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública. No caso <strong>de</strong> localização ao longo da via, <strong>de</strong>ntro das áreas<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> acesso, a área ocupada por esses serviços continua subordinada aos órgãosresponsáveis pela via, <strong>para</strong> evitar efeito danoso nas operações e segurança do tráfego.Postes instalados <strong>para</strong>lelamente às vias expressas <strong>de</strong>vem ser colocados tão longe quanto possível doleito da rodovia e fora das áreas <strong>de</strong> recuperação à margem da estrada. Se possível, <strong>de</strong>ve ser impedidoo acesso ao serviço <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública diretamente da rodovia. Desta maneira, os serviços que se75MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias<strong>de</strong>senvolvem <strong>para</strong>lelamente à via <strong>de</strong>vem ser postos fora das áreas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> acesso e, quandopossível, fora da faixa <strong>de</strong> domínio, tornando o acesso aos postes mais fácil e seguro. Acesso <strong>para</strong> suamanutenção, diretamente da via ou <strong>de</strong> seus ramos <strong>de</strong> acesso, po<strong>de</strong> ser perigoso, tanto <strong>para</strong> o pessoal<strong>de</strong> manutenção como <strong>para</strong> o tráfego. Caminhões pesados <strong>de</strong>sses serviços e seus equipamentosefetuando manobras lentas em torno do canteiro central, a partir da faixa <strong>de</strong> tráfego esquerda, <strong>de</strong> altavelocida<strong>de</strong>, criam problemas <strong>de</strong> segurança.A ocorrência mais comum é a travessia da faixa <strong>de</strong> domínio por trechos <strong>de</strong>sses serviços públicos. Astravessias aéreas das vias expressas <strong>de</strong>vem ser feitas com vãos mais espaçados, <strong>para</strong> restringir aindamais a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> postes. Depen<strong>de</strong>ndo da largura da faixa <strong>de</strong> domínio, um único vão po<strong>de</strong>atravessar os dois sentidos da via, ou um poste único <strong>de</strong>ve ser colocado no canteiro central. Essespostes <strong>de</strong>vem ficar fora das áreas <strong>de</strong> recuperação dos veículos trafegando em ambos os sentidos. Sehá previsão <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> novas faixas <strong>de</strong> tráfego, as áreas <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>terminadascom base na situação <strong>de</strong>finitiva da via. Sempre que possível, postes instalados <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>recuperação <strong>de</strong>vem ficar situados atrás <strong>de</strong> barreiras existentes. A melhor solução, embora <strong>de</strong> customais elevado, é a travessia subterrânea da rodovia.Devido à pressão crescente <strong>para</strong> uso das faixas <strong>de</strong> domínio <strong>para</strong> instalação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>pública <strong>de</strong> longa extensão, <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvidas instruções <strong>para</strong> implantação <strong>de</strong>sses serviços, quegarantam <strong>de</strong> forma efetiva a segurança dos motoristas. A publicação A Policy on the Accommodationof Utilities within Freeway Right-of-Way – AASHTO – 1989 contém orientação <strong>para</strong> formulação<strong>de</strong>ssas instruções.4.4.5. PaisagismoUma rodovia <strong>de</strong>ve ser projetada <strong>de</strong> modo a combinar, <strong>de</strong> forma tão agradável quanto possível, com omeio ambiente. Frequentemente isso exige um <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> paisagismo, a ser implantado durante aconstrução ou como um melhoramento posterior. O paisagismo previsto <strong>de</strong>ve contribuir <strong>para</strong> asegurança das vias expressas, reduzindo o ofuscamento provocado pelos faróis <strong>de</strong> veículos opostos,ajudando a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> mudanças no alinhamento da rodovia e ramos <strong>de</strong> acesso. Além disso,tem-se que tomar cuidado em não sacrificar, em nenhuma hipótese, as condições <strong>de</strong> segurança eoperação da via. Os programas <strong>de</strong> tratamento paisagístico e <strong>de</strong> segurança do tráfego não po<strong>de</strong>m e não<strong>de</strong>vem estar <strong>de</strong>svinculados. Eventual arborização <strong>de</strong>ve ser localizada <strong>de</strong> modo a assegurar a<strong>de</strong>quadadistância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>, quando for atingido o seu <strong>de</strong>senvolvimento final.Algumas observações po<strong>de</strong>m ser feitas como orientação:76MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Não <strong>de</strong>vem ser plantadas árvores, mesmo <strong>de</strong> pequeno porte, <strong>de</strong>ntro das áreas <strong>de</strong> recuperaçãolaterais: elas estão fadadas a ser atingidas por veículos <strong>de</strong>sgovernados. Se plantadas em frentea barreiras <strong>de</strong> segurança, quando adquirirem certo porte, po<strong>de</strong>m inclinar-se após uma colisão,levando o veículo a ultrapassar ou trepar na barreira, aumentando a severida<strong>de</strong> do aci<strong>de</strong>nte;− Árvores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, plantadas no lado interno <strong>de</strong> uma curva, ao atingirem maior porte,po<strong>de</strong>m reduzir <strong>de</strong> forma consi<strong>de</strong>rável a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> (Figura 16);− Sempre que possível, o paisagismo <strong>de</strong>ve po<strong>de</strong>r prescindir <strong>de</strong> manutenção. Se foremnecessários sistemas <strong>de</strong> irrigação, seus controles <strong>de</strong>vem ser localizados perto do limite da faixa<strong>de</strong> domínio, com acesso fora da faixa. Com isso, se consegue reduzir a exposição do pessoal<strong>de</strong> manutenção ao tráfego da rodovia.Figura 16– Paisagismo ina<strong>de</strong>quado4.5. INTERCONEXÕESUma gran<strong>de</strong> percentagem dos aci<strong>de</strong>ntes ocorre nas áreas das interconexões. Certos problemassuce<strong>de</strong>m <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>ficiências nas combinações das condições do <strong>projeto</strong>. Consistência,continuida<strong>de</strong>, valores a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>, boa sinalização,minimização das diferenças <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s e atenção às expectativas dos motoristas, reduzem aspressões a que se sente submetido, melhorando sua atuação. Essas condições <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radasno <strong>projeto</strong> e operação das interconexões.4.5.1. Consistência <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>A manutenção <strong>de</strong> características consistentes <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> nas interconexões <strong>de</strong> uma via expressapermite que os motoristas saibam o que <strong>de</strong>vem esperar, aumentando sua segurança. A maioria dosmotoristas espera sair e entrar em uma rodovia pelo seu lado direito e, <strong>de</strong> um modo geral, espera umúnico ponto <strong>de</strong> saída antes <strong>de</strong> uma travessia. Problemas <strong>operacionais</strong> po<strong>de</strong>m ser esperados se, após77MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasacessos pela esquerda, forem encontradas saídas pela direita a distâncias relativamente curtas, porqueparte do tráfego invariavelmente atravessará todas as faixas <strong>para</strong> utilizar a próxima saída. Em cadainterconexão, é conveniente que todos os movimentos esperados sejam atendidos.Não se <strong>de</strong>vem misturar características técnicas diferentes em um mesmo trecho. Por exemplo,permitir que <strong>projeto</strong>s mais antigos, com pequenas faixas <strong>de</strong> aceleração, permaneçam, enquanto seconstroem os novos, com faixas mais extensas.Deve-se manter a continuida<strong>de</strong> das rotas que <strong>de</strong>vem ser atendidas pelas faixas <strong>de</strong> tráfego direto. Asuperposição <strong>de</strong> diferentes rotas <strong>de</strong>ve ser evitada, quando possível. Quando rotas distintas tiverem emcomum trechos curtos (1,5 a 5 km), as duas rotas <strong>de</strong>vem ser se<strong>para</strong>das, como indicado naFigura 17.Figura 17 - Rotas que se cruzam sem utilizar trechos comunsQuando não for possível a solução <strong>de</strong>sejada, sendo necessário que ambas as rotas utilizem um trechocomum, po<strong>de</strong>-se adotar o <strong>projeto</strong> alternativo da Figura 18.Os motoristas das vias expressas acostumam-se a viajar com velocida<strong>de</strong>s elevadas. Saídas queexigem reduções súbitas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, principalmente os laços (loops), po<strong>de</strong>m criar problemas<strong>operacionais</strong> e <strong>de</strong> segurança. On<strong>de</strong> forem necessárias mudanças <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, a transição <strong>de</strong>ve serfeita tão suavemente quanto possível. O motorista <strong>de</strong>ve dispor <strong>de</strong> distância a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> <strong>de</strong>sacelerarcom segurança. A sinalização e a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> disponível <strong>de</strong>sempenham papéisimportantes na advertência quanto a eventuais problemas a enfrentar.78MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 18 – Rotas que se cruzam e utilizam trechos comuns4.5.2. Continuida<strong>de</strong> e equilíbrio <strong>de</strong> faixasNo <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> uma via expressa, um número básico <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong>ve ser estabelecido emantido em toda a rodovia ou em uma parte significativa da mesma, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente dasvariações <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> tráfego e da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equilíbrio das faixas. A <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> no uso<strong>de</strong> faixas <strong>de</strong>ve ser o resultado <strong>de</strong> modificação do número <strong>de</strong> faixas. A eliminação <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong>tráfego direto em uma saída sem o uso <strong>de</strong> uma faixa auxiliar é um exemplo <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>.O conceito <strong>de</strong> equilíbrio <strong>de</strong> faixas, em saídas e entradas, é necessário, <strong>para</strong> conseguir operação suave,reduzir ao mínimo as mudanças <strong>de</strong> faixa e tornar mais claros <strong>para</strong> os motoristas os caminhos a seremseguidos. Em saídas, o equilíbrio <strong>de</strong> faixas requer que o número total <strong>de</strong> faixas, após o ponto <strong>de</strong>divergência, seja igual ao número <strong>de</strong> faixas chegando ao mesmo, mais um. Nos locais <strong>de</strong> entrada, oequilíbrio <strong>de</strong> faixas requer que o número <strong>de</strong> faixas após o ponto <strong>de</strong> convergência não seja menor queo número <strong>de</strong> faixas antes do ponto, menos um. Faixas po<strong>de</strong>m ser reduzidas, uma <strong>de</strong> cada vez, e dolado direito. O número básico <strong>de</strong> faixas é controlado pela adição <strong>de</strong> faixas auxiliares com ocomprimento necessário <strong>para</strong> utilizar plenamente a capacida<strong>de</strong> das entradas e saídas e permitir acolocação <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada sinalização <strong>de</strong> advertência.A subseção 9.4.6 - Balanceamento <strong>de</strong> faixas, do Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Interseções DNIT – 2005,apresenta vários exemplos, reproduzidos na Figura 19. Diversos esquemas po<strong>de</strong>m ser adotados <strong>para</strong>aumento e redução <strong>de</strong> número <strong>de</strong> faixas. Nesta figura são apresentados exemplos em que se mantém,reduz ou aumenta o número básico <strong>de</strong> faixas, mas obe<strong>de</strong>cendo a seu equilíbrio.79MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 19 – Balanceamento <strong>de</strong> faixas4.5.3. CaminhõesAci<strong>de</strong>ntes por engavetamento <strong>de</strong> caminhões po<strong>de</strong>m ocorrer on<strong>de</strong> o pavimento molhado apresentapequeno coeficiente <strong>de</strong> atrito. Se a drenagem for <strong>de</strong>ficiente, caminhões com cargas leves, mesmo emcurvas com gran<strong>de</strong>s raios, po<strong>de</strong>m estar sujeitos a problemas com aquaplanagem. A drenagem nocontato do pneu com o pavimento po<strong>de</strong> ser melhorada com ranhuras no pavimento (grooving) oupelo recapeamento com pavimento <strong>de</strong> boa macrotextura. Tanto em pavimentos novos como emrestaurações, <strong>de</strong>ve-se tomar cuidado em minimizar as áreas com pequena inclinação transversal,particularmente nas transições do coroamento normal <strong>para</strong> a superelevação única nas curvas <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s raios. Aci<strong>de</strong>ntes são provocados em locais com gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atrito transversal,particularmente nos seguintes casos:− Superelevação muito pequena <strong>para</strong> a curvatura existente;− Meio-fio implantado junto à borda externa da pista <strong>de</strong> rolamento;− Curva com volume <strong>de</strong> tráfego relativamente alto, situada no final <strong>de</strong> uma forte <strong>de</strong>scida;80MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Múltiplas curvas se<strong>para</strong>das por tangentes curtas.De um modo geral, curvas <strong>de</strong> raios pequenos em trechos em rampa e faixas <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração ouaceleração curtas causam problemas <strong>para</strong> os caminhões. Maiores comprimentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração evisibilida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada nas curvas permitem aos caminhões melhor ajustamento <strong>de</strong> suas velocida<strong>de</strong>s.Os projetistas <strong>de</strong>vem evitar <strong>de</strong>scidas com mais <strong>de</strong> 4% <strong>de</strong> grei<strong>de</strong>.Os <strong>projeto</strong>s das curvas <strong>de</strong>vem levar em conta as diferenças <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s entre curvas e tangentes.Deve haver consi<strong>de</strong>ração cuidadosa das transições das tangentes <strong>para</strong> as curvas, <strong>para</strong> reduzir o perigo<strong>de</strong> capotamento. A superelevação já <strong>de</strong>ve estar próxima ao seu valor final, ao ser atingida a curvacircular. Transições em espiral são preferidas <strong>para</strong> curvas com raios pequenos, <strong>de</strong> modo a ter-se asuperelevação plena no início da curva circular.Devem-se evitar saídas nos lados externos das curvas que impliquem em redução da superelevação, oque ocorre se o ramo <strong>de</strong> saída apresenta uma curva em sentido contrário.4.5.4. Espaçamento das interconexõesVias expressas com maiores espaçamentos entre interconexões geralmente apresentam menoresíndices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Acessos com espaçamento inferior a 450 m resultam em índices muito maisaltos. O espaçamento <strong>de</strong>ve ser no mínimo <strong>de</strong> 1,5 km, nas áreas urbanas, e 3,0 km, nas áreas rurais. Opequeno espaçamento provoca muitos problemas <strong>operacionais</strong>. Mesmo com adição <strong>de</strong> faixasauxiliares, a operação da via é insatisfatória, porque, durante os períodos <strong>de</strong> tráfego mais intenso, asmanobras <strong>de</strong> entrecruzamento são <strong>de</strong> difícil execução. Valores recomendados <strong>para</strong> espaçamento entreramos sucessivos <strong>de</strong> entrada e <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> vias expressas são fornecidos no Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong>Interseções do DNIT.4.5.5. Tipos <strong>de</strong> interconexõesEstudos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes mostram que as interconexões direcionais e em diamante são as mais seguras.Os maiores índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes se encontram nas interconexões com ramos em laço (loop) sem viascoletoras-distribuidoras, ramos em tesoura e saídas pela esquerda, responsáveis pelas maiores taxas.As interconexões com saídas simples pela direita, antes das vias transversais, apresentam menosaci<strong>de</strong>ntes que os <strong>de</strong>mais tipos.Tipos diferentes <strong>de</strong> interconexões ten<strong>de</strong>m a confundir os motoristas. Aquelas que exigem giros <strong>de</strong>270 o ou têm saídas duplas exigem sinalização substancial <strong>para</strong> reduzir os problemas <strong>operacionais</strong>.81MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias4.5.6. RamosOs índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes nos ramos das interconexões são relacionados ao espaçamento eposicionamento das entradas e saídas, às velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, a distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> e à suageometria. Geralmente esses índices crescem junto com os volumes <strong>de</strong> tráfego, mas, em algumasrodovias rurais, saídas com baixo tráfego apresentam índices semelhantes aos das áreas urbanas. Acapacida<strong>de</strong> e a segurança dos ramos <strong>de</strong> entrada e <strong>de</strong> saída das vias expressas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do seu<strong>projeto</strong> e localização.a) Ramos <strong>de</strong> saídaRamos <strong>de</strong> saída normalmente apresentam maiores índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes que os ramos <strong>de</strong> entrada. Issopo<strong>de</strong> ser atribuído aos veículos que entram nos ramos em curva com velocida<strong>de</strong>s elevadas e a<strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> no terminal <strong>de</strong> conversão. Com o objetivo <strong>de</strong> conseguir <strong>projeto</strong>s maisseguros, são feitas as seguintes recomendações:− Nas áreas urbanas, os ramos <strong>de</strong> saída <strong>de</strong>vem ser alargados além do nariz, <strong>para</strong> aumentar a área<strong>de</strong> armazenamento e sua capacida<strong>de</strong>. Saídas do tipo taper, dotadas <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quadas faixas <strong>de</strong><strong>de</strong>saceleração, são recomendadas. Se uma faixa auxiliar for necessária <strong>para</strong> conectar com umramo <strong>de</strong> entrada anterior, essa faixa <strong>de</strong>ve ter comprimento suficiente (<strong>de</strong>sejavelmente 600 m),<strong>para</strong> permitir mudanças <strong>de</strong> faixa. Deve ser colocada sinalização preventiva, indicando que setrata <strong>de</strong> faixa exclusiva <strong>para</strong> saída. Faixas <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração, <strong>de</strong> tipo <strong>para</strong>lelo, <strong>de</strong>vem ter, <strong>de</strong>preferência, pelo menos 350 m <strong>de</strong> comprimento, <strong>para</strong> evitar que veículos utilizem a faixa <strong>de</strong>tráfego direto <strong>para</strong> <strong>de</strong>saceleração;− Ramos <strong>de</strong> saída com velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> muito abaixo da velocida<strong>de</strong> diretriz da rodoviaprincipal (25 km/h ou mais <strong>de</strong> diferença) <strong>de</strong>vem proporcionar uma boa distância <strong>de</strong>visibilida<strong>de</strong> do sinal <strong>de</strong> advertência <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e do próprio ramo. Uma boavisão do motorista da curva fechada do ramo reforça a mensagem <strong>de</strong> advertência;− Ramos <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>ixar a rodovia em um ponto em que não haja curvatura vertical que restrinja avisibilida<strong>de</strong> ao longo do mesmo. Ramos que apresentam curvaturas que os afastem da linha <strong>de</strong>visibilida<strong>de</strong> dos motoristas <strong>de</strong>vem ser evitados;− Ramos com curvas reversas, sem trecho em tangente intermediário <strong>de</strong> comprimento suficiente,<strong>de</strong>vem ser evitados;− Os ramos <strong>de</strong>vem abandonar a rodovia em um trecho em tangente;82MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Quando, em um ramo <strong>de</strong> saída, o motorista tem que po<strong>de</strong>r visualizar sucessivos pontosperigosos, a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> requerida <strong>de</strong>ve ser maior que a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong><strong>para</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão recomendada no Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Interseções do DNIT;− Devem ser evitadas obstruções na área triangular (gore), imediatamente após o ponto <strong>de</strong>divergência <strong>de</strong> duas pistas adjacentes. Quando forem inevitáveis, <strong>de</strong>vem ser utilizados meios<strong>de</strong> atenuar possíveis impactos. Talu<strong>de</strong>s pouco inclinados e área <strong>de</strong> recuperação adicional apartir do nariz teórico são <strong>de</strong>sejáveis. Suportes <strong>de</strong> sinais, luminárias, meios-fios e vegetaçãoque possam apresentar alguma resistência não <strong>de</strong>vem ser permitidos na área triangular. O sinalpadrão indicando a saída po<strong>de</strong> ser colocado nessa área, mas <strong>de</strong>ve ter suporte quebrável oufrágil. Eventual fundação em concreto <strong>de</strong>ve ficar ao nível da rodovia.b) Ramos <strong>de</strong> saídas com múltiplas faixasVolumes <strong>de</strong> tráfego a partir <strong>de</strong> 1.500 veículos por hora são mais bem atendidos por ramos com duasfaixas. Conexões entre vias expressas <strong>de</strong>vem ter ramos <strong>de</strong> múltiplas faixas, que permitam suamáxima utilização. Um ramo <strong>de</strong> faixa única, servindo cada sentido da conexão, é passível <strong>de</strong>congestionamento e sujeito a problemas <strong>de</strong> segurança.Para que funcione a<strong>de</strong>quadamente, uma saída <strong>de</strong> uma pista com várias faixas <strong>de</strong>ve começar a, pelomenos, a 600 m antes da bifurcação. Os veículos terão, então, bastante tempo <strong>para</strong> mudar <strong>de</strong> faixas eutilizar a capacida<strong>de</strong> disponível do ramo <strong>de</strong> saída, permitindo também instalar uma sinalização préviamais efetiva. Uma faixa auxiliar <strong>de</strong>ve ser adicionada à pista da via expressa <strong>para</strong> cada faixa do ramo<strong>de</strong> saída. Orientação <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> po<strong>de</strong> ser encontrada no Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Interseções doDNIT.− Saídas pela esquerda. Embora in<strong>de</strong>sejáveis, po<strong>de</strong>m ser necessárias saídas pela esquerda emalguns locais. Há que ser dada atenção especial ao <strong>projeto</strong> e à sinalização <strong>de</strong>ssas saídas,incluindo preferivelmente sinais suspensos sobre a pista.− Reduções <strong>de</strong> faixas nas saídas. A redução <strong>de</strong> faixas em saídas <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r aos valores <strong>de</strong>distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Os locais a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> essa redução sãotrechos em nível ou grei<strong>de</strong>s em subidas anteriores a curvas verticais convexas. É recomendávelo uso <strong>de</strong> marcas no pavimento específicas <strong>para</strong> indicação da redução <strong>de</strong> faixas nos ramos <strong>de</strong>saída.83MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasc) Ramos <strong>de</strong> entradaAproximadamente a meta<strong>de</strong> dos aci<strong>de</strong>ntes nos ramos <strong>de</strong> entrada ocorre na área <strong>de</strong> incorporação navia expressa. Ramos <strong>de</strong> entrada com faixas <strong>de</strong> aceleração superiores a 250 m apresentam menoresíndices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Recomenda-se o uso <strong>de</strong> faixas auxiliares ou tapers longos. É também necessárioque se disponha <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>. Os grei<strong>de</strong>s da rodovia e dos ramos <strong>de</strong> entrada<strong>de</strong>vem ser aproximadamente iguais, <strong>para</strong> que os veículos que convergem tenham boa visibilida<strong>de</strong>. O<strong>projeto</strong> dos ramos <strong>de</strong> entrada e das áreas <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong>ve levar em conta o efeito <strong>de</strong> grei<strong>de</strong>s <strong>de</strong>subida, sobretudo quando são previstos gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> caminhões pesados.Ramos <strong>de</strong> entrada provenientes <strong>de</strong> ruas locais <strong>de</strong>vem convergir <strong>para</strong> a faixa da direita da rodovia.Quando duas vias expressas se unem diretamente, se possível, <strong>de</strong>ve ser evitado que um ramo <strong>de</strong>conexão parta do lado esquerdo, porque essas conexões apresentam índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes muitomaiores que quando partem do lado direito. Se uma conexão é feita, partindo do lado esquerdo àfaixa, <strong>de</strong>ve continuar pela rodovia <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino sem requerer convergência, mudança <strong>de</strong> faixa ou outraação.d) Ramos <strong>de</strong> entrada com múltiplas faixasPara volumes superiores a 1.500 veículos por hora, <strong>de</strong>vem ser previstas duas faixas, <strong>para</strong> reduzircongestionamentos e melhorar a operação. Os ramos po<strong>de</strong>m ser dos tipos taper ou <strong>para</strong>lelo, comoindicado no Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Interseções do DNIT. O tipo <strong>para</strong>lelo opera melhor, principalmentejunto com uma faixa auxiliar a<strong>de</strong>quada.e) Ramos específicos <strong>para</strong> caminhõesQuando duas vias expressas convergem <strong>para</strong> uma única, o tráfego <strong>de</strong> menor velocida<strong>de</strong>, que percorrea faixa da direita da via expressa esquerda, mistura-se com o tráfego <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> da faixaesquerda da via expressa direita. Quando há gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> caminhões ou o grei<strong>de</strong> é elevado,estes têm dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrecruzar com o tráfego <strong>de</strong> maior velocida<strong>de</strong>, <strong>para</strong> se <strong>de</strong>slocar <strong>para</strong> a faixada direita, surgindo problemas <strong>operacionais</strong> e <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>. Uma forma <strong>de</strong> solucionar o problema écriar uma conexão especial, em nível diferente, <strong>para</strong> conduzir os caminhões diretamente <strong>para</strong> a faixada direita.f) AgulhasQuando a via marginal é <strong>de</strong> sentido único, canteiros laterais com larguras a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong>vem serprovidos entre a via expressa e a via marginal, <strong>para</strong> permitir a inclusão <strong>de</strong> agulhas com faixas <strong>de</strong>mudança <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> nos locais previstos <strong>para</strong> transferências <strong>de</strong> tráfego entre essas vias. Paraconexão <strong>de</strong> vias marginais <strong>de</strong> dois sentidos <strong>de</strong> tráfego com a via expressa, agulhas não são84MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviassatisfatórias, sendo necessário que o canteiro permita implantar uma interseção <strong>de</strong> 90° com a viamarginal.4.5.7. Interseções com vias transversaisAs interseções <strong>de</strong> vias transversais com ramos <strong>de</strong> acessos apresentam gran<strong>de</strong> potencial <strong>para</strong>aci<strong>de</strong>ntes, principalmente quando a canalização e a sinalização não enfatizam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>obe<strong>de</strong>cer à proibição <strong>de</strong> manobras na contramão. Esse problema surge principalmente à noite e compouco volume <strong>de</strong> tráfego.Soluções pouco comuns, incluindo interconexões em trevos parciais com saídas e entradas em ummesmo quadrante, com se<strong>para</strong>ção ina<strong>de</strong>quada, sem canalização nem canteiros centrais na viatransversal, dão origem frequentemente a movimentos na contramão. A interseção <strong>de</strong> um ramo <strong>de</strong>acesso com uma via transversal po<strong>de</strong> ter um efeito prejudicial à capacida<strong>de</strong> do ramo. No caso <strong>de</strong>fluxos muito elevados, congestionamentos po<strong>de</strong>m ocorrer no ramo e atingir a via expressa. Se ascondições permitirem o aumento do número <strong>de</strong> faixas após a saída da via expressa, esse problemapo<strong>de</strong> ser minimizado.Problemas <strong>operacionais</strong> frequentemente ocorrem na interseção do término do ramo <strong>de</strong> umainterconexão com uma via arterial. Quanto maior for a distância <strong>de</strong>ssa interseção ao eixo da pista davia expressa, melhores serão as condições <strong>de</strong> operação do ramo. Pelo menos 25 m <strong>de</strong> se<strong>para</strong>ção <strong>de</strong>veser provida.Quando o término do ramo é próximo <strong>de</strong> outra interseção, manobras <strong>de</strong> entrecruzamento na viaarterial po<strong>de</strong>m reduzir, <strong>de</strong> forma significativa, a capacida<strong>de</strong> da arterial e aumentar o potencial <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>ntes no ramo. Acessos a vias arteriais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong>vem ficar situados adistâncias razoáveis <strong>de</strong>sse ponto, <strong>de</strong> 150 a 230 m, principalmente em áreas urbanas muito<strong>de</strong>senvolvidas. Quando há dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a essas distâncias mínimas, ou for muito gran<strong>de</strong> ovolume <strong>de</strong> entrecruzamento, ou ocorrerem problemas <strong>de</strong> segurança, po<strong>de</strong> ser adotado <strong>projeto</strong> queelimine alguns dos movimentos, como giros à esquerda. Isso po<strong>de</strong> ser conseguido com sinalizaçãoa<strong>de</strong>quada ou por se<strong>para</strong>ção com canteiros.As distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> nos pontos terminais dos ramos <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas,levando em conta o possível crescimento do tráfego e interferência <strong>de</strong> estruturas locais (pontes,viadutos, guarda-corpos etc).85MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias4.5.8. EntrecruzamentosEm vias expressas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> tráfego, um ramo <strong>de</strong> entrada seguido <strong>de</strong> um ramo <strong>de</strong> saída apouca distância, po<strong>de</strong> sobrecarregar a faixa auxiliar entre os dois terminais, cuja função é acomodaros fluxos dos ramos. A interconexão do tipo trevo completo, com pequenas distâncias entre os ramosem loop sucessivos, frequentemente apresenta problemas <strong>operacionais</strong> e <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong>vido aosvolumes <strong>de</strong> entrecruzamento. O uso <strong>de</strong> pistas coletoras-distribuidoras minimiza o problema,simplificando a sinalização e se<strong>para</strong>ndo fluxos <strong>de</strong> diferentes velocida<strong>de</strong>s. A adição <strong>de</strong> uma faixaauxiliar, <strong>de</strong> comprimento a<strong>de</strong>quado entre dois ramos sucessivos <strong>de</strong> faixa única com gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong>tráfego, geralmente aten<strong>de</strong> à capacida<strong>de</strong> necessária. No entanto, a adição <strong>de</strong> faixas po<strong>de</strong> não resolveros problemas <strong>de</strong> entrecruzamento. Com efeito, um ramo <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> duas faixas situado pouco apósum ramo <strong>de</strong> entrada não <strong>de</strong>ve operar <strong>de</strong> forma satisfatória, pelo fato do tráfego <strong>de</strong> saída se dividir emduas correntes, obrigando o tráfego <strong>de</strong> entrada a atravessar duas faixas <strong>de</strong> tráfego em uma pequenadistância, efetuando duas manobras sucessivas <strong>de</strong> entrecruzamento. Volumes elevados <strong>de</strong> manobras<strong>de</strong> entrecruzamento exigem maiores comprimentos, <strong>para</strong> permitir aos veículos tempo <strong>para</strong> trocar <strong>de</strong>faixas, o que é melhor resolvido aumentando as distâncias entre acessos sucessivos.4.5.9. Acomodação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclistas em interconexões urbanas e suburbanasInterconexões <strong>de</strong>vem ser projetadas <strong>de</strong> modo a aumentar a atenção e controlar o movimento dospe<strong>de</strong>stres, ciclistas e motoristas. Deve-se adotar, on<strong>de</strong> necessário, sinalização orientadora e <strong>de</strong>controle, iluminação dos trechos <strong>de</strong> travessia e <strong>de</strong> saída, marcação com pintura <strong>de</strong> pista dos locais <strong>de</strong>travessias, canalização do tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclistas, construção <strong>de</strong> passarelas e passagensinferiores, instalação <strong>de</strong> barreiras e utilização <strong>de</strong> controle por semáforos dos conflitos dosmovimentos <strong>de</strong> acesso aos ramos <strong>de</strong> entrada e saída da via expressa. O tratamento a ser dado em cadasituação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> custos, distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>, condições dos alinhamentos horizontal evertical e dos volumes e manobras previstas <strong>para</strong> o tráfego. A Figura 20 apresenta um exemplo <strong>para</strong>uma interconexão do tipo trevo completo. As travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres são previstas perpendiculares àsvias. On<strong>de</strong> existem pontes ou viadutos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos volumes <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclistas, passeioslaterais <strong>de</strong>vem ser previstos em ambos os lados das estruturas. Se existirem <strong>de</strong>fensas ou barreiras nosextremos das estruturas, <strong>de</strong>vem-se prever passagens <strong>de</strong> contorno <strong>para</strong> os pe<strong>de</strong>stres e ciclistas.86MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 20 – Acomodação dos pe<strong>de</strong>stres em um trevo completo87MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias5. RODOVIAS RURAIS89MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias5. RODOVIAS RURAISO sistema <strong>de</strong> rodovias rurais do Brasil compreen<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 180.000 km <strong>de</strong> rodovias pavimentadas e1.800.000 km <strong>de</strong> rodovias com revestimento primário ou em terra, sem revestimento.As rodovias rurais pavimentadas normalmente apresentam índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes fatais <strong>de</strong> duas a trêsvezes maiores que as rodovias urbanas. Tal fato resulta da associação <strong>de</strong> altas velocida<strong>de</strong>s comcaracterísticas técnicas <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> inferiores às <strong>de</strong>sejáveis <strong>para</strong> as condições atuais.As velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação e volumes <strong>de</strong> tráfego têm crescido. Novos veículos <strong>de</strong> carga, compostos<strong>de</strong> duas a quatro unida<strong>de</strong>s (CVC), <strong>de</strong> maior comprimento e cargas elevadas, chegando a 30 metros e70 toneladas, apresentam participação cada vez mais elevada na frota nacional.O <strong>de</strong>senvolvimento ao longo das rodovias tem criado maior número <strong>de</strong> acessos e pontos <strong>de</strong> conflito.Objetos fixos potencialmente perigosos, como postes, jardineiras e suportes <strong>de</strong> sinais têm sidoinstalados à margem das rodovias. Maiores números <strong>de</strong> veículos estacionam próximos aos centros <strong>de</strong>maior ativida<strong>de</strong> e locais <strong>de</strong> recreio. Tem, também, aumentado o tráfego <strong>de</strong> bicicletas e pe<strong>de</strong>stres nasrodovias rurais.Devido às condições relacionadas, o sistema <strong>de</strong> rodovias rurais apresenta maiores <strong>de</strong>safios, emtermos <strong>de</strong> segurança. A gran<strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> rodovias dificulta a provisão dos recursos necessários àimplementação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong>sejáveis <strong>para</strong> um bom <strong>de</strong>sempenho operacional e <strong>de</strong> segurança. Osprojetistas e responsáveis pelo <strong>de</strong>sempenho do sistema <strong>de</strong>vem procurar soluções alternativas quesejam economicamente viáveis.5.1. CRITÉRIOS DE PROJETO5.1.1. Continuida<strong>de</strong>A experiência dos motoristas com a ocupação marginal da rodovia e as condições <strong>de</strong> operação aolongo da mesma são os fatores que estabelecem suas expectativas e forma <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r. Se umarodovia apresenta continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, os motoristas atuam <strong>de</strong> forma consistente com a situaçãoque lhe é familiar. Se há mudanças sensíveis, suas reações são mais lentas e suas <strong>de</strong>cisões po<strong>de</strong>m sermenos a<strong>de</strong>quadas. O planejamento e o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>vem evitar mudanças bruscas das condições dasrodovias. Quando as características mudam, o que é comum nas áreas rurais, os motoristas <strong>de</strong>vem seralertados através <strong>de</strong> sinalização e provisão <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> segurança. Os projetistas <strong>de</strong>vem procuraraplicar características técnicas <strong>de</strong> padrão elevado. A orientação apresentada a seguir estabelece osvalores mínimos aceitáveis. Devem, entretanto, ser adotados valores que representem padrões<strong>de</strong>sejáveis, sempre que economicamente viáveis.91MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias5.1.2. Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>Como já observado anteriormente, o fator básico <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminação das características a serematendidas pela geometria da rodovia e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada <strong>para</strong> a sua operação é a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>projeto</strong> ou velocida<strong>de</strong> diretriz. O Manual <strong>de</strong> Projeto Geométrico <strong>de</strong> Rodovias Rurais – DNER – 1999apresenta os valores das velocida<strong>de</strong>s diretrizes a serem adotados <strong>para</strong> as diferentes classes <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>,tanto <strong>para</strong> rodovias a serem implantadas como <strong>para</strong> melhorias das existentes. Para <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong>restauração, po<strong>de</strong> ser consultada, também, a publicação Designing Safer Roads: Practices forResurfacing, Restoration, and Rehabilitation – TRB – 1987.5.1.3. Alinhamento horizontal e verticalOs trechos em curva apresentam índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1,5 a 4 vezes maiores que trechosem tangente <strong>de</strong> mesmo comprimento e volume <strong>de</strong> tráfego. Além disso, um aci<strong>de</strong>nte em curva temmaior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resultar em morte ou ferimentos graves.A publicação Safety Improvements on Horizontal Curves for Two-lane Rural Roads – InformationGui<strong>de</strong> – FHWA – 1991 contém recomendações <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> curvas horizontais em trechosnovos <strong>de</strong> rodovias e <strong>para</strong> a reconstrução ou execução <strong>de</strong> melhoramentos em curvas existentes <strong>de</strong>rodovias rurais <strong>de</strong> duas faixas. Essa publicação também inclui procedimentos e dados gerais quepo<strong>de</strong>m ser usados <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar benefícios <strong>de</strong> várias combinações <strong>de</strong> melhorias em curvas. Asrecomendações <strong>para</strong> novos trechos <strong>de</strong> rodovia são apresentadas a seguir:− Devem ser adotadas seções <strong>de</strong> rodovias com características consistentes;− Devem ser evitados gran<strong>de</strong>s ângulos centrais;− Deve ser evitado o uso dos raios mínimos permitidos <strong>para</strong> as diferentes velocida<strong>de</strong>s;− Devem ser usadas curvas <strong>de</strong> transição como rotina <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, especialmente <strong>para</strong> velocida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 100 km/h ou maiores;− Devem ser projetadas áreas laterais que forneçam maior segurança, principalmente nas curvas<strong>de</strong> menores raios;− Deve ser projetada superelevação a<strong>de</strong>quada em todas as curvas;− Não <strong>de</strong>vem ser admitidos pontos potencialmente perigosos em curvas ou próximos às mesmas;− Devem ser providos pavimento a<strong>de</strong>quado e acostamentos com boas condições, principalmenteem curvas com raios menores, <strong>de</strong>vido a serem sujeitos a maior aceleração lateral e maior<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> atrito.92MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias5.1.4. Zonas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> reduzidaZonas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> reduzida são trechos da rodovia em que a natureza da geometria requer que seadotem limites <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> inferiores aos normalmente exigidos pela classe da rodovia e tipo <strong>de</strong>terreno atravessado. Essas zonas são comumente usadas em trechos <strong>de</strong> rodovias rurais, cujo<strong>de</strong>senvolvimento mu<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma substancial, o caráter da área atravessada, como cida<strong>de</strong>s eempreendimentos <strong>de</strong> vulto. Nessas zonas há um aumento significativo <strong>de</strong> acessos à rodovia, <strong>de</strong>pontos <strong>de</strong> conflito e <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e <strong>de</strong> bicicletas, que justificam a redução do limite <strong>de</strong>velocida<strong>de</strong>. É conveniente que as comunida<strong>de</strong>s afetadas sejam consultadas, <strong>de</strong> modo a aten<strong>de</strong>r a seusinteresses e garantir seu apoio às medidas adotadas <strong>para</strong> as reduções <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> que se tornaremnecessárias.Um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> essas zonas é a execução <strong>de</strong> umestudo <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> pontual, <strong>para</strong> i<strong>de</strong>ntificar a velocida<strong>de</strong> abaixo da qual 85% dos veículostrafegam. Essa velocida<strong>de</strong> normalmente se situa <strong>de</strong> 10 a 23 km/h acima da velocida<strong>de</strong> limiterecomendável. A ocorrência <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma zona <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> reduzida <strong>de</strong>ve seranalisada, a fim <strong>de</strong> verificar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eliminar suas causas ou i<strong>de</strong>ntificar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>complementar a sinalização.Não é a<strong>de</strong>quado criar zonas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> reduzida <strong>para</strong> tornar mais acanhadas as característicastécnicas a serem adotadas em um <strong>de</strong>terminado trecho. Isso iria violar as expectativas dos usuários epo<strong>de</strong> provocar <strong>de</strong>srespeito à sinalização.5.1.5. Zonas <strong>de</strong> ultrapassagemZonas a<strong>de</strong>quadas <strong>para</strong> a ultrapassagem <strong>de</strong> veículos são essenciais nas rodovias rurais <strong>de</strong> duas faixas edois sentidos <strong>de</strong> tráfego. Informações quanto à provisão <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>, <strong>para</strong>ultrapassagem <strong>de</strong> um carro <strong>de</strong> passeio por outro carro <strong>de</strong> passeio, constam do Manual <strong>para</strong> ProjetoGeométrico <strong>de</strong> Rodovias Rurais – DNER – 1999.É <strong>de</strong>sejável prover tantas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ultrapassagem quantas forem possíveis em um trecho <strong>de</strong>rodovia. Esta prática é particularmente recomendada em áreas em que há poucas oportunida<strong>de</strong>s <strong>para</strong>ultrapassagem e em rodovias com participação <strong>de</strong> veículos lentos. Há que se levar em conta, todavia,o princípio <strong>de</strong> consistência do <strong>projeto</strong>. A ocorrência <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> ultrapassagem muito curtas, emtrechos em que predominam zonas longas, po<strong>de</strong> violar as expectativas dos usuários, acostumadoscom as zonas mais longas. É preferível evitar essas misturas <strong>de</strong> zonas. Zonas curtas po<strong>de</strong>m sernecessárias em terreno montanhoso, <strong>para</strong> permitir a ultrapassagem <strong>de</strong> veículos pesados, on<strong>de</strong> não sepo<strong>de</strong>m prover faixas <strong>para</strong> ultrapassagem <strong>de</strong> caminhões.93MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias5.1.6. Faixas <strong>de</strong> ultrapassagemFaixas <strong>de</strong> ultrapassagem são faixas auxiliares acrescentadas a vários trechos <strong>de</strong> uma rodovia <strong>de</strong> duasfaixas e dois sentidos <strong>de</strong> tráfego, <strong>para</strong> oferecer a frequência <strong>de</strong>sejada <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> ultrapassagem ou<strong>para</strong> eliminar a interferência <strong>de</strong> veículos lentos pesados, ou as duas coisas. São usadas em terrenoplano ou ondulado, quando restrições a ultrapassagens são criadas por distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>limitadas ou gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> tráfego. A falta <strong>de</strong> trechos frequentes com distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> ultrapassagem, com elevados volumes <strong>de</strong> tráfego, especialmente com a significativaparticipação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s veículos <strong>de</strong> carga (CVC), resulta em <strong>de</strong>moras e redução da segurança. Ajustificativa <strong>para</strong> o aumento das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ultrapassagem é usualmente baseada na<strong>de</strong>terminação dos níveis <strong>de</strong> serviço, <strong>de</strong> acordo com os procedimentos do Highway Capacity Manual.A <strong>de</strong>terminação dos pelotões <strong>de</strong> tráfego (tráfego com intervalos entre veículos <strong>de</strong> 5 segundos oumenos) po<strong>de</strong> ajudar na i<strong>de</strong>ntificação dos locais próprios <strong>para</strong> incluir as faixas <strong>de</strong> ultrapassagem. Ai<strong>de</strong>ntificação da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas faixas <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar trechos extensos <strong>de</strong>, pelo menos, 10 km.A introdução <strong>de</strong>ssas faixas <strong>de</strong>ve ser claramente justificada <strong>para</strong> os motoristas, por exemplo, pelaexistência <strong>de</strong> extensos segmentos em que não po<strong>de</strong>m ultrapassar. A importância <strong>para</strong> o usuário émais óbvia on<strong>de</strong> a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> é restrita do que em longas tangentes, on<strong>de</strong> é mais comuma ocorrência <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ultrapassagem. Em alguns casos, uma faixa auxiliar em uma longatangente po<strong>de</strong> encorajar veículos lentos a aumentarem suas velocida<strong>de</strong>s, reduzindo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ultrapassagem. Trechos com curvas horizontais que exigem baixas velocida<strong>de</strong>s são tambémimpróprios <strong>para</strong> adoção <strong>de</strong>ssas faixas, já que reduzem as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os veículos. Hátambém a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a uma distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> 300 m na aproximação<strong>de</strong> cada taper, bem como evitar a inclusão <strong>de</strong> interseções e acessos com volumes expressivos <strong>de</strong>veículos. O comprimento ótimo <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> ultrapassagem é <strong>de</strong> 0,8 a 3,2 km, além das extensõesdos tapers <strong>para</strong> adição e redução <strong>de</strong> faixa.A ultrapassagem <strong>para</strong> os veículos trafegando no sentido oposto <strong>de</strong>ssas faixas po<strong>de</strong> ser permitida ounão. Deve ser <strong>de</strong>cidida pelo exame da geometria, do <strong>de</strong>senvolvimento marginal, dos volumes <strong>de</strong>tráfego e das limitações <strong>de</strong> distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>.A sinalização <strong>de</strong>ve informar com antecedência o início da faixa <strong>de</strong> ultrapassagem e, também, o seufim. A Figura 21 apresenta um exemplo <strong>de</strong> sinalização a ser usada.94MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 21 – Sinalização recomendada <strong>para</strong> faixas <strong>de</strong> ultrapassagem5.1.7. Faixas <strong>de</strong> subidaGrei<strong>de</strong>s elevados provocam <strong>de</strong>saceleração nos veículos <strong>de</strong> carga pesados e provocam <strong>de</strong>sequilíbriodos ciclistas. A maior velocida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> ser mantida por um caminhão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do comprimento egrau <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> do grei<strong>de</strong> e da relação massa/potência do veículo.Uma faixa auxiliar <strong>de</strong> subida, construída em rampa ascen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma rodovia <strong>de</strong> duas faixas eacostamento pavimentado <strong>para</strong> ciclistas, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada, quando o comprimento críticocorrespon<strong>de</strong>nte ao grei<strong>de</strong> é excedido, ou seja, quando o comprimento do grei<strong>de</strong> causa uma redução <strong>de</strong>15 km/h, ou mais, na velocida<strong>de</strong> dos veículos pesados. Este critério, preconizado pelo <strong>manual</strong> daAASHTO, <strong>de</strong> 2004, é baseado no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um caminhão <strong>de</strong> relação massa/potência <strong>de</strong> 120kg/kW. Critérios mais gerais <strong>para</strong> avaliar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> subida são apresentados no95MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasManual <strong>de</strong> Projeto Geométrico <strong>de</strong> Rodovias Rurais e são compatíveis com os recomendados pelo<strong>manual</strong> da AASHTO, <strong>de</strong> 2004. Quanto aos ciclistas, po<strong>de</strong>-se observar que <strong>de</strong>vem ser usadosacostamentos <strong>de</strong> 1,80 m a 2,40 m <strong>para</strong> subida, sempre que o grei<strong>de</strong> exce<strong>de</strong>r 2% ou 30 m <strong>de</strong>comprimento.5.2. CANTEIROS CENTRAIS E ÁREAS MARGINAIS5.2.1. Canteiros centraisRodovias <strong>de</strong> múltiplas faixas em áreas rurais <strong>de</strong>vem ter canteiros centrais com largura suficiente <strong>para</strong>incluir faixas <strong>para</strong> giro à esquerda em interseções, que sempre são vantajosas <strong>para</strong> capacida<strong>de</strong> esegurança. Geralmente, larguras <strong>de</strong> 4 a 7 m são satisfatórias. Para acomodar uma faixa <strong>de</strong> 3,60 m, umcanteiro se<strong>para</strong>dor <strong>de</strong>ve ter, pelo menos, a largura <strong>de</strong> 5,50 m. As larguras <strong>de</strong> 5 a 20 m po<strong>de</strong>mapresentar problemas <strong>operacionais</strong> em interseções. Os canteiros centrais com larguras próximas <strong>de</strong> 20m são difíceis <strong>de</strong> sinalizar e não cobrem os veículos mais longos em tráfego. Os motoristas, em geral,preferem canteiros com larguras estreitas ou que provêm refúgio suficiente <strong>para</strong> permitir que as pistas<strong>de</strong> sentidos contrários sejam atravessadas uma <strong>de</strong> cada vez.Quando uma rodovia <strong>de</strong> duas faixas e dois sentidos <strong>de</strong> tráfego é ampliada <strong>para</strong> quatro faixas,frequentemente é projetada uma pista in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, <strong>para</strong> compor a nova rodovia, conseguindo-se,com isso, melhores condições geométricas. Nas interseções em nível da nova rodovia, os perfis dasduas pistas <strong>de</strong>vem ser aproximadamente iguais, <strong>para</strong> evitar problemas <strong>operacionais</strong>.5.2.2. Talu<strong>de</strong>s lateraisOs talu<strong>de</strong>s laterais <strong>de</strong>vem ser construídos com inclinações tão suaves quanto possíveis, consistentescom a velocida<strong>de</strong> diretriz, volume <strong>de</strong> tráfego e curvaturas horizontal e vertical. Se um veículo<strong>de</strong>sgovernado sai da rodovia e se <strong>de</strong>sloca sobre o talu<strong>de</strong> lateral, a experiência mostra que se <strong>de</strong>ve teruma inclinação máxima <strong>de</strong> 1V:4H, <strong>para</strong> que o motorista mantenha o controle do veículo. Em trechosnovos o emprego <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 1V:6H, ou mais brandos, é <strong>de</strong>sejável. O mesmo critério <strong>de</strong>ve seraplicado <strong>para</strong> restauração ou melhoramento, aten<strong>de</strong>ndo naturalmente às limitações impostas pelafaixa <strong>de</strong> domínio disponível, recursos econômicos e obras-<strong>de</strong>-arte existentes.Embora seja <strong>de</strong>sejável manter a uniformida<strong>de</strong> das áreas laterais, em alguns casos reduções locais dasinclinações dos talu<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m representar melhorias em termos <strong>de</strong> segurança. Os talu<strong>de</strong>s elevadosapresentados na Figura 22 são exemplos <strong>de</strong> locais com potencial <strong>para</strong> criação <strong>de</strong> problemas.O abrandamento dos talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado nos seguintes casos:96MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Junto à borda externa das curvas;− Nas aproximações das interseções, acessos e travessias do canteiro central;− Próximo <strong>de</strong> pilares <strong>de</strong> viadutos, bueiros e barreiras, especialmente nas proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>terminais <strong>de</strong> entrada e <strong>de</strong> saída.Atenção <strong>de</strong>ve ser dada aos acessos conectando vias públicas a proprieda<strong>de</strong>s adjacentes. Inclinações<strong>de</strong> 1V:6H, ou menores, são recomendadas. Muros e aterros fortemente inclinados não <strong>de</strong>vem serimplantados.No caso <strong>de</strong> restauração com melhoramentos, po<strong>de</strong> não ser viável aten<strong>de</strong>r a todos os locais quemerecem alguma alteração. A provisão <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s laterais pouco inclinados, livres <strong>de</strong> obstáculos queimpeçam sua transposição, po<strong>de</strong>, em muitos casos, mitigar os efeitos <strong>de</strong> um local com condiçõesabaixo das <strong>de</strong>sejáveis. Deve ser consi<strong>de</strong>rada a remoção <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong> pequeno porte, que po<strong>de</strong>mprovocar o tombamento <strong>de</strong> veículos, agravando eventuais traumatismos sofridos pelos ocupantes.Figura 22 – Talu<strong>de</strong>s laterais elevados5.2.3. Dispositivos <strong>de</strong> drenagemEm trechos novos, os dispositivos <strong>de</strong> drenagem adjacentes à rodovia <strong>de</strong>vem ser transponíveis porbicicletas e automóveis, quando se situam no caminho dos veículos ou são passíveis <strong>de</strong> ser atingidospor veículos <strong>de</strong>sgovernados, como consta da Figura 23.Elementos <strong>de</strong> drenagem com altura maior que 10 cm acima do solo, como apresentado na Figura 24,po<strong>de</strong>m atingir o fundo <strong>de</strong> um veículo e provocar sua instabilida<strong>de</strong> e, em alguns casos, aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>ciclistas. Esses elementos <strong>de</strong>vem ser reconstruídos, <strong>de</strong> modo que possam ser transpostos semproblemas. Aterros laterais e diques usados <strong>para</strong> aumentar a eficiência da drenagem <strong>de</strong>vem serevitados ou projetados <strong>de</strong> modo a serem a<strong>de</strong>quadamente transponíveis.97MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 23 – Ralo transponívelFigura 24 – Projeto <strong>de</strong>ficiente <strong>de</strong> raloDispositivos <strong>de</strong> drenagem situados fora do trajeto dos veículos, mas que po<strong>de</strong>m ser atingidos porveículos <strong>de</strong>sgovernados e não são passíveis <strong>de</strong> melhorias a<strong>de</strong>quadas, <strong>de</strong>vem ser caracterizados, <strong>de</strong>forma a serem claramente vistos e reconhecidos. Isso não reduzirá a severida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algum aci<strong>de</strong>nteque houver, mas reduzirá a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua ocorrência.Em muitos casos, po<strong>de</strong>m ser necessárias valetas <strong>de</strong> drenagem adjacentes à pista <strong>de</strong> rolamento. Isso écomum nos locais on<strong>de</strong> ocorre <strong>de</strong>senvolvimento ao longo <strong>de</strong> uma rodovia e quando é feitoalargamento em uma faixa <strong>de</strong> domínio estreita. Frequentemente essas valetas são suficientemente98MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasprofundas, <strong>de</strong> modo a manter o nível da água abaixo do nível da rodovia, e não po<strong>de</strong>m ser projetadas<strong>de</strong> modo a serem transponíveis, <strong>de</strong>vido a limitações <strong>de</strong> espaço, como indicado na Figura 25. Esse tipo<strong>de</strong> valeta associado a saídas <strong>de</strong> bueiros po<strong>de</strong> causar aci<strong>de</strong>ntes graves e capotamento <strong>de</strong> veículos. Umsistema subterrâneo <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado ou, on<strong>de</strong> a severida<strong>de</strong> do problema justificar,um sistema <strong>de</strong> barreira <strong>de</strong>ve ser projetado, <strong>de</strong> forma a oferecer uma maior segurança. Sistemas <strong>de</strong>drenagem subterrânea têm a vantagem <strong>de</strong> prover uma travessia mais segura, principalmente nasproximida<strong>de</strong>s dos acessos, on<strong>de</strong> as barreiras têm que terminar.Figura 25 – Valeta lateral intransponívelExtremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> bueiros <strong>de</strong>vem ser projetadas, <strong>de</strong> modo a serem transponíveis, se houver apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem atingidas por veículos <strong>de</strong>sgovernados. As inclinações dos talu<strong>de</strong>s junto àsáreas laterais <strong>de</strong> segurança também <strong>de</strong>vem ser transponíveis. Caso isso não seja viável, o bueiro <strong>de</strong>veser prolongado numa extensão além da área <strong>de</strong> recuperação livre à margem da rodovia, eliminando osmuros <strong>de</strong> testa maciços e os buracos profundos adjacentes à via trafegável, no interesse <strong>de</strong> obter-seuma segurança maior.Bueiros nos acessos e interseções também <strong>de</strong>vem ser transponíveis, sempre que estiverem <strong>de</strong>ntro daárea <strong>de</strong> recuperação livre, especialmente se um veículo <strong>de</strong>sgovernado possa ser conduzido àextremida<strong>de</strong> do bueiro por uma valeta <strong>de</strong> drenagem, como exemplificado na Figura 26.99MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 26 – Extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bueiro <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> recuperação livre5.2.4. Suportes <strong>de</strong> sinais e <strong>de</strong> lumináriasTodos os suportes <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> tráfego que possam ser atingidos por um veículo <strong>de</strong>vematen<strong>de</strong>r a condições <strong>de</strong> segurança a<strong>de</strong>quadas. Suportes quebráveis são a solução mais empregada. Sãoclassificados pela maneira como se portam, quando são atingidos: suportes que se quebram em suabase ou em uma junta e suportes que se inclinam ou são arrancados do solo. Quando forem instaladosem áreas <strong>de</strong>senvolvidas, <strong>de</strong>ve-se tomar cuidado em localizá-los on<strong>de</strong> não possam cair sobre pe<strong>de</strong>stresou construções.Há diversos pontos importantes que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados no <strong>projeto</strong> dos sistemas <strong>de</strong> suporte aserem utilizados:− Os sinais e seus suportes <strong>de</strong>vem ser localizados em áreas on<strong>de</strong> não possam ser facilmenteatingidos, como estruturas elevadas, ou atrás <strong>de</strong> barreiras ou em um ponto elevado <strong>de</strong> umtalu<strong>de</strong> <strong>de</strong> corte. A visibilida<strong>de</strong> do sinal não <strong>de</strong>ve ser sacrificada;− Suportes <strong>de</strong> sinais múltiplos não <strong>de</strong>vem ser agrupados. Postes <strong>de</strong> suportes pouco espaçados(menos <strong>de</strong> 2,10 m <strong>de</strong> afastamento) <strong>de</strong>vem ser evitados, a menos que tenham sido submetidoscom sucesso a testes <strong>de</strong> colisões. A experiência mostra que esses tipos geralmente não sãosatisfatórios;− Sistemas quebráveis <strong>de</strong>vem ser instalados corretamente. A altura do mecanismo quebrável éum fator crítico. Qualquer parte remanescente, após sua quebra, não <strong>de</strong>ve ficar mais que 0,10m acima da área vizinha. Na Figura 27 tem-se um exemplo que não po<strong>de</strong> funcionara<strong>de</strong>quadamente: a base quebrável e o pe<strong>de</strong>stal <strong>de</strong> concreto formam um conjunto muito alto.Um veículo que o atinja po<strong>de</strong> quebrá-lo com sucesso e ficar preso no pe<strong>de</strong>stal;100MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 27 – Suporte com base quebrável muito alta− As características do tipo <strong>de</strong> quebra são importantes. Suportes que quebram em uma únicadireção não po<strong>de</strong>m ser usados em interseções, em que po<strong>de</strong>m ser atingidos por veículos comdireções diferentes;− Suportes quebráveis não <strong>de</strong>vem ser localizados on<strong>de</strong> possam impedir a atuação correta <strong>de</strong>outras medidas <strong>de</strong> segurança. Por exemplo, não se <strong>de</strong>ve colocar um suporte quebrável em umtalu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1V:3H ou 1V:4H, se houver alternativas melhores. A estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um veículo<strong>de</strong>sgovernado nesses talu<strong>de</strong>s é pequena. Um choque com um dispositivo quebrável po<strong>de</strong> sersuficiente <strong>para</strong> <strong>de</strong>sestabilizá-lo.Na maioria dos casos, postes <strong>de</strong> iluminação <strong>de</strong>vem ter sistemas semelhantes aos usados <strong>para</strong> sinais <strong>de</strong>tráfego. No entanto, é mais a<strong>de</strong>quado não usar suportes quebráveis on<strong>de</strong> houver a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>que pe<strong>de</strong>stres sejam atingidos pelo poste ou pelo veículo <strong>de</strong>sgovernado. Postes <strong>de</strong> iluminação,localizados em canteiros centrais estreitos, po<strong>de</strong>m cair em faixas do tráfego oposto, quando atingidos,e por essa razão não <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> tipo quebrável.5.2.5. Postes <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> públicaColisões com postes <strong>de</strong> sustentação <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública estão entre os aci<strong>de</strong>ntes maisfrequentes e graves, envolvendo um objeto feito pelo homem. Pesquisas revelam que cerca <strong>de</strong> 50%dos aci<strong>de</strong>ntes ocorrem <strong>de</strong>ntro da faixa <strong>de</strong> 1,20 m da borda da pista <strong>de</strong> rolamento. Em rodovias ruraisnorte-americanas, a distância média dos postes <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública à pista <strong>de</strong> rolamento é <strong>de</strong> 3,60 m,e a distância média dos postes que sofrem colisão é <strong>de</strong> 2,60 m. Nessas rodovias a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> média <strong>de</strong>101MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviaspostes em locais <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 35 postes/km, enquanto que a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>média geral <strong>de</strong> postes é <strong>de</strong> 14 postes/km.Há mais colisões com postes situados do lado externo <strong>de</strong> curvas horizontais, <strong>de</strong>ntro da distância <strong>de</strong> 15m das interseções, e em rodovias sem acostamentos. A frequência dos aci<strong>de</strong>ntes diminui com oaumento da largura dos acostamentos. Cerca <strong>de</strong> 25% dos aci<strong>de</strong>ntes envolvendo postes ocorrem amenos <strong>de</strong> 15 m <strong>de</strong> uma interseção.Há diversas recomendações com relação ao posicionamento <strong>de</strong> postes <strong>de</strong> sustentação <strong>de</strong> dispositivos<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública <strong>de</strong>ntro da faixa <strong>de</strong> domínio da rodovia:− Os postes <strong>de</strong>vem ser situados fora da área marginal <strong>de</strong> segurança;− Sempre que possível, os postes <strong>de</strong>vem ser colocados na borda da faixa <strong>de</strong> domínio;− On<strong>de</strong> não há uma zona marginal <strong>de</strong> segurança e não há condições <strong>de</strong> implantá-la, os postes<strong>de</strong>vem ser colocados pelo menos a 3 m <strong>de</strong> distância da pista <strong>de</strong> rolamento;− Desejavelmente, os postes <strong>de</strong>vem ser colocados em um único lado da rodovia;− Postes comuns <strong>de</strong>vem ser usados <strong>para</strong> transporte <strong>de</strong> energia, linhas telefônicas e outros tipos<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública.Se possível, não <strong>de</strong>vem ser colocados postes em valas <strong>de</strong> drenagem, do lado externo <strong>de</strong> curvashorizontais, em canteiros centrais, e nas esquinas das interseções, porque aumentam a frequência egravida<strong>de</strong> das colisões. Essas observações, aparentemente óbvias, são frequentemente esquecidas naprática.O uso <strong>de</strong> postes quebráveis é uma maneira <strong>de</strong> reduzir a gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma colisão, mas não a suafrequência. A quebra dos postes com o impacto impe<strong>de</strong> a <strong>para</strong>da súbita dos veículos e reduz agravida<strong>de</strong> dos aci<strong>de</strong>ntes. Embora não haja ainda comprovação efetiva na prática, postes quebráveis<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados, sempre que possível. Informações mais <strong>de</strong>talhadas po<strong>de</strong>m ser obtidas napublicação: Selection of Cost-Effective Countermeasures for Utility Pole Acci<strong>de</strong>nts–Users Manual –FHWA – 1986.102MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias5.3. CONTROLE DE ACESSOSA regulamentação dos acessos entre proprieda<strong>de</strong>s marginais e rodovias é <strong>de</strong>finida como controle <strong>de</strong>acessos. Seu objetivo principal é o aumento da segurança, pelo controle dos locais on<strong>de</strong> os veículospo<strong>de</strong>m entrar, sair ou atravessar uma rodovia.O controle dos locais <strong>de</strong> acesso melhora as condições da operação do tráfego. Acessos <strong>de</strong>vem sera<strong>de</strong>quadamente projetados em locais escolhidos <strong>para</strong> melhor aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s dos usuários,interferindo o mínimo no tráfego direto da rodovia.A regulamentação <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar as finalida<strong>de</strong>s das proprieda<strong>de</strong>s atendidas por esses acessos, osvolumes e tipos do tráfego que os utilizará, a localização e espaçamento dos locais permitidos aolongo da rodovia e as características geométricas da mesma. Devem ser consi<strong>de</strong>rados o uso atual efuturo <strong>de</strong> ocupação do solo marginal.O Manual <strong>de</strong> Acesso <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong>s Marginais a Rodovias Fe<strong>de</strong>rais – DNIT – 2006 apresenta ascondições em que po<strong>de</strong>m ser concedidos acessos a rodovias fe<strong>de</strong>rais, incluindo <strong>projeto</strong>s-tiporecomendados. Os diversos estados dispõem <strong>de</strong> regulamentação própria ou adotam as recomendaçõesdo DNIT.5.3.1. Aberturas do canteiro centralEm rodovias <strong>de</strong> múltiplas faixas dotadas <strong>de</strong> canteiro central, sem controle <strong>de</strong> acessos, interrupções docanteiro central não são necessárias nem <strong>de</strong>sejáveis <strong>para</strong> cada interseção ou acesso lateral. Noentanto, aberturas po<strong>de</strong>m ser necessárias <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r ao <strong>de</strong>senvolvimento local, e sua localizaçãoa<strong>de</strong>quada minimiza a pressão por outras aberturas. Cada caso <strong>de</strong>ve ser analisado pelo órgãorodoviário responsável.Uma condição básica <strong>para</strong> analisar uma solicitação <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> canteiro <strong>para</strong> efetuar retornos é queo canteiro tenha largura suficiente <strong>para</strong> acomodar a manobra <strong>de</strong> giro do veículo <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, seminterferir com o tráfego direto.5.3.2. Acessos às proprieda<strong>de</strong>s marginaisOs <strong>projeto</strong>s dos acessos às proprieda<strong>de</strong>s marginais <strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r às exigências dos órgãosresponsáveis. Cabem, entretanto, algumas recomendações:− Devem ser localizados em pontos com suficiente distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> ao longo da rodovia;− Deve-se evitar sua localização em curvas horizontais <strong>de</strong> pequeno raio ou próxima ao vértice <strong>de</strong>uma curva vertical convexa;103MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Devem, <strong>de</strong> preferência, interceptar a rodovia em ângulo reto. Se apenas forem permitidos girosà direita, o ângulo po<strong>de</strong> ser reduzido até a 45°;− Seus grei<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem prover drenagem a<strong>de</strong>quada;− Seus talu<strong>de</strong>s laterais <strong>de</strong>vem ser projetados, <strong>de</strong> modo que sejam transponíveis por veículos quesaiam inadvertidamente da rodovia;− Devem ser dimensionados <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda e ao tipo <strong>de</strong> tráfego previstos.Além do Manual <strong>de</strong> Acesso <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong>s Marginais a Rodovias Fe<strong>de</strong>rais, já citado, orientaçõescomplementares quanto aos critérios e controles <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> po<strong>de</strong>m ser obtidas através das seguintespublicações: General Framework for Implementing Access Control Techniques – FHWA – 1975;Detailed Description of Access Control Techniques – FHWA – 1975 e Gui<strong>de</strong>lines for DrivewayDesign and Location – ITE – 1987.5.4. INTERSEÇÕESEstudos indicam que as interseções são responsáveis por cerca da terça parte dos aci<strong>de</strong>ntes emrodovias rurais e da sexta parte das mortes, <strong>de</strong>vendo, portanto, merecer uma atenção especial dosplanejadores e projetistas.Melhoramentos <strong>de</strong> interseções geralmente têm como objetivos a redução <strong>de</strong> conflitos <strong>de</strong> veículos e <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres e o aumento da capacida<strong>de</strong>. O aumento da <strong>de</strong>manda em muitas das rodovias rurais temtornado cada vez mais comum a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoramentos. A eventual substituição <strong>de</strong> umainterseção existente por uma rótula mo<strong>de</strong>rna, em que se dá preferência ao tráfego da rotatória, temsido consi<strong>de</strong>rada, por questões <strong>de</strong> segurança e capacida<strong>de</strong>. Os melhoramentos incluem modificaçõesnas aproximações das vias, nos elementos geométricos, nas condições <strong>de</strong> operação do tráfego e emobras complementares, como dispositivos <strong>de</strong> drenagem transponíveis. Esses elementos são interrelacionadose as mudanças em um <strong>de</strong>les po<strong>de</strong>m afetar os <strong>de</strong>mais. O acréscimo <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> giro,por exemplo, não <strong>de</strong>ve afetar negativamente outras condições da interseção.5.4.1. Elementos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>a) Faixas <strong>de</strong> giroA inclusão <strong>de</strong> faixas específicas, <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r a giros à esquerda ou à direita <strong>de</strong> interseções <strong>de</strong>rodovias rurais, tem resultado em benefícios <strong>para</strong> a segurança. O Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Interseções –DNIT – 2005 contém orientação <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> giros à esquerda, incluindo a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>104MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasfaixas <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e respectivos tapers. Cabe observar que os giros à direita tambémpo<strong>de</strong>m apresentar problemas próprios, que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados em cada caso.b) Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>.Em interseções não controladas por sinais ou semáforos, as distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem sersuficientes <strong>para</strong> que um motorista <strong>de</strong> cada aproximação possa ver os veículos das <strong>de</strong>maisaproximações. Orientação <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminação das distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> necessárias <strong>para</strong> osdiversos tipos <strong>de</strong> controle, com exceção <strong>de</strong> semáforos, consta do Manual do DNIT citadoanteriormente.Obstáculos que possam criar restrições à visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser removidos. Vegetação, comoárvores, arbustos ou capim alto, po<strong>de</strong> interferir com a linha <strong>de</strong> visão, sendo necessário seuacompanhamento por inspeção periódica. Além disso, a sinalização <strong>de</strong>ve ser colocada, <strong>de</strong> modo quenão crie obstruções às linhas <strong>de</strong> visão dos motoristas das aproximações principais e secundárias.Quando uma parte da interseção se situa em um corte, é necessário verificar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que asdiversas linhas <strong>de</strong> visão não sejam interrompidas pelos talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> corte, remanescentes. A Figura 28apresenta um exemplo <strong>de</strong> providências a tomar no <strong>projeto</strong>.Figura 28 – Providências a tomar <strong>para</strong> prover visibilida<strong>de</strong> nas interseções105MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias5.4.2. Aspectos <strong>operacionais</strong>A segurança e a eficiência operacional <strong>de</strong> uma rodovia rural são substancialmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do<strong>projeto</strong>, condições <strong>de</strong> operação e qualida<strong>de</strong> da manutenção das interseções e locais <strong>de</strong> acesso. Po<strong>de</strong>seestimar que, aproximadamente, a meta<strong>de</strong> dos aci<strong>de</strong>ntes em rodovias rurais ocorre em interseções,em acessos a proprieda<strong>de</strong>s marginais e nas suas proximida<strong>de</strong>s. Com o <strong>de</strong>senvolvimento das regiõesatravessadas, as interseções e principais pontos <strong>de</strong> acesso são geralmente as primeiras áreas a ficaremcongestionadas e necessitarem <strong>de</strong> melhorias. Melhorias das condições <strong>de</strong> operação po<strong>de</strong>m aumentar asegurança, por exemplo, quando uma faixa <strong>de</strong> giro é acrescentada a uma interseção não controladapor semáforos. Esse tipo <strong>de</strong> melhoria permite abrigar fora das faixas <strong>de</strong> fluxo direto os veículosaguardando oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efetuar a manobra <strong>de</strong> giro <strong>de</strong>sejada, reduzindo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> certostipos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Os motoristas que giram à esquerda não têm que esperar a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efetuarsuas manobras, <strong>para</strong>dos na pista <strong>de</strong> tráfego direto. É necessário, contudo, analisar <strong>de</strong>talhadamente seuefeito na rodovia, <strong>para</strong> evitar que se trate <strong>de</strong> uma melhoria passageira.a) Dispositivos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfegoSetas, símbolos, e linhas pintadas no pavimento, <strong>de</strong> acordo com o Manual <strong>de</strong> Sinalização Rodoviáriado DNIT, ajudam o motorista a passar em segurança através da interseção.Sinais são dispositivos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego eficientes nas interseções. Um sinal avançado, comorientação dos <strong>de</strong>stinos a atingir, po<strong>de</strong> evitar manobras súbitas que resultem em aci<strong>de</strong>ntes.Interseções em rodovias rurais <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ir contra as expectativas dos motoristas,principalmente quando são longas as distâncias entre elas. Motoristas que acabam <strong>de</strong> percorrer umagran<strong>de</strong> extensão em alta velocida<strong>de</strong> não esperam ter que <strong>para</strong>r, nem antecipam a entrada <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong>uma interseção que se aproxima. Nesses locais <strong>de</strong>vem ser tomadas medidas que chamem a atençãodos motoristas <strong>para</strong> aumentar a segurança. Sinais <strong>de</strong> advertência “Cruzamento <strong>de</strong> Vias” providos <strong>de</strong>flashes intermitentes e sonorizadores po<strong>de</strong>m alertar aos motoristas o fato <strong>de</strong> que estão seaproximando <strong>de</strong> um cruzamento inesperado em nível, tais como:− De difícil i<strong>de</strong>ntificação à distância;− Controlado por semáforos;− Primeiro após um longo trecho;− Vindo logo após uma curva;− Escondido por vegetação ou obstáculo lateral.106MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasEstudos sobre as necessida<strong>de</strong>s dos motoristas, em muitas aproximações <strong>de</strong> rodovias controladas pelosinal <strong>de</strong> “Parada Obrigatória”, enfatizam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter essa informação com antecedência.Distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>ve ser provida <strong>para</strong> os sinais <strong>de</strong> <strong>para</strong>da obrigatória,principalmente nas aproximações com velocida<strong>de</strong>s elevadas. Se a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> necessárianão pu<strong>de</strong>r ser provida, por questões <strong>de</strong> geometria ou obstáculos laterais, torna-se, então,indispensável o sinal: “Parada Obrigatória à Frente”.Sinais <strong>de</strong> <strong>para</strong>da <strong>de</strong> tamanho maior que o regular, flashes intermitentes no sinal <strong>de</strong> advertência <strong>de</strong><strong>para</strong>da à frente, flashes vermelhos intermitentes no sinal <strong>de</strong> <strong>para</strong>da obrigatória ou suspensos sobre apista <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados. Os sinais suspensos são mais eficientes, quando usados em interseçõescom geometria <strong>de</strong>ficiente, on<strong>de</strong> condições econômicas não permitem reconstrução.b) IluminaçãoEstudos comprovam que a iluminação é uma forma <strong>de</strong> reduzir aci<strong>de</strong>ntes noturnos em interseçõesrurais. Pesquisas revelam que, se o índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes noturnos em uma interseção exce<strong>de</strong>r o triplodo índice durante o dia, os prováveis benefícios econômicos justificam sua iluminação.5.5. PONTES E VIADUTOS EXISTENTES5.5.1. I<strong>de</strong>ntificação e análise <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s ina<strong>de</strong>quadosEmbora não sejam sempre economicamente vantajosos, pontes e viadutos antigos, abaixo dospadrões aceitáveis <strong>de</strong> segurança, po<strong>de</strong>m ser recuperados. Quando se situam <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> umtrecho incluído em um programa <strong>de</strong> melhoramentos, <strong>de</strong>vem ser objeto das seguintes análises:− A<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> sua estrutura;− A<strong>de</strong>quação dos elementos <strong>de</strong> proteção lateral;− Alinhamento dos acessos à estrutura e <strong>de</strong> suas condições <strong>de</strong> segurança;− Acomodação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclistas.A a<strong>de</strong>quação da estrutura se refere à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga. O programa <strong>de</strong> inspeção provê essainformação. Qualquer estrutura que apresente limitações quanto à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>ve teressas limitações indicadas em sinalização na própria estrutura e em interseções da rodovia, on<strong>de</strong>veículos pesados po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>sviados <strong>para</strong> rotas alternativas.A a<strong>de</strong>quação estrutural do sistema <strong>de</strong> proteção lateral é <strong>de</strong>terminada pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suportar umimpacto sem ser ultrapassado. Os sistemas novos são submetidos a testes <strong>de</strong> impacto. A <strong>de</strong>terminaçãoda a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> um antigo sistema <strong>de</strong> guarda-corpo existente po<strong>de</strong> ser difícil, se não se dispõe <strong>de</strong> seu<strong>projeto</strong> e especificações do aço empregado em seu reforço. Deformações, <strong>de</strong>terioração, se<strong>para</strong>ções <strong>de</strong>107MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasseus elementos e distorções visíveis são fortes indicações <strong>de</strong> que não são a<strong>de</strong>quados. O projetista temque concluir se a estrutura é capaz <strong>de</strong> resistir a um impacto e que tipo <strong>de</strong> reparos é necessário.Quando o sistema se revelar ina<strong>de</strong>quado, uma solução po<strong>de</strong> ser a montagem <strong>de</strong> barreiras <strong>de</strong> concretolaterais.A seguir são apresentadas algumas condições que po<strong>de</strong>m resultar em funcionamento ina<strong>de</strong>quado doselementos <strong>de</strong> proteção lateral e que <strong>de</strong>vem ser abolidas:a) Passeios laterais elevadosPo<strong>de</strong>m levar ao capotamento <strong>de</strong> um veículo que atinja o passeio (Figura 29).Figura 29 – Passeio lateral elevadob) Aberturas no sistema <strong>de</strong> proteção lateralSistemas que não são compactos po<strong>de</strong>m não ser suficientemente fortes <strong>para</strong> resistir a um impacto.Po<strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong> o veículo ficar preso ou ser penetrado por parte do dispositivo metálico que não foi<strong>de</strong>fletido (Figura 30).108MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 30 – Projeto ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> guarda-corpoc) Transição ina<strong>de</strong>quada do acesso aos guarda-corpos. Essa situação inclui os seguintes casos:− As <strong>de</strong>fensas nas aproximações das pontes ou viadutos não são conectadas a<strong>de</strong>quadamente aoguarda-corpo ou à estrutura, permitindo que um veículo atinja o próprio guarda-corpo;−−As <strong>de</strong>fensas, embora conectadas com o guarda-corpo, não impe<strong>de</strong>m que uma roda <strong>de</strong> umveículo penetre sob um elemento da <strong>de</strong>fensa e fique presa a uma coluna ou trilho <strong>de</strong> suasustentação;A transição não é suficientemente sólida nem resistente, <strong>de</strong> modo a impedir que um veículoque a atinja a ultrapasse e bata no guarda-corpo, ou fique preso na própria <strong>de</strong>fensa.A transição entre as <strong>de</strong>fensas metálicas da rodovia e as barreiras rígidas <strong>de</strong> concreto das obras-<strong>de</strong>-arteespeciais <strong>de</strong>ve ser feita sem solução <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> e sem superfícies salientes, conforme <strong>de</strong>talhesapresentados no Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Obras-<strong>de</strong>-Arte Especiais – DNER – 1996.5.5.2. Melhoramentos do sistema <strong>de</strong> proteção lateral e das aproximaçõesEmbora não seja possível reconstruir ou substituir todas as pontes e viadutos com característicasinferiores aos padrões aceitáveis <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, é possível obter maior segurança nas próprias estruturase nas suas aproximações. As necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhorias na segurança po<strong>de</strong>m ser reveladas porinformações disponíveis sobre aci<strong>de</strong>ntes, pelo exame visual das diversas estruturas e dascaracterísticas <strong>de</strong> suas aproximações, por restos <strong>de</strong> eventuais veículos danificados e através <strong>de</strong>registros efetuados pela equipe <strong>de</strong> manutenção.109MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasHá três meios básicos <strong>de</strong> melhorar a segurança que po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados se<strong>para</strong>damente ou emconjunto:− Efetuar uma reforma efetiva <strong>para</strong> colocar a estrutura e seus acessos <strong>de</strong>ntro das condiçõestécnicas a<strong>de</strong>quadas;− Efetuar melhorias provisórias das <strong>de</strong>ficiências existentes até surgir a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizaras obras necessárias;− Concentrar as atenções em medidas que permitam reduzir aci<strong>de</strong>ntes sérios.Medidas provisórias <strong>de</strong> segurança po<strong>de</strong>m não aten<strong>de</strong>r aos padrões exigidos, mas elevam, <strong>de</strong> formasubstancial, suas condições. Um dos métodos mais comuns adotados é a construção <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>fensajunto à borda da pista <strong>de</strong> rolamento, isolando o passeio <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e impedindo que algum veículoatinja o guarda-corpo. Veja a Figura 31, em que a <strong>de</strong>fensa já é instalada na aproximação da estrutura,garantindo maior continuida<strong>de</strong> do elemento protetor.Figura 31 – Defensa contínua junto ao guarda-corpoAlgumas medidas que po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas são:− Inclusão <strong>de</strong> sinais complementares e marcas no pavimento, alertando quanto aos eventuaisperigos;− Delineamento, <strong>de</strong> forma bem visível, da aproximação da ponte ou viaduto;− Iluminação das aproximações;− Adoção <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensas ou barreiras apropriadas;110MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Remoção <strong>de</strong> obstáculos das aproximações das estruturas, principalmente nas partes externasdas curvas;− Remoção <strong>de</strong> quaisquer elementos que criem obstáculos no campo <strong>de</strong> visão das estruturas, comespecial atenção aos acessos e interseções próximos aos seus extremos;− Melhorias das <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s transversais nos extremos da estrutura, <strong>para</strong> garantir melhordrenagem;− Melhoria do coeficiente <strong>de</strong> atrito do pavimento;− Melhorias do alinhamento dos acessos à estrutura e <strong>de</strong> eventuais interseções e acessospróximos.Algumas situações que po<strong>de</strong>m necessitar <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração especial na fase <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> são asseguintes:− Estruturas suportadas por treliças;− Pontes e viadutos em que os guarda-corpos têm função estrutural;− Estruturas muito próximas <strong>de</strong> uma interseção, com baixo volume <strong>de</strong> tráfego, <strong>de</strong> uma rodoviacom tráfego lento ou <strong>de</strong> um acesso a proprieda<strong>de</strong>s marginais.Devido ao fato <strong>de</strong> que muitas pontes ou viadutos mais antigos foram construídos com estruturas <strong>de</strong>sustentação formadas por treliças, uma obra po<strong>de</strong> ruir, se um elemento crítico <strong>de</strong>ssas estruturas sofrerdano sério. Por essa razão, esses elementos críticos <strong>de</strong>vem ser protegidos <strong>de</strong> impactos <strong>de</strong> veículos<strong>de</strong>sgovernados. Nas obras mo<strong>de</strong>rnas as estruturas <strong>de</strong> sustentação <strong>de</strong>sse tipo são protegidas do tráfegopor barreiras rígidas. Nas obras existentes, quando elementos críticos estiverem expostos, um sistema<strong>de</strong> barreira, <strong>de</strong> preferência contínuo, <strong>de</strong>ve ser usado <strong>para</strong> sua proteção.Algumas pontes e viadutos antigos são formados por placas com guarda-corpos, que tambémparticipavam <strong>de</strong> sua estrutura. Nesses casos, os guarda-corpos são geralmente muito largos, porserem reforçados, <strong>para</strong> que possam cumprir sua função estrutural. Por essa razão, sua remoção po<strong>de</strong>resultar em colapso da obra ou redução <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga. Em tais casos, po<strong>de</strong> ser indicado,como medida preliminar, melhorar as características dos guarda-corpos.Quando interseções ou acessos estão próximos das pontes e viadutos, frequentemente é difícilproteger a<strong>de</strong>quadamente os guarda-corpos. A solução <strong>de</strong>sejável é eliminar ou remanejar a interseção.Se isso não for possível, tem-se que impedir que veículos <strong>de</strong>sgovernados atinjam a estrutura.Pesquisas foram conduzidas <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r a esse problema. A publicação Curved W-Beam Guardrail111MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasInstallations at Minor Roadway Intersections – FHWA – 1992 inclui <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s, bem comoinstruções e especificações sobre a aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensas nesses locais.5.5.3. Pontes e viadutos estreitosEmbora a a<strong>de</strong>quação estrutural constitua certamente um fator principal e indiscutível ao estabeleceras priorida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> um programa <strong>de</strong> melhoramentos nas pontes e viadutos, todos os órgãosrodoviários e <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong>vem também levar em consi<strong>de</strong>ração os que forem <strong>de</strong>masiadamenteestreitos. As pontes e viadutos estreitos representam uma <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> no ambiente da estrada etêm características inferiores aos padrões aceitáveis <strong>de</strong> operação segura, exigindo, assim, a atençãodos engenheiros.Nessa classificação são incluídas todas as estruturas com estreitamento, <strong>de</strong>correntes da supressão ouredução substancial da largura do acostamento ou cuja largura da pista <strong>de</strong> rolamento seja inferior à davia. O Manual on Uniform Traffic Control Devices for Streets and Highways (MUTCD) – FHWAesten<strong>de</strong> um pouco este conceito e indica que o sinal <strong>de</strong> advertência <strong>de</strong> ponte estreita <strong>de</strong>ve serutilizado também em pontes, cuja pista tenha largura <strong>de</strong> 4,90 a 5,50 m, <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r aos dois sentidos<strong>de</strong> tráfego.A substituição e o alargamento <strong>de</strong> todas essas estruturas <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser viáveis, em virtu<strong>de</strong> dos fundosdisponíveis. Os órgãos rodoviários <strong>de</strong>vem inventariar as pontes estreitas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua jurisdição e<strong>de</strong>senvolver uma série <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> programar os melhoramentos. As necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cadalocação <strong>de</strong>vem ser analisadas se<strong>para</strong>damente, a fim <strong>de</strong> selecionar soluções eficientes, em termos <strong>de</strong>custo. As ações corretivas po<strong>de</strong>m variar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a completa substituição da estrutura até a suaconversão <strong>para</strong> operar no regime <strong>de</strong> mão única. A relação a seguir compreen<strong>de</strong> certo número <strong>de</strong>medidas que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>para</strong> cada local:− Reconstruir a obra-<strong>de</strong>-arte especial;− Alargar a obra-<strong>de</strong>-arte especial;− Reforçar a sinalização, através <strong>de</strong> sinais antecipados <strong>de</strong> advertência;− Melhorar a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>;− Estabelecer uma zona <strong>de</strong> não ultrapassagem;− Estabelecer marcações no pavimento;− Instalar uma iluminação a<strong>de</strong>quada;− Instalar luzes pisca-pisca;112MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Promover a operação <strong>de</strong> mão única, através do controle por semáforos.Deve-se observar que a ocorrência súbita <strong>de</strong> um obstáculo junto à pista <strong>de</strong> rolamento viola asexpectativas dos motoristas. O motorista espera que a via apresente uma seção transversal constante.A segurança rodoviária po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ravelmente melhorada pela simples reestruturação dasexpectativas do motorista, <strong>de</strong> tal forma que ele esteja pre<strong>para</strong>do <strong>para</strong> o estreitamento da pista. Se ainformação for a<strong>de</strong>quada, geralmente o motorista po<strong>de</strong> passar com segurança através <strong>de</strong> uma situaçãoinesperada. A utilização das informações necessárias e dos dispositivos uniformes <strong>de</strong> controle dotráfego, baseada nas características do local, constitui uma maneira apropriada <strong>para</strong> reestruturar assuas expectativas.A sinalização <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer ao disposto no Manual <strong>de</strong> Sinalização Rodoviária do DNIT e estar emconsonância com o Manual Brasileiro <strong>de</strong> Sinalização <strong>de</strong> Trânsito do Conselho Nacional <strong>de</strong> Trânsito –CONTRAN – 2007. A sinalização <strong>de</strong>ve ser complementada com marcas no pavimento, <strong>de</strong>lineadorese marcadores <strong>de</strong> obstáculo nas cabeceiras das pontes. Quando for possível, a largura da pista <strong>de</strong>vevariar gradualmente nas aproximações das pontes e viadutos, como indicado na Figura 32.Figura 32 – Comprimento do taper <strong>de</strong> transição nas aproximações <strong>de</strong> pontes eviadutos estreitos113MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTabela 2 – Comprimento do taper <strong>de</strong> transiçãoRedução da largura daVelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximaçãopista W (m) Menor que 50 km/h 50-60 km/h Maior que 60 km/h0,6 ou menor 9 15 301,0 14 23 461,2 18 30 611,5 23 38 761,8 27 46 92Fonte: Handbook of Traffic Control Practices for Low Volume Rural Roads – 1981Informações adicionais sobre o assunto constam da publicação Manual <strong>de</strong> Pontes Estreitas –DENATRAN/DNER/COPPE – 1979, que apresenta orientação <strong>para</strong> melhorar as condições <strong>de</strong>segurança do tráfego e do nível <strong>de</strong> serviço das vias, nos pontos críticos caracterizados pela existência<strong>de</strong> estruturas estreitas.5.6. OUTROS CONTROLES DE PROJETO5.6.1. Travessias <strong>de</strong> nível rodoferroviáriasA natureza grave dos aci<strong>de</strong>ntes nas passagens <strong>de</strong> nível rodoferroviárias torna necessário que sejadada uma atenção especial a esses locais. Embora tais aci<strong>de</strong>ntes constituam “eventos raros”,estatisticamente falando, a natureza catastrófica das colisões entre trens ferroviários e veículosmotorizados focaliza a atenção pública sobre tais aci<strong>de</strong>ntes e gera, consequentemente, a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> uma resposta, por parte das autorida<strong>de</strong>s públicas.Os melhoramentos possíveis nas passagens <strong>de</strong> nível rodoferroviárias variam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a instalaçãoantecipada <strong>de</strong> melhor sinalização <strong>de</strong> advertência e <strong>de</strong> “Cruzes <strong>de</strong> Santo André” refletorizadas, até ase<strong>para</strong>ção completa dos grei<strong>de</strong>s. A se<strong>para</strong>ção dos grei<strong>de</strong>s, embora onerosa, oferece a solução maissegura, mas só se torna possível quando for exigido como um elemento das normas <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> dosistema rodoviário, ou quando os volumes <strong>de</strong> veículos rodoviários/trens forem extremamenteelevados.Todas as travessias <strong>de</strong> nível <strong>de</strong>vem apresentar uma “Cruz <strong>de</strong> Santo André” refletorizada em cada umdos acessos rodoviários, suplementada por sinais antecipados <strong>de</strong> advertência e, na maioria dastravessias, por marcações no pavimento. Nas passagens com elevados volumes <strong>de</strong> tráfegorodoferroviário, ou nos locais on<strong>de</strong> outras condições obriguem aos gastos <strong>de</strong>correntes, <strong>de</strong>vem serinstalados dispositivos <strong>de</strong> advertência acionados pelo trem (sinais luminosos pisca-pisca). Os estudostêm mostrado que, entre os dispositivos <strong>de</strong> advertência nas travessias <strong>de</strong> nível, as luzes pisca-pisca114MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasconjugadas com cancelas são as mais eficazes. On<strong>de</strong> forem recomendadas as luzes pisca-pisca, oemprego das cancelas <strong>de</strong>ve ser sempre levado em consi<strong>de</strong>ração, uma vez que o custo adicional <strong>de</strong>instalar as cancelas é relativamente pequeno e o benefício <strong>de</strong> segurança é significativo. Isso éespecialmente verda<strong>de</strong>iro nas travessias on<strong>de</strong> os volumes e/ou as velocida<strong>de</strong>s forem elevadas, asdistâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> forem restritas ou on<strong>de</strong> existam outras características marcantes <strong>de</strong> perigo.As cancelas <strong>de</strong>vem ser sempre instaladas nas travessias múltiplas <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> trem, on<strong>de</strong> o trem queestiver atingindo a travessia num sentido possa vir a obstruir a visão do motorista <strong>de</strong> um outro tremque venha se aproximando no outro sentido.Existe um alto grau <strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong> <strong>para</strong> reduzir os aci<strong>de</strong>ntes veículo/trem, através doaperfeiçoamento dos dispositivos existentes <strong>de</strong> advertência atuados pelo trem. Nas novas instalaçõesou no aperfeiçoamento dos dispositivos existentes nas travessias on<strong>de</strong> as velocida<strong>de</strong>s do trem variam,é da maior importância dispor <strong>de</strong> um circuito a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> linha que possa utilizar <strong>de</strong>tectores <strong>de</strong>movimento ou outros dispositivos semelhantes, que assegurem uma uniformida<strong>de</strong> razoável quanto àantecipação do intervalo <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> advertência, antes da chegada do trem. Caso as luzes piscapiscaou as cancelas automáticas sejam acionadas muito antes da chegada do trem, cria-se um<strong>de</strong>srespeito à sua mensagem <strong>de</strong> advertência, e a sua eficácia é, consequentemente, diminuída.A segurança nas travessias <strong>de</strong> nível po<strong>de</strong> ser também intensificada através <strong>de</strong> melhoramentos dasdistâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>, dos alinhamentos vertical e horizontal, da iluminação nas travessiasutilizadas por trens vagarosos e <strong>de</strong> melhoramentos na travessia, com vistas a oferecer uma boasuperfície <strong>para</strong> dirigir os veículos, além <strong>de</strong> uma seção transversal completa, inclusive comacostamentos. Faixas auxiliares, <strong>para</strong> eventual utilização por veículos que tenham que <strong>para</strong>r nastravessias <strong>de</strong> nível, po<strong>de</strong>m vir a ser úteis.Um programa sistemático <strong>para</strong> a instalação <strong>de</strong> sistemas mo<strong>de</strong>rnos e ativos <strong>de</strong> advertência <strong>de</strong>veconstituir parte <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> segurança. Com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assegurar o máximo <strong>de</strong>benefícios, o programa <strong>de</strong>ve ser estabelecido segundo uma escala <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> tal forma que astravessias apresentando um potencial mais elevado <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes sejam tratadas em primeiro lugar.Devido ao fato <strong>de</strong> que os aci<strong>de</strong>ntes reais que ocorrem numa <strong>de</strong>terminada travessia são, em geral,pouco frequentes, certas priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser estabelecidas quanto aos fatores que contribuem <strong>para</strong>os aci<strong>de</strong>ntes, a saber: volumes, velocida<strong>de</strong>, visibilida<strong>de</strong> etc., ao invés do número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntespropriamente ditos.A sinalização <strong>de</strong>sses cruzamentos <strong>de</strong>ve ser feita <strong>de</strong> acordo com o Manual <strong>de</strong> Sinalização Rodoviáriado DNIT, em sua versão mais recente, e em consonância com o Manual Brasileiro <strong>de</strong> Sinalização <strong>de</strong>Trânsito do CONTRAN – 2007.115MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasInformações mais <strong>de</strong>talhadas sobre <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> cruzamentos rodoferroviários po<strong>de</strong>m ser encontradasno Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Interseções – DNIT – 2005 e na publicação Geometric Design Criteria forHighway-Rail Intersections (Gra<strong>de</strong> Crossings) – ITE – 2001.5.6.2. Pavimentos anti<strong>de</strong>rrapantesAs velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação dos veículos têm aumentado gradativamente no <strong>de</strong>correr dos anos.Devido a esse aumento e ao crescimento na quantida<strong>de</strong> e potência dos veículos, os aci<strong>de</strong>ntesocasionados por <strong>de</strong>rrapagem têm-se tornado uma das maiores preocupações dos técnicos que lidamcom a segurança rodoviária. Não basta dizer que o motorista envolvido num aci<strong>de</strong>nte por <strong>de</strong>rrapagemestava “dirigindo com excesso <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>para</strong> as condições da estrada” ou que o aci<strong>de</strong>nte foiocasionado por “erro do motorista”. Deve, também, ser verificado se o leito da estrada oferecia tudoaquilo que se po<strong>de</strong>ria razoavelmente esperar nas condições existentes. Além da simples presença daumida<strong>de</strong>, existem, nas <strong>de</strong>rrapagens, inúmeros outros elementos, a saber: a corrugação dos pneus e suapressão, a suspensão dos veículos, as ações do motorista, o estado dos freios, o traçado geométrico daestrada, a sinalização, bem como as características e condições da superfície pavimentada. Oengenheiro rodoviário é o responsável pelos elementos relacionados com a rodovia, <strong>de</strong>vendo estar,pois, consciente <strong>de</strong> que maneira po<strong>de</strong> ajudar na redução dos aci<strong>de</strong>ntes por <strong>de</strong>rrapagem.Embora os elementos do <strong>projeto</strong> relacionados com o alinhamento, a drenagem, o grei<strong>de</strong>, asuperelevação e a seção transversal possam vir a contribuir na prevenção dos aci<strong>de</strong>ntes por<strong>de</strong>rrapagem, um pavimento anti<strong>de</strong>rrapante é, sem dúvida, o elemento chave <strong>para</strong> aquele fim. Umpavimento <strong>de</strong>senvolve as suas proprieda<strong>de</strong>s anti<strong>de</strong>rrapantes em função da textura da superfície queoferece, a qual po<strong>de</strong> ser classificada como microtextura ou macrotextura. A microtextura contribuibasicamente através do coeficiente <strong>de</strong> atrito com os pneus; a macrotextura contribui, <strong>de</strong> algum modo,<strong>para</strong> o atrito, porém, especialmente, através da prevenção que ofereça à formação <strong>de</strong> um lençol <strong>de</strong>água que conduza ao fenômeno do <strong>de</strong>slizamento hidráulico (“aquaplanagem”).Dentro dos limites atuais da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação, a maioria dos pavimentos secos oferece umaresistência a<strong>de</strong>quada às <strong>de</strong>rrapagens. Contudo, quando o pavimento se apresenta molhado, a interaçãoque se <strong>de</strong>senvolve entre os pneus, a superfície pavimentada e a água exigem que seja dada especialatenção ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma resistência a<strong>de</strong>quada do pavimento molhado à <strong>de</strong>rrapagem. Asquatro principais causas <strong>de</strong> uma fraca resistência à <strong>de</strong>rrapagem, por parte dos pavimentos molhados,são:116MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasa) Pavimento gasto ou polidoO tráfego que passa sobre uma superfície pavimentada provoca um <strong>de</strong>sgaste na superfície inicial ouocasiona uma ação <strong>de</strong> polimento dos agregados expostos. O problema tem aumentado, em<strong>de</strong>corrência dos gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> tráfego, das altas velocida<strong>de</strong>s e das cargas pesadas, às quaisestão agora expostos os pavimentos. A resistência a essa ação <strong>de</strong> polimento varia gran<strong>de</strong>mente, <strong>de</strong>acordo com os agregados.b) Exsudação dos pavimentos betuminososQuando é empregado asfalto em excesso ou <strong>de</strong> graduação errada, o asfalto aflora à superfície dopavimento, <strong>de</strong>vido à ação do tráfego ou <strong>de</strong> temperatura elevados.c) Formação <strong>de</strong> uma película <strong>de</strong> água entre os pneus e a superfície pavimentadaIsso po<strong>de</strong> ser ocasionado por uma drenagem imprópria entre a superfície e os pneus, resultante dafalta <strong>de</strong> uma textura <strong>de</strong> superfície, <strong>de</strong> seção transversal imprópria (falta <strong>de</strong> coroamento, sulcos<strong>de</strong>ixados pelas rodas etc.) e/ou corrugação ina<strong>de</strong>quada dos pneus. A formação da película <strong>de</strong> águaapresenta pouco efeito, a velocida<strong>de</strong>s baixas. Contudo, à medida que a velocida<strong>de</strong> aumenta, apelícula <strong>de</strong> água reduz o contato entre os pneus e o pavimento, resultando numa diminuição naresistência à <strong>de</strong>rrapagem e a uma possível aquaplanagem.d) Pavimentos sujosAs primeiras chuvas que ocorrem após uma seca prolongada po<strong>de</strong>m combinar a poeira, o<strong>de</strong>rramamento ocasional <strong>de</strong> óleo e <strong>de</strong> outros materiais sobre a superfície da estrada, formando assimuma camada escorregadia sobre o pavimento. Esse efeito diminui, entretanto, à medida que aumentaa precipitação da chuva e a superfície do pavimento é lavada.Para contrabalançar ou evitar uma fraca resistência à <strong>de</strong>rrapagem, os pavimentos <strong>de</strong>vem serconstruídos ou restaurados, <strong>de</strong> forma tal que suas superfícies apresentem um alto fator <strong>de</strong> atrito entreo pavimento e os pneus, um número suficiente <strong>de</strong> vazios na superfície, <strong>para</strong> evitar a formação dalâmina <strong>de</strong> água entre o pavimento molhado e os pneus, assim como a durabilida<strong>de</strong> suficiente <strong>para</strong>reter essas qualida<strong>de</strong>s.Esses objetivos só po<strong>de</strong>m ser alcançados através <strong>de</strong> um programa que exija altaqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistência à <strong>de</strong>rrapagem nos pavimentos, assim como a i<strong>de</strong>ntificação e a re<strong>para</strong>ção doslocais que oferecem baixa resistência à <strong>de</strong>rrapagem e/ou altas taxas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes por <strong>de</strong>rrapagem.Nas vias existentes on<strong>de</strong> se registra alta incidência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes por <strong>de</strong>rrapagem, uma investigaçãocuidadosa po<strong>de</strong> indicar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> introduzir melhoramentos na superelevação, drenagem,grei<strong>de</strong>s, seção transversal ou superfície pavimentada, a fim <strong>de</strong> assegurar os elementos da resistência à117MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias<strong>de</strong>rrapagem. Nos pavimentos em concreto, a abertura <strong>de</strong> sulcos longitudinais tem provado serrealmente efetiva em reduzir o potencial do <strong>de</strong>slizamento hidráulico. Embora possa haver ou não umacréscimo na resistência mensurável à <strong>de</strong>rrapagem na direção longitudinal, a abertura dos sulcosoferece certa resistência à perda <strong>de</strong> direção do veículo provocada pela <strong>de</strong>rrapagem lateral. Além daabertura <strong>de</strong> sulcos, as medidas corretivas a introduzir num pavimento <strong>de</strong> concreto são osrecapeamentos, os quais po<strong>de</strong>m consistir numa camada asfáltica <strong>de</strong> granulometria aberta ou numacapa selante, utilizando cascalhinho duro resistente à abrasão.Nos pavimentos betuminosos, o método geralmente utilizado <strong>para</strong> melhorar a textura da superfícieconsiste nos recapeamentos. O recapeamento com camadas asfálticas <strong>de</strong> granulometria aberta éconsi<strong>de</strong>rado bastante eficaz, <strong>de</strong>vido às suas proprieda<strong>de</strong>s hidráulicas e <strong>de</strong> atrito.Todos os locais acusando muitos aci<strong>de</strong>ntes, dos quais percentagem altamente <strong>de</strong>sproporcional éconstituída <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes com o pavimento molhado, <strong>de</strong>vem ser reexaminados, com vistas ao traçadogeométrico e a <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> sinalização, bem como às <strong>de</strong>ficiências na resistência do pavimento à<strong>de</strong>rrapagem. Muitas vezes, um recapeamento do pavimento, acompanhado por um aumento nasuperelevação, ao longo <strong>de</strong> uma curva, e/ou certas alterações na sinalização, tem um efeito duradourona redução do número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes.5.6.3. Pe<strong>de</strong>stres e ciclistasA presença <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclistas em vias rurais é cada vez mais frequente. Isso requer que seprojetem rodovias que prevejam a presença <strong>de</strong> ciclistas e/ou ciclovias <strong>para</strong>lelas que atendam à sua<strong>de</strong>manda. É necessário que se tenha um alto grau <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> os ciclistas e pe<strong>de</strong>stres. Sãoapresentados, a seguir, alguns princípios que <strong>de</strong>vem ser seguidos nos <strong>projeto</strong>s.Fora <strong>de</strong> áreas próprias <strong>para</strong> recreio, passeios laterais não são comuns em áreas rurais. Acostamentoscom revestimento primário <strong>de</strong> cascalho ou pedra britada, bem compactados, são frequentemente asolução adotada. Acostamentos nas pontes e viadutos, com a mesma largura das rodovias em que seencontram, são importantes <strong>para</strong> a segurança dos pe<strong>de</strong>stres. A manutenção a<strong>de</strong>quada da pintura<strong>de</strong>lineadora das faixas <strong>de</strong>stinadas ao tráfego dos ciclistas é essencial, principalmente à noite. Emtrechos rurais próximos <strong>de</strong> áreas urbanas, o tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres <strong>de</strong>ve ficar fisicamente se<strong>para</strong>do, empasseios laterais, <strong>de</strong> preferência situados próximo aos limites da faixa <strong>de</strong> domínio.Faixas <strong>de</strong>stinadas ao tráfego <strong>de</strong> ciclistas (ciclofaixas), que não forem fisicamente se<strong>para</strong>das das pistas<strong>de</strong> rolamento, <strong>de</strong>vem ser situadas entre o acostamento e a pista <strong>de</strong> rolamento adjacente. A ciclofaixanão <strong>de</strong>ve ter menos <strong>de</strong> 1,20 m <strong>de</strong> largura. On<strong>de</strong> os veículos motorizados tiverem velocida<strong>de</strong>s acima<strong>de</strong> 80 km/h, a largura mínima da faixa <strong>de</strong> ciclistas <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 1,50 m e as bicicletas <strong>de</strong>vem trafegar118MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasno mesmo sentido dos veículos motorizados da faixa adjacente. Pistas <strong>para</strong> tráfego <strong>de</strong> ciclistas, nosdois sentidos (ciclovias), <strong>de</strong>vem ser sempre fisicamente se<strong>para</strong>das da pista <strong>de</strong> rolamento da rodoviapor uma faixa <strong>de</strong> terreno, por um canteiro se<strong>para</strong>dor ou por um sistema <strong>de</strong> barreiras.On<strong>de</strong> as faixas <strong>para</strong> ciclistas forem adjacentes às faixas <strong>para</strong> veículos motorizados, sinais específicos<strong>para</strong> bicicletas <strong>de</strong>vem ser usados, <strong>para</strong> impedir que os motoristas pensem que esses sinais se aplicama eles. Deve-se, no entanto, usar o mínimo <strong>de</strong> sinais, <strong>para</strong> evitar confusão.O Manual <strong>de</strong> Projeto Geométrico <strong>de</strong> Travessias Urbanas – DNIT – 2010 contém informações mais<strong>de</strong>talhadas sobre vias <strong>de</strong>stinadas a bicicletas e pe<strong>de</strong>stres. A publicação Gui<strong>de</strong> for the Development ofBicycle Facilities – AASHTO – 1999, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> foram retirados os princípios expostos, é recomendadacomo complementação.5.6.4. Veículos lentos e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensõesEstudos feitos <strong>para</strong> alertar os motoristas sobre a presença <strong>de</strong> veículos lentos trafegando à sua frente,geralmente gran<strong>de</strong>s caminhões em grei<strong>de</strong>s elevados, conduziram aos seguintes resultados:− Sinais <strong>de</strong> advertência com ou sem flashes luminosos ativados por caminhões lentos são poucoeficientes em uma situação perigosa. Embora tenham influência sensível <strong>para</strong> redução <strong>de</strong>velocida<strong>de</strong> nas suas proximida<strong>de</strong>s, o efeito é <strong>de</strong> pouca duração. Os motoristas voltam àvelocida<strong>de</strong> anterior, logo que concluem a ultrapassagem do veículo longo;− Flashes instalados nos caminhões reduzem o potencial <strong>de</strong> colisões, quando são ultrapassadospor veículos mais rápidos, tanto durante o dia como à noite.Veículos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões, especialmente máquinas agrícolas, frequentemente enfrentamdificulda<strong>de</strong>s <strong>para</strong> passar em pontes estreitas e com restrições <strong>de</strong> peso. Deve ser utilizada sinalizaçãoalertando sobre essas restrições nas pontes e nas suas aproximações, <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com o dispostonos manuais <strong>de</strong> sinalização do DNIT e do CONTRAN.5.6.5. Animais na rodoviaA ocorrência <strong>de</strong> animais domésticos ou selvagens na rodovia representa problema em várias regiõesdo País. Aci<strong>de</strong>ntes envolvendo animais <strong>de</strong> maior porte, como cavalos, bois, tamanduás ou veadospo<strong>de</strong>m causar gran<strong>de</strong>s danos a veículos e ferimentos ou mesmo morte a seres humanos. A morte dosanimais, além das perdas financeiras representadas pelos animais domésticos, representa a colocaçãoem perigo das reservas <strong>de</strong> vida selvagem. Muitos <strong>de</strong>les são particularmente ativos à noite, agravandoo problema. Animais que executam migrações contribuem, também, <strong>para</strong> o aumento do número <strong>de</strong>travessias e <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes.119MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasAs travessias <strong>de</strong>vem ser cuidadosamente i<strong>de</strong>ntificadas como locais perigosos e incluídas numprograma <strong>de</strong> segurança a ser estabelecido. Os registros <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes constituem uma fonte importante<strong>para</strong> i<strong>de</strong>ntificação das áreas <strong>de</strong> conflito. Coor<strong>de</strong>nação com as agências governamentais é essencial<strong>para</strong> a i<strong>de</strong>ntificação das concentrações <strong>de</strong> animais e seus padrões <strong>de</strong> comportamento. As placas <strong>de</strong>sinalização preconizadas pelo DNIT no Manual <strong>de</strong> Sinalização Rodoviária advertem sobre a eventualpresença <strong>de</strong> animais em certos trechos da rodovia. Contudo, essa sinalização tem-se revelado poucoeficiente <strong>para</strong> resolver esse problema. A provisão <strong>de</strong> tempo adicional <strong>para</strong> ver os animais seaproximando da rodovia po<strong>de</strong> ser conseguida aumentando a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> e alargando aszonas existentes <strong>de</strong> visão livre. Assim, os motoristas verão mais cedo os animais e po<strong>de</strong>m frear, <strong>para</strong>evitar colisões. Para aten<strong>de</strong>r ao <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> algumas espécies migratórias, po<strong>de</strong>m serconstruídas estruturas especiais em locais <strong>de</strong> habituais cruzamentos.120MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6. VIAS URBANAS E SUBURBANAS121MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6. VIAS URBANAS E SUBURBANASVias urbanas e suburbanas diferem das vias rurais em muitos aspectos. Apresentam maiores volumes<strong>de</strong> tráfego, menores velocida<strong>de</strong>s, intenso <strong>de</strong>senvolvimento marginal, faixas <strong>de</strong> domínio restritas,interseções e acessos a proprieda<strong>de</strong>s mais próximas e maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> usuários, incluindo veículos<strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros, caminhões, ciclistas e pe<strong>de</strong>stres. Todos esses fatores contribuem <strong>para</strong>influenciar o <strong>projeto</strong> e operação das rodovias nessas áreas.Não existe uma <strong>de</strong>limitação clara entre vias urbanas e suburbanas, e uma rodovia suburbana não éreconhecida como um tipo funcional específico. O que é importante, do ponto <strong>de</strong> vista da segurança,é que muitas rodovias em áreas suburbanas foram projetadas originalmente como rodovias rurais epassaram a operar em condições urbanas.As rodovias em áreas urbanas e suburbanas sofrem congestionamento crescente. As medidastradicionais <strong>para</strong> aumentar a capacida<strong>de</strong>, como o acréscimo <strong>de</strong> faixas e a construção <strong>de</strong> novasrodovias e ruas são dificilmente aplicáveis, <strong>de</strong>vido aos custos elevados <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> domínio e ànatureza do uso do solo. Por essa razão, são procuradas técnicas <strong>operacionais</strong> que permitam aumentara capacida<strong>de</strong> das vias existentes, incluindo estreitamento <strong>de</strong> faixas, <strong>para</strong> permitir a introdução <strong>de</strong> umafaixa adicional, inversão do sentido <strong>de</strong> algumas faixas nos períodos <strong>de</strong> pico, seleção <strong>de</strong> faixas <strong>para</strong>aten<strong>de</strong>r a veículos com elevado número <strong>de</strong> passageiros e veículos <strong>de</strong> uso coletivo, e uso <strong>de</strong> fasesespecíficas, <strong>para</strong> giros à esquerda, em interseções semaforizadas. Em cada uma <strong>de</strong>ssas soluções, asegurança po<strong>de</strong> sofrer redução, com o aumento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>. A segurança po<strong>de</strong>, no entanto,aumentar <strong>para</strong> os ciclistas e pe<strong>de</strong>stres, com o estreitamento <strong>de</strong> faixas, que resultam em menoresvelocida<strong>de</strong>s (traffic calming).As seções anteriores <strong>de</strong>ste Manual tinham como foco principal vias expressas e vias arteriais rurais.Para esses tipos <strong>de</strong> rodovias, que se propõem aten<strong>de</strong>r a gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> tráfego, em longasdistâncias, em altas velocida<strong>de</strong>s, o objetivo principal das medidas <strong>de</strong> segurança é a proteção dosmotoristas, pe<strong>de</strong>stres e ciclistas das consequências <strong>de</strong> eventuais veículos <strong>de</strong>sgovernados. Entretanto,as necessida<strong>de</strong>s da segurança pública mudam com a finalida<strong>de</strong> da rodovia. Em vias urbanas e namaioria das vias suburbanas o objetivo principal é o atendimento dos serviços locais, e o po<strong>de</strong>rpúblico tem como interesse principal a proteção <strong>de</strong>sses serviços e dos pe<strong>de</strong>stres dos veículosmotorizados. Para novas vias, <strong>de</strong>ve ser adquirida suficiente faixa <strong>de</strong> domínio, <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r aospadrões <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>sejados. Entretanto, na maioria dos <strong>projeto</strong>s urbanos e suburbanos, a faixa <strong>de</strong>domínio é restrita, exigindo do engenheiro a procura das melhores condições com que o <strong>projeto</strong> possaaten<strong>de</strong>r aos objetivos <strong>operacionais</strong>. Nesses casos, os engenheiros responsáveis pelo <strong>projeto</strong> e pelaoperação do tráfego <strong>de</strong>vem combinar esforços <strong>para</strong> conseguir-se um <strong>projeto</strong> econômico, eficiente e123MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasseguro. O engenheiro projetista <strong>de</strong>ve conhecer o valor das melhorias <strong>operacionais</strong> e o engenheirooperacional <strong>de</strong>ve po<strong>de</strong>r avaliar os impactos na segurança que têm a localização da via e os elementos<strong>de</strong> drenagem. É essencial que um esforço integrado <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> seja aplicado ao sistema urbano esuburbano <strong>de</strong> vias. Esta seção fornece princípios e recomendações <strong>para</strong> os principais elementos <strong>de</strong><strong>projeto</strong> e operação que possam ser aplicados, <strong>para</strong> conseguir um <strong>projeto</strong> seguro, eficiente eeconômico, <strong>para</strong> as vias novas ou existentes.6.1. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO6.1.1. Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>Na publicação A Policy on Geometric Design of Highways and Streets – AASHTO consta a seguinteobservação: “Um <strong>projeto</strong> que aten<strong>de</strong> às exigências da velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> percurso <strong>para</strong> baixovolume <strong>de</strong> tráfego é a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> o tráfego usando a rodovia, quando os volumes são maiores e asvelocida<strong>de</strong>s são menores”. A Figura 33 mostra que, <strong>para</strong> volumes crescentes, as velocida<strong>de</strong>s médias<strong>de</strong>crescem até ser atingida a capacida<strong>de</strong>. Por essa razão, os volumes baixos controlam certascaracterísticas das rodovias, como as larguras das faixas <strong>de</strong> tráfego e dos acostamentos, curvas dasinterseções e faixas <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. Acredita-se que isso permanece verda<strong>de</strong>iro, no que serefere à <strong>de</strong>terminação das medidas <strong>de</strong> segurança e seleção das características das vias urbanas esuburbanas.Em rodovias urbanas e suburbanas, as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação apresentam maior variação que asrodovias rurais <strong>para</strong> os diversos períodos do dia. Nos períodos <strong>de</strong> tráfego livre, principalmente tar<strong>de</strong>da noite, as velocida<strong>de</strong>s são muito maiores que durante os períodos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> tráfego,frequentemente superando os limites <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> regulamentados. As velocida<strong>de</strong>s elevadasresultam em aci<strong>de</strong>ntes mais graves, como indicado na Tabela 3, que apresenta as percentagenscorrespon<strong>de</strong>ntes a diversos níveis <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, em que veículos saem da pista nosperíodos da manhã e da noite, nas vias arteriais principais e secundárias do estado americano <strong>de</strong>Illinois.124MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTabela 3 – Percentagens <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes causados por veículos <strong>de</strong>sgovernados quesaem da pista em vias arteriais do Estado <strong>de</strong> Illinois – USAPeríodo (horas)Apenas comdanos materiaisPossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>lesões e lesõesque nãoimplicam emincapacida<strong>de</strong>Lesões queimplicam emincapacida<strong>de</strong> eaci<strong>de</strong>ntes fataisTotal (%)19:00 – 7:00 34,6 13,6 6,8 55,07:00 – 19:00 32,3 8,8 3,9 45,0– – – – 100,0Durante o período das 19 às 7 horas, com menores volumes e maiores velocida<strong>de</strong>s, há uma maiorpercentagem <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes com feridos e mortos do que na outra meta<strong>de</strong> do dia. Embora outros fatorespossam contribuir <strong>para</strong> essa maior percentagem, velocida<strong>de</strong>s mais elevadas e maior variação entre asmesmas, nas condições <strong>de</strong> fluxo livre, são fatores significativos na sua formação. Comoconsequência, as características a serem adotadas nas áreas marginais da rodovia <strong>de</strong>vem ser baseadasnas maiores velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação que possam ocorrer durante os períodos <strong>de</strong> fluxo livre. Issosignifica que a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> a ser consi<strong>de</strong>rada <strong>para</strong> essas áreas po<strong>de</strong> ser maior que a utilizada<strong>para</strong> a própria rodovia.Figura 33 – Relação entre as velocida<strong>de</strong>s diretrizes e velocida<strong>de</strong>s médiascom o volume <strong>de</strong> tráfego125MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6.1.2. Acostamentos e meios-fiosAcostamentos são <strong>de</strong>sejados em qualquer rodovia, incluídas as vias arteriais urbanas. Acostamentosa<strong>de</strong>quadamente projetados disponibilizam áreas <strong>para</strong> veículos enguiçados ou aci<strong>de</strong>ntados, po<strong>de</strong>m serusados <strong>para</strong> o tráfego <strong>de</strong> bicicletas e fornecem área adicional <strong>para</strong> a manobra ou recuperação <strong>de</strong>veículos. Se suficientemente largos, po<strong>de</strong>m também prover áreas <strong>para</strong> que os motoristas <strong>de</strong>sacelereme girem à direita com segurança em acessos com pouco volume. Em rodovias urbanas e suburbanas<strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> são preferíveis acostamentos pavimentados, em toda a sua largura. Acostamentos<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados como parte da seção transversal final nas principais vias arteriais das áreasem <strong>de</strong>senvolvimento, on<strong>de</strong> as faixas <strong>de</strong> domínio pu<strong>de</strong>rem ser adquiridas a custos razoáveis, e também<strong>para</strong> ampliação ou melhorias <strong>de</strong> vias arteriais <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> áreas suburbanas.Fatores a serem consi<strong>de</strong>rados, na opção entre uma seção fechada (com meios-fios) e uma aberta (semmeios-fios e com acostamentos), incluem:− Disponibilida<strong>de</strong> e custo da faixa <strong>de</strong> domínio necessária;− Condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da área marginal;− Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estacionamento na via;− Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passeios laterais;− Frequência <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> acesso;− Consi<strong>de</strong>rações relativas à drenagem.Depen<strong>de</strong>ndo da função a que se <strong>de</strong>stinam, é selecionado um dos dois tipos <strong>de</strong> meios-fios:intransponível e transponível, <strong>para</strong> cada um dos quais existem diversos <strong>projeto</strong>s. Meios-fiosintransponíveis são relativamente altos, normalmente com 150 a 225 mm, projetados com facesverticais com a intenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencorajar os motoristas a sair <strong>de</strong>liberadamente da rodovia. Meios-fiostransponíveis são mais baixos, com 150 mm ou menos, com superfícies inclinadas projetadas, <strong>de</strong>modo que os veículos possam atravessá-los sem sofrer danos. Meios-fios utilizados em rodovias comvelocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> superiores a 70 km/h <strong>de</strong>vem ser transponíveis.Paralelamente aos aspectos positivos em aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>terminadas funções, os meios-fios(principalmente os intransponíveis) po<strong>de</strong>m apresentar aspectos negativos, incluindo: perda do uso daárea lateral em situações <strong>de</strong> emergência, retenção <strong>de</strong> água na pista <strong>de</strong> rolamento se o sistema <strong>de</strong>drenagem for ina<strong>de</strong>quado, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> barreiras <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres idosos ou com problemas <strong>de</strong><strong>de</strong>slocamento e criação <strong>de</strong> restrições ao giro <strong>de</strong> veículos mais longos. Além disso, o que é maisimportante, provocar o tombamento <strong>de</strong> veículos em colisões com os meios-fios. Testes <strong>de</strong> colisões126MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasrevelam que meios-fios mais altos que 100 mm po<strong>de</strong>m provocar tombamento e mesmo ocapotamento <strong>de</strong> veículos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do seu peso, velocida<strong>de</strong>, sistema <strong>de</strong> suspensão, ângulo <strong>de</strong>impacto e do arraste em curvas. Carros pequenos têm participação em aci<strong>de</strong>ntes graves superior àproporção que representam no tráfego. Em consequência, meios-fios intransponíveis não sãorecomendados <strong>para</strong> rodovias <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s elevadas. Também não <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados comoproteção eficiente <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres em passeios laterais nem <strong>para</strong> postes <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública.6.1.3. Descontinuida<strong>de</strong> na seção transversalUma rodovia com seção consistente é aquela que mantém o número e larguras das faixas e a largurado canteiro central em um comprimento significativamente longo. Muitas prefeituras executammelhoramentos <strong>de</strong> rodovias existentes <strong>de</strong> acordo com uma seção típica adotada <strong>para</strong> implantaçãoentre os limites da área marginal em <strong>de</strong>senvolvimento. A Figura 34 mostra uma rodovia rural <strong>de</strong> duasfaixas e dois sentidos <strong>de</strong> tráfego que se segue por um segmento que foi alargado <strong>para</strong> acomodar umafutura rodovia <strong>de</strong> quatro faixas com sarjeta e meios-fios nas bordas. Ao fim <strong>de</strong>sse segmento, arodovia volta <strong>para</strong> duas faixas e dois sentidos. O <strong>de</strong>senvolvimento geralmente não é uniforme efrequentemente feito por trechos, o que resulta em uma mistura <strong>de</strong> seções estreitas e alargadas aolongo da rodovia. Quando isso ocorre, <strong>de</strong>vem ser incluídos comprimentos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> transição<strong>para</strong> redução <strong>de</strong> faixas. Po<strong>de</strong> ser conveniente incluir <strong>de</strong>lineadores nos locais em que as faixasterminam. A rodovia <strong>de</strong>ve ser sinalizada e provida <strong>de</strong> marcas no pavimento <strong>de</strong> acordo com o Manual<strong>de</strong> Sinalização do DNIT e o Manual Brasileiro <strong>de</strong> Sinalização <strong>de</strong> Trânsito do CONTRAN.Figura 34 – Descontinuida<strong>de</strong> da seção transversal127MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6.1.4. Conflito entre capacida<strong>de</strong> e segurança na adição <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> giroMelhorias em interseções incluem mudanças nas próprias interseções, bem como nos trechos <strong>de</strong>aproximação. Há quatro elementos distintos a consi<strong>de</strong>rar:− Geometria da rodovia;− Dispositivos e sistemas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego;− Características da superfície do pavimento, tais como atrito e irregularida<strong>de</strong>;− Características das áreas laterais, tais como talu<strong>de</strong>s transponíveis.Mesmo que o melhoramento <strong>de</strong> uma interseção não envolva todos os quatro elementos, eles estãointer-relacionados. Mudanças em um dos elementos po<strong>de</strong>m afetar as condições <strong>de</strong> segurança dos<strong>de</strong>mais. Como exemplo, a interseção apresentada na Figura 35 foi objeto <strong>de</strong> um melhoramentooperacional <strong>para</strong> introduzir uma faixa <strong>de</strong> giro à esquerda, aterrando uma parte do canteiro central.Isto resultou na implantação <strong>de</strong> um talu<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclinação elevada na borda do ramo <strong>de</strong> giro. Após umasérie <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em que veículos ultrapassaram, à noite, a borda do ramo, foram instalados<strong>de</strong>lineadores padronizados. Esses <strong>de</strong>lineadores foram <strong>de</strong>struídos por aci<strong>de</strong>ntes provocados por<strong>de</strong>slocamentos laterais e foram substituídos pelos marcadores <strong>de</strong> obstáculos constantes da figura. Osmarcadores ajudaram a superar um problema criado, como parte <strong>de</strong> uma melhoria operacional. Oobjetivo <strong>de</strong>ste exemplo é mostrar que melhoramentos da geometria e da operação estãointer-relacionados com a segurança das áreas laterais e <strong>de</strong>vem ser planejados e projetados emconjunto.Figura 35 – Exemplo <strong>de</strong> melhoramentos que po<strong>de</strong>m terconsequências negativas128MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6.1.5. BicicletasMuitas rodovias urbanas e suburbanas incluem forte participação do tráfego <strong>de</strong> bicicletas, que seespera que cresça com o tempo. Há muitas maneiras <strong>de</strong> tornar as rodovias existentes próprias <strong>para</strong>acomodar o tráfego <strong>de</strong> ciclistas <strong>de</strong> forma mais segura. Os responsáveis pelo sistema <strong>de</strong> transportesrodoviários <strong>de</strong>vem conduzir estudos sobre a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> bicicletas e pre<strong>para</strong>r um plano,indicando as priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhorias <strong>de</strong> seu atendimento, tanto nas rodovias existentes e planejadascomo em ciclovias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Nas rodovias existentes, as condições das vias <strong>de</strong>vem serexaminadas e, on<strong>de</strong> for necessário, <strong>de</strong>vem ser providos: grelhas <strong>de</strong> drenagem (Figura 36), travessiassuaves <strong>de</strong> ferrovias, pavimentos lisos e controle <strong>de</strong> tráfego, que possam melhor aten<strong>de</strong>r àsnecessida<strong>de</strong>s das bicicletas. Além disso, a conveniência <strong>de</strong> acrescentar ciclofaixas, ciclovias,melhorias nos acostamentos e acostamentos pavimentados <strong>de</strong>ve ser analisada. Faixas largas junto ameios-fios <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas como uma alternativa final. Orientação relativa a elementosafetando o tráfego <strong>de</strong> bicicletas po<strong>de</strong> ser encontrada no Manual <strong>de</strong> Projeto Geométrico <strong>de</strong> TravessiasUrbanas – DNIT – 2010.Figura 36 – Grelha <strong>de</strong> drenagem a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> bicicletas6.2. CANTEIROS CENTRAIS E ÁREAS MARGINAISAci<strong>de</strong>ntes causados por veículos <strong>de</strong>sgovernados que saem da rodovia representam um gran<strong>de</strong> número<strong>de</strong> mortes em áreas urbanas. Esses aci<strong>de</strong>ntes frequentemente acontecem em períodos fora <strong>de</strong> pico,com velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação superiores à média. Devido ao fato <strong>de</strong> que objetos fixos estãonormalmente localizados mais próximos da rodovia em áreas urbanas do que em áreas rurais, aprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que sejam atingidos é alta.129MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6.2.1. Obstáculos nas áreas marginaisObjetos fixos próximos da rodovia não são <strong>de</strong>sejáveis, porque po<strong>de</strong>m causar estragos e danos, seatingidos por um veículo, e reduzir as distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> em interseções e outros pontos <strong>de</strong>acesso à rodovia. Quando construídas, a maioria das rodovias tem a<strong>de</strong>quada distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>.Com o passar do tempo, no entanto, ten<strong>de</strong>m a ser incluídos nas suas bordas potenciais causadores <strong>de</strong>obstruções à visibilida<strong>de</strong>. Alguns <strong>de</strong>les, como sinais <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego ou bancos <strong>para</strong> aguardarônibus, são colocados pela administração pública. Outros, como árvores ou arbustos, po<strong>de</strong>m vir a serplantados na faixa <strong>de</strong> domínio, com ou sem o conhecimento ou permissão das autorida<strong>de</strong>s. Outrasobstruções, como mato e vegetações similares, po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>senvolver naturalmente.De um modo geral, nas rodovias típicas das áreas urbanas e suburbanas, não é viável manter umamesma largura <strong>para</strong> a área lateral livre <strong>de</strong> objetos fixos, como se faz <strong>para</strong> rodovias rurais e viasexpressas. A área <strong>de</strong> borda (faixa <strong>de</strong> domínio entre os meios-fios e a proprieda<strong>de</strong> privada) é muitolimitada nas vias urbanas, em muitos casos não passando <strong>de</strong> 2,50 m a 3,60 m. Mesmo essa árealimitada não po<strong>de</strong> ser mantida inteiramente livre <strong>de</strong> obstruções, <strong>de</strong>vido às várias funções que exerce.Além <strong>de</strong> prover espaço <strong>para</strong> o tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, a área <strong>de</strong> borda frequentemente tem queacomodar serviços <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública e servir como área <strong>de</strong> proteção ou <strong>para</strong> construir canteiros queseparem a rua das proprieda<strong>de</strong>s adjacentes. Em muitas cida<strong>de</strong>s, a área <strong>de</strong> borda é propositadamentelimitada por árvores, melhorando a aparência, tanto da rodovia como das proprieda<strong>de</strong>s adjacentes.Devido aos milhares <strong>de</strong> objetos fixos que ocupam as bordas das ruas principais em uma cida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ser impraticável remover os que encontram nas faixas <strong>de</strong> domínio. Mesmo se as disponibilida<strong>de</strong>sfinanceiras forem ilimitadas, a remoção <strong>de</strong> todos esses objetos, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma largura especificada,po<strong>de</strong> não ser uma alternativa econômica a<strong>de</strong>quada. Quando existem meios-fios, é preferível colocálostão perto do limite da faixa <strong>de</strong> domínio quanto possível. Outros objetos não essenciais, comoárvores, <strong>de</strong>vem ser removidos das bordas da rodovia, sempre que possível. No caso <strong>de</strong> árvores, alémdos cuidados com a segurança, <strong>de</strong>vem ser levados em conta os valores estéticos e ambientais que elasrepresentam. O custo ambiental <strong>de</strong> remover todas as árvores ao longo <strong>de</strong> uma via <strong>de</strong> maiorimportância po<strong>de</strong> ser superior aos benefícios potenciais <strong>para</strong> a segurança. Uma árvore isoladaexcessivamente próxima da rodovia, ou que está em uma posição muito vulnerável, é candidata àremoção.130MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6.2.2. Passeios lateraisPasseios laterais e vias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres se<strong>para</strong>das claramente oferecem a melhor solução <strong>para</strong> ospe<strong>de</strong>stres e <strong>de</strong>vem ser construídos em ambos os lados <strong>de</strong> uma via urbana. As <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>stransversais das vias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres <strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r às recomendações do Manual <strong>de</strong> ProjetoGeométrico <strong>de</strong> Travessias Urbanas do DNIT, especialmente nos acessos às proprieda<strong>de</strong>s marginais.As <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s das ligações das vias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres/bicicletas constituem uma das maioresbarreiras <strong>para</strong> sua aceitação como meios a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> maiores <strong>de</strong>slocamentos.Projetos a<strong>de</strong>quados em interseções, pontes e viadutos aumentam muito a segurança dos ciclistas epe<strong>de</strong>stres. Passeios laterais e <strong>projeto</strong>s se<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> ciclistas e pe<strong>de</strong>stres <strong>de</strong>vem ser executadosatravés <strong>de</strong> ambos os lados das pontes e viadutos, sempre que for praticável. Restrições econômicas e<strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> domínio inibem, algumas vezes, a inclusão <strong>de</strong> passeios laterais em ambos os lados <strong>de</strong> umaponte ou viaduto. Nesses casos, os <strong>projeto</strong>s <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r a pe<strong>de</strong>stres e ciclistas adjacentes à estrutura<strong>de</strong>vem ser refeitos, <strong>de</strong> modo a conseguir-se uma travessia segura. Canteiros centrais dotados <strong>de</strong>meios-fios, iluminação, sinalização e marcas no pavimento são os elementos <strong>para</strong> acomodação segurados movimentos <strong>de</strong> travessia <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclistas <strong>de</strong> uma estrutura com um passeio lateral em umúnico lado. Consi<strong>de</strong>rações semelhantes <strong>de</strong>vem ser feitas em situações em que se necessita <strong>de</strong> acesso aestações <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> massa, centros esportivos ou <strong>de</strong> convenções, parques ou outros locais <strong>de</strong>concentração pública.Passeios laterais <strong>de</strong>vem ser se<strong>para</strong>dos da rodovia adjacente por algum tipo <strong>de</strong> isolamento, tal comouma faixa plantada ou um sistema aprovado <strong>de</strong> barreiras, em função da situação local. Se não forpossível prover esse isolamento com áreas <strong>de</strong> estacionamento, ciclovias ou outra solução, configuraseuma situação crítica. A largura <strong>de</strong> um passeio lateral <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua localização e do seu usoprevisto. A seguir, são sugeridas especificações <strong>para</strong> larguras mínimas <strong>de</strong> passeios laterais.− Área comercial centralDeve ser feita análise <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> serviço, <strong>de</strong> acordo com os métodos do Highway CapacityManual.− Áreas comerciais e industriais fora da área centralUma largura mínima <strong>de</strong> 1,50 m, com uma faixa plantada <strong>de</strong>, pelo menos, 1,20 m ou umpasseio <strong>de</strong> 2,40 m, sem faixa lateral plantada.− Áreas resi<strong>de</strong>nciais fora da área comercial central131MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasRuas arteriais e coletoras – Uma largura mínima <strong>de</strong> 1,50 m, se<strong>para</strong>da da pista <strong>de</strong> rolamentoda rodovia por uma distância <strong>de</strong> 0,60 m, pelo menos, <strong>para</strong> impedir que <strong>de</strong>slocamentos laterais<strong>de</strong> veículos atinjam pe<strong>de</strong>stres.Ruas locais – Uma largura mínima <strong>de</strong> 1,20 m <strong>de</strong>ve ser planejada.As estruturas <strong>de</strong> pontes ou viadutos, planejados <strong>para</strong> acomodar tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclistas emvias <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vem ser projetadas com uma barreira rígida se<strong>para</strong>ndo o tráfego <strong>de</strong>veículos do tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e <strong>de</strong> ciclistas. Frequentemente,é <strong>de</strong>sejável acomodar o tráfego <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres e ciclistas em uma estrutura se<strong>para</strong>da, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da natureza do tráfego <strong>de</strong> veículos e <strong>de</strong>seu volume, bem como da configuração da estrutura da ponte ou viaduto.Em áreas suburbanas <strong>de</strong>sprovidas <strong>de</strong> passeios laterais, sua construção geralmente é conveniente, nasáreas próximas <strong>de</strong> escolas, igrejas e outros locais on<strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> e volume éacompanhado <strong>de</strong> volumes elevados <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres. Outras áreas suburbanas que merecem consi<strong>de</strong>raçãoquanto à adoção <strong>de</strong> passeios laterais são as que apresentam gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> viagens <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>strescom origem e <strong>de</strong>stino conhecidos e áreas cercando zonas <strong>de</strong> recreação.Recomenda-se que acostamentos pavimentados com 1,20 m <strong>de</strong> largura sejam construídos em todas asrodovias em que forem passíveis <strong>de</strong> implantação, <strong>de</strong>ntro da distância <strong>de</strong> 8 km <strong>de</strong> uma área urbana,<strong>para</strong> acomodar o tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclistas. Ao longo <strong>de</strong> uma via arterial suburbana <strong>de</strong> maiorvelocida<strong>de</strong>, passeios laterais <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres e área adicional <strong>para</strong> ciclistas <strong>de</strong>vem ser providos. Paraque se obtenha um grau razoável <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>sejavelmente não <strong>de</strong>vem ser adjacentes à rodovia.Rampas <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong>vem ser instaladas em todas as travessias, esquinas e outros locais em que sepreveja a travessia <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres (travessias em meio <strong>de</strong> quadra), <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r aos que apresentemdificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> locomoção. Exceções po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas em locais sem espaço suficiente <strong>para</strong>instalar uma rampa apropriada. Essas rampas <strong>de</strong>vem ter uma textura superficial contrastante, quepermita aos pe<strong>de</strong>stres com <strong>de</strong>ficiência visual distingui-las das áreas laterais. Não <strong>de</strong>ve haver<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> altura na base da rampa, <strong>para</strong> que não prejudique a passagem <strong>de</strong> pessoas emca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas que <strong>de</strong>sejem usá-las. A rampa e a área <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong>vem ser mantidas livres <strong>de</strong>semáforos e seus controladores, postes <strong>de</strong> iluminação, sinais <strong>de</strong> tráfego e outros obstáculos. Ospasseios laterais <strong>de</strong>vem ser contínuos, com boa visibilida<strong>de</strong> e livres <strong>de</strong> obstruções, como caixas <strong>de</strong>correio, bancas <strong>de</strong> jornal, sinais, postes <strong>de</strong> iluminação e árvores.132MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6.2.3. Elementos laterais e dispositivos <strong>de</strong> segurançaEm áreas urbanas, barreiras não são usualmente instaladas, a não ser em situações potencialmenteperigosas, como uma seção com talu<strong>de</strong>s laterais elevados ou nas obras-<strong>de</strong>-arte especiais. A aplicação<strong>de</strong> barreiras em áreas urbanas é frequentemente impedida ou restrita pelas limitações da faixa <strong>de</strong>domínio. Devido a esses e outros fatores, o estudo específico <strong>de</strong> cada local é necessário <strong>para</strong> que sei<strong>de</strong>ntifiquem as soluções que melhor sirvam ao interesse público.Quando o objetivo básico da barreira é proteger os ocupantes da área adjacente, po<strong>de</strong> haver casoson<strong>de</strong> interrupções são necessárias. Um sistema <strong>de</strong> barreira não <strong>de</strong>ve terminar com uma forma quepossa penetrar em um veículo. Seções curtas não <strong>de</strong>vem ser empregadas em torno <strong>de</strong> elementos domobiliário urbano, porque oferecem pouca proteção aos motoristas e ao mobiliário.Às vezes, um trecho <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensa po<strong>de</strong> ser colocado no topo <strong>de</strong> uma interseção em T, como acontecequando uma rua local termina em uma rodovia auxiliar. Entretanto, se a seção é abaixo <strong>de</strong> padrão,muito curta, ou sem ancoragem a<strong>de</strong>quada, ela será <strong>de</strong> pouca utilida<strong>de</strong>, porque não impedirá que umveículo com gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> atravesse a interseção, vindo da rua local. Constitui, ainda, umobstáculo adicional <strong>para</strong> um veículo que venha pela rodovia auxiliar. Portanto, se utilizada, <strong>de</strong>ve serforte o suficiente <strong>para</strong> impedir sua penetração pelos impactos mais prováveis, e a<strong>de</strong>quadamenteancorada.a) Barreiras <strong>para</strong> proteger as proprieda<strong>de</strong>s marginaisA condição básica <strong>para</strong> uso <strong>de</strong> barreiras tem como premissa que sua instalação venha reduzir aseverida<strong>de</strong> <strong>de</strong> potenciais aci<strong>de</strong>ntes. Como um refinamento adicional, <strong>de</strong>ve ser feita uma análise <strong>de</strong>benefício-custo, em que a velocida<strong>de</strong> e o volume <strong>de</strong> tráfego sejam consi<strong>de</strong>rados representativos daseverida<strong>de</strong> e probabilida<strong>de</strong> do impacto. Em muitos casos, as condições <strong>de</strong>terminadas <strong>para</strong> rodoviasrurais <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m não representar a<strong>de</strong>quadamente as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> proteção dopúblico em áreas urbanas e suburbanas. Na prática, nessas áreas é dada maior consi<strong>de</strong>ração àproteção da população à margem da rodovia, procurando impedir uma possível catástrofe eprotegendo os usuários das proprieda<strong>de</strong>s marginais dos perigos que lhe são impostos por veículos<strong>de</strong>sgovernados. Áreas <strong>de</strong> recreio <strong>de</strong> escolas e residências situadas do lado externo <strong>de</strong> curvas fechadas,e através <strong>de</strong> interseções tipo T, são exemplos <strong>de</strong> locais em que barreiras po<strong>de</strong>m ser convenientes.Conforme já observado, uma barreira <strong>de</strong>ve ser suficientemente forte <strong>para</strong> impedir que um veículo<strong>de</strong>sgovernado penetre em uma <strong>de</strong>terminada área. Se não tiver estrutura a<strong>de</strong>quada, po<strong>de</strong> ser umproblema pior <strong>para</strong> as pessoas que ela <strong>de</strong>ve proteger do que a sua ausência. Po<strong>de</strong> ser maisconveniente um simples <strong>de</strong>lineamento <strong>para</strong> o tráfego ou sinais <strong>de</strong> advertência <strong>para</strong> alertar os133MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasmotoristas sobre a situação. O lançamento <strong>de</strong> fragmentos resultantes do impacto <strong>de</strong> um veículo comuma barreira <strong>de</strong>ficiente é potencialmente fatal <strong>para</strong> as pessoas situadas nas proximida<strong>de</strong>s.b) Equipamentos dos semáforosA visibilida<strong>de</strong> dos semáforos é <strong>de</strong> importância capital e <strong>de</strong>vem ser empregados todos os esforços nosentido <strong>de</strong> localizá-los <strong>de</strong>ntro do cone <strong>de</strong> visão dos motoristas. Os suportes dos sinais, entretanto,<strong>de</strong>vem ser localizados tão longe da rodovia quanto for praticável, utilizando braços em balanço ousistemas <strong>de</strong> cabos <strong>de</strong> sustentação. Isto é especialmente verda<strong>de</strong>iro quando se apresentam as seguintescondições: tráfego <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong>, ausência <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> estacionamento, localização na faixaexterna <strong>de</strong> uma curva ou muitos movimentos <strong>de</strong> giro. Como uma condição mínima, os postes <strong>de</strong>sustentação <strong>de</strong>vem ficar situados fora da área lateral livre (área <strong>de</strong> recuperação), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a faixa <strong>de</strong>domínio o permita. Durante o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> uma nova instalação <strong>de</strong> semáforos ou <strong>de</strong> modificação <strong>de</strong>uma existente, os projetistas po<strong>de</strong>m colocar os postes <strong>de</strong> sustentação e suas fundações, <strong>de</strong> modo aaten<strong>de</strong>r à área lateral livre, sem consi<strong>de</strong>rar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impactos por veículos <strong>de</strong>sgovernados.Frequentemente, uma pequena alteração <strong>de</strong> posição <strong>de</strong> um poste ou fundação po<strong>de</strong> reduzir muito aprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser atingido por um veículo <strong>de</strong>sgovernado. Equipamento <strong>de</strong> barras em balanço esistemas <strong>de</strong> cabos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s vãos permitem aten<strong>de</strong>r à sustentação dos sinais que caracterizam osfluxos preferenciais. Po<strong>de</strong>m ser usados sistemas <strong>de</strong> cabos, com vãos <strong>de</strong> 60 a 90 m, em interseçõessemaforizadas, em áreas rurais e suburbanas, <strong>para</strong> obter redução significativa <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntesenvolvendo postes <strong>de</strong> sustentação da sinalização. A Figura 37 mostra um sistema <strong>de</strong> sustentação porcabo, projetado <strong>para</strong> respeitar as áreas laterais livres.Figura 37 – Sistema <strong>de</strong> sustentação <strong>de</strong> semáforos por cabos134MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasPostes <strong>de</strong> sinalização semafórica nunca <strong>de</strong>vem ser localizados em frente <strong>de</strong> uma barreira. Um veículo<strong>de</strong>sgovernado que atinja a barreira po<strong>de</strong> <strong>de</strong>slizar ao longo da mesma e bater no poste. Barreirasexistentes po<strong>de</strong>m ser complementadas, <strong>de</strong> modo a protegerem a<strong>de</strong>quadamente os motoristas, <strong>de</strong>poisque os novos postes forem instalados. Se possível, os suportes dos postes das instalações suspensas<strong>de</strong> semáforos não <strong>de</strong>vem ser colocadas no canteiro central ou em ilhas elevadas, exceto no caso <strong>de</strong>canteiros centrais largos, maiores que 10 m. Postes em um canteiro central <strong>de</strong>vem ser colocados, <strong>de</strong>modo a se obter o máximo afastamento <strong>para</strong> cada sentido <strong>de</strong> tráfego. Os postes <strong>de</strong> suporte instaladosno canteiro central ou em ilhas elevadas <strong>de</strong>vem ser quebráveis, a não ser que condições específicasimpeçam seu uso.c) Suportes quebráveis <strong>de</strong> sinaisSuportes quebráveis <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong>vem ser usados em áreas urbanas e suburbanas, a não ser que umaanálise técnica indique que é mais inseguro permitir que um veículo prossiga <strong>de</strong>sgovernado. Essaanálise <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar as velocida<strong>de</strong>s dos veículos, a largura e as condições <strong>de</strong> trafegabilida<strong>de</strong> daárea lateral da via, a presença <strong>de</strong> condições em que não se quebram, a ocorrência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e osvolumes <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres. As horas em que ocorrem as colisões por veículos que saem da rodovia <strong>de</strong>vemser com<strong>para</strong>das com as horas <strong>de</strong> pico <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres. O problema do envolvimento <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres com suportes <strong>de</strong>rrubados ou com veículos <strong>de</strong>sgovernados tem levado ao uso <strong>de</strong> suportesfixos em algumas áreas urbanas. Exemplos <strong>de</strong> locais on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser impru<strong>de</strong>nte o uso <strong>de</strong> suportesquebráveis são locais adjacentes a <strong>para</strong>das <strong>de</strong> ônibus ou áreas com expressiva concentração <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres, especialmente durante as horas da tar<strong>de</strong>, quando ocorrem os aci<strong>de</strong>ntes mais severos nasáreas marginais.d) Acomodação <strong>de</strong> postes <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> públicaFatores, como volume <strong>de</strong> tráfego, velocida<strong>de</strong>, tipo e largura <strong>de</strong> via, são relacionados com afrequência e severida<strong>de</strong> dos aci<strong>de</strong>ntes envolvendo postes dos diversos tipos <strong>de</strong> serviços à margem darodovia, e que são muito mais frequentes nas vias urbanas arteriais e coletoras, <strong>de</strong>vido à maior<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses postes.Serviços públicos apoiados no solo <strong>de</strong>vem ser localizados tão perto dos limites da faixa <strong>de</strong> domínioquanto possível, durante relocação <strong>de</strong>sses serviços ou obras <strong>de</strong> reconstrução. Isto significa tão longequanto possível dos meios-fios e, quando viável, atrás dos passeios laterais. Vias existentes <strong>de</strong>vemprever a relocação dos postes <strong>de</strong> serviços públicos, quando se esgota o prazo <strong>de</strong> eventuais franquias.Não é sempre viável a relocação <strong>de</strong> todos os postes <strong>de</strong>ntro dos limites do <strong>projeto</strong>. Locais críticos<strong>de</strong>vem, então, ser consi<strong>de</strong>rados <strong>para</strong> melhorias, tanto aqueles indicados pela experiência em aci<strong>de</strong>ntes135MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasocorridos ou pela suas características com maior potencial <strong>para</strong> aci<strong>de</strong>ntes, quanto curvas. On<strong>de</strong> postesnão po<strong>de</strong>m ser removidos ou relocados <strong>de</strong> situações críticas, um <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> tipo quebrável <strong>de</strong>ve serconsi<strong>de</strong>rado.Nas rodovias urbanas com meios-fios, o afastamento <strong>de</strong> 0,50 m, preconizado pela AASHTO, <strong>de</strong>veser consi<strong>de</strong>rado como um valor mínimo absoluto, recomendando-se usar valores maiores, se a faixa<strong>de</strong> domínio o permitir. Reconhece-se que a colocação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública em ruasurbanas, conservando espaços mínimos, constitui casos especiais que <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar as condiçõese limitações existentes.É comum a aceitação da distância <strong>de</strong> 0,50 m <strong>para</strong> instalação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública, comonormalmente aceitável. O afastamento <strong>de</strong> 0,50 m é a distância mínima <strong>para</strong> evitar conflitos comcomponentes <strong>de</strong> caminhões e <strong>para</strong> proteger sinais instalados junto à rodovia; não traz nenhum outrobenefício. A introdução das gran<strong>de</strong>s composições <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> carga (CVC) torna mais crítico ovalor <strong>de</strong>sse mínimo, <strong>de</strong>vendo-se consi<strong>de</strong>rar, em cada caso, os veículos que utilizarão as vias.Os postes dos serviços <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública <strong>de</strong>vem ser localizados tão longe quanto possíveis dosmeios-fios ou borda do pavimento; se viável essa recomendação, aplica-se a todas as instalações àmargem da rodovia (sinais, postes etc.). Os postes não <strong>de</strong>vem reduzir a distância <strong>de</strong> 0,90 m previstacomo necessária <strong>para</strong> pessoas com limitações em seu <strong>de</strong>slocamento. Isso provê uma área lateral maissegura e melhora muitas as distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> e a visibilida<strong>de</strong> nas interseções.Desejavelmente, postes não <strong>de</strong>vem ser colocados próximos a interseções, já que a proximida<strong>de</strong>aumenta o perigo <strong>de</strong> serem atingidos e reduz as distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> nas interseções.6.2.4. Faixas <strong>de</strong> giro à esquerda <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r aos dois sentidos <strong>de</strong> tráfegoDois tipos comuns <strong>de</strong> canteiros centrais são usados em rodovias urbanas e suburbanas: canteiroscentrais dotados <strong>de</strong> meios-fios, com ou sem faixas <strong>de</strong> giro, e canteiros centrais no nível da rodovia,com faixas <strong>de</strong> giro à esquerda, <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r aos dois sentidos <strong>de</strong> tráfego. Canteiros centrais dotados<strong>de</strong> meios-fios são consi<strong>de</strong>rados seguros <strong>para</strong> volumes elevados <strong>de</strong> tráfego, altos níveis <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento e velocida<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>radas dos veículos. Pesquisas mostram que os canteiros centraisdotados <strong>de</strong> meios-fios apresentam os menores níveis <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes com pe<strong>de</strong>stres, tanto nos centros <strong>de</strong>comércio como nas áreas suburbanas. Nas travessias <strong>de</strong> meio <strong>de</strong> bloco ten<strong>de</strong>m, entretanto, aapresentar aci<strong>de</strong>ntes mais severos.Uma faixa <strong>de</strong> giro à esquerda <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r a ambos os sentidos, como exemplificado na Figura 38, éuma faixa no centro da rodovia, <strong>de</strong>stinada à execução <strong>de</strong> giros à esquerda, <strong>para</strong> os dois sentidos <strong>de</strong>tráfego. Apresenta as seguintes vantagens:136MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Remove os veículos que giram à esquerda da corrente <strong>de</strong> tráfego direto;− Provê acesso direto à área adjacente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das localizações dos acessos àsproprieda<strong>de</strong>s;− Provê uma área abrigada, <strong>para</strong> veículos girando à esquerda <strong>para</strong> a rodovia, provenientes dosacessos a proprieda<strong>de</strong>s marginais;− Provê se<strong>para</strong>ção do movimento direto <strong>de</strong> veículos;− Aten<strong>de</strong> ao fluxo direto, em caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte;− Provê uma alternativa <strong>para</strong> veículos que aten<strong>de</strong>m a emergências, em períodos <strong>de</strong>congestionamento;− Permite a adoção do sistema <strong>de</strong> faixas reversíveis.Figura 38 - Faixas <strong>de</strong> giro à esquerda <strong>para</strong> dois sentidos <strong>de</strong> tráfegoEsse tipo <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> não é recomendado <strong>para</strong> rodovias com mais <strong>de</strong> quatro faixas, porque uma largafaixa <strong>de</strong> pavimento tem que ser atravessada, <strong>para</strong> fazer os giros à esquerda. Estudos mostram que ospe<strong>de</strong>stres usam essa faixa como área <strong>de</strong> refúgio, na travessia da rodovia. Com essas faixas, os índices<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, embora não sejam tão baixos quanto nos canteiros centrais, sãosignificativamente inferiores aos das seções não divididas. Estudos têm mostrado que, com seu uso,se consegue uma redução <strong>de</strong> 25% a 35%, no total <strong>de</strong> colisões. Essas faixas são justificadas, se otráfego médio diário for maior que 5.000, em rodovias <strong>de</strong> duas faixas, e maior que 10.000, emrodovias <strong>de</strong> faixas múltiplas. Outros estudos indicam que, mesmo <strong>para</strong> volumes menores, po<strong>de</strong>m serrecomendadas, e com seus custos justificados. Para seu uso, a largura recomendada <strong>para</strong> o canteirocentral <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 3,60 m a 4,20 m. Para trechos curtos, uma largura <strong>de</strong> 3,00 m po<strong>de</strong> ser aceitável,on<strong>de</strong> a velocida<strong>de</strong> não exce<strong>de</strong>r 50 km/h. Uma largura maior que 4,50 m <strong>de</strong>ve ser evitada. Em alguns137MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviascasos, tem-se <strong>de</strong>terminado uma gran<strong>de</strong> correlação entre colisões e velocida<strong>de</strong> nessas seções, havendomesmo recomendações no sentido <strong>de</strong> que não sejam empregadas, on<strong>de</strong> a velocida<strong>de</strong> exce<strong>de</strong>r 65km/h. Devem ser empregadas sinalização a<strong>de</strong>quada e marcas no pavimento.Meios-fios em canteiros centrais aumentam a segurança e a qualida<strong>de</strong> da operação do tráfego direto,controlando a localização dos giros à esquerda e se<strong>para</strong>ndo as correntes <strong>de</strong> tráfego opostas. Se ocanteiro central elevado tiver pelo menos 1,20 m <strong>de</strong> largura, po<strong>de</strong> ser usado pelos pe<strong>de</strong>stres comoárea <strong>de</strong> refúgio, possibilitando que atravessem as correntes <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> sentidos opostos, uma <strong>de</strong>cada vez. Se o canteiro central tiver mais que 3,60 m <strong>de</strong> largura, po<strong>de</strong> servir como faixa <strong>de</strong><strong>de</strong>saceleração e área <strong>de</strong> espera <strong>para</strong> veículos girando à esquerda, em pontos escolhidos <strong>para</strong> travessia.O uso <strong>de</strong> canteiros centrais dotados <strong>de</strong> meios-fios, em áreas com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acessos aproprieda<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong> resultar em maiores <strong>de</strong>moras e consumo <strong>de</strong> combustível, <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> acessodireto <strong>para</strong> giros à esquerda. Canteiros centrais dotados <strong>de</strong> meios-fios são frequentemente criticadospelo comércio local, que os consi<strong>de</strong>ram inibidores <strong>de</strong> acesso. Os movimentos <strong>de</strong> giro sãoconcentrados em locais selecionados, o que reduz o número total <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> conflito <strong>de</strong> veículosentrando e saindo da via.Um estudo feito em rodovias norte-americanas analisou os índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trechos comquatro ou seis faixas, com canteiros centrais dotados <strong>de</strong> meios-fios e faixas <strong>de</strong> giro à esquerda, <strong>para</strong>aten<strong>de</strong>r aos dois sentidos <strong>de</strong> tráfego. Nos trechos com quatro faixas, os canteiros centrais dotados <strong>de</strong>meios-fios se revelaram mais seguros, em quaisquer condições. As diferenças nos índices <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cresciam com o aumento do número <strong>de</strong> semáforos/km. Nos trechos com seis faixas, oscanteiros centrais dotados <strong>de</strong> meios-fios se revelaram mais seguros, exceto em alguns casos. On<strong>de</strong>forem empregados canteiros centrais dotados <strong>de</strong> meios-fios, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas as seguintescondições:− Para proporcionar melhor visibilida<strong>de</strong> noturna, os narizes dos canteiros centrais <strong>de</strong>lineados pormeios-fios <strong>de</strong>vem ser dotados <strong>de</strong> material retrorrefletivo;− Os canteiros centrais dotados <strong>de</strong> meios-fios <strong>de</strong>vem ser projetados com narizes em forma <strong>de</strong>cunha. Embora eles não impeçam que o veículo tombe, aumentam a capacida<strong>de</strong> dos motoristasem controlar os veículos, principalmente em baixas velocida<strong>de</strong>s;− Aberturas nos canteiros em forma <strong>de</strong> ogiva, ao invés <strong>de</strong> semicírculos, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas,principalmente <strong>para</strong> canteiros com largura superior a 3,00 m.Canteiros centrais dotados <strong>de</strong> meios-fios também são usados por razões estéticas. É particularmenteimportante limitar plantações a gramas ou pequenos arbustos que não causem obstruções à138MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasvisibilida<strong>de</strong> nem problemas <strong>de</strong> segurança a veículos que saiam da rodovia. Os meios-fios <strong>de</strong> canteiroscentrais <strong>de</strong> rodovias que permitem velocida<strong>de</strong>s maiores que 70 km/h <strong>de</strong>vem ser transponíveis, <strong>para</strong>reduzir a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> provocarem a ocorrência <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong>sgovernados. A Figura 39 mostraum exemplo <strong>de</strong> meio-fio <strong>de</strong> canteiro central com inclinação transversal aceitável.Figura 39 – Canteiro central com meio-fio transponível6.2.5. PaisagismoAo longo <strong>de</strong> vias urbanas existe algum tipo <strong>de</strong> paisagismo. Árvores, arbustos, grama, tratamentos<strong>de</strong>corativos das superfícies e outros materiais ajudam a formar um ambiente agradável <strong>para</strong> osmotoristas, pe<strong>de</strong>stres, ciclistas e moradores das áreas marginais.O projetista da via <strong>de</strong>ve sempre participar das <strong>de</strong>cisões relativas ao paisagismo, particularmente noque se refere à distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> e relocação futura, <strong>de</strong>vido a mudanças no alinhamento dosmeio-fios. Consi<strong>de</strong>rações importantes a serem levadas em conta no <strong>projeto</strong> do paisagismo incluem:− Quais serão as dimensões após o amadurecimento das árvores e arbustos empregados, e comoessas dimensões afetarão a segurança, a visibilida<strong>de</strong> e os custos <strong>de</strong> manutenção?− A área lateral é suficientemente larga <strong>para</strong> acomodar o tipo <strong>de</strong> paisagismo planejado? Se forpermitido o estacionamento ao longo do meio-fio, o paisagismo previsto permitirá acesso aosveículos estacionados?− O paisagismo projetado está levando em conta possíveis mudanças na seção transversal? Porexemplo, é uma prática normal a adição <strong>de</strong> uma segunda faixa <strong>de</strong> giro à esquerda em umainterseção <strong>de</strong> maior importância, tomando do canteiro central o espaço necessário. Opaisagismo na área afetada <strong>de</strong>ve ser mínimo, ou mesmo, não existente.139MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA AASHTO, na sua publicação A Policy on Geometric Design of Highways and Streets recomendaque qualquer árvore que atinja, ao amadurecer, um diâmetro <strong>de</strong> 100 mm, ou maior, <strong>de</strong>ve ficarafastada, pelo menos, 10 m da borda da rodovia. Entretanto, em áreas urbanas com menoresvelocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação, essa restrição po<strong>de</strong> ser ignorada. Desejavelmente, árvores gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vemficar afastadas, pelo menos, 2 ou 3 m da borda da via, <strong>para</strong> permitir o motorista ajustar-se à áreadisponível, evitando uma colisão.Restrições à visibilida<strong>de</strong> resultantes do paisagismo são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância <strong>para</strong> o engenheiroprojetista. Pontos que <strong>de</strong>vem ser analisados são:− O paisagismo das áreas laterais <strong>de</strong>ve permitir aos motoristas e pe<strong>de</strong>stres total visibilida<strong>de</strong> dosacessos às proprieda<strong>de</strong>s marginais;− Nas ciclovias, é particularmente importante controlar a extensão do paisagismo, ao longo daárea lateral;− De um modo geral, é <strong>de</strong>sejável ter visão livre do espaço <strong>de</strong> 1 a 3 m acima da pista, ao longo <strong>de</strong>todas as vias e todas as interseções, <strong>para</strong> permitir que os motoristas <strong>de</strong> carros esportivos <strong>de</strong>baixa altura e <strong>de</strong> caminhões e ônibus disponham <strong>de</strong> boa visibilida<strong>de</strong>. O i<strong>de</strong>al é conseguir queas próprias prefeituras incluam, em suas regulamentações, essas restrições, fixando tambémalturas máximas, <strong>para</strong> arbustos, e mínimas, <strong>para</strong> galhos <strong>de</strong> árvores em balanço;− Devem ser tomados cuidados especiais no paisagismo <strong>de</strong> pequenas ilhas, porque suamanutenção é difícil e potencialmente perigosa <strong>para</strong> os trabalhadores das equipes <strong>de</strong>manutenção;− Gran<strong>de</strong>s árvores e rochas não <strong>de</strong>vem ser previstas em pontos críticos (divergências <strong>de</strong> faixas,narizes <strong>de</strong> ilhas etc.) <strong>para</strong> proteger postes ou outros possíveis obstáculos. Sinalização eiluminação a<strong>de</strong>quadas e boa geometria <strong>de</strong>vem ser usadas <strong>para</strong> eliminar problemas <strong>de</strong>segurança.Para os pe<strong>de</strong>stres é melhor ter uma faixa ver<strong>de</strong> se<strong>para</strong>ndo o passeio público do meio-fio, afastandoos,<strong>de</strong>ssa maneira, do tráfego <strong>de</strong> veículos. Normalmente, essa é uma boa medida, exceto quando avegetação (árvores, arbustos mais altos) possa escon<strong>de</strong>r as crianças pequenas da visão dos motoristas.6.3. CONTROLE DE ACESSOSAcessos ilimitados <strong>de</strong> veículos a rodovias urbanas e suburbanas criam numerosos conflitos <strong>de</strong>tráfego, aumentando o potencial <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Acessos a<strong>de</strong>quadamente projetados provêm entradas esaídas mais seguras <strong>para</strong> os motoristas. É recomendável que sejam em menor número e os seus ramos140MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviastenham maior capacida<strong>de</strong>, atendam a mais <strong>de</strong> uma proprieda<strong>de</strong> e que os giros à esquerda sejamlocalizados em pontos específicos.A regulamentação e controle da implantação e uso <strong>de</strong> acessos são uma maneira efetiva <strong>de</strong> reduzirconflitos <strong>de</strong> tráfego relacionados com acessos a proprieda<strong>de</strong>s e interseções. O DNIT e órgãosrodoviários estaduais, e mesmo municipais, <strong>de</strong>vem dispor <strong>de</strong> regulamentação própria <strong>para</strong> acessos àsvias sob sua jurisdição. O Manual <strong>de</strong> Acesso <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong>s Marginais a Rodovias Fe<strong>de</strong>rais – DNIT– 2006 é um exemplo <strong>para</strong> esse tipo <strong>de</strong> regulamentação. A ausência <strong>de</strong> uma regulamentação temresultado em rodovias próximas <strong>de</strong> áreas comerciais muito <strong>de</strong>senvolvidas, em que há um virtualacesso contínuo às proprieda<strong>de</strong>s marginais. Além <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> os motoristas, essasituação cria conflitos constantes <strong>para</strong> os pe<strong>de</strong>stres.6.3.1. Técnicas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> acessosAs técnicas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> acessos se distribuem em quatro categorias principais:− Limitação do número <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> conflito;− Se<strong>para</strong>ção das áreas básicas <strong>de</strong> conflito;− Limitação das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração;− Remoção dos veículos executando manobras <strong>de</strong> giro ou formando filas nas faixas com tráfegodireto.Essas técnicas incluem instalações <strong>de</strong> barreiras e se<strong>para</strong>dores no canteiro central, operação em umúnico sentido e ilhas canalizadoras. A acomodação dos pe<strong>de</strong>stres <strong>de</strong>ve, também, ser consi<strong>de</strong>rada,quando são projetados os acessos. Mais <strong>de</strong>talhes po<strong>de</strong>m ser encontrados na publicação AccessManagement for Streets and Highways – FHWA – 1982. Para algumas vias arteriais principais emáreas urbanas e suburbanas, po<strong>de</strong> ser criada uma via local <strong>para</strong>lela à rodovia com acesso irrestrito àsproprieda<strong>de</strong>s marginais. O acesso da rodovia a essa via local <strong>de</strong>ve ser, entretanto, controlado, sendopermitido apenas em pontos e com condições fixados pelos responsáveis pela rodovia.Para outras vias arteriais e coletoras, os responsáveis não po<strong>de</strong>m negar acesso, mas po<strong>de</strong>m fixarcondições especiais <strong>para</strong> sua concessão em áreas comerciais. Essas exigências <strong>de</strong>vem incluir acessosàs proprieda<strong>de</strong>s adjacentes, com larguras mínimas <strong>de</strong> 5 a 7,50 m, larguras máximas <strong>de</strong> 12 a 15 m,raios mínimos <strong>de</strong> giro <strong>de</strong> 7,50 a 15 m e esconsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 45° a 60°. O espaçamento mínimo entreacessos <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 30 a 100 m e a distância mínima entre interseções <strong>de</strong> 30 a 140 m. A publicaçãoGui<strong>de</strong>lines for Driveway Location and Design – ITE – 1987 contém informação adicional <strong>para</strong> o<strong>projeto</strong> e operação <strong>de</strong>sses acessos.141MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA eliminação e consolidação das entradas e saídas também são partes da técnica <strong>de</strong> controle dosacessos a proprieda<strong>de</strong>s marginais, e <strong>de</strong>ve ser aplicada em muitas áreas urbanas e suburbanas,especialmente on<strong>de</strong> não há meios-fios e o acesso é livre <strong>para</strong> entrada ou saída. A construção <strong>de</strong>meios-fios com a seleção <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> acesso, ao longo das proprieda<strong>de</strong>s laterais, reduz muito ospotenciais pontos <strong>de</strong> conflito.6.3.2. Vias <strong>de</strong> serviçoVias <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong>signam aquelas vias <strong>de</strong>stinadas à transferência <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong>provenientes <strong>de</strong> vias arteriais <strong>para</strong> vias locais <strong>de</strong> baixa velocida<strong>de</strong> e vice-versa. Os benefíciosprincipais obtidos com a implantação <strong>de</strong>ssas vias são o aumento da capacida<strong>de</strong> e da segurança.É extremamente difícil implantar vias <strong>de</strong> serviço nas áreas urbanas centrais, <strong>de</strong>vido à gran<strong>de</strong>quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acessos existentes e os custos frequentemente proibitivos da aquisição <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong>domínio. Além disso, as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação nessas áreas são relativamente baixas. Nos centros<strong>de</strong> comércio mais afastados, áreas resi<strong>de</strong>nciais e áreas suburbanas em rápido <strong>de</strong>senvolvimento, esteconceito é extremamente benéfico. Uma via arterial po<strong>de</strong> ser complementada com vias <strong>de</strong> serviço,quando shoppings ou <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outra natureza atingem a área. O i<strong>de</strong>al é que as vias <strong>de</strong>serviço se <strong>de</strong>senvolvam ao longo <strong>de</strong> uma via arterial. Entretanto, embora tragam gran<strong>de</strong>s benefícios,elas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>scontínuas ou mesmo ser tão curtas quanto um quarteirão.Para implantação <strong>de</strong> uma via <strong>de</strong> serviço, a situação básica a consi<strong>de</strong>rar é o tratamento geométrico <strong>de</strong>sua interseção com uma rodovia transversal à via arterial. Essa interseção introduz pontos <strong>de</strong> conflitoadicionais. O espaçamento entre as interseções em que as vias arterial e <strong>de</strong> serviço encontram a viatransversal e os ângulos nessas interseções são elementos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> importantes. As interseções<strong>de</strong>vem ficar se<strong>para</strong>das pelos menos <strong>de</strong> 45 a 75 m, <strong>para</strong> que não seja prejudicada a interseção daarterial com a transversal. Desejavelmente a via <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong>ve ter um sentido único <strong>de</strong> percurso,porque a operação <strong>de</strong> uma rodovia com dois sentidos agrava os problemas potenciais da interseção.142MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6.3.3. Retornos em vias <strong>de</strong> pista duplaEm vias arteriais e coletoras, é imperativo que o acesso <strong>para</strong> o tráfego <strong>de</strong> veículos seja provido entreseus dois sentidos <strong>de</strong> tráfego. Duas opções são possíveis:− Permissão <strong>para</strong> retornos em “U” nas interseções;− Provisão <strong>de</strong> aberturas no canteiro central exclusivas <strong>para</strong> retorno.Em áreas urbanas on<strong>de</strong> o espaçamento dos quarteirões é relativamente curto (<strong>de</strong> 150 a 180 m), <strong>de</strong> ummodo geral são <strong>de</strong>snecessárias aberturas do canteiro. Nas áreas suburbanas, no entanto, é <strong>de</strong>sejávelque se façam essas interrupções, <strong>para</strong> reduzir alongamentos <strong>de</strong> percurso do tráfego afetado. Po<strong>de</strong> serconveniente fixar espaçamentos mínimos entre aberturas do canteiro central.Quando um veículo <strong>de</strong>seja efetuar uma manobra <strong>de</strong> retorno usando uma abertura do canteiro central,inicialmente passa <strong>para</strong> a faixa da esquerda, se já não estiver na mesma. Ao chegar à abertura,iniciará a manobra <strong>de</strong> retorno. Se existir faixa <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração, reduzirá a velocida<strong>de</strong> até atingir avelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> giro que permita contornar o canteiro. Se existir faixa <strong>de</strong> aceleração, utilizará essafaixa <strong>para</strong> atingir a velocida<strong>de</strong> diretriz da rodovia e, então, concluirá a manobra <strong>de</strong> retorno da formamais segura. A eliminação da faixa <strong>de</strong> aceleração exigirá um tempo <strong>de</strong> espera protegido pelo canteirocentral, enquanto aguarda a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inserir-se no tráfego direto, o que pressupõe uma área <strong>de</strong>armazenamento. Se essa área for a<strong>de</strong>quadamente dimensionada, po<strong>de</strong>-se obter uma operação segura.Se eliminar a faixa <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração, o fato do tráfego da faixa esquerda mover-se com maiorvelocida<strong>de</strong>, combinado com a <strong>de</strong>saceleração necessária <strong>para</strong> efetuar a manobra <strong>de</strong> retorno, po<strong>de</strong> levara colisões pela traseira, reduzindo em muito a segurança.Os volumes <strong>de</strong> tráfego na rodovia e executando a manobra <strong>de</strong> retorno, em conjunto com asvelocida<strong>de</strong>s diretrizes e <strong>de</strong> operação, são as bases <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong>. Normalmente não se <strong>de</strong>ve permitirretorno a partir da faixa <strong>de</strong> tráfego direto. Em áreas urbanas, entretanto, casos especiais <strong>de</strong> baixovolume <strong>de</strong> tráfego e raras operações <strong>de</strong> retorno, em locais on<strong>de</strong> a abertura do canteiro central permiteproteger o veículo, po<strong>de</strong>-se admitir a adoção <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong>ssa natureza. Em áreas rurais não serecomenda, como medida <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m geral, retornos em via <strong>de</strong> pista dupla sem faixas <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleraçãoe aceleração. Os <strong>projeto</strong>s dos retornos <strong>de</strong>vem seguir a orientação do Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Interseçõesdo DNIT.143MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6.4. ASPECTOS OPERACIONAIS6.4.1. Sinais <strong>de</strong> tráfegoSinais <strong>de</strong> tráfego e marcas no pavimento têm um papel fundamental na obtenção <strong>de</strong> um fluxo <strong>de</strong>tráfego eficiente e seguro. Devem obe<strong>de</strong>cer às diretrizes do Manual <strong>de</strong> Sinalização Rodoviária doDNIT e do Manual Brasileiro <strong>de</strong> Sinalização <strong>de</strong> Trânsito do CONTRAN. Em complemento, po<strong>de</strong> serconsultado o Manual on Uniform Traffic Control Devices for Streets and Highways do FHWA, emsua versão mais recente.Consi<strong>de</strong>rações adicionais, <strong>para</strong> rodovias urbanas e suburbanas, incluem:− Em áreas visualmente complexas, como setores em <strong>de</strong>senvolvimento, os sinais críticos <strong>de</strong>vemser intensamente refletorizados, <strong>para</strong> que chame a atenção com maior eficiência;− Deve ser encorajado o uso <strong>de</strong> letras <strong>de</strong> maiores dimensões (150 mm ou maiores), <strong>para</strong> os sinais<strong>de</strong> nomes <strong>de</strong> ruas em interseções urbanas e suburbanas;− Sinais diagramáticos <strong>para</strong> orientar motoristas <strong>para</strong> vias expressas ou com maiores geradores <strong>de</strong>tráfego são convenientes em muitas áreas urbanas que são frequentemente visitadas pormotoristas <strong>de</strong> fora da cida<strong>de</strong>;− A colocação <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> orientação com o nome da via transversal acima, ou antes <strong>de</strong> umainterseção, pelo menos nas principais ruas coletoras, e acima das ruas transversais, ajuda ai<strong>de</strong>ntificação da rota a seguir e impe<strong>de</strong> mudanças <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> última hora e direção in<strong>de</strong>cisa;− Áreas com <strong>de</strong>senvolvimento muito <strong>de</strong>nso ten<strong>de</strong>m a ser sobrecarregadas <strong>de</strong> sinais. Deve serdada atenção especial à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada sinal e ao local <strong>de</strong> sua colocação. Sinais <strong>de</strong>regulamentação são os mais críticos, em seguida vêm os <strong>de</strong> advertência e então os <strong>de</strong>orientação.6.4.2. Velocida<strong>de</strong>s por zonasDois resultados indicativos do sucesso da fixação <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s limites em uma zona são a reduçãodo risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e a obediência aos limites <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> fixados. O fator que leva à aceitação,pelo motorista, do limite fixado é a sua percepção <strong>de</strong> que esse limite é razoável. Essa percepção ébaseada na intuição dos motoristas quanto ao risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, ou seja, seu sentido da máximavelocida<strong>de</strong> com que po<strong>de</strong>m prosseguir em segurança ao longo do trecho em que se encontram. Essa<strong>de</strong>cisão geralmente não é baseada nas características do <strong>projeto</strong> da rodovia, mas frequentemente porfatores subjetivos, como a familiarida<strong>de</strong> com o trecho e com o volume <strong>de</strong> tráfego observado. Uma144MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasexceção é quando o <strong>projeto</strong> das ruas <strong>de</strong> áreas resi<strong>de</strong>nciais é feito <strong>de</strong> modo a inibir velocida<strong>de</strong>s altas.Essa técnica “Traffic Calming” é usada mais frequentemente na Europa.Métodos <strong>para</strong> estabelecer limites <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> geralmente caem em três categorias:− Limites <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> são frequentemente baseados em pesquisas <strong>de</strong> campo, em que se<strong>de</strong>termina a velocida<strong>de</strong> abaixo da qual trafegam 85% dos veículos (velocida<strong>de</strong> percentil <strong>de</strong>85%);− Limites fixados por autorida<strong>de</strong>s locais são frequentes em pequenas localida<strong>de</strong>s e, em geral, sãovalores arbitrários e excessivamente baixos. A obediência a esses valores é quase sempremuito limitada, a não ser que o policiamento seja intensivo e visível;− Análise por engenheiros, na ausência <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s. É um método frequentementemenos usado.O primeiro método resulta em maior percentual <strong>de</strong> atendimento pelos motoristas. Estudos feitosmostram que a velocida<strong>de</strong> percentil – 85% – se situa entre 10 e 23 km/h dos limites <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>usualmente fixados, bem como 6 a 11 km/h acima da velocida<strong>de</strong> média. Esses mesmos estudosindicam, também, que o menor risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes se obtém com a velocida<strong>de</strong> percentil – 90% – <strong>de</strong>todas as velocida<strong>de</strong>s observadas.6.4.3. Paradas <strong>de</strong> ônibusDe um modo geral, as <strong>para</strong>das <strong>de</strong> ônibus <strong>de</strong>vem ser feitas após a travessia <strong>de</strong> uma interseção. Hávantagens e <strong>de</strong>svantagens das <strong>para</strong>das se situarem antes ou <strong>de</strong>pois das interseções. A <strong>para</strong>da antes dainterseção tem a vantagem <strong>de</strong> permitir que os passageiros entrem e saiam dos veículos no passeiolateral mais próximo da interseção, mas impe<strong>de</strong> a passagem dos veículos que preten<strong>de</strong>m seguir emfrente ou efetuar giros à direta. A <strong>para</strong>da após a interseção elimina os perigos <strong>de</strong> atropelamento <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres que atravessam na frente dos ônibus.6.5. INTERSEÇÕESEstudos norte-americanos revelam que, embora apenas uma pequena parcela <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong>rodovias seja ocupada por interseções, nelas ocorrem cerca <strong>de</strong> 60% <strong>de</strong> todos os aci<strong>de</strong>ntes. Este altonúmero resulta do potencial elevado <strong>de</strong> conflitos, na junção <strong>de</strong> duas ou mais rodovias. Além disso, apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erro humano é muito mais elevada nas interseções, on<strong>de</strong> os motoristas enfrentamuma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões: escolha <strong>de</strong> faixa, velocida<strong>de</strong>, rota e orientação <strong>para</strong> execução damanobra <strong>de</strong>sejada, que <strong>de</strong>ve ser executada em espaço e tempo relativamente curtos. Projetos <strong>de</strong>interseções ambíguos ou complexos po<strong>de</strong>m causar problemas <strong>operacionais</strong> e <strong>de</strong> segurança, não145MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasapenas <strong>para</strong> os motoristas, mas também <strong>para</strong> ciclistas e pe<strong>de</strong>stres. Os idosos são frequentemente osmais afetados. Os <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvidos <strong>de</strong> acordo com as recomendações do Manual <strong>de</strong>Projeto <strong>de</strong> Interseções – DNIT – 2005.6.5.1. Aspectos do <strong>projeto</strong>Embora se disponha dos resultados <strong>de</strong> uma quantida<strong>de</strong> bem elevada <strong>de</strong> pesquisas sobre <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>interseções seguras, as muitas variáveis que contribuem <strong>para</strong> a ocorrência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes dificultam ai<strong>de</strong>ntificação das soluções mais a<strong>de</strong>quadas. As seguintes características foram i<strong>de</strong>ntificadas comoelementos geométricos específicos que aumentam a segurança e <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados durante o<strong>projeto</strong> <strong>de</strong> uma interseção.a) Projeto das esquinasOs raios das curvas <strong>de</strong> concordância das esquinas afetam a segurança e a qualida<strong>de</strong> da operação <strong>de</strong>uma interseção. Raios maiores geralmente melhoram o fluxo <strong>de</strong> veículos, principalmente quando háocorrência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s caminhões. Raios <strong>de</strong> 10 a 15 m e curvas compostas <strong>de</strong> três centros ten<strong>de</strong>m afacilitar o movimento dos veículos e, no caso <strong>de</strong> ônibus e caminhões, reduzem a invasão das rodastraseiras nas faixas adjacentes. Por outro lado, raios maiores aumentam as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> giro e asextensões das travessias dos pe<strong>de</strong>stres. O posicionamento e visibilida<strong>de</strong> dos dispositivos <strong>de</strong> controle<strong>de</strong> tráfego po<strong>de</strong>m ser mais difíceis com o uso <strong>de</strong> raios maiores. Por essa razão, raios menores sãoconsi<strong>de</strong>rados como mais convenientes <strong>para</strong> o fluxo <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres. Assim sendo, a escolha dos raios<strong>de</strong>ve ser cuidadosamente feita, <strong>de</strong> modo a aten<strong>de</strong>r ao motorista e ao pe<strong>de</strong>stre, sem prejudicar asegurança <strong>de</strong> ambos.Quando se prevê tráfego elevado <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, os raios das curvas <strong>de</strong> concordância <strong>de</strong>vem ser osmenores admissíveis, <strong>para</strong> reduzir as distâncias a atravessar e aumentar suas distâncias <strong>de</strong>visibilida<strong>de</strong>. Ilhas canalizadoras, que po<strong>de</strong>m criar áreas <strong>de</strong> refúgio <strong>para</strong> os pe<strong>de</strong>stres e reduzir suaexposição na travessia <strong>de</strong> uma interseção, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas como alternativas. Quando sepermite estacionamento ao longo do meio-fio, em ambos os lados, a redução das distâncias aatravessar <strong>de</strong> 12 a 15 m po<strong>de</strong> passar a 6 a 7,50 m.Os <strong>de</strong>ficientes físicos exigem tratamento especial nas interseções. Em locais on<strong>de</strong> se prevê gran<strong>de</strong>número <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres <strong>de</strong>ficientes, as características do <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>vem ser selecionadas, <strong>de</strong> modo apermitir seu <strong>de</strong>slocamento com segurança. Uma das medidas típicas <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>ficientes é apre<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> rampas <strong>para</strong> ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> rodas com os meios-fios das calçadas rebaixados, ligadas àsfaixas <strong>de</strong> travessia. Leis <strong>de</strong>vem tornar obrigatórias essas rampas nas interseções, em novasconstruções. Aumenta-se a segurança, tornando mais rápida sua passagem nas interseções e146MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasdiminuindo sua exposição ao tráfego <strong>de</strong> veículos. Se possível, as rampas <strong>de</strong>vem ter uma inclinaçãosuave, não maior que 1:12, e textura anti<strong>de</strong>rrapagem, <strong>para</strong> segurança dos usuários <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>rodas e <strong>para</strong> que pe<strong>de</strong>stres cegos as i<strong>de</strong>ntifiquem. As coletas <strong>de</strong> água <strong>para</strong> drenagem <strong>de</strong>vem ficar amontante das travessias e rampas <strong>de</strong> acesso.b) CanalizaçãoInterseções largas ou complexas po<strong>de</strong>m ser confusas <strong>para</strong> os motoristas, se as direções a seguir nãosão claras ou se há <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>mais a tomar. Pe<strong>de</strong>stres que <strong>de</strong>sejam atravessar essas interseções sãoexpostos a tráfego <strong>de</strong> várias direções, por períodos superiores aos normais, aumentandodramaticamente o perigo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. A canalização po<strong>de</strong> reduzir esses problemas. Estudos têmmostrado que, quando usada corretamente, po<strong>de</strong> orientar bem a passagem pelas interseções e reduzirconsi<strong>de</strong>ravelmente os conflitos <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e veículos.As estratégias <strong>de</strong> canalização exigem <strong>projeto</strong> cuidadoso, como observado no Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong>Interseções do DNIT, <strong>para</strong> tornar a travessia óbvia, fácil <strong>de</strong> seguir e <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> indiscutível. Umnúmero mínimo <strong>de</strong> escolhas <strong>de</strong>ve ser apresentado ao motorista e os movimentos proibidos tornadosinacessíveis. Cuidados <strong>de</strong>vem ser tomados <strong>para</strong> evitar canalização pouco clara ou que requeira mais<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> cada vez. Gran<strong>de</strong>s ilhas <strong>de</strong>lineadas por meios-fios são mais visíveis que ilhaspintadas e ten<strong>de</strong>m a ser mais eficientes. Ilhas cercadas por meios-fios, com áreas inferiores a 7 m 2 ,<strong>de</strong>vem ser evitadas ou cuidadosamente avaliadas quanto à visibilida<strong>de</strong> e acessibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong>manutenção. On<strong>de</strong> uma ilha pequena ou estreita for necessária, po<strong>de</strong> ser preferível uma ilha pintada,porque, com a diminuição da sua visibilida<strong>de</strong>, a própria ilha po<strong>de</strong> ser objeto <strong>de</strong> impacto. As ilhas<strong>de</strong>vem ser precedidas <strong>de</strong> sinalização apropriada, que po<strong>de</strong> incluir placas, marcas do pavimento,pinturas termoplásticas, tachões, pavimentos <strong>de</strong> cor e textura diferentes. Uma revisão <strong>de</strong> todos osplanos <strong>de</strong> canalização <strong>de</strong>ve incluir, além da análise do próprio <strong>projeto</strong>, a verificação se, do ponto <strong>de</strong>vista <strong>de</strong> um motorista, a informação fornecida é correta e sem ambiguida<strong>de</strong>s.Informações adicionais sobre canalização po<strong>de</strong>m ser encontradas no Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong>Interseções - DNIT, no Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Geométrico <strong>de</strong> Travessias Urbanas – DNIT, no Manual<strong>de</strong> Sinalização Rodoviária – DNIT e nas publicações A Policy on Geometric Design of Highways andStreets – AASHTO – 2004, e Intersection Channelization Design Gui<strong>de</strong> – NCHRP Report 279 –TRB – 1985.c) Distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>Diversos estudos mostram que, quando a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma interseção é aumentada, oíndice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cresce. Análises <strong>de</strong> benefício-custo também são favoráveis à sua melhoria. Essa147MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasdistância é afetada por uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores, tais como a interferência <strong>de</strong> arbustos, sinais,edificações, cercas, pare<strong>de</strong>s e mudanças dos alinhamentos horizontal e vertical. De um modo geral, amaior distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> possível <strong>de</strong>ve ser incorporada ao <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> uma interseção. On<strong>de</strong>houver problemas <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vem ser tomadas medidas corretivas, através do <strong>projeto</strong> ou <strong>de</strong>elementos <strong>de</strong> controle.A distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> é reconhecida como <strong>de</strong> particular importância <strong>para</strong> os idosos e <strong>para</strong> osmotoristas <strong>de</strong> ônibus e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s caminhões. O tempo <strong>de</strong> reação dos motoristas idosos po<strong>de</strong> ter sidoreduzido com a ida<strong>de</strong>. O aumento da distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> da interseção provê uma maior margem<strong>de</strong> segurança, <strong>para</strong> compensar as <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong>sses motoristas. Esse aumento também é importante<strong>para</strong> caminhões em geral, <strong>de</strong>vido à sua menor capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aceleração. On<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong>tráfego <strong>de</strong> caminhões é esperado, <strong>de</strong>vem-se usar as taxas <strong>de</strong> aceleração <strong>de</strong> caminhões, ao invés das <strong>de</strong>carros <strong>de</strong> passeio, <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar as distâncias mínimas <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> a tolerar.d) Faixas exclusivas <strong>de</strong> giroFaixas exclusivas <strong>para</strong> giros à esquerda ou <strong>para</strong> giros à direita tornaram-se elementos comuns emmuitas interseções urbanas e suburbanas. Elas po<strong>de</strong>m aumentar a capacida<strong>de</strong>, melhorar a operação ereduzir consi<strong>de</strong>ravelmente a incidência <strong>de</strong> colisões traseiras. O <strong>projeto</strong> ina<strong>de</strong>quado do comprimentoda faixa reservada <strong>para</strong> veículos, aguardando a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efetuar a manobra <strong>de</strong> giro à esquerda,po<strong>de</strong> criar um problema <strong>de</strong> segurança, ao invés <strong>de</strong> uma melhoria. Por sua vez, o uso <strong>de</strong> faixascontínuas <strong>de</strong> giro à direita po<strong>de</strong> criar problemas <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> ciclistas e <strong>de</strong>ve ser objeto <strong>de</strong>controle, quanto ao seu número e seus comprimentos.Em função dos fluxos da interseção, <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>terminados os comprimentos <strong>para</strong> as faixas <strong>de</strong> giroà esquerda, que impeçam que os veículos, <strong>de</strong>sejando efetuar essa manobra, precisem esperar na faixaadjacente <strong>de</strong> tráfego direto, bloqueando-a. As faixas <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong>vem prever, pelo menos,espaço <strong>para</strong> dois carros <strong>de</strong> passeio ou um carro e um caminhão (ou ônibus, se for mais frequente),on<strong>de</strong> houver mais <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong> caminhões e ônibus. Os tapers <strong>de</strong>vem ter <strong>de</strong> 30 a 54 m, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo davelocida<strong>de</strong> da via. On<strong>de</strong> se dispuser <strong>de</strong> canteiros centrais largos, parte do canteiro po<strong>de</strong> ser usada<strong>para</strong> se<strong>para</strong>r o tráfego <strong>de</strong> giro do tráfego direto.e) Curvas horizontais e superelevaçãoPo<strong>de</strong>m surgir problemas no <strong>projeto</strong> da superelevação em uma curva horizontal da rodovia, eminterseções <strong>de</strong> áreas urbanas e suburbanas. Se a via secundária que atravessa a curva vier do seu ladoexterno, atinge primeiro a maior altura da seção e <strong>de</strong>sce <strong>para</strong> a mais baixa. Em tempo chuvoso, osveículos da rodovia principal, que giram à esquerda, a partir do lado mais alto, correm o risco <strong>de</strong>148MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias<strong>de</strong>slizar lateralmente sobre veículos que se aproximam, pelo lado oposto. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>superelevação, nessas situações, <strong>de</strong>ve ser cuidadosamente avaliada.f) Pe<strong>de</strong>stres idososEstudos revelam que os idosos têm menor participação percentual em aci<strong>de</strong>ntes que os mais jovens,mas representam cerca <strong>de</strong> um décimo dos que são feridos e mais <strong>de</strong> um quarto das mortes <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres, sendo, portanto, muito mais sujeitos a serem mortos, se forem atingidos por um veículo,que os jovens. A maioria dos aci<strong>de</strong>ntes que os pe<strong>de</strong>stres idosos sofrem ocorre durante o dia, nos diasúteis, nas interseções e em áreas urbanas.Os dados envolvendo aci<strong>de</strong>ntes com idosos revelam características comuns. Aparentemente, osidosos aparecem em maior número nos aci<strong>de</strong>ntes, em que o veículo envolvido está andando emmarcha à ré, principalmente em ruas, acessos a proprieda<strong>de</strong>s e áreas <strong>de</strong> estacionamento. Eminterseções, parece sofrer maior risco, quando eles <strong>de</strong>scem do meio-fio e são atingidos por veículosefetuando giros à esquerda ou saindo <strong>de</strong> uma interseção. Outros fatores que contribuem <strong>para</strong>aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres idosos incluem a presença <strong>de</strong> anúncios visuais e, à sua aparência, poucoperceptível, principalmente à noite e durante os meses <strong>de</strong> inverno, com a presença <strong>de</strong> sombras longase ofuscamento, provocado pelos raios <strong>de</strong> sol com ângulos baixos. Os tempos das fases dos semáforose a fé que os idosos <strong>de</strong>positam nos mesmos também parecem contribuir <strong>para</strong> aci<strong>de</strong>ntes. A permissão<strong>de</strong> giros <strong>de</strong> veículos à direita com o sinal vermelho e os giros à esquerda são, também, aspectoscríticos do <strong>projeto</strong>, que afetam os pe<strong>de</strong>stres idosos.Engenheiros e planejadores <strong>de</strong>vem procurar medidas a aplicar em áreas com uma gran<strong>de</strong>concentração <strong>de</strong> idosos e <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes que os atingem, tais como locais <strong>de</strong> reunião ou retiro <strong>de</strong> idosos,shopping centers, áreas centrais e hospitais. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>sses locais é uma medida preliminarefetiva <strong>para</strong> lidar com esse problema.Essas medidas incluem: maiores intervalos <strong>para</strong> os pe<strong>de</strong>stres em sinais luminosos (semáforos),complementação com sinais sonoros, fases exclusivas <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres, cancelas, restrição ou proibição<strong>de</strong> giros à direita com o sinal vermelho, medidas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego específicas <strong>para</strong> a área,instalação ou melhoria dos passeios laterais e ilhas <strong>para</strong> refúgio. Devem ser avaliados os efeitos<strong>de</strong>ssas medidas no tráfego <strong>de</strong> veículos.g) Ilhas <strong>de</strong> refúgio e canteiros centraisIlhas <strong>de</strong> refúgio e canteiros centrais constituem áreas seguras <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres entre correntes <strong>de</strong>tráfego opostas ou em uma interseção. Devem ser <strong>de</strong>lineados com marcas no pavimento (pintura,149MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviastachões ou materiais contrastantes), ou ser dotados <strong>de</strong> meios-fios intransponíveis. Devem tercaracterísticas que permitam seu uso por pe<strong>de</strong>stres idosos.Ilhas <strong>de</strong> refúgio ou canteiros centrais po<strong>de</strong>m ser atravessadas em estágios sucessivos, permitindoobservar se<strong>para</strong>damente o tráfego <strong>de</strong> cada sentido. Elas são instaladas usualmente em ruas largas, <strong>de</strong>várias faixas, em que o tempo <strong>para</strong> travessia exige que se interrompa o fluxo <strong>de</strong> veículos. Uma ilha<strong>de</strong> refúgio <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada, sempre que a largura da via, <strong>de</strong> meio-fio <strong>para</strong> meio-fio, exce<strong>de</strong>r25 m. Essa observação é especialmente importante on<strong>de</strong> houver número substancial <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres com<strong>de</strong>ficiências ou idosos. Quando um local semaforizado for acionado por botoeiras, uma <strong>de</strong>las <strong>de</strong>veficar na ilha. Essas ilhas <strong>de</strong>vem ter pelo menos 2,50 m <strong>de</strong> largura e, em nenhum caso, menos que1,20 m. Seu comprimento não <strong>de</strong>ve ser menor que a largura da faixa <strong>de</strong> travessia e nunca inferior a1,50 m. O nariz da aproximação da ilha <strong>de</strong>ve receber tratamento que a torne bem visível <strong>para</strong> osmotoristas.h) Barreiras <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stresEstudos indicam que os atropelamentos respon<strong>de</strong>m por uma em cada cinco mortes do tráfego epo<strong>de</strong>m representar <strong>de</strong> 30 a 50% <strong>de</strong> todas as colisões nas áreas urbanas. Porém, <strong>de</strong>vido ao fato daparticipação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres ser maior nas áreas urbanas, constituem cerca <strong>de</strong> 50% dos aci<strong>de</strong>ntes commortos em algumas cida<strong>de</strong>s. Quase 40% das mortes ocorrem quando pe<strong>de</strong>stres atravessam ruas entreinterseções; os aci<strong>de</strong>ntes com feridos seguem a mesma tendência. Uma medida <strong>para</strong> evitaratropelamentos é o uso <strong>de</strong> barreiras <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres. Po<strong>de</strong> ser feita com correntes, cercas, telas, gradis,jardineiras, muretas, <strong>de</strong>fensas ou outras medidas que separem os pe<strong>de</strong>stres do tráfego <strong>de</strong> veículos.Essas barreiras po<strong>de</strong>m conduzir os pe<strong>de</strong>stres a locais com travessia segura e impedindo queatravessem em locais perigosos. Barreiras no canteiro central po<strong>de</strong>m reduzir muito as travessias <strong>de</strong>meio <strong>de</strong> quadra e a presença <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres correndo na via. Po<strong>de</strong>m ser instaladas exclusivamentecomo barreiras <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres ou ser incorporadas em barreiras do canteiro central, <strong>para</strong> se<strong>para</strong>ção <strong>de</strong>veículos.Barreiras no passeio lateral normalmente são localizadas junto ao meio-fio, afastadas <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>, pelomenos, 0,30 m. Conduzem os pe<strong>de</strong>stres a travessias seguras ou em nível diferente e impe<strong>de</strong>m queatravessem em locais potencialmente perigosos. Barreiras <strong>de</strong> plantas não são recomendadas em umaárea lateral sem outros obstáculos ou em passeios estreitos, em que possam impedir a circulação <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres.Nas vias expressas urbanas, o tipo <strong>de</strong> barreira utilizado <strong>para</strong> impedir que o pe<strong>de</strong>stre atravesse a via,mais comumente adotado, é uma barreira rígida com tela <strong>de</strong> proteção colocada ao longo da via.150MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasi) Superfície do pavimentoAci<strong>de</strong>ntes com tempo chuvoso são comuns. Aproximadamente 25% <strong>de</strong> todas as colisões, bem como13,5% das colisões com mortes, ocorrem com pavimento molhado. Quando são estudados osaci<strong>de</strong>ntes em relação às características do pavimento, nos locais em que ocorrem, as interseções estãoem terceiro lugar em número <strong>de</strong> batidas, em pavimentos molhados. Grei<strong>de</strong>s maiores que 3% oumenores que -3% apresentam maiores números <strong>de</strong> colisões que grei<strong>de</strong>s horizontais. O Special Report214 do TRB (Designing Safer Roads) informa que as interseções são os locais que mais exigem darelação pneu-pavimento. Quase todas as combinações pneu-pavimento provêm suficiente atrito <strong>para</strong>a execução das manobras usuais. As piores condições ocorrem quando um número elevado <strong>de</strong>veículos, com gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximação, em pavimento molhado, tem que <strong>para</strong>rrapidamente.O tipo do material da superfície, seu <strong>de</strong>sgaste pelo uso ou estado <strong>de</strong> polimento pelo tráfego e a<strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> da superfície são atributos importantes na <strong>de</strong>finição do atrito entre o pneu e o pavimento.Ranhuras (grooving) po<strong>de</strong>m ser feitas, <strong>para</strong> compensar parcialmente a textura <strong>de</strong>ficiente dopavimento. A fricção entre o pneu e o pavimento afeta, <strong>de</strong> forma primária, as colisões que ocorremquando o pavimento está molhado.Uma gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong> norte-americana empreen<strong>de</strong>u um programa <strong>para</strong> melhorar as interseções, <strong>de</strong>pois<strong>de</strong> constatar que 70% dos aci<strong>de</strong>ntes ocorriam nas interseções, molhadas ou não. Foi aplicado umrecapeamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong> atrito, em mais <strong>de</strong> 800 interseções e em outras áreaspotencialmente perigosas, como as proximida<strong>de</strong>s das travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres. O estudo docomportamento do <strong>projeto</strong> indicou 31% <strong>de</strong> redução dos aci<strong>de</strong>ntes. Embora o tratamento feito sejacaro (resina <strong>de</strong> epoxi, com agregado calcinado <strong>de</strong> bauxita), os resultados compensarameconomicamente. As aproximações das interseções são potencialmente indicadas <strong>para</strong> melhorias<strong>de</strong>stinadas a reduzir os aci<strong>de</strong>ntes nos dias <strong>de</strong> chuva.6.5.2. Aspectos <strong>operacionais</strong>a) Travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stresQuando necessária e localizada a<strong>de</strong>quadamente, a marcação com pintura <strong>de</strong> uma travessia <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres (faixas <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres) po<strong>de</strong> apresentar os seguintes resultados:− Servem, <strong>de</strong> uma forma limitada, como um aviso <strong>para</strong> lembrar aos motoristas que conflitos compe<strong>de</strong>stres po<strong>de</strong>m ser esperados;− Indicam aos pe<strong>de</strong>stres o lugar mais seguro <strong>para</strong> atravessar;151MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Limitam as travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres a locais específicos;− Ajudam a reforçar a regulamentação das travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres.Há travessias em que as faixas são úteis e outras em que são danosas <strong>para</strong> a segurança dos pe<strong>de</strong>stres.Geralmente as travessias dotadas <strong>de</strong> faixas pintadas são mais benéficas em interseções semaforizadas,com gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, travessias <strong>de</strong> meio <strong>de</strong> quadra controladas por semáforos, incluindofases específicas <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres, e travessias junto a escolas, que são controladas por adultos oupoliciais, durante os períodos <strong>de</strong> entrada e saída das aulas. As faixas <strong>de</strong>vem ser pintadas on<strong>de</strong> hánecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indicar o lugar a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> a travessia, <strong>para</strong> evitar dúvidas e confusão por parte dospe<strong>de</strong>stres e motoristas. Critérios relativos aos volumes <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres nas travessias po<strong>de</strong>m serencontrados na publicação Investigation of Exposure Based Pe<strong>de</strong>strian Acci<strong>de</strong>nt Áreas: Crosswalks,Si<strong>de</strong>walks, Local Streets, and Major Arterials – FHWA – 1987.Travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres em canteiros com meios-fios também exigem atenção. Frequentemente, ocanteiro central serve como área <strong>de</strong> refúgio <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres. É <strong>de</strong>sejável que o meio-fio seja rebaixado,<strong>para</strong> permitir a passagem <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> rodas. A largura <strong>de</strong>sejada é <strong>de</strong> 2,50 m e a mínima é 1,20 m,<strong>para</strong> se tenha um abrigo seguro <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres com <strong>de</strong>ficiências.As faixas <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> três tipos:− Tipo <strong>para</strong>lela (linhas <strong>para</strong>lelas, limitando a faixa <strong>de</strong> travessia);− Tipo zebrada (linhas <strong>para</strong>lelas, limitando a faixa <strong>de</strong> travessia, ligadas por transversaisigualmente espaçadas);− Pintura <strong>de</strong> toda a área a ser utilizada <strong>para</strong> travessia.Nas faixas zebradas, a largura das linhas varia <strong>de</strong> 0,30 a 0,40 m e o espaçamento entre elas, <strong>de</strong> 0,30 a0,80 m. A largura mínima das faixas <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 3,00 m, po<strong>de</strong>ndo variar em função do volume <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres e da visibilida<strong>de</strong>.Pesquisas indicam problemas <strong>de</strong> segurança em travessias em meio <strong>de</strong> quadra. Se a travessia nãopu<strong>de</strong>r ser evitada, pré-sinalização combinada com sinalização suspensa sobre a travessia é a formamais eficiente <strong>de</strong> alertar o motorista. Extensões <strong>de</strong> calçadas (bulb-outs) são a<strong>de</strong>quadas <strong>para</strong> controlaro estacionamento e ajudar a percepção do pe<strong>de</strong>stre (Figura 40).152MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 40 – Extensão <strong>de</strong> calçadab) Sinais sonoros <strong>para</strong> os pe<strong>de</strong>stresSinais sonoros <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres são dispositivos conectados ao controle dos semáforos que emitem umsom, <strong>para</strong> alertá-los <strong>de</strong> que o intervalo <strong>para</strong> travessia começou. O sinal é particularmente importante<strong>para</strong> os idosos, que frequentemente são lentos em iniciar sua travessia em uma interseção. Com essainformação complementar, os pe<strong>de</strong>stres po<strong>de</strong>m começar a travessia imediatamente, facilitando suaconclusão antes da mudança do sinal. Com base na experiência americana, sinais auditivos sãoviáveis, mas não <strong>de</strong>vem ser instalados em qualquer lugar. Devem ser seguidos os seguintes critérios,<strong>para</strong> sua instalação:− A interseção <strong>de</strong>ve ter sinalização semafórica (sinais luminosos);− O mecanismo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>ve permitir sua adaptação;− O sinal audível também po<strong>de</strong> ser emitido nos casos <strong>de</strong> acionamento pelo pe<strong>de</strong>stre;− A localização do sinal sonoro <strong>de</strong>ve ser audível, levando em conta as condições <strong>de</strong> tipo <strong>de</strong> usoda área lateral, do nível <strong>de</strong> ruídos local e da aceitação pelos habitantes;− Deve ser <strong>de</strong>monstrada a sua necessida<strong>de</strong>.Sinais sonoros não são usualmente utilizados no Brasil, a não ser em travessias <strong>de</strong> ferrovias e emportas <strong>de</strong> garagens, <strong>para</strong> avisar saídas ou entradas <strong>de</strong> veículos. A avaliação dos fatores <strong>de</strong> interesse153MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias<strong>de</strong>ve incluir segurança da interseção, uso <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, condições do tráfego e condições <strong>de</strong>mobilida<strong>de</strong>.c) Fases do semáforo <strong>para</strong> giros à esquerdaManobras <strong>de</strong> giro à esquerda em interseções semaforizadas po<strong>de</strong>m começar <strong>de</strong> uma faixa auxiliar ouda faixa esquerda da via (usada em conjunto com o tráfego direto). Essas manobras são executadasdas seguintes maneiras:− Giros protegidos: feitos a partir <strong>de</strong> uma faixa reservada <strong>para</strong> giros à esquerda, durante umafase especial da sinalização, em que o tráfego oposto conflitante é obrigado a <strong>para</strong>r;− Giros permitidos: feitos através <strong>de</strong> intervalos do tráfego oposto, que tem preferência. Seiniciarem a partir <strong>de</strong> uma faixa compartilhada com o tráfego direto, po<strong>de</strong> ser provocado algumcongestionamento;− Giros sem oposição: não necessitam <strong>de</strong> uma fase especial, porque não têm que dar preferênciaa tráfego em sentido contrário. Isso ocorre em interseções com três ramos, interseções <strong>de</strong>rodovias <strong>de</strong> sentido único, ou quando os movimentos são controlados por fases in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<strong>para</strong> cada ramo.A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma fase <strong>para</strong> giros à esquerda é baseada no volume <strong>de</strong> giros à esquerda, volumedo tráfego oposto, duração do ciclo e outros fatores. On<strong>de</strong> o tráfego que gira à esquerda exigir umafase in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (giros protegidos), a mesma po<strong>de</strong> prece<strong>de</strong>r ou suce<strong>de</strong>r a fase correspon<strong>de</strong>nte aotráfego direto. Neste caso, em que os giros são executados com a interrupção do tráfego direto nosentido oposto, tem-se a situação mais segura, mas que resulta em maiores <strong>de</strong>moras e eventuaisinfrações. Esta fase aplica-se, também, a pe<strong>de</strong>stres e ciclistas.Quando se permitem giros à esquerda, quando há um intervalo suficiente na corrente oposta, o ciclodo sinal é menor, reduzindo a <strong>de</strong>mora. Trata-se <strong>de</strong> uma técnica eficiente, embora ofereça maissegurança à existência <strong>de</strong> uma fase <strong>de</strong> proteção dos giros à esquerda.Os critérios que se seguem <strong>de</strong>vem ser atendidos <strong>para</strong> que se adote diretamente a fase <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong>giros à esquerda, se o engenheiro <strong>de</strong> tráfego consi<strong>de</strong>rar que giros, através <strong>de</strong> intervalos do tráfegooposto, possam reduzir a segurança:− É <strong>de</strong>ficiente a visão do tráfego oposto, <strong>de</strong>vido à curvatura da rodovia (horizontal ou vertical)ou <strong>de</strong> veículos do sentido oposto, que giram à esquerda;− A velocida<strong>de</strong> limite do tráfego oposto é superior a 70 km/h;154MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− O tráfego que gira à esquerda tem que atravessar três ou mais faixas do tráfego direto oposto;− A fase <strong>de</strong> permissão está correntemente em uso e o número <strong>de</strong> colisões <strong>de</strong> veículos que giramà esquerda, incluindo pe<strong>de</strong>stres e ciclistas, causados por veículos que giram à esquerda, ésuperior a 6 por ano;− Existe uma geometria pouco comum no local da interseção, o que torna o uso da fase <strong>de</strong>permissão <strong>de</strong> giros à esquerda particularmente confusa ou insegura;− A aproximação da interseção tem duas ou mais faixas <strong>de</strong> giro à esquerda.O Manual <strong>de</strong> Semáforos e o Manual <strong>de</strong> Sinalização Semafórica do CONTRAN fornecem orientação<strong>para</strong> <strong>de</strong>terminação da fase a<strong>de</strong>quada.d) Giro à direita (esquerda) com sinal vermelhoOs giros à direita com sinal vermelho, em interseções semaforizadas, são frequentemente permitidose têm-se revelado uma forma efetiva <strong>de</strong> reduzir <strong>de</strong>moras, evitar frustração dos motoristas e baixar oconsumo <strong>de</strong> combustível. Há realmente algumas interseções em que <strong>de</strong>vem ser colocados sinaisproibindo esses giros, <strong>de</strong>vido a conflitos com pe<strong>de</strong>stres e ciclistas, pouca distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> ouum histórico documentado <strong>de</strong> colisões. Distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> limitada é o critério básico <strong>para</strong><strong>de</strong>terminação da conveniência <strong>de</strong> proibir esses giros. Uma das maneiras <strong>de</strong> aumentar a distância <strong>de</strong>visibilida<strong>de</strong> dos motoristas que giram à direita com sinal vermelho, proveniente <strong>de</strong> uma via <strong>de</strong> duasou mais faixas, é recuar, cerca <strong>de</strong> 1,50 a 3,00 m, as linhas <strong>de</strong> espera das faixas da esquerda e/oucentral.Os giros à esquerda com sinal vermelho em interseções semaforizadas são menos usados, mas po<strong>de</strong>mser permitidos em algumas áreas, on<strong>de</strong> duas vias <strong>de</strong> sentido único se interceptam. Também reduzemas <strong>de</strong>moras, as frustrações dos motoristas e o consumo <strong>de</strong> combustível, mas po<strong>de</strong>m não ser a<strong>de</strong>quadas<strong>para</strong> todas as interseções. O Manual <strong>de</strong> Sinalização Rodoviária do DNIT e o Manual do CONTRANfornecem sinais apropriados <strong>para</strong> ambos os tipos <strong>de</strong> giro, à direita e à esquerda.e) IluminaçãoDevem ser i<strong>de</strong>ntificados os locais críticos que necessitam <strong>de</strong> iluminação a<strong>de</strong>quada. Sua justificativapo<strong>de</strong> ser um número elevado <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes noturnos, em relação ao total <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, ou um registro<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes ou congestionamentos em locais com visibilida<strong>de</strong> ina<strong>de</strong>quada, passíveis <strong>de</strong> seremreduzidos por iluminação. Tais locais incluem:− Área <strong>de</strong> entrelaçamento;155MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Rampas <strong>de</strong> entrada e saída;− Cruzamentos apresentando movimentos conflitantes <strong>de</strong> tráfego ou uma canalização <strong>de</strong>ficientedo tráfego;− Ruas urbanas, apresentando conflitos com pe<strong>de</strong>stres;− Cruzamentos rodoferroviários em nível.Os suportes das luminárias <strong>de</strong>vem ser construídos e colocados, <strong>de</strong> forma tal a oferecer o menorperigo possível aos veículos <strong>de</strong>sgovernados. Os postes altos ou a iluminação em torres reduz aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suportes exigidos, resultando também em sua localização em áreas seguras. Esse tipo<strong>de</strong> iluminação tem <strong>de</strong>monstrado a sua eficácia, especialmente nas áreas dos entroncamentos.Contudo, todo o cuidado <strong>de</strong>ve ser tomado, no sentido <strong>de</strong> não localizar postes na linha <strong>de</strong> visão normaldos motoristas.6.6. TRAFFIC CALMING“Traffic Calming” é um conjunto <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong>stinadas a amenizar os impactos do tráfego na vidaurbana, através <strong>de</strong> alterações das vias existentes, por meio da implantação <strong>de</strong> dispositivos físicos queprovoquem redução das suas velocida<strong>de</strong>s, volumes e o aumento da segurança. Em princípio, po<strong>de</strong> seraplicado aos níveis <strong>de</strong> rua local, corredor ou da cida<strong>de</strong> como um todo, mas normalmente não incluivias arteriais. Geralmente é dada maior ênfase à redução <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s e é complementada com aimplantação <strong>de</strong> dispositivos físicos, com leis regulando estacionamentos e velocida<strong>de</strong>s.O gerenciamento do tráfego em áreas resi<strong>de</strong>nciais, caso particular <strong>de</strong> traffic calming, consiste no uso<strong>de</strong> dispositivos físicos e outras medidas, incluindo regulamentação <strong>para</strong> influenciar a operação dosveículos, <strong>de</strong> modo a tornar as ruas locais mais seguros e agradáveis. Programas <strong>de</strong> gerenciamento sãonormalmente elaborados <strong>para</strong> reduzir velocida<strong>de</strong>s, ruídos dos veículos, impactos visuais e volumesdo tráfego <strong>de</strong> passagem em áreas resi<strong>de</strong>nciais, por meios psicológicos, visuais, sociais e legais.A velocida<strong>de</strong> do tráfego é um aspecto crítico da segurança dos pe<strong>de</strong>stres. Pesquisas mostram que,com exceção <strong>de</strong> crianças e idosos, os pe<strong>de</strong>stres não costumam sofrer ferimentos graves quandoatingidos por veículos com velocida<strong>de</strong>s menores que 30 km/h, mas, acima <strong>de</strong>stas velocida<strong>de</strong>s, corremrisco <strong>de</strong> morte ou <strong>de</strong> sofrer ferimentos graves. A aplicação dos programas <strong>de</strong> gerenciamento dotráfego com a inclusão do traffic calming aumenta a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevivência dos pe<strong>de</strong>stresque forem atropelados, caso não se consiga eliminar esses aci<strong>de</strong>ntes.São apresentadas a seguir consi<strong>de</strong>rações gerais relativas a esses programas:156MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− A velocida<strong>de</strong> é mais importante que o volume <strong>de</strong> tráfego e <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada compriorida<strong>de</strong>;− O envolvimento da população local é importante <strong>para</strong> o sucesso do programa;− As medidas a serem tomadas <strong>de</strong>vem se enquadrar e melhorar o ambiente;− Os <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong>vem ser facilmente previsíveis e fáceis <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r, pelos motoristas e <strong>de</strong>maisusuários;− Devem ser aplicadas soluções bem projetadas, baseadas nas informações disponíveis sobre suaaplicação e seus efeitos;− As áreas <strong>de</strong> aplicação e seus elementos <strong>de</strong>vem ser a<strong>de</strong>quadamente sinalizados, marcados compintura e iluminadas, <strong>para</strong> que sejam visíveis por motoristas, ciclistas e pe<strong>de</strong>stres;− Os dispositivos implantados <strong>de</strong>vem ser espaçados, <strong>de</strong> modo a terem o efeito <strong>de</strong>sejado navelocida<strong>de</strong>, nem tão longe, que tenham efeito limitado, nem tão perto, que sejam umaborrecimento e impliquem em custos <strong>de</strong>snecessários. Geralmente necessitam ser espaçadoscerca <strong>de</strong> 100 a 150 m;− As soluções adotadas não <strong>de</strong>vem ser subdimensionadas, <strong>para</strong> evitar que não cumpram seusobjetivos. Rampas muito baixas nas ondulações transversais e curvas excessivamente suaves,nas chicanes, po<strong>de</strong>m não aten<strong>de</strong>r aos objetivos <strong>de</strong>sejados e parecer um <strong>de</strong>sperdício do dinheiropúblico;− Se uma medida tomada provocar <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> tráfego, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados os efeitosresultantes, <strong>para</strong> evitar que se transmita simplesmente um problema <strong>de</strong> um lugar <strong>para</strong> outro;− Os dispositivos implantados <strong>de</strong>vem ser a<strong>de</strong>quadamente conservados, <strong>para</strong> que atinjam seusobjetivos;− O aspecto estético <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado, <strong>de</strong> modo a não enfear o local e criar má vonta<strong>de</strong> comsua implantação;− Os dispositivos não po<strong>de</strong>m constituir perigo <strong>para</strong> ciclistas;− Não <strong>de</strong>vem ser criados empecilhos ao acesso <strong>de</strong> veículos e equipamentos <strong>de</strong> emergência(polícia, ambulâncias, bombeiros etc.).157MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6.6.1. Técnicas <strong>para</strong> gerenciamento do tráfego em áreas resi<strong>de</strong>nciaisa) Desviadores <strong>de</strong> tráfegoEm áreas resi<strong>de</strong>nciais, com ruas dispostas em malhas retangulares, po<strong>de</strong> ser conveniente restringircorrentes <strong>de</strong> tráfego direto. Um <strong>de</strong>sviador <strong>de</strong> tráfego (traffic diverter) é um obstáculo colocado emuma interseção, ou através <strong>de</strong>la, <strong>para</strong> <strong>de</strong>sviar o tráfego. Por exemplo, a Figura 41 mostra um<strong>de</strong>sviador diagonal que transforma a interseção em duas ruas sem conexão, efetuando, em cada uma<strong>de</strong>las, um giro <strong>de</strong> 90°. Seu objetivo principal é dificultar o <strong>de</strong>slocamento direto em uma <strong>de</strong>terminadaárea resi<strong>de</strong>ncial, reduzindo os volumes <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong>ssas vias pelo seu <strong>de</strong>svio através <strong>de</strong> outras ruasda vizinhança. As ilhas criadas po<strong>de</strong>m ser usadas <strong>para</strong> paisagismo e melhoria estética da área.Po<strong>de</strong>m, também, ser usadas como áreas <strong>de</strong> refúgio, <strong>para</strong> travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres. No <strong>projeto</strong>, <strong>de</strong>vemser usados materiais que só possam causar pequenos danos, se forem atingidos por um veículo<strong>de</strong>sgovernado: arbustos <strong>para</strong> paisagismo e não árvores, postes <strong>de</strong> sinalização quebráveis e meios-fiostransponíveis. Desviadores <strong>de</strong> tráfego são frequentemente usados <strong>para</strong> reduzir velocida<strong>de</strong>s.Figura 41 – Desviadores <strong>de</strong> tráfegob) Fechamento <strong>de</strong> ruasO fechamento <strong>de</strong> uma rua é feito por uma barreira que elimina todo o tráfego <strong>de</strong> passagem dosveículos motorizados, permitindo apenas a travessia <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclistas (Figura 42). É aumentadasignificativamente a segurança, por serem reduzidos substancialmente os volumes <strong>de</strong> tráfego e asvelocida<strong>de</strong>s nas proximida<strong>de</strong>s da interrupção. O tráfego direto impedido é transferido <strong>para</strong> outrasáreas <strong>de</strong> tráfego local. O fechamento <strong>de</strong> ruas po<strong>de</strong> contrariar outros objetivos dos planos <strong>de</strong> transporte158MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviase <strong>de</strong> uso do solo, que encorajem a criação <strong>de</strong> malhas <strong>de</strong> ruas abertas, <strong>para</strong>lelas e proximamenteperpendiculares. O bloqueio <strong>de</strong> um dos sentidos <strong>de</strong> tráfego permite o tráfego <strong>de</strong> passagem do sentidooposto. O tráfego bloqueado é <strong>de</strong>sviado, mas permite o acesso <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> emergência e <strong>de</strong>moradores locais, que violem a proibição. Os segmentos <strong>de</strong> ruas criados pelo fechamento <strong>de</strong> uma ruacostumam ser chamados <strong>de</strong> rua sem saída ou cul-<strong>de</strong>-sac, quando provida <strong>de</strong> área suficiente <strong>para</strong> queum veículo execute um giro <strong>de</strong> retorno.Figura 42 – Fechamento <strong>de</strong> ruac) Acessos <strong>de</strong> conjuntos resi<strong>de</strong>nciaisOs acessos <strong>de</strong> conjuntos resi<strong>de</strong>nciais incluem uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações, tais comoi<strong>de</strong>ntificação da área, sinais, monumentos, paisagismo, tipo especial <strong>de</strong> pavimento, acessos maisestreitos e outras características (Figura 43). Esses elementos informam aos motoristas que estãoentrando em uma área resi<strong>de</strong>ncial, a partir <strong>de</strong> uma via em que o tráfego tem maiores velocida<strong>de</strong>s.159MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 43 – Acesso <strong>de</strong> conjunto resi<strong>de</strong>nciald) Rótulas mo<strong>de</strong>rnasAs rótulas mo<strong>de</strong>rnas são interseções circulares em que é dada preferência ao tráfego que percorre arótula, em <strong>de</strong>trimento dos que têm acesso à mesma (Figura 44). O raio <strong>de</strong> curvatura da ilha central<strong>de</strong>fine a velocida<strong>de</strong> com que a rótula é percorrida, funcionando como um redutor <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. Paramaiores informações, consultar o Manual <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Interseções do DNIT.Figura 44 – Rótula mo<strong>de</strong>rna160MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6.6.2. Métodos utilizados <strong>para</strong> “Traffic Calming”a) MinirrótulasSão pequenas rótulas mo<strong>de</strong>rnas, introduzidas no centro <strong>de</strong> interseções <strong>de</strong> ruas locais, e os seusacessos são controlados por sinais <strong>de</strong> <strong>para</strong>da obrigatória ou <strong>de</strong> preferência <strong>para</strong> o tráfego na rotatória(Figura 45). Po<strong>de</strong>m ser usadas <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r aos objetivos do Traffic Calming. De preferência, não<strong>de</strong>vem situar-se em itinerários <strong>de</strong> ônibus ou caminhões, veículos que exigem maiores larguras <strong>de</strong>pista <strong>para</strong> suas conversões. Criam uma condição, em que os veículos são obrigados a reduzir suasvelocida<strong>de</strong>s nas interseções, mas po<strong>de</strong>m ter influência negativa no <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> crianças, idosos epe<strong>de</strong>stres com <strong>de</strong>ficiências. As minirrótulas <strong>de</strong>vem ser projetadas, com base nas características edimensões do veículo <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, <strong>de</strong> modo que seu <strong>de</strong>slocamento não invada as áreas <strong>de</strong>stinadas aospe<strong>de</strong>stres.Figura 45 – MinirrótulaA maioria dos motoristas ten<strong>de</strong> a seguir a menor trajetória através da rótula e, quando giram àesquerda, começam seu giro antes <strong>de</strong> atingir a ilha central, ao invés <strong>de</strong> prosseguir com a trajetóriacircular. Isso po<strong>de</strong> afetar as expectativas dos pe<strong>de</strong>stres e outros motoristas que estão atravessando ainterseção. Por esse motivo, é melhor não adotá-las em interseções com gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> giros àesquerda.As minirrótulas das áreas resi<strong>de</strong>nciais são frequentemente dotadas <strong>de</strong> paisagismo, o que torna seuaspecto mais agradável. O paisagismo <strong>de</strong>ve ser projetado, <strong>de</strong> modo a não bloquear a visão entremotoristas e pe<strong>de</strong>stres. São sugeridas árvores com copadas altas juntamente com arbustos que nãoexcedam a altura <strong>de</strong> 0,60 a 0,90 m. É recomendável usar meios-fios transponíveis no perímetro da161MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasilha central, <strong>para</strong> permitir que eventuais veículos, que excedam a largura adotada no <strong>projeto</strong>, subamna borda da ilha, como po<strong>de</strong> ocorrer com veículos especiais, aten<strong>de</strong>ndo a emergências.b) ChicanesChicanes são alargamentos das calçadas ou ilhas (projetadas <strong>para</strong> fins <strong>de</strong> paisagismo ou <strong>para</strong> <strong>de</strong>finiros trechos <strong>de</strong> estacionamento junto ao meio-fio), alternando <strong>de</strong> lado na rua, <strong>para</strong> modificar o aspecto<strong>de</strong> largas faixas retas das ruas resi<strong>de</strong>nciais longas. Estudos têm mostrado que po<strong>de</strong>m ser muitoeficientes na redução <strong>de</strong> volumes e velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tráfego. Não impe<strong>de</strong>m o acesso <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong>maiores dimensões, inclusive os <strong>de</strong> emergência. Po<strong>de</strong>m ser tornados bem visíveis, com sinais, meiosfiospintados, paisagismo, refletores e iluminação das ruas. A Figura 46 mostra um exemplo <strong>de</strong> suaaplicação ao longo <strong>de</strong> ruas <strong>de</strong> uma área resi<strong>de</strong>ncial. Observa-se que não é permitido o estacionamentopróximo às interseções.Figura 46 – Chicanesc) Alargamentos das calçadas em esquinasAlargamentos das calçadas em esquinas (bulbos) po<strong>de</strong>m ser feitos <strong>de</strong> várias maneiras. Devem serusados apenas on<strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> maiores dimensões possam acompanhá-los, sem subir nos meios-fiose invadir o caminho dos pe<strong>de</strong>stres. Esses alargamentos reduzem as larguras a serem atravessadaspelos pe<strong>de</strong>stres junto às esquinas e em meio <strong>de</strong> quadra, e permitem aos motoristas melhor162MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasvisualização dos pe<strong>de</strong>stres, aumentando seu conforto e segurança na travessia. São frequentementeusados em conjunto com o paisagismo, <strong>para</strong> melhor caracterizar as áreas <strong>de</strong> estacionamento e,também, <strong>para</strong> adicionar espaço <strong>para</strong> rampas <strong>de</strong> acesso ao passeio. Ajudam a i<strong>de</strong>ntificar maisclaramente as travessias <strong>de</strong> meio <strong>de</strong> quadra, <strong>para</strong> os pe<strong>de</strong>stres e motoristas, mas <strong>de</strong>ve-se tomarcuidado em não restringir os movimentos das bicicletas. A Figura 47 mostra alargamentos <strong>de</strong>calçadas, típicos em uma interseção.Figura 47 – Alargamentos das Calçadas em Esquinasd) Ruas estreitasRuas estreitas ou que dêem essa impressão são eficientes como redutores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s, emborapossam ter sua capacida<strong>de</strong> reduzida (Figura 48). Geralmente, as prefeituras locais é que sãoresponsáveis pela permissão <strong>de</strong> reduzir larguras <strong>de</strong> ruas. Ruas estreitas não só trazem o benefício <strong>de</strong>menores velocida<strong>de</strong>s, como também dão um ar mais atraente e agradável aos pe<strong>de</strong>stres. Além disso,po<strong>de</strong>m ainda provocar reduções nos custos <strong>de</strong> construção e manutenção. Árvores plantadas ao longodos lados <strong>de</strong> uma rua dão a impressão <strong>de</strong> um local fechado e po<strong>de</strong>m, também, resultar em menoresvelocida<strong>de</strong>s. Estacionamento junto ao meio-fio, alargamento das calçadas, se<strong>para</strong>ção dos passeios <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres por canteiros plantados e faixas <strong>para</strong> ciclistas, aproveitando parte <strong>de</strong> uma rua existente, dãoa impressão geral <strong>de</strong> estreitamento da rua.163MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 48 – Rua estreitae) Ondulações transversais (lombadas/quebra-molas)As ondulações transversais são elevações arredondadas executadas transversalmente à via e não têmo objetivo <strong>de</strong> servir <strong>para</strong> travessia <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres. Devem ser utilizadas em locais em que se preten<strong>de</strong>reduzir as velocida<strong>de</strong>s dos veículos <strong>de</strong> forma imperativa, principalmente on<strong>de</strong> há gran<strong>de</strong>movimentação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres. São normalmente localizadas em áreas resi<strong>de</strong>nciais, em ruas locais oucoletoras, com volumes situados entre 300 e 3.000 veículos por dia. Quando são bem projetadas,permitem que os veículos as ultrapassem com velocida<strong>de</strong>s baixas, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 30 km/h, com<strong>de</strong>sconforto mínimo. Para velocida<strong>de</strong>s mais elevadas, é gran<strong>de</strong> o <strong>de</strong>sconforto. Em vias coletoras <strong>de</strong>baixa velocida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m ser projetadas <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r a velocida<strong>de</strong>s até 45 km/h. Cabe observar,entretanto, que pessoas com problemas <strong>de</strong> coluna ou pescoço, ou doenças como artrite, têm levantadoobjeções quanto a algumas das medidas constantes do processo <strong>de</strong> traffic calming. Frequentemente,essas pessoas são passageiros e não têm controle da velocida<strong>de</strong> do veículo. As lombadas <strong>de</strong>vem serprojetadas, <strong>de</strong> modo a não impedirem o tráfego <strong>de</strong> veículos baixos. As lombadas são regulamentadasno Brasil pela Resolução n° 39 do CONTRAN, <strong>de</strong> 21/05/98, na qual se estabelecem os padrões ecritérios <strong>para</strong> instalação <strong>de</strong> ondulações transversais nas vias públicas. A seguir são apresentadas, naFigura 49, as seções transversais dos dois tipos <strong>de</strong> lombadas regulamentados.164MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 49 – Lombadas tipos I e IIf) Speed tablesSpeed tables são redutores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> com topo em nível e acessos por rampas planas, feitosgeralmente com tijolos ou materiais equivalentes na parte do topo (Figura 50). De um modo geral,são suficientemente longos, <strong>para</strong> que acomo<strong>de</strong>m os dois eixos <strong>de</strong> um carro <strong>de</strong> passeio no seu topo.Sua extensão maior e rampas <strong>de</strong> acesso mais suaves que as utilizadas nas ondulações transversaispermitem velocida<strong>de</strong>s mais altas que as das ondulações. Os tijolos ou materiais com textura diferenteda existente na via melhoram sua aparência, chamando a atenção dos motoristas. Atuamfavoravelmente na redução da velocida<strong>de</strong>, aumentando a segurança.Figura 50 – Speed Table165MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasg) Travessias <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres ao nível dos passeiosTravessias <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres ao nível dos passeios funcionam como redutores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e sãomais largas que as lombadas. Devem ter a largura necessária <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r ao fluxo previsto <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres. São a<strong>de</strong>quadas <strong>para</strong> travessias <strong>de</strong> ruas no meio <strong>de</strong> uma quadra, vias coletoras e ementradas e saídas <strong>de</strong> aeroportos, shopping centers e locais <strong>de</strong> acampamento. Devem ser marcadascom materiais que chamem a atenção ou com textura diferente do pavimento. É fundamental quesejam dotadas <strong>de</strong> sinalização <strong>de</strong> advertência, preferivelmente com sinais localizados a, pelomenos, 100 metros da travessia e faixas <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, <strong>de</strong> acordo com o Manual Brasileiro <strong>de</strong>Sinalização <strong>de</strong> Trânsito do CONTRAN. A Figura 51 mostra um exemplo <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> travessia.Figura 51 – Travessia <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres ao nível dos passeiosh) Interseções ao nível dos passeiosAs interseções elevadas ao nível dos passeios têm a vantagem <strong>de</strong> reduzir as velocida<strong>de</strong>s dos veículosnos locais mais perigosos <strong>para</strong> travessia <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres (Figura 52). São frequentemente pavimentadascom material contrastante, <strong>para</strong> fazer com que sua visão chame a atenção dos motoristas que seaproximam. O uso <strong>de</strong> pavimento especial também ajuda a <strong>de</strong>linear a área <strong>de</strong> travessia <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres.Essas interseções mais elevadas criam uma área claramente <strong>de</strong>stinada ao trânsito <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres. Osmotoristas que se aproximam vêem que a interseção não é um local projetado <strong>para</strong> rápida travessia, oque faz com que reduzam a velocida<strong>de</strong> e dêem preferência à passagem dos pe<strong>de</strong>stres. Sãotipicamente <strong>de</strong>stinadas às áreas urbanas, mas não são apropriadas <strong>para</strong> vias com velocida<strong>de</strong>s elevadase vias arteriais. Aten<strong>de</strong>m, com facilida<strong>de</strong>, às exigências <strong>de</strong> passagens <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, porque astravessias são extensões naturais das calçadas, sem apresentar mudanças <strong>de</strong> grei<strong>de</strong>. Requerem,contudo, que sejam advertidos da chegada às linhas <strong>de</strong> borda, por indicações claramente percebidas,166MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasinclusive por pessoas com <strong>de</strong>ficiências visuais. A colocação dos pontos <strong>de</strong> coleta dos drenos po<strong>de</strong> sersimplificada, se as águas superficiais pu<strong>de</strong>rem ser drenadas a partir do centro da interseção.Figura 52 – Interseções no nível dos passeiosInformações adicionais po<strong>de</strong>m ser obtidas na publicação Traffic Calming State of the Practice –FHWA – 1999.6.7. OUTROS ELEMENTOS DE PROJETO6.7.1. Passarelas e passagens subterrâneasA se<strong>para</strong>ção dos pe<strong>de</strong>stres dos veículos, por meio <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> grei<strong>de</strong>s diferentes, é a forma maisefetiva <strong>de</strong> protegê-los. Essas estruturas <strong>de</strong>vem ser a<strong>de</strong>quadamente projetadas e localizadas. Ajustificativa <strong>de</strong> uma se<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> grei<strong>de</strong>s é função dos volumes <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e veículos, dasvelocida<strong>de</strong>s dos veículos e do tipo <strong>de</strong> área em que se situa.De um modo geral, o local <strong>de</strong> sua implantação <strong>de</strong>ve ficar, pelo menos, a 180 m da interseção seguramais próxima. Uma interseção é consi<strong>de</strong>rada segura se os dispositivos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego obrigamos veículos a <strong>para</strong>r durante intervalos <strong>de</strong> tempo a<strong>de</strong>quados, <strong>para</strong> que os pe<strong>de</strong>stres possam atravessar avia.O <strong>projeto</strong> básico <strong>de</strong> se<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> grei<strong>de</strong>s inclui a escolha dos materiais e tipos <strong>de</strong> acabamento, suaduração, condições <strong>de</strong> manutenção, resistência ao vandalismo, iluminação, <strong>para</strong> fins <strong>de</strong> segurança,acessibilida<strong>de</strong> aos pe<strong>de</strong>stres com <strong>de</strong>ficiências, guarda-corpos <strong>para</strong> proteção, telas e barreiras <strong>para</strong>canalização que possam ser necessárias <strong>para</strong> encorajar o uso do acesso. Uma tela <strong>de</strong> proteção po<strong>de</strong>167MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasser necessária em passagens superiores, <strong>para</strong> impedir que objetos possam ser <strong>de</strong>rrubados em veículospassando embaixo e possíveis quedas <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres.6.7.2. Acomodação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e bicicletas em pontes e viadutosAs passagens <strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres e bicicletas são normalmente mais próximas do tráfego <strong>de</strong> veículosmotorizados nas pontes e viadutos. Por esse motivo, é importante que sejam se<strong>para</strong>das do mesmo.Em estruturas existentes que não tenham barreiras se<strong>para</strong>ndo o tráfego <strong>de</strong> veículos dos pe<strong>de</strong>stres eciclistas, como mostrado na Figura 53, é <strong>de</strong>sejável incluir uma se<strong>para</strong>ção, por ocasião da execução <strong>de</strong>obras <strong>de</strong> recapeamento, restauração ou reconstrução. Frequentemente, isso se consegue com umabarreira na borda da passagem <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, junto à faixa <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> veículos. A Figura 54 mostrauma combinação a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> barreira e <strong>de</strong>fensa entre a via e a passagem <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres ou ciclovia.Figura 53 – Passeio em uma ponte sem barreira entre o tráfego e os pe<strong>de</strong>stres168MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 54 – Passeio em uma ponte com barreira entre o tráfego e os pe<strong>de</strong>stresOs extremos das barreiras, em estruturas urbanas, normalmente requerem um tratamento especial dasáreas <strong>de</strong> aproximação. Nos locais em que a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação exce<strong>de</strong> 50 km/h, uma transição aprova <strong>de</strong> choques e tratamentos das extremida<strong>de</strong>s das barreiras <strong>de</strong>vem ser feitos. Para velocida<strong>de</strong>smenores, extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alturas <strong>de</strong>crescentes são a<strong>de</strong>quadas, po<strong>de</strong>ndo as mesmas se afastargradualmente da via (Figura 55). Os procedimentos <strong>para</strong> a elaboração <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> barreiras sãoestabelecidos na Norma DNIT 109/2009 – PRO.Figura 55 – Tratamento do extremo <strong>de</strong> uma barreira em estruturas urbanas,<strong>para</strong> velocida<strong>de</strong>s menores que 50 km/h169MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias7. MEDIDAS DE MANUTENÇÃO NECESSÁRIASÀ SEGURANÇA171MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias7. MEDIDAS DE MANUTENÇÃO NECESSÁRIAS À SEGURANÇANão se po<strong>de</strong> conseguir segurança a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> uma rodovia sem um programa <strong>de</strong> manutenção bempensado e bem executado. Dispositivos <strong>de</strong> segurança bem projetados, porém mal instalados ou malconservados po<strong>de</strong>m ser inúteis. Embora muitas medidas <strong>de</strong> segurança sejam projetadas, <strong>de</strong> modo a<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rem o menos possível <strong>de</strong> manutenção, algumas necessitam <strong>de</strong> verificação periódica. Porexemplo, postes quebráveis e suportes <strong>de</strong> sinais, <strong>de</strong>fensas metálicas e outros tipos <strong>de</strong> barreiras serãoatingidos, <strong>de</strong> tempos em tempos, e necessitam <strong>de</strong> reparos ou substituição. Quase todos os dispositivos<strong>de</strong> segurança e características geométricas requerem algum grau <strong>de</strong> atenção e <strong>de</strong> inspeção.Devido ao fato <strong>de</strong> serem limitados os recursos e mão-<strong>de</strong>-obra necessários <strong>para</strong> a conservação <strong>de</strong>rodovias, a maior priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser dada às condições críticas <strong>para</strong> sua operação segura. O pessoal<strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>ve po<strong>de</strong>r assegurar que reparos e conservação da pista <strong>de</strong> rolamento, dosacostamentos e da infraestrutura sejam prontamente atendidos.Esta seção i<strong>de</strong>ntifica fatores relevantes da manutenção <strong>de</strong> diferentes aspectos da segurança e daoperação <strong>de</strong> uma rodovia e apresenta orientação <strong>para</strong> a elaboração das medidas <strong>de</strong> manutençãonecessárias.7.1. PLANEJAMENTO PARA CONTROLE DO TRÁFEGOQuando as operações <strong>de</strong> manutenção forem realizadas pelas entida<strong>de</strong>s rodoviárias, pelos seusempreiteiros ou por outras agências, cujas instalações ocupem a faixa <strong>de</strong> domínio, tais como ascompanhias <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>s públicas, <strong>de</strong>vem ser pre<strong>para</strong>dos, durante a fase do <strong>projeto</strong>, planosapropriados <strong>para</strong> controlar o tráfego por ocasião dos trabalhos, os quais só <strong>de</strong>vem ser alterados apósuma cuidadosa consi<strong>de</strong>ração dos seus efeitos na segurança. A conservação <strong>de</strong> rotina <strong>de</strong>ve serempreendida após planejamento e pre<strong>para</strong>ção a<strong>de</strong>quados, que levem em consi<strong>de</strong>ração a segurança,não só do público que viaja, mas também das turmas que executam a manutenção.Os planos apropriados <strong>para</strong> controlar o tráfego nas zonas atingidas pela manutenção <strong>de</strong>vem serpre<strong>para</strong>dos e aprovados antes <strong>de</strong> se iniciarem os trabalhos. Os planos <strong>de</strong>vem incorporar certaflexibilida<strong>de</strong>, no sentido <strong>de</strong> acomodar algumas mudanças imprevistas nos horários <strong>de</strong> trabalho oumodificações no tráfego.Devido ao fato <strong>de</strong> que as operações <strong>de</strong> manutenção, em qualquer estrada, se apresentam comoperigosas, aumentando nas rodovias <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vem ser envidados sérios esforços nosentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver e utilizar equipamentos e materiais que minimizem a frequência e o tempoexigidos <strong>para</strong> tais operações, esquematizando a conservação necessária, <strong>de</strong> forma tal a obstruir, omínimo possível, o tráfego.173MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasQualquer trabalho <strong>de</strong> manutenção, durante o qual o tráfego seja mantido, <strong>de</strong>ve contar com um plano<strong>de</strong> operação bem elaborado e executado. Responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser atribuídas, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> assegurar a supervisão apropriada da colocação, relocação e remoção dos dispositivos <strong>de</strong> controledo tráfego, à medida que os trabalhos prosseguem. A supervisão <strong>de</strong>ve ser constante e consistente,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro dia <strong>de</strong> trabalho até o último.Para os trabalhos empreitados, torna-se essencial a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> um representante do empreiteiro eoutro da entida<strong>de</strong> pública, os quais <strong>de</strong>vem ser investidos da responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controlar o tráfegodurante a execução das obras. Deve ser realizada por ambos uma inspeção diária, no início e notérmino dos trabalhos <strong>de</strong> cada dia. Devem ser realizadas, também, inspeções noturnas, com afinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar a a<strong>de</strong>quabilida<strong>de</strong> da iluminação e da refletorização. Os elementos responsáveis<strong>de</strong>vem estar disponíveis à noite, nos fins <strong>de</strong> semana e durante outros períodos em que não hajatrabalho em andamento.Quando o trabalho <strong>de</strong> conservação estiver sendo executado, um dos integrantes da turma <strong>de</strong>ve serresponsável pela manutenção em or<strong>de</strong>m dos vários dispositivos <strong>de</strong> controle do tráfego, a fim <strong>de</strong>assegurar sua aplicação, enquanto os trabalhos estiverem em andamento, e sua pronta retirada após aconclusão dos mesmos.Um plano cuidadosamente elaborado <strong>para</strong> a movimentação do tráfego, acrescido <strong>de</strong> vigilânciaconstante das obras pelos responsáveis pela execução do plano, po<strong>de</strong> produzir um fluxo <strong>de</strong> tráfegoseguro e rápido, durante as operações <strong>de</strong> manutenção.7.2. CONTROLE DO TRÁFEGONas aproximações das áreas on<strong>de</strong> são realizadas obras <strong>de</strong> manutenção, <strong>de</strong>ve-se condicionar à novasituação a circulação, que <strong>de</strong>ve ser executada segundo velocida<strong>de</strong>s a<strong>de</strong>quadas e <strong>de</strong> acordo comesquemas <strong>de</strong> circulação capazes <strong>de</strong> advertir aos motoristas, canalizando o tráfego com segurança eeficácia. Para possibilitar o alcance <strong>de</strong>sse objetivo, toda a área <strong>de</strong> influência da obra na rodovia <strong>de</strong>veter a<strong>de</strong>quada sinalização, compreen<strong>de</strong>ndo:− Área <strong>de</strong> pré-sinalização;− Área <strong>de</strong> sinalização <strong>de</strong> posição;− Área <strong>de</strong> sinalização <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> obras.A administração e orientação apropriadas do tráfego que passa durante as operações <strong>de</strong> manutenção<strong>de</strong> uma rodovia constituem uma tarefa <strong>de</strong> engenharia. A meta <strong>de</strong>ve ser dirigir o tráfego através <strong>de</strong> taisáreas, por meio <strong>de</strong> geometria a<strong>de</strong>quada e <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> controle comparáveis aos adotados174MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasnormalmente nas rodovias. Frequentemente, esse objetivo <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser alcançado e os motoristas<strong>de</strong>sprevenidos são surpreendidos por condições <strong>de</strong> traçado ou <strong>de</strong> controle ina<strong>de</strong>quadas, ocorrendoentão os aci<strong>de</strong>ntes.A solução consiste, em gran<strong>de</strong> parte, no fornecimento aos motoristas <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> advertênciasantecipadas e <strong>de</strong> um número suficiente <strong>de</strong> informações a serem seguidas. As normas <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> eaplicação dos sinais e outros dispositivos <strong>de</strong> controle do tráfego, a serem utilizados nas áreas emmanutenção, constam em <strong>de</strong>talhe no Manual <strong>de</strong> Sinalização <strong>de</strong> Obras e Emergências em Rodovias –DNIT – 2010.Avisos antecipados e a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong>vem ser dados aos motoristas, <strong>para</strong> que estes se preparem <strong>para</strong> ascondições modificadas nas áreas sujeitas à conservação rodoviária. Isso é especialmente verda<strong>de</strong>irono caso das estradas <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong>. Por exemplo, on<strong>de</strong> existir uma transição <strong>de</strong> duas pistas <strong>de</strong>tráfego <strong>para</strong> uma única pista, torna-se recomendável o emprego <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> advertência, com aantecipação <strong>de</strong> 1,6 km, ou mais, e afunilamento <strong>de</strong> 360 m, ou mais, <strong>de</strong> extensão, antes do local <strong>de</strong>fechamento <strong>de</strong> uma das pistas.Deve ser sempre evitado <strong>para</strong>r o tráfego em uma via expressa. Torna-se difícil e perigoso <strong>para</strong> umban<strong>de</strong>irinha conseguir que os veículos parem, e os veículos que <strong>para</strong>m representam umaoportunida<strong>de</strong> efetiva <strong>para</strong> colisões pela traseira. Os veículos <strong>para</strong>dos vão se acumulando e formandouma fila que cresce continuamente em sentido contrário ao movimento. A movimentação constantedos veículos em torno <strong>de</strong> uma obstrução na via, mesmo que bastante lenta, é aceita pelos motoristascom menor irritação do que uma exigência feita <strong>para</strong> <strong>para</strong>r.A canalização do tráfego <strong>de</strong>ve ser conseguida através do emprego <strong>de</strong> sinais, marcações nopavimento, barreiras refletivas, balizadores, piquetes, <strong>de</strong>lineadores direcionais e cones, que ce<strong>de</strong>m,quando atingidos por veículos <strong>de</strong>scontrolados. Devem ser evitados dispositivos, tais como sacos oubal<strong>de</strong>s <strong>de</strong> areia, tambores ou barricadas pesadas que possam ocasionar danos e ferimentos, quandoatingidos. No caso <strong>de</strong> operações <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> curta duração, os sinais com setas pisca-pisca,montados na traseira do veículo <strong>de</strong> serviço, são bastante eficazes.Algumas vezes existe uma tendência em permitir a <strong>de</strong>terioração das condições físicas <strong>de</strong>sses itens,quando os trabalhos <strong>de</strong> manutenção se esten<strong>de</strong>m além <strong>de</strong> certo período <strong>de</strong> tempo. Os dispositivos <strong>de</strong>controle do tráfego, utilizados nas zonas sujeitas ao trabalho, <strong>de</strong>vem ser inspecionados a intervalosregulares. Aqueles que estiverem precisando <strong>de</strong>vem ser limpos e/ou pintados, provi<strong>de</strong>nciando-se asubstituição dos dispositivos danificados ou gastos pelo tempo. O mau emprego dos sinais <strong>de</strong>advertência <strong>de</strong>ve, também, ser evitado. Os sinais inapropriados ou <strong>de</strong>snecessários nas áreas <strong>de</strong>175MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviastrabalho <strong>de</strong>vem ser sempre removidos ou cobertos, quando os trabalhos não estiverem emandamento, mesmo durante curtos períodos <strong>de</strong> tempo e, principalmente, nos fins-<strong>de</strong>-semana eferiados. A exibição <strong>de</strong> sinais provisórios <strong>de</strong> advertência, tais como o <strong>de</strong> “Obras”, quando a obra nãoexiste, predispõe o público à perda <strong>de</strong> confiança nos sinais provisórios <strong>de</strong> advertência.Os ban<strong>de</strong>irinhas são elementos muito importantes, em qualquer plano, <strong>para</strong> controlar o tráfegoatravés <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> trabalho. Frequentemente, os ban<strong>de</strong>irinhas são os trabalhadores mais visíveis aosolhos dos motoristas que passam. A maneira pela qual o ban<strong>de</strong>irinha se comporta, sua aparência e suaa<strong>de</strong>são aos métodos apropriados <strong>de</strong> sinalizar impõem respeito quanto aos cuidados <strong>de</strong>vidos ao dirigir,através das zonas <strong>de</strong> trabalho. A sinalização apropriada por parte do ban<strong>de</strong>irinha requer vigor einteligência, e as escolhas <strong>para</strong> esse posto <strong>de</strong>vem refletir esses atributos. A posição jamais <strong>de</strong>ve serdada a alguém, somente pelo fato <strong>de</strong>le não ser competente <strong>para</strong> preencher outras funções na obra.7.3. ÁREA DE TRABALHO E PROBLEMAS DE DESVIOAs zonas em construção, os <strong>de</strong>svios, as zonas em manutenção e as passagens provisóriasfrequentemente possuem características geométricas e ambientes rodoviários que po<strong>de</strong>m vir a exigirmais cautela e atenção do que normalmente se espera por parte dos motoristas. O tráfego po<strong>de</strong>atravessar um <strong>projeto</strong> em andamento, por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios, variantes ou passando através da obra.Tornam-se necessários certos cuidados na <strong>de</strong>limitação da zona, no emprego dos <strong>de</strong>lineadores e dosdispositivos <strong>de</strong> advertência, bem como no controle das operações do empreiteiro, a fim <strong>de</strong> minimizaro impacto <strong>de</strong>ssas operações sobre a segurança, quer dos motoristas, quer dos trabalhadores. Astécnicas que ajudam nessa tentativa compreen<strong>de</strong>m:− Atenção a<strong>de</strong>quada no controle do tráfego, durante as fases do planejamento e do <strong>projeto</strong>;− Alinhamento e condições da superfície que permitam a passagem suave do tráfego em tornodas zonas <strong>de</strong> trabalho;− Afunilamentos extensos <strong>para</strong> as interrupções <strong>de</strong> pista ou <strong>para</strong> o estreitamento do tráfego nasáreas <strong>de</strong> transição;− Conservação a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> todos os dispositivos <strong>de</strong> controle do tráfego e marcações nopavimento, <strong>para</strong> atingir uma eficácia completa, quer durante o dia, quer à noite, inclusive oemprego <strong>de</strong> materiais provisórios <strong>de</strong> marcação, os quais possam ser removidos, à medida queos padrões <strong>de</strong> tráfego mu<strong>de</strong>m.;− O emprego <strong>de</strong> iluminação rodoviária e <strong>de</strong> luzes <strong>de</strong> advertência, sempre que necessário. Oemprego <strong>de</strong> luzes fixas, ao invés <strong>de</strong> pisca-pisca, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>linear a trajetória do veículo176MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasatravés ou em redor da área <strong>de</strong> trabalho. A duração curta das luzes pisca-pisca não possibilitaaos motoristas focalizar a luz e avaliar a percepção da profundida<strong>de</strong>. Os pisca-piscas <strong>de</strong>vemlimitar-se a assimilar os perigos isolados ou as extensões ocasionalmente curtas <strong>de</strong> uma<strong>de</strong>lineação em tangente;− O emprego <strong>de</strong> cones <strong>de</strong> borracha, <strong>de</strong>lineadores ou piquetes, como um meio <strong>de</strong> canalizar otráfego;− A remoção <strong>de</strong> sinais e marcações do local <strong>de</strong> trabalho, sempre que não se tornarem maisnecessários;− O emprego <strong>de</strong> caminhões <strong>de</strong> cobertura <strong>para</strong> acompanhar o equipamento vagaroso <strong>de</strong>conservação, tais como as máquinas <strong>de</strong> pintura <strong>de</strong> faixas ou as varre<strong>de</strong>iras;− O emprego <strong>de</strong> transportadores <strong>para</strong> <strong>de</strong>slocar o equipamento vagaroso entre frentes <strong>de</strong> trabalho;− A retirada do equipamento vagaroso <strong>para</strong> fora do leito da estrada e nunca no canteiro centralou ao longo <strong>de</strong> uma estrutura estreita;− Proteção do pessoal exposto aos perigos do tráfego, enquanto executa seus <strong>de</strong>veres, inclusive oemprego do coletes <strong>de</strong> segurança por parte <strong>de</strong> todos os operários;− Possível limitação das horas <strong>de</strong> trabalho fora dos períodos do pico;− Estacionamento dos veículos que transportam os operários fora dos acostamentos.Naturalmente, <strong>de</strong>ve haver proteção <strong>para</strong> o pessoal encarregado da manutenção, bem como <strong>para</strong> ousuário que viaja. Ban<strong>de</strong>irinhas apropriadamente treinados, vestidos e equipados, <strong>de</strong>vem serempregados <strong>para</strong> proteger os operários e <strong>para</strong> facilitar os movimentos do tráfego. As localizações dosban<strong>de</strong>irinhas, bem como do <strong>de</strong>svio <strong>de</strong>vem ser escolhidas <strong>de</strong> forma tal que ofereçam uma distância <strong>de</strong>visibilida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada aos motoristas. Por exemplo, um ban<strong>de</strong>irinha ou uma barreira, localizada nacrista <strong>de</strong> uma parábola convexa constitui um dispositivo <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>ficiente.Deve ser provi<strong>de</strong>nciada uma área máxima <strong>de</strong> recuperação à margem da estrada, juntamente comdispositivos <strong>de</strong> <strong>de</strong>lineação, tais como cones <strong>de</strong> borracha e balizadores. Caso não exista uma área <strong>de</strong>recuperação disponível, <strong>de</strong>vem ser empregadas barreiras apropriadas, <strong>para</strong> proteger os motoristas dosperigos irremovíveis.Nos canteiros centrais estreitos das estradas, acusando gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> tráfego, <strong>de</strong>vem serinstaladas barreiras provisórias. Em tais situações, têm sido, algumas vezes, utilizadas as barreirasrígidas removíveis numa situação crítica <strong>de</strong> tráfego, <strong>para</strong> proteger dos perigos os trabalhadores e os177MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasmotoristas. On<strong>de</strong> as extremida<strong>de</strong>s expostas das <strong>de</strong>fensas metálicas forem vulneráveis ao impacto dosveículos <strong>de</strong>sgovernados, <strong>de</strong>vem ser empregados dispositivos provisórios <strong>de</strong> atenuação do impacto.7.4. EQUIPES DE MANUTENÇÃOOs trabalhadores na manutenção são a linha <strong>de</strong> frente da segurança. Eles têm a maioria dasoportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ver os dispositivos <strong>de</strong> segurança que foram danificados em batidas, tempesta<strong>de</strong>sviolentas ou por outros meios. Suas ações são sempre importantes, e algumas vezes críticas, <strong>para</strong> apreservação da segurança da rodovia e evitar que se corram riscos <strong>de</strong>snecessários. Por essas razões,os responsáveis pela rodovia <strong>de</strong>vem estar seguros <strong>de</strong> que seus trabalhadores na manutenção possuamos conhecimentos e treino, bem como os equipamentos <strong>para</strong> proce<strong>de</strong>r à inspeção, reparo e tarefas <strong>de</strong>substituição necessárias <strong>para</strong> manter ótimas condições <strong>de</strong> segurança.O pessoal <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>ve estar a par dos dispositivos <strong>de</strong> segurança da área marginal da rodoviae <strong>de</strong>ve ter conhecimento das funções <strong>de</strong>sses dispositivos, <strong>de</strong> modo a não proce<strong>de</strong>r a alterações <strong>de</strong><strong>de</strong>talhes importantes do seu <strong>projeto</strong>. Além disso, <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r a importância da manutenção <strong>para</strong> asegurança da operação, com vistas a fazer os reparos necessários rapidamente e documentar ostrabalhos feitos, <strong>de</strong> forma completa e precisa. Para que possa cumprir seu trabalho, <strong>de</strong>ve ter osequipamentos e ferramentas necessárias <strong>para</strong> os reparos a serem feitos. Os responsáveis pela rodovia<strong>de</strong>vem estabelecer as condições <strong>para</strong> que se <strong>de</strong>cida quando vários dos dispositivos <strong>de</strong> segurança<strong>de</strong>vem ser simplesmente substituídos ou passar por melhoramentos, e <strong>de</strong>vem manter o pessoal <strong>de</strong>manutenção informado.7.5. OPORTUNIDADES PARA MELHORIA DA SEGURANÇASistematicamente, em todo o País, turmas <strong>de</strong> conservação substituem sinais, <strong>de</strong>fensas, sinaleiros,<strong>de</strong>lineadores, suportes <strong>de</strong> luminárias e outros dispositivos, os quais ou se <strong>de</strong>terioraram pelo uso ouforam danificados pelo tráfego. Cada vez que uma <strong>de</strong>ssas substituições tem lugar, toda a atenção<strong>de</strong>ve ser prestada às modificações que se fazem necessárias <strong>para</strong> melhorar o tráfego. Os últimosconceitos sobre segurança <strong>de</strong>vem ser aplicados pelas turmas <strong>de</strong> manutenção, quando estiveremsubstituindo os elementos danificados.Por exemplo, se um sinal é atingido e danificado por um veículo <strong>de</strong>sgovernado, diversas questões<strong>de</strong>vem ser levadas em conta. O sinal ainda é necessário? Se ainda o for, po<strong>de</strong> ele ser reinstalado numlocal protegido? Caso ele <strong>de</strong>va ser recolocado no mesmo lugar, não <strong>de</strong>ve ele ser do tipo articulado?Caso nenhuma das alternativas anteriores possa vir a ser adotada, qual é o melhor tipo <strong>de</strong> barreiralongitudinal protetora a instalar, capaz <strong>de</strong> reconduzir o veículo à sua trajetória original?178MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasAs <strong>de</strong>fensas <strong>de</strong>vem ser cuidadosamente examinadas, antes <strong>de</strong> serem substituídas. Nos últimos anos,foram <strong>de</strong>senvolvidas inúmeras melhorias no <strong>projeto</strong> e algumas instalações po<strong>de</strong>m ser melhoradas, nosentido <strong>de</strong> oferecer uma proteção mais efetiva ao público. Uma <strong>de</strong>fensa que tenha falhado não <strong>de</strong>veser recolocada na sua forma primitiva e, ainda, não <strong>de</strong>ve ser substituída, se a sua ausência tivesseevitado o aci<strong>de</strong>nte ou resultasse em um aci<strong>de</strong>nte menos grave do que realmente ocorreu.Quando dispositivos <strong>de</strong> segurança estão <strong>de</strong>teriorados ou danificados, po<strong>de</strong>m surgir oportunida<strong>de</strong>s<strong>para</strong> sua substituição por outros mais a<strong>de</strong>quados. É importante que a equipe <strong>de</strong> manutenção esteja apar dos procedimentos, no que se refere à substituição, conserto ou melhoria <strong>de</strong> dispositivos nãoaprovados ou com características inferiores às <strong>de</strong>sejadas.Cada <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> estradas ou <strong>de</strong> transportes <strong>de</strong>ve estabelecer uma diretriz a esse respeito <strong>para</strong> asturmas <strong>de</strong> manutenção, uma vez que os melhoramentos na conservação constituem um mecanismoútil e valioso <strong>para</strong> a segurança.7.6. PLANEJAMENTO DAS INSPEÇÕES RELATIVAS À SEGURANÇAOs responsáveis <strong>de</strong>vem pre<strong>para</strong>r especificações <strong>para</strong> a inspeção periódica <strong>de</strong> ruas e rodovias e suascaracterísticas relevantes. O objetivo básico <strong>de</strong>stas inspeções é verificar as condições <strong>de</strong> segurançadas características da rodovia e alertar os responsáveis quanto às correções que possam sernecessárias. A inspeção <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>terminar:− Características que não aten<strong>de</strong>m aos padrões aceitos;− Características que não são mais aceitas;− Áreas com problemas, que po<strong>de</strong>m justificar atenção complementar.O planejamento <strong>de</strong>ve especificar diferentes níveis e frequências <strong>de</strong> inspeções <strong>para</strong> trechos e rodoviasespecíficas. Para <strong>de</strong>terminar o nível e frequências das inspeções, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados o tipo <strong>de</strong>rodovia, condições <strong>de</strong> segurança, volume <strong>de</strong> tráfego e sua velocida<strong>de</strong>. Devem ser consi<strong>de</strong>radas,também, circunstâncias especiais que justifiquem inspeções, como aci<strong>de</strong>ntes ou tempesta<strong>de</strong>s comforça <strong>de</strong>strutiva. A publicação Procedure for Determining Frequencies to Inspect and RepairHighway Safety Hardware – FHWA – 1983 e o Manual <strong>de</strong> Conservação Rodoviária – DNIT – 2005contêm os procedimentos a serem seguidos pela equipe <strong>de</strong> manutenção, <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar a frequênciadas inspeções e reparos necessários. Conhecidos o volume <strong>de</strong> tráfego e os dados <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, sãoaplicadas relações estatísticas <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar o intervalo <strong>de</strong> tempo durante o qual não se <strong>de</strong>veesperar um aci<strong>de</strong>nte no local selecionado. O planejamento das inspeções e reparos <strong>de</strong>ve ser baseadonesse intervalo.179MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTécnicos familiarizados com as medidas <strong>de</strong> segurança e com os padrões <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s aceitos pelosresponsáveis <strong>de</strong>vem conduzir as inspeções. Manuais específicos e cursos <strong>de</strong> treinamento do pessoal<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvidos.7.7. APRIMORAMENTO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇAPara que a manutenção tenha os efeitos <strong>de</strong>sejados, é necessário que seja consi<strong>de</strong>rada não somente nasfases <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> e construção, mas também durante a operação do sistema <strong>de</strong> rodovias. Os planos emanuais <strong>de</strong> instrução <strong>de</strong>vem ser claros e pre<strong>para</strong>dos, <strong>de</strong> modo a conseguir a<strong>de</strong>quada construção eexecução <strong>de</strong> melhoramentos das medidas <strong>de</strong> segurança. Esses elementos <strong>de</strong>vem ser fornecidos atodas as equipes responsáveis pelos reparos. Um sistema <strong>de</strong> atualização das informações <strong>de</strong>ve serestabelecido, <strong>para</strong> garantir que alterações dos planos <strong>de</strong> importância significativa <strong>para</strong> a segurançasejam imediatamente disponíveis <strong>para</strong> as equipes.Além disso, <strong>de</strong>ve-se manter um estoque a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> dispositivos e materiais sobressalentes, <strong>para</strong> queos reparos possam ser prontamente executados. Para garantir a segurança, após introduzir novosdispositivos <strong>para</strong> esse fim, como atenuadores <strong>de</strong> impactos ou extremos <strong>de</strong> barreiras e <strong>de</strong>fensas commaior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sofrerem colisões, peças suficientes <strong>para</strong> eventuais reparos <strong>de</strong>vem seracrescentadas ao estoque, <strong>para</strong> que os reparos que forem necessários possam ser feitos o mais rápidopossível.As <strong>de</strong>cisões que envolvem a restauração <strong>de</strong> dispositivos abaixo <strong>de</strong> padrão ou que não forama<strong>de</strong>quadamente aprovados <strong>de</strong>vem ser transmitidas ao pessoal responsável pela manutenção. Tem sidofrequentemente adotada a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> levar dispositivos danificados às suas condições originais ousubstituir por outros iguais. Devem ser feitos esforços, no sentido <strong>de</strong> substituir dispositivosdanificados por mo<strong>de</strong>los mais a<strong>de</strong>quados. Já que têm que ser feitos os reparos, <strong>de</strong>ve ser feita umaanálise <strong>de</strong> benefício/custo, consi<strong>de</strong>rando a hipótese <strong>de</strong> sua substituição. Desta maneira, um pequenocusto acima do simples conserto do dispositivo danificado po<strong>de</strong> representar uma melhoria nasegurança. A<strong>de</strong>mais, o conhecimento <strong>de</strong> danos provocados por aci<strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>radoreconhecimento <strong>de</strong> uma condição potencialmente perigosa. O processo <strong>de</strong> analisar e aplicarmelhorias <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> uma forma lógica e economicamente justificável é uma boa base <strong>para</strong><strong>de</strong>fesa em ações por perdas e danos em casos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Portanto, sempre que um conserto ousubstituição <strong>de</strong> um dispositivo <strong>de</strong> segurança for resultado <strong>de</strong> um aci<strong>de</strong>nte, futuras ações por perdas edanos <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas como custos adicionais na com<strong>para</strong>ção com os custos resultantes <strong>de</strong>melhorias do dispositivo. Essas <strong>de</strong>spesas eventuais <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas na <strong>de</strong>terminação doscustos necessários <strong>para</strong> manutenção.180MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias7.8. CUIDADOS ESPECIAIS COM A MANUTENÇÃOCertos elementos das rodovias requerem cuidados especiais, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que se espera quesejam danificados <strong>de</strong> tempos em tempos. As barreiras dos diversos tipos estão nessa categoria. Sendouma barreira um objeto fixo, constitui um problema especial <strong>de</strong> segurança e só <strong>de</strong>ve ser usada após aconsi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> alternativas. Tanto quanto for possível, condições marginais <strong>de</strong> uma rodovia quetragam insegurança <strong>de</strong>vem ser eliminadas ou ter suas condições modificadas <strong>para</strong> aumentar asegurança, <strong>de</strong> modo que seja dispensada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma barreira. Tal como foi observadoanteriormente, as barreiras só <strong>de</strong>vem ser instaladas nos locais on<strong>de</strong> o resultado <strong>de</strong> se chocar com oobjeto fixo ou <strong>de</strong> abandonar o leito da estrada seja mais grave do que as consequências <strong>de</strong> atingir abarreira. Quando não houver alternativa possível, cuidados <strong>de</strong>vem ser tomados quanto a sualocalização, instalação e manutenção.7.8.1. Extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> barreirasExtremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> barreiras <strong>de</strong> tipos novos, adicionados a um sistema <strong>de</strong> rodovias, requerem maiscuidado na manutenção que as extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> primeira ou segunda geração. Os novos terminais têmsido projetados <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r a uma margem ampla <strong>de</strong> tamanhos <strong>de</strong> veículos e são, em geral, maiscomplexos que os antigos, que não têm partes que possam cair. Esses tipos po<strong>de</strong>m ainda ser úteis<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sofrer um impacto, e não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m tanto <strong>de</strong> imediata i<strong>de</strong>ntificação e reparo como outrostipos, que entram em colapso e absorvem energia.7.8.2. Barreiras longitudinaisBarreiras longitudinais protegem motoristas <strong>de</strong> condições perigosas existentes ao longo da rodovia,impe<strong>de</strong>m aci<strong>de</strong>ntes com veículos da corrente oposta que po<strong>de</strong>riam atravessar o canteiro central ereduzem a severida<strong>de</strong> dos aci<strong>de</strong>ntes sofridos pelos veículos <strong>de</strong>sgovernados, que saem da estrada.Quando projetadas, instaladas e mantidas a<strong>de</strong>quadamente, elas contêm e redirecionam esses veículos.Testes feitos com sistemas <strong>de</strong> barreiras mostram que pequenas alterações em sua estrutura po<strong>de</strong>m tergran<strong>de</strong> efeito em sua performance em impactos.Embora o pessoal <strong>de</strong> manutenção geralmente não seja responsável pela <strong>de</strong>terminação dasnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> barreiras e em sua colocação, <strong>de</strong>ve ter conhecimento dos padrões normalmenteadotados, <strong>para</strong> po<strong>de</strong>r alertar os responsáveis, quando constatarem a ocorrência <strong>de</strong> barreiras que nãoaten<strong>de</strong>m a esses padrões. Os aspectos críticos a consi<strong>de</strong>rar são:− Comprimento da barreira e terminal em relação ao problema;− Distância lateral entre a barreira e objetos rígidos;181MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Inclinação do terreno entre a barreira e a pista <strong>de</strong> rolamento;− Características <strong>de</strong> elementos verticais abruptos, tais como meios-fios e passeios laterais entre abarreira e a pista <strong>de</strong> rolamento.7.8.3. Defensas metálicasHá três alternativas a consi<strong>de</strong>rar, quando trechos significativos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensas (maiores que 30 m)sofrem danos: remover, melhorar suas características ou executar os reparos necessários. A <strong>de</strong>cisãoda alternativa apropriada <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar diversos fatores:− Remoção. Esta opção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> verificar se a <strong>de</strong>fensa ainda é necessária. Defensas laterais jáinstaladas há algum tempo po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>snecessárias por mudanças nas condições da via ounas condições que exigem barreiras. Por se tratar <strong>de</strong> objeto fixo, po<strong>de</strong> ser mais benéfico (isto é,aumentar a segurança e reduzir a manutenção) remover a barreira que restaurá-la. Os fatoresque influenciam na <strong>de</strong>cisão incluem volume <strong>de</strong> tráfego, custos, experiência com aci<strong>de</strong>ntes,custos contínuos <strong>de</strong> manutenção e a condição e tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensa existente. Ocasionalmente aremoção exige que sejam reduzidas inclinações elevadas <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aterros. As inclinações<strong>de</strong>vem ser reduzidas, pelo menos, <strong>para</strong> 1V:4H, em vias expressas, ou 1V:3H, em outras vias.− Melhoria. Esta opção é viável, quando a <strong>de</strong>fensa existente não aten<strong>de</strong> aos padrões correntes e ocusto <strong>para</strong> sua melhoria é muito inferior à sua substituição. Devido às condições mais severas<strong>de</strong> batidas em terminais, as extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser sempre analisadas, <strong>para</strong> avaliar apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua melhoria.− Reparo. Esta opção envolve a verificação do tempo necessário <strong>para</strong> sua correção, com base naextensão dos danos, que po<strong>de</strong>m ser classificados em três categorias:• Danos tão severos que a <strong>de</strong>fensa não exerce mais suas funções e po<strong>de</strong> constituir um risco amais <strong>para</strong> os motoristas;• Os danos são evi<strong>de</strong>ntes, mas ainda aten<strong>de</strong> a suas funções <strong>de</strong> forma satisfatória, <strong>para</strong> amaioria das condições do tráfego;• Os danos são pequenos e continua a funcionar a<strong>de</strong>quadamente.Se a mesma área da <strong>de</strong>fensa for atingida mais <strong>de</strong> uma vez em um <strong>de</strong>terminado período <strong>de</strong> tempo,<strong>de</strong>ve-se procurar <strong>de</strong>terminar as causas prováveis <strong>de</strong>stas ocorrências e consi<strong>de</strong>rar que medidaspo<strong>de</strong>riam ser tomadas <strong>para</strong> eliminá-las ou reduzi-las.182MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias7.8.4. Atenuadores <strong>de</strong> impactosAtenuadores <strong>de</strong> impactos protegem motoristas <strong>de</strong> objetos rígidos que não po<strong>de</strong>m ser removidos ourelocados. Eles funcionam, fazendo <strong>para</strong>r um veículo <strong>de</strong>sgovernado em uma distância curta oufazendo com que se <strong>de</strong>svie <strong>de</strong> um objeto potencialmente perigoso. Pouco utilizados no País, sãonormalmente colocados em locais em que aci<strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong>m causar maiores danos, como praças <strong>de</strong>pedágios. A maioria dos atenuadores em uso é projetada e comercializada pela indústria privada, quefornece orientação <strong>de</strong>talhada <strong>para</strong> sua manutenção. As equipes <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>vem familiarizar-see seguir essas orientações.7.9. MANUTENÇÃO DE ROTINA7.9.1. Diferença <strong>de</strong> nível da borda do pavimentoAs diferenças <strong>de</strong> nível entre faixas adjacentes ou entre o pavimento e o acostamento po<strong>de</strong>m<strong>de</strong>senvolver-se durante a vida da rodovia, com a execução <strong>de</strong> resselagens, recapeamentos, erosão ou<strong>de</strong>sgaste dos acostamentos. Se não forem a<strong>de</strong>quadamente corrigidas, essas diferenças po<strong>de</strong>m levar àperda do controle dos veículos, com aumento do potencial <strong>de</strong> sérios aci<strong>de</strong>ntes. A perda do controledo veículo po<strong>de</strong> ocorrer, quando motoristas <strong>de</strong>satentos ou inexperientes tentam voltar <strong>para</strong> a faixa <strong>de</strong>tráfego <strong>de</strong>sejada (por exemplo, passar do acostamento <strong>para</strong> a pista <strong>de</strong> rolamento), forçando amudança <strong>de</strong> direção, <strong>para</strong> vencer a resistência provocada pela diferença <strong>de</strong> nível. A publicaçãoRoadsi<strong>de</strong> Design Gui<strong>de</strong> – AASHTO – 1990, no seu capítulo 9, discute esse assunto. Para reduzir oproblema da diferença <strong>de</strong> cotas entre a pista <strong>de</strong> rolamento e o acostamento, as condições dosacostamentos <strong>de</strong>vem ser inspecionadas regularmente como parte do programa geral <strong>de</strong> manutenção,<strong>para</strong> controlar a sua <strong>de</strong>terioração.7.9.2. Remoção da vegetaçãoÁrvores ou arbustos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> altura constituem um problema <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> os motoristas. Asárvores causam mais aci<strong>de</strong>ntes fatais que quaisquer outros objetos fixos. Por essa razão, <strong>de</strong>ve seradotado o procedimento <strong>de</strong> remover todas as árvores e arbustos com mais <strong>de</strong> 10 cm <strong>de</strong> diâmetrosituados na área <strong>de</strong> recuperação lateral <strong>de</strong> todas as rodovias com tráfego <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong>. Alémdisso, não <strong>de</strong>ve ser permitida a plantação <strong>de</strong> árvores pequenas ou arbustos que possam crescer eatingir as condições consi<strong>de</strong>radas inseguras: árvores <strong>de</strong> pequeno diâmetro <strong>de</strong>vem ser cortadas, nomáximo a uma altura <strong>de</strong> 10 cm do solo; árvores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s diâmetros <strong>de</strong>vem ser cortadas ao nível dosolo. Árvores <strong>de</strong> quaisquer dimensões em um talu<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser cortadas ao nível do solo do talu<strong>de</strong>,<strong>para</strong> evitar o problema <strong>de</strong> provocarem o <strong>de</strong>scontrole e mesmo o tombamento ou rolamento <strong>de</strong> umveículo, como mostrado na Figura 56.183MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 56 – Veículo batendo em um tronco <strong>de</strong> árvoreA vegetação ao longo <strong>de</strong> uma rodovia po<strong>de</strong> limitar a visão que os motoristas têm dos pe<strong>de</strong>stres,animais, sinais, semáforos, da estrada à sua frente e <strong>de</strong> outros veículos. Interseções sem controle emlocal plano têm, às vezes, sua visibilida<strong>de</strong> prejudicada por capim alto. As lavouras são, às vezes, tãopróximas da rodovia, que po<strong>de</strong>m prejudicar a visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um veículo que se aproxima dainterseção. A visibilida<strong>de</strong> é, também, um problema muito importante em travessias <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> umaferrovia. O motorista tem que ter visão <strong>de</strong>simpedida, ao longo dos trilhos, a uma distância suficiente<strong>para</strong> que se sinta seguro que nenhum trem constitui uma ameaça. Os triângulos <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>correspon<strong>de</strong>ntes constam da Figura 57, e a distância requerida po<strong>de</strong> ser obtida no Manual <strong>de</strong> Projeto<strong>de</strong> Interseções – DNIT – 2005. Para aten<strong>de</strong>r aos gran<strong>de</strong>s veículos <strong>de</strong> carga (CVC), há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>proce<strong>de</strong>r a correções em função <strong>de</strong> seus comprimentos.184MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 57 – Triângulo <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> uma travessia ferroviária em nível7.9.3. Drenagema) Drenagem da rodoviaAs equipes <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>vem estar cientes da importância da drenagem da rodovia e <strong>de</strong> sua áreamarginal <strong>para</strong> a segurança. A drenagem é importante em qualquer via, e especialmente nas quepermitem velocida<strong>de</strong>s elevadas. Os pavimentos <strong>de</strong>vem ter boa inclinação transversal, por exemplo,185MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias2%, em pavimentos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> superior, como os <strong>de</strong> concreto <strong>de</strong> cimento portland e <strong>de</strong> concretoasfáltico. Os pavimentos <strong>de</strong>vem ter boa macrotextura, <strong>para</strong> reduzir a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquaplanagem.As equipes <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>vem estar atentas à ocorrência <strong>de</strong> turfa ao longo das rodovias que nãotêm acostamentos pavimentados. A turfa po<strong>de</strong> impedir a drenagem do pavimento, que passa a reterbolsões <strong>de</strong> água em sua superfície, que po<strong>de</strong>m dar origem a aquaplanagem ou perda <strong>de</strong> controle.Acostamentos pavimentados eliminam o aparecimento <strong>de</strong> turfa na borda da pista <strong>de</strong> rolamento, masdão origem a outros custos <strong>de</strong> manutenção.Grei<strong>de</strong>s planos combinados com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s transversais pequenas e raios longos ten<strong>de</strong>m a criarrotas longas, <strong>para</strong> que as águas resultantes da drenagem alcancem a borda do pavimento. Isso seobserva em áreas situadas entre a seção transversal com o coroamento pleno e a seção superelevadada curva. O resultado é uma lâmina d`água mais espessa, mesmo com pouca chuva. Po<strong>de</strong> ocorreraquaplanagem total ou parcial, fazendo com que a curva, aparentemente segura, se transforme em umlocal passível <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Tais áreas po<strong>de</strong>m ainda piorar se recapeamentos ou outros tratamentossuperficiais não são feitos, <strong>de</strong> modo a preservar ou aumentar a <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> transversal. Algumasvezes, é necessária a aplicação <strong>de</strong> uma camada com espessura <strong>de</strong>crescente <strong>para</strong> a borda, <strong>para</strong>melhorar a inclinação transversal.Quando remendos ocupam uma parte significativa <strong>de</strong> uma faixa, toda a largura da faixa <strong>de</strong>ve sercoberta pelo mesmo, <strong>para</strong> evitar criar uma diferença entre os coeficientes <strong>de</strong> atrito dos pneusesquerdo e direito do veículo. Essa diferença, principalmente em <strong>para</strong>das súbitas, po<strong>de</strong> fazer o eixodo veículo formar um ângulo com o eixo da faixa. No momento em que os freios são soltos, o veículopo<strong>de</strong> passar <strong>para</strong> a faixa adjacente ou mesmo sair da pista <strong>de</strong> rolamento. Remendos costumamtambém provocar retenções <strong>de</strong> água. Através dos anos, os remendos sucessivos ten<strong>de</strong>m a modificar a<strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> transversal e a superelevação da superfície original.b) Drenagem marginalA drenagem marginal que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> funcionar corretamente cria problemas <strong>de</strong> segurança. Quando aágua a escoar exce<strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong>, as águas que transbordam po<strong>de</strong>m formar poças d´água nopavimento, criando problemas <strong>para</strong> a direção dos veículos. Sarjetas erodidas po<strong>de</strong>m ficarexcessivamente profundas, com lados muito inclinados, reduzindo a segurança dos veículos. Essesproblemas po<strong>de</strong>m ser evitados ou minimizados com manutenção a<strong>de</strong>quada, que inclua inspeçãoregular e limpeza dos dispositivos <strong>de</strong> drenagem.As extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> bueiros po<strong>de</strong>m criar problemas <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> veículos <strong>de</strong>sgovernados.Algumas vezes, o bueiro po<strong>de</strong> ser prolongado em uma extensão segura e o aterro recomposto, <strong>de</strong>186MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasmodo a oferecer certa segurança e uma aparência agradável. Para bueiros <strong>de</strong> diâmetro maior, que nãopossam ser recuados da via trafegada, po<strong>de</strong> ser necessário empregar ralos e saídas inclinadas,providas <strong>de</strong> grelhas transponíveis, que não prendam as rodas dos veículos (Figura 58). Caso essassoluções não sejam viáveis, os veículos <strong>de</strong>vem ser protegidos com <strong>de</strong>fensas metálicas ou barreirasrígidas. Orientação <strong>para</strong> a aplicação das medidas a<strong>de</strong>quadas po<strong>de</strong> ser encontrada na publicaçãoMaintenance of Drainage Features for Safety, A Gui<strong>de</strong> for Street and Highway MaintenancePersonnel – FHWA.Figura 58 – Detalhes <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> grelhas transponíveis7.9.4. SinaisA manutenção dos sinais e semáforos é imprescindível. Quando são danificados, obscurecidos ouarrancados, <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> fornecer informações necessárias <strong>para</strong> os motoristas, contribuindo <strong>para</strong> aocorrência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Com efeito, sinais que, por ação do sol, têm reduzidas suas qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>contraste po<strong>de</strong>m criar problemas <strong>para</strong> motoristas com visão <strong>de</strong>ficiente. As equipes <strong>de</strong> manutenção<strong>de</strong>vem ser treinadas <strong>para</strong> apren<strong>de</strong>r a reconhecer quando um sinal <strong>de</strong>ve ser consertado ou substituído.As equipes <strong>de</strong>vem estar a par dos graus <strong>de</strong> importância (hierarquia) dos sinais: regulamentação,advertência e orientação. A aplicação dos procedimentos padronizados <strong>de</strong>ve ser orientada emconjunto com a realização <strong>de</strong> um inventário <strong>de</strong> sinalização e aplicação das recomendações do sistema<strong>de</strong> manutenção, <strong>de</strong> modo a instruir as equipes quanto às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> um187MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias<strong>de</strong>terminado elemento <strong>de</strong> sinalização ou <strong>de</strong> efetuar reparos <strong>de</strong> campo. Os inventários e as medidas <strong>de</strong>manutenção adotadas incluem o histórico <strong>de</strong> cada elemento da sinalização e promovem o usoeficiente <strong>de</strong> pessoal e recursos <strong>de</strong> manutenção. As equipes <strong>de</strong>vem ser orientadas a nunca remover umsinal sem substituí-lo, a não ser que um dos responsáveis <strong>de</strong>termine que o sinal não seja necessário.A equipe <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>ve ser responsável pela garantia <strong>de</strong> que a sinalização está em boascondições <strong>para</strong> cumprir suas funções <strong>de</strong> dia e <strong>de</strong> noite, e <strong>de</strong>ve, como medida <strong>de</strong> rotina, observar ascondições da sinalização, durante seus <strong>de</strong>slocamentos diários. É conveniente que grupos <strong>de</strong> revisãodos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> tráfego e <strong>de</strong> manutenção verifiquem se a sinalização é a<strong>de</strong>quada e fornece asinformações necessárias, se tem boa visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dia e <strong>de</strong> noite, e se está bem localizada. Ainspeção da sinalização <strong>de</strong>ve ser programada <strong>para</strong> ser feita, pelo menos, uma vez por ano. Orientaçãorelativa à manutenção e seus programas po<strong>de</strong> ser encontrada nas publicações Maintenance of SmallTraffic Signs – FHWA e Maintenance Management of Street and Highway Signs – TRB – 1990.a) Sinais obstruídosA obstrução <strong>de</strong> um sinal da visão <strong>de</strong> um motorista po<strong>de</strong> resultar <strong>de</strong> um erro em sua instalação, docrescimento da vegetação ou <strong>de</strong> mudanças no <strong>de</strong>senvolvimento local. As equipes <strong>de</strong> manutenção<strong>de</strong>vem ser instruídas a i<strong>de</strong>ntificar eventuais obstruções <strong>de</strong> sinais, sempre que estiverem na rodovia, ea inspeção anual <strong>de</strong>ve incluir essa orientação em seu programa. O conhecimento das distâncias <strong>de</strong>visibilida<strong>de</strong> necessárias e da importância relativa dos diversos tipos <strong>de</strong> sinais é fundamental <strong>para</strong> ainspeção. Na Tabela 4, são indicadas as distâncias mínimas <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> recomendadas pelo DNIT<strong>para</strong> sinais <strong>de</strong> regulamentação e advertência e, na Tabela 5, <strong>para</strong> sinais <strong>de</strong> indicação.Tabela 4 - Distância mínima <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> sinais <strong>de</strong> regulamentação e <strong>de</strong> advertênciaVelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Operação (km/h)Distância Mínima <strong>de</strong> Visibilida<strong>de</strong> (m)40 7060 8580 105100 120110 130188MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTabela 5 - Distância mínima <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> sinais <strong>de</strong> indicação,em função da velocida<strong>de</strong> e classe da rodoviaVelocida<strong>de</strong> Classe I-B ou inferior Classe I-A Classe 0 (Via Expressa)(km/h) Distância <strong>de</strong> Visib. (m) Distância <strong>de</strong> Visib.(m) Distância <strong>de</strong> Visib. (m)40 130 - -60 145 170 -80 160 180 180 a 225100 180 180 a 225 225 a 275Para segmentos com velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 110 km/h, adotar preferencialmente valor situado entre o médio eo mais alto da faixa.Sinais bloqueados <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>sobstruídos tão cedo quanto possível. Capim alto, arbustos e árvores<strong>de</strong>vem ter suas alturas reduzidas, <strong>para</strong> <strong>de</strong>sobstruir a visão. Sinais, cuja visibilida<strong>de</strong> é impedida pelageometria da rodovia ou por estruturas, <strong>de</strong>vem ser relocados ou complementados com a instalação <strong>de</strong>outros sinais. A visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um sinal po<strong>de</strong> também ser prejudicada por ofuscamento provocadopor luzes intensas <strong>de</strong> outras fontes. Esse problema po<strong>de</strong> ser corrigido por:− Controle da fonte que provoca o ofuscamento;− Aumento do tamanho do painel do sinal;− Uso <strong>de</strong> um material refletor mais eficiente.b) Aparência do sinalA reação dos motoristas ao verem um sinal <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua percepção da necessida<strong>de</strong> real do sinal. Aaparência do sinal é um dos maiores fatores <strong>de</strong>ssa avaliação. Sinais gastos, parcialmente <strong>de</strong>struídos,mal localizados ou mal alinhados aparentam ter pouca importância e não inspiram respeito aosmotoristas.c) Sinais <strong>de</strong>snecessáriosAs margens das rodovias são, às vezes, ocupadas por tantos sinais, que os motoristas ficam confusos.Devem-se empreen<strong>de</strong>r esforços em remover os sinais que não são realmente necessários. Oagrupamento <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> sinais, que po<strong>de</strong> confundir os motoristas e diminuir o fluxo <strong>de</strong>veículos, <strong>de</strong>ve ser reduzido a um mínimo <strong>de</strong> informações em um sinal único ou dividindo essasinformações em uma sequência <strong>de</strong> sinais. O cuidado mais importante a tomar é a eliminação <strong>de</strong>mensagens contraditórias ou que dêem essa impressão, ou que entrem em conflito com a geometriada rodovia.189MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias7.9.5. Marcas no pavimento e <strong>de</strong>lineadoresMarcas no pavimento e dispositivos <strong>de</strong>lineadores somente são guias valiosos <strong>para</strong> os motoristasquando mantidos com visibilida<strong>de</strong> aceitável. Inspeções e revisões periódicas, <strong>de</strong> dia e <strong>de</strong> noite, sãonecessárias <strong>para</strong> que se tenha certeza <strong>de</strong> que estão exercendo suas funções. Os períodos <strong>de</strong> inspeção<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do clima, da qualida<strong>de</strong> dos materiais empregados e da classe da rodovia. Uma lâmpada <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser usada <strong>para</strong> verificar a capacida<strong>de</strong> refletora dos sinais e marcas durante odia. Marcas salientes do pavimento e <strong>de</strong>lineadores também po<strong>de</strong>m ser verificadas <strong>de</strong>ssa forma. Sedisponíveis, po<strong>de</strong>m ser usados medidores específicos <strong>de</strong> retrorrefletivida<strong>de</strong>. Marcas no pavimentoque não são mais necessárias <strong>de</strong>vem ser removidas, tão cedo quanto possível.7.9.6. Proteção <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> trabalhoVeículos lentos ou equipamento estacionado, tais como caminhões <strong>de</strong> pintura ou <strong>de</strong> reparos, po<strong>de</strong>mrepresentar um obstáculo consi<strong>de</strong>rável ao movimento do tráfego, mesmo em zonas com velocida<strong>de</strong>reduzida. Um caminhão com um amortecedor <strong>de</strong> colisão em sua traseira, posicionado entre o tráfegoque se aproxima por trás e os trabalhos em execução, po<strong>de</strong> reduzir as consequências <strong>de</strong> batidas <strong>para</strong>os motoristas dos dois veículos. Esses amortecedores são dispositivos <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> absorção <strong>de</strong>energia presos na traseira <strong>de</strong> um veículo pesado (<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 4.500 kg quando vazio), adotados <strong>para</strong>proteger motoristas e trabalhadores das consequências <strong>de</strong> colisões pela traseira. Esses veículos sãousados principalmente <strong>para</strong> operações móveis, tais como pinturas no pavimento, tapa-buracos esubstituição <strong>de</strong> luminárias.Todos os veículos <strong>de</strong> serviço que necessitarem trafegar em velocida<strong>de</strong> reduzida ou permaneceremestacionados no leito viário, mesmo que por espaços <strong>de</strong> tempo reduzidos, <strong>de</strong>vem estar equipados comdispositivos <strong>de</strong> sinalização. No caso <strong>de</strong> utilização no período noturno, os veículos <strong>de</strong>vem ser pintadoscom faixas refletivas, tanto na sua dianteira como na sua traseira, e dotados <strong>de</strong> luz amarelaintermitente, em sua parte mais alta, ou portarem o sinal “Painel com Seta Iluminada”, conformerecomendado no Manual <strong>de</strong> Sinalização <strong>de</strong> Obras e Emergências em Rodovias do DNIT (Figura 59).190MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura 59 – Painel com seta iluminada7.9.7. Áreas marginaisTanto quanto for possível, os elementos laterais às rodovias, como aterros, sarjetas, acessos aproprieda<strong>de</strong>s e travessias, <strong>de</strong>vem ser mantidos, <strong>de</strong> modo que reduzam eventuais invasões por veículos<strong>de</strong>sgovernados. O capotamento <strong>de</strong> veículos é uma das maiores causas <strong>de</strong> mortes em aci<strong>de</strong>ntes.Muitos dos capotamentos ocorrem em sarjetas e aterros laterais. Quando as áreas marginais a umarodovia não mantêm aproximadamente a mesma altura da pista, um carro <strong>de</strong>sgovernado que saia darodovia encontra um talu<strong>de</strong> <strong>de</strong> corte ou <strong>de</strong> aterro, que po<strong>de</strong>m fazer com que o condutor perca ocontrole do veículo ou mesmo sofra uma capotagem. Quando as áreas marginais são construídas <strong>de</strong>modo que se atenda a padrões <strong>de</strong> segurança, os dispositivos que garantem essa segurança <strong>de</strong>vem sermantidos a<strong>de</strong>quadamente. Se as condições <strong>de</strong> segurança existentes não aten<strong>de</strong>m ao padrão <strong>de</strong>sejado edão causa a aci<strong>de</strong>ntes, elas <strong>de</strong>vem ser melhoradas <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r a esses padrões, po<strong>de</strong>ndo essasalterações ser <strong>de</strong> caráter local ou mesmo incluir um trecho maior da rodovia.191MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasANEXO AOBSERVAÇÕES RETIRADAS DO ROAD SAFETY MANUALWORLD ROAD ASSOCIATION (PIARC) - VERSÃO 1 – 2003193MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasANEXO AOBSERVAÇÕES RETIRADAS DO ROAD SAFETY MANUAL - WORLDROAD ASSOCIATION (PIARC) -VERSÃO 1 – 2003Após a elaboração do Manual <strong>de</strong> Projetos e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias, foiconsi<strong>de</strong>rado conveniente a inclusão <strong>de</strong>ste Anexo, que contém alguns dos tópicos do Road SafetyManual – World Road Association – PIARC, 2003, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> complementação eilustração do Manual.Com mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> pessoas morrendo em estradas cada ano no mundo e com o crescimentoelevado <strong>de</strong> casos fatais e <strong>de</strong> feridos, há necessida<strong>de</strong> urgente <strong>de</strong> uma ação forte das instituiçõesresponsáveis pela segurança das estradas.Contudo, um dos maiores problemas encontrados pelos encarregados da segurança é a falta <strong>de</strong> um<strong>manual</strong> <strong>de</strong> referência que apresente <strong>de</strong> forma sucinta o conhecimento adquirido através dos anos.Esse conhecimento se encontra distribuído em inúmeros artigos <strong>de</strong> jornais, nos anais <strong>de</strong> conferências,nos resultados <strong>de</strong> pesquisas, e em diversas outras fontes.Além disso, essas informações são às vezes contraditórias e difíceis <strong>de</strong> conciliar por quem não for umespecialista no assunto. A experiência mostra que esses analistas não dispõem do tempo e experiêncianecessários <strong>para</strong> sintetizar essas informações, o que leva frequentemente a <strong>de</strong>cisões inferiores às que<strong>de</strong>veriam ser tomadas. A situação se torna ainda mais problemática pelo fato <strong>de</strong> que os países com ospiores índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e que maiores necessida<strong>de</strong>s têm <strong>de</strong> intervenção nessa área, são geralmenteos que maiores <strong>de</strong>ficiências têm em pessoal especializado e equipamentos <strong>de</strong> trabalho.Os membros do Comitê <strong>de</strong> Segurança Rodoviária da Associação Mundial <strong>de</strong> Rodovias (PIARC)<strong>de</strong>senvolveram o <strong>manual</strong> citado com o objetivo <strong>de</strong> melhorar a situação atual, provendo acesso maisfácil ao conhecimento do estado da arte em termos <strong>de</strong> segurança.A.1 FATORES DE SEGURANÇA RODOVIÁRIAA.1.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE SEGURANÇAAs exigências <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>vem levar em conta os fatores que contribuem <strong>para</strong> seu funcionamentoa<strong>de</strong>quado e as conclusões resultantes das <strong>de</strong>ficiências do sistema.No <strong>de</strong>correr dos anos novas tecnologias <strong>de</strong>verão modificar os relacionamentos dos veículos com os<strong>de</strong>mais componentes do sistema <strong>de</strong> transporte. Os três princípios <strong>de</strong>scritos a seguir <strong>de</strong>vempermanecer válidos.195MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.1.1.1Princípio <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>Cinco requisitos básicos <strong>de</strong>vem ser atendidos:a) Visibilida<strong>de</strong>Estima-se que cerca <strong>de</strong> 90% da informação usada <strong>para</strong> dirigir é visual. Deve-se assegurar que ainformação visual fornecida pela rodovia contribua <strong>para</strong> facilitar a tarefa <strong>de</strong> dirigir.Essa informação visual, que levará em conta as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação, <strong>de</strong>ve ser fornecida aosusuários da rodovia em tempo hábil, <strong>para</strong> permitir que se adaptem às condições encontradas. Ospe<strong>de</strong>stres e outros usuários que <strong>de</strong>sejem atravessar a rodovia <strong>de</strong>vem po<strong>de</strong>r enxergar a uma distânciasuficiente, que lhes permita analisar as informações disponíveis e <strong>de</strong>cidir com segurança quandoexecutar a travessia.Devem ser verificados os valores <strong>de</strong> distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> exigidos <strong>para</strong> rodovias e suasinterseções.b) Sinalização vivaÉ <strong>de</strong>sejável que o paisagismo rodoviário forneça aos usuários informações suficientes <strong>para</strong> orientálosquanto aos eventos a esperar.As Figuras A.1-A e A.1-B mostram claramente como o elemento vegetal po<strong>de</strong> servir <strong>de</strong> preciosaadvertência aos motoristas nos cruzamentos e entroncamentos. A Figura A.1-A caracteriza aocorrência <strong>de</strong> uma rodovia secundária por duas fileiras <strong>de</strong> árvores em suas margens e a Figura A.1-Bindica o término da rodovia por um conjunto <strong>de</strong> árvores dispostas transversalmente.Figura A.1 – Vegetação realçando as interseçõesFigura A.1-AFigura A.1-B196MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasc) A<strong>de</strong>quação da infraestruturaAs características da rodovia estabelecidas a partir <strong>de</strong> sua velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação <strong>de</strong>vem ser próprias<strong>para</strong> reduzir os riscos <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrapagem, tombamento e capotamento, que po<strong>de</strong>m ocorrer por causasdiversas:−−−−Mudança súbita do raio da curva horizontal;Perda <strong>de</strong> atrito em interseções;Ondulações em rodovias próprias <strong>para</strong> velocida<strong>de</strong>s elevadas;Pinturas na rodovia que possam <strong>de</strong>sestabilizar veículos <strong>de</strong> duas rodas.d) Zonas <strong>de</strong> recuperaçãoAs características da infraestrutura <strong>de</strong>vem permitir manobras <strong>de</strong> recuperação em situações críticas(Figura A2). Caso contrário, é <strong>de</strong> se esperar que ocorram aci<strong>de</strong>ntes.Figura A2 – Zonas <strong>de</strong> recuperação e zonas sem obstáculose) Limitação da severida<strong>de</strong> do impactoOs obstáculos laterais <strong>de</strong>vem ser poucos e estar suficientemente afastados da rodovia <strong>de</strong> modo a nãoagravarem as consequências <strong>de</strong> eventuais aci<strong>de</strong>ntes. On<strong>de</strong> essas condições não são atendidas osobstáculos rígidos <strong>de</strong>vem ser protegidos (por exemplo, por <strong>de</strong>fensas) ou ser facilmente <strong>de</strong>struídos.As inclinações dos talu<strong>de</strong>s laterais <strong>de</strong>vem ser tão suaves quanto possível, com inclinação não superior1V:3H , <strong>de</strong> modo a reduzir a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tombamentos ou batidas.A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impacto, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito da velocida<strong>de</strong> antes do aci<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>ve sersuficientemente pequena, particularmente no caso <strong>de</strong> colisão com um pe<strong>de</strong>stre ou um ciclista.197MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.1.1.2Princípio <strong>de</strong> consistência no espaçoO critério <strong>de</strong> consistência não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Por exemplo, tem quelevar em consi<strong>de</strong>ração as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação da rodovia, que são parcialmente condicionadaspelo seu <strong>projeto</strong>. Po<strong>de</strong>m-se estabelecer dois tipos <strong>de</strong> consistência:a) Consistência dos elementos da rodoviaA rodovia <strong>de</strong>ve apresentar consistência dos seus elementos, <strong>para</strong> evitar situações perigosas, porexemplo:−−Rodovias com características que encorajem velocida<strong>de</strong>s elevadas, como rodovias com pistadupla sem interseções em nível, não são consistentes com a ocorrência <strong>de</strong> pontos críticos, taiscomo: acessos a proprieda<strong>de</strong>s privadas, acostamentos estreitos, obstáculos rígidos próximos,etc.Ruas <strong>de</strong> áreas resi<strong>de</strong>nciais com características a<strong>de</strong>quadas à presença <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclistasnão <strong>de</strong>vem apresentar longos alinhamentos em tangente, faixas <strong>de</strong> tráfego largas, etc.b) Consistência das características <strong>de</strong> uma mesma rotaPara dirigir com segurança o usuário precisa enten<strong>de</strong>r em que tipo <strong>de</strong> rodovia ele está trafegando, <strong>de</strong>modo que tenha condições <strong>de</strong> prever que situações po<strong>de</strong>m ocorrer. Isso requer que seja estabelecidoum sistema <strong>de</strong> categorização das vias em que cada categoria atenda a um conjunto consistente <strong>de</strong>características (Tabela A.1):−−−Uma padronização a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> categorias <strong>de</strong> rodovias ajuda o usuário a reconhecer o nível<strong>de</strong> serviço que lhe é oferecido;O tratamento homogêneo das rodovias <strong>de</strong> cada categoria aumenta a segurança;Quando as características não po<strong>de</strong>m ser mantidas ao longo <strong>de</strong> uma mesma rota, a transição<strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> rodovia <strong>para</strong> outro <strong>de</strong>ve ser claramente indicada.198MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTabela A.1 – Volumes <strong>de</strong> tráfego e tipos <strong>de</strong> acessos em diferentescategorias <strong>de</strong> rodovias (França)RodoviasPrincipaisOutrasRodoviasTipo <strong>de</strong> rodoviaRodovias <strong>de</strong> duas pistas:vias expressasRodovia <strong>de</strong> uma pista:rodovias rurais principaisRodovias <strong>de</strong> duas pistas:arteriais interurbanasPista simples, duas faixas:Rodovia secundáriaVolume <strong>de</strong>tráfegoIntensoMo<strong>de</strong>radoou pequenoIntensoMo<strong>de</strong>radoou pequenoTipos <strong>de</strong> acessos- Travessia em dois níveis- Acessos controlados- Sem travessias urbanas- Travessias em nível- Acessos possíveis- Trav. urbanas possíveisA.1.1.3Princípio <strong>de</strong> consistência no tempoA segurança em uma rodovia é fortemente influenciada pelas mudanças dos fluxos <strong>de</strong> tráfego. NaFigura A.3 a ligação em amarelo sofre um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> sua segurança em função dasalterações do sistema viário local, que cria novos acessos à rodovia <strong>de</strong> contorno, acrescentandopontos <strong>de</strong> conflito e modificando os fluxos <strong>de</strong> tráfego. As mudanças planejadas se <strong>de</strong>senvolvemgeralmente através <strong>de</strong> vários estágios dos estudos da rodovia, que tipicamente se divi<strong>de</strong>m em trêsfases: estudos <strong>de</strong> traçado, <strong>projeto</strong> básico e <strong>projeto</strong> executivo. A segurança tem que ser consi<strong>de</strong>radaa<strong>de</strong>quadamente em cada uma <strong>de</strong>ssas fases.a) Estudos <strong>de</strong> traçado−−Consistência ao longo da rota;Definição das melhorias planejadas em função dos fluxos.b) Projeto básico−Lançamento do eixo e <strong>de</strong> suas principais características (por exemplo: tipos <strong>de</strong> interseções,largura da pista, etc.).c) Projeto executivo−−Equipamentos <strong>de</strong> segurança, sinalização;Tratamento dos pontos críticos.199MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura A.3 – Deterioração progressiva <strong>de</strong> uma rodovia <strong>de</strong> contorno<strong>de</strong> uma área urbanaFonte: Artaut and Julian, 1999A.1.2 COERÊNCIA DO AMBIENTE RODOVIÁRIOOs motoristas adotam velocida<strong>de</strong>s que atendam suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> segurança e mobilida<strong>de</strong> emfunção das informações fornecidas pelo ambiente rodoviário. Quando essas informações sãoambíguas, hesitações, comportamento inseguro e erros <strong>de</strong> condução do veículo po<strong>de</strong>m ocorrer. Aocontrário, quando o ambiente fornece informações coerentes, po<strong>de</strong>-se contar com um comportamentomais apropriado e homogêneo dos motoristas.Para que o ambiente rodoviário seja consi<strong>de</strong>rado coerente, seus componentes <strong>de</strong>vem estarharmoniosamente conjugados:− Função da rodovia: mobilida<strong>de</strong>, distribuição, acessos;− Condições do tráfego: tipos <strong>de</strong> usuário, volumes <strong>de</strong> tráfego, etc;− Geometria: alinhamento, seção transversal, etc;− Uso do solo: resi<strong>de</strong>ncial, comercial, agricultura etc;Alguns princípios básicos <strong>de</strong>vem ser satisfeitos <strong>para</strong> garantir a coerência:200MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Evitar a mistura <strong>de</strong> funções em uma mesma rodovia (rodovias <strong>de</strong> função única);− Evitar a combinação <strong>de</strong> características ina<strong>de</strong>quadas;− Evitar a mistura, tanto <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s como <strong>de</strong> pesos totais, que sejam muito diferentes;− Levar em conta as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os usuários da rodovia (particularmente dos usuáriosnão motorizados).Com relação a mono-funcionalida<strong>de</strong>, os baixos índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes observados em vias expressasservindo a uma única função <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, e em rodovias <strong>de</strong> acesso a<strong>de</strong>quadamente planejadas eprojetadas <strong>para</strong> excluir tráfego que não seja local, <strong>de</strong>monstram claramente os benefícios <strong>de</strong> segurançaque po<strong>de</strong>m ser conseguidos com a se<strong>para</strong>ção <strong>de</strong>ssas duas funções <strong>de</strong> tráfego. De forma contrária,problemas <strong>de</strong> segurança são frequentemente encontrados em uma via servindo a essas duas funções.Os problemas que se seguem são comuns e <strong>de</strong>vem ser i<strong>de</strong>ntificados em uma análise <strong>de</strong> segurança.a) Vias arteriais com um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> acessos lateraisResultam <strong>de</strong> acessos ina<strong>de</strong>quados, provenientes <strong>de</strong>:− Expansão <strong>de</strong> pequenas comunida<strong>de</strong>s ao longo <strong>de</strong> rodovias arteriais, criando conflitos entre otráfego rápido da via principal com o tráfego lento dos usuários locais que entram e saem darodovia. Esse problema é agravado quando esses conflitos envolvem veículos motorizados eusuários não motorizados (pe<strong>de</strong>stres, ciclistas, etc.). Deve-se manter clara se<strong>para</strong>ção entre asáreas urbana e rural.− Desenvolvimento <strong>de</strong> estabelecimentos comerciais ao longo <strong>de</strong> vias arteriais, criandocombinações inseguras <strong>de</strong> tráfego (rápido e lento, pesado e leve). Para resolver esses problemasa publicação Road Safety Good Practice Gui<strong>de</strong> (Department for Transport, 2001) recomendaas seguintes medidas:• Aumentar a priorida<strong>de</strong> dada aos pe<strong>de</strong>stres e ciclistas e lhes atribuir espaços específicos,tais como faixas <strong>para</strong> ciclistas e passeios laterais mais largos;• Utilizar acessos específicos <strong>para</strong> dar ênfase à transição <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> rodovia <strong>para</strong> outro;• Reduzir as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> certas manobras e impedir manobras inseguras;• Adotar faixas <strong>de</strong> tráfego mais estreitas e canalização (ciclistas <strong>de</strong>vem ser levados emconsi<strong>de</strong>ração).201MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasb) Vias <strong>de</strong> acesso com volume significativo <strong>de</strong> usuários não locaisDecorre <strong>de</strong> erros nos estágios <strong>de</strong> planejamento ou <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> (por exemplo, um sistema <strong>de</strong> ruas comramos atravessando áreas resi<strong>de</strong>nciais). Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> medidas do tipo “traffic calming” sãodisponíveis <strong>para</strong> reduzir volumes ou velocida<strong>de</strong>s quando necessário (fechamentos <strong>de</strong> vias, <strong>de</strong>svioshorizontais ou verticais, etc.).c) Vias coletoras com uma mistura insegura <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> e acessibilida<strong>de</strong>De acordo com Brindle (1989), são consequência <strong>de</strong> um sistema usual <strong>de</strong> classificação funcionalcriando um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> rodovias com diferentes funções misturadas, que constituem umgran<strong>de</strong> problema em termos <strong>de</strong> segurança. Com base em experiências na Inglaterra, recomenda-seuma se<strong>para</strong>ção clara entre rodovias <strong>de</strong> maior acessibilida<strong>de</strong> e as <strong>de</strong> maior mobilida<strong>de</strong>. Sendo asrodovias coletoras necessárias <strong>para</strong> assegurar a integração <strong>de</strong>ssas rodovias, constituem a categoriamais difícil <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir e <strong>de</strong> manter condições seguras <strong>de</strong> tráfego.Figura A.4 – Problemas <strong>de</strong> coerência do ambiente rodoviárioLargura excessiva leva a velocida<strong>de</strong>s altasRodovia ina<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> boa mobilida<strong>de</strong> evolumes <strong>de</strong> tráfego elevadosMistura <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> veículos motorizadose não motorizados em área urbanaMistura <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> veículos motorizadose não motorizados em área rural202MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasVeículos <strong>de</strong>sgovernados po<strong>de</strong>m ser dirigidos àbarreira vertical da estrutura <strong>de</strong> drenagemIncoerência entre o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoe a velocida<strong>de</strong> permitidaA.2 ALINHAMENTO HORIZONTALO alinhamento horizontal <strong>de</strong> uma rodovia compreen<strong>de</strong> trechos em tangente, curvas circulares (comraio constante) e curvas em espiral, com raio variando continuamente, <strong>para</strong> permitir transferênciagradual entre segmentos da rodovia com diferentes raios. Várias combinações <strong>de</strong>sses trêscomponentes básicos são possíveis.A.2.1 ACIDENTESDiversos estudos foram feitos <strong>para</strong> estimar o risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em curvas horizontais. Suasprincipais conclusões foram:−−−−−O índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em curvas é <strong>de</strong> 1,5 a 4 vezes maior que em trechos em tangente (Zegeeret al., 1992);Os aci<strong>de</strong>ntes em curvas são muito severos. De 25 a 30% dos aci<strong>de</strong>ntes fatais ocorrem emcurvas (Lamm et al., 1999);Rodovias rurais secundárias, que são construídas com características técnicas inferiores(incluindo curvas mais frequentes e com raios menores) têm em média uma maior proporção <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>ntes em curvas. Na França, <strong>de</strong> 30 a 40% <strong>de</strong> todos os aci<strong>de</strong>ntes nas principais rodoviasrurais ocorrem em curvas; a proporção em rodovias secundárias está entre 55 e 60% (SETRA,1992);Aproximadamente 60% <strong>de</strong> todos os aci<strong>de</strong>ntes em curvas horizontais ocorrem com veículos quesaem da rodovia (Lamm et al., 1999);A proporção <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em superfícies molhadas é elevada em curvas horizontais;203MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias−Aci<strong>de</strong>ntes ocorrem principalmente nos extremos das curvas. Council (1998) observa que em62% dos aci<strong>de</strong>ntes fatais e 49% dos outros aci<strong>de</strong>ntes que ocorrem em curvas, a primeiramanobra que levou ao aci<strong>de</strong>nte foi feita no início ou no fim da curva.Quanto maior for a redução <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> requerida pela curva, maior a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erro eaci<strong>de</strong>nte (por aproximação excessiva <strong>de</strong> outro veículo, <strong>de</strong>rrapagem, saída da rodovia, etc). O risco éainda maior quando a redução <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> é inesperada ou pouco comum (curva isolada com raiopequeno).A.2.2 CURVASA.2.2.1Segurança nas curvasEm rodovias rurais, a frequência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes geralmente aumenta quando os raios das curvasdiminuem. A Figura A.5 mostra uma relação comumente encontrada entre a frequência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntese o raio da curva. Verifica-se que o aumento <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes é significativo quando o raio da curva émenor que 400 m.Figura A.5 – Frequência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e raios das curvasFrequência <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>ntesRaio (m)A frequência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes na curva é influenciada por suas características (raio, ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexão,atrito, superelevação) e pelas características do alinhamento antes da mesma (comprimento datangente anterior à curva e curvatura média).A curvatura média da rodovia, em graus por km, é exemplificada na Figura A.6.75° + 110° + 35°Curvatura média = --------------------- = 73º/km3 km204MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura A.6 – Curvatura <strong>de</strong> uma rodoviaA.2.2.2 Curva em espiralCurvas em espiral, também conhecidas como curvas <strong>de</strong> transição ou clotói<strong>de</strong>s, constituem o terceiroelemento <strong>de</strong> um alinhamento horizontal, junto com as tangentes e curvas circulares. De acordo comLamm et al. (1999), as curvas em espiral:• Aumentam o conforto <strong>de</strong> dirigir, permitindo o crescimento e redução natural da forçacentrífuga quando um veículo entra e sai <strong>de</strong> uma curva;• Minimizam conflitos laterais e tornam mais uniformes as velocida<strong>de</strong>s;• Facilitam o escoamento da água na zona <strong>de</strong> transição da superelevação;• Melhoram a aparência da rodovia, eliminando quebras <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> no início e fim dascurvas circulares;• Facilitam a transição da largura, em que a seção do pavimento é alargada em torno <strong>de</strong> umacurva circular (superlargura).Curvas em espiral são calculadas usando a seguinte equação:On<strong>de</strong>:R = raio da curva à distância L (m)A 2R = --------------L SA = parâmetro da curva espiral (m)L S = distância percorrida a partir do início da curva (m)205MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA Figura A.7 mostra as curvas correspon<strong>de</strong>ntes a A = 150 m e A = 300 m.Curvas espirais muito longas <strong>de</strong>vem ser evitadas porque po<strong>de</strong>m dificultar a percepção visual da curvae contribuir <strong>para</strong> problemas <strong>de</strong> drenagem.De acordo com Council (1998), uma curva espiral reduz os índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> 8% a 25% emrodovias com padrão elevado <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>. Entretanto, conclui que as melhorias <strong>de</strong> segurança que ascurvas <strong>de</strong> transição trazem são menos evi<strong>de</strong>ntes em rodovias com características geométricas <strong>de</strong>padrão inferior.Figura A.7 – Curvas em espiralA.2.2.3Curva compostaCurva composta é a curva formada quando dois trechos em tangente são conectados por dois ou maisarcos <strong>de</strong> círculo sucessivamente tangentes girando no mesmo sentido.Curvas compostas <strong>de</strong>vem ser evitadas, porque as variações súbitas <strong>de</strong> raio po<strong>de</strong>m surpreen<strong>de</strong>r osmotoristas e aumentar o risco <strong>de</strong> erros e aci<strong>de</strong>ntes. O risco é maior quando um raio pequeno vemapós um raio gran<strong>de</strong>. Estudos indicam que a redução <strong>de</strong> 50% do valor do raio em uma distância <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> 30 m aumenta o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. É recomendável que os raios <strong>de</strong> duas curvassucessivas sejam <strong>de</strong> valores próximos não diferindo mais que a razão 1,5:1, po<strong>de</strong>ndo-se chegar a 2:1nas interseções. Geralmente é possível substituir o conjunto irregular por uma curva <strong>de</strong> raio único oucombinado com um trecho <strong>de</strong> clotói<strong>de</strong>, sem gran<strong>de</strong>s alterações do alinhamento.206MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.2.2.4 Grau <strong>de</strong> curvaA Tabela A.2 mostra as reduções <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes resultantes <strong>de</strong> reduções do grau da curva baseadas emanálises <strong>de</strong> dados coletados em 10.900 curvas horizontais <strong>de</strong> rodovias americanas, localizadas entretangentes <strong>de</strong> 200 m ou mais.Tabela A.2 – Redução percentual <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vido à redução do grau da curvaGrau da curva (*)Ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>flexãoAntes Depois 10° 20° 30° 40° 50°30 25 17 17 17 16 1630 20 33 33 33 33 3330 15 50 50 50 50 5030 12 60 60 60 60 6030 10 67 66 66 66 6630 8 73 73 73 73 7330 5 83 83 83 83 8325 20 20 20 20 20 2025 15 40 40 40 40 4025 12 52 52 52 52 5125 10 60 60 60 59 5925 8 68 68 68 67 6725 5 80 80 79 79 7920 15 25 25 25 25 2420 12 40 40 40 39 3920 10 50 50 49 49 4920 8 60 60 59 59 5920 5 75 74 74 74 7415 10 33 33 33 32 3215 8 46 46 46 46 4515 5 66 66 65 65 6515 3 79 79 78 78 7810 5 49 48 48 47 4710 3 69 68 67 66 665 3 37 35 33 32 31Fonte: Zegeer e outros, 1990(*) Ângulo central correspon<strong>de</strong>nte a um arco <strong>de</strong> círculo com comprimento <strong>de</strong> 100 m.207MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.2.3. DIFERENÇAS DE VELOCIDADESA.2.3.1. Diferenças <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s entre trechos sucessivosA velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação é influenciada por diversos fatores: motorista, rodovia, condições dasmargens da rodovia, características dos veículos e condições atmosféricas e do tráfego. Oalinhamento horizontal é sem dúvida o fator mais importante.As variações da velocida<strong>de</strong> ao longo da rodovia têm um impacto direto na segurança; quanto maior emais inesperada a variação, maior é a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colisão. As rodovias <strong>de</strong> padrão elevado <strong>de</strong>vemser projetadas <strong>de</strong> modo a permitir que os usuários trafeguem com segurança, com uma velocida<strong>de</strong>relativamente constante, que atenda às suas necessida<strong>de</strong>s e expectativas. Caso contrário, háprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que ocorram erros.No início da década <strong>de</strong> setenta, pesquisadores alemães <strong>de</strong>senvolveram regras <strong>para</strong> ajudar osprojetistas a escolher sequências <strong>de</strong> alinhamentos que reduziriam as variações das velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>operação ao longo <strong>de</strong> uma rota. Este método, já apresentado no Manual <strong>de</strong> Projeto Geométrico <strong>de</strong>Rodovias Rurais – DNER – 1999, é consi<strong>de</strong>rado uma gran<strong>de</strong> melhoria dos métodos tradicionais, quesimplesmente verificavam a obediência aos raios mínimos fixados.As regras a obe<strong>de</strong>cer po<strong>de</strong>m ser expressas em termos <strong>de</strong> diferenças <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s. Lamm e outros(1999) recomenda a verificação da qualida<strong>de</strong> do <strong>projeto</strong>, com<strong>para</strong>ndo as velocida<strong>de</strong>s respeitadas por85% dos carros <strong>de</strong> passeio (V 85 ) <strong>para</strong> cada par <strong>de</strong> segmentos sucessivos da rodovia. Se as diferenças<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s forem menores que 10 km/h, o <strong>projeto</strong> é consi<strong>de</strong>rado bom; entre 10 km/h e 20 km/h,aceitável; acima <strong>de</strong> 20 km/h, inferior. Na Espanha usa-se um critério similar, baseado na velocida<strong>de</strong>V 99 (Tabela A.3).Diferença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>Δ V 85 (km /h)LammTabela A.3 – Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>Diferença <strong>de</strong> veloc.Δ V 99 (km /h)EspanhaQualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>< 10 Bom < 10 Bom10 – 20 Aceitável 15 –30 Razoável> 20 Inferior 30 – 45 InferiorFonte: Lamm et al. Highway <strong>de</strong>sign and trafic engineering handbook.Copyright 1999 by McGraw-Hill Compagnie, Inc.> 45 Ruim208MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasDeterminação da qualida<strong>de</strong> do <strong>projeto</strong>Apresenta-se a seguir um exemplo <strong>de</strong>senvolvido por Lamm et al, 1999, <strong>para</strong> rodovia rural com 2faixas.a) Premissas básicas−−−A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação em uma curva é suposta constante e é calculada usando uma equação<strong>de</strong> regressão (A Tabela A.4 apresenta equações <strong>de</strong> diversos países);A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um veículo em uma tangente é calculada com a mesma equação, usandoCCR=0;Quando se aproxima ou sai <strong>de</strong> uma curva a aceleração e <strong>de</strong>sacelerações recomendadas sãoiguais a 0,85m/s 2 .Tabela A.4 – Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> regressão <strong>para</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operaçãoPaís Mo<strong>de</strong>lo (km/h) Velocida<strong>de</strong> limite (km/h)França102V 85 = ----------------------------1+346(CCR/63700) 1,5 90(U.S.A) V 85 = 103,04 – 0,053 CCR 90Alemanha10 6V 85 = ----------------------8.270 +8,01 CCRAustrália V 85 = 101,2 – 0,043 CCR 90Canadá V 85 = e (4,561 – 5,27 x 10 CCR) 90Fonte: Lamm et.al. Highway <strong>de</strong>sign and traffic safety engineering handbook, 1999190On<strong>de</strong>:57.300CCR = -----------RCCR = Ângulo central correspon<strong>de</strong>nte a um arco <strong>de</strong> círculo com comprimento <strong>de</strong> 1000 m (graus)R = raio da curva (m)b) ProcedimentoPasso 1 – Calcule os parâmetros:209MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTabela A.5 – Definição dos parâmetrosParâmetros Descrição FonteV C1 Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação na curva 1 Equações na Tabela HA-A1V C2 Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação na curva 2 Equações na Tabela HA-A1L tComprimento da tangente entre asduas curvasMedidas do local/<strong>projeto</strong>V t 85 Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada Equações na Tabela HÁ-A1, CCR =0TL minTL maxV t maxComprimento necessário datangente <strong>para</strong> um veículo passar davelocida<strong>de</strong> inicial V C1 <strong>para</strong> avelocida<strong>de</strong> final V C2 com umaaceleração ou <strong>de</strong>saceleração <strong>de</strong> aou d.Comprimento necessário datangente <strong>para</strong> um acelerar <strong>de</strong> umavelocida<strong>de</strong> inicial V C1 <strong>para</strong> umavelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada V t 85 e<strong>de</strong>sacelerar <strong>para</strong> uma velocida<strong>de</strong>final V C2 com aceleração e<strong>de</strong>saceleração respectivamente <strong>de</strong> ae d.Velocida<strong>de</strong> máxima alcançadaquando o comprimento da tangentenão permite que o motoristaalcance a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada.Passo 2 – Siga o algoritmo abaixo:L t < TL min Sim Compare V C1 com V C2|V C1 2 - V C22| |V C1 - V C22|TL min = |--------------| ou TL min = |------------|⎜ 25.92 a ⎜ ⎜ 25.92 d || V C1 2 – V t852| | V t85 2 - V C22|TL max = |----------------| + |----------------|| 25.92 a | | 25.92 d |V C1 2 + V C2 2 + 25.92 a . L tV t max =√ -------------------------------------2NãoSiga o passo seguinteL t > TL max Sim Compare V t 85 com V C1e V t 85 com V C2NãoCompare V t max com V C1e V t max com V C2210MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasc) ExemplosCASO 1 CASO 2 CASO 32 Curvas 2 Curvas 2 CurvasCCR 1 = 340 CCR 1 = 340 CCR 1 = 340CCR 2 = 620 CCR 2 = 620 CCR 2 = 620Se<strong>para</strong>das por uma tangente <strong>de</strong>400 mSe<strong>para</strong>das por uma tangente <strong>de</strong> 250mSe<strong>para</strong>das por uma tangente <strong>de</strong>60 mEquação francesa<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>Equação francesaDe velocida<strong>de</strong>Equação francesa<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>V C1 = 90 km/hV C2 = 77 km/hL t = 400 mV C1 = 90 km/hV C2 = 77 km/hL t = 250 mV C1 = 90 km/hV C2 = 77 km/hL t = 60 mV t 85 = 102 km/hTL min = 99 mTL max = 308 mV t m\x = 106 km /hL t < TL min ? nãoL t > TL max ? simV t 85 = 102 km/hTL min = 99 mTL max = 308 mV t m\x = 99 km /hL t < TL min ? nãoL t > TL max ? nãoV t 85 = 102 km/hTL min = 99 mTL max = 308 mV t m\x = 88 km /hL t < TL min ? simCompare portanto Compare portanto Compare portantoV t 85 com V C1 ; V t 85 com V C2 V t max com V C1 ;V tmax com V C2 V C1 com V C2102 km/h vs 90 km/h 99 km/h vs 90 km/h 90 km/h vs 77 km/hAceitável Bom Aceitável102 km/h vs 77 km/hInferior99 km/h vs 77 km/hInferior211MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.2.3.2 Segurança entre trechos sucessivosAn<strong>de</strong>rson e outros, em 1999, analisaram o impacto da diferença das velocida<strong>de</strong>s V 85 <strong>de</strong> trechossucessivos no número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. O estudo foi feito com base em dados coletados em 5.287 curvas,chegando aos resultados (Figura A.8):• Se a diferença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s V 85 é superior a 20 km/h, o índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes é o dobro doíndice correspon<strong>de</strong>nte a uma diferença situada entre 10 e 20 km/h;• Se a diferença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s V 85 é superior a 20 km/h, o índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes é seis vezesmaior que o índice correspon<strong>de</strong>nte a uma diferença menor que 10 km/h.Figura A.8 – Índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e diferenças entre velocida<strong>de</strong>s V 85(n = número <strong>de</strong> curvas)Índice <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>ntesDiferença <strong>de</strong> Velocida<strong>de</strong>s V 85A.2.4 CONDIÇÃO DA SUPERFÍCIEA força <strong>de</strong> atrito transversal em uma curva tem um forte impacto na velocida<strong>de</strong> máxima com quepo<strong>de</strong> ser percorrida. Por exemplo, <strong>para</strong> uma curva com raio <strong>de</strong> 300 m, superelevação <strong>de</strong> 0,06 ecoeficiente <strong>de</strong> atrito transversal (f t ) <strong>de</strong> 0,30, a velocida<strong>de</strong> máxima (teórica) é 108 km/h. Para o valor f t= 0,80 a velocida<strong>de</strong> máxima é 148 km/h. Os coeficientes <strong>de</strong> atrito utilizados <strong>para</strong> efeito <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> f tpsão geralmente muito inferiores aos valores disponíveis nas rodovias, e se situam normalmente entre0,08 e 0,16.A escolha do valor <strong>de</strong> f tp se baseia nos seguintes objetivos:• Prover uma margem <strong>de</strong> segurança <strong>para</strong> condições <strong>de</strong> tempo adversas;• Evitar aumentos excessivos das distâncias <strong>de</strong> frenagem em curvas (Figura A.9);• Oferecer conforto aos ocupantes dos veículos.212MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasComo resultado, as curvas horizontais po<strong>de</strong>m frequentemente ser percorridas com velocida<strong>de</strong>ssuperiores às adotadas no <strong>projeto</strong> (em condições favoráveis). Cientes disso, alguns motoristas adotamvelocida<strong>de</strong>s muito elevadas, reduzindo com isso suas margens <strong>de</strong> segurança. Trata-se <strong>de</strong> um hábitoque po<strong>de</strong> se tornar <strong>de</strong>sastroso se a força <strong>de</strong> atrito <strong>de</strong> uma curva for baixo e o motorista não<strong>de</strong>sacelerar o suficiente (os motoristas po<strong>de</strong>m ter dificulda<strong>de</strong> em i<strong>de</strong>ntificar os locais com problemas<strong>de</strong> atrito transversal). Quando a força <strong>de</strong> atrito disponível na curva for menor que a necessária, omotorista per<strong>de</strong> o controle do veículo. O coeficiente <strong>de</strong> atrito necessário po<strong>de</strong> ser calculado pelaseguinte equação:V 852f r = --------- - e127 RFigura A.9 – Forças <strong>de</strong> atrito em uma curva horizontalon<strong>de</strong>:R = raio da curva (m)V 85 = velocida<strong>de</strong> (km/h)e = superelevação (m/m)f r = fator <strong>de</strong> atrito requerido <strong>para</strong> V 85f 2 = f 2 2l + f ton<strong>de</strong>:f = coeficiente <strong>de</strong> atrito (total)f l = coeficiente <strong>de</strong> atrito longitudinalf t = coeficiente <strong>de</strong> atrito transversalQuando se está freando em uma curva, a força <strong>de</strong> atrito total disponível se distribui entre suacomponente longitudinal (f l ), requerida <strong>para</strong> frenagem, e sua componente transversal (f t ), requerida<strong>para</strong> mudança <strong>de</strong> direção. Para evitar excessivos aumentos da distância <strong>de</strong> frenagem, sãoselecionados valores <strong>de</strong> f tp não superiores a 40% ou 50% da força <strong>de</strong> fricção esperada em condiçõesdifíceis, <strong>de</strong> modo que cerca <strong>de</strong> 90% da força total <strong>de</strong> fricção permaneça disponível <strong>para</strong> manobras <strong>de</strong>frenagem.213MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.2.5 TOMBAMENTOQuando a força <strong>de</strong> atrito é elevada, alguns veículos pesados po<strong>de</strong>m tombar ao invés <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrapar. Ofator <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> estática <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da distância entre os centros das rodas e da altura do centro <strong>de</strong>gravida<strong>de</strong> do veículo (Figura A.10).O limite <strong>de</strong> tombamento é FET= t/2hon<strong>de</strong>: FET = limiar <strong>de</strong> tombamento lateralt = largura entre rodas (m)h = altura do centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> (m)Quando o valor <strong>de</strong> FET é maior que o coeficiente <strong>de</strong> atrito transversal em uma curva (f t ), o veículotombará ao invés <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizar transversalmente à rodovia. O risco <strong>de</strong> tombamento é geralmentepequeno em carros <strong>de</strong> passeio, em que FET é relativamente gran<strong>de</strong> (tipicamente entre 1 e 1,5g).Entretanto, alguns veículos pesados têm valores <strong>de</strong> FET muito baixos (da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,3 a 0,8g) e orisco <strong>de</strong> tombamento é muito maior.Figura A.10 – TombamentoCentro <strong>de</strong>Gravida<strong>de</strong>Risco <strong>de</strong>tombamentoForça centrífugaA velocida<strong>de</strong> necessária <strong>para</strong> tombamento é dada pela equação:tV t = √ 127R (e + ----- )On<strong>de</strong>:2hV t = velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tombamento (km/h)214MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasR = raio da curva (m)e = superelevação (m/m)A.2.6 SUPERELEVAÇÃOSuperelevação é a inclinação transversal <strong>para</strong> a parte interna <strong>de</strong> uma curva horizontal (Figura A.11).Ela reduz levemente a força <strong>de</strong> atrito necessária <strong>para</strong> contrabalançar a atuação da força centrífuga eaumenta o conforto dos ocupantes do veículo. Desta forma, a velocida<strong>de</strong> máxima em uma curvaaumenta com a superelevação.Figura A.11 – Superelevação em curvaSuperelevação excessiva po<strong>de</strong> fazer com que veículos lentos <strong>de</strong>slizem <strong>para</strong> a parte interna da curva seo coeficiente <strong>de</strong> atrito entre a pista e os pneus for muito pequeno. Em geral, valores <strong>de</strong> superelevação<strong>de</strong> 5 a 8% são recomendados <strong>para</strong> <strong>projeto</strong>.Uma zona <strong>de</strong> transição entre a tangente e a curva horizontal é necessária <strong>para</strong> a introdução gradual dasuperelevação. Em locais em que toda ou parte da seção da pista se situa no plano horizontal po<strong>de</strong>haver acúmulo <strong>de</strong> água, que contribui <strong>para</strong> escorregamento transversal (Figura A.12). Deve ser dadaatenção especial à drenagem nessa área.O maior raio <strong>de</strong> curva em que é exigida superelevação varia substancialmente entre diferentes países(900 m na França e 5.000 m na Espanha e no Brasil, em rodovias com características técnicaselevadas).Dunlap e outros (1978) <strong>de</strong>terminaram através <strong>de</strong> pesquisas que os números <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes empavimentos molhados são anormalmente altos em curvas com superelevação inferior a 2%.Zeeger e outros (1992) verificaram que a melhoria da superelevação po<strong>de</strong> reduzir o número <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>ntes em 5 a 10%.215MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura A.12 – Desenvolvimento da superelevaçãoSuperelevação na curvaZona <strong>de</strong>Transição em curvaInício da transição em tangenteA.2.7 SUPERLARGURAA.2.7.1 DescriçãoEm curvas horizontais, os raios das curvas percorridas pelos pneus dianteiros são maiores que osraios <strong>de</strong>scritos pelos pneus traseiros, o que aumenta a largura necessária <strong>para</strong> acomodar todo oveículo, quando se faz com<strong>para</strong>ção com a largura necessária nos trechos em tangente (Figura A.13).Essa largura adicional é <strong>de</strong>sprezível no caso <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> passeio, mas po<strong>de</strong> ser significativa <strong>para</strong>veículos <strong>de</strong> carga compostos por várias unida<strong>de</strong>s. Além disso, o acréscimo <strong>de</strong> largura po<strong>de</strong> levar àinvasão da faixa <strong>de</strong> tráfego adjacente.Torna-se necessário, portanto, <strong>de</strong>terminar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> largura em função dos veículos emtrânsito. Essas larguras <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m dos raios, das velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação e das características dosveículos.Os volumes <strong>de</strong> tráfego também <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados. O <strong>manual</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> do Canadá indica querodovias com uma pista e dois sentidos <strong>de</strong> tráfego não necessitam <strong>de</strong> superlargura quando apresentammenos que 15 veículos <strong>de</strong> carga/hora em ambos os sentidos.Há pouca uniformida<strong>de</strong> na orientação que diferentes países oferecem a esse respeito. O Manual <strong>de</strong>Projeto Geométrico <strong>de</strong> Travessias Urbanas – DNIT – 2010 apresenta as características dos veículos<strong>de</strong> <strong>projeto</strong> adotados no Brasil e as superlarguras necessárias nos trechos em curva.216MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura A.13 - Alargamento <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> tráfego em uma curvaA.2.7.2SegurançaKrebs e Kleckner (1977) mostraram que o aumento da largura da pista reduz os índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes.A Figura A.14 apresenta os resultados encontrados.Figura A.14 - Índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em curvas com diferentes largurasÍndice <strong>de</strong>Aci<strong>de</strong>ntes /m.veic.kmLargura da pista (m)A Tabela A.6, baseada em um estudo nos Estados Unidos (USA) feito por Zeeger e outros (1990),mostra as reduções <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes que po<strong>de</strong>m ser esperadas com o alargamento <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> tráfego eacostamentos em curvas.217MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTabela A.6 - Redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em curvas <strong>de</strong>vido a alargamento<strong>de</strong> faixas ou <strong>de</strong> acostamentosAlargamentos (m)TotalPor ladoAlargamento <strong>de</strong>FaixasRedução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes (%)Alargamento <strong>de</strong>acostamentospavimentadosAlargamento <strong>de</strong>acostamentos nãopavimentados0,6 0,3 5 4 31,2 0,6 12 8 71,8 0,9 17 12 102,4 1,2 21 15 133,0 1,5 - 19 163,6 1,8 - 21 184,2 2,1 - 25 214,8 2,4 - 28 245,4 2,7 - 31 266,0 3,0 - 33 29Fonte: Zeeger et al. (1990)A.2.8 ACOSTAMENTOSEm rodovias rurais os acostamentos <strong>de</strong>vem ser estabilizados e livres <strong>de</strong> objetos, <strong>para</strong> facilitar arecuperação <strong>de</strong> veículos que os invadam. A qualida<strong>de</strong> dos acostamentos nas curvas merece atençãoespecial, porque a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua invasão por um veículo é maior.A erosão po<strong>de</strong> danificar acostamentos <strong>de</strong> solo estabilizado, principalmente em áreas com muitaschuvas e abundante escoamento <strong>de</strong> águas, como por exemplo em curvas côncavas.Desníveis entre a faixa <strong>de</strong> tráfego e o acostamento aumentam o risco <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> controle (FiguraA.15).Figura A.15 – Acostamento em <strong>de</strong>snível218MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasDe acordo com estudos conduzidos por Zeeger (1992), a selagem dos acostamentos reduz o número<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em 5%.A.2.9 DISTÂNCIAS DE VISIBILIDADE DE PARADA - ÁREAS LATERAISComo em qualquer outro lugar <strong>de</strong> uma rodovia, a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> em um ponto <strong>de</strong> umacurva horizontal <strong>de</strong>ve ser suficiente <strong>para</strong> permitir <strong>para</strong>r um veículo com segurança. Vários obstáculossituados nas partes internas das curvas po<strong>de</strong>m prejudicar a visibilida<strong>de</strong>, como aterros, vegetação,construções, etc. Uma área lateral livre <strong>de</strong> obstáculos é necessária <strong>para</strong> garantir a segurança. Asdimensões da área livre <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da distância necessária <strong>para</strong> frenagem (Figura A.16).Figura A.16 - Área lateral <strong>de</strong> segurança na curvaPara a <strong>de</strong>terminação da área livre, dois casos po<strong>de</strong>m ser apresentados: a distância <strong>de</strong> frenagem exce<strong>de</strong>o comprimento da curva ou não. As fórmulas <strong>para</strong> o primeiro caso são mais complexas e na práticararamente são necessárias. Em terreno plano a área lateral livre po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada graficamente<strong>de</strong>senhando várias retas ao longo da curva (Figura A.17). O comprimento <strong>de</strong> cada segmentocorrespon<strong>de</strong> à distância <strong>de</strong> <strong>para</strong>da (um extremo do segmento representa a posição do motorista e ooutro representa o objeto na rodovia).Figura A.17 – Determinação gráfica das linhas <strong>de</strong> visão em uma curva219MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasCabe observar que objetos relativamente baixos po<strong>de</strong>m impedir a visibilida<strong>de</strong>. (Figura A.18).Figura A.18 – Altura máxima <strong>de</strong> um objeto na área interna da curvaAs distâncias <strong>de</strong> frenagem <strong>para</strong> veículos pesados equipados com os sistemas convencionais sãosubstancialmente maiores que as correspon<strong>de</strong>ntes a carros <strong>de</strong> passeio. Em alguns casos, a maioraltura dos olhos po<strong>de</strong> compensar a maior distância <strong>de</strong> frenagem. Entretanto, isso po<strong>de</strong> não ser o casoquando os objetos laterais são altos. Em tais situações a área livre <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar a distância <strong>de</strong>frenagem calculada <strong>para</strong> veículos pesados.A.2.10ÁREAS LATERAIS DE SEGURANÇAO índice <strong>de</strong> invasão lateral é muito maior em curvas que em trechos em tangente. De acordo com oRoadsi<strong>de</strong> Design Gui<strong>de</strong>, AASHTO, 2002, esse índice é cerca <strong>de</strong> quatro vezes maior nas partesexternas das curvas do que em tangente, e duas vezes maior nas partes internas (Figura A.19).Figura A.19 - Índice <strong>de</strong> invasão lateralFator <strong>de</strong> ajustamentoParte externa da curva Raio (m) Parte interna da curvaPara reduzir a severida<strong>de</strong> dos aci<strong>de</strong>ntes resultantes <strong>de</strong> saídas da pista <strong>de</strong> rolamento, <strong>de</strong>ve ser providauma área livre <strong>de</strong> obstáculos ao longo da rodovia. Uma vez que a extensão do trecho sujeito a invasãolateral aumenta com a velocida<strong>de</strong>, a área livre <strong>de</strong> obstáculos também <strong>de</strong>ve crescer com a velocida<strong>de</strong>220MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias(Figura A.20). Devido a limitações orçamentárias, a largura da área livre também é influenciada pelacategoria da rodovia e pelo seu volume <strong>de</strong> tráfego.Nos Estados Unidos uma distância lateral <strong>de</strong> 10 m é geralmente recomendada <strong>para</strong> a área livre <strong>de</strong>obstáculos nas vias expressas, e valores maiores são adotados em alguns países da Europa. Quando aaquisição das áreas laterais ou as características do terreno tornam inviável aten<strong>de</strong>r as áreas livresrecomendadas, barreiras laterais <strong>de</strong>vem ser instaladas <strong>para</strong> proteger os usuários da rodovia dosperigos provocados pelas condições da área lateral. Deve-se reconhecer, entretanto, que essasbarreiras também constituem problemas e não <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas como preferenciais, comrelação a um tratamento a<strong>de</strong>quado das áreas laterais.Probabilida<strong>de</strong> (%)Figura A.20 - Extensão lateral da InvasãoDistância da invasão (m)Talu<strong>de</strong>s laterais muito inclinados também constituem um tipo <strong>de</strong> obstáculo lateral que <strong>de</strong>ve serevitado. As inclinações máximas admissíveis que po<strong>de</strong>m ser controladas por veículos <strong>de</strong>sgovernadossão da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1:3 a 1:4. Os ângulos entre o acostamento e o talu<strong>de</strong> e entre o talu<strong>de</strong> e a áreaadjacente também <strong>de</strong>vem ser substituídos por concordâncias suaves, como indicado na Figura A.21.221MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura A.21 - Suavização <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>sEstimativas da redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes resultantes das melhorias nas áreas laterais, baseadas em estudosconduzidos por Zegeer em 1990 e 1992, são indicadas nas Tabelas A.7 e A.8.Tabela A.7 - Redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes por aumento das áreas laterais <strong>de</strong> segurançaAumento da área lateral <strong>de</strong> segurança (m) Redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes (%)1,5 92,4 143,0 173,7 194,6 23Fonte: Zeeger et al. 19926,1 29Tabela A.8 - Redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes por diminuição das inclinações dos talu<strong>de</strong>s em curvasRedução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes após a diminuição do talu<strong>de</strong> (%)Inclinação do talu<strong>de</strong> antes dadiminuiçãoInclinação do talu<strong>de</strong> após a diminuição4:1 5:1 6:17:1ou mais2:1 6 9 12 153:1 5 8 11 154:1 - 3 7 115:1 - - 3 86:1 - - - 5Fonte: Zeeger et al. 1990222MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.2.11 DISTÂNCIAS DE VISIBILIDADE DE ULTRAPASSAGEMOportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ultrapassagem <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas nas próprias curvas e em segmentos <strong>de</strong>rodovias, incluindo curvas e vários quilômetros <strong>de</strong> rodovias em seu entorno.A.2.11.1 Na curvaSegmentos em tangente ou curvas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s raios são necessários <strong>para</strong> se conseguir a distância <strong>de</strong>visibilida<strong>de</strong> necessária <strong>para</strong> ultrapassagem com segurança. A ultrapassagem raramente é possível emcurvas à direita a não ser que tenha raio muito gran<strong>de</strong>, e mesmo assim, é uma manobra que <strong>de</strong>ve serevitada, porque o veículo que está sendo ultrapassado impe<strong>de</strong> a visibilida<strong>de</strong> à direita. Sempre que adistância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> for insuficiente, a pintura do pavimento <strong>de</strong>ve indicar claramente a proibição<strong>de</strong> ultrapassagem.Raios <strong>de</strong> dimensões médias, mas que são pequenos <strong>para</strong> uma ultrapassagem segura, encorajam algunsmotoristas a realizar manobras perigosas e <strong>de</strong>vem ser evitados (Tabela A.9).Tabela A.9 - Raios a serem evitadosPaísRaio (m)Inglaterra 700 – 2000França 900 - 2000A.2.11.2 Em um segmento maior da rodoviaEm rodovias rurais com duas faixas e dois sentidos <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong>ve haver oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ultrapassagem que evitem a formação <strong>de</strong> longas filas e provoquem a execução <strong>de</strong> manobrasperigosas. Alguns países recomendam a obediência a percentagens mínimas <strong>de</strong> trechos com distância<strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ultrapassagem (Tabela A.10).Em rodovias com duas faixas e dois sentidos <strong>de</strong> tráfego as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ultrapassagem sãoinfluenciadas não só pela percentagem <strong>de</strong> alinhamento com a requerida distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>, mastambém pela disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervalos suficientes <strong>para</strong> execução da manobra <strong>de</strong> ultrapassagementre os veículos que vêm em sentido contrário. Maiores volumes <strong>de</strong> tráfego aumentam a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>ultrapassagens, mas reduzem os intervalos que as permitem, o que po<strong>de</strong> resultar na justificativa daconstrução <strong>de</strong> faixas adicionais.223MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTabela A.10 - Percentagem mínima do alinhamento com distância <strong>de</strong>visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> ultrapassagemPaísPercentagem mínimaSuíça, Alemanha 20%França 25%Inglaterra 15 – 40%** Depen<strong>de</strong>ndo da categoria da rodoviaA.2.12 SINAIS DE ADVERTÊNCIAQuando motoristas <strong>de</strong>vem reduzir suas velocida<strong>de</strong>s antes <strong>de</strong> entrar em uma curva eles necessitam <strong>de</strong>uma advertência a<strong>de</strong>quada com referência à redução <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> requerida. Em adição aos sinaisindicando a presença da curva (e possivelmente da velocida<strong>de</strong> limite recomendada), outros tipos <strong>de</strong>dispositivos <strong>de</strong> advertência po<strong>de</strong>m ser usados: marcas no pavimento, <strong>de</strong>lineadores, ondulaçõestransversais, sonorizadores, etc. (Figura A.22).A natureza e intensida<strong>de</strong> da mensagem <strong>de</strong>vem ser adaptadas às condições encontradas: a categoria darodovia, a redução <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> requerida, a natureza inesperada da curva, sua visibilida<strong>de</strong> e ascondições <strong>de</strong> conflito do tráfego. O uso das mesmas medidas <strong>de</strong> advertência <strong>para</strong> os mesmos tipos <strong>de</strong>situações é altamente recomendado <strong>para</strong> reduzir erros dos motoristas.De acordo com Tignor, os sinais <strong>de</strong> advertência das curvas po<strong>de</strong>m reduzir os aci<strong>de</strong>ntes em 20% (ITE,1999).Figura A.22 - Sinais <strong>de</strong> advertência da ocorrência <strong>de</strong> curvas fechadasA.2.13COMBINAÇÃO DE CONDIÇÕESDevido às dificulda<strong>de</strong>s inerentes à direção <strong>de</strong> veículos em curvas horizontais, nesses locais osmotoristas po<strong>de</strong>m ter problemas em lidar com aspectos estranhos que requeiram sua atenção. Por essarazão, <strong>de</strong>ve-se evitar combinar curvas horizontais <strong>de</strong> raios menores com problemas que aumentem a224MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviascomplexida<strong>de</strong> da direção: fontes potenciais <strong>de</strong> conflitos <strong>de</strong> tráfego (interseções, travessias, acessosprivados), elementos que distraiam sua atenção (propaganda comercial, ativida<strong>de</strong>s ao lado darodovia, etc.), ou outros elementos (morro, ponte estreita, fim <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> tráfego etc.)Figura A.23 – Problemas em curvas horizontaisEstreitamento <strong>de</strong> uma rodovia e ativida<strong>de</strong>comercial junto a túnel em curvaAci<strong>de</strong>nte em uma interseção em curvaA.3.ALINHAMENTO VERTICALA.3.1 ACIDENTES• Aci<strong>de</strong>ntes ocorrem mais frequentemente em trechos em rampa. Sua frequência aumentacom o valor do grei<strong>de</strong>. Crescendo a frequência dos aci<strong>de</strong>ntes em 1,6% <strong>para</strong> 1% <strong>de</strong> variaçãodo grei<strong>de</strong>. (Harwood et al., 2000).• A frequência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e sua severida<strong>de</strong> são maiores em <strong>de</strong>scidas que em subidas, comuma gran<strong>de</strong> participação <strong>de</strong> veículos pesados.• A diferença <strong>de</strong> altura entre o topo e a parte mais baixa <strong>de</strong> uma rampa é um indicador maisconfiável do risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes que a percentagem da rampa (Service D’étu<strong>de</strong>s Techniques<strong>de</strong>s Routes et Autoroutes, 1997).Os principais elementos a consi<strong>de</strong>rar na análise da segurança <strong>de</strong> uma rampa são:a) Nas <strong>de</strong>scidas: aumento das distâncias <strong>de</strong> frenagem e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superaquecimento dosfreios dos veículos pesados. O aumento da distância <strong>de</strong> frenagem po<strong>de</strong> ser elevado. A TabelaA.11 mostra que a partir <strong>de</strong> uma velocida<strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> 100 km/h e com um coeficiente <strong>de</strong> atrito<strong>de</strong> 0,28, a distância aumenta 37% (78 m) quando se passa <strong>de</strong> um trecho em nível <strong>para</strong> uma rampa<strong>de</strong> 10%.225MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTabela A.11 - Distâncias <strong>de</strong> <strong>para</strong>daGrei<strong>de</strong> na <strong>de</strong>scida (%)Distância <strong>de</strong> <strong>para</strong>da (m)0 2105 24110 288(velocida<strong>de</strong> inicial: 100 km/h, tempo <strong>de</strong> reação:2,5 seg, coeficiente <strong>de</strong> atrito: 0,28)A temperatura crítica <strong>para</strong> os freios é 260°C. Acima <strong>de</strong>sse valor a eficiência do sistema <strong>de</strong> freios éreduzida, <strong>de</strong>vido a vários fenômenos físicos (expansão, <strong>de</strong>formação, etc.).b) Nas subidas: diferenças <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s entre carros <strong>de</strong> passeio e veículos pesados;c) Em curvas verticais convexas: distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>s restritas;d) Em curvas verticais côncavas: acumulação <strong>de</strong> água e erosão acelerada dos acostamentos <strong>de</strong>vidoao escoamento transversal das águas.Grei<strong>de</strong>s compostos por segmentos com diferentes rampas também po<strong>de</strong>m conduzir os motoristas aenganos nas suas expectativas quanto ao perfil vertical. Os motoristas <strong>de</strong> veículos pesados nãofamiliarizados com a área po<strong>de</strong>m iniciar sua <strong>de</strong>scida com velocida<strong>de</strong>s muito elevadas <strong>para</strong> ascondições locais. A situação se agrava quando uma <strong>de</strong>scida forte vem após uma rampa fraca.Figura A.24 – Grei<strong>de</strong>s compostos por segmentos com diferentes rampasA.3.2 RAMPAS MÁXIMASA título <strong>de</strong> ilustração apresenta-se na Tabela A.12 a seguir, os grei<strong>de</strong>s máximos permitidos emrodovias rurais <strong>de</strong> diversos países.226MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTabela A.12 - Grei<strong>de</strong>s máximos (%) – Rodovias ruraisPaísVelocida<strong>de</strong> diretriz (km/h)40 50 60 70 80 90 100 110 120AustráliaPlana - - 6 - 8 - 4 - 6 - 3 - 5 - 3 - 5Ondulada - - 7 - 9 - 5 - 7 - 4 - 6 - 4 - 6Montanhosa - - 9 - 10 - 7 - 9 - 6 - 8 - -Canadá 7 7 6 - 7 6 4 - 6 4 - 5 3 - 5 3 3Rodovia Secundária 11 11 10 - 11 9 7 - 8 6 - 7 5 - 7 5 - 6 5França - - 7 - 6 - 5 - -Alemanha - - 8 7 6 5 4.5 - 4Grécia - 11 10 9 8 7 5 4.5 4Itália 10 10 7 7 6 5 5 5 5Rodovia Secundária 12 - 10 - 7 6 6 - -Japão 7 6 5 - 4 - 3 - 2África do SulPlana - - - 5 4 3.5 3 3 3Ondulada - 7 6 5.5 5 4.5 4 - -Montanhosa 10 9 8 7 6 - - - -Suíça 12 - 10 - 8 - 6 - 4U.S.APlana - - 5 5 4 4 3 3 3Ondulada - - 6 6 5 5 4 4 4Montanhosa - - 8 7 7 6 6 4 5Fonte: Lamm et al. In Highway <strong>de</strong>sign and traffic safety engineering handbook - 1999.A.3.3 DISTÂNCIAS DE VISIBILIDADE EM CURVAS VERTICAISOs trechos retos <strong>de</strong> um alinhamento vertical são conectados por curvas verticais convexas oucôncavas (Figura A.25).Essas curvas são caracterizadas pelos seus valores <strong>de</strong> K. À medida que K <strong>de</strong>cresce, a curva se tornaacentuada, com redução da distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> disponível.Problemas com distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> são mais frequentes em curvas convexas que em côncavas,embora se <strong>de</strong>va verificar nesse caso possível redução <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> provocada pelo ângulo dos eixos227MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasdos raios luminosos dos faróis dianteiros (à noite) ou a interferência <strong>de</strong> estruturas transversais(viadutos, sinais, etc.). Este último caso é particularmente crítico <strong>para</strong> veículos <strong>de</strong> carga pesados, emque os olhos do motorista se situam mais altos que nos carros <strong>de</strong> passeio.Figura A.25 - Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> em curvas verticais−Curvas verticais convexas−Curvas verticais côncavas (alcance dos faróis)−Curvas verticais côncavas (passando sob estruturas)228MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.4.FATORES HUMANOSA.4.1 PERCEPÇÃOA. 4.1.1 Ilusões <strong>de</strong> óticaa) Ilusão <strong>de</strong> distânciaA convergência <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> orientação po<strong>de</strong> levar a estimativas incorretas <strong>de</strong> distâncias. Porexemplo, na Figura A.26, a convergência <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> árvores tem os seguintes efeitos:−−−A distância até a curva parece maior que a real;A distância lateral das árvores é superestimada;O veículo chega à curva antes do esperado, o que po<strong>de</strong> levar a manobras exageradas.Linhas <strong>de</strong> orientação convergentes <strong>de</strong>vem ser evitadas (marcações, bordas <strong>de</strong> pista, fileiras <strong>de</strong> árvorese postes, barreiras, <strong>de</strong>fensas, etc).Figura A.26 - Ilusão <strong>de</strong> ótica (Linha <strong>de</strong> árvores)b) Ilusão <strong>de</strong> raio <strong>de</strong> curvaA combinação <strong>de</strong> uma curva horizontal com uma curva vertical côncava leva à ilusão <strong>de</strong> uma curvahorizontal com raio maior que o real. Motoristas pre<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> encontrar um raio maior têm quesubitamente reduzir suas velocida<strong>de</strong>s ao se aproximarem da curva. Esta é uma situação que po<strong>de</strong>provocar aci<strong>de</strong>ntes e <strong>de</strong>ve ser evitada.De forma inversa, a combinação <strong>de</strong> uma curva horizontal com uma curva vertical convexa leva àilusão <strong>de</strong> uma curva horizontal com raio menor que o real, o que é mais seguro.229MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura A.27 - Ilusão <strong>de</strong> ótica (Combinação <strong>de</strong> curvas horizontal e vertical)Curva horizontal Curva vertical côncava O raio da curva horizontalparece maior do que éCurva horizontal Curva vertical convexa O raio da curva horizontalparece menor do que éA.4.1.2 Contrastesa) SinalizaçãoOs engenheiros rodoviários <strong>de</strong>vem tomar as medidas necessárias <strong>para</strong> garantir contraste a<strong>de</strong>quadoentre a rodovia e a paisagem <strong>de</strong> fundo em qualquer época do ano e hora do dia, com uso <strong>de</strong>sinalização a<strong>de</strong>quada.Figura A.28 - Melhoria do contraste da sinalizaçãoAntesDepoisContraste pobre entre sinais e o fundoBoa visibilida<strong>de</strong> obtida com o amarelob) Intensida<strong>de</strong> da luzGran<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> da luz e contraste forte reduzem o tempo <strong>de</strong> percepção. Para superfícies <strong>de</strong>rodovias, mo<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> luminosa tem sido correlacionada com menor frequência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes.c) BrilhoVariações <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> do brilho da superfície po<strong>de</strong>m criar distúrbio à visão e à percepção dosmotoristas, <strong>de</strong>vendo ser evitadas.230MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.4.1.3 Sinais visuais e sonorosOs motoristas reagem mais rapidamente a sinais sonoros que aos visuais. O i<strong>de</strong>al é que se juntemesses sinais.Sonorizadores laterais tem-se mostrado muito eficientes em alertar aos motoristas que eles estãosaindo da faixa <strong>de</strong> tráfego. Estudos mostram que po<strong>de</strong>m reduzir os aci<strong>de</strong>ntes provocados por saídasda pista em até 30%.Figura A.29 – Sonorizadores lateraisA.4.1.4 Ida<strong>de</strong> dos motoristasAs necessida<strong>de</strong>s dos motoristas mais velhos <strong>de</strong>vem ser levadas em conta no estágio <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>.Os motoristas mais velhos apresentam:−−−Maiores tempos <strong>de</strong> reação;Capacida<strong>de</strong>s psicomotoras reduzidas;Capacida<strong>de</strong> visual reduzida, envolvendo:acuida<strong>de</strong> visual;sensibilida<strong>de</strong> a contraste;percepção <strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> objetos;campo lateral <strong>de</strong> visão;suscetibilida<strong>de</strong> ao excesso <strong>de</strong> iluminação.231MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.4.2 ESCOLHA DA VELOCIDADEA.4.2.1 Foco, visão periféricaHá uma relação entre a distância focalizada e a velocida<strong>de</strong> (Figura A.30). Quando as velocida<strong>de</strong>s têmque ser mantidas baixas (por exemplo em zonas resi<strong>de</strong>nciais), as rodovias <strong>de</strong>vem ser projetadas <strong>de</strong>modo a evitar longas distâncias focais.Quanto maior a velocida<strong>de</strong>, mais estreito é o campo <strong>de</strong> visão (Figura A.31). Isto <strong>de</strong>ve ser levado emconta na <strong>de</strong>terminação das distâncias laterais da sinalização. Deve-se, entretanto, tomar cuidado emnão transformar postes <strong>de</strong> sinalização em eventuais pontos <strong>de</strong> conflito.Figura A.30 - Velocida<strong>de</strong> e ponto focalizadoBaseado em Cohen, 1984Figura A.31 - Velocida<strong>de</strong> e visão periférica232MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasNa Figura A.32 reduz-se a distância focal utilizando <strong>de</strong>lineamento, marcas no pavimento etratamento superficial, aumentando muito a visibilida<strong>de</strong> da interseção.AntesFigura A.32 - Redução da distância focalDepoisCombinação <strong>de</strong> uma interseção pouco visívelcom uma tangente contribui <strong>para</strong> aumentar avelocida<strong>de</strong>Delineamento, marcas e o tratamento dasuperfície provocaram redução da distânciafocal e da velocida<strong>de</strong>, aumentando avisibilida<strong>de</strong> da interseçãoAs dimensões do campo visual <strong>de</strong> um motorista são influenciadas pela sua experiência e pelanatureza da área atravessada (Tabela A.13).São consi<strong>de</strong>rados ângulos <strong>de</strong> visão ótimos:• Verticalmente: 20° <strong>para</strong> cima e 60° <strong>para</strong> baixo• Horizontalmente: 15°a 20°.Tabela A.13 - Campo visualExperiência doMotoristaExperienteInexperienteExtensão do Campo VisualTipo <strong>de</strong>RodoviaHorizontal HorizontalVertical(100 m)(200 m)Urbana ≤5° 9 m 18 mRural 9° - 10° 18,5 m 37 mUrbana ≤5° 9 m 18 mRural 6° - 7° 13 m 26 mFonte: Coheb, 1984; Theeuwes, 1995233MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.4.2.2 Avaliação da velocida<strong>de</strong>Os motoristas têm dificulda<strong>de</strong> em avaliar velocida<strong>de</strong>s e distâncias. As figuras que se seguem po<strong>de</strong>majudá-los a avaliar seus erros (Figuras A.33 e A.34).Figura A.33 - Estimativa <strong>de</strong> erros (velocida<strong>de</strong> e distância)Velocida<strong>de</strong> Estimadai aDistância EstimadaVelocida<strong>de</strong> real (km/h)Velocida<strong>de</strong> real (km/h)Distância real (km)Distância real (km/h)Figura A.34 - Melhorias em uma interseçãoSem pontos <strong>de</strong> orientação, osmotoristas têm dificulda<strong>de</strong> em estimaras velocida<strong>de</strong>s e distâncias dos carrosA priorida<strong>de</strong> foi esclarecida com canteiros,sinais e vegetaçãoA.4.3 ORIENTAÇÃO E ANTECIPAÇÃOPara melhor funcionamento do sistema viário são necessários: um sistema a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> classificaçãodas vias, atenção às expectativas dos motoristas e provisão <strong>de</strong> trechos <strong>de</strong> transição.A.4.3.1 Classificação funcionalDurante uma viagem, os motoristas <strong>de</strong>vem ter a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconhecer rapidamente a principalfunção da rodovia em que estão trafegando: se se trata <strong>de</strong> uma rodovia com função <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>,que <strong>de</strong>ve permitir velocida<strong>de</strong>s elevadas, ou uma rodovia com função <strong>de</strong> acesso, que requervelocida<strong>de</strong>s menores.234MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasIsso exige o estabelecimento <strong>de</strong> um sistema hierárquico <strong>de</strong> rodovias com um número limitado <strong>de</strong>categorias – não mais que três ou quatro – em que cada uma tem uma função, e à qual correspon<strong>de</strong>mparâmetros específicos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>.Os motoristas associam sinais similares em grupos e reagem adotando forma semelhante <strong>de</strong> direção.Quanto maior for a clareza das características <strong>de</strong> uma categoria <strong>de</strong> rodovia, mais rápidas ehomogêneas são suas reações e <strong>de</strong>cisões e maior sua segurança.Os projetistas <strong>de</strong>vem adotar características pré-fixadas <strong>para</strong> a geometria, <strong>de</strong>talhes da superfície, sinaise <strong>de</strong>mais elementos <strong>de</strong> cada categoria <strong>de</strong> rodovia.Uma classificação funcional diferencia duas funções opostas do tráfego: a mobilida<strong>de</strong>, que objetivapermitir <strong>de</strong>slocamentos rápidos sobre distâncias que po<strong>de</strong>m ser longas, e acessos entre as rodovias ouruas e as proprieda<strong>de</strong>s e terras adjacentes. Uma função intermediária da rodovia (coletora oudistribuidora) <strong>de</strong>ve ser provida <strong>de</strong> modo a limitar os pontos <strong>de</strong> acesso nas rodovias arteriais ou osvolumes <strong>de</strong> tráfego nas vias <strong>de</strong> acesso.Os aspectos distintos das áreas urbanas e rurais têm que ser reconhecidos, seja em termos <strong>de</strong> volumese conflitos <strong>de</strong> tráfego, objetivos das viagens e seus comprimentos, tipos <strong>de</strong> usuários (motorizados ounão), <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> viária, uso da terra e características dos aci<strong>de</strong>ntes. Rodovias rurais e urbanas<strong>de</strong>vem ter conjuntos <strong>de</strong> características distintos e coerentes.A Tabela A.14 <strong>de</strong>screve as características gerais <strong>de</strong>ssas categorias básicas <strong>de</strong> rodovias. Na práticacada uma <strong>de</strong>las é dividida em diferentes subcategorias, cujos <strong>de</strong>talhes variam <strong>de</strong> país <strong>para</strong> país. O<strong>de</strong>talhamento apresentado é necessário <strong>para</strong> levar em conta a diversida<strong>de</strong> dos ambientes que po<strong>de</strong>ma<strong>de</strong>quadamente satisfazer a mesma função <strong>de</strong> tráfego. Por exemplo, ninguém se surpreen<strong>de</strong> com ofato <strong>de</strong> que as características geométricas <strong>de</strong> uma rodovia arterial rural com VMD <strong>de</strong> 20.000, em umaregião plana – provavelmente uma via expressa – serem superiores às <strong>de</strong> uma rodovia arterial ruralcom VMD <strong>de</strong> 3.000 em uma região montanhosa.235MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTabela A.14 - Classificação funcional (características das rodovias)Descrição Rodovia arterial rural Via arterial urbanaFunção da RodoviaCaracterísticas GeométricasCondições do TráfegoInterseções e Acessos• Mobilida<strong>de</strong>;• Ligação entre cida<strong>de</strong>s (a nível nacional).• Características elevadas <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> (bomalinhamento, seção transversal larga,possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canteiro central, faixalateral livre).• Fluxo <strong>de</strong> tráfego elevados;• Velocida<strong>de</strong> elevadas;• Apenas veículos motorizados.• Não permitidas em vias expressas(entradas e saídas apenas eminterconexões);• Em vias arteriais não são permitidosacessos privado (apenas interseções bemespaçadas).• Mobilida<strong>de</strong>• Características elevadas <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> (possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> várias faixas <strong>de</strong> tráfego e <strong>de</strong> canteiro central).• Fluxos <strong>de</strong> tráfego elevados;• Velocida<strong>de</strong>s relativamente elevadas;• Apenas veículos motorizados (ausência <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres e ciclistas; quando necessário, sãoprovidas faixa especiais <strong>para</strong> esses usuários);• Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> baias <strong>para</strong> ônibus.• Não permitidas em vias expressas(entradas e saídas em interconexões)• Em vias arteriais não são permitidos acessosprivados (apenas interseções bem espaçadas quepo<strong>de</strong>m ser controladas por semáforos)• Não permitido estacionamentoDescrição Rodovia coletora rural Via coletora urbanaFunção da Rodovia• Ligação entre cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tamanhosmédios (nível regional).• Ligação entre distritos urbanos se<strong>para</strong>dos.Características Geométricas • Características médias <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>. • Características médias <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>.Condições do TráfegoInterseções e Acessos• Velocida<strong>de</strong> e fluxos <strong>de</strong> tráfegomo<strong>de</strong>rados;• As proporções dos fluxos <strong>de</strong> tráfego locale <strong>de</strong> longa distância variam com aimportância coletora.• Espaços menores entre interseções;• Acessos privados não proibidos, mas sãocontrolados.• Características médias <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>;• Velocida<strong>de</strong>s e fluxos <strong>de</strong> tráfego mo<strong>de</strong>rados• As proporções dos fluxos <strong>de</strong> tráfego local e <strong>de</strong>longa distância variam com a importância darodovia coletora;• Pe<strong>de</strong>stres e outros usuários não motorizadostrafegam em faixas se<strong>para</strong>das ou em outras vias;• Ônibus po<strong>de</strong>m <strong>para</strong>r na rodovia.• Espaços menores entre interseções;• Acessos privados não são proibidos,mas são controlados mas são controlados;• O estacionamento na faixa lateral é proibidonas principais coletoras, mas po<strong>de</strong> serpermitido nas menores.Descrição Rodovia local rural Via resi<strong>de</strong>ncialFunção da Rodovia • Acesso à área adjacente. • Acesso às proprieda<strong>de</strong>s adjacentes.Características GeométricasCondições do TráfegoInterseções e Acessos• Características <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> adaptadas avelocida<strong>de</strong>s menores <strong>de</strong> rodovias<strong>de</strong> duas ou uma faixa.• Velocida<strong>de</strong>s e fluxos <strong>de</strong> tráfegopequenos;• Usuários locais e veículos <strong>de</strong> entrega;• Po<strong>de</strong>m estar presentes usuários nãomotorizados.• Os números <strong>de</strong> interseções e acessos nãosão controlados, mas suas característicasgeométricas <strong>de</strong>vem ser seguras.• Características <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> encorajando baixasvelocida<strong>de</strong>s (faixas <strong>de</strong> tráfego estreitas, cul-<strong>de</strong>-sacs,loops).• Velocida<strong>de</strong>s e fluxos <strong>de</strong> tráfego pequenos;• Usuários locais e veículos <strong>de</strong> entrega;• Usuários não motorizados estão presentesgeralmente em gran<strong>de</strong>s proporções e compartilhama rodovia com os motorizados.• Os números <strong>de</strong> interseções e acessos não sãocontrolados, mas suas características geométricas<strong>de</strong>vem ser seguras;• O estacionamento na rua é permitido.A.4.3.2 Expectativas dos motoristasA expectativa é <strong>de</strong>finida como “a prontidão com que um motorista respon<strong>de</strong> a novas condições,eventos inesperados e informações apresentadas, <strong>de</strong> forma previsível e eficiente” (Lunenfeld and236MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasAlexan<strong>de</strong>r, 1990). As expectativas são fortemente influenciadas pela experiência. Quando se<strong>de</strong><strong>para</strong>m com situações inesperadas, os motoristas têm mais probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cometer erros eaumenta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. A experiência mostra que:−−−−−Quanto mais previsíveis forem as condições da rodovia, menos prováveis serão os erros;Os motoristas ten<strong>de</strong>m a antecipar a ocorrência <strong>de</strong> situações e eventos que são comuns à rodoviaem que estão trafegando;As expectativas são associadas com todos os aspectos da tarefa <strong>de</strong> dirigir; configurações,geometria, operação e administração das regras do tráfego que vão contra ou violam asexpectativas conduzem a maiores tempos <strong>de</strong> reação, confusão, resposta ina<strong>de</strong>quada e erro domotorista;Os motoristas, na ausência <strong>de</strong> evidência em contrário, assumem que terão que reagir apenas asituações usuais;Os motoristas têm problemas em áreas <strong>de</strong> transição e locais com <strong>projeto</strong> ou operaçãoinconsistente.De acordo com Lunenfeld and Alexan<strong>de</strong>r, 1990, e Og<strong>de</strong>n, 1996, diferentes níveis <strong>de</strong> expectativaspo<strong>de</strong>m ser reconhecidos, a saber:a) Expectativas <strong>de</strong> longo prazoAdquiridas durante a vida do motorista e comuns a uma gran<strong>de</strong> parte da população. Por exemplo, ossinais <strong>de</strong> <strong>para</strong>da têm sempre a mesma forma, cor, tamanho e são sempre localizados no mesmo lugar<strong>de</strong> uma interseção; saídas <strong>de</strong> vias expressas são sempre do mesmo lado da rodovia; o sinal vermelhosempre segue o amarelo, etc.b) Expectativas <strong>de</strong> curto prazoAdquiridas durante uma viagem. Por exemplo, um motorista que está trafegando por váriosquilômetros em uma rodovia rural preferencial po<strong>de</strong> ser surpreendido pela presença <strong>de</strong> um sinal <strong>de</strong><strong>para</strong>da obrigatória, se não constatar nenhuma mudança nas condições da rodovia.Portanto, <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser evitadas ao longo <strong>de</strong> uma rota. Devem estar relacionadas amudanças <strong>de</strong>:−Características da geometria: alinhamento (primeira curva fechada ou subida forte), rodovia <strong>de</strong>duas pistas/<strong>de</strong> uma pista, largura <strong>de</strong> faixa ou <strong>de</strong> acostamento, redução <strong>de</strong> uma faixa,características da superfície, condições laterais, condições <strong>de</strong> iluminação, etc.;237MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias−−−−Características da sinalização e marcas;Condições do tráfego (volumes, tipos <strong>de</strong> usuários, manobras);Uso da terra;Trechos em obras.c) Expectativas provocadas por eventos inesperadosOs motoristas esperam que não ocorra o que nunca aconteceu. Por exemplo, um motorista queregularmente passa por uma travessia ferroviária sem ver um trem espera que nunca haja um tremnaquele local.Figura A.35 - Exemplos <strong>de</strong> violações das expectativas dos motoristasSinais <strong>de</strong> tráfego inesperados em uma viaarterial (marcas <strong>de</strong> pneus mostram que algunsdos motoristas não esperavam ter que <strong>para</strong>r).Interseção em T inesperada ao fundo <strong>de</strong> ummorro (marcas <strong>de</strong> pneus).Inesperada mudança no linhamento. Arodovia principal parece surgir em frente.Sinal não usual <strong>de</strong> travessia e <strong>de</strong> <strong>para</strong>daobrigatória. Exige sinais prévios <strong>de</strong> advertência.Sinal <strong>de</strong> <strong>para</strong>da obstruído por um carroestacionado.Combinação ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> alinhamentos horizontal evertical. Os motoristas não vêem a curva horizontal.238MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.4.3.3 Trechos <strong>de</strong> transiçãoOs projetistas <strong>de</strong>vem prover transição a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> que os motoristas tenham tempo suficiente <strong>para</strong>se adaptar às modificações da via (Figura A.36).Devem ser verificadas as condições <strong>de</strong>:• Curvas horizontais;• Transições entre áreas rurais e urbanas;• Interseções;• Mudanças nas funções da rodovia;• Mudanças <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>.Figura A.36 - Área <strong>de</strong> transição239MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasa) Curvas horizontaisNa Figura A.37 a rodovia principal tem uma interseção em curva. A rodovia secundária que segue noprolongamento da rodovia principal po<strong>de</strong> levar alguns motoristas a pensar que ela tem preferência.Nesse caso, o i<strong>de</strong>al é tirar a atenção da via secundária com a adoção <strong>de</strong> talu<strong>de</strong> lateral e árvores <strong>de</strong>altura média.Figura A.37- Má transição na interseçãoInterseção em curva (antes)Interseção em curva (<strong>de</strong>pois)Na Figura A.38 a sinalização vertical não está coerente com a situação da interseção na curva que sesegue. A mudança <strong>de</strong> sinal indicada esclarece aos motoristas a situação real da interseção na curva.Figura A.38 - Má transição <strong>de</strong> uma curva horizontalO sinal não é coerente com o alinhamento.Uma <strong>para</strong>da <strong>de</strong> ônibus está na curva.b) Transição <strong>de</strong> via rural <strong>para</strong> via urbanaO sinal foi modificado. A <strong>para</strong>da <strong>de</strong> ônibus foiretirada da curva.Numa transição entre uma via rural e uma via urbana os motoristas <strong>de</strong>vem ser providos <strong>de</strong>informação suficiente <strong>para</strong> que possam reduzir sua velocida<strong>de</strong> a um nível que permita operaçãosegura do tráfego. Algumas medidas po<strong>de</strong>m ser tomadas <strong>para</strong> contribuir <strong>para</strong> a redução dasvelocida<strong>de</strong>s (Figuras A.39 e A.40): <strong>de</strong>slocamentos horizontais (chicanes), redução <strong>de</strong> largura (ilhacentral, marcas, material <strong>de</strong> superfície diferente), vegetação e <strong>de</strong>slocamentos verticais (lombadas,quebra-molas).240MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura A.39 – Zona <strong>de</strong> transiçãoFigura A.40– Boas transições entre áreas rural e urbanac) InterseçõesNo caso da Figura A.41, uma nova interseção foi criada em uma rodovia existente <strong>de</strong>pois que umanova rodovia foi aberta. A preferência é da nova rodovia. Para informar a presença da novainterseção aos motoristas trafegando na rodovia anterior foram incluídos os seguintes elementos no<strong>projeto</strong>:−Curvas horizontais foram criadas em ambos os lados da interseção <strong>para</strong> quebrar a continuida<strong>de</strong>.Essas curvas estão suficientemente afastadas da interseção, <strong>para</strong> permitir a travessia da novarodovia em ângulo reto;241MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias−Foram acrescentadas novas plantas ao longo <strong>de</strong>ssas curvas <strong>para</strong> cobrir a vegetação da rodoviaexistente, <strong>de</strong> modo a evitar confusão com o alinhamento da rodovia e a avisar os motoristas dapresença <strong>de</strong>ssas curvas.Figura A.41 – Transição a<strong>de</strong>quada na aproximação <strong>de</strong> uma interseçãoA.5.INTERSEÇÕESA.5.1 ESCOLHA DO TIPO DE INTERSEÇÃOA.5.1.1 Tipos <strong>de</strong> Interseções em vias urbanasa) Vias arteriais−−rotatórias;interseções semaforizadasb) Vias coletoras−−−−rotatórias;interseções semaforizadas;interseções com sinalização específica da via preferencial;interseções com priorida<strong>de</strong> ao tráfego que vem pela direitac) Ruas locais e resi<strong>de</strong>nciais−rotatórias;242MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias−interseções com priorida<strong>de</strong> ao tráfego que vem pela direita.A.5.1.2 Seleção do tipo <strong>de</strong> interseção em função da capacida<strong>de</strong>Estudos ingleses fornecem as capacida<strong>de</strong>s dos diversos tipos <strong>de</strong> interseções conforme mostra aTabela A.15. A Figura A.42 indica as áreas <strong>de</strong> aplicação dos diferentes tipos <strong>de</strong> interseções.Tabela A15 - Capacida<strong>de</strong> baseada no tipo <strong>de</strong> interseçãoTipo <strong>de</strong> interseçãoCapacida<strong>de</strong>Priorida<strong>de</strong> do que vem pela direita 1000 – 1500Priorida<strong>de</strong> – prefixada 5000 – 12000Rotatória com uma faixa <strong>de</strong> tráfego 20000 – 28000Rotatória com mais <strong>de</strong> uma faixaInterseção semaforizadaa) Variável entre paísesb) Depen<strong>de</strong> da distribuição <strong>de</strong> faixas35000 – ? a20000 – 80000 bFigura A.42 - Tipo <strong>de</strong> interseção com base nos fluxos <strong>de</strong> tráfego243MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.5.1.3 Seleção do tipo <strong>de</strong> interseção em função dos seus custosOs custos <strong>de</strong> aquisição da faixa <strong>de</strong> domínio e da construção <strong>de</strong> rotatórias são relativamente baixos, oque lhes dá vantagem sobre outros tipos <strong>de</strong> interseção. Sua operação e manutenção apresentam custosinferiores aos <strong>de</strong> interseções semaforizadas.Em rotatórias existentes é geralmente possível adicionar uma nova pista <strong>de</strong> acesso se as distânciasaos acessos vizinhos são suficientes <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r à segurança.A.5.2 SEGURANÇA NAS INTERSEÇÕESA.5.2.1 Priorida<strong>de</strong> ao tráfego que vem pela direita versus sinalização <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>A experiência com a substituição da priorida<strong>de</strong> ao tráfego que vem pela direita por priorida<strong>de</strong>estabelecida por sinais específicos tem resultado em aumento do número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>para</strong> o caso <strong>de</strong>volumes elevados <strong>de</strong> tráfego, especialmente se a rodovia for estreita ou está atravessando pequenaslocalida<strong>de</strong>s (Service d’étu<strong>de</strong>s techniques <strong>de</strong>s routes et autoroutes/Centre d’étu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>s transportsurbains, 1992).A.5.2.2 Priorida<strong>de</strong>s versus sinalização semafóricaEstudos conduzidos na França concluíram que há menos aci<strong>de</strong>ntes em interseções semaforizadas queem interseções semelhantes controladas por priorida<strong>de</strong>s (a maioria das interseções pesquisada era <strong>de</strong>quatro ramos).Entretanto, Frith and Harte (1996) oferecem informações mais cautelosas:−−−A transformação <strong>de</strong> interseções com três ramos com sinais fixos <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> por sinalizaçãocom semáforos não melhora <strong>de</strong> forma significativa a segurança;A transformação <strong>de</strong> interseções com quatro ramos com sinais fixos <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> porsinalização com semáforos reduz <strong>de</strong> forma significativa o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e suaseverida<strong>de</strong>;A transformação <strong>de</strong> interseções com quatro ramos com priorida<strong>de</strong> ao tráfego que vem peladireita por sinalização com semáforos reduz <strong>de</strong> forma significativa o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, masnão a sua severida<strong>de</strong>;Parece que essas diferenças são <strong>de</strong>vidas a variações <strong>de</strong> configuração entre interseções <strong>de</strong> três e quatroacessos, e a diferenças em velocida<strong>de</strong>s entre a sinalização com preferência ao tráfego que vem peladireita e a com preferência fixada por sinais. Ocorreram, também, variações em volumes <strong>de</strong> tráfego:as maiores melhorias correspon<strong>de</strong>ram a vias secundárias com tráfego relativamente alto.244MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.5.2.3 Rótulas versus outros tiposUm estudo inglês mostrou que, em uma interseção, sendo semelhantes os volumes <strong>de</strong> tráfego, hámenor número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, e menos graves, em rótulas do que em interseções semaforizadas.Pesquisa feita por Brillon & Stuwe (1991) confirma essa tendência em rotatórias <strong>de</strong> tamanho médio(menos <strong>de</strong> 40 m), baseado em um índice diferente (razão do número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes sobre o tráfegototal). Em rotatórias antigas (gran<strong>de</strong> diâmetro), o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes parece maior que <strong>para</strong>interseções semaforizadas, embora sejam menos graves.Veículos <strong>de</strong> duas rodas (especialmente bicicletas) são sujeitos a risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes similar emrotatórias e interseções semaforizadas; o risco é maior nas entradas das rotatórias quando avelocida<strong>de</strong> é relativamente alta.Acredita-se que a adoção <strong>de</strong> semáforos reduz o número <strong>de</strong> colisões transversais e aumenta o risco <strong>de</strong>colisões traseiras. Este fato recomenda não usar essa solução, a não ser que os volumes <strong>de</strong> tráfego nosacessos <strong>de</strong> menor importância e os volumes <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres sejam elevados (em tais casos a redução dascolisões transversais <strong>de</strong>ve mais que compensar o aumento das colisões traseiras menos graves).Portanto, por razões <strong>de</strong> segurança, parece a<strong>de</strong>quado transformar interseções <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume(especialmente em vias secundárias) em rotatórias ou ao menos sinalizá-las com semáforos. Pelasmesmas razões, rotatórias <strong>de</strong>vem ser adotadas nas principais interseções das áreas resi<strong>de</strong>nciais. Parainterseções <strong>de</strong> menor importância, po<strong>de</strong> ser permitida a priorida<strong>de</strong> dos carros que vêm pela direita,uma vez que ela ten<strong>de</strong> a aumentar a atenção dos motoristas e reduzir as velocida<strong>de</strong>s (com<strong>para</strong>dascom as interseções com priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>terminadas por sinais fixos).Uma vez que os acessos não são muito afastados, os motoristas <strong>de</strong>sejando entrar em uma mini-rótula<strong>de</strong>vem estar bem atentos aos veículos que percorrem a pista giratória e pre<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> atuarrapidamente quando percebem um intervalo a<strong>de</strong>quado do tráfego. Nessas condições há poucaprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perceber os ciclistas. Se o seu número for elevado, uma interseção semaforizadaprovavelmente será mais segura.A.5.2.4 Interseções <strong>de</strong> quatro ramosPor razões <strong>de</strong> segurança, interseções <strong>de</strong> quatro ramos somente <strong>de</strong>vem ser permitidas em rodovias <strong>de</strong>volumes baixos ou on<strong>de</strong> a maior parte do tráfego proveniente da rodovia secundária gira à direita,sem atravessar, portanto, a rodovia principal. Há uma tendência a substituí-las por duas interseções<strong>de</strong> tipo T se<strong>para</strong>das, tendo-se obtido reduções <strong>de</strong> até 70% nos índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes na Inglaterra.245MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasPriorida<strong>de</strong> fixa em interseções <strong>de</strong> quatro ramos <strong>de</strong>ve ser evitada em rodovias rurais <strong>de</strong> duas pistas,uma vez que veículos sem priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem atravessar uma largura elevada. O risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes emtais travessias é:−−−1,5 vezes o <strong>de</strong> atravessar uma rodovia <strong>de</strong> uma pista (duas vezes se se consi<strong>de</strong>rar apenasaci<strong>de</strong>ntes fatais);10 vezes o risco em trafegar 1 km em uma rodovia <strong>de</strong> uma pista, longe <strong>de</strong> interseções;30 vezes o risco <strong>de</strong> atravessar uma giratória.A.5.2.5 Interseções rurais <strong>de</strong> quatro ramos versus duas interseções em TConforme exposto a seguir, existe uma nítida vantagem em termos <strong>de</strong> segurança na substituição <strong>de</strong>uma interseção rural <strong>de</strong> quatro ramos por duas interseções tipo T. Com efeito, dois tipos <strong>de</strong> soluçõessão possíveis:a) Primeira solução: O veículo proveniente da via secundária que <strong>de</strong>seja prosseguir pelo trechoseguinte da rodovia secundária efetua um giro à esquerda ao entrar na rodovia principal:−−Os veículos que chegam à rodovia principal têm que olhar <strong>para</strong> ambos os lados da rodovia eaguardar um intervalo a<strong>de</strong>quado;Uma vez estando na rodovia principal, só efetuará giros à direita, reduzindo assim suainterferência com o tráfego <strong>de</strong> passagem.Figura A.43 – Interseções rurais <strong>de</strong> quatro ramos versus duasinterseções em T – 1ª soluçãob) Segunda solução: O veículo proveniente da via secundária que <strong>de</strong>seja prosseguir pelo trechoseguinte da rodovia secundária,efetua um giro à direita ao entrar na rodovia principal:246MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias• Os veículos que chegam à rodovia principal têm que olhar <strong>para</strong> apenas um lado da rodoviae aguardar um intervalo a<strong>de</strong>quado;• Uma vez estando na rodovia principal, só efetuará giros à esquerda, normalmente através <strong>de</strong>uma faixa central <strong>para</strong> giros à esquerda.Figura A.44 – Interseções rurais <strong>de</strong> quatro ramos versus duasinterseções em T – 2ª soluçãoO <strong>de</strong>slocamento mínimo <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 50 m se efetuado primeiro o giro à esquerda e <strong>de</strong> 100 m casocontrário.A.5.2.6 Interseções sinalizadas por semáforosa) Atropelamento <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stresEntre 60% e 70% dos aci<strong>de</strong>ntes com feridos envolvem pe<strong>de</strong>stres em interseções semaforizadas, ecerca <strong>de</strong> 90% dos casos fatais nas mesmas circunstâncias envolvem um veículo trafegando em umavia <strong>de</strong> tráfego direto e um pe<strong>de</strong>stre tentando atravessar a via. O veículo geralmente está situado naentrada da interseção, e não na saída, e o pe<strong>de</strong>stre está começando a atravessar. Em 80% dos casos ospe<strong>de</strong>stres têm sinal vermelho. Com menor frequência o sinal é ver<strong>de</strong> <strong>para</strong> o veículo e amarelo <strong>para</strong> ope<strong>de</strong>stre ou vice-versa.Atropelamentos <strong>de</strong> pessoas mais velhas têm que ser especialmente consi<strong>de</strong>rados. Sua frequência émenor que a proporção dos mais velhos na população, mas o número <strong>de</strong> casos fatais é maior. Amaioria <strong>de</strong>sses atropelamentos ocorre:−Durante o dia;247MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias−−Quando começando a atravessar, com veículos girando à esquerda, saindo da interseção, ougirando à direita no sinal amarelo;Com veículos formando fila.Os seguintes fatores aumentam o risco <strong>de</strong> atropelamento:− Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> faixas entrando na interseção. Quatro faixas ao invés <strong>de</strong> uma multiplicao risco por 2,5;−−−−−−Distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> reduzida quando entrando na interseção;Sinais semafóricos pertencendo a um sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação que melhora o nível <strong>de</strong> serviçodos veículos trafegando nas vias preferenciais. O aumento dos aci<strong>de</strong>ntes é <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong>que os pe<strong>de</strong>stres têm que esperar mais tempo e acabam atravessando com o sinal vermelho;Sinais acionados pelos pe<strong>de</strong>stres (com botoeiras): Frequentemente operam com aumento dotempo <strong>de</strong> espera. Se o fluxo <strong>de</strong> tráfego for pequeno, os pe<strong>de</strong>stres atravessam no vermelho, oque é perigoso porque os veículos estão trafegando com velocida<strong>de</strong>s altas;Uma distância gran<strong>de</strong> entre a travessia <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e a interseção;Manutenção ina<strong>de</strong>quada da sinalização;Possibilida<strong>de</strong> da ocorrência <strong>de</strong> veículos girando à direita com sinal amarelo intermitente,especialmente se os volumes <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres são elevados e as velocida<strong>de</strong>s são baixas.b) Aci<strong>de</strong>ntes em giros à esquerdaOs principais problemas <strong>de</strong> segurança relacionados com manobras <strong>de</strong> giros à esquerda são:−−−−−Dificulda<strong>de</strong>s dos que giram à esquerda em efetuar um posicionamento a<strong>de</strong>quado na travessia;Dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> armazenamento;Má percepção dos veículos que vêm em sentido oposto, especialmente ciclistas;Má estimativa do tempo que falta <strong>para</strong> chegar o veículo que vem no sentido oposto;Velocida<strong>de</strong> elevada do veículo que percorre a rodovia.O aumento da fase <strong>de</strong> vermelho <strong>para</strong> todo o tráfego aumenta o risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>para</strong> os giros àesquerda, <strong>de</strong>vido a aumentar o número <strong>de</strong> veículos que giram no vermelho. A fase <strong>de</strong> vermelho <strong>para</strong>todos (incluindo o amarelo) <strong>de</strong>ve permitir a limpeza total da interseção antes da ocorrência <strong>de</strong> umsinal ver<strong>de</strong>: a redução da fase <strong>de</strong> sinal vermelho <strong>para</strong> todos inclui o aumento da fase <strong>de</strong> amarelo. Issoé perigoso porque alguns veículos tentarão acelerar no amarelo ao invés <strong>de</strong> frear, como é <strong>de</strong>vido.248MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasc) Colisões em ângulo retoEste tipo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte é muito severo. Po<strong>de</strong> resultar <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito <strong>de</strong> programação <strong>de</strong> sinais. Na maioriadas vezes ocorre quando um veículo quer ultrapassar quando o tempo <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> está se acabando, enão quando tenta se adiantar à chegada do ver<strong>de</strong>, utilizando o fim do vermelho.Problemas que contribuem <strong>para</strong> a ocorrência <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte são:−−−−−−−−−−Má percepção da presença dos sinais <strong>de</strong>vido à velocida<strong>de</strong>, à influência <strong>de</strong> distraçõesprovocadas pela área que está atravessando ou excesso <strong>de</strong> iluminação lateral que prejudique avisão dos sinais;Velocida<strong>de</strong> excessiva;A impressão <strong>de</strong> que ainda dá tempo <strong>de</strong> passar no amarelo;Medo <strong>de</strong> ser atingido por trás;Pouco respeito pela operação da via exercida pela sinalização, principalmente por motoristascom raciocínio mais lento. O <strong>projeto</strong> da interseção e do seu controle por semáforos po<strong>de</strong>mcontribuir <strong>para</strong> esses aci<strong>de</strong>ntes;Excessiva largura da faixa na aproximação da interseção;Ciclos curtos; se o tempo do ciclo é reduzido <strong>de</strong> 120 s <strong>para</strong> 30 s, a frequência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes émultiplicada por 2 e os aci<strong>de</strong>ntes por batidas em ângulo reto são multiplicados por 4. O <strong>projeto</strong>da interseção e do seu ciclo <strong>de</strong> sinalização também po<strong>de</strong> contribuir <strong>para</strong> a redução dosaci<strong>de</strong>ntes;Projetos que encorajem velocida<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>radas, como pequenas <strong>de</strong>flexões <strong>de</strong> passagens diretaspor meio <strong>de</strong> pequenos <strong>de</strong>slocamentos dos acessos opostos;Inclusão <strong>de</strong> uma ilha central <strong>para</strong> refúgio;Redução das fases <strong>de</strong> vermelho total a um mínimo. Os sinais das vias transversais não <strong>de</strong>vemser visíveis, <strong>de</strong> modo que não transmitam informações que possam encorajar os motoristas autilizar as margens <strong>de</strong> segurança incluídas na fase <strong>de</strong> vermelho total.A.5.2.7 RótulasA segurança nas rótulas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> em muitos aspectos <strong>de</strong> seu <strong>projeto</strong> não apresentarincompatibilida<strong>de</strong>s. Cuidado <strong>de</strong>ve ser tomado em possibilitar que os veículos possam trocar <strong>de</strong>acesso com segurança e pouca perda <strong>de</strong> tempo. Esse compromisso é prejudicado por volume249MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasexcessivo <strong>de</strong> tráfego ou velocida<strong>de</strong>s muito elevadas, e também por falta <strong>de</strong> espaço <strong>para</strong> manobra.Este último problema é o fator <strong>de</strong>terminante em áreas urbanas.O risco nas rotatórias é relativamente pequeno: aci<strong>de</strong>ntes com feridos são menos frequentes que emoutros tipos <strong>de</strong> interseções quando o volume <strong>de</strong> tráfego na rodovia secundária exce<strong>de</strong>:−5% do tráfego da rodovia principal, <strong>para</strong> interseções <strong>de</strong> quatro ramos;− 10%, <strong>para</strong> interseções tipo T.Os aci<strong>de</strong>ntes fatais são em menor número que em outros tipos <strong>de</strong> interseções, mesmo <strong>para</strong> volumes<strong>de</strong> tráfego menores, porque os aci<strong>de</strong>ntes são menos graves.Embora as rótulas apresentem bom histórico em termos <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>ve ser dada atenção especialao seu <strong>projeto</strong>:−−−O fator mais importante é a curvatura da trajetória dos veículos que acessam a rótula;Ilhas centrais muito gran<strong>de</strong>s (maiores que 30 m <strong>de</strong> diâmetro) são menos seguras;Pe<strong>de</strong>stres e ciclistas po<strong>de</strong>m criar problemas especiais.Figura A.45 - Rótulasa) Áreas rurais e suburbanasO principal tipo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte é a perda <strong>de</strong> controle do veículo na entrada da rótula, indo <strong>de</strong> encontro àilha central (cerca <strong>de</strong> 40% <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes com feridos e quase todos que incluem mortos). A perda <strong>de</strong>controle é <strong>de</strong>vida frequentemente à surpresa <strong>de</strong> viajantes que conheciam a interseção antes <strong>de</strong> suatransformação em uma rotatória. Em aci<strong>de</strong>ntes fatais há geralmente uma <strong>de</strong>saceleração súbita na ilhacentral.Outros tipos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes que ocorrem em rótulas rurais e suburbanas incluem:250MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias−−Colisões entre veículos entrando na rótula e outros que a estão percorrendo. Esse tipo <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> aumentar se o acesso à rótula for suavizado no trecho <strong>de</strong> concordância;Perda <strong>de</strong> controle no anel da rotatória, principalmente se tiver forma eclíptica.b) Áreas urbanasO principal tipo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte é o que envolve um veículo entrando na rótula e um que a estápercorrendo: cerca <strong>de</strong> 40%, especialmente entre ciclistas/motociclistas e veículos pesados. Outrostipos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes incluem:−−−Perda <strong>de</strong> controle na entrada (cerca <strong>de</strong> 30%), especialmente <strong>para</strong> motociclistas;Perda <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>ntro da pista rotatória, principalmente <strong>para</strong> bicicletas motorizadas <strong>de</strong> baixapotência;Atropelamento <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres. Quase a terça parte dos que tentam atravessar uma entrada; algunsoutros quando atravessando uma saída larga e <strong>de</strong> maior velocida<strong>de</strong>. Um outro terço envolve osque tentam atravessar a pista rotatória em uma rótula <strong>de</strong> dimensões muito gran<strong>de</strong>.A.5.3 DISTÂNCIA ENTRE INTERSEÇÕESDeve ser procurado um compromisso entre as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada interseção e a operação coerentedo conjunto das vias do sistema que as contém. A localização <strong>de</strong> uma interseção geralmente é funçãodo uso do solo, naturalmente ou como resultado <strong>de</strong> planejamento. O aumento do uso do solo não sóproduz mais tráfego como exerce pressão por maior número <strong>de</strong> interseções.A distância entre interseções tem um gran<strong>de</strong> efeito, tanto no nível <strong>de</strong> serviço como na segurança <strong>de</strong>uma rodovia:−−A distância <strong>de</strong>ve ser maior em rodovias, <strong>de</strong> modo a garantir maior mobilida<strong>de</strong>;Uma distância muito pequena (menor que 450 m) entre interseções mal projetadas po<strong>de</strong> levar aum aumento do índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes.Em áreas urbanas e suburbanas frequentemente é impossível manter distâncias i<strong>de</strong>ais entreinterseções, especialmente se for muito <strong>de</strong>senvolvido o uso da área. Em vias arteriais, uma ondaver<strong>de</strong> em ambos os sentidos po<strong>de</strong> ser conseguida com sincronização <strong>de</strong> sinais. A operação melhorase:− A distância entre interseções é uniforme e acima <strong>de</strong> 200 m;−A via arterial é <strong>de</strong> sentido único;251MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias−Alguns giros à esquerda são proibidos.A distância mínima entre interseções <strong>de</strong>ve ser:−−60 m em uma rua coletora e <strong>para</strong> interseções <strong>de</strong> quatro ramos em vias locais;40 m <strong>para</strong> interseções <strong>de</strong> três acessos em ruas locais.A.5.4 ALINHAMENTO DA RODOVIAA.5.4.1 Alinhamento horizontalA localização i<strong>de</strong>al <strong>para</strong> uma interseção é em tangente. Em curvas são criados problemas:−−−−A visibilida<strong>de</strong> é reduzida;Parte da força <strong>de</strong> atrito é consumida <strong>para</strong> manter o veículo na curva, sobrando menos <strong>para</strong>frear;Há um potencial maior <strong>de</strong> conflito entre veículos tentando atravessar a rodovia principal;A superelevação e a superlargura complicam ainda mais a situação.Rótulas não <strong>de</strong>vem ser colocadas em curvas porque po<strong>de</strong>m criar problemas <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>orientação. Muitas vezes po<strong>de</strong>-se eliminar uma curva com a implantação <strong>de</strong> uma rotatória; astangentes são mantidas e a mudança <strong>de</strong> direção é feita <strong>de</strong>ntro da rotatória.A.5.4.2 Alinhamento verticalDesejavelmente, uma interseção não <strong>de</strong>ve apresentar grei<strong>de</strong>s superiores a 3% e nunca acima <strong>de</strong> 6%,<strong>para</strong>:−−−Favorecer a visibilida<strong>de</strong>;Aumentar o conforto dos passageiros quando o veículo tiver que <strong>para</strong>r na interseção;Permitir que os motoristas avaliem corretamente as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>.Interseções, preferivelmente, não <strong>de</strong>vem ser localizadas em curvas verticais convexas ou próximas aelas.Tanto nas aproximações como na interseção não <strong>de</strong>ve haver gran<strong>de</strong>s variações <strong>de</strong> grei<strong>de</strong>. Comoorientação po<strong>de</strong>-se adotar:−−Para velocida<strong>de</strong>s maiores que 70 km/h, a diferença <strong>de</strong> grei<strong>de</strong>s entre as extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> umacurva vertical não <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r 2% ;Para uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 50 km/h a diferença po<strong>de</strong> atingir 4%, se a visibilida<strong>de</strong> for suficiente.Per<strong>de</strong>-se algum conforto, mas a segurança não é prejudicada;252MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias− Para uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 30 km/h a diferença po<strong>de</strong> chegar até 6%.Curvas verticais <strong>de</strong>vem ter comprimento, pelo menos, <strong>de</strong> 20 m. Esse comprimento po<strong>de</strong> ser menor(até 10 m ou 5m) em vias <strong>de</strong> características geométricas mais restritas e que acomo<strong>de</strong> muito poucotráfego.A.5.5 USUÁRIOS ESPECIAISA.5.5.1 Veículos pesadosRaios pequenos nas interseções aumentam as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> largura <strong>para</strong> os veículos pesados epequenas faixas <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração po<strong>de</strong>m aumentar o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes envolvendo veículospesados – principalmente no caso <strong>de</strong> reboques e semi-reboques. Nas rótulas, esses aci<strong>de</strong>ntesraramente são fatais, mas o <strong>de</strong>rrame <strong>de</strong> cargas po<strong>de</strong> provocar longos congestionamentos. Aexperiência mostra que nesses casos uma ou mais das seguintes circunstâncias estão presentes:−−−−Deflexão muito pequena <strong>para</strong> entrada na interseção, o que po<strong>de</strong> levar a velocida<strong>de</strong>s elevadas;Trechos longos em tangente nas rotatórias, seguidos <strong>de</strong> curvas com raios pequenos;Curvas <strong>de</strong> ângulos centrais elevados e raios pequenos nas saídas da rotatória;Mudanças acentuadas <strong>de</strong> superelevação.A.5.5.2 Pe<strong>de</strong>stresEm áreas urbanas e suburbanas as passagens <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres <strong>de</strong>vem ser tão curtas quanto possível.A provisão <strong>de</strong> passagens <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres nas travessias, <strong>de</strong>vidamente <strong>de</strong>lineadas por pinturas em zebra,ten<strong>de</strong> a reduzir os atropelamentos. Sua presença tem as seguintes vantagens:−−−Avisar os motoristas da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conflitos com pe<strong>de</strong>stres (<strong>de</strong> forma limitada);Mostrar aos pe<strong>de</strong>stres os locais mais seguros <strong>para</strong> atravessar;Confinar as travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres a certos pontos pre<strong>de</strong>terminados. Po<strong>de</strong> ainda sercomplementado com barreiras canalizadoras que impeçam travessias em outros lugares (<strong>de</strong>s<strong>de</strong>que essas barreiras não prejudiquem a visibilida<strong>de</strong> dos motoristas e não aumentem em excessoos comprimentos dos percursos dos pe<strong>de</strong>stres).Medidas complementares po<strong>de</strong>m ser tomadas, como:−Estreitamento limitado da via na travessia <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, alargando os passeios laterais, e emvários casos complementado com uma faixa <strong>de</strong> estacionamento;−Ilha central <strong>de</strong> refúgio, que permite a travessia em duas etapas;253MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias−Pavimento contrastante, com diferente textura ou cor.Alguns outros fatores que po<strong>de</strong>m contribuir <strong>para</strong> a redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes são:−−−Proximida<strong>de</strong> da interseção (as reduções po<strong>de</strong>m ser significativas se a distância entre a travessiae a linha <strong>de</strong> meio-fio da rua transversal for menor que 2 m);Gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres atravessando (o que aumenta a sua importância <strong>para</strong> osmotoristas);Controle <strong>de</strong> estacionamento perto da travessia (<strong>para</strong> aumentar sua visibilida<strong>de</strong>);Há opiniões conflitantes quanto aos efeitos da substituição por semáforos em interseções com sinais<strong>de</strong> “Parada Obrigatória” ou “Ceda a Vez”:−−−O risco em travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres controladas por semáforos parece ser maior que nas <strong>de</strong>mais(embora o risco seja menor que nos locais on<strong>de</strong> não há semáforos nem uma travessia própria<strong>para</strong> pe<strong>de</strong>stres ou on<strong>de</strong> os pe<strong>de</strong>stres atravessam a pista longe <strong>de</strong> uma interseção);Se o volume <strong>de</strong> veículos é pequeno, haverá provavelmente uma alta frequência <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stresatravessando no vermelho, principalmente se eles têm que acionar o sistema e aguardar o sinalver<strong>de</strong>;Semáforos têm menor influência se a velocida<strong>de</strong> média dos veículos da via principal for menorque 30 km/h ou se os volumes <strong>de</strong> giro são altos.Pe<strong>de</strong>stres com problemas <strong>de</strong> locomoção precisam <strong>de</strong> medidas especiais, a saber:−−Uma interrupção no meio-fio <strong>para</strong> ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> rodas, sem <strong>de</strong>graus com mais <strong>de</strong> 10 mm neminclinações maiores que 1/12;Pavimento com textura reconhecível por cegos. A divisa com a via <strong>de</strong>ve ser marcada por um<strong>de</strong>grau <strong>de</strong> 10 mm.Em rotatórias:−−−A travessia da ilha central <strong>de</strong>ve ser evitada a qualquer custo;Preferivelmente, as passagens <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres <strong>de</strong>vem ser segregadas, se<strong>para</strong>das da linha limitadorada pista rotatória por pelo menos 10 m, <strong>de</strong> modo que se possa ter uma largura mais estreita <strong>para</strong>atravessar. É <strong>de</strong>sejável que haja refúgios nas ilhas divisórias;Em alguns casos <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas passagens superiores ou inferiores.254MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.5.5.3 ColetivosParadas <strong>de</strong> ônibus ten<strong>de</strong>m a ser localizadas perto das interseções, <strong>de</strong> modo que seus usuários tenhamacesso mais fácil a um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos. Paradas localizadas após uma interseção facilitama reentrada no tráfego normal.Nas rotatórias as <strong>para</strong>das po<strong>de</strong>m ser localizadas fora da via, antes da entrada ou <strong>de</strong>pois da saída (aquia velocida<strong>de</strong> é maior).A.5.5.4 Ciclistas e motociclistas em rotatóriasRepresentam, principalmente os ciclistas, cerca <strong>de</strong> 50% dos aci<strong>de</strong>ntes com feridos nas rotatórias,muito mais que os carros. Seus condutores procuram aumentar os raios <strong>de</strong> suas trajetórias e seuscampos <strong>de</strong> visão po<strong>de</strong>m ser prejudicados pelos seus capacetes.On<strong>de</strong> se espera um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> ciclistas, as seguintes medidas <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas:−−−Rotas alternativas fora das rotatórias;Rotas se<strong>para</strong>das <strong>para</strong> os pe<strong>de</strong>stres e ciclistas;Um diferente tipo <strong>de</strong> interseção (por exemplo semaforizada).A.5.6 DISTÂNCIAS DE VISIBILIDADEA.5.6.1 Distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da nas aproximaçõesA distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> ao se aproximar <strong>de</strong> uma interseção <strong>de</strong>ve ser suficiente <strong>para</strong> permitir queum motorista trafegando com velocida<strong>de</strong> diretriz possa <strong>para</strong>r com segurança antes <strong>de</strong> atingir umobjeto em sua trajetória. A Tabela A.16 mostra as distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da recomendadasem diversos países.255MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasTabela A.16 - Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da recomendadasTempo <strong>de</strong> reaçãoVelocida<strong>de</strong> (km/h)País(s)30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140Distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da (m)Canadá 2,5 - 45 65 85 110 140 170 210 250 290 330 -França 2,0 25 35 50 65 85 105 130 160 - - - -Alemanha 2,0 - - 65 85 110 140 170 210 255 - - -Inglaterra 2,0 - - 70 90 120 - - 215 - 295 - -Suecia 2,0 35 - 70 - 165 - - - 195 - - -Suiça 2,0 35 - 50 70 95 120 150 195 230 280 - -USA 2,5 35 50 65 85 105 130 160 185 220 250 285 -Adaptado <strong>de</strong> Harwood et al.,1995Aproximação <strong>de</strong> uma interseção convencionalEm uma interseção convencional a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser verificada em cadaaproximação.Figura A.46 – Aproximação <strong>de</strong> uma interseção convencionalAproximação <strong>de</strong> uma rótula mo<strong>de</strong>rnaEm uma rótula mo<strong>de</strong>rna a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser verificada em cada ramo <strong>de</strong>aproximação, nos acessos às travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e à pista giratória, bem como nas travessias <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres, por veículos proce<strong>de</strong>ntes da pista giratória.256MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura A.47 - Aproximação <strong>de</strong> uma rótula mo<strong>de</strong>rnaA.5.6.2 Distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> manobrasUm motorista que está <strong>para</strong>do em uma interseção <strong>de</strong>ve ter distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> suficiente <strong>para</strong>completar com segurança todas as manobras permitidas, mas não prioritárias (Figura A.48):• giro à esquerda, travessia e giro à direita, a partir da rodovia secundária;• giro à esquerda, a partir da rodovia prioritária.Foram <strong>de</strong>senvolvidos vários métodos <strong>para</strong> calcular as distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> necessárias <strong>para</strong> essasmanobras. Uma equação simples calcula essa distância com base na velocida<strong>de</strong> dos veículos narodovia principal e no intervalo <strong>de</strong> tempo necessário entre eles, <strong>para</strong> que sejam completadas essasmanobras não prioritárias. Esse intervalo po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> um país <strong>para</strong> outro, como indicado na TabelaA.17.257MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasV 85 x tD = ----------3,6on<strong>de</strong>:D = distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> (m)V 85 = velocida<strong>de</strong> abaixo da qual 85% dos veículos trafegam na rodovia principalt = intervalo <strong>de</strong> tempo necessário <strong>para</strong> manobra (s)Tabela A.17 - Intervalos <strong>de</strong> tempo necessários <strong>para</strong> manobraFRANÇA INGLATERRA ESPANHA USA6 – 8 s 5 – 8 s 6 – 8 s 6,5 – 7,5 sVeículos PesadosQuando os volumes <strong>de</strong> veículos pesados é gran<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> ser necessário aumentar os intervalos <strong>de</strong>tempo <strong>para</strong> manobras <strong>para</strong> levar em conta as características <strong>de</strong>sses veículos (menores taxas <strong>de</strong>aceleração e <strong>de</strong>saceleração e comprimentos maiores). As distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> necessáriaspo<strong>de</strong>m aumentar <strong>de</strong> forma consi<strong>de</strong>rável.Figura A.48 - Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> manobrasGiro à direita a partir da rodovia secundáriaTravessia a partir da rodovia secundáriaGiro à esquerda a partir da rodovia secundáriaGiro à esquerda a partir da rodovia principal258MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.5.6.3 Triângulos <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>Em todas as aproximações das interseções a distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser suficiente <strong>para</strong> permitirque os motoristas vejam os veículos que se aproximam pelas vias adjacentes e com que po<strong>de</strong>m entrarem conflito. As áreas laterais nessas interseções <strong>de</strong>vem ser permanentemente livres <strong>de</strong> obstruções àvisibilida<strong>de</strong>. Em uma interseção convencional a área livre forma um “triângulo <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>”.As dimensões <strong>de</strong>sse triângulo variam <strong>de</strong> acordo com:−−−−Tipo <strong>de</strong> interseção (convencional ou rotatória);Tipo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> tráfego (nenhum ou ceda a vez);Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximação dos veículos;Valores admitidos relativos aos motoristas (tempo <strong>de</strong> reação, taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração).a) Interseções convencionaisEm interseções convencionais sem controle, as dimensões do triângulo <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>correspon<strong>de</strong>nte ao veículo 1 são <strong>de</strong>finidas pelos comprimentos D1,D2 e D1,D3, como indicado naFigura A.49. Na Espanha esses comprimentos <strong>de</strong>vem ser, pelo menos, iguais à distância percorridaem 3 segundos, com a velocida<strong>de</strong> V 85 dos veículos em consi<strong>de</strong>ração.b) RotatóriasNas rotatórias, as dimensões dos pseudo-triângulos <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> são <strong>de</strong>terminadas pelas distânciasindicadas na Figura A.49, a saber:D1: distância no ramo consi<strong>de</strong>rado; 15 m é geralmente recomendada, <strong>para</strong> evitar velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>aproximação excessivas;D2: distância requerida entre o veículo 1 e o veículo 2 que se aproxima pelo ramo a montante;D3: distância requerida entre o veículo 1 e o veículo 3 que se aproxima pela pista rotatória.As distâncias recomendadas <strong>para</strong> interseções convencionais po<strong>de</strong>m ser obtidas no <strong>manual</strong> A Policyon Geometric Design of Higways and Streets – 2004, e <strong>para</strong> rotatórias na publicação do Fe<strong>de</strong>ralHighway Administration – 2000.259MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasFigura A.49 - Triângulos <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>Interseção convencionalInterseção rotatóriaA.5.7 COMPARAÇÃO DE SOLUÇÕES VIÁVEISNa fase <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, tanto a interseção como as conexões <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> seus ramos <strong>de</strong>vem ser sujeitosa uma análise funcional, na qual além <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar sua capacida<strong>de</strong>, nível <strong>de</strong> serviço e outrosaspectos do <strong>projeto</strong>, seja feita a avaliação <strong>de</strong> suas condições <strong>de</strong> operação e continuida<strong>de</strong> por ummotorista que não esteja familiarizado com a interseção.Essa avaliação <strong>de</strong>ve incluir os seguintes pontos:− Situação, proximida<strong>de</strong> e sequência <strong>de</strong> conexões (saídas e entradas) e outras convergências edivergências;−−−Seções com entrecruzamento;Clareza dos <strong>de</strong>stinos e visibilida<strong>de</strong> dos sinais;Clareza das trajetórias a seguir.Cada rota <strong>de</strong>ve ser testada em com<strong>para</strong>ção com outros elementos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> que possam afetar ummotorista que <strong>de</strong>seja segui-la. Para esse fim <strong>de</strong>ve-se dispor das seguintes informações:−−−−−Números <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> tráfego;Volumes nas horas <strong>de</strong> pico;Velocida<strong>de</strong>s esperadas;Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> disponíveis;Sinalização <strong>de</strong> orientação.Essa análise funcional mostrará se é possível cometer enganos <strong>de</strong>vido à proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conexões, ese outros conflitos provenientes <strong>de</strong> entrecruzamentos po<strong>de</strong>m ser esperados. A clareza das trajetórias a260MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasseguir e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua sinalização <strong>de</strong>vem ser verificadas: uma trajetória po<strong>de</strong> ser direta efácil <strong>de</strong> seguir, ou complexa e cheia <strong>de</strong> conflitos com outros elementos.A análise funcional <strong>de</strong>ve também incluir uma verificação dos parâmetros do <strong>projeto</strong> tais comocomprimentos das faixas <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e raios <strong>de</strong> giro. Isto é especialmente útil <strong>para</strong>interseções que seguem mo<strong>de</strong>los pouco convencionais.261MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS263MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASa) AMERICAN ASSOCIATION OF STATE HIGHWAY ANDTRANSPORTATION OFFICIALS. Highway <strong>de</strong>sign and operational practicesrelated to highway safety. Washington, D.C., 1974.b) ______. Highway safety <strong>de</strong>sign and operations gui<strong>de</strong>. 3rd ed. Washington, D.C.,1997.c) ______. A policy on geometric <strong>de</strong>sign of highways and streets. Washington,D.C., 1990.d) ______. ______. Washington, D.C., 1994.e) ______. ______. 4th ed. Washington, D.C., 2001.f) ______. ______. 5th ed. Washington, D.C., 2004.g) BRASIL. Departamento Nacional <strong>de</strong> Estradas <strong>de</strong> Rodagem. Diretoria <strong>de</strong>Desenvolvimento Tecnológico. Divisão <strong>de</strong> Capacitação Tecnológica. Glossário<strong>de</strong> termos técnicos rodoviários. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1997. (<strong>IPR</strong>. Publ., 700).h) ______. Manual <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> geométrico <strong>de</strong> rodovias rurais. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1999.(<strong>IPR</strong>. Publ., 706).i) BRASIL. Departamento Nacional <strong>de</strong> Infraestrutura <strong>de</strong> Transportes. DiretoriaExecutiva. Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Rodoviárias. Manual <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> geométrico <strong>de</strong>travessias urbanas. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2010. (<strong>IPR</strong>. Publ., 740).j) ______. Manual <strong>de</strong> sinalização <strong>de</strong> obras e emergências em rodovias. 2. ed. Rio<strong>de</strong> Janeiro, 2010. (<strong>IPR</strong>. Publ., 738).k) ______. Manual <strong>de</strong> sinalização rodoviária. 3. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2010. (<strong>IPR</strong>.Publ., XXX).l) ______. Diretoria <strong>de</strong> Planejamento e Pesquisa. Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Estudos ePesquisa. Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Rodoviárias. Manual <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>smarginais a rodovias fe<strong>de</strong>rais. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2006. (<strong>IPR</strong>. Publ., 728).m) ______. Manual <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> interseções. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2005. (<strong>IPR</strong>. Publ.,718)n) EWING, Reid H. Traffic calming: state of the practice. Washington, D.C.: ITE,1999.o) FORSCHUNGSGESELLSCHAFT FUr STRASSEN UND VerKEHRSWESENRichtlinien fur die Anlage von Strassen. Linienfuhrung (RAS-L). Bonn, 1995.p) GEOMETRIC <strong>de</strong>sign criteria for highway-rail intersections (gra<strong>de</strong> crossings).ITE journal, Washington, D.C., v. 72, n. 11, nov. 2002.q) NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Transportation Research Board. Highwaycapacity <strong>manual</strong>. 3 rd ed. Washington, D.C., 2000. (TRB. Special Report 209).265MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasBIBLIOGRAFIA RECOMENDADA267MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasBIBLIOGRAFIA RECOMENDADAa) ALEMANHA. Fe<strong>de</strong>ral Ministry of Transport, Building and Urban Development.Relationship between traffic safety and <strong>de</strong>sign elements. Berlin, 1999.b) AMERICAN ASSOCIATION OF STATE HIGHWAY ANDTRANSPORTATION OFFICIALS. A gui<strong>de</strong> for accommodating utilities withinhighway right-of-way. Washington, D.C., 1994.c) ______. Gui<strong>de</strong> for the <strong>de</strong>sign of high-occupancy vehicle (HOV) facilities.Washington, D.C., 1992.d) ______. Gui<strong>de</strong> for the <strong>de</strong>velopment of bicycle facilities. Washington, D.C., 1999.e) ______. Gui<strong>de</strong> for the planning, <strong>de</strong>sign, and operation of pe<strong>de</strong>strian facilities.Washington, D.C., 2004.f) ______. Gui<strong>de</strong>lines for geometric <strong>de</strong>sign of very low-volume local roads.Washington, D.C., 2001.g) ______. A policy on <strong>de</strong>sign of urban highways and arterial streets. Washington,D.C., 1973.h) ______. Projeto e práticas <strong>operacionais</strong> relativas à segurança do tráfegorodoviário. Tradução <strong>de</strong> Luiz Ribeiro Soares. Rio <strong>de</strong> Janeiro: <strong>IPR</strong>, 1975. Títulooriginal: Highway <strong>de</strong>sign and operational practices related to highway safety -1967. (<strong>IPR</strong>. Publ., 606).i) ______.______. Tradução <strong>de</strong> Luiz Ribeiro Soares. Rio <strong>de</strong> Janeiro: <strong>IPR</strong>, 1975.Título original: Highway <strong>de</strong>sign and operational practices related to highwaysafety - 1974. (<strong>IPR</strong>. Publ., 606).j) ______. ______. 2. ed. Tradução <strong>de</strong> Luiz Ribeiro Soares. Rio <strong>de</strong> Janeiro: <strong>IPR</strong>,1976. Título original: Highway <strong>de</strong>sign and operational practices related tohighway safety - 1974. (<strong>IPR</strong>. Publ., 608).k) AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS. A gui<strong>de</strong> to urban arterialsystems. New York, 1981.l) ANDERSON, I. B. et al. Relationship to safety of geometric <strong>de</strong>sign consistencymeasures for rural two-lane highways. Transportation Research Record,Washington, D.C., n. 1658, p. 43-51, 1999.m) BRASIL. Departamento Nacional <strong>de</strong> Estradas <strong>de</strong> Rodagem. Normas <strong>para</strong> o<strong>projeto</strong> das estradas <strong>de</strong> rodagem. Reimpr. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1973.n) ______. Diretoria <strong>de</strong> Desenvolvimento Tecnológico. Divisão <strong>de</strong> CapacitaçãoTecnológica. Procedimentos básicos <strong>para</strong> operação <strong>de</strong> rodovias. Rio <strong>de</strong> Janeiro,1997. (<strong>IPR</strong>. Publ., 699).o) ______. Diretoria <strong>de</strong> Desenvolvimento Tecnológico. Divisão <strong>de</strong> Pesquisas eDesenvolvimento. Guia <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes com base em medidas <strong>de</strong>engenharia <strong>de</strong> baixo custo. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1998. (<strong>IPR</strong>. Publ., 703).p) ______. Diretoria <strong>de</strong> Planejamento. Normas <strong>para</strong> a classificação funcional <strong>de</strong>vias urbanas. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1974.q) BRASIL. Departamento Nacional <strong>de</strong> Infraestrutura <strong>de</strong> Transportes. Diretoria <strong>de</strong>Planejamento e Pesquisa. Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa. Instituto <strong>de</strong>Pesquisas Rodoviárias. Manual <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> tráfego. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2006.(<strong>IPR</strong>. Publ., 723).269MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodoviasr) BRASIL. Departamento Nacional <strong>de</strong> Trânsito; INSTITUTO DE PESQUISASRODOVIÁRIAS; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.Manual <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres. Brasília, 1979. (DENATRAN. Coleção <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> engenharia, 03).s) BRASIL. Lei n.º 9.503, <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1997. Institui o Código <strong>de</strong>Trânsito Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em:. Acesso em: 25 out. 2005.t) EFFECTIVENESS OF HIGHWAY SAFETY IMPROVEMENTS, 1985,Nashville. Proceedings...New York: ASCE, 1986.u) ESTADOS UNIDOS. Fe<strong>de</strong>ral Highway Administration. A handbook of highwaysafety <strong>de</strong>sign and operating practices. 3rd ed. Washington, D.C.,1978.v) ______; INSTITUTE OF TRANSPORTATION ENGINEERS. Makingintersections safer: a toolbox of engineering countermeasures to reduce red-lightrunning: an informational report. Washington, D.C., 2003.w) FRANÇA. Service d’Étu<strong>de</strong>s Techniques <strong>de</strong>s Routes et Autoroutes; FRANÇA.Centre d’Étu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>s Transports Urbains. Sécurité <strong>de</strong>s routes et <strong>de</strong>s rues.Bagneux, 1992.x) GOLD, Philip Anthony. Segurança <strong>de</strong> trânsito: aplicações <strong>de</strong> engenharia <strong>para</strong>reduzir aci<strong>de</strong>ntes. Washington, D.C.: BID, 1998.y) HARWOOD, D. W. et al. Prediction of the expected safety performance of ruraltwo-lane highways. Washington, D.C.: FHWA, 2000. (Report FHWA-RD-99-207).z) HIGHWAY and traffic safety and acci<strong>de</strong>nt research, management, and issues.Transportation Research Record, Washington, D.C., n. 1401, 1993.aa) INSTITUTE OF TRANSPORTATION ENGINEERS. Neighborhood street<strong>de</strong>sign gui<strong>de</strong>lines. Washington, D.C., 2003.bb) Oliveira, Amarilio Carvalho. Características geométricas das rodovias. Rio <strong>de</strong>Janeiro: DER, 1966.cc) TRAFFIC control <strong>de</strong>vices and highway visibility. Transportation ResearchRecord, Washington, D.C., n. 1368, 1992.270MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasÍNDICE271MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasÍNDICEApresentação ...............................................................................................................5Lista <strong>de</strong> símbolos e abreviaturas ...................................................................................7Lista <strong>de</strong> ilustrações – Figuras.........................................................................................9Lista <strong>de</strong> ilustrações – Tabelas ......................................................................................13Sumário..........................................................................................................................151. Introdução......................................................................................................... 192. Consi<strong>de</strong>rações gerais .........................................................................................232.1. Mudanças no ambiente rodoviário .....................................................................252.1.1. Dimensões dos veículos ....................................................................252.1.2. Motoristas idosos ..............................................................................252.1.3. Congestionamento.............................................................................262.2. Planejamento <strong>para</strong> o futuro .................................................................... 262.2.1. Previsão do uso futuro ......................................................................262.2.2. Aplicação da tecnologia mo<strong>de</strong>rna ....................................................262.3. Objetivo e uso do <strong>manual</strong> ..................................................................................262.3.1. Objetivo.............................................................................................262.3.2. Aplicação...........................................................................................272.3.3. Organização.......................................................................................273. Conceito <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> visando à segurança .......................................................293.1. Nível <strong>de</strong> segurança das rodovias ......................................................................313.1.1. Estatística <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte .......................................................................313.1.2. Causas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte ............................................................................323.2. Monitoramento da segurança ............................................................................323.3. Consi<strong>de</strong>rações gerais <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> ........................................................................343.3.1. Critérios <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong>sejáveis e mínimos .........................................343.3.2. Fatores humanos ................................................................................353.3.3. Projeto consistente.............................................................................373.4. Elementos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> ........................................................................................383.4.1. Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> .......................................................................38273MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias3.4.2. Alinhamento horizontal e vertical ....................................................393.4.3. Controle <strong>de</strong> acessos ...........................................................................393.4.4. Pavimentos ........................................................................................403.4.5. Áreas marginais.................................................................................403.4.6. Caminhões .........................................................................................413.4.7. Pe<strong>de</strong>stres e ciclistas ..........................................................................423.4.8. Condições adversas do meio ambiente..............................................423.4.9. Monitoramento do tráfego.................................................................433.4.10. Gerenciamento dos sistemas <strong>de</strong> transporte........................................443.5. Sistemas computadorizados visando aumento da segurança .......................444. Vias expressas ....................................................................................................474.1 Critérios <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> ............................................................................................494.1.1. Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>........................................................................494.1.2. Larguras <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> tráfego e <strong>de</strong> acostamentos..............................514.1.3. Marcas no pavimento e tachões........................................................524.1.4. Delineadores e balizadores................................................................524.1.5. Sinalização vertical............................................................................534.1.6 Iluminação.........................................................................................564.1.7. Monitoramento do tráfego................................................................574.2 Aspectos especiais............................................................................................604.2.1. Faixas exclusivas...............................................................................604.2.2. Áreas <strong>para</strong> <strong>de</strong>scanso ..........................................................................614.2.3. Praças <strong>de</strong> pedágio ..............................................................................614.2.4. Locais <strong>para</strong> investigação <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes...............................................624.2.5. Veículos <strong>para</strong>dos em acostamentos...................................................634.2.6 Caminhões.........................................................................................634.2.7. Sonorizadores em acostamentos........................................................664.2.8. Telas Antiofuscantes .........................................................................674.2.9. Travessias do canteiro central ...........................................................684.3 Obras-<strong>de</strong>-arte especiais ....................................................................................694.3.1. Pilares e encontros.............................................................................69274MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias4.3.2. Guarda – corpos.................................................................................714.3.3. Seções transversais ............................................................................714.3.4. Estruturas estreitas.............................................................................724.3.5. Estruturas <strong>para</strong>lelas............................................................................724.4. Canteiros centrais e áreas laterais.....................................................................724.4.1. Áreas <strong>de</strong> recuperação.........................................................................724.4.2. Suportes <strong>de</strong> luminárias, sinais e cercas..............................................734.4.3. Barreiras e atenuadores <strong>de</strong> impacto...................................................744.4.4. Postes <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública .............................................754.4.5. Paisagismo.........................................................................................764.5. Interconexões....................................................................................................774.5.1. Consistência <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>.....................................................................774.5.2. Continuida<strong>de</strong> e equilíbrio <strong>de</strong> faixas...................................................794.5.3. Caminhões.........................................................................................804.5.4. Espaçamento das interconexões........................................................814.5.5. Tipos <strong>de</strong> interconexões......................................................................814.5.6. Ramos................................................................................................824.5.7. Interseções com vias transversais......................................................854.5.8. Entrecruzamentos..............................................................................864.5.9. Acomodação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclistas em interconexões urbanassuburbanas.........................................................................................865. Rodovias rurais..................................................................................................895.1. Critérios <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>..........................................................................................915.1.1. Continuida<strong>de</strong>......................................................................................915.1.2. Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>……................................................................925.1.3. Alinhamento horizontal e vertical.....................................................925.1.4. Zonas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> reduzida............................................................935.1.5. Zonas <strong>de</strong> ultrapassagem.....................................................................935.1.6. Faixas <strong>de</strong> ultrapassagem....................................................................945.1.7. Faixas <strong>de</strong> subida.................................................................................955.2. Canteiros centrais e áreas marginais................................................................96275MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias5.2.1 Canteiros centrais..............................................................................965.2.2 Talu<strong>de</strong>s laterais..................................................................................965.2.3 Dispositivos <strong>de</strong> drenagem..................................................................975.2.4 Suportes <strong>de</strong> sinais e <strong>de</strong> luminárias...................................................1005.2.5 Postes <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública .............................................................1015.3. Controle <strong>de</strong> acessos ......................................................................................1035.3.1 Aberturas do canteiro central...........................................................1035.3.2 Acessos às proprieda<strong>de</strong>s marginais ................................................1035.4. Interseções .....................................................................................................1045.4.1. Elementos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> ......................................................................1045.4.2. Aspectos <strong>operacionais</strong>.....................................................................1065.5. Pontes e viadutos existentes...........................................................................1075.5.1. I<strong>de</strong>ntificação e análise <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s ina<strong>de</strong>quados.............................1075.5.2. Melhoramentos do sistema <strong>de</strong> proteção lateral e dasaproximações .............................................................................. 1095.5.3. Pontes e viadutos estreitos ........................................................1125.6. Outros controles <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>............................................................................1145.6.1. Travessias <strong>de</strong> nível rodoferroviárias ...........................................1145.6.2. Pavimentos anti<strong>de</strong>rrapantes ............................................................1165.6.3. Pe<strong>de</strong>stres e ciclistas.........................................................................1185.6.4. Veículos lentos e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões .....................................1195.6.5. Animais na rodovia.........................................................................1196. Vias urbanas e suburbanas…………………………………………………1216.1 Consi<strong>de</strong>rações sobre o <strong>projeto</strong>.......................................................................1246.1.1. Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>…………………………………………….1246.1.2. Acostamentos e meios-fios.............................................................1266.1.3. Descontinuida<strong>de</strong> na seção transversal ............................................1276.1.4. Conflito entre capacida<strong>de</strong> e segurança na adição <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong>giro....................................................................................................1286.1.5. Bicicletas ........................................................................................1296.2 Canteiros centrais e áreas marginais..............................................................129276MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias6.2.1. Obstáculos nas áreas marginais ......................................................1306.2.2. Passeios laterais...............................................................................1316.2.3. Elementos laterais e dispositivos <strong>de</strong> segurança ..............................1336.2.4. Faixas <strong>de</strong> giro à esquerda <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r aos dois sentidos <strong>de</strong>tráfego.........................................................................................................1366.2.5 Paisagismo.......................................................................................1396.3. Controle <strong>de</strong> acessos ........................................................................................1406.3.1. Técnicas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> acessos ......................................................1416.3.2. Vias <strong>de</strong> serviço ................................................................................1426.3.3. Retornos em vias <strong>de</strong> pista dupla ......................................................1436.4 Aspectos Operacionais ...................................................................................1446.4.1. Sinais <strong>de</strong> tráfego ..............................................................................1446.4.2. Velocida<strong>de</strong> por zonas ......................................................................1446.4.3. Parada <strong>de</strong> ônibus..............................................................................1456.5 Interseções ......................................................................................................1456.5.1. Aspectos do <strong>projeto</strong> .........................................................................1466.5.2. Aspectos <strong>operacionais</strong> .....................................................................1516.6 Traffic Calming ..............................................................................................1566.6.1. Técnicas <strong>para</strong> gerenciamento do tráfego em áreas resi<strong>de</strong>nciais ......1586.6.2. Métodos utilizados <strong>para</strong> “Traffic Calming”.....................................1616.7 Outros elementos <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>...........................................................................1676.7.1. Passarelas e passagens subterrâneas................................................1676.7.2. Acomodação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e bicicletas em pontes e viadutos..........1687. Medidas <strong>de</strong> manutenção necessárias à segurança.......................................1717.1 Planejamento <strong>para</strong> controle do tráfego...........................................................1737.2 Controle do tráfego.........................................................................................1747.3. Área <strong>de</strong> trabalho e problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio.........................................................1767.4. Equipes <strong>de</strong> manutenção .................................................................................1787.5. Oportunida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> melhoria da segurança ...................................................1787.6. Planejamento das inspeções relativas à segurança .........................................1797.7. Aprimoramento das medidas <strong>de</strong> segurança .....................................................180277MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas Rodovias7.8. Cuidados especiais com a manutenção...........................................................1817.8.1. Extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> barreiras ...............................................................1817.8.2. Barreiras longitudinais.....................................................................1817.8.3. Defensas metálicas ..........................................................................1827.8.4. Atenuadores <strong>de</strong> impactos.................................................................1837.9. Manutenção <strong>de</strong> rotina .....................................................................................1837.9.1. Diferença <strong>de</strong> nível da borda do pavimento.......................................1837.9.2. Remoção da vegetação .....................................................................1837.9.3. Drenagem .........................................................................................1857.9.4. Sinais ................................................................................................1877.9.5. Marcas no pavimento e <strong>de</strong>lineadores ..............................................1907.9.6. Proteção <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> trabalho .........................................................1907.9.7. Áreas marginais ..............................................................................191Anexo A - Observações retiradas do Road Safety Manual - World Road Association(PIARC) -. Versão 1 – 2003 .........................................................................................193A.1. Fatores <strong>de</strong> segurança rodoviária .....................................................................195A.1.1 Princípios básicos <strong>de</strong> segurança ..................................................................195A.1.1.1Princípio <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ...................................................................196A.1.1.2.Princípio <strong>de</strong> consistência no espaço .............................................198A.1.1.3.Princípio <strong>de</strong> consistência no tempo .............................................199A.1.2. Coerência do ambiente rodoviário..............................................................200A.2.Alinhamento horizontal ......................................................................................203A.2.1 Aci<strong>de</strong>ntes .....................................................................................................203A.2.2 Curvas ......................................................................................................... 204A.2.2.1 Segurança nas curvas....................................................................204A.2.2.2. Curva em espiral ..........................................................................205A.2.2.3. Curva composta ...........................................................................206A.2.2.4 Grau <strong>de</strong> curva .............................................................................207A.2.3 Diferenças <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s .........................................................................208A.2.3.1. Diferenças <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s entre trechos sucessivos....................208278MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.2.3.2Segurança entre trechos sucessivos ..............................................212A.2.4.Condição da superfície ................................................................................212A.2.5.Tombamento ............................................................................................214A.2.6.Superelevação .............................................................................................215A.2.7.Superlargura ..............................................................................................216A.2.7.1 Descrição ......................................................................................216A.2.7.2.Segurança......................................................................................217A.2.8. Acostamentos.............................................................................................. 218A.2.9.Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da - áreas laterais ..................................219A.2.10.Áreas laterais <strong>de</strong> segurança ......................................................................220A.2.11. Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ultrapassagem ..........................................2232.11.1. Na curva .........................................................................................2232.11.2. Em um segmento maior da rodovia................................................223A.2.12. Sinais <strong>de</strong> advertência ................................................................................224A.2.13. Combinação <strong>de</strong> condições ........................................................................224A.3. Alinhamento vertical .........................................................................................225A.3.1. Aci<strong>de</strong>ntes ....................................................................................................225A.3.2. Rampas máximas........................................................................................226A.3.3. Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> em curvas verticais ..........................................227A.4. Fatores humanos.................................................................................................229A.4.1. Percepção ...................................................................................................229A.4.1.1. Ilusões <strong>de</strong> ótica ............................................................................229A.4.1.2. Contrastes ...................................................................................230A.4.1.3. Sinais visuais e sonoros ...............................................................231A.4.1.4. Ida<strong>de</strong> dos motoristas ...................................................................231A.4.2. Escolha da velocida<strong>de</strong>..................................................................................232A.4.2.1. Foco, visão periférica....................................................................232A.4.2.2. Avaliação da velocida<strong>de</strong>...............................................................234A.4.3. Orientação e antecipação ...........................................................................234A.4.3.1. Classificação funcional.................................................................234A.4.3.2. Expectativas dos motoristas ........................................................236279MT/DNIT/<strong>IPR</strong>


Manual <strong>de</strong> Projeto e Práticas Operacionais <strong>para</strong> Segurança nas RodoviasA.4.3.3. Trechos <strong>de</strong> transição ....................................................................239A.5. Interseções ..........................................................................................................242A.5.1. Escolha do tipo <strong>de</strong> interseção.......................................................................242A.5.1.1. Tipos <strong>de</strong> Interseções em vias urbanas...........................................242A.5.1.2. Seleção do tipo <strong>de</strong> interseção em função da capacida<strong>de</strong> ..............243A.5.1.3. Seleção do tipo <strong>de</strong> interseção em função dos seus custos ............244A.5.2. Segurança nas interseções ..........................................................................244A.5.2.1. Priorida<strong>de</strong> ao tráfego que vem pela direita versus sinalização <strong>de</strong>priorida<strong>de</strong> ...................................................................................................244A.5.2.2. Priorida<strong>de</strong> versus sinalização semafórica .....................................244A.5.2.3. Rótulas versus outros tipos ...........................................................245A.5.2.4. Interseções <strong>de</strong> quatro ramos..........................................................245A.5.2.5. Interseções rurais <strong>de</strong> quatro ramos versus duas interseções em T246A.5.2.6. Interseções sinalizadas por semáforos .........................................247A.5.2.7. Rótulas ..........................................................................................249A.5.3. Distância entre interseções ........................................................................251A.5.4. Alinhamento da rodovia ............................................................................252A.5.4.1. Alinhamento horizontal ................................................................252A.5.4.2. Alinhamento vertical ....................................................................252A.5.5. Usuários especiais ......................................................................................253A.5.5.1. Veículos pesados .........................................................................253A.5.5.2. Pe<strong>de</strong>stres .......................................................................................253A.5.5.3. Coletivos.......................................................................................255A.5.5.4. Ciclistas e motociclistas em rotatórias .........................................255A.5.6. Distâncias <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> ..........................................................................255A.5.6.1. Distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>para</strong>da nas aproximações.................255A.5.6.2.Distância <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> manobras .....................................257A.5.6.3.Triângulos <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>s ...........................................................259A.5.7. Com<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> soluções viáveis ................................................................260Referências Bibliográficas .........................................................................................263Bibliografia Recomendada ........................................................................................267Índice ........................................................................................................ ..................271280MT/DNIT/<strong>IPR</strong>

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