que não conseguem chegar a este padrão desejado sofrem muito. Esse processo tem umimpacto negativo sobre a auto-imagem, principalmente <strong>das</strong> mulheres que se sentem obriga<strong>das</strong>a terem um corpo magro, atrativo, em forma e jovem. 50 E como diz Becker 51 , esta imagemcorporal negativa pode determinar o aparecimento de baixa auto-estima e depressão, ou seja,sofrimento. Nossos corpos são vitimizados por políticas de saberes/poderes que nosidentificam, classificam, recalcam, estigmatizam, enfim, formam e deformam as imagens quetemos de nós mesmos e dos outros. Desta forma, o homem vive o seu corpo, não a suamaneira e vontade. Experimenta a todo momento uma aprovação social de sua conduta. Ocorpo tem que aprender a comportar-se conforme regras e técnicas estabeleci<strong>das</strong> pelasociedade e a beleza corporal também é definida por modelo estético padronizadocomercialmente.Pode-se dizer que a promoção incondicional à cultura dos exercícios físicos, dacorpolatria e do fitness, tem sua ala mais radical: o fisiculturismo. A modalidade circunscreveum paradoxo agudo, pois ao mesmo tempo que glorifica o excesso em forma de músculos,recomenda um rigoroso comedimento de hábitos e comportamentos, cultivados exatamentepara a obtenção e ostentação de corpos hiperbólicos. 13O fisiculturismo é, em linhas gerais, tradução da expressão inglesa body-building,surgida nos Estados Unidos. Segundo Courtine: 52 “[...] body-building aparece na linguagementre 1900-1905, a partir da expressão “to build (up) one’s body”. Considerando sua origem, anoção de fisiculturismo é compreendida como representação de uma prática corporal tantomasculina como feminina de características peculiares: emprego de um regime de treinamentofísico diário muito intenso, no qual predominam inúmeros exercícios de força com pesos,concomitante à administração de eleva<strong>das</strong> doses de hormônios anabólicos, para a aquisição deexacerbada quantidade da massa muscular corpórea e para significativa redução do tecidoadiposo, com fins estritamente estéticos. 13É incontestável que a transformação dos corpos fisiculturistas depende de muitadedicação em relação aos treinos, mas seria ingenuidade pensar que o elevadodesenvolvimento muscular dá-se somente em virtude desse fator. Para compor a construçãodesses corpos hiperbólicos, lança-se mão do uso freqüente de drogas sintéticas, os hormôniosanabólicos, e assim como o público masculino, as fisiculturistas preferem para si corpos comaparência extremamente forte. 13 Isso retrata uma tendência estética da sociedade atual,perpassada pelos ideais da prática diária de musculação e exercícios para emagrecerconjugados com dietas, consumo de suplementos alimentares e hormônios anabólicos. 53
5 METODOLOGIA5.1 Descrição do estudoEstudo individuado, de caráter observacional, descritivo e transversal.5.2 LocalO trabalho foi realizado em uma clínica de medicina do esporte que está localizada nocentro da cidade de Florianópolis e foi inaugurada em 29 de março de 2006, unindo as áreasde Medicina do Esporte, Nutrologia, Estética Médica, Dermatologia e Psicologia. Seguindo oobjetivo geral traçado desde a sua inauguração, os pacientes são atendidos de formapersonalizada por profissionais qualificados e especializados nas áreas onde atuam,proporcionando aos que procuram a clínica consulta médica especializada, <strong>avaliação</strong> física,cineantropometria, <strong>avaliação</strong> postural, <strong>avaliação</strong> nutricional e estética. A clínica tem comometa ser reconhecida pela qualidade e excelência no atendimento, demonstrando competênciaprofissional, personalização e humanização.5.3 AmostraA amostra foi composta por 14 pacientes assistidos na mesma clínica, os quais foramsubmetidos a um ciclo com hormônios anabólicos, com finalidade puramente estética.5.3.1 Avaliação clínicaCada paciente foi avaliado clinicamente, de modo individual, em uma primeiraconsulta. Tal <strong>avaliação</strong> clínica compreendeu: <strong>avaliação</strong> antropométrica, postural, laboratorial,cardiológica (Ecocardiografia bidimensional com Doppler e Ergoespirometria), exames deimagem (Ultrassonografia de abdome) e outros exames quando necessário, tais comoradiografias de tórax, coluna etc. De acordo com as características encontra<strong>das</strong> no perfilmorfológico de cada indivíduo, foi selecionado o tipo de hormônio a ser utilizado. Destaforma, alguns pacientes utilizaram somente hormônios esteróides anabólicos e outros umaassociação entre estes e o hormônio de crescimento (GH). Para garantir a segurança dospacientes e prevenir prejuízos à saúde dos mesmos, apesar do baixo risco, em to<strong>das</strong> as 3consultas do ciclo (0, 30 e 60 dias) os pacientes foram avaliados clínica e laboratorialmentepor meio de hemograma, dosagens hormonais, provas de função hepática e renal, glicemia elipidograma.
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