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Fatores que influenciam a realização do exame preventivo do ...

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<strong>do</strong>i: 10.5123/S2176-62232011000200007ARTIGO ORIGINAL| ORIGINAL ARTICLE | ARTÍCULO ORIGINAL<strong>Fatores</strong> <strong>que</strong> <strong>influenciam</strong> a realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong><strong>do</strong> câncer cérvico-uterino em Porto Velho, Esta<strong>do</strong> deRondônia, Brasil*Factors influencing the implementation of cervical cancer screening in Porto Velho, Rondônia State,BrazilFactores <strong>que</strong> influyen en la realización del <strong>exame</strong>n <strong>preventivo</strong> de cáncer cervicouterino en Porto Velho,Esta<strong>do</strong> de Rondônia, BrasilLorena Tourinho de LucenaDepartamento de Medicina, Universidade Federal de Rondônia, PortoVelho, Rondônia, BrasilDiógenes Guimarães ZãnDepartamento de Medicina, Universidade Federal de Rondônia, PortoVelho, Rondônia, BrasilPedro di Tári<strong>que</strong> Barreto CrispimDepartamento de Medicina, Universidade Federal de Rondônia, PortoVelho, Rondônia, BrasilJosé Odair FerrariDepartamento de Medicina, Universidade Federal de Rondônia, PortoVelho, Rondônia, BrasilRESUMOO câncer <strong>do</strong> colo uterino é um importante problema de saúde pública no Brasil e sua identificação precoce aumentaconsideravelmente a probabilidade de cura. O principal instrumento utiliza<strong>do</strong> na detecção precoce deste câncer é o <strong>exame</strong>Papanicolau. O objetivo deste estu<strong>do</strong> foi analisar fatores biopsicossociais <strong>que</strong> interferem na realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong><strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero entre mulheres <strong>do</strong> Município de Porto Velho, Esta<strong>do</strong> de Rondônia, com ênfase naprática religiosa. Aplicou-se <strong>que</strong>stionário individual mediante visita <strong>do</strong>miciliar e realizaram-se entrevistas semiestruturadasem igrejas locais onde são realiza<strong>do</strong>s <strong>exame</strong>s <strong>preventivo</strong>s mensalmente. A amostra foi de 227 mulheres, dentre as quais82,8% declararam já ter realiza<strong>do</strong> alguma vez o <strong>exame</strong>. A etnia, o esta<strong>do</strong> civil, o grau de instrução, a profissão e a religiãonão foram detecta<strong>do</strong>s como significativos para a não realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong>. Há preferência entre asparticipantes pela realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> nas igrejas, pois estas oferecem um espaço físico e social deacolhimento. Políticas intersetoriais neste senti<strong>do</strong> podem ser desenvolvidas para aumentar as taxas de cobertura <strong>do</strong> <strong>exame</strong>.Palavras-chave: Câncer <strong>do</strong> Colo <strong>do</strong> Útero, Exame Papanicolau, Saúde da Mulher, <strong>Fatores</strong> de risco.INTRODUÇÃOO câncer cérvico-uterino é um importante problema desaúde pública no Brasil e em outros países em1desenvolvimento . É o terceiro tipo de câncer maisprevalente no mun<strong>do</strong> e estima-se o diagnóstico de 471 milnovos casos anuais, <strong>do</strong>s quais 80% ocorrem em países em2desenvolvimento .*Este trabalho é uma das resultantes <strong>do</strong> projeto "Estu<strong>do</strong> das patologiascérvico-vaginais nas mulheres atendidas nas Unidades de Saúde daFamília Pedacinho de Chão e Aponiã, no Município de Porto Velho,Rondônia", vincula<strong>do</strong> ao Programa de Ensino Tutorial em Saúde (PET-Saúde), e foi financia<strong>do</strong> com recursos <strong>do</strong>s próprios autores.Correspondencia / Correspondência / Correspondence :Lorena Tourinho de LucenaAvenida Presidente Dutra nº 3622CEP: 76.801-222 Porto Velho-Rondônia-BrasilTel.: 55 (69) 3224-1147/9231-1058Email: lorena.tourinho@hotmail.comNo Brasil, o câncer cérvico-uterino tem incidênciaanual de 18 casos para cada 100 mil mulheres. Excluí<strong>do</strong>sos tumores de pele não melanoma, o câncer cérvicouterinoé o mais incidente na Região Norte, o segun<strong>do</strong>mais incidente nas Regiões Centro-Oeste e Nordeste ecorresponde ao terceiro câncer com maior incidência nas3Regiões Sul e Sudeste .A história natural <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero demonstra<strong>que</strong> esta patologia tem um longo perío<strong>do</strong> de instalação,desde a <strong>do</strong>ença pré-invasiva até a metastatização e opapel <strong>do</strong> Papilomavírus humano (HPV) na etiologia da4,5,6<strong>do</strong>ença é de fundamental importância . A associaçãoentre o HPV e o desenvolvimento da neoplasia estápresente em praticamente to<strong>do</strong>s os casos de câncer7,8cervical <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> .O estu<strong>do</strong> e conhecimento aprofunda<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fatores derisco liga<strong>do</strong>s ao câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero permitiram odesenvolvimento de estratégias de prevenção primária esecundária, visan<strong>do</strong> à proteção da população suscetível4,5,6ao desenvolvimento desta patologia . Entre os diversos9fatores de risco já identifica<strong>do</strong>s citam-se o tabagismo , odéficit vitamínico e fatores liga<strong>do</strong>s ao relacionamentosexual, como sexarquia precoce, multiplicidade dehttp://revista.iec.pa.gov.brRev Pan-Amaz Saude 2011; 2(2):45-5045


Lucena LT, et al. <strong>Fatores</strong> <strong>que</strong> <strong>influenciam</strong> a realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer cérvico-uterinoparceiros, multiparidade e a infecção por agentestransmiti<strong>do</strong>s por via sexual como, por exemplo, o vírus da3imunodeficiência humana (HIV) e Chamydia trachomatis .O desenvolvimento <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong>colo <strong>do</strong> útero por Papanicolaou & Traut tornou-se ummarco importante no rastreamento e detecção precoce <strong>do</strong>câncer <strong>do</strong> colo uterino. Este <strong>exame</strong>, simples, não invasivo ede baixo custo, permite a detecção de células neoplásicas6presentes no esfregaço vaginal . É um méto<strong>do</strong> bastanteefetivo, eficiente e de baixo custo utiliza<strong>do</strong> em programas10de rastreamento , sen<strong>do</strong> a principal ferramenta para orastreamento da <strong>do</strong>ença na população de vários países <strong>do</strong>6mun<strong>do</strong> .O objetivo de um programa de rastreamento éidentificar a <strong>do</strong>ença em uma fase pré-clínica, na qual umtratamento possa ser estabeleci<strong>do</strong> com o objetivo de curaou diminuição da morbidade. A primeira referênciahistórica a um programa de rastreamento para o câncer <strong>do</strong>colo <strong>do</strong> útero data de 1937, em Nova Ior<strong>que</strong> (EUA). Hoje,após mais de 70 anos, o rastreamento deste câncer éconsidera<strong>do</strong> modelar, por ter reduzi<strong>do</strong> significativamente amortalidade por essa <strong>do</strong>ença nos países onde foi11implanta<strong>do</strong> .Em 1988, o Ministério da Saúde (MS), por meio <strong>do</strong>Instituto Nacional de Câncer (INCA), definiu <strong>que</strong>, no Brasil,o <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> deveria ser realiza<strong>do</strong> em mulheres de25 a 59 anos de idade ou <strong>que</strong> já tivessem inicia<strong>do</strong> atividadesexual mesmo antes desta faixa etária. Recomenda-se suarealização uma vez por ano e, após <strong>do</strong>is <strong>exame</strong>s anuais12consecutivos negativos, a cada três anos .Recentes estu<strong>do</strong>s sobre a acurácia <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong><strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero nos países em desenvolvimentoestimam <strong>que</strong> sua sensibilidade varie de 44% a 78% e sua13especificidade, de 91% a 99% . Estima-se <strong>que</strong> orastreamento de mulheres por meio <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong>reduz aproximadamente 80% da mortalidade pelo3câncer . Para tanto, é necessário garantir o acesso dasmulheres a este <strong>exame</strong>.Elevadas taxas de incidência e mortalidade <strong>do</strong> câncer14cérvico-uterino propiciaram a elaboração e execução deprogramas em âmbito nacional com vistas ao controledessa <strong>do</strong>ença no Brasil, entre eles o Programa Saúde da15 12Mulher, em 1984 , e o projeto Viva Mulher, em 1997 . Adespeito da ampla divulgação destes programas e daampliação da cobertura <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer<strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero, sua realização ainda não é uma prática16rotineira entre as mulheres no país . Esse quadro ressaltaos da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MS <strong>que</strong> estimam <strong>que</strong> 40% das mulheres17brasileiras nunca fizeram o <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> .A literatura demonstra <strong>que</strong> fatores como idadeavançada, baixo nível sócioeconômico, pertencer à raçanegra ou parda e ser solteira, identificam gruposassocia<strong>do</strong>s à não realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong>6,18,19câncer <strong>do</strong> colo uterino .Um estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> em Campinas, Esta<strong>do</strong> de SãoPaulo, <strong>do</strong> tipo transversal, de base populacional, detectou<strong>que</strong> a não realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong>colo uterino está associada à idade, etnia, grau de18instrução e renda . Outro estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> em Propriá,Esta<strong>do</strong> de Sergipe, detectou relação entre o grau deinstrução, renda e tipo de profissão com a realização <strong>do</strong><strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong>, mas não os caracterizou como fatoresde risco para o câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero, já <strong>que</strong>, nesseestu<strong>do</strong>, a diferença entre casos e controles não foi20significativa .As principais causas de resistência para realização <strong>do</strong><strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> estão ligadas a <strong>que</strong>stões culturais comoo receio da <strong>do</strong>r, vergonha, desconhecimento <strong>do</strong>procedimento, local de realização e a não permissão <strong>do</strong>21parceiro para <strong>que</strong> a mulher realize o <strong>exame</strong> .No tocante à relação entre a religião e a realização demedidas preventivas, vários estu<strong>do</strong>s apontam <strong>que</strong>mulheres <strong>que</strong> fre<strong>que</strong>ntam instituições religiosas estão maispropensas a se submeterem a ações de medidaspreventivas, como o <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo22,23,24,25<strong>do</strong> útero . Esta relação é de especial importânciapara o campo da saúde pública, pois fornece informaçõessobre os fatores <strong>que</strong> <strong>influenciam</strong> a utilização de serviços<strong>preventivo</strong>s.O presente artigo tem o objetivo de analisar os fatores<strong>que</strong> interferem na realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong>câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero entre mulheres cadastradas emduas Unidades Básicas de Saúde (UBS) <strong>do</strong> Município dePorto Velho, Rondônia, com ênfase na relação entre aprática religiosa e a realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong>.METODOLOGIAA presente pesquisa recebeu aprovação <strong>do</strong> Comitê deÉtica em Pesquisa <strong>do</strong> Núcleo de Saúde da UniversidadeFederal de Rondônia no dia 08 de junho de 2009 (FR:265502 e CAAE: 0041.0.047.000-09) e foi realizada emduas Unidades Básicas de Saúde da Região Amazônica, aUBS Pedacinho de Chão e a UBS Aponiã, ambas localizadasno Município de Porto Velho, Esta<strong>do</strong> de Rondônia.A população-alvo foi composta por mulherescadastradas nas UBS com residência nas respectivas áreasadstritas. Em companhia <strong>do</strong>s agentes comunitários desaúde (ACS) as usuárias foram contatadas em suasresidências e lhes foi proposta a participação na pesquisa.A<strong>que</strong>las com idade superior a 18 anos e <strong>que</strong> concordaramem participar da pesquisa, mediante a assinatura de Termode Consentimento Livre e Esclareci<strong>do</strong>, foram selecionadas.Trata-se, portanto, de um inquérito de base populacional<strong>que</strong> utiliza uma amostra aleatória.Para o levantamento e registro <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, foi utiliza<strong>do</strong>um <strong>que</strong>stionário estrutura<strong>do</strong> com informaçõessocioeconômicas, frequência de realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong><strong>preventivo</strong> e sobre o conhecimento <strong>do</strong> procedimento. Naabordagem, indagou-se da entrevistada se esta já haviarealiza<strong>do</strong> alguma vez o <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong>colo <strong>do</strong> útero, se é adepta ou não de alguma religião, suaetnia, esta<strong>do</strong> civil, grau de instrução e sua profissão. O<strong>que</strong>stionário foi aplica<strong>do</strong> por estudantes <strong>do</strong> curso demedicina da Universidade Federal de Rondônia (UNIR),previamente seleciona<strong>do</strong>s e treina<strong>do</strong>s.46Rev Pan-Amaz Saude 2011; 2(2):45-50


Lucena LT, et al. <strong>Fatores</strong> <strong>que</strong> <strong>influenciam</strong> a realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer cérvico-uterinoForam ainda acompanhadas atividades promovidaspelas equipes das UBS, realizadas em igrejas locais <strong>que</strong>com elas promovem parcerias, a fim de observar aspráticas intersetoriais desenvolvidas para promoção <strong>do</strong>programa de rastreamento <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero.Durante a realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> nasdependências das igrejas, foram realizadas entrevistassemiestruturadas com as mulheres presentes.A amostra foi de 227 mulheres, as quais responderamao <strong>que</strong>stionário em visitas <strong>do</strong>miciliares realizadas pelosacadêmicos, junto aos ACS, no perío<strong>do</strong> de março de 2009a dezembro de 2010.Os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram digitaliza<strong>do</strong>s em planilhas <strong>do</strong>software de informática SPSS (Statistical Package for SocialSciences), versão 16.0, no qual foram processa<strong>do</strong>s eanalisa<strong>do</strong>s pelo teste Qui-quadra<strong>do</strong> com correção de Yates.RESULTADOSDa amostra total analisada (n = 227), 82,8% dasmulheres declararam já ter realiza<strong>do</strong> alguma vez o <strong>exame</strong>de prevenção <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo uterino. Das mulheresentrevistadas, 56,4% declararam-se praticantes dealguma religião, enquanto 43,6% declararam não2participar de nenhuma instituição religiosa (c = 0,2582;valor-p = 0,630). Em relação à etnia, 18,9% das mulheresentrevistadas declararam-se brancas; 48%, pardas;210,1%, indígenas; 9,6%, amarelas; e 13,2%, negras (c =0,955; valor-p = 0,917) (Tabela 1).Tabela 1 – Relação percentual entre fatores socioeconômicos e a realização<strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer cérvico-uterinoPreventivo<strong>Fatores</strong> socioeconômicosRealizaNão RealizaN % N %Religião*PossuiNão possuitEtniaBrancaPardaIndígenaAmarelaNegra‡Esta<strong>do</strong> civilSolteiraUnião estávelCasadaViúvaSeparada§Grau de instruçãoAnalfabetaEnsino fundamental incompletoEnsino fundamental completoEnsino médio incompletoEnsino médio completoEnsino superior incompletoEnsino superior completoIIProfissãoDo larEstudanteDomésticaTrabalho formalTrabalho informal108803789181925626436818423622255454763416273547,635,216,339,27,98,311,027,328,215,83,57,918,515,89,711,023,72,21,733,515,07,011,915,420196205351114815865585214112848,88,42,68,82,21,32,24,86,23,50,42,23,52,62,22,23,52,20,86,24,80,83,51,72 † 2 ‡ 2 §*: c = 0,2582; valor-p = 0,630; :c = 0,955; valor-p = 0,917; :c = 0,861; valor-p = 0,930; :2 || 2c = 9,808; valor-p = 0,133; :c = 4,408; valor-p = 0,354.Sobre o esta<strong>do</strong> civil, 32,1% das mulheres declararamsesolteiras; 34,4%, em união estável; 19,3%, casadas;23,9%, viúvas; e 10,1%, separadas (c = 0,861; valor-p =0,930). Em relação ao grau de instrução, 22% dasmulheres entrevistadas declararam-se analfabetas;18,4%, com o ensino fundamental incompleto; 11,9%,com o ensino fundamental completo; 13,2%, com o ensinomédio incompleto; 27,2%, com o ensino médio completo;4,4%, com o ensino superior incompleto; e 2,5%, com o2ensino superior completo (c = 9,808; valor-p = 0,133).Quanto à profissão, 39,7% declararam trabalhar nolar; 19,8%, serem estudantes; 7,8%, empregadas<strong>do</strong>mésticas; 15,4%, ter trabalho formal e 17,1%, trabalhoRev Pan-Amaz Saude 2011; 2(2):45-5047


Lucena LT, et al. <strong>Fatores</strong> <strong>que</strong> <strong>influenciam</strong> a realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer cérvico-uterino2informal (c = 4,408; valor-p = 0,354). Na categoriaempregadas <strong>do</strong>mésticas foram incluídas mulheres <strong>que</strong>trabalham em casas de família e não foi <strong>que</strong>stiona<strong>do</strong> seesta possui carteira assinada ou não.A análise estatística por meio <strong>do</strong> teste Qui-quadra<strong>do</strong>com correção de Yates demonstrou <strong>que</strong> não há umaassociação significativa entre os fatores socioeconômicose culturais analisa<strong>do</strong>s e a realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong><strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero.DISCUSSÃOA presente pesquisa verificou <strong>que</strong> 82,8% das mulheresresidentes nas duas localidades pesquisadas em PortoVelho realizaram o <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong>útero em alguma época de suas vidas.Verificou-se <strong>que</strong> a etnia não configura um fator para anão realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong>, diferentemente deoutras pesquisas, <strong>que</strong> concluíram <strong>que</strong> mulheres <strong>que</strong> sedeclararam negras ou pardas apresentam maior19,18,10prevalência de não realização deste <strong>exame</strong> .O esta<strong>do</strong> civil também não configura um fator para anão realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong>, ao contrário <strong>do</strong> <strong>que</strong>concluiu uma pesquisa realizada no Município de RioGrande, no sul <strong>do</strong> Brasil, <strong>que</strong> detectou <strong>que</strong> mulheres semcompanheiro fixo apresentam maiores prevalências emrelação à não realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer19<strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero .O grau de instrução das mulheres entrevistadas nãointerfere na realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong>colo <strong>do</strong> útero em Porto Velho, Esta<strong>do</strong> de Rondônia. Da<strong>do</strong>sda literatura relatam <strong>que</strong> a realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> está18positivamente relacionada ao maior nível de instrução .Relatos da literatura indicam <strong>que</strong>, quanto menor é onível socioeconômico da população, maior a diminuiçãona cobertura <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong>útero, isto é, há aumento significativo na prevalência de19,6,18mulheres <strong>que</strong> não realizam o rastreamento . Alémdisso, a baixa escolaridade se relaciona diretamente comatividades profissionais menos qualificadas. Estasconstatações demonstram a necessidade de ação <strong>do</strong>sserviços públicos de saúde no senti<strong>do</strong> de intervir com maisefetividade nos segmentos da população mais vulneráveisao desenvolvimento <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo uterino, visan<strong>do</strong>assegurar a cobertura dessa população pelo <strong>exame</strong>18<strong>preventivo</strong> .Em relação à prática religiosa, o presente estu<strong>do</strong>detectou <strong>que</strong> esse fator não interfere na realização <strong>do</strong><strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero,demonstran<strong>do</strong> <strong>que</strong>, ao contrário de outros, o fator religiãonão configura um empecilho na realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong>.Da<strong>do</strong>s da literatura nacional e internacional não sãoexpressivos acerca da relação entre o fator religião e arealização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer cérvico-uterino.Dentre os estu<strong>do</strong>s <strong>que</strong> investigaram essa relação,verificou-se associação positiva entre praticar alguma22,23,24,25religião e realizar medidas preventivas , fato tambémobserva<strong>do</strong> na presente pesquisa.Entre os fatores pelos quais a religião pode influenciarem práticas de saúde estão incluí<strong>do</strong>s o incentivo aoshábitos de vida saudáveis, apoio social e psicológico,reforço da autoestima e o fornecimento de uma estruturapara suportar os eventos da vida. Além disso, algumasinstituições religiosas oferecem atividades ou informaçõesrelacionadas à saúde <strong>que</strong> podem levar, direta ouindiretamente, a uma maior utilização <strong>do</strong>s serviços de26saúde pelos membros expostos a estes recursos .As UBS participantes deste estu<strong>do</strong> promovematividades de saúde nas dependências de igrejas locais afim de realizar o programa de rastreamento para o câncer<strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero. Tal atividade é realizada mensalmente,com a coleta de material vaginal e com palestraseducativas, com grande aceitação por parte das usuárias.De acor<strong>do</strong> com as próprias participantes, a igrejaapresenta um ambiente agradável, onde elas se sentemmais à vontade para a realização da coleta. Além <strong>do</strong> <strong>que</strong>são realizadas palestras e debates com o objetivo deinstruir a população presente.Dessa forma, observa-se <strong>que</strong> a participação da mulherem uma instituição religiosa cria condições favoráveis àrealização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong>, pois elas encontram umespaço físico e social de acolhimento, o <strong>que</strong> contribui paraa melhora da cobertura de programas de rastreamentonacionais.CONCLUSÃOA atenção integral à saúde da mulher abrangeaspectos da biologia e anatomia <strong>do</strong> corpo feminino eenvolve, além disso, <strong>que</strong>stões relacionadas aos direitoshumanos e cidadania. Neste contexto, devem serrespeita<strong>do</strong>s seu contexto de vida, sua singularidade e suacapacidade de escolha.De acor<strong>do</strong> com a Política Nacional de Atenção Integralà Saúde da Mulher, os serviços de saúde devem oferecerassistência clínico-ginecológica, controle de <strong>do</strong>ençassexualmente transmissíveis e <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo uterino eassistência para concepção e contracepção. A oferta detais serviços está diretamente ligada ao controle dediversos fatores relaciona<strong>do</strong>s à<strong>que</strong>le câncer. Entretanto, asbarreiras para o seu controle estão relacionadasprincipalmente às falhas nos programas de rastreamento ena dificuldade de acesso aos procedimentos de saúde.Para o controle <strong>do</strong> câncer cérvico-uterino, énecessário <strong>que</strong> mulheres <strong>que</strong> têm ou <strong>que</strong> tiveramatividade sexual sejam informadas sobre a importância ea necessidade de se realizar o <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> e <strong>que</strong>haja garantia, por parte <strong>do</strong>s serviços de saúde, <strong>do</strong> seuacesso a instrumentos de prevenção e rastreamento nasua própria comunidade.É necessário ainda o desenvolvimento de políticaspúblicas intersetoriais <strong>que</strong> objetivem a melhoria dascondições <strong>do</strong> sistema de saúde e a oferta e acesso dapopulação a <strong>exame</strong>s <strong>preventivo</strong>s, visan<strong>do</strong> sempre aoatendimento integral e ao aumento da qualidade de vidadas mulheres.48Rev Pan-Amaz Saude 2011; 2(2):45-50


Lucena LT, et al. <strong>Fatores</strong> <strong>que</strong> <strong>influenciam</strong> a realização <strong>do</strong> <strong>exame</strong> <strong>preventivo</strong> <strong>do</strong> câncer cérvico-uterinoUm exemplo dessas políticas foi observa<strong>do</strong> noMunicípio de Porto Velho, Rondônia, onde algumasunidades <strong>do</strong> sistema básico de saúde desenvolvemparcerias com igrejas locais, com o objetivo de melhoraro acesso da população às ações e aos serviços desaúde.A relação entre religião e hábitos de saúde está sen<strong>do</strong>cada vez mais explorada e têm si<strong>do</strong> demonstradasassociações positivas entre esses fatores. Dessa forma,torna-se importante a realização de estu<strong>do</strong>s futuros <strong>que</strong>possam melhor explicar a forma pela qual a religiãoinfluencia as práticas de saúde.Factors influencing the implementation of cervical cancer screening in Porto Velho,Rondônia State, BrazilABSTRACTCervical cancer is a major public health problem in Brazil, and its early detection greatly increases the likelihood of cure. Themain tool for the early detection of cervical cancer is the Papanicolaou smear (Pap smear). The aim of the present study wasto analyze the biopsychosocial factors that affect the performance of cervical cancer screening tests among women in themunicipality of Porto Velho, Rondônia State, Brazil, with an emphasis on religious practices. An individual <strong>que</strong>stionnaire wasapplied during home visits, and semi-structured interviews were conducted in local churches where preventive screening isperformed monthly. The sample consisted of 227 women of whom 82.8% had previously undergone the test. Ethnicity,marital status, schooling, occupation and religion were not considered significant factors for the execution of preventivescreening in the women. There was a preference among the participants towards performing the screening tests at thechurches because they offer a physically and socially welcoming space. Therefore, intersectoral policies can be developedto increase the test’s coverage rates.Keywords: Cervical Cancer; Pap Test; Women’s Health; Risk Factors.Factores <strong>que</strong> influyen en la realización del <strong>exame</strong>n <strong>preventivo</strong> de cáncer cérvicouterinoen Porto Velho, Esta<strong>do</strong> de Rondônia, BrasilRESUMENEl cáncer de cuello de útero es un importante problema de salud pública en Brasil y su identificación precoz aumentaconsiderablemente la probabilidad de cura. El principal instrumento utiliza<strong>do</strong> en la detección precoz de este tipo de cánceres la prueba de Papanicolau. El objetivo de este estudio fue el de analizar factores biopsicosociales <strong>que</strong> interfieren en larealización del <strong>exame</strong>n <strong>preventivo</strong> de cáncer de cuello de útero entre mujeres del Municipio de Porto Velho (RO), conénfasis en la práctica religiosa. Se aplicó un cuestionario individual mediante visita <strong>do</strong>miciliar y se realizaron entrevistassemiestructuradas en iglesias locales en <strong>do</strong>nde se realizan mensualmente exámenes <strong>preventivo</strong>s. La muestra fue de 227mujeres, entre las cuales un 82,8% declaró haber realiza<strong>do</strong> alguna vez el <strong>exame</strong>n. La etnia, el esta<strong>do</strong> civil, el gra<strong>do</strong> deinstrucción, la profesión y la religión no se detectaron como significativos para la no realización del <strong>exame</strong>n <strong>preventivo</strong>.Existe preferencia entre las participantes por la realización del <strong>exame</strong>n <strong>preventivo</strong> en las iglesias, pues estas ofrecen unespacio físico y social para acoger a las pacientes. Pueden ser desarrolladas políticas intersectoriales en este senti<strong>do</strong> paraaumentar las tasas de cobertura del <strong>exame</strong>n.Palabras clave: Cáncer de Cuello de Útero; Prueba de Papanicolau; Salud de la Mujer; Factores de riesgo.REFERÊNCIAS1 Cruz LMB, Loureiro RP. A Comunicação na abordagempreventiva <strong>do</strong> câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero: importânciadas influências histórico-culturais e da sexualidadefeminina na adesão às campanhas. 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