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Relatório sobre a Qualidade de Vida Urbana - 2011 - Câmara ...

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<strong>2011</strong>SISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTO


<strong>2011</strong>SISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTO


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTO


<strong>2011</strong>MENSAGEMDO PRESIDENTESISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOO Município do Porto, ciente <strong>de</strong> que o bem-estarda população constitui o propósito último e omais nobre da atuação dos po<strong>de</strong>res públicos,<strong>de</strong>cidiu há uma <strong>de</strong>zena <strong>de</strong> anos criar um sistema<strong>de</strong> monitorização da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida urbana.O primeiro relatório <strong>de</strong> caracterização das condições<strong>de</strong> vida na cida<strong>de</strong> do Porto foi apresentadoem 2003 e resultou <strong>de</strong> um trabalho rigoroso eaprofundado, <strong>de</strong>senvolvido por uma equipa competentee empenhada que se mantém ao longo<strong>de</strong>stes anos.Quando se iniciou o projeto o tema do bem-estar,se bem que constando <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarações e programaspolíticos, não era objeto <strong>de</strong> estudos sistemáticosque permitissem a sua avaliação objetiva eo acompanhamento, pelos po<strong>de</strong>res públicos, datrajetória <strong>de</strong> evolução social das populações ecomunida<strong>de</strong>s.O estudo que agora se apresenta é um dos resultados<strong>de</strong>ssa aposta, sem dúvida o mais relevante.Dá a conhecer, <strong>de</strong> forma muito transparente ecom o rigor necessário, a trajetória <strong>de</strong> evoluçãoda cida<strong>de</strong> do Porto nas diferentes áreas que <strong>de</strong>terminama qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> todos nós.No momento difícil que atravessamos é importantesaber olhar para trás, perceber a evoluçãoocorrida e ter um referencial que permita a todosfazer as escolhas mais acertadas para a melhoriado bem-estar individual e para um <strong>de</strong>senvolvimentoeconómico e social que seja inteligente,sustentável e inclusivo.Rui RioPresi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal do PortoOs últimos anos, no entanto, mostram claramenteque o caminho que escolhemos <strong>de</strong> monitorizara qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida é o mais a<strong>de</strong>quado para sepo<strong>de</strong>r fundamentar, com soli<strong>de</strong>z e justeza, asopções, as iniciativas e os projetos <strong>de</strong> intervençãoda responsabilida<strong>de</strong> dos municípios. Instituições<strong>de</strong> referência, bem como reputados especialistasda área económica e social, têm dirigido muitosdos seus trabalhos para a análise e a melhorcompreensão do fenómeno do progresso social esuas <strong>de</strong>terminantes e, <strong>sobre</strong>tudo, para a <strong>de</strong>finição<strong>de</strong> políticas públicas mais eficazes e sustentáveis,que propiciem a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidaindividual e coletiva.O reconhecimento, nacional e internacional, e asmúltiplas referências elogiosas que o projeto dacida<strong>de</strong> do Porto tem suscitado, são para nós motivo<strong>de</strong> orgulho. Significam que proce<strong>de</strong>mos bem aocriar e ao assegurar a continuida<strong>de</strong> e o enriquecimento<strong>de</strong>ste projeto e constituem um <strong>de</strong>safio paraque prossigamos no mesmo rumo.RELATÓRIO <strong>2011</strong> / 3


4 / INTRODUÇÃO


<strong>2011</strong>SISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTO03071017192532384348535759606574799295103111113115132142147159161163170176182189200205207Mensagem do Presi<strong>de</strong>nteIntroduçãoAlguns apontamentos <strong>de</strong> naturezaconceptual e metodológicaCondições AmbientaisEspaços Ver<strong>de</strong>sClimaRuído<strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do arÁguaEnergiaResíduosQuadro sínteseCondições Materiais ColetivasEquipamentos culturaisEquipamentos <strong>de</strong>sportivosEquipamentos educativosEquipamentos sociais e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>EdificadoMobilida<strong>de</strong>Comércio e serviçosQuadro sínteseCondições EconómicasRendimento e consumoMercado <strong>de</strong> trabalhoMercado <strong>de</strong> habitaçãoDinamismo económicoQuadro sínteseSocieda<strong>de</strong>PopulaçãoEducaçãoDinâmica culturalParticipação cívicaSaú<strong>de</strong>SegurançaQuadro sínteseAnexosAnexo I - Matriz integral <strong>de</strong> indicadoresAnexo II - Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecedores <strong>de</strong>informaçãoINTRODUÇÃO / 5


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTO


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOorientadas na direção certa face aos referenciais<strong>de</strong> progresso adotados e caracterizar os ritmosda evolução registada. Sendo este o enfoque daabordagem, as leituras que aqui são feitas sãoapoiadas, sempre que possível, por representaçõesgráficas que oferecem, em regra, uma visualizaçãomais rápida e apelativa do que extensastabelas <strong>de</strong> dados.No que diz respeito à organização <strong>de</strong>ste documento,privilegia-se, tal como nas edições anteriores,uma organização temática - com umcapítulo <strong>de</strong>dicado a cada um dos quatro domíniosda qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida consi<strong>de</strong>rados no âmbito<strong>de</strong>ste projeto, isto é, condições ambientais, condiçõesmateriais coletivas, condições económicas esocieda<strong>de</strong>. Cada um <strong>de</strong>stes capítulos surge <strong>de</strong>poissubdividido em diferentes temas. Introduzem-seneste relatório, no entanto, algumas mudançasquanto à forma como os conteúdos surgem estruturados<strong>de</strong> modo a facilitar a comunicação:- A apresentação da evolução dos indicadorespor área temática e a sua classificação (favorável,<strong>de</strong>sfavorável ou estável) <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada umdos quatro gran<strong>de</strong>s domínios é antecedida porum breve texto inicial em que, numa perspetivaintegrada, se enquadram os gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safiosque se colocam <strong>de</strong> forma mais evi<strong>de</strong>nte à qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida urbana no momento atual e setraça um breve retrato <strong>de</strong> conjunto das tendênciasmonitorizadas no caso concreto da cida<strong>de</strong>do Porto.- Com o objetivo <strong>de</strong> facilitar a interpretaçãoconcreta da trajetória das várias medidas estatísticasusadas é apresentada, em cada um doscasos, a “leitura do indicador” on<strong>de</strong> se clarificao entendimento assumido quanto à forma comoeste preten<strong>de</strong> avaliar impactos na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida dos cidadãos.- Também para cada um dos domínios da qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida – e <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong>sagregadapara os vários temas consi<strong>de</strong>rados – são indicadasreferências <strong>de</strong> documentos e <strong>de</strong> sítios nainternet que po<strong>de</strong>rão ser úteis para aqueles queestejam interessados em aprofundar alguns dosassuntos tratados.Ao nível da bateria <strong>de</strong> indicadores estatísticosque são analisados foram igualmente introduzidasalgumas alterações as quais <strong>de</strong>rivam <strong>sobre</strong>tudodo processo <strong>de</strong> revisão do painel inicial,que <strong>de</strong>correu em 2010. Este processo <strong>de</strong> revisãocíclica correspon<strong>de</strong> a uma tarefa imprescindívelneste tipo <strong>de</strong> sistemas já que ao longo do tempo éinevitável proce<strong>de</strong>r à eliminação <strong>de</strong> indicadorescuja utilida<strong>de</strong> se vai per<strong>de</strong>ndo ou cuja recolha <strong>de</strong>informação não se revela viável e, por outro lado,à integração <strong>de</strong> novas medidas que passaram aser relevantes à luz dos propósitos do projeto ou,ainda, para as quais passou agora a ser possívelrecolher dados, o que anteriormente não sucedia.No âmbito <strong>de</strong>ste exercício foram acrescentados32 novos indicadores principais, alguns em substituiçãodos 21 indicadores eliminados, outros, paraintegrar temas que só mais recentemente passarama constar do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> análise que suporta oSMQVU.Uma nota que se impõe sublinhar diz respeito àcolaboração dada a este projeto por uma série<strong>de</strong> instituições, <strong>de</strong> âmbito nacional e local, quefornecem regularmente informação <strong>de</strong> base esem o contributo das quais seria, <strong>de</strong> resto, impossíveloperacionalizar e manter atualizadoeste sistema <strong>de</strong> monitorização. Nalguns casos osdados disponibilizados dizem respeito a variáveishabitualmente coligidas pelas instituições emcausa mas, noutros casos, esta cedência implicaque se realizem novos apuramentos, envolvendomesmo, em certos casos, o estabelecimento <strong>de</strong>metodologias específicas para a obtenção <strong>de</strong>ssesdados. Relativamente à informação que é internaao município, ela é proveniente <strong>de</strong> vários serviçose entida<strong>de</strong>s participadas cujo envolvimento nesteprojeto se revela igualmente crucial.8 / INTRODUÇÃO


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOPor último, <strong>de</strong> referir que, no âmbito do projetoSMQVU, outros <strong>de</strong>senvolvimentos estão já emcurso. Relativamente à perceção dos cidadãosresi<strong>de</strong>ntes, componente complementar da avaliaçãoda qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida local que neste relatórionão é abordada, foi já concebido um novo inquéritoque se espera po<strong>de</strong>r vir a aplicar brevemente auma amostra da população resi<strong>de</strong>nte, obtendo-seassim elementos <strong>de</strong> suporte para novas análisesda dimensão subjetiva do bem-estar.Ainda no que se refere a novas apostas, merece<strong>de</strong>staque o esforço que está já a ser <strong>de</strong>senvolvidono sentido <strong>de</strong> divulgar os seus resultados através<strong>de</strong> soluções informáticas que permitam umamaior autonomia e interativida<strong>de</strong> na consulta dainformação por parte dos diferentes tipos <strong>de</strong> utilizadorese garantam meios para que a informaçãopossa ser disponibilizada com um maior grau <strong>de</strong>atualização.INTRODUÇÃO / 9


<strong>2011</strong>Alguns apontamentos <strong>de</strong>natureza conceptuale metodológicaSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOCriado com o propósito <strong>de</strong> promover o acompanhamentosistemático <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> dinâmicasem áreas que, <strong>de</strong> um modo mais direto ouindireto influenciam as condições <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong>bem-estar dos cidadãos, o Sistema <strong>de</strong> Monitorizaçãoda <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Vida</strong> <strong>Urbana</strong> (SMQVU) doMunicípio do Porto adota duas abordagens que,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a origem do projeto, em 2001, se consi<strong>de</strong>raramcomplementares para uma avaliação holísticada situação.• Uma abordagem objetiva, que é suportada porum painel <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> natureza estatísticaatravés dos quais se caracterizam condições<strong>de</strong> vida locais, no plano material e imaterial.Como no âmbito <strong>de</strong>ste sistema não foram fixadosvalores-alvo a atingir, o exercício <strong>de</strong> monitorizaçãofaz-se através da análise das séries<strong>de</strong> dados relativas à cida<strong>de</strong> do Porto ao longodo eixo temporal e, sempre que possível, comrecurso a exercícios <strong>de</strong> benchmarking territorialem que se confronta a trajetória da cida<strong>de</strong>com a da respetiva envolvente metropolitana(NUT III Gran<strong>de</strong> Porto), com a realida<strong>de</strong> nacional(continente ou país) e ainda, no caso <strong>de</strong> um númeroreduzido <strong>de</strong> indicadores, com a realida<strong>de</strong>europeia.• Uma abordagem subjetiva, que é <strong>de</strong>senvolvidacom recurso à realização <strong>de</strong> inquéritos aos resi<strong>de</strong>ntesna cida<strong>de</strong>, com base nos quais se tornapossível conhecer diretamente as opiniões e asexpectativas da população <strong>sobre</strong> a sua qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida individual e os seus níveis <strong>de</strong> satisfação.No presente relatório são apresentados resultadosrelacionados com a primeira <strong>de</strong>stas abordagens.Nas páginas seguintes sistematizam-sealguns aspetos <strong>de</strong> natureza conceptual e metodológicaque se consi<strong>de</strong>ra relevantes para a interpretação<strong>de</strong>sses mesmos resultados.Quadro <strong>de</strong> referência conceptualUma componente chave do exercício <strong>de</strong> avaliaçãoda qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida urbana diz respeito aomo<strong>de</strong>lo conceptual adotado. Apesar dos esforçosque têm vindo a ser feitos no plano teórico poruma vasta comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação multidisciplinar,não existe atualmente uma <strong>de</strong>finiçãodo conceito <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida que reúna umconsenso alargado. Pelo contrário, aquilo que severifica é que se trata <strong>de</strong> uma noção que é objeto<strong>de</strong> uma apropriação muito abrangente, comsentidos e aplicações muito diversas. Peranteesta constatação, é genericamente reconhecida anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se formularem <strong>de</strong>finições operacionaisque, face a objetivos e circunstâncias concretos,tornem claro o quadro <strong>de</strong> referência que éadotado e garantam um referencial estável paraos exercícios <strong>de</strong> acompanhamento das dinâmicasao longo do tempo.O mo<strong>de</strong>lo conceptual subjacente ao SMQVU foiconstruído na sequência <strong>de</strong> uma reflexão para aqual contribuiu uma revisão profunda da literatura<strong>sobre</strong> o tema e uma análise <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>senvolvidosnoutras cida<strong>de</strong>s, mas em que estevetambém sempre presente a preocupação com ocontexto local e as suas especificida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios.De acordo com a <strong>de</strong>finição adotada, a qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida correspon<strong>de</strong> a um nível global <strong>de</strong>bem-estar dos indivíduos que incorpora aspetosrelacionados com as condições objetivas em quese <strong>de</strong>senrola o seu dia a dia, bem como os sentimentosdas pessoas face ao seu quadro <strong>de</strong> vidaconcreto. Para além <strong>de</strong>sta complementarida<strong>de</strong>entre as vertentes objetiva e subjetiva, a noção <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida encerra, por outro lado, um númeroalargado <strong>de</strong> dimensões – materiais e imateriais,mas também individuais e coletivas – que seconsi<strong>de</strong>ram fundamentais para uma vida digna egratificante. Neste caso o mo<strong>de</strong>lo analítico que foiconstruído estabelece quatro gran<strong>de</strong>s domínios:Condições ambientais, Condições económicas,10 / INTRODUÇÃO


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOCondições materiais coletivas e Socieda<strong>de</strong> (Figura1).Figura 1 – Quadro <strong>de</strong> referência para a avaliação da qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vidaCondições AmbientaisEspaços ver<strong>de</strong>s Clima Ruído<strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do ar Água EnergiaResíduosSMQVUCondições Materiais ColetivasEquipamentos culturaisEquipamentos <strong>de</strong>sportivosEquipamentos educativosEquipamentos sociais e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Edificado Mobilida<strong>de</strong> Comércioe serviçosCondições EconómicasRendimento e consumo Mercado<strong>de</strong> trabalho Mercado <strong>de</strong> habitaçãoDinamismo económicoSocieda<strong>de</strong>População Educação Dinâmicacultural Participação cívicaSaú<strong>de</strong> Segurança Socieda<strong>de</strong> daInformaçãoCada um <strong>de</strong>stes gran<strong>de</strong>s domínios encontra-se<strong>de</strong>sagregado em temas consi<strong>de</strong>rados prioritáriose suscetíveis <strong>de</strong> cobrir as principais dimensõescom impacto na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida associadas acada domínio. Para cada um <strong>de</strong>stes temas – osquais não estão associados a qualquer distinçãobaseada na sua importância relativa - foramsubsequentemente estabelecidos os indicadores<strong>de</strong> monitorização cujo número é variável, não sóem função da complexida<strong>de</strong> das dinâmicas emcausa, mas também da própria disponibilida<strong>de</strong> dainformação <strong>de</strong> base.Importa sublinhar que o esquema conceptualaqui apresentado correspon<strong>de</strong> já a uma versãorevista do mo<strong>de</strong>lo inicialmente <strong>de</strong>finido. Comefeito, se é verda<strong>de</strong> que os sistemas <strong>de</strong> monitorizaçãoobrigam a alguma estabilida<strong>de</strong> ao níveldos referenciais conceptuais e dos indicadoresusados, também é inegável que estes só se mantêmválidos e operacionais se se conseguiremadaptar às mudanças, estejam elas relacionadascom a emergência <strong>de</strong> novas preocupações ou coma disponibilida<strong>de</strong> e o acesso à informação. Este épois um equilíbrio difícil <strong>de</strong> manter mas que temque ser gerido permanentemente.INTRODUÇÃO / 11


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTONo âmbito <strong>de</strong> um exercício <strong>de</strong> revisão do mo<strong>de</strong>loSMQVU conduzido em 2010 foram acrescentadosalguns novos temas. No domínio das Condiçõesambientais foi introduzido o tema “Energia” e nodomínio Socieda<strong>de</strong> foi adicionado o tema “Socieda<strong>de</strong><strong>de</strong> Informação”. Foram igualmente revistasas <strong>de</strong>signações e contextos <strong>de</strong> alguns temas,<strong>de</strong>signadamente no domínio das Condições ambientais,on<strong>de</strong> os temas “Infraestruturas básicas”e “<strong>Qualida<strong>de</strong></strong> da água balnear” <strong>de</strong>ram origem aostemas “Resíduos” e “Água”. O tema “Edificado”veio substituir o tema “Património”. Já o tema“Problemas Sociais” <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> constar no mo<strong>de</strong>loconceptual, tendo os respetivos indicadores sidoredistribuídos por temas já existentes.Painel <strong>de</strong> indicadores estatísticosAtualmente o SMQVU integra um total <strong>de</strong> 98 indicadoresdos quais 77 integram o painel <strong>de</strong> indicadoresprincipais e 21 correspon<strong>de</strong>m a indicadorescomplementares, cuja função é fornecerem informação<strong>de</strong> contexto <strong>sobre</strong> as temáticas consi<strong>de</strong>radas.Do conjunto integral <strong>de</strong> indicadores queatualmente suportam este sistema <strong>de</strong> avaliaçãoda qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida urbana, muitos <strong>de</strong>les (32 dosprincipais e 17 dos complementares) foram adotadosrecentemente - na sequência da revisão feitaao mo<strong>de</strong>lo conceptual - incluindo-se neste caso,quer medidas que vieram substituir outras anteriormenteusadas, quer medidas novas associadasaos temas acrescentados ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> análise.Relativamente à etapa da <strong>de</strong>finição dos indicadoresimporta sublinhar que o processo <strong>de</strong> escolha,sendo bastante exigente do ponto <strong>de</strong> vista técnico– <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo porque nem sempre estão disponíveisos indicadores que se consi<strong>de</strong>rariam “i<strong>de</strong>ais”para captar as dimensões chave que se preten<strong>de</strong>mavaliar -, comporta inevitavelmente umacerta dose <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>. De modo a controlaresta subjetivida<strong>de</strong>, todas as medidas estatísticasforam selecionadas com base num conjunto <strong>de</strong>critérios previamente <strong>de</strong>finidos, em que se optoupor valorizar, <strong>sobre</strong>tudo:• Os indicadores que propiciam uma leitura clarae que são mais pertinentes <strong>sobre</strong> a temática;• Os indicadores que são mais fáceis <strong>de</strong> interpretar,<strong>de</strong>signadamente quanto ao sentido em queas suas trajetórias influenciam a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida e, também, mais fáceis <strong>de</strong> comunicar;• Os indicadores cuja informação <strong>de</strong> base para oseu cálculo é <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e atualizada sistematicamente;• Os indicadores cuja utilização é mais alargada,partilhada e consensual.Apesar <strong>de</strong> todos os esforços <strong>de</strong>senvolvidos no sentido<strong>de</strong> não recorrer exclusivamente aos produtoresoficiais <strong>de</strong> informação estatística, e apostarem conhecer a explorar as bases <strong>de</strong> dados institucionaisexistentes, quer a nível local, quer a nívelnacional, não foi possível para certos temas obtera informação pretendida nem encontrar medidasque constituíssem proxies satisfatórias persistindo,por isso, algumas lacunas. Tal verifica-se, porexemplo, no caso da “Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação”que não obstante constituir um tema recentementeinscrito no quadro <strong>de</strong> referência conceptualdo SMQVU não dispõe <strong>de</strong> informação quantitativaque permita dar conta da realida<strong>de</strong> atual da cida<strong>de</strong>no que diz respeito à difusão e uso das novastecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação.No que diz respeito à natureza dos próprios indicadores,não obstante existir a preocupação <strong>de</strong>caracterizar o panorama da cida<strong>de</strong> não apenasna perspetiva dos recursos e condições disponíveis(indicadores <strong>de</strong> input) mas também na perspetivaem que estes se encontram acessíveis e sãousados pela população (indicadores <strong>de</strong> resultado),nem sempre é possível garantir que todos ostemas sejam cobertos por medidas <strong>de</strong> ambos ostipos, facto que se explica em primeira linha porconstrangimentos relacionados com a disponibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> informação <strong>de</strong> base.12 / INTRODUÇÃO


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOUma nota metodológica que importa sublinharno caso <strong>de</strong> alguns indicadores que envolvem ocálculo <strong>de</strong> capitações diz respeito à população<strong>de</strong> referência usada. Sempre que foi necessário relativizarvalores absolutos - por exemplo, no casoda dotação <strong>de</strong> equipamentos - foi usado o valorda população resi<strong>de</strong>nte na cida<strong>de</strong>, muito embora,não existam dúvidas <strong>de</strong> que a população que naprática é utilizadora dos equipamentos locais émuito superior a esta, facto a que não é alheio operfil muito atrativo do Porto enquanto polo prestador<strong>de</strong> serviços. Este facto exige, naturalmente,que a interpretação dos resultados atenda a estarealida<strong>de</strong> concreta. Ainda no que diz respeito àpopulação resi<strong>de</strong>nte, importa referir que, dadoterem sido recentemente divulgados resultadosdos Censos <strong>2011</strong>, foram usadas para o períodointercensitário 2002-2010 uma série <strong>de</strong> valoresrevistos das estimativas anuais do Instituto Nacional<strong>de</strong> Estatística.Monitorização dos progressos emmatéria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidaComo atrás foi referido, o objetivo central doSMQVU é o <strong>de</strong> monitorizar até que ponto a evoluçãoque é captada pelos diferentes indicadores seenquadra na direção pretendida face aos referenciais<strong>de</strong> progresso adotados e medir os ritmosda mudança registada. Para a classificação dastendências são adotadas e aplicadas <strong>de</strong> formaconsistente regras quantificadas. No caso dosindicadores que ao longo do horizonte <strong>de</strong> cincoanos analisados apresentam taxas <strong>de</strong> variaçãoanuais ajustadas entre -1,5% e 1,5%, a sua trajetóriaevolutiva é consi<strong>de</strong>rada “estável”. Variaçõesfora <strong>de</strong>ste intervalo são consi<strong>de</strong>radas tendências“favoráveis” ou “<strong>de</strong>sfavoráveis” em função daforma como foi interpretado o seu contributopara a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. No caso dos indicadoresexpressos, eles próprios, em taxa <strong>de</strong> variaçãoanual, a alternativa foi a <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o seu valormédio no período consi<strong>de</strong>rado 1 .Uma outra regra importante que foi adotadapren<strong>de</strong>-se com a leitura evolutiva dos indicadoresque se baseiam em capitações, isto é, cujocálculo envolve uma relativização <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminadonumerador por uma população <strong>de</strong> base.De modo a garantir uma leitura rigorosa, sempreque a população <strong>de</strong> referência inerente à medidaem causa correspon<strong>de</strong> à população resi<strong>de</strong>nte,o cálculo da respetiva taxa média <strong>de</strong> variaçãoanual foi feito a partir do indicador relativizado,ou seja, a partir dos valores por habitante (éo caso, por exemplo, do indicador Beneficiáriosdo Rendimento Social <strong>de</strong> Inserção). Já nos casosem que a população <strong>de</strong> referência é a populaçãoutilizadora da cida<strong>de</strong> (conceito que envolve, paraalém dos habitantes da cida<strong>de</strong>, todos aqueles quese <strong>de</strong>slocam e têm estadias no Porto por motivos<strong>de</strong> trabalho, estudo, lazer, aquisição <strong>de</strong> bens ouserviços, turismo, etc.), dado que não é possívelestabelecer com precisão o seu valor, o cálculo doritmo <strong>de</strong> progressão do indicador - e, consequentementea leitura qualitativa da tendência emtermos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida - foi <strong>de</strong>terminado apartir do valor absoluto do numerador (esta foi aregra assumida, por exemplo, no caso do indicadorMuseus).Cobertura temporal e espacial da análiseApesar do esforço realizado no sentido <strong>de</strong> garantirque este documento ofereça uma leitura da evoluçãoregistada nos anos mais recentes – período2006-2010 -, não foi possível que tal intervalo1Estas regras têm uma certa afinida<strong>de</strong> com as adotadas pela Comissão Europeia/EUROSTAT no documento “Sustainable <strong>de</strong>velopment in theEuropean Union - <strong>2011</strong> monitoring report of the EU sustainable <strong>de</strong>velopment strategy”.INTRODUÇÃO / 13


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOfosse adotado uniformemente, tendo o referencialtemporal da análise que recuar um ou dois anos.A situação em que os dados se encontram menosatualizados diz respeito aos indicadores relacionadoscom o clima. Na estação do Instituto <strong>de</strong> GeofísicaPorto/Serra do Pilar, que recolhia os dadosutilizados no âmbito <strong>de</strong>ste projeto, foi terminadoo programa <strong>de</strong> observações clássicas em 2008, oque levou à interrupção das séries a partir <strong>de</strong>steano. Futuramente será estudada a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> recurso aos dados fornecidos pela estaçãoautomática instalada em 2009 no mesmo local,<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> avaliada pelo Instituto <strong>de</strong> Meteorologiaa qualida<strong>de</strong> dos mesmos.Sobre o âmbito geográfico da análise da qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida urbana importa mencionar que a únicaunida<strong>de</strong> espacial que é adotada na maior partedos indicadores é a cida<strong>de</strong> no seu conjunto umavez que são gran<strong>de</strong>s os obstáculos que se colocamà recolha <strong>de</strong> informação a escalas mais <strong>de</strong>sagregadas.De facto, sendo muito escasso o número<strong>de</strong> indicadores para os quais tem vindo a serpossível obter dados mais finos do que o concelho,foi abandonada a lógica <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong>resultados <strong>de</strong> acordo com o zonamento em quatrounida<strong>de</strong>s (Zona Histórica, Zona Tradicional, ZonaOci<strong>de</strong>ntal e Zona Oriental), usada em relatóriosanteriores. Nos levantamentos <strong>de</strong> dados continuaa privilegiar-se, no entanto, a recolha às escalasmais <strong>de</strong>sagregadas disponíveis, o que tornoupossível apresentar no presente relatório algumainformação ao nível territorial da freguesia.14 / INTRODUÇÃO


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTORESULTADOSPOR DOMÍNIO


CONDIÇÕESAMBIENTAIS· ESPAÇOS VERDES· CLIMA· RUÍDO· QUALIDADE DO AR· ÁGUA· ENERGIA· RESÍDUOS· QUADRO SÍNTESE


CONDIÇÕES AMBIENTAISO estado das condições ambientais influenciafortemente a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e a saú<strong>de</strong> das populações,bem como a sustentabilida<strong>de</strong> do próprioprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento local.Ao longo das últimas décadas as áreas urbanas,enquanto espaços privilegiados <strong>de</strong> concentração<strong>de</strong> pessoas e <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, foram sofrendopressões acrescidas nos seus recursos e noequilíbrio dos seus ecossistemas. Atualmente, ascida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>param-se com várias ameaças que seencontram claramente i<strong>de</strong>ntificadas. As crescentesemissões <strong>de</strong> gases com efeito <strong>de</strong> estufa, aexposição da população a níveis <strong>de</strong> ruído acimados limiares compatíveis com a saú<strong>de</strong> humana, apoluição do ar, a gran<strong>de</strong> impermeabilização dossolos ou a crescente produção <strong>de</strong> resíduos sólidose efluentes representam apenas algumas <strong>de</strong>ssasameaças.A complexida<strong>de</strong> dos problemas ambientais e ofacto <strong>de</strong> muitos dos seus efeitos se encontraremrelacionados entre si - assim como as respetivascausas - torna particularmente exigente asua resolução. A esta dificulda<strong>de</strong> acresce aindao facto <strong>de</strong> muitas das medidas que em geral são<strong>de</strong>lineadas se encontrarem orientadas para aprossecução <strong>de</strong> objetivos territoriais/setoriais,gerando não raras vezes conflitos entre si. Taisconstatações explicam em larga medida aquelaque parece ser uma consciencialização cada vezmaior para o facto <strong>de</strong> a gestão e as políticas doambiente urbano terem que assumir uma lógicaabrangente e integrada.As tendências recentes verificadas ao nível dasalterações climáticas globais constituem um bomexemplo <strong>de</strong>sta necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração vistoque os potenciais impactos se fazem sentir, <strong>de</strong>uma forma transversal, em praticamente todas asáreas ambientais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o próprio clima urbano,à qualida<strong>de</strong> do ar e água, aos espaços ver<strong>de</strong>s eà energia. A implementação <strong>de</strong> ações no sentido<strong>de</strong> mitigar o efeito das alterações climáticas tem,por seu lado, um impacto positivo no ambienteurbano em geral, conseguindo diferentes medidassetoriais gerar sinergias entre si.Principais mudançasA evolução registada no domínio das condiçõesambientais na cida<strong>de</strong> do Porto ao longo dos últimosanos foi globalmente positiva, tendo-se verificadomelhorias significativas em várias árease uma certa estabilização nas restantes. Nenhumdos indicadores ambientais revelou, assim, umatrajetória <strong>de</strong>sfavorável no período analisado.Des<strong>de</strong> logo, <strong>de</strong>staca-se a qualida<strong>de</strong> do ar e daágua balnear, componentes do ambiente urbanoem que os progressos conseguidos foram substanciais,não só porque se reduziram significativamenteas situações pontuais em que eramultrapassados os limiares <strong>de</strong> risco para a saú<strong>de</strong>pública, mas porque se elevaram consistentementeos níveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> globais.Foram também registadas importantes melhoriasem serviços <strong>de</strong> base, como a recolha e tratamento<strong>de</strong> resíduos, e em eficiência energética, atravésdo aumento do uso <strong>de</strong> energias alternativas nostransportes públicos. Estas tendências favoráveistêm, por sua vez, reflexos positivos em áreasa jusante, traduzindo ganhos significativos emmatéria <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> ambiental.No que diz respeito às condições do clima local,as tendências registadas permitiram evi<strong>de</strong>nciaro seu caráter ameno, tendo-se verificado umaredução dos níveis <strong>de</strong> precipitação no intervalo<strong>de</strong> tempo observado e uma certa contenção dastemperaturas extremas.Todos os restantes indicadores mantiveram-serelativamente estáveis. Tal suce<strong>de</strong>u no caso dosconsumos <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> energia elétrica mas tambémno caso dos espaços ver<strong>de</strong>s em que a apostapassou mais pela qualificação da oferta do queCONDIÇÕES AMBIENTAIS / 17


pelo reforço significativo da sua extensão territorial.Em matéria <strong>de</strong> ruído ambiental não é possívelrealizar leituras evolutivas uma vez que a monitorizaçãosistemática <strong>de</strong>ste parâmetro é recente enão se dispõe ainda <strong>de</strong> séries temporais <strong>de</strong> valorespara análise. Os dados disponíveis, relativos a2009, revelam, contudo, que cerca <strong>de</strong> um quartoda população resi<strong>de</strong>nte se encontrava <strong>sobre</strong>expostaa níveis elevados <strong>de</strong> poluição sonora, tendojá sido <strong>de</strong>senvolvidos planos <strong>de</strong> redução do ruídopara as áreas da cida<strong>de</strong> mais directamente afectadaspor este tipo <strong>de</strong> problema.18 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


<strong>2011</strong>ESPAÇOS VERDESSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOOs espaços ver<strong>de</strong>s contribuem <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cisiva para um <strong>de</strong>senvolvimento sustentáveldos territórios, melhorando a qualida<strong>de</strong> do ar, favorecendo a permeabilizaçãodo espaço urbano e ajudando à proteção da biodiversida<strong>de</strong>.Constituem, igualmente, espaços fundamentais <strong>de</strong> usufruto direto por parte da populaçãojá que são locais, por excelência, <strong>de</strong> acolhimento da prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>sfísicas, <strong>de</strong> recreio e lazer.Adicionalmente, a existência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s contribui para reduzir a vulnerabilida<strong>de</strong>das zonas urbanas aos impactos das alterações climáticas, nomeadamenteno que diz respeito ao aumento da frequência <strong>de</strong> ondas <strong>de</strong> calor e <strong>de</strong> episódios <strong>de</strong>cheias e inundações, contribuindo ainda para a redução dos níveis <strong>de</strong> CO 2(captaçãoe armazenamento <strong>de</strong> carbono).INDICADORES SELECIONADOS:· Espaços ver<strong>de</strong>s públicos· Extensão <strong>de</strong> ruas arborizadasCONDIÇÕES AMBIENTAIS / 19


Espaços ver<strong>de</strong>s públicosSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOÁrea ocupada por jardins e espaços ver<strong>de</strong>s, públicos e privados, <strong>de</strong> acesso ao público.UNIDADEm 2 /habitanteLEITURA DO INDICADORSobretudo nas cida<strong>de</strong>s mais <strong>de</strong>nsamente ocupadas, a existência <strong>de</strong> uma estrutura ver<strong>de</strong> com dimensãoe diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços é fundamental para atenuar as agressões a que o ambiente urbano se encontrasubmetido.O aumento <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso ao público - parques urbanos, jardins públicos, espaços ver<strong>de</strong>s<strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>, etc. - para além dos benefícios diretos que garante ao ambiente (melhoria da qualida<strong>de</strong>do ar, diminuição do ruído, permeabilização do solo urbano, etc.), traz igualmente enormes benefíciospara a saú<strong>de</strong> e bem-estar dos cidadãos ao proporcionar maiores oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contacto com anatureza e <strong>de</strong> fruição <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> espaço que estimula múltiplas ativida<strong>de</strong>s físicas, <strong>de</strong>sportivas e <strong>de</strong>recreação.EVOLUÇÃO RECENTEEm <strong>2011</strong>, existiam na cida<strong>de</strong> do Porto cerca <strong>de</strong>2.855.000 m 2 <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso ao público– públicos e privados – o que representavauma capitação <strong>de</strong> 12 m 2 /habitante e uma ocupação<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 7% da área do concelho.Comparando estes valores com os que foram obtidosno levantamento <strong>de</strong> informação realizado em2007, não há a assinalar gran<strong>de</strong>s mudanças. Comefeito, neste intervalo <strong>de</strong> tempo o incrementoda extensão <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>s foi apenas <strong>de</strong> 3%,embora em termos qualitativos se tenham verificadoalterações importantes no que diz respeitoà tipologia <strong>de</strong> espaços oferecidos aos cidadãos. Acategoria <strong>de</strong> espaços que mais se <strong>de</strong>stacou foi a<strong>de</strong> Parque Urbano que cresceu cerca <strong>de</strong> 17% <strong>de</strong>vido,principalmente, à conclusão da primeira fasedo Parque Oriental (cerca <strong>de</strong> 10ha) localizado nafreguesia <strong>de</strong> Campanhã.20 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOÁrea ver<strong>de</strong> pública segundo o tipo <strong>de</strong> espaço<strong>2011</strong>Tipologia <strong>de</strong> espaçoParque Metropolitano(milhares <strong>de</strong> m 2 )699EstruturanteParque UrbanoJardim EmblemáticoVer<strong>de</strong> Contínuo55524297Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> Proximida<strong>de</strong>ComplementarVer<strong>de</strong> <strong>de</strong> EnquadamentoTotal <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>s públicos1021.1602.855Fonte: CMP-DMASU-DMEVHPTeve igualmente lugar a requalificação <strong>de</strong> umconjunto <strong>de</strong> jardins e espaços ver<strong>de</strong>s da cida<strong>de</strong> -numa área superior a 37.000 m 2 -, tendo sido maisexpressiva a evolução favorável nas áreas <strong>de</strong>Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> Enquadramento (Bairro do Outeiro, porexemplo), mas também em Jardins Emblemáticos(Campo 24 <strong>de</strong> Agosto, Jardim do Carregal, Praçado Marquês) e espaços da categoria <strong>de</strong> ParqueUrbano (Quinta do Covelo).Espaços ver<strong>de</strong>s públicos<strong>2011</strong>São NicolauSéSanto Il<strong>de</strong>fonsoMiragaiaVitóriaCedofeitaMassarelosBonfimFoz do DouroRamal<strong>de</strong>ParanhosAldoarCampanhãNevogil<strong>de</strong>Lor<strong>de</strong>lo do Ouro0100200300400500Fonte: CMP-DMASU-DMEVHP(milhares <strong>de</strong> m 2 )CONDIÇÕES AMBIENTAIS / 21


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOA distribuição espacial das áreas ver<strong>de</strong>s pelacida<strong>de</strong> apresenta um padrão muito diferenciado.As maiores concentrações (área total superiora 250.000 m 2 ) surgem nas freguesias da coroaexterior, on<strong>de</strong> se localizam os equipamentos <strong>de</strong>maiores dimensões (Parque da Cida<strong>de</strong>, ParqueOriental, Jardim <strong>de</strong> Serralves, Parque da Pasteleira,etc.) que totalizam mais <strong>de</strong> 81% do valor global.Inversamente, no Centro Histórico e na Baixa, emresultado da própria <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da edificação econsolidação da estrutura urbana, predominamespaços <strong>de</strong> menores dimensões, ainda que <strong>de</strong>enorme relevância paisagística e simbólica comoé o caso <strong>de</strong> vários jardins históricos (Jardim daCordoaria, Jardim S. Lázaro, etc.).22 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


Extensão <strong>de</strong> ruas arborizadasSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOExtensão total <strong>de</strong> ruas ou segmentos <strong>de</strong> ruas com árvores, no separador central ou nos passeioslaterais.UNIDADEkmLEITURA DO INDICADORO reforço da extensão <strong>de</strong> ruas arborizadas correspon<strong>de</strong> a uma mais-valia em termos ambientais epaisagísticos, contribuindo para qualificar a estrutura ver<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong>, para atenuar a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> doedificado e, ainda, para favorecer uma maior permeabilida<strong>de</strong> do espaço urbano.Adicionalmente, a existência <strong>de</strong> ruas arborizadas proporciona um conjunto <strong>de</strong> outros benefícios para acida<strong>de</strong> e seus resi<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>signadamente, a melhoria da qualida<strong>de</strong> do ar, a redução dos níveis <strong>de</strong> CO 2ea preservação da biodiversida<strong>de</strong>.EVOLUÇÃO RECENTEElemento complementar da estrutura ver<strong>de</strong> doespaço urbano, as ruas arborizadas apresentamatualmente na cida<strong>de</strong> do Porto um valor <strong>de</strong> 151km <strong>de</strong> extensão linear, correspon<strong>de</strong>nte a uma proporção<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 22% do total <strong>de</strong> arruamentosexistentes. Relativamente a 2005, ano anteriorpara o qual se dispõe <strong>de</strong> um levantamento exaustivo<strong>de</strong> dados, verifica-se que a variação totalregistada foi da or<strong>de</strong>m dos 9%, o que em termosabsolutos representa um aumento <strong>de</strong> aproximadamente12,3km <strong>de</strong> ruas arborizadas.CONDIÇÕES AMBIENTAIS / 23


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTO(Km)302520151050Extensão <strong>de</strong> ruas arborizadas<strong>2011</strong>AldoarBonfimCampanhãCedofeitaFoz do DouroLor<strong>de</strong>lo do OuroMassarelosMiragaiaNevogil<strong>de</strong>ParanhosRamal<strong>de</strong>Santo Il<strong>de</strong>fonsoSão NicolauSéVitóriaFonte: CMP-DMASU-DMEVHPA distribuição das ruas com árvores pela cida<strong>de</strong>reproduz a tendência associada às restantescategorias <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>s, isto é, verifica-seuma maior concentração nas freguesias da coroaexterior. As freguesias com uma extensão <strong>de</strong> ruascom árvores superior a 20km (Paranhos, Campanhã,Ramal<strong>de</strong> e Lor<strong>de</strong>lo do Ouro) representamcerca <strong>de</strong> 60% da totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong> ruasarborizadas da cida<strong>de</strong>. Em contrapartida o CentroHistórico, espaço urbano mais consolidado e comuma estrutura viária mais estabilizada, é a áreaque apresenta o valor mais baixo, totalizando cerca<strong>de</strong> 5km <strong>de</strong> ruas com árvores (3% do total).Em 2009, e <strong>de</strong> acordo com os dados do Programa<strong>de</strong> Arborização do município, o Porto apresentavaum valor superior a 33 mil árvores cuja manutençãoera da responsabilida<strong>de</strong> da autarquia local.Destas, a gran<strong>de</strong> maioria (82%) tinha uma ida<strong>de</strong>inferior a 30 anos e, apenas, 5% possuía mais <strong>de</strong>60 anos. Nesse ano, existiam na cida<strong>de</strong> mais <strong>de</strong>1.000 árvores com interesse <strong>de</strong> salvaguarda ecerca <strong>de</strong> 240 árvores classificadas.ESPAÇOS VERDES - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOEEA (2009), Report No 5/2009, Ensuring quality of life in Europe’s cities and towns, ed. EuropeanEnvironment Agency.EEA (2010), 10 messages for 2010 - Urban ecosystems, ed. European Environment Agency.EEA (2010), The European environment – state and outlook 2010 (SOER 2010): Urban environment, ed.European Environment Agency.Fuller, R. A. and Gaston, K.J. (2009), The scaling of green space coverage in European cities in Biology Letters,vol. 5, n.° 3, pp. 352-355.WHO (2010), Urban planning, Environment and health - From evi<strong>de</strong>nce to policy action, ed. WorldHealth Organization /Regional Office for Europe.SITES RELACIONADOShttp://ec.europa.eu/environmenthttp://www.apambiente.pthttp://www.eea.europa.euhttp://www.euro.who.int24 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


<strong>2011</strong>CLIMASISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOElementos climáticos como a precipitação, a insolação e a temperatura atmosféricacondicionam, em primeira instância, a perceção que os cidadãos constroem do climaurbano e, consequentemente, marcam a própria imagem e atrativida<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong>.Pelas suas características morfológicas, por constituírem espaços altamente artificializadose pelo conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que concentram, o clima nas áreas urbanasapresenta um conjunto <strong>de</strong> particularida<strong>de</strong>s que importa conhecer e acompanharpelo impacto que têm, quer no planeamento e gestão <strong>de</strong>stes territórios, quer naqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos seus resi<strong>de</strong>ntes e utilizadores.Nos últimos anos tem vindo a ganhar projeção crescente a problemática das alteraçõesclimáticas, a cujos efeitos as cida<strong>de</strong>s se apresentam particularmente vulneráveis,nomeadamente, pelas elevadas <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s populacionais que registame pela influência que exercem no próprio clima urbano. Estas mudanças climáticasconstituem um <strong>de</strong>safio acrescido para a gestão urbana, pelos riscos que acarretam(aumento e intensida<strong>de</strong> da ocorrência <strong>de</strong> fenómenos extremos) e pela necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> uma resposta estratégica <strong>de</strong> mitigação e adaptação que integre necessariamentemúltiplos setores.INDICADORES SELECIONADOS:· Dias com registo <strong>de</strong> precipitação· Média diária <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sol· Temperatura média mensal:· do mês mais frio· do mês mais quenteCONDIÇÕES AMBIENTAIS / 25


Dias com registo <strong>de</strong>precipitaçãoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃODias com registo <strong>de</strong> precipitação.UNIDADE%LEITURA DO INDICADORUm elevado valor <strong>de</strong> dias com precipitação ten<strong>de</strong> a influenciar negativamente a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>uma cida<strong>de</strong> e dos seus cidadãos, quer pelas suas implicações ao nível físico, quer pelo seu impacto aonível psicológico, condicionando, nomeadamente, o usufruto do próprio espaço urbano, a vida ao arlivre, a mobilida<strong>de</strong> e a animação urbana.Para além <strong>de</strong>sta perspetiva relacionada com o conforto climático que marca o quotidiano das populações,o acompanhamento <strong>de</strong>ste indicador é crucial para se enquadrar a evolução <strong>de</strong> tendências numalógica <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> fenómenos extremos - esses sim, gran<strong>de</strong>s ameaças ao bem-estar das populações-, possibilitando a adoção <strong>de</strong> medidas com vista à mitigação dos impactos das alterações climáticas.EVOLUÇÃO RECENTENo intervalo temporal 2003-2007, a quantida<strong>de</strong><strong>de</strong> dias que ao longo do ano registaram precipitaçãoapresentou <strong>de</strong>créscimos sucessivos, à excepçãodo ano <strong>de</strong> 2006 em que esta tendência foiinterrompida. Em 2007 a proporção <strong>de</strong> dias comprecipitação correspon<strong>de</strong>u a 32%.Neste período, quando efetuada uma avaliaçãosazonal do indicador, <strong>de</strong>stacam-se o inverno <strong>de</strong>2004/05 - consi<strong>de</strong>rado extremamente seco comapenas 22% <strong>de</strong> dias com chuva - e os verões <strong>de</strong>2003 e 2007, por serem os mais chuvosos, commais <strong>de</strong> 25% dos dias com registos <strong>de</strong> precipitação.26 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução dos registos <strong>de</strong> precipitação no Porto- Serra do Pilar(%) (mm)501.8001.6004030201.4001.2001.00080060010400200002003 2004 2005 2006 2007Total anual (mm)Dias com chuva (%)Fonte: IMAnalisados, por outro lado, os valores da precipitaçãototal anual ocorridos no mesmo intervalotemporal, constata-se que a diminuição foi aindamais acentuada (taxa <strong>de</strong> variação média <strong>de</strong> -13%ao ano).referência atrás indicado. É <strong>de</strong> referir também queno período em análise se registaram em algunsmeses <strong>de</strong> inverno valores diários <strong>de</strong> precipitaçãomuito elevados, com ocorrência <strong>de</strong> cheias e inundações(por exemplo, novembro <strong>de</strong> 2006).Os anos <strong>de</strong> 2005 e 2007 foram os que observaramos menores valores <strong>de</strong> precipitação total anual(693mm e 725mm), valores muito inferiores aosque figuram nas normais climatológicas para acida<strong>de</strong> (Porto S. Pilar 1971/2000), na or<strong>de</strong>m dos1.254mm. Os Invernos <strong>de</strong>stes anos foram consi<strong>de</strong>radosextremamente secos.Em contrapartida, <strong>de</strong>stacou-se o ano <strong>de</strong> 2003por ter sido o mais chuvoso do período, com umtotal <strong>de</strong> 1.653mm, ou seja, 32% acima do valor <strong>de</strong>Apesar da análise se limitar a um período temporallimitado, os dados analisados revelamum comportamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>interanual <strong>de</strong>ste parâmetro climático, com umatendência <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimo quando se estabelecemcomparações com os valores padrão das normaisclimatológicas. Indicam igualmente uma maiorpropensão para a ocorrência <strong>de</strong> fenómenos extremos,quer períodos <strong>de</strong> seca, quer <strong>de</strong> precipitaçãointensa, o que justifica atenções acrescidas com amonitorização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> indicadores.CONDIÇÕES AMBIENTAIS / 27


Média diária <strong>de</strong> horas<strong>de</strong> solSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOValor médio <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sol por dia.UNIDADEn°LEITURA DO INDICADORUm elevado valor médio <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sol influencia positivamente a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida numa cida<strong>de</strong>,contribuindo <strong>de</strong>cisivamente para o bem-estar psíquico das pessoas, além <strong>de</strong> propiciar a prática <strong>de</strong> umleque mais vasto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s ao ar livre.EVOLUÇÃO RECENTEEntre 2002 e 2006 verificou-se um ligeiro aumentoda insolação na cida<strong>de</strong> do Porto, tendo onúmero <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sol por dia registado valoresmédios <strong>de</strong> 6,5 em 2002 e 7,7 em 2006. Neste quinquénioo aumento médio anual foi <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 5%.Evolução dos registos <strong>de</strong> insolação no Porto- Serra do Pilar(n°)14121086420Média diária <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sol2002 2003 2004 2005 2006 Insolação máxima possível (média diária)Fonte: UP-IG28 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOAnalisando os valores mensais <strong>de</strong> insolação,constata-se que no período em análise ocorreramvariações significativas. Os máximos foram registadosem julho e agosto <strong>de</strong> 2006, com 343 e 351horas <strong>de</strong> sol no mês (média <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 11 horaspor dia) e os mínimos em novembro e <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>2002, com valores na or<strong>de</strong>m das 95 horas por mês(cerca <strong>de</strong> 3 horas diárias em média).Contrariamente ao que seria expectável, verificaram-semeses <strong>de</strong> verão em que a insolação foiparticularmente baixa (por exemplo, em junho<strong>de</strong> 2002, em que cerca <strong>de</strong> 23% dos dias registarammenos <strong>de</strong> 3 horas <strong>de</strong> sol por dia) e meses <strong>de</strong>inverno com valores <strong>de</strong> insolação superiores aosvalores médios <strong>de</strong> referência para a estação doano (janeiro e fevereiro <strong>de</strong> 2005, que apresentaramcerca <strong>de</strong> 48% e 79% dos dias com mais <strong>de</strong> 9horas <strong>de</strong> sol por dia).CONDIÇÕES AMBIENTAIS / 29


Temperatura médiamensalSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOValor médio mensal da temperatura média do ar, do mês mais frio e do mês mais quente.UNIDADE°CLEITURA DO INDICADORO registo <strong>de</strong> invernos amenos, sem ocorrências <strong>de</strong> dias <strong>de</strong> muito frio nem <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> datemperatura média, contribui positivamente para melhores níveis <strong>de</strong> bem-estar e conforto das populações.Contrariamente, a observação <strong>de</strong> verões muito quentes, com ocorrências <strong>de</strong> ondas <strong>de</strong> calor e comgran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> da temperatura média, contribui negativamente para o bem-estar dos indivíduos,po<strong>de</strong>ndo mesmo colocar em risco a sua saú<strong>de</strong>.A monitorização <strong>de</strong>ste indicador permite, assim, obter um melhor conhecimento das tendências registadase dos fenómenos extremos, necessário para a adoção <strong>de</strong> medidas tendo em vista a adaptação/redução dos impactos das alterações climáticas.EVOLUÇÃO RECENTEA análise das temperaturas médias anuais observadasnos últimos anos na cida<strong>de</strong> do Portopermite constatar uma estabilida<strong>de</strong> dos valoresmédios da temperatura do ar, embora a linha <strong>de</strong>tendência se situe significativamente acima dosvalores padrão. Neste período, o valor máximo foiatingido em 2006 (16,1°C), temperatura claramenteacima do valor médio <strong>de</strong> 14,7°C referente àsnormais climatológicas do Porto/Serra do Pilar <strong>de</strong>1971/2000.30 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução da temperatura média mensal no Porto- Serra do Pilar(°C)2520151050Fonte: IM2003 2004 2005 2006 2007Tem. média do mês mais frioTem. média do mês mais quenteTem. média mensalNuma análise sazonal das temperaturas médias<strong>de</strong>stacam-se os verões <strong>de</strong> 2003 a 2006 que estãoentre os mais quentes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1931, com <strong>de</strong>sviosface à média (1971-2000) que atingiram o valormáximo <strong>de</strong> 2,6°C em 2006 (ano em que ocorreramvárias ondas <strong>de</strong> calor) e os invernos <strong>de</strong> 2004/05e 2005/06 em que se registaram ondas <strong>de</strong> frio elongos períodos <strong>de</strong> temperaturas inferiores aosvalores normais. As temperaturas médias <strong>de</strong>stesinvernos atingiram valores próximos dos 9°C. Deum modo geral, estes últimos cinco anos foramtambém caracterizados por primaveras e outonosmais quentes.Relativamente aos valores mensais das temperaturasmédias observadas no período em análiseverifica-se a existência <strong>de</strong> alguma variabilida<strong>de</strong>interanual, quer da temperatura média do mêsmais quente, quer do mês mais frio, com registos<strong>de</strong> <strong>de</strong>svios consi<strong>de</strong>ráveis face aos valores médios.Constata-se a ocorrência <strong>de</strong> períodos anormalmentequentes e frios.Estas tendências, que têm sucedido na últimadécada com maior frequência e intensida<strong>de</strong>,principalmente no que se refere à observação <strong>de</strong>ondas <strong>de</strong> calor, são particularmente relevantespelos riscos que acarretam para a saú<strong>de</strong> humana,que po<strong>de</strong>m ir <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma simples <strong>de</strong>sidratação aum grave golpe <strong>de</strong> calor.CLIMA – Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOAPA (2010), Relatório do Estado do Ambiente 2009, ed. Agência Portuguesa do Ambiente.CE (2009), Livro Branco - Adaptação às alterações climáticas: para um quadro <strong>de</strong> acção europeu,ed. Comissão Europeia.DGOTDU (2009), Alterações Climáticas e Desenvolvimento Urbano - Série Política <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong>s 4, ed.Direcção-Geral do Or<strong>de</strong>namento do Território e Desenvolvimento Urbano.EEA (2010), The European environment – state and outlook 2010 (SOER 2010): Adapting to climatechange, ed. European Environment Agency.Estratégia Nacional <strong>de</strong> Adaptação às Alterações Climáticas (RCM n.° 24/2010).F. D. Santos, K. Forbes, R. Moita (2001) (editores), Mudança climática em Portugal. Cenários, impactese medidas <strong>de</strong> adaptação – SIAM. Sumário executivo e conclusões, Gradiva, Lisboa.IM (s.d.), Análise Climatológica da Década 2000-2009 (Relatório preliminar), ed. Instituto <strong>de</strong> Meteorologia.Monteiro, Ana (2007), As cida<strong>de</strong>s e a precipitação – como medir uma relação cada vez mais conflituosa,in Inforgeo 22/23 Riscos e Ambiente.Programa Nacional para as Alterações Climáticas - PNAC 2006 (RCM n.° 104/2006).SITES RELACIONADOShttp://www.apambiente.pthttp://ec.europa.eu/climateactionhttp://www.eea.europa.euhttp://www.euro.who.inthttp://www.meteo.ptCONDIÇÕES AMBIENTAIS / 31


<strong>2011</strong>RUÍDOSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOAs questões relacionadas com o ruído ambiente, principalmente nos centros urbanos,têm merecido cada vez mais atenção por parte das autorida<strong>de</strong>s públicas namedida em que a crescente exposição das pessoas a elevados níveis <strong>de</strong> ruído contribuinegativamente para o seu bem-estar, po<strong>de</strong>ndo mesmo tornar-se num problema<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.Nas cida<strong>de</strong>s, o tráfego automóvel é o principal responsável pelas emissões sonoras,muito embora certas ativida<strong>de</strong>s económicas sejam também fontes geradoras <strong>de</strong>níveis <strong>de</strong> incomodida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ráveis.O registo <strong>de</strong> elevados valores <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ruído exterior, em que os níveis <strong>de</strong>conforto acústico são ultrapassados <strong>de</strong> uma forma contínua e prolongada, temimplicações significativas nas ativida<strong>de</strong>s diárias e na saú<strong>de</strong> dos cidadãos. Os níveis<strong>de</strong> <strong>sobre</strong>-exposição a que estão sujeitos no seu dia a dia constituem fatores <strong>de</strong>risco para <strong>de</strong>terminadas doenças, não só a nível físico (lesões auditivas) e fisiológico(problemas cardiovasculares, etc.) mas também a nível psicológico (distúrbios <strong>de</strong>sono, stress, fadiga, etc.).INDICADORES SELECIONADOS:· População <strong>sobre</strong>-exposta a níveis <strong>de</strong> ruído noturno· Reclamações entradas na CMP por motivos <strong>de</strong> ruído32 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


População <strong>sobre</strong>-expostaa níveis <strong>de</strong> ruído noturnoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOPopulação resi<strong>de</strong>nte exposta a níveis <strong>de</strong> ruído noturno (L n) maior ou igual a 55 dB(A).UNIDADE%LEITURA DO INDICADORComo principais fontes <strong>de</strong> ruído nos centros urbanos são apontados o tráfego rodoviário, ferroviário eaéreo e a existência <strong>de</strong> instalações industriais. Quanto maior for o ruído exterior maiores serão as ameaçasà <strong>de</strong>gradação do ambiente urbano e à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das populações.É assim fundamental monitorizar não só os níveis <strong>de</strong> ruído nas principais artérias da cida<strong>de</strong> como,também, quantificar a população resi<strong>de</strong>nte exposta a esses níveis <strong>de</strong> incomodida<strong>de</strong> sonora, <strong>sobre</strong>tudodurante a noite, período durante o qual as perturbações do sono provocadas pelo ruído acarretam umvasto conjunto <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.EVOLUÇÃO RECENTEDe acordo com a informação do Mapa Estratégico<strong>de</strong> Ruído da cida<strong>de</strong> do Porto <strong>de</strong> 2009, durante operíodo noturno (das 23 às 7 horas) - aquele on<strong>de</strong>é mais crítica a <strong>sobre</strong>-exposição a níveis <strong>de</strong> ruídoacima dos valores permitidos - cerca <strong>de</strong> 25,6% dapopulação encontrava-se exposta a níveis <strong>de</strong>ruído que ultrapassavam o limiar estabelecido porlei (superior ou igual a 55 dB(A)). Este valor justificauma atenção particular, não só em termosquantitativos, mas <strong>sobre</strong>tudo por se tratar <strong>de</strong>níveis <strong>de</strong> <strong>sobre</strong>-exposição durante a fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>scansonoturno.CONDIÇÕES AMBIENTAIS / 33


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOMapa <strong>de</strong> ruído – Período Noturno2009Limites <strong>de</strong> Ruído (NP 1730)< 45.0 dB (A) > 60.0 dB (A)> 45.0 dB (A) > 65.0 dB (A)> 50.0 dB (A) > 70.0 dB (A)> 55.0 dB (A) > 75.0 dB (A)Fonte: CMP-DMASU-GAPor comparação, durante o período Diurno-Entar<strong>de</strong>cer-Noturno(das 7 às 23 horas) era ligeiramenteinferior a população resi<strong>de</strong>nte em zonas<strong>de</strong> <strong>sobre</strong>-exposição (superior ou igual a 65 dB(A)):cerca <strong>de</strong> 62 mil indivíduos (23,7%). Importa referir,contudo, que para o cálculo <strong>de</strong>ste valor apenasfoi possível contabilizar a população resi<strong>de</strong>nte enão a população utilizadora da cida<strong>de</strong>.Neste período do dia, quando os níveis <strong>de</strong> confortoacústico são ultrapassados <strong>de</strong> uma formacontínua e prolongada, produzem-se igualmenteefeitos negativos na saú<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidados indivíduos.34 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


Reclamações entradas naCMP por motivos <strong>de</strong> ruídoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOReclamações entradas na CMP por motivos <strong>de</strong> ruído. Inclui essencialmente os seguintes tipos <strong>de</strong>causas: ativida<strong>de</strong>s ruidosas temporárias (festivida<strong>de</strong>s, eventos, …), ativida<strong>de</strong>s ruidosas permanentes(estabelecimentos <strong>de</strong> restauração e bebidas e outros estabelecimentos comerciais) e obras<strong>de</strong> construção civil.UNIDADEn°LEITURA DO INDICADORO número <strong>de</strong> reclamações por motivos <strong>de</strong> incomodida<strong>de</strong> sonora reflete uma exigência por parte doscidadãos pelo cumprimento das normas em vigor que visam salvaguardar o seu direito a um ambienteacústico <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que proporcione bem-estar e conforto.Com este indicador preten<strong>de</strong>-se efetuar uma análise evolutiva do ambiente sonoro na cida<strong>de</strong> a partirda iniciativa dos cidadãos <strong>de</strong> protegerem a qualida<strong>de</strong> do seu ambiente <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>, pelo que umaumento do seu valor sinalizará impactos <strong>de</strong>sfavoráveis em termos do bem-estar coletivo.EVOLUÇÃO RECENTEA evolução das reclamações por motivos <strong>de</strong> ruídoconstitui um indicador que tenta aferir <strong>de</strong> queforma a população resi<strong>de</strong>nte é perturbada pelascondições sonoras da cida<strong>de</strong>. No período analisadoesta medida não surge associada a uma linha<strong>de</strong> tendência única. Depois <strong>de</strong> uma quebra acentuadadas <strong>de</strong>núncias anuais efetuadas nos anos<strong>de</strong> 2007 e 2008, em 2009 foi retomado o valor doinício da série <strong>de</strong> cinco anos analisada, tendo em2010 <strong>de</strong>crescido novamente o número para umvalor próximo das 400 reclamações.36 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do número <strong>de</strong> reclamações entradas naC.M. Porto por motivos <strong>de</strong> ruído(n°)50040030020010002006 2007 2008 2009 2010Fonte: CMP-DMASU-GAA interpretação <strong>de</strong>stes valores tem, contudo, <strong>de</strong>ser feita com gran<strong>de</strong>s cautelas na medida em queuma atitu<strong>de</strong> mais ou menos participativa por partedos cidadãos constitui, ela própria, uma variávelcapaz <strong>de</strong> interferir na trajetória do indicador.RUÍDO – Informação adicionaLDOCUMENTAÇÃOAPA (2007), Sistema <strong>de</strong> Indicadores <strong>de</strong> Desenvolvimentos Sustentável - SIDS Portugal, ed.Agência Portuguesa do Ambiente.APA (2010), Relatório do Estado do Ambiente 2009, ed. Agência Portuguesa do Ambiente.CMP/UP (2010), Mapa Estratégico <strong>de</strong> Ruído da cida<strong>de</strong> do Porto.CMP/UP (2010), Plano Municipal <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Ruído do Concelho do Porto (versão <strong>de</strong> trabalho).EEA (2010), The European environment – state and outlook 2010 (SOER 2010): Urban environment,ed. European Environment Agency.IA (2004), O ruído e a cida<strong>de</strong>, ed. Instituto do Ambiente.WHO (2007), Quantifying bur<strong>de</strong>n of disease from environmental noise: Second technical meetingReport, ed. World Health Organization Regional Office for Europe.WHO (2009), Night noise gui<strong>de</strong>lines for Europe, ed. World Health Organization Regional Officefor Europe.SITES RELACIONADOShttp://www.apambiente.pthttp://www.ec.europa.eu/environmenthttp://www.eea.europa.euhttp://www.euro.who.intCONDIÇÕES AMBIENTAIS / 37


<strong>2011</strong>QUALIDADE DO ARSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOÍndices elevados <strong>de</strong> poluentes atmosféricos constituem uma grave ameaça à qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida quotidiana dos cidadãos.Os problemas associados à qualida<strong>de</strong> do ar assumem cada vez maior importância,principalmente nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos, on<strong>de</strong> os níveis <strong>de</strong> poluição chegam aatingir valores preocupantes que colocam em risco a saú<strong>de</strong> humana, contribuindosignificativamente para um aumento <strong>de</strong> certas patologias (diminuição da funçãopulmonar, aumento das doenças respiratórias e <strong>de</strong> doenças relacionadas com aradiação ultravioleta e diminuição da esperança média <strong>de</strong> vida).Adicionalmente, fenómenos como os das alterações climáticas, não só têm umimpacto negativo na qualida<strong>de</strong> do ar (acumulação e aumento <strong>de</strong> poluentes), comoainda potenciam os efeitos <strong>de</strong> diversos poluentes, gerando um risco adicional paraa saú<strong>de</strong>.INDICADORES SELECIONADOS:· Dias com Índice <strong>de</strong> <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do Ar Bom ou Muito Bom· Dias com excedências <strong>de</strong> PM1038 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


Dias com Índice <strong>de</strong><strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do Ar Bomou Muito BomSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃODias com Índice <strong>de</strong> <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do Ar Bom ou Muito Bom (IQAr). O Índice <strong>de</strong> <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do Ar é umaclassificação do estado da qualida<strong>de</strong> do ar, obtido em função das medições dos poluentes englobadosnesta medida, e varia numa escala com cinco níveis entre Muito Bom e Mau (adaptado <strong>de</strong>APA).UNIDADE%LEITURA DO INDICADOROs níveis <strong>de</strong> poluição atmosférica registados nos centros urbanos ten<strong>de</strong>m a ser elevados e têm comoprincipais responsáveis os transportes rodoviários e a combustão doméstica. A estes efeitos acrescemainda condicionantes climatéricas que, ao não favorecerem a dispersão dos gases, contribuem parauma elevada concentração <strong>de</strong> poluentes, com efeitos nefastos para a saú<strong>de</strong> e ambiente.A monitorização da qualida<strong>de</strong> do ar na cida<strong>de</strong> é um instrumento fundamental na medida em quepermite avaliar os níveis <strong>de</strong> concentração dos poluentes na atmosfera e acompanhar a evolução daexposição da população às emissões, possibilitando a i<strong>de</strong>ntificação das áreas com maior necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> intervenção ao nível da redução da poluição e da melhoria da qualida<strong>de</strong> do ar.EVOLUÇÃO RECENTECom algumas oscilações, a qualida<strong>de</strong> do ar na cida<strong>de</strong>do Porto tem vindo a registar significativasmelhorias nos últimos anos. A percentagem <strong>de</strong>dias com Índice <strong>de</strong> <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do Ar Bom ou MuitoBom passou <strong>de</strong> 43%, em 2005, para cerca <strong>de</strong> 74%,em 2009.CONDIÇÕES AMBIENTAIS / 39


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução da proporção <strong>de</strong> dias com Índice <strong>de</strong><strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do Ar Bom ou Muito Bom(%)807060504030201002005 2006 2007 2008 2009Fonte: CCDR-NOs dados do índice global da cida<strong>de</strong>, cujo valordiário <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da pior classificação dos poluentesconsi<strong>de</strong>rados 1 , têm por base as observaçõesefetuadas nas estações <strong>de</strong> monitorização da re<strong>de</strong>local. Nos anos em análise esta era constituídapelas estações das Antas, Boavista e Sobreiras(esta última, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007).Neste período registou-se uma clara diminuiçãodos dias com um nível Fraco do índice <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>do ar, que representavam cerca <strong>de</strong> 30%em 2005 e 7% em 2009, e mesmo uma ausência<strong>de</strong> dias com um nível <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong> do ar nosúltimos 2 anos. A mesma tendência <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimofoi verificada nos dias com classificação Médio,embora continue ainda a <strong>de</strong>ter um peso significativono total <strong>de</strong> registos (cerca <strong>de</strong> 20% dos dias em2009).Evolução do Índice <strong>de</strong> <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do Ar20092008200720062005Muito BomBomMédio050100150200250300350FracoFonte: CCDR-N(n° <strong>de</strong> dias)MauNa maior parte das situações, são as partículasfinas (PM10) e o Ozono (O 3) os poluentes que maiscontribuem para a <strong>de</strong>gradação dos níveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>do ar.1“São cinco os poluentes englobados no índice <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do ar apresentado: o dióxido <strong>de</strong> azoto (NO 2), o dióxido <strong>de</strong> enxofre (SO 2), o monóxido<strong>de</strong> carbono, medido segundo a média registada durante 8h consecutivas (CO 8h), o ozono (O 3) e as partículas inaláveis ou finas, cujodiâmetro médio é inferior a 10 microns (PM10).” APA40 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


Dias com excedências<strong>de</strong> PM10SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃODias com excedências <strong>de</strong> partículas em suspensão (PM10), registados nas estações <strong>de</strong> mediçãoda qualida<strong>de</strong> do ar da cida<strong>de</strong> do Porto (valor máximo). Trata-se <strong>de</strong> excedências ao valor limite <strong>de</strong>base diária (50 μg/m 3 ) para proteção à saú<strong>de</strong> humana.UNIDADEn°LEITURA DO INDICADORA exposição a elevadas concentrações <strong>de</strong> partículas inaláveis finas, <strong>de</strong> diâmetro médio inferior a 10mícron (PM10), comporta riscos consi<strong>de</strong>ráveis para a saú<strong>de</strong> humana, dos quais se <strong>de</strong>stacam, entre outros,a diminuição da esperança média <strong>de</strong> vida, o aumento <strong>de</strong> doenças do foro respiratório e danos nosistema imunitário primário.Tratando-se <strong>de</strong> um dos principais poluentes atmosféricos com efeitos prejudiciais para a saú<strong>de</strong> importaacompanhar a evolução da sua concentração na atmosfera e, em particular, em que medida o valorlimite <strong>de</strong> base diária para a proteção da saú<strong>de</strong> humana (50 μg/m 3 ) é excedido.EVOLUÇÃO RECENTEA análise das excedências <strong>de</strong> PM10 permite aferirem que medida o valor limite à proteção da saú<strong>de</strong>humana está a ser ultrapassado. Des<strong>de</strong> 2005, todasas estações <strong>de</strong> medição da cida<strong>de</strong> têm vindo aregistar uma clara diminuição do número <strong>de</strong> diasem que este limiar não é cumprido. Nos últimos 2anos em análise, as situações <strong>de</strong> incumprimentodo valor limite <strong>de</strong> base diária não chegaram aatingir, em nenhuma estação da cida<strong>de</strong>, o valoranual <strong>de</strong> 35 dias <strong>de</strong> excedências permitido pelalegislação em vigor.CONDIÇÕES AMBIENTAIS / 41


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução dos dias com registos <strong>de</strong> excedências <strong>de</strong> PM10(n°)1201008060402002005 2006 2007 2008 2009AntasBoavistaSobreirasExcedências permitidasFonte: CCDR-NComo principais fontes <strong>de</strong> origem <strong>de</strong> emissão dasPM10 em áreas urbanas po<strong>de</strong>m ser apontadoso tráfego automóvel, a combustão resi<strong>de</strong>ncial(lareiras) e as obras <strong>de</strong> construção civil. Para além<strong>de</strong>stas, a ocorrência <strong>de</strong> eventos naturais comoventos que transportam as poeiras provenientesdo norte <strong>de</strong> África (Saara) e <strong>de</strong> incêndios florestaisnas proximida<strong>de</strong>s da cida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> ainda contribuirpara as emissões <strong>de</strong> PM10. É <strong>de</strong> referir que apartir <strong>de</strong> 2005 a ocorrência <strong>de</strong>stes eventos naturais<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> contribuir para as excedências <strong>de</strong>PM10, não sendo contabilizado o valor registadonas estações <strong>de</strong> monitorização associado a estetipo <strong>de</strong> causa.QUALIDADE DO AR – Informação adicionaLDOCUMENTAÇÃOAPA (2007), Sistema <strong>de</strong> Indicadores <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável - SIDS Portugal, ed.Agência Portuguesa do Ambiente.APA (2008), Evolução da qualida<strong>de</strong> do ar em Portugal entre 2001 e 2005 - Relatório, ed.Agência Portuguesa do Ambiente.CCDR-N (2010), Avaliação da <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do Ar na Região Norte em 2008, ed. Comissão <strong>de</strong>Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional do Norte.CCDR-N/UA (2008), Planos e programas para a melhoria da qualida<strong>de</strong> do ar na RegiãoNorte: uma visão para o período 2001-2006 - Relatório R1, ed. Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>naçãoe Desenvolvimento Regional do Norte/Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro.CCDR-N/UNL (2009), Reavaliação das Zonas e Aglomerações da Região Norte, ed. Comissão<strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional do Norte/Universida<strong>de</strong> Nova <strong>de</strong> Lisboa.EEA (2010), The European environment – state and outlook 2010 (SOER 2010): Air pollution,ed. European Environment Agency.Estratégia temática <strong>sobre</strong> a poluição atmosférica (CE, 2005).Programa <strong>de</strong> Execução do Plano <strong>de</strong> Melhoria da <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do Ar na Região Norte (Despachon.° 20762/2009).SITES RELACIONADOShttp://www.apambiente.pthttp://www.ccdr-n.pthttp://www.ec.europa.eu/environment/air/http://www.eea.europa.euhttp://www.euro.who.inthttp://www.qualar.org42 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


<strong>2011</strong>ÁGUASISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOA água é um recurso natural essencial a todas as formas <strong>de</strong> vida e ao <strong>de</strong>senvolvimentodas ativida<strong>de</strong>s económicas, assumindo a sua disponibilida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> umpapel fundamental para a saú<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos cidadãos.Por se tratar <strong>de</strong> um recurso escasso e limitado, as preocupações com a proteção euma gestão mais eficiente e racional da água têm vindo a ser enquadradas em políticase programas (nacionais e comunitários), com o objetivo <strong>de</strong> assegurar, <strong>de</strong>signadamente,uma utilização mais sustentável, uma redução dos níveis <strong>de</strong> poluiçãoe uma melhoria dos sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água para consumo e gestão <strong>de</strong>águas residuais.Acresce ainda a preocupação quanto à sua disponibilida<strong>de</strong> futura, em qualida<strong>de</strong> equantida<strong>de</strong> suficiente para consumo, face aos cenários climáticos previstos, associados,por exemplo, ao aumento da temperatura e da variabilida<strong>de</strong> da precipitação.INDICADORES SELECIONADOS:· Registos com qualida<strong>de</strong> da água balnear Boa· Consumo doméstico <strong>de</strong> águaCONDIÇÕES AMBIENTAIS / 43


Registos com qualida<strong>de</strong>da água balnear BoaSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOAnálises com <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> da Água Balnear Boa. A classificação é obtida em função <strong>de</strong> análiseslaboratoriais efetuadas e po<strong>de</strong> variar entre as categorias Boa, Aceitável e Má.UNIDADE%LEITURA DO INDICADORA avaliação da qualida<strong>de</strong> da água balnear tem como objetivo principal averiguar se esta não colocaem risco a saú<strong>de</strong> humana, dado que as praias são locais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> atração <strong>de</strong> populações para a práticadas mais diversas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto, recreio e lazer.O cumprimento dos limiares estabelecidos para os vários parâmetros medidos nas análises efetuadas àqualida<strong>de</strong> das águas balneares é um dos objetivos a atingir em termos ambientais e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública. Aconformida<strong>de</strong> com a norma <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> está, frequentemente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da existência <strong>de</strong> sistemas<strong>de</strong> tratamento das águas residuais e <strong>de</strong> fontes emissoras <strong>de</strong> poluição nas proximida<strong>de</strong>s das praias.EVOLUÇÃO RECENTEA utilização <strong>de</strong> uma zona balnear por parte daspopulações exige uma boa qualida<strong>de</strong> da sua água.A monitorização <strong>de</strong>ste indicador permite constatarque a qualida<strong>de</strong> da água balnear nas praias dacida<strong>de</strong> melhorou substancialmente nos últimosanos.Evolução dos registos com qualida<strong>de</strong> daágua balnear Boa(%)10090807060504030201002005 2006 2007 2008 2009Fonte: INAG44 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEm 2005 e 2006 apenas foram efetuadas análisesnas águas balneares da praia <strong>de</strong> Gondarém,tendo 20% das análises obtido a classificaçãoBoa. Nestes anos, a praia <strong>de</strong> Castelo do Queijoencontrava-se interdita à prática balnear, nãotendo sido disponibilizados dados <strong>de</strong> análisespara esta praia. Em 2009, ano em que passarama ser analisadas também as águas das praias daFoz e Homem do Leme, a percentagem <strong>de</strong> análisescom Boa qualida<strong>de</strong> atingia já os 88%, sendo <strong>de</strong>registar que neste ano foram galardoadas estasduas praias com a Ban<strong>de</strong>ira Azul da Europa, ambascom a totalida<strong>de</strong> das análises com este nível<strong>de</strong> classificação.Esta evolução positiva é em gran<strong>de</strong> parte resultadodas obras que têm sido efetuadas nos sistemas<strong>de</strong> saneamento e <strong>de</strong> águas pluviais, principalmentena zona oci<strong>de</strong>ntal da cida<strong>de</strong>, que têm <strong>de</strong>sviadoas águas pluviais e residuais diretamente do meiorecetor para tratamento na ETAR <strong>de</strong> Sobreiras.CONDIÇÕES AMBIENTAIS / 45


Consumo doméstico<strong>de</strong> águaSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOVolume <strong>de</strong> água consumido na re<strong>de</strong> pública para fins domésticos.UNIDADEm 3 /habitanteLEITURA DO INDICADORTratando-se <strong>de</strong> um recurso limitado, a preocupação com uma utilização mais racional e eficiente daágua é crescente por parte das políticas públicas, bem como da socieda<strong>de</strong> em geral, no quadro <strong>de</strong> umarelação equilibrada entre os padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento socioeconómico e osprincípios <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.São múltiplos os benefícios <strong>de</strong> uma utilização racional <strong>de</strong>ste recurso. Em termos ambientais, estapassa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, por um melhor aproveitamento, preservação e conservação, conseguindo-se <strong>de</strong>stemodo, adicionalmente, reduções no consumo <strong>de</strong> energia e na produção <strong>de</strong> águas residuais.Em termos económicos, as vantagens da redução do consumo através do uso mais eficiente <strong>de</strong>ste recursovital e estratégico passam pela diminuição dos encargos financeiros, quer para os cidadãos, querpara os municípios e entida<strong>de</strong>s gestoras.EVOLUÇÃO RECENTEO consumo doméstico <strong>de</strong> água na cida<strong>de</strong> do Portoapresentou, entre 2006 e 2010, um comportamentorelativamente estável, atingindo-se no últimoano um consumo médio anual <strong>de</strong> 46m 3 /habitante.46 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do consumo doméstico <strong>de</strong> água(m 3 /hab)50454035302006 2007 2008 2009 2010Fonte: Águas do Porto/cálculos CMP-GEPQuando analisada a capitação diária da águaconsumida comparativamente com outrosâmbitos geográficos, constata-se que o Portoapresentava, em 2008, um consumo médio <strong>de</strong>127 l/habitante/dia, valor inferior ao verificado noGran<strong>de</strong> Porto e no continente nesse ano (140 e 133l/habitante/dia, respetivamente).ÁGUA – Informação adicionaLDOCUMENTAÇÃOAPA (2007), Sistema <strong>de</strong> Indicadores <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável - SIDS Portugal, ed.Agência Portuguesa do Ambiente.EEA (2010), The European environment – state and outlook 2010 (SOER 2010): Waterresources: quantity and flows, ed. European Environment Agency.Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água, (RCM n.° 113/2005).WHO (2010), Health and Environment in Europe: Progress Assessment, ed. World HealthOrganization Regional Office for Europe.SITES RELACIONADOShttp://www.apambiente.pthttp://www.ec.europa.eu/environment/waterhttp://www.eea.europa.euhttp://www.euro.who.inthttp://www.inag.pthttp://www.snirh.ptCONDIÇÕES AMBIENTAIS / 47


<strong>2011</strong>ENERGIASISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOÉ nas cida<strong>de</strong>s que as questões relacionadas com a eficiência energética se colocamcom maior pertinência, pela quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas e ativida<strong>de</strong>s que concentram e,consequentemente, pelos níveis <strong>de</strong> consumo que representam. São estes territóriosque enfrentam, por isso, os maiores <strong>de</strong>safios em termos energéticos, quer na reduçãodos gastos e na alteração <strong>de</strong> comportamentos, quer numa escolha mais responsáveldas fontes utilizadas.Em termos globais, são igualmente relevantes as preocupações com a redução dasemissões <strong>de</strong> gases com efeitos <strong>de</strong> estufa (GEE) e com o aumento da segurança doabastecimento e da in<strong>de</strong>pendência energética.Neste sentido, as estratégias energéticas atuais apontam para um aumento da produçãodas energias renováveis e para uma utilização mais racional e eficiente daenergia, com vista a um consumo mais sustentável em termos ambientais e económicos.INDICADORES SELECIONADOS:· Consumo doméstico <strong>de</strong> energia elétrica· Autocarros que usam energias alternativas48 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


Consumo doméstico<strong>de</strong> energia elétricaSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOConsumo doméstico <strong>de</strong> energia elétrica.UNIDADEKWh/habitante (milhares)LEITURA DO INDICADORO consumo doméstico <strong>de</strong> energia elétrica, cuja origem ainda predominantemente fóssil comporta elevadoscustos energéticos e ambientais, tem vindo a manter níveis muito elevados.As atuais estratégias para o setor resi<strong>de</strong>ncial passam, <strong>sobre</strong>tudo, por um aumento da taxa <strong>de</strong> incorporaçãodas energias renováveis na produção <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, por um melhor <strong>de</strong>sempenho energético dosedifícios e equipamentos elétricos e por incentivos a atitu<strong>de</strong>s e comportamentos mais eficientes porparte dos cidadãos, com o objetivo <strong>de</strong> reduzir os níveis <strong>de</strong> consumo atuais e respetivas emissões <strong>de</strong> CO 2e <strong>de</strong> se atingirem patamares <strong>de</strong> consumo ambientalmente sustentáveis.Neste sentido, através da análise <strong>de</strong>ste indicador, preten<strong>de</strong>-se acompanhar o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho dasmedidas <strong>de</strong> eficiência energética implementadas.EVOLUÇÃO RECENTEO consumo doméstico <strong>de</strong> energia elétrica porhabitante no Porto registou nos últimos anos umaligeira flutuação interanual tendo-se verificado,no período 2005-2009, um crescimento médio quenão ultrapassou 1% ao ano. Em 2009 foi atingidauma procura <strong>de</strong> 2,2 milhares <strong>de</strong> kWh/habitante <strong>de</strong>consumo doméstico.Evolução do consumo doméstico <strong>de</strong> energia elétrica(milhares <strong>de</strong> kWh/hab)2,32,22,12,01,91,81,71,61,52005 2006 2007 2008 2009Fonte: DGEG/cálculos CMP-GEPCONDIÇÕES AMBIENTAIS / 49


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOQuando efetuada uma análise comparativa comoutros âmbitos geográficos, constata-se que oPorto apresenta valores <strong>de</strong> consumo elevados:em 2009, a capitação concelhia era cerca <strong>de</strong> 60%superior ao valor médio do continente.Entre os fatores que explicam estas discrepâncias<strong>de</strong> consumo contam-se, <strong>de</strong>signadamente, ahistórica prepon<strong>de</strong>rância no Porto do recurso àenergia elétrica e o facto <strong>de</strong> a introdução do gásnatural no sistema energético da cida<strong>de</strong> ser aindarecente.Consumo doméstico <strong>de</strong> energia elétrica2009(milhares <strong>de</strong> kWh/hab)2,52,01,51,00,50,0Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: DGEG/cálculos CMP-GEPEstes elevados níveis <strong>de</strong> consumo registados noPorto são tanto mais preocupantes quando se temem conta os múltiplos impactos negativos associados,que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os consi<strong>de</strong>ráveis gastos emtermos <strong>de</strong> energia para satisfazer as necessida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> abastecimento até às emissões significativas<strong>de</strong> gases com efeitos <strong>de</strong> estufa.50 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


Autocarros que usamenergias alternativasSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOAutocarros <strong>de</strong> transporte público urbano <strong>de</strong> passageiros que usam energias alternativas, comopor exemplo o gás natural. Inclui apenas os autocarros da frota da STCP.UNIDADE%LEITURA DO INDICADORO setor dos transportes é atualmente responsável por níveis <strong>de</strong> consumo superiores a ⅓ do total <strong>de</strong>energia final, representando os combustíveis fósseis a quase totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste consumo. O transporterodoviário <strong>de</strong>tém a quota mais significativa <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste setor.No sentido <strong>de</strong> inverter esta realida<strong>de</strong>, as medidas <strong>de</strong> política que têm vindo a ser adotadas passam,entre outras, pela introdução <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> energia alternativas, pelo aumento da eficiência energéticae ambiental dos veículos e pela transferência <strong>de</strong> passageiros do transporte individual para o transportepúblico.Este indicador permite uma leitura <strong>sobre</strong> o esforço <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> medidas ten<strong>de</strong>ntes à substituição<strong>de</strong> veículos movidos a gasóleo por veículos movidos a gás natural no que diz respeito aotransporte público rodoviário, com o objetivo <strong>de</strong> tornar o consumo energético mais eficiente e menospoluente, contribuindo para a redução <strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases com efeito <strong>de</strong> estufa (GEE) e, consequentemente,para um ambiente mais sustentável.EVOLUÇÃO RECENTEA ampliação da frota <strong>de</strong> veículos consumidores <strong>de</strong>energias alternativas no Porto registou um crescimentosignificativo nos últimos 5 anos. Em 2010,o número <strong>de</strong> autocarros movidos a gás naturalatingia os 255, valor correspon<strong>de</strong>nte a 52% dototal da frota existente.CONDIÇÕES AMBIENTAIS / 51


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução da proporção <strong>de</strong> autocarros queusam energias alternativas(%)60504030201002006 2007 2008 2009 2010Fonte: STCPComparando os valores do Porto com a médiadas cida<strong>de</strong>s europeias 2 , é possível constatar que,em 2007, a cida<strong>de</strong> surgia numa posição <strong>de</strong> claravantagem ultrapassando a média das cida<strong>de</strong>sda UE15, que era <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 17%. Esta situaçãofavorável é o resultado da aplicação <strong>de</strong> medidasenquadradas no Programa Nacional para asAlterações Climáticas, que visam uma reduçãodo consumo energético do setor dos transportesrodoviários e têm como objetivo máximo reduziras emissões <strong>de</strong> gases com efeito <strong>de</strong> estufa (GEE).2Dados do Projeto Europeu Urban Audit (dados para 56 cida<strong>de</strong>s, num total <strong>de</strong> 243 cida<strong>de</strong>s do grupo UE15 consi<strong>de</strong>radas no projeto).ENERGIA – Informação adicionaLDOCUMENTAÇÃOCE (2006), Plano <strong>de</strong> Acção para a Eficiência Energética: Concretizar o Potencial, ed.Comissão Europeia.CMP/AdEPorto (2008), Matriz Energética do Porto, ed. Câmara Municipal do Porto/Agência<strong>de</strong> Energia do Porto.CMP/AdEPorto (<strong>2011</strong>), Plano <strong>de</strong> Acção para a Energia Sustentável do Porto (PAES) <strong>2011</strong>-2020, ed. Câmara Municipal do Porto.DGOTDU (2008), A Energia nas Cida<strong>de</strong>s do Futuro – série Política <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong>s 1, ed. Direcção-Geraldo Or<strong>de</strong>namento do Território e Desenvolvimento Urbano.Estratégia Nacional para a Energia 2020 (RCM n.° 29/2010)Plano Nacional <strong>de</strong> Acção para a Eficiência Energética - PNAEE 2008-2015 (RCM n.°80/2008).Programa Nacional para as Alterações Climáticas - PNAC 2006 (RCM n.° 104/2006).SITES RELACIONADOShttp://www.a<strong>de</strong>ne.pthttp://www.a<strong>de</strong>porto.euhttp://www.apambiente.pthttp://www.ec.europa.eu/environment/integration/energyhttp://www.eea.europa.euhttp://www.erse.pthttp://www.euro.who.int52 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


<strong>2011</strong>RESÍDUOSSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTONa socieda<strong>de</strong> urbana atual, a gestão dos resíduos sólidos constitui um <strong>de</strong>safio crucialem termos ambientais e económicos. Os elevados níveis <strong>de</strong> produção exigemcada vez mais opções <strong>de</strong> tratamento corretas, com intuito <strong>de</strong> minimizar os custospara o ambiente e para a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos cidadãos.Além disso, importa aten<strong>de</strong>r à produção <strong>de</strong> gases com efeito <strong>de</strong> estufa (GEE) porparte <strong>de</strong>ste setor, pelo que a melhoria da eficiência dos sistemas <strong>de</strong> tratamento egestão é também uma priorida<strong>de</strong> tendo em vista a redução do seu impacto ao níveldas mudanças climáticas.Neste âmbito, o reforço da recolha seletiva e da valorização dos resíduos, bem comoa aposta na prevenção da produção <strong>de</strong> resíduos, assumem primordial importância.INDICADORES SELECIONADOS:· Resíduos sólidos urbanos valorizáveisCONDIÇÕES AMBIENTAIS / 53


Resíduos sólidos urbanosvalorizáveisSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOResíduos recolhidos que foram objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição diferenciada por parte da população (papel,vidro, embalagens, ma<strong>de</strong>ira, resíduos ver<strong>de</strong>s e outros resíduos), com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem valorizados.Por valorização enten<strong>de</strong>-se todo um conjunto <strong>de</strong> operações que visem o reaproveitamentodos resíduos, nomeadamente através da reciclagem, reutilização ou recuperação (Decreto-lei n°178/2006).UNIDADE%LEITURA DO INDICADORA recolha seletiva constitui um fator fundamental para o aproveitamento e valorização dos resíduosproduzidos, contribuindo significativamente para a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong>, paraa preservação dos recursos naturais, para a poupança <strong>de</strong> matérias-primas e energia e para a reduçãoda poluição e dos resíduos <strong>de</strong>positados em aterro.Apesar dos recentes aumentos da proporção <strong>de</strong> resíduos recolhidos para valorização e reciclagem, estaapresenta ainda um potencial <strong>de</strong> crescimento significativo, pelo que importa continuar a <strong>de</strong>senvolvera componente da recolha seletiva, no sentido <strong>de</strong> se conseguir alcançar as metas estabelecidas nosplanos e programas em vigor.EVOLUÇÃO RECENTEA produção <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos valorizáveisatingiu em 2010 cerca <strong>de</strong> 17% do total <strong>de</strong> RSUproduzidos no concelho, o que representou umaumento na or<strong>de</strong>m dos 49% face aos valores <strong>de</strong>2006.As 25 mil toneladas provenientes da recolhaseletiva em 2010, com potencial <strong>de</strong> reciclagem/valorização, correspon<strong>de</strong>ram a uma capitação <strong>de</strong>cerca <strong>de</strong> 107 kg/habitante/ano, valor bastante superiorà média registada no continente em 2009(67 kg/habitante/ano) 3 .3APA (2010), Caracterização da Situação dos Resíduos Urbanos em Portugal Continental em 2009.54 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução da proporção <strong>de</strong> resíduos sólidosurbanos valorizáveis(%) (kg/hab. ano)1816141210864201201008060402002006 2007 2008 2009 2010RSU’s valorizáveis (%)RSU’s valorizáveis por habitante (kg/hab.ano)Fonte: CMP-DMASU-DMLUT/cálculos CMP-GEPEm 2010, aproximadamente 33% do total <strong>de</strong>resíduos provenientes <strong>de</strong> recolha seletiva foramencaminhados para valorização orgânica (resíduosorgânicos e ver<strong>de</strong>s), sendo o <strong>de</strong>stino final dasrestantes fileiras <strong>de</strong> resíduos a reciclagem e/ouvalorização.Quando avaliada a evolução <strong>de</strong> cada um dos fluxos<strong>de</strong> resíduos entre 2006 e 2010 constata-se quese registaram taxas <strong>de</strong> variação diferenciadas ecomportamentos distintos ao longo da série. São<strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar os resíduos ver<strong>de</strong>s, por terem apresentadoa maior taxa <strong>de</strong> variação e pelo volumeque representam no total da recolha seletiva (33%em 2010), e o fluxo das embalagens que registouum crescimento superior a 50% no período emanálise.Evolução da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos sólidosurbanos valorizáveis20102009Embalagens20082007Ma<strong>de</strong>iraPapel/CartãoVer<strong>de</strong>s2006Vidro05.00010.00015.00020.00025.000 (ton)OutrosFonte: CMP-DMASU-DMLUTCONDIÇÕES AMBIENTAIS / 55


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODe sublinhar que o valor total <strong>de</strong> resíduos sólidosurbanos apresentou uma ligeira quebra, ainda quea tendência global nesse período seja <strong>de</strong> relativaestabilida<strong>de</strong> (cerca <strong>de</strong> -1% ao ano). As capitaçõesobservadas são, no entanto, ainda consi<strong>de</strong>ráveisquando comparadas com valores médios nacionais.Em 2010 foi atingida uma capitação diária<strong>de</strong> 2 kg/habitante enquanto, à escala do continente,cada habitante produzia por dia, em média,1,4 kg <strong>de</strong> resíduos (2009).A evolução registada nestes últimos anos revelaassim, por um lado, uma ténue redução daprodução do total <strong>de</strong> resíduos – à qual não serácertamente alheia a quebra verificada no dinamismoeconómico nacional - e, por outro lado,um incremento da taxa <strong>de</strong> resíduos provenientes<strong>de</strong> recolha seletiva. Relativamente a esta última,importa notar que ela resulta <strong>de</strong> um reforço dosinvestimentos nas infraestruturas que permitemeste tipo <strong>de</strong> recolha por parte das entida<strong>de</strong>sgestoras, mas também <strong>de</strong> uma crescente preocupaçãopor parte dos cidadãos em adotar comportamentosambientalmente mais responsáveis,<strong>de</strong>signadamente no que respeita à separação e<strong>de</strong>posição a<strong>de</strong>quada dos resíduos nos equipamentos<strong>de</strong> recolha.RESÍDUOS – Informação adicionaLDOCUMENTAÇÃOAPA (2007), Sistema <strong>de</strong> Indicadores <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável - SIDS Portugal, ed.Agência Portuguesa do Ambiente.APA (2010), Caracterização da Situação dos Resíduos Urbanos em Portugal Continentalem 2009, ed. Agência Portuguesa do Ambiente.EEA (2010), The European environment – state and outlook 2010 (SOER 2010): Materialresources and waste, ed. European Environment Agency.Estratégia Temática <strong>de</strong> Prevenção e Reciclagem <strong>de</strong> Resíduos, (CE, 2005).Programa <strong>de</strong> Prevenção <strong>de</strong> Resíduos Urbanos - PPRU 2009 -2016 (Despacho n.°3227/2010)LIPOR (2008), Plano Estratégico para a Gestão Sustentável dos Resíduos Sólidos doGran<strong>de</strong> Porto 2007-2016, ed. Lipor, Serviço Intermunicipalizado <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Resíduos doGran<strong>de</strong> Porto.MAOTDR (2007), PERSU II - Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos 2007-2016, ed. Ministério do Ambiente, do Or<strong>de</strong>namento do Território e do DesenvolvimentoRegional.SITES RELACIONADOShttp://www.apambiente.pthttp://www.ec.europa.eu/environment/wastehttp://www.eea.europa.euhttp://www.euro.who.inthttp://www.ewwr.eu/pt-pthttp://www.lipor.pt56 / CONDIÇÕES AMBIENTAIS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOCondições Ambientais - Quadro sínteseIndicadorUnida<strong>de</strong>Valor maisrecenteValor AnoEvoluçãoSinal daTendênciaPeríodoEspaços ver<strong>de</strong>sEspaços ver<strong>de</strong>s públicosm 2 /hab.12<strong>2011</strong>2007/11Extensão <strong>de</strong> ruas arborizadaskm151<strong>2011</strong>2005/11ClimaDias com registo <strong>de</strong> precipitação%3220072003-2007Média diária <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> soln°7,720062002-2006Temperatura média do mês mais frio°C10,020072003-2007Temperatura média do mês mais quente°C21,620072003-2007RuídoPopulação <strong>sobre</strong>-exposta a níveis <strong>de</strong> ruído noturno%25,62009n.d.Reclamações entradas na CMP por motivos <strong>de</strong> ruídon°39220102006-2010<strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do arDias com Índice <strong>de</strong> <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do Ar Bom ou Muito Bom%7420092005-2009Dias com excedências <strong>de</strong> PM10n°2720092005-2009ÁguaRegistos com qualida<strong>de</strong> da água balnear Boa%8820092005-2009Consumo doméstico <strong>de</strong> águam 3 /hab.4620102006-2010EnergiaConsumo doméstico <strong>de</strong> energia elétricakWh/hab. (milhares)2,220092005-2009Autocarros que usam energias alternativas%5220102006-2010ResíduosResíduos sólidos urbanos valorizáveis%1720102006-2010n.d.Evolução favorávelEvolução <strong>de</strong>sfavorávelEstabilida<strong>de</strong>Sem tendência <strong>de</strong>finidaNão disponívelCONDIÇÕES AMBIENTAIS / 57


CONDIÇÕESMATERIAIS COLETIVAS· EQUIPAMENTOS CULTURAIS· EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS· EQUIPAMENTOS EDUCATIVOS· EQUIPAMENTOS SOCIAIS E DE SAÚDE· EDIFICADO· MOBILIDADE· COMÉRCIO E SERVIÇOS· QUADRO SÍNTESE


CONDIÇÕES MATERIAISCOLETIVASAs áreas urbanas <strong>de</strong>sempenham um papel primordialenquanto núcleos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s garantindo o acesso das populaçõesa múltiplos bens e serviços <strong>de</strong> natureza muitovariada: saú<strong>de</strong>, ensino e formação, apoio social,cultura, <strong>de</strong>sporto e comércio. Para além do <strong>de</strong>safioda distribuição e da promoção da equida<strong>de</strong> noacesso aos serviços básicos, as cida<strong>de</strong>s confrontam-secom a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir ao encontro dos<strong>de</strong>sejos e expectativas <strong>de</strong> uma população que écada vez mais diversa.O maior ou menor acesso às re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> equipamentose <strong>de</strong> infraestruturas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, em largamedida, das facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocação existentesno território, que tornam possível às pessoaschegar aos <strong>de</strong>stinos pretendidos e <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong>certas oportunida<strong>de</strong>s. Na verda<strong>de</strong>, as condições<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> influenciam <strong>de</strong>cisivamente o quotidianodos indivíduos na cida<strong>de</strong> contemporânea,marcada por uma profunda diferenciação funcionale espacial.Uma outra dimensão relevante no capítulo dascondições <strong>de</strong> vida materiais pren<strong>de</strong>-se com o estado<strong>de</strong> conservação do tecido construído. Nestecontexto, um <strong>de</strong>safio que atualmente se coloca <strong>de</strong>forma praticamente generalizada é o <strong>de</strong> se contera tendência <strong>de</strong> expansão permanente do edificado,apostando na recuperação do já existente, emparticular na recuperação das áreas mais <strong>de</strong>squalificadasfísica e simbolicamente, promovendouma maior coesão social e territorial.<strong>de</strong>sportivos, educativos, sociais e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Aúnica exceção encontrada diz respeito a indicadoresrelativos aos recursos humanos associadosa estes equipamentos no caso da saú<strong>de</strong> (número<strong>de</strong> médicos e número <strong>de</strong> utentes sem médico<strong>de</strong> família), cuja trajetória, sendo <strong>de</strong>sfavorável,alerta para riscos agravados do ponto <strong>de</strong> vista daacessibilida<strong>de</strong> aos cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> primários.Outras áreas em que os dados recolhidos mostramprogressos significativos foram as da reabilitação<strong>de</strong> edifícios – em clara vantagem face às novasconstruções -, da oferta <strong>de</strong> estacionamento emparques e, ainda, da dotação da cida<strong>de</strong> em serviços<strong>de</strong> apoio à população.Alguns indicadores sugerem, no entanto, ausência<strong>de</strong> mudanças ou, pelo menos, <strong>de</strong> mudançasexpressivas. No caso do tema da mobilida<strong>de</strong>, ovolume <strong>de</strong> passageiros em transporte público nãoaponta ainda para uma alteração significativados padrões <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana e a velocida<strong>de</strong>média <strong>de</strong> circulação em transporte públicotambém não sinaliza transformações profundasnas condições <strong>de</strong> circulação rodoviária. No casodo comércio e serviços, a oferta <strong>de</strong> comércio aretalho e <strong>de</strong> hotéis e restaurantes registaram, <strong>de</strong>igual modo, variações pouco acentuadas, emboraneste caso, sendo a dotação <strong>de</strong> base da cida<strong>de</strong>do Porto já muito elevada no contexto metropolitanoe nacional, o quadro <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> possaser interpretado, no contexto atual, como sendopositivo.Principais mudançasNo caso da cida<strong>de</strong> do Porto, as tendências recentesobservadas neste domínio das condiçõesmateriais coletivas são, na sua gran<strong>de</strong> maioria,bastante positivas.Tal evolução é refletida, <strong>sobre</strong>tudo, pela generalida<strong>de</strong>dos indicadores relacionados com adotação da cida<strong>de</strong> em equipamentos - culturais,CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 59


<strong>2011</strong>EQUIPAMENTOSCULTURAISSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOA oferta alargada <strong>de</strong> equipamentos culturais numa cida<strong>de</strong> contribui para diversificaras oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong> tempos livres e <strong>de</strong> lazer da população. Estaoferta disponibiliza, por outro lado, cada vez mais, recursos educativos complementaresao sistema formal <strong>de</strong> ensino que contribuem, <strong>de</strong>signadamente, para o enraizamentona comunida<strong>de</strong> local <strong>de</strong> muitas das instituições culturais que constituemesta re<strong>de</strong>.Esta dotação <strong>de</strong> recursos culturais instalados, constituindo uma valia da cida<strong>de</strong>,seja na preservação do seu património e/ou na disponibilização <strong>de</strong> recursos educativosà cida<strong>de</strong>, seja na divulgação <strong>de</strong> diferentes áreas da criação artística, constituiainda um importante fator <strong>de</strong> atração turística da cida<strong>de</strong>.INDICADORES SELECIONADOS:· Galerias <strong>de</strong> arte e outros espaços <strong>de</strong> exposição· Museus60 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


Galerias <strong>de</strong> arte e outrosespaços <strong>de</strong> exposiçãoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOLocais <strong>de</strong> exposição e simultaneamente <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> artes plásticas com calendarizaçãoe temporada <strong>de</strong>finidas, com fins lucrativos. Nos espaços <strong>de</strong> exposição incluem-se os locaisque acolhem, para divulgação, exposições coletivas, exposições individuais e, em geral, obras <strong>de</strong>arte (trabalhos, documentos ou objetos resultantes da criação, produção científica ou artística)(adaptação do conceito do INE).UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORA presença <strong>de</strong> galerias na cida<strong>de</strong> permite que os públicos tenham conhecimento e acompanhem asdiversas tendências artísticas que se vão <strong>de</strong>senvolvendo. Estes espaços constituem mais uma oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> acesso à cultura, estando vocacionados para um público interessado em diferentes performancesartísticas (pintura, escultura, fotografia, entre outras). Face à diversida<strong>de</strong> e rotativida<strong>de</strong> dostrabalhos que expõem, a ativida<strong>de</strong> das galerias contribui para o dinamismo cultural da cida<strong>de</strong> peloque um aumento do indicador po<strong>de</strong>rá ser interpretado como um reforço da base <strong>de</strong> equipamentos quepo<strong>de</strong>rá sustentar esse mesmo dinamismo.EVOLUÇÃO RECENTENo ano <strong>de</strong> 2009 existiam no Porto 70 galerias <strong>de</strong>arte e outros espaços <strong>de</strong> exposição, equipamentoscuja presença se tem vindo a reforçar na cida<strong>de</strong>,em particular na sua área central.CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 61


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do número <strong>de</strong> galerias <strong>de</strong> arte e outrosespaços <strong>de</strong> exposição(n°)716967656361595755Fonte: INEs/dados2005 2006 20072008 2009Dada a importância do Porto como polo cultural,não é <strong>de</strong> estranhar que a presença <strong>de</strong> galerias <strong>de</strong>arte e outros espaços <strong>de</strong> exposição seja consi<strong>de</strong>ravelmentesuperior na cida<strong>de</strong> do que em outrosespaços geográficos <strong>de</strong> referência: em 2009, adotação no Porto - <strong>de</strong> 0,29 galerias por 1000habitantes - era cerca <strong>de</strong> três vezes superior àdotação do Gran<strong>de</strong> Porto e do continente.Galerias <strong>de</strong> arte e outros espaços <strong>de</strong> exposição2009(n°/1000 hab)0,350,300,250,200,150,100,050,00Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: INE/cálculos CMP-GEP62 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


MuseusSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOInstituições permanentes, sem fins lucrativos, ao serviço da socieda<strong>de</strong> e do seu <strong>de</strong>senvolvimento,abertas ao público e que promovem pesquisas relativas aos testemunhos materiais do homem edo seu meio ambiente, que os adquire, conserva, comunica e expõe para estudo, educação e lazer(adaptação do conceito do INE).UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORFace à diversida<strong>de</strong> dos objetos/temas que expõem e pelo fácil acesso que os caracteriza, os museusestão certamente entre os equipamentos culturais mais próximos da população. Além disso exercemuma forte atração <strong>sobre</strong> aqueles que visitam a cida<strong>de</strong>. Estes equipamentos constituem uma fonte<strong>de</strong> aprendizagem individual e coletiva, contribuindo em gran<strong>de</strong> medida para promover a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>patrimonial, cultural e artística local. Nessa medida o aumento <strong>de</strong>ste indicador sinaliza um reforço <strong>de</strong>uma das principais infraestruturas culturais da cida<strong>de</strong>.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2009, existiam na cida<strong>de</strong> 17 museus que cobremum largo espetro <strong>de</strong> temas e <strong>de</strong> propostas aonível da interação com o público.Para além <strong>de</strong>sta re<strong>de</strong> <strong>de</strong> museus, a cida<strong>de</strong> contacom uma oferta alargada <strong>de</strong> núcleos museológicos,visitáveis pelo público em geral, alguns mediantemarcação prévia. Neste contexto, po<strong>de</strong>m,por exemplo, referir-se os acervos museológicos<strong>de</strong> várias faculda<strong>de</strong>s da Universida<strong>de</strong> do Porto.CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 63


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do número <strong>de</strong> museus(n°)18171615142005 2006 2007 2008 2009Fonte: INEMais uma vez, a capitação da cida<strong>de</strong> neste tipo <strong>de</strong>equipamentos <strong>de</strong>staca-se claramente comparativamenteà registada noutros âmbitos geográficos<strong>de</strong> referência. Em 2009, o Porto apresentava umarelação <strong>de</strong> 0,07 museus por 1000 habitantes, capitaçãomais do que duas vezes superior à média docontinente e mais do triplo da observada ao níveldos nove concelhos que integram o Gran<strong>de</strong> Porto.Museus2009(n°/1000 hab)0,080,070,060,050,040,030,020,010,00Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: INE/cálculos CMP-GEPEQUIPAMENTOS CULTURAIS - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOINE (2009), Estatísticas da CulturaSITES RELACIONADOShttp://www.visitporto.travelhttp://www.oac.pt64 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


<strong>2011</strong>EQUIPAMENTOSDESPORTIVOSSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOA prática regular <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas e <strong>de</strong>sportivas contribui para o bem-estarfísico e mental dos indivíduos ajudando a prevenir e combater um vasto conjunto <strong>de</strong>doenças. Para todos os grupos etários - <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as ida<strong>de</strong>s mais jovens às mais adultas- a ativida<strong>de</strong> física e o <strong>de</strong>sporto representam uma excelente forma <strong>de</strong> ocupaçãodo tempo livre e <strong>de</strong> lazer, constituindo um importante meio <strong>de</strong> promoção da coesãosocial.A existência <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong>sportivos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, diversificada ea<strong>de</strong>quada às necessida<strong>de</strong>s da população, constitui uma mais-valia para uma cida<strong>de</strong>,criando as condições para a prática <strong>de</strong> diversas modalida<strong>de</strong>s e estimulando, <strong>de</strong>uma forma generalizada, a ativida<strong>de</strong> física.Complementarmente, uma boa dotação em matéria <strong>de</strong> infraestruturas <strong>de</strong>sportivaspermite à cida<strong>de</strong> afirmar o seu potencial para acolher eventos e competições <strong>de</strong>sportivas,contribuindo <strong>de</strong>ste modo para a própria oferta local <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazere para o próprio dinamismo económico local.Indicadores selecionados:· Pavilhões poli<strong>de</strong>sportivos· Piscinas <strong>de</strong> acesso público· Outros equipamentos <strong>de</strong>sportivos· Extensão <strong>de</strong> cicloviasCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 65


Pavilhões poli<strong>de</strong>sportivosSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOEquipamentos <strong>de</strong>sportivos cobertos que permitem a prática <strong>de</strong> uma ou várias modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sportivas.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORUm reforço dos pavilhões poli<strong>de</strong>sportivos na cida<strong>de</strong> sinalizará um alargamento das condições <strong>de</strong> basepara a prática <strong>de</strong> muitas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sportivas. Estes equipamentos permitem acolher diversas modalida<strong>de</strong>se a sua proximida<strong>de</strong> junto da comunida<strong>de</strong> favorece e incentiva a prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> físicae <strong>de</strong>sportiva.EVOLUÇÃO RECENTEDe acordo com os dados do Atlas Desportivo dacida<strong>de</strong> do Porto, em 2009 existiam na cida<strong>de</strong> 68pavilhões poli<strong>de</strong>sportivos, o que perfazia umacapitação <strong>de</strong> 0,28 pavilhões por 1000 habitantes.Deste total, apenas 21 pavilhões possuíam as condiçõesnecessárias para a prática <strong>de</strong> competiçõesoficiais. Uma das principais características <strong>de</strong>stetipo <strong>de</strong> equipamento é a sua multifuncionalida<strong>de</strong>,que se encontra bem patente no elevado número<strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s praticadas nos pavilhões dacida<strong>de</strong> (26 modalida<strong>de</strong>s diferentes).66 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOPavilhões poli<strong>de</strong>sportivos2009Fonte: CMP/PortoLazerO padrão <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong>stes equipamentospela cida<strong>de</strong> revelava uma concentração nasfreguesias <strong>de</strong> Paranhos e Ramal<strong>de</strong> (43%), enquantofreguesias como Miragaia, S. Nicolau, Vitória eSanto Il<strong>de</strong>fonso não possuíam qualquer pavilhão.O facto <strong>de</strong> a maioria dos pavilhões poli<strong>de</strong>sportivospertencer a estabelecimentos <strong>de</strong> ensino- públicos e privados - coloca certas restriçõesao nível dos horários <strong>de</strong> utilização por parte dopúblico em geral.CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 67


Piscinas <strong>de</strong> acesso públicoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOPiscinas <strong>de</strong> aprendizagem, <strong>de</strong>sportivas, polivalentes, para fins recreativos e piscinas com dimensõescapazes <strong>de</strong> albergar provas olímpicas e campeonatos do mundo, que possuam acesso livreao público (adaptado <strong>de</strong> Atlas Desportivo Nacional).UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORTal como os pavilhões, as piscinas constituem um importante equipamento <strong>de</strong>sportivo na cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>fácil acesso à população, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os grupos etários mais jovens aos mais seniores. A prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>sem meio aquático é um excelente fator <strong>de</strong> prevenção da saú<strong>de</strong>, proporcionando inúmeros benefíciospara uma vida saudável.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2009, a dotação da cida<strong>de</strong> do Porto em piscinas<strong>de</strong>sportivas, olímpicas e <strong>de</strong> lazer, <strong>de</strong> acessolivre, era <strong>de</strong> 57 equipamentos, que permitiam aprática e treino organizado <strong>de</strong> diversas modalida<strong>de</strong>saquáticas (natação, hidroginástica, poloaquático, etc.). Destas piscinas, 7 encontravam-sehomologadas para receber provas oficiais. Globalmente,a capitação correspon<strong>de</strong>nte a este tipo<strong>de</strong> equipamento era <strong>de</strong> 0,24 por 1000 habitantes.68 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOPiscinas <strong>de</strong> acesso público2009Fonte: CMP/PortoLazerPela sua natureza e particularida<strong>de</strong>, as piscinaspossuem áreas <strong>de</strong> influência superiores às dosrestantes equipamentos formativos, não sendoconsi<strong>de</strong>rados equipamentos <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>.No entanto, quando avaliada a distribuição espacial<strong>de</strong>stes equipamentos pelo concelho, <strong>de</strong>staca-sea freguesia <strong>de</strong> Lor<strong>de</strong>lo do Ouro, com umaconcentração superior a 20% do total <strong>de</strong> piscinas<strong>de</strong> acesso livre (Clube Fluvial Portuense, PiscinaMunicipal Eng.° Armando Pimentel e outras piscinasem health clubs privados). No extremo oposto,as freguesias do Centro Histórico e Nevogil<strong>de</strong> nãopossuem qualquer equipamento <strong>de</strong>ste tipo.Não foram aqui consi<strong>de</strong>radas as piscinas, das diferentescategorias, que oferecem exclusivamenteformas <strong>de</strong> acesso condicionado ao público, comoé, por exemplo, o caso das piscinas dos estabelecimentos<strong>de</strong> ensino, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou militares.CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 69


Outros equipamentos<strong>de</strong>sportivosSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOUnida<strong>de</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes às principais tipologias <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong>sportivos <strong>de</strong> base formativa(à exceção das piscinas <strong>de</strong>sportivas e dos pavilhões poli<strong>de</strong>sportivos): gran<strong>de</strong>s campos <strong>de</strong>jogos, pistas <strong>de</strong> atletismo, poli<strong>de</strong>sportivos <strong>de</strong> exterior, campos <strong>de</strong> ténis e salas polivalentes.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADOROs restantes equipamentos <strong>de</strong> base formativa - para além dos pavilhões - e as piscinas, consi<strong>de</strong>radosem indicadores específicos, contribuem para uma diversida<strong>de</strong> da oferta <strong>de</strong>sportiva que a cida<strong>de</strong> tempara oferecer aos seus habitantes. O aumento <strong>de</strong>ste indicador assinalará que se está a alargar o leque<strong>de</strong> escolha dos cidadãos quanto a locais on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m praticar <strong>de</strong>sporto ou simplesmente on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m<strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong> física, ocupando o seu tempo livre e <strong>de</strong> lazer.EVOLUÇÃO RECENTEA cida<strong>de</strong> do Porto possuía em 2009 um total <strong>de</strong>560 equipamentos <strong>de</strong>sportivos <strong>de</strong> base formativa(excluindo piscinas <strong>de</strong>sportivas e pavilhões poli<strong>de</strong>sportivos),correspon<strong>de</strong>nte a uma relação <strong>de</strong>2,33 equipamentos por 1000 habitantes.Quando avaliados os diversos tipos <strong>de</strong> equipamentosque constituem esta categoria, constata--se que o nível <strong>de</strong> oferta é bastante diferenciado.As salas <strong>de</strong>sportivas e os poli<strong>de</strong>sportivos exteriores<strong>de</strong>tinham a maior representativida<strong>de</strong>, comquotas <strong>de</strong>, respetivamente, 45% e 37% do total.Trata-se, em ambos os casos, <strong>de</strong> equipamentos<strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> e com uma multifuncionalida<strong>de</strong>alargada.70 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTORepartição dos outros equipamentos <strong>de</strong>sportivospor freguesias2009AldoarBonfimCampanhãCedofeitaFoz do DouroLor<strong>de</strong>lo do OuroMassarelosMiragaiaNevogil<strong>de</strong>ParanhosRamal<strong>de</strong>Santo Il<strong>de</strong>fonsoSão NicolauSéVitória020406080100Fonte: CMP/PortoLazer(n°)Inversamente, os equipamentos mais preparadose adaptados para <strong>de</strong>terminadas modalida<strong>de</strong>s -como as pistas <strong>de</strong> atletismo e os gran<strong>de</strong>s campos<strong>de</strong> jogos - eram, como seria <strong>de</strong> esperar, em menornúmero, representando apenas 5% do total (17pistas <strong>de</strong> atletismo e 21 gran<strong>de</strong>s campos).Ao analisar a repartição territorial <strong>de</strong>stes equipamentosconstata-se igualmente uma dotaçãocontrastante por parte das diferentes freguesias,com uma concentração evi<strong>de</strong>nte em Paranhos eRamal<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> se localizavam cerca <strong>de</strong> 32% dototal <strong>de</strong> equipamentos.CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 71


Extensão <strong>de</strong> cicloviasSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOEspaço localizado em áreas urbanas e apetrechado para a evolução livre com patins ou bicicletas<strong>de</strong> recreio (adaptado do conceito do DL 317/97 <strong>de</strong> 25 Nov.).UNIDADEkm/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORPara além dos espaços <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto formais, existe na cida<strong>de</strong> um vasto conjunto <strong>de</strong> espaços fundamentaispara o <strong>de</strong>senvolvimento do <strong>de</strong>sporto informal. Entre estes espaços, hoje em dia cada vez mais procuradospela população para a prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas livres e <strong>de</strong> lazer, <strong>de</strong>stacam-se as ciclovias.O aumento da extensão <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> espaços na cida<strong>de</strong> reforçará as condições <strong>de</strong> base para a prática<strong>de</strong> exercício físico, intensificando o usufruto do espaço e da paisagem urbana.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2009 existiam três ciclovias no concelho doPorto, com uma extensão total <strong>de</strong> 12,3km, o quecorrespondia a 0,05km/1000 habitantes. Uma<strong>de</strong>las, a <strong>de</strong> maior extensão, localiza-se na marginale percorre toda a frente ribeirinha e marítimada cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Ponte D. Luís I até ao Parque daCida<strong>de</strong>. Uma segunda correspon<strong>de</strong> a um pequenotroço ciclável no viaduto da Prelada.72 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOCiclovias2009Fonte: CMP/PortoLazerMais recentemente foi inaugurado um novo percurso<strong>de</strong> ciclovia, com uma extensão aproximada<strong>de</strong> 3,5km, cujo traçado liga o Parque da Cida<strong>de</strong>(entrada nascente, junto à Av. da Boavista) à marginaldo rio Douro (junto ao Fluvial), aumentando,<strong>de</strong>sta forma, a dotação da cida<strong>de</strong> neste tipo <strong>de</strong>equipamento.Apesar <strong>de</strong> ainda não ter uma gran<strong>de</strong> expressãono território concelhio, este tipo <strong>de</strong> equipamentoregistou nos últimos anos um consi<strong>de</strong>rávelincremento. Em 2004 existia apenas a ciclovia daMarginal, com cerca <strong>de</strong> 1km <strong>de</strong> extensão.EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOCE (2007), “Livro branco <strong>sobre</strong> o <strong>de</strong>sporto”, ed. Comissão Europeia.CMP (2009), “Atlas Desportivo da Cida<strong>de</strong> do Porto”, ed. Câmara Municipal do Porto.ECF (2009), “Future cities are cycling cities!”, European Cyclists’ Fe<strong>de</strong>ration.IDP (2009), “Orientações europeias para a activida<strong>de</strong> física - Políticas para a promoção da saú<strong>de</strong> ebem-estar”, ed. Instituto do Desporto <strong>de</strong> Portugal.SITES RELACIONADOShttp://ec.europa.eu/sport/http://www.ciclovia.com.pthttp://www.cm-porto.pt/http://www.ecf.comhttp://www.i<strong>de</strong>sporto.pthttp://www.portolazer.pthttp://www.who.intCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 73


<strong>2011</strong>EQUIPAMENTOSEDUCATIVOSSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOConstituindo uma componente essencial do funcionamento global do sistema educativo,a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecimentos escolares – ao nível do ensino básico e secundário- <strong>de</strong>ve procurar ajustar-se ao dinamismo da procura registada no centro urbano.Em causa está a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assegurar, <strong>de</strong> uma forma equilibrada e qualificada,a presença <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> serviços dirigidos às famílias, num ambiente <strong>de</strong> relativaproximida<strong>de</strong>.INDICADORES SELECIONADOS:· Estabelecimentos <strong>de</strong> ensino básico e secundário· Estabelecimentos <strong>de</strong> ensino com oferta <strong>de</strong> educação pré-escolar74 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


Estabelecimentos doensino básico e secundárioSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOUnida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caráter público ou privado que, funcionando em uma ou mais instalações, agrupamalunos para lhes ser ministrado ensino dos níveis básico e secundário, por um ou mais professores,uns e outros colocados sob uma única direção administrativa e/ou pedagógica.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORA re<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos educativos numa cida<strong>de</strong> é fundamental para o acesso à educação e, consequentemente,para o <strong>de</strong>senvolvimento e realização pessoal dos indivíduos. A sua evolução traduz umtipo <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong>cisivo para a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população resi<strong>de</strong>nte mas também para a populaçãoutilizadora da cida<strong>de</strong>.EVOLUÇÃO RECENTENo ano letivo <strong>de</strong> 2008/09, a cida<strong>de</strong> do Porto apresentavauma dotação <strong>de</strong> 253 estabelecimentosdo ensino básico e secundário (equivalente a 1,04estabelecimentos por 1000 habitantes). Ao longodos últimos anos registou-se uma melhoria dacobertura da re<strong>de</strong> escolar, tendo sido o acréscimono número <strong>de</strong> estabelecimentos do ensinoprivado (que cresceu 18% no intervalo <strong>de</strong> 5 anosaqui analisados) a contribuir para essa melhoriauma vez que ao nível da re<strong>de</strong> do ensino públicoteve lugar uma diminuição, ainda que ligeira(-3,3%).Evolução do número <strong>de</strong> estabelecimentos do ensinobásico e secundário(n°)2602552502452402352302252004/2005 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009Fonte: INECONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 75


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTONo que diz respeito ao parque escolar público, nasequência <strong>de</strong> esforços conjugados entre a administraçãolocal e central, tem-se assistido nosanos mais recentes a uma forte aposta na suarequalificação. As intervenções realizadas têmpermitido dotar os equipamentos existentes comas condições <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e conforto exigidaspelos atuais mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> ensino-aprendizagem (p.ex. cumprimento <strong>de</strong> requisitos ao nível <strong>de</strong> parâmetros<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ambiental e <strong>de</strong> eficiênciaenergética). A quase totalida<strong>de</strong> das 55 escolasdo 1° ciclo do ensino básico foi já objeto <strong>de</strong>steprograma <strong>de</strong> melhorias tendo sido construídosdois novos centros educativos (Antas e S. Miguel<strong>de</strong> Nevogil<strong>de</strong>). No caso dos estabelecimentos doensino secundário sofreram gran<strong>de</strong>s obras <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>laçãoas escolas Soares dos Reis, Rodrigues<strong>de</strong> Freitas, Aurélia <strong>de</strong> Sousa, Carolina Michaelis,Cerco do Porto, Garcia <strong>de</strong> Orta e Filipa <strong>de</strong> Vilhena.Em termos comparativos, a dotação do Porto afigura-semais favorável quando comparada com ado Gran<strong>de</strong> Porto e do continente, respetivamente,com 0,7 e 0,9 estabelecimentos do ensino básico esecundário por 1000 habitantes. A interpretação<strong>de</strong>stes valores <strong>de</strong>verá ter em conta o facto <strong>de</strong> are<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos do Porto estar sujeita auma pressão muito superior já que a populaçãoutilizadora exce<strong>de</strong> largamente a sua populaçãoresi<strong>de</strong>nte.Estabelecimentos do ensino básico e secundário2008/09(n°/1000 hab)1,21,00,80,60,40,20,0Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: INE/cálculos CMP-GEP76 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


Estabelecimentos <strong>de</strong>ensino com oferta <strong>de</strong>educação pré-escolarSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOEstabelecimentos públicos e privados com oferta <strong>de</strong> educação pré-escolar (dos 3 aos 5 anos).UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORA educação pré-escolar constitui a primeira etapa da educação, sendo complementar da ação educativada família. Numa perspetiva <strong>de</strong> aprendizagem ao longo da vida, reconhece-se cada vez mais aimportância <strong>de</strong>sta primeira fase formativa.Um aumento <strong>de</strong>ste indicador refletirá que se está a reforçar condições infraestruturais necessárias aque a universalização da educação pré-escolar possa ter lugar.EVOLUÇÃO RECENTENos últimos anos, a aposta na educação nos primeirosanos <strong>de</strong> vida tem sido assumida <strong>de</strong> formabastante consensual pelos diversos intervenientesno sector (pais, administração pública e agentesprivados). No ano letivo <strong>de</strong> 2008/2009, aoferta <strong>de</strong> educação pré-escolar - na re<strong>de</strong> públicae privada - traduzia-se numa capitação <strong>de</strong> 0,68estabelecimentos por 1000 habitantes na cida<strong>de</strong>do Porto, tendo-se verificado nos últimos anosuma tendência <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> dotação.Evolução do número <strong>de</strong> estabelecimentos comoferta <strong>de</strong> educação pré-escolar(n°)1701651601551502004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09Fonte: INECONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 77


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTORefira-se que, no conjunto dos 165 estabelecimentosexistentes com oferta <strong>de</strong> educaçãopré-escolar, a oferta disponibilizada pelo ensinoprivado representava mais do dobro daquela queexistia no setor público.Confrontando, para o ano <strong>de</strong> 2008/2009, a oferta<strong>de</strong> estabelecimentos da re<strong>de</strong> pré-escolar pública eprivada no Porto, com a verificada nos territórios<strong>de</strong> referência adotados, são <strong>de</strong> registar algumasdiferenças. A dotação em estabelecimentosda re<strong>de</strong> pré-escolar pública apresenta-se maisfavorável no continente (0,42 estabelecimentospor 1000 habitantes) do que no Porto e Gran<strong>de</strong>Porto (0,22 e 0,28, respetivamente). Inversamente,observa-se para o Porto uma dotação reforçadano que diz respeito aos estabelecimentos da re<strong>de</strong>pré-escolar privada.Estabelecimentos com educação pré-escolar2008/09(n° 1000/hab)0,500,450,400,350,300,250,200,150,100,050,00Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: INE/cálculos CMP-GEP Pré-escolar público Pré-escolar privadoEQUIPAMENTOS EDUCATIVOS - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOCMP (2007), Carta Educativa do Porto, ed. Câmara Municipal do Porto.GEPE (2010), Educação em Números – Portugal 2010, ed. GEPE, Ministério da Educação.SITES RELACIONADOShttp://www.gepe.min-edu.pthttp://www.parque-escolar.pt78 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


<strong>2011</strong>EQUIPAMENTOS SOCIAIS EDE SAÚDESISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOOs equipamentos vocacionados para a prestação <strong>de</strong> serviços sociais e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> são,pelas suas funções, fundamentais para apoiar o dia a dia das famílias, disponibilizandoserviços orientados, <strong>sobre</strong>tudo, para os seus elementos mais vulneráveiscomo é o caso das crianças e dos idosos.Uma boa oferta em termos quantitativos e, <strong>sobre</strong>tudo, em termos da qualida<strong>de</strong> dosserviços prestados constitui uma indubitável mais-valia para qualquer território,especialmente quando se trata <strong>de</strong> equipamentos cuja área <strong>de</strong> influência ultrapassaas fronteiras da cida<strong>de</strong>, servindo toda a população que nela resi<strong>de</strong>, trabalha, estudaou que simplesmente recorre aos serviços que ela tem para oferecer.INDICADORES SELECIONADOS:· Capacida<strong>de</strong> das creches· Capacida<strong>de</strong> dos lares, centros <strong>de</strong> dia e apoio domiciliário· Centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e extensões· Médicos· Utentes dos centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sem médico <strong>de</strong> famíliaCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 79


Capacida<strong>de</strong> das crechesSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOLugares disponíveis em equipamentos <strong>de</strong> natureza socioeducativa (das re<strong>de</strong>s solidária, pública elucrativa) para acolher crianças até aos 3 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> durante o período diário correspon<strong>de</strong>nteao impedimento dos pais ou da pessoa que tenha a sua guarda <strong>de</strong> facto (conceito do MTSS/GEP).UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORNo contexto da socieda<strong>de</strong> atual é frequente, a partir dos primeiros meses <strong>de</strong> vida dos bebés, os paisprocurarem equipamentos on<strong>de</strong> os seus filhos possam permanecer durante o seu período <strong>de</strong> trabalhodiário. Especialmente nas cida<strong>de</strong>s, vão sendo cada vez mais raras as situações em que o cuidado dascrianças é assegurado por avós e/ou por familiares próximos, sendo frequente a procura por parte dasfamílias <strong>de</strong> uma creche para os seus filhos junto do local <strong>de</strong> emprego e/ou <strong>de</strong> residência.O incremento da procura, fortemente motivado por uma participação acrescida da mulher no mercado<strong>de</strong> trabalho, gera por vezes dificulda<strong>de</strong> em encontrar a resposta a<strong>de</strong>quada ao nível <strong>de</strong>sta vertentedo apoio social. Daí a importância <strong>de</strong> acompanhar o aumento e diversificação do leque <strong>de</strong> respostasinstitucionais.EVOLUÇÃO RECENTENo ano <strong>de</strong> 2010 as creches localizadas na cida<strong>de</strong>tinham uma capacida<strong>de</strong> para acolher 2.702 crianças,total que exprimia uma relação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>11,3 lugares por cada 1000 habitantes.Entre 2007 e 2010 a tendência tem sido <strong>de</strong> aumentotendo-se verificado um acréscimo global<strong>de</strong> 230 lugares neste tipo <strong>de</strong> equipamentos.80 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução da capacida<strong>de</strong> das creches(n°)2.8002.7002.6002.5002.4002.3002007 2008 2009 2010Fonte: MTSS-GEPNo gráfico seguinte apresenta-se a distribuiçãoda capacida<strong>de</strong> instalada pelas freguesias da cida<strong>de</strong>,<strong>de</strong>stacando-se Cedofeita - na área centralda cida<strong>de</strong> - com a maior concentração <strong>de</strong> lugares(17,9%).(%)181614121086420Distribuição da capacida<strong>de</strong> das creches2010AldoarBonfimCampanhãCedofeitaFoz do DouroLor<strong>de</strong>lo do OuroMassarelosMiragaiaNevogil<strong>de</strong>ParanhosRamal<strong>de</strong>Santo Il<strong>de</strong>fonsoSão NicolauSéVitóriaFonte: MTSS-GEPCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 81


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOComparativamente com outros âmbitos geográficos,o Porto evi<strong>de</strong>ncia uma situação mais favoráveldo que o Gran<strong>de</strong> Porto e o continente. Tambémao nível <strong>de</strong>stes outros âmbitos se tem verificadoum aumento da capacida<strong>de</strong> das creches, que espelhauma maior preocupação por parte das políticassociais com a proteção das crianças e com acriação <strong>de</strong> condições facilitadoras da conciliaçãoda vida familiar com a vida profissional.Capacida<strong>de</strong> das creches2010(n°/1000 hab)121086420Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: MTSS-GEP/cálculos CMP-GEP82 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


Capacida<strong>de</strong> dos lares,centros <strong>de</strong> dia e apoiodomiciliárioSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOLugares disponíveis em equipamentos das re<strong>de</strong>s solidária, pública e lucrativa, <strong>de</strong> apoio à vidaquotidiana dos idosos e em respostas sociais <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> cuidados individualizados e personalizadosno domicílio.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORAs alterações <strong>de</strong>mográficas resultantes do redimensionamento familiar, nomeadamente a diminuiçãodas famílias alargadas e o crescimento das famílias nucleares, apontam para uma cada vez maisreduzida disponibilida<strong>de</strong> dos agregados familiares para tratarem dos seus idosos, muitos dos quais aviverem sós.Face a esta realida<strong>de</strong>, o incremento <strong>de</strong>ste indicador traduz uma melhor preparação da cida<strong>de</strong> parafazer face ao progressivo envelhecimento <strong>de</strong>mográfico que se faz sentir em Portugal e que caracterizaigualmente a generalida<strong>de</strong> dos países europeus.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2010, o Porto dispunha <strong>de</strong> 6.284 lugares emequipamentos e serviços dirigidos aos idosos, oque equivalia a uma dotação <strong>de</strong> 26,4 lugares porcada 1000 habitantes.A capacida<strong>de</strong> total tem vindo a aumentar sucessivamente- a um ritmo médio <strong>de</strong> 3,7% ao ano- concorrendo para tal crescimento, <strong>sobre</strong>tudo,a evolução dos lugares em serviços <strong>de</strong> apoio domiciliário.Esta dinâmica, verificada igualmentea nível nacional, visa a criação <strong>de</strong> condições quepermitam retardar a institucionalização dos maisvelhos, através da prestação <strong>de</strong> apoio, sempreque possível, no seu ambiente <strong>de</strong> vida.CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 83


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução da capacida<strong>de</strong> dos lares, centros <strong>de</strong> diae apoio domiciliário(n°)7.0006.0005.0004.0003.0002.0001.00002007 2008 2009 2010LaresCentros <strong>de</strong> diaServiços <strong>de</strong> apoio domiciliárioFonte: MTSS-GEPNo gráfico seguinte encontra-se representadaa distribuição pelas freguesias da capacida<strong>de</strong>total dos lares, centros <strong>de</strong> dia e serviços <strong>de</strong> apoiodomiciliário: Paranhos era a freguesia com umamaior dotação, concentrando quase 1/5 do total<strong>de</strong> lugares disponíveis no Porto.(%)24Distribuição da capacida<strong>de</strong> dos lares, centros <strong>de</strong> dia eapoio domiciliário2010201612840AldoarBonfimCampanhãCedofeitaFoz do DouroLor<strong>de</strong>lo do OuroMassarelosMiragaiaNevogil<strong>de</strong>ParanhosRamal<strong>de</strong>Santo Il<strong>de</strong>fonsoSão NicolauSéVitóriaFonte: MTSS-GEP84 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOComparativamente com o continente e, <strong>sobre</strong>tudo,com o Gran<strong>de</strong> Porto, a cida<strong>de</strong> apresentava, em2010, uma dotação relativa superior.Capacida<strong>de</strong> dos lares, centros <strong>de</strong> dia e apoio domiciliário2010(n°/1000 hab)302520151050Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: MTSS-GEP/cálculos CMP-GEPCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 85


Centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>e extensõesSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOUnida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> primários.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADOROs centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> são as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mais próximas do cidadão.Constituindo a primeira linha <strong>de</strong> atuação do Serviço Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, insere-se na sua esfera <strong>de</strong>ação a prestação dos cuidados primários, médicos e <strong>de</strong> enfermagem, assim como o acompanhamentoregular e contínuo dos utentes através, nomeadamente, dos médicos <strong>de</strong> família.A sua ação dirige-se quer à saú<strong>de</strong> individual, quer familiar, sendo também uma das suas funções ainteração com entida<strong>de</strong>s cujo âmbito <strong>de</strong> atuação se relacione com a saú<strong>de</strong>, como sejam as instituições<strong>de</strong> educação e ação social.Nesta perspetiva, a análise evolutiva <strong>de</strong>ste indicador permite acompanhar a dotação da cida<strong>de</strong> emequipamentos que, pela sua natureza, são <strong>de</strong> interesse vital para o bem-estar da população.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2010, encontravam-se em funcionamento, noPorto, 23 centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e extensões, dotaçãoque traduz uma taxa <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 0,1unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste tipo por cada 1000 resi<strong>de</strong>ntes.O número total <strong>de</strong>stas unida<strong>de</strong>s – que englobaas se<strong>de</strong>s dos centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, as extensões e asunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> familiar (USF) - aumentou noperíodo em análise, no contexto do processo <strong>de</strong>reforma dos cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que se tem vindo a<strong>de</strong>senvolver nos últimos anos no país.A criação, em 2008, dos Agrupamentos <strong>de</strong> Centros<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ACES) conduziu à reconfiguração <strong>de</strong>stesequipamentos a nível local, <strong>de</strong>signadamente coma expansão inicial <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> familiare, mais recentemente, <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> personalizados. Estas unida<strong>de</strong>s funcionais,integradas em centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e articuladasnuma lógica <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, têm por missão a prestação<strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> personalizados comqualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> forma eficiente, assegurando ummelhor acesso aos mesmos por parte <strong>de</strong> todos oscidadãos.86 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cuidados<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> primários(n°)242322212019182007 2008 2009 2010Fonte: ARS-NorteAs competências das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>, na atualida<strong>de</strong>, vão paraalém da prestação <strong>de</strong> cuidados médicos e <strong>de</strong>enfermagem, procurando-se que estas se tornemmais a<strong>de</strong>quadas à situação local em termos <strong>de</strong>mográficose epi<strong>de</strong>miológicos.CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 87


MédicosSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOMédicos que exercem a sua prática profissional nos hospitais oficiais e privados e nos centros <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> e extensões, localizados no âmbito geográfico em questão.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORA concentração <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no Porto, cuja área <strong>de</strong> influência não se circunscreve aos limitesda cida<strong>de</strong>, nem aos seus resi<strong>de</strong>ntes, obriga a que a leitura <strong>de</strong>ste indicador seja feita com especialcautela.De qualquer modo, acréscimos do número <strong>de</strong> profissionais ao serviço representarão uma mais-valiano funcionamento do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, ao traduzir uma maior disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos humanosqualificados para a prestação <strong>de</strong> cuidados médicos aos cidadãos.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2009, encontravam-se ao serviço nos hospitaise centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong> 3.111 médicos –cerca <strong>de</strong> 13 por cada 1000 habitantes –, dos quais93% exerciam a sua ativida<strong>de</strong> em hospitais.<strong>de</strong> pessoal médico, sendo <strong>de</strong> referir que o número<strong>de</strong> médicos ao serviço nos cuidados <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong><strong>de</strong>cresceu no período consi<strong>de</strong>rado cerca <strong>de</strong>1,8% ao ano, em termos médios.Face a 2005, verificou-se uma diminuição do total88 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do número <strong>de</strong> médicos ao serviço(n°)3.5003.0002.5002.0001.5001.0005000Fonte: INE2005 2006 2007 2008 2009HospitaisCentros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e extensõesApesar <strong>de</strong>sta tendência, a situação do Porto, em2009, apresentava-se bastante mais favorávelcomparativamente à que era observada ao níveldo Gran<strong>de</strong> Porto e, <strong>sobre</strong>tudo, do país (quase 5vezes mais médicos por cada 1000 resi<strong>de</strong>ntes nocaso do Porto).Os médicos ao serviço na cida<strong>de</strong> representavam,no mesmo ano, 61% do valor total dos municípiosdo Gran<strong>de</strong> Porto e 11% do total para o país,evi<strong>de</strong>nciando-se, assim, a sua importância comopolo <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong>stes profissionais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>.Médicos2009(n°/1000 hab)14121086420Porto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalFonte: INE/cálculos CMP-GEPCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 89


Utentes dos centros<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sem médico<strong>de</strong> famíliaSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOUtentes inscritos nos centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que não têm médico <strong>de</strong> família atribuído.UNIDADE%LEITURA DO INDICADORConstituindo os centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> primeira linha na prestação dos cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, aanálise dos utentes sem médico <strong>de</strong> família constitui uma forma <strong>de</strong> apreciar a acessibilida<strong>de</strong> efetiva doscidadãos a serviços <strong>de</strong> acompanhamento regular da sua condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Um aumento <strong>de</strong>ste indicador revela uma <strong>de</strong>gradação da situação da cida<strong>de</strong> no que concerne à coberturada proteção na saú<strong>de</strong>.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2010, 14% dos utentes inscritos em centros<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do Porto não tinham médico <strong>de</strong> famíliaatribuído.A proporção <strong>de</strong> cidadãos sem cobertura ao níveldos cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> primários <strong>de</strong>gradou-se <strong>de</strong>forma contínua no período em análise - em 2006este valor ficava-se em 8,8%.Entre 2006 e 2010 verificou-se uma diminuição<strong>de</strong> 45 médicos ao serviço nos centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> eextensões da cida<strong>de</strong>.Evolução da proporção <strong>de</strong> utentes sem médico<strong>de</strong> família atribuído(%)1614121082006 2007 2008 2009 2010Fonte: ARS-Norte90 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEm 2010 estavam inscritos 323.698 utentes noscentros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do Porto, um valor que excediaem cerca <strong>de</strong> 36% a população resi<strong>de</strong>nte na cida<strong>de</strong>e que traduz a enorme pressão colocada <strong>sobre</strong>este tipo <strong>de</strong> equipamentos.Esta situação <strong>de</strong>corre, em larga medida, do facto<strong>de</strong>, segundo a legislação vigente, os cidadãospo<strong>de</strong>rem escolher o centro <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> on<strong>de</strong> queremser acompanhados, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja recursos humanos,técnicos e financeiros disponíveis, muitoembora se reconheça igualmente que, nalgunscasos, as listas dos centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não se encontrematualizadas com os utentes que efetivamenterecorrem a estes equipamentos, existindo,por exemplo, situações <strong>de</strong> utentes inscritos emmais do que um centro <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.EQUIPAMENTOS SOCIAIS E DE SAÚDE - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOARS-NORTE (<strong>2011</strong>), Relatório <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s 2010, ed. Administração Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Norte,I.P.CMP (2008), Re<strong>de</strong> Social do Porto – Relatório <strong>de</strong> Pré-diagnóstico, ed. Câmara Municipal do Porto(Gabinete <strong>de</strong> Estudos e Planeamento/Departamento Municipal <strong>de</strong> Estudos).DGEEP/MTSS (2007), Creche, Centro <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s Ocupacionais e Lar para Idosos: A Percepçãodos Utentes – Um Inquérito à <strong>Qualida<strong>de</strong></strong>, A<strong>de</strong>quação e Satisfação – Carta Social 2005, ed. Direcção-Geral<strong>de</strong> Estudos, Estatística e Planeamento/Ministério do Trabalho e da Solidarieda<strong>de</strong> Social.ERS (2009), Estudo do Acesso aos Cuidados <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Primários do SNS, ed. Entida<strong>de</strong> Reguladora daSaú<strong>de</strong>.MS/DGS (2004), Plano Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 2004-2010: mais saú<strong>de</strong> para todos, Volume I e II, ed.Direcção-Geral da Saú<strong>de</strong>, ed. Ministério da Saú<strong>de</strong>.OMS (2008), Relatório Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 2008: Cuidados <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Primários Agora Mais que Nunca,ed. Alto Comissariado da Saú<strong>de</strong> (versão portuguesa).SITES RELACIONADOShttp://www.acs.min-sau<strong>de</strong>.pthttp://www.cartasocial.pthttp://www.dgs.pthttp://www.portaldasau<strong>de</strong>.gov.ptCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 91


<strong>2011</strong>EDIFICADOSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOO tecido edificado representa um pilar importante da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> urbana. Este tipo<strong>de</strong> património po<strong>de</strong> ser valorizado em múltiplas perspetivas: arquitetónica, urbanística,estética, paisagística, cultural e histórica, evocando <strong>de</strong> uma forma geral aherança da cida<strong>de</strong>.Do ponto <strong>de</strong> vista coletivo, o estado do edificado e a qualificação urbanística, emgeral, condicionam o usufruto do espaço público pela população resi<strong>de</strong>nte e pelosseus visitantes.INDICADORES SELECIONADOS:· Edifícios reabilitados92 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


Edifícios reabilitadosSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOEdifícios reabilitados concluídos (sujeitos a obras <strong>de</strong> ampliações, alteração ou reconstrução),(conceito adaptado do INE).UNIDADEn°LEITURA DO INDICADORA ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reabilitação relacionada com a conclusão <strong>de</strong> obras no edificado, seja <strong>de</strong> ampliação,alteração ou reconstrução, constitui um indicador <strong>de</strong> interesse para acompanhar a dinâmica evolutivada cida<strong>de</strong> relacionada com este tipo <strong>de</strong> intervenção. A reabilitação urbana constitui um processovasto, <strong>de</strong> intervenção no tecido urbano existente, que procura melhorar o <strong>de</strong>sempenho funcional e <strong>de</strong>segurança dos edifícios e respon<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>safios atuais com que se confrontam as áreas urbanas.EVOLUÇÃO RECENTENo ano <strong>de</strong> 2010 foram concluídas obras <strong>de</strong> reabilitação- envolvendo trabalhos <strong>de</strong> reconstrução,alteração e ampliação - em 237 edifícios dacida<strong>de</strong> do Porto. Des<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> 2006 que se vemregistando um aumento progressivo no número <strong>de</strong>edifícios reabilitados anualmente.Evolução do número <strong>de</strong> edifícios reabilitados(n°) (%)250807020015060504010050302010002006 2007 2008 2009 2010Edifícios reabilitados (n°)Edifícios reabilitados/edificados (%)Fonte: INECONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 93


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEste crescimento verificado em termos absolutos,ao qual não é alheio o esforço que tem vindo a ser<strong>de</strong>senvolvido pela Porto Vivo, Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Reabilitação<strong>Urbana</strong> do Porto, teve correspondênciano aumento do peso relativo das intervenções <strong>de</strong>reabilitação no conjunto das obras <strong>de</strong> edificaçãoconcluídas. Em 2010 esta proporção atingiu já72%. Comparativamente com outros âmbitos geográficosesta quota correspon<strong>de</strong>nte aos edifíciosreabilitados no conjunto das obras <strong>de</strong> edificaçãosuperava largamente a registada ao nível doGran<strong>de</strong> Porto (25%) e do continente (23%).Edifícios reabilitados no conjuntodas obras <strong>de</strong> edificação 2010(%)80706050403020100Fonte: INEPorto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteEDIFÍCIOS REABILITADOS - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOAECOPS (2009), O Mercado da reabilitação – enquadramento, relevância e perspectivas, ed. Associação<strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Construção, Obras Públicas e Serviços.SITES RELACIONADOShttp://www.portovivosru.pt94 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


<strong>2011</strong>MOBILIDADESISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOO incremento da taxa <strong>de</strong> motorização e da utilização do transporte individual nosúltimos anos tem-se refletido em piores condições <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong> nos centrosurbanos <strong>de</strong>vido, <strong>sobre</strong>tudo, à intensificação e congestionamento dos volumes <strong>de</strong>tráfego, com consequências diretas no ambiente, na saú<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida daspessoas.Uma das componentes da mobilida<strong>de</strong> urbana que mais po<strong>de</strong> contribuir para umaredução dos níveis <strong>de</strong> congestionamento das cida<strong>de</strong>s e, ainda, <strong>de</strong>sincentivar as <strong>de</strong>slocaçõesem transporte individual no interior das cida<strong>de</strong>s é a existência <strong>de</strong> um sistema<strong>de</strong> transportes públicos urbanos eficaz, eficiente e apelativo para o cidadão.Neste sentido, as políticas para o setor apontam para medidas <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> umamobilida<strong>de</strong> sustentável, que se traduza numa diminuição da utilização do transporteindividual e num aumento das <strong>de</strong>slocações em transporte público, tendo comoobjetivo uma redução dos níveis <strong>de</strong> congestionamento, das emissões <strong>de</strong> gases comefeito <strong>de</strong> estufa (GEE) e da poluição sonora e atmosférica e ainda um aumento dapoupança energética.INDICADORES SELECIONADOS:· Velocida<strong>de</strong> média em transporte individual (sem dados atualizados)· Velocida<strong>de</strong> média em transporte público· Passageiros em transporte público· Lugares em parques <strong>de</strong> estacionamentoCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 95


Velocida<strong>de</strong> média emtransporte públicoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOVelocida<strong>de</strong> comercial calculada com base na frota <strong>de</strong> autocarros da STCP. Inclui os tempos dasparagens para entrada e saída <strong>de</strong> passageiros e as paragens <strong>de</strong>vidas ao congestionamento <strong>de</strong>trânsito.UNIDADEkm/hLEITURA DO INDICADORPara que uma cida<strong>de</strong> possua boas condições <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> e acessibilida<strong>de</strong> é fundamental a existência<strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> transportes coletivos eficiente, fiável e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que se assuma como a melhoropção para as <strong>de</strong>slocações diárias e a alternativa mais sustentável em termos ambientais.Com a monitorização da velocida<strong>de</strong> média em transporte público preten<strong>de</strong>-se avaliar a evolução dascondições <strong>de</strong> circulação na cida<strong>de</strong>, sendo que uma evolução positiva <strong>de</strong>ste indicador traduz uma maiorflui<strong>de</strong>z <strong>de</strong> tráfego. Um aumento da velocida<strong>de</strong> comercial do transporte público é, ainda, um fator quepo<strong>de</strong> contribuir para uma maior utilização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> transporte, tornando-o mais apelativo, relativamentea outros modos <strong>de</strong> transporte.EVOLUÇÃO RECENTENos últimos anos a velocida<strong>de</strong> média registadapelos transportes públicos rodoviários na cida<strong>de</strong>do Porto não tem registado gran<strong>de</strong>s oscilações. Atendência evolutiva mostra um aumento muitoligeiro entre 2007 e 2010, ano em que foi atingidoo valor médio <strong>de</strong> 12,9km/h.Trata-se <strong>de</strong> um indicador sujeito a efeitos <strong>de</strong>sazonalida<strong>de</strong> já que, em regra, os meses on<strong>de</strong>se atingem as velocida<strong>de</strong>s médias mais elevadascorrespon<strong>de</strong>m aos meses <strong>de</strong> verão (junho eagosto), enquanto os meses <strong>de</strong> inverno, principalmenteoutubro e <strong>de</strong>zembro, costumam registar osmenores valores.96 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução da velocida<strong>de</strong> média em transporte público(km/h)1514131211101sem07 2sem07 1sem08 2sem08 1sem09 2sem09 1sem10 2sem10Fonte: STCPCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 97


Passageiros emtransporte públicoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOTotal <strong>de</strong> passageiros em transporte público, medidos em função do número <strong>de</strong> validações dostítulos <strong>de</strong> transporte. Inclui os passageiros transportados em toda a re<strong>de</strong> da STCP e do Metro doPorto.UNIDADEn° (milhões)LEITURA DO INDICADORO transporte público coletivo <strong>de</strong> passageiros nos meios urbanos é um dos fatores chave <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>das cida<strong>de</strong>s, pelas suas implicações na própria mobilida<strong>de</strong> urbana, mas também, pela suaimportância em termos ambientais e económicos.A evolução do número <strong>de</strong> passageiros que utilizam os transportes públicos urbanos permite obter umaleitura da procura <strong>de</strong>ste modo <strong>de</strong> transporte, constituindo o aumento <strong>de</strong>ste valor uma boa indicaçãoem termos <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana já que sugere uma retração da opção <strong>de</strong> utilização do transporteindividual.EVOLUÇÃO RECENTEEntre 2006 e 2010 verificou-se um ligeiro aumentoda utilização do transporte público na re<strong>de</strong> queserve a cida<strong>de</strong> do Porto. As validações dos títulos<strong>de</strong> transporte registaram uma taxa <strong>de</strong> variaçãomédia positiva que, no entanto, não ultrapassouo valor <strong>de</strong> 1% ao ano, neste intervalo <strong>de</strong> 5 anos.Em 2010 foram transportados em autocarros e nometro 162,8 milhões <strong>de</strong> passageiros.Evolução da utilização <strong>de</strong> transporte público(validações)(milhões)1801701601501401302006 2007 2008 2009 2010Fonte: MP/STCP98 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTONeste período, assistiu-se à consolidação dosistema intermodal <strong>de</strong> bilhetes sem contacto(Andante), bem como à reestruturação da re<strong>de</strong> daoperadora <strong>de</strong> transportes coletivos rodoviários, oque terá contribuído para um aumento das taxas<strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>ste modo <strong>de</strong> transporte.Adicionalmente, a própria conjuntura económica<strong>de</strong>sfavorável e o aumento dos preços doscombustíveis que se verificaram no período emanálise, po<strong>de</strong>rão ter tido um efeito convergente,condicionando a opção pelo transporte públicoem <strong>de</strong>trimento do individual, contribuindo <strong>de</strong>staforma para uma diminuição do congestionamento<strong>de</strong> tráfego e para melhores níveis <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>.CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 99


Lugares em parques <strong>de</strong>estacionamentoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOLugares em parques <strong>de</strong> estacionamento privados e parques municipais pagos, gratuitos e concessionados.UNIDADEn°LEITURA DO INDICADORO aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estacionamento na cida<strong>de</strong> tem procurado dar resposta ao objetivo <strong>de</strong> diminuiro estacionamento na via pública, facilitar a circulação e permitir um melhor acesso das pessoas,<strong>de</strong>signadamente ao centro da cida<strong>de</strong>, contribuindo também <strong>de</strong>sta forma para a revitalização <strong>de</strong>steespaço.Este aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estacionamento exige uma monitorização atenta já que, ao criar maisfacilida<strong>de</strong>s aos automobilistas, po<strong>de</strong> constituir um estímulo adicional para a utilização do automóvelprivado.EVOLUÇÃO RECENTEEntre 2001 e 2009 a oferta <strong>de</strong> estacionamento emparques na cida<strong>de</strong> do Porto cresceu cerca <strong>de</strong> 43%,tendo esta evolução sido mais marcada no setorprivado, que registou um aumento superior a 90%(cerca <strong>de</strong> 4.600 lugares).O elevado incremento na capacida<strong>de</strong> global <strong>de</strong>lugares em parques <strong>de</strong> estacionamento verificadoentre 2004 e 2007 é justificado, <strong>sobre</strong>tudo, pelaabertura <strong>de</strong> alguns parques <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões,<strong>de</strong>signadamente o parque do Centro ComercialDolce Vita, o parque da Casa da Música eainda o parque do Castelo do Queijo.100 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOLugares em parques <strong>de</strong> estacionamento (n°)Tipo <strong>de</strong> parque <strong>de</strong> estacionamento2001 2004 20072009Municipais Concessionados2.9793.4363.4883.600Municipais Gratuitos735625484484Municipais Pagos2.1472.0811.7211.802Privados4.9444.4039.4949.582Total <strong>de</strong> lugares10.80510.54515.18715.468Fonte: CMP-DMVPNo que respeita à tipologia dominante, os parquesprivados representavam a gran<strong>de</strong> maioriada oferta disponível <strong>de</strong>tendo, em 2009, mais <strong>de</strong>60% dos 15.468 lugares existentes na cida<strong>de</strong>. Osparques municipais, gratuitos e pagos, nesse ano,totalizavam cerca <strong>de</strong> 15% do total <strong>de</strong> lugares.Avaliando a sua distribuição geográfica, constata-seque a área central concentrava a maioriados lugares em parques <strong>de</strong> estacionamento (53%),sendo a freguesia <strong>de</strong> Santo Il<strong>de</strong>fonso aquela queapresentava uma melhor dotação (21% dos lugares).Parques <strong>de</strong> estacionamento2009Fonte: CMP/DMVPCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 101


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOAs freguesias da periferia eram, <strong>de</strong> um modogeral, as que registavam as menores capacida<strong>de</strong>s,sendo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar a Foz do Douro por ser a únicaque não possuía nenhum parque <strong>de</strong> estacionamento<strong>de</strong> acesso ao público.É ainda <strong>de</strong> referir que existia apenas um parque<strong>de</strong> estacionamento com o sistema park&ri<strong>de</strong> (Interfacedo Metro do Porto na Estação do Estádiodo Dragão), com capacida<strong>de</strong> para mais <strong>de</strong> 860lugares, que permite uma integração entre o bilhete<strong>de</strong> transporte público e o <strong>de</strong> estacionamentonum mesmo cartão, numa tentativa <strong>de</strong> dissuadira utilização do transporte individual no interiorda cida<strong>de</strong>.MOBILIDADE - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOCE (2001), Livro Branco “A Política Europeia <strong>de</strong> Transportes no Horizonte 2010: a Hora das Opções”,ed. Comissão Europeia.CE (2007), Livro ver<strong>de</strong> “Por uma nova cultura <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana”, ed. Comissão Europeia.CE (2009), Plano <strong>de</strong> Acção para a Mobilida<strong>de</strong> <strong>Urbana</strong>, ed. Comissão Europeia.CMP/UP-FEUP (2005), Caracterização do Estacionamento na cida<strong>de</strong> do Porto - Relatório final.CMP (2008), Medidas <strong>de</strong> Priorida<strong>de</strong> ao Transporte Público Rodoviário na Cida<strong>de</strong> do Porto, ed.Câmara Municipal do Porto (Direcção Municipal da Via Pública).DGOTDU (<strong>2011</strong>), Acessibilida<strong>de</strong>, Mobilida<strong>de</strong> e Logística <strong>Urbana</strong> - Série Política <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong>s 6, ed.Direcção-Geral do Or<strong>de</strong>namento do Território e Desenvolvimento Urbano.MOPTC (2009), Plano Estratégico <strong>de</strong> Transportes 2008–2020, ed. Ministério das Obras Públicas,Transportes e Comunicações.SITES RELACIONADOShttp://www. ec.europa.eu/transporthttp://www.civitas-initiative.orghttp://www.imtt.pthttp://www.eea.europa.eu/themes/transport102 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


<strong>2011</strong>COMÉRCIO E SERVIÇOSSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOA facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a um conjunto diversificado <strong>de</strong> bens e serviços <strong>de</strong> apoio àsnecessida<strong>de</strong>s básicas das famílias e às suas rotinas da vida quotidiana representauma condição essencial para a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida urbana.Por outro lado, a elevada concentração <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, característica dasmetrópoles, torna-as componentes chave da economia local, por gerarem empregoe refletirem a dinâmica geral da cida<strong>de</strong>.INDICADORES SELECIONADOS:· Estabelecimentos <strong>de</strong> comércio a retalho· Serviços <strong>de</strong> apoio à população· Hotéis e restaurantesCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 103


Estabelecimentos <strong>de</strong>comércio a retalhoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOEstabelecimentos <strong>de</strong> comércio a retalho.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORO comércio a retalho, enquanto ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>, está vocacionado para suprir as necessida<strong>de</strong>smais comuns da população, transacionando bens <strong>de</strong> consumo frequente, direcionados para oconsumidor final.Quanto maior a dotação da cida<strong>de</strong> neste tipo <strong>de</strong> estabelecimentos, maior a oferta, em quantida<strong>de</strong> ediversida<strong>de</strong>, dos produtos comercializados e, logo, maior a facilida<strong>de</strong> e comodida<strong>de</strong> no acesso a essesbens.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2009, contabilizavam-se no Porto 2.801 estabelecimentos<strong>de</strong> comércio a retalho, que representavam19,5% do total <strong>de</strong> estabelecimentos comativida<strong>de</strong> económica do concelho e correspondiaa uma capitação <strong>de</strong> 11,6 unida<strong>de</strong>s por 1000habitantes. Apesar da trajetória evolutiva não serlinear, a oscilação dos valores foi pouco significativa,pelo que se po<strong>de</strong>rá falar <strong>de</strong> uma situação <strong>de</strong>relativa estabilida<strong>de</strong> no período em análise.3.000(n°)Evolução do número <strong>de</strong> estabelecimentos <strong>de</strong>comércio a retalho2.9002.8002.7002005 2006 2007 2008 2009Fonte: MTSS-GEP104 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOOs estabelecimentos comerciais retalhistas doPorto, em 2009, representavam 33% do total dasunida<strong>de</strong>s existentes nos 9 municípios do Gran<strong>de</strong>Porto, dado que evi<strong>de</strong>ncia a importância que acida<strong>de</strong> continua a manter como centralida<strong>de</strong>comercial. Em termos <strong>de</strong> capitação apresentavaquase o dobro das unida<strong>de</strong>s comerciais por 1000habitantes do que o Gran<strong>de</strong> Porto e que o país.Estabelecimentos <strong>de</strong> comércio a retalho2009(n°/1000 hab)141210864Porto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalFonte: MTSS-GEP/cálculos CMP-GEPCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 105


Serviços <strong>de</strong> apoioà populaçãoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOEstabelecimentos <strong>de</strong> serviços diversificados <strong>de</strong> apoio à população.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADOROs serviços <strong>de</strong> apoio, tal como o próprio nome sugere, referem-se a serviços que, pelas suas funções,suportam a vida quotidiana da população que utiliza a cida<strong>de</strong>.Trata-se <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, como as das instituições bancárias, dos correios, dos laboratórios <strong>de</strong> análisesclínicas, dos salões <strong>de</strong> cabeleireiro, dos ginásios ou das agências <strong>de</strong> viagem, entre outras, cuja existência,para além <strong>de</strong> contribuir para uma boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida individual, assume um papel relevante nadinamização económica local.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2009, encontravam-se instalados na cida<strong>de</strong>do Porto 1.160 estabelecimentos <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong>serviços diversificados, o que equivale a uma dotação<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 4,8 estabelecimentos por 1000habitantes.O Porto registou, no período 2005-2009, um crescimentoda oferta <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s a uma taxamédia ajustada <strong>de</strong> 2,2% ao ano.Evolução do número <strong>de</strong> estabelecimentos <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> apoio à população(n°)1.2001.1801.1601.1401.1201.1001.0801.0602005 2006 2007 2008 2009Fonte: MTSS-GEP106 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOComparativamente com os outros âmbitos geográficos<strong>de</strong> referência, em 2009, o Porto posicionou-se<strong>de</strong> forma favorável. Apresentou sensivelmenteo dobro da capitação do Gran<strong>de</strong> Porto e dopaís no seu conjunto.Estabelecimentos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> apoio à população2009(n°/1000 hab)543210Porto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalFonte: MTSS-GEP/cálculos CMP-GEPCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 107


Hotéis e restaurantesSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOEstabelecimentos hoteleiros e <strong>de</strong> restauração.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADOROs hotéis e restaurantes encontram-se tradicionalmente concentrados em meio urbano, dirigindo-se -no caso concreto dos restaurantes - não apenas à população resi<strong>de</strong>nte mas, <strong>sobre</strong>tudo, aos turistas. Aqualida<strong>de</strong> dos serviços que prestam é <strong>de</strong>terminante para a fi<strong>de</strong>lização dos visitantes e para a projeçãodo centro urbano.Um acréscimo da dotação da cida<strong>de</strong> neste tipo <strong>de</strong> estabelecimentos sinaliza o reforço da capacida<strong>de</strong>instalada, capacida<strong>de</strong> esta que se mostra particularmente crítica quando em causa está o acolhimento<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s eventos e iniciativas.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2009, localizavam-se no Porto 152 hotéis e 675restaurantes, total que representava uma relação<strong>de</strong> 3,4 estabelecimentos hoteleiros e <strong>de</strong> restauraçãopor 1000 habitantes.Este indicador não sofreu alterações apreciáveisno período 2005-2009.Evolução do número <strong>de</strong> hotéis e restaurantes(n°)8908708508308107907707502005 2006 2007 2008 2009Fonte: MTSS-GEP108 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEm 2009, o concelho do Porto oferecia 37% daoferta total <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> hotelaria e restauraçãoexistente nos 9 municípios do Gran<strong>de</strong> Porto,com uma dotação relativa claramente superior àdo Gran<strong>de</strong> Porto e do país.Hotéis e restaurantes2009(n°/1000 hab)43210Porto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalFonte: MTSS-GEP/cálculos CMP-GEPNa atualida<strong>de</strong>, o Porto apresenta, em relação àsunida<strong>de</strong>s hoteleiras, uma oferta diversificada dirigidaa diferentes perfis <strong>de</strong> turistas, que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong>uma gama <strong>de</strong> hotéis <strong>de</strong> 5 estrelas que servem umpúblico com elevado po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra a várioshotéis low-cost, cada vez mais procurados porturistas mais jovens.COMÉRCIO E SERVIÇOS - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOCCDR-N (2008), Plano <strong>de</strong> Acção para o Desenvolvimento Turístico do Norte <strong>de</strong> Portugal, AgendaRegional <strong>de</strong> Turismo, Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional do Norte e Ministériodo Ambiente, do Or<strong>de</strong>namento do Território e do Desenvolvimento Regional.ODRN (2009), Turismo na Região do Norte <strong>de</strong> Portugal, ed. Observatório das Dinâmicas Regionaisdo Norte (Centro <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Políticas e Estudos Regionais).SITES RELACIONADOShttp://www.visitporto.travel/CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 109


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SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOCondições Materiais Coletivas - Quadro sínteseIndicadorUnida<strong>de</strong>Valor maisrecenteValor AnoEvoluçãoSinal daTendênciaPeríodoEquipamentos culturaisGalerias <strong>de</strong> arte e outros espaços <strong>de</strong> exposiçãon°/1000 hab0,2920092005-2009Museusn°/1000 hab0,0720092005-2009Equipamentos <strong>de</strong>sportivosPavilhões poli<strong>de</strong>sportivosn°/1000 hab0,282009n.d.-Piscinas <strong>de</strong> acesso públicon°/1000 hab0,242009n.d.-Outros equipamentos <strong>de</strong>sportivosn°/1000 hab2,332009n.d.-Extensão <strong>de</strong> cicloviaskm/1000 hab0,0520092004-2009Equipamentos educativosEstabelecimentos do ensino básico e secundárion°/1000 hab1,0420092005-2009Estabelecimentos com oferta <strong>de</strong> educação pré-escolarn°/1000 hab0,6820092005-2009Equipamentos sociais e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Capacida<strong>de</strong> das crechesn°/1000 hab11,320102007-2010Capacida<strong>de</strong> dos lares, centros <strong>de</strong> dia e apoiodomiciliárion°/1000 hab26,420102007-2010Centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e extensõesn°/1000 hab0,120102007-2010Médicosn°/1000 hab12,920092005-2009Utentes dos centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sem médico <strong>de</strong> família%14,020102006-2010EdificadoEdifícios reabilitadosn°23720102006-2010Mobilida<strong>de</strong>Velocida<strong>de</strong> média em transporte públicokm/h12,920102007-2010Passageiros em transporte públicon° (milhões)162,820102006-2010Lugares em parques <strong>de</strong> estacionamenton°15.46820092001-2009Comércio e serviçosEstabelecimentos <strong>de</strong> comércio a retalhon°/1000 hab11,620092005-2009Serviços <strong>de</strong> apoio à populaçãon°/1000 hab4,820092005-2009Hotéis e restaurantesn°/1000 hab3,420092005-2009n.d.Evolução favorávelEvolução <strong>de</strong>sfavorávelEstabilida<strong>de</strong>Sem tendência <strong>de</strong>finidaNão disponívelCONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS / 111


CONDIÇÕESECONÓMICAS· RENDIMENTO E CONSUMO· MERCADO DE TRABALHO· MERCADO DE HABITAÇÃO· DINAMISMO ECONÓMICO· QUADRO SÍNTESE


CONDIÇÕES ECONÓMICASO nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico representaum fator <strong>de</strong>terminante do bem-estar localcondicionando, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, o padrão <strong>de</strong> vida daspopulações e o acesso a empregos qualificadosque, por seu lado, são <strong>de</strong>cisivos para as oportunida<strong>de</strong>sque os indivíduos têm <strong>de</strong> concretizar assuas opções <strong>de</strong> vida e aspirações.Polos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> conhecimento, criativida<strong>de</strong> einovação, as áreas urbanas apresentam-se atualmentecomo os principais motores do <strong>de</strong>senvolvimentoeconómico regional e como gran<strong>de</strong>sprotagonistas dos processos <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>territorial. A elevada concentração <strong>de</strong> instituições,empresas e mão <strong>de</strong> obra potencia a captação,formação e fixação <strong>de</strong> capital humano, sociale financeiro, gerando retornos positivos <strong>de</strong>correntesda aglomeração <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e recursos.Sendo importantes os recursos e vantagens endógenos,a verda<strong>de</strong> é que as economias urbanas sãotambém fortemente condicionadas por fatoresexternos - oportunida<strong>de</strong>s ou <strong>de</strong>safios que surgeme que influem, positiva ou negativamente, no seudinamismo. A sua evolução tem, por isso, <strong>de</strong> serenquadrada na conjuntura regional, nacional emesmo internacional do momento.Nesta altura as forças atuantes são <strong>de</strong> naturezadistinta. Se, por um lado, a emergência <strong>de</strong> umaeconomia baseada no conhecimento e na inovaçãotorna as cida<strong>de</strong>s capazes <strong>de</strong> acolher asativida<strong>de</strong>s mais prósperas e dinâmicas, não <strong>de</strong>ixa<strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong> que os contextos urbanos se apresentamparticularmente vulneráveis aos efeitosda crise económica presente, <strong>de</strong>signadamente aoten<strong>de</strong>ncial agravamento das situações <strong>de</strong> pobrezae ao aumento do <strong>de</strong>semprego e, consequentemente,ao risco <strong>de</strong> fragmentação socioespacial.Principais mudançasAnalisando a evolução recente <strong>de</strong>ste domíniodas condições económicas na cida<strong>de</strong> do Porto,verifica-se que esta é marcada por tendências <strong>de</strong>sinal contrário.O atual quadro <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s económicas e financeirasinfluenciou inquestionavelmente a evoluçãorecente <strong>de</strong> vários indicadores que integramo painel SMQVU. Foram particularmente <strong>de</strong>sfavoráveisas tendências relativas ao <strong>de</strong>semprego eaos beneficiários do rendimento social <strong>de</strong> inserção,o que significa que aumentou um segmentoparticularmente exposto ao risco <strong>de</strong> privaçãomúltipla. Também ao nível do mercado <strong>de</strong> habitaçãoos indicadores tiveram uma reação negativa,com o custo <strong>de</strong> aquisição e <strong>de</strong> arrendamento dashabitações a baixar. Outro indicador a registaruma quebra acentuada foi a venda <strong>de</strong> combustíveis.Usada como uma medida do dinamismoeconómico local, esta caiu, em média, 7% ao anoentre 2005 e 2009.Por outro lado, um número significativo <strong>de</strong> indicadoresrelacionados com as condições económicasmanteve-se estável nos anos mais recentes. Talaconteceu no caso da remuneração média dostrabalhadores do setor privado e do número <strong>de</strong>pensionistas por invali<strong>de</strong>z e <strong>sobre</strong>vivência, grupotido como particularmente exposto ao risco <strong>de</strong>pobreza. Ainda no capítulo do rendimento, nãose <strong>de</strong>tetaram no período <strong>de</strong> 2005-2009 sinais <strong>de</strong>agravamento das disparida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> rendimento, oque não significa, no entanto, que este não sejaum fenómeno que reclame uma atenção privilegiadauma vez que os <strong>de</strong>sequilíbrios são acentuados.No que toca ao mercado <strong>de</strong> trabalho manteve-seo volume total <strong>de</strong> emprego privado bemcomo o volume <strong>de</strong> emprego nas ativida<strong>de</strong>s baseadasem conhecimento intensivo. Relativamenteà <strong>de</strong>spesa total do município a sua variação anualtambém não tem sofrido alterações muito acentuadasno horizonte temporal analisado.Finalmente, há a sublinhar aquelas que foram astrajetórias mais favoráveis na cida<strong>de</strong>, no planoeconómico. Para além do aumento do rendimento<strong>de</strong>clarado para efeito <strong>de</strong> IRS, os indicadores re-113


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOlacionados com o consumo – compras através <strong>de</strong>terminais <strong>de</strong> pagamento automático e assinantesdo serviço <strong>de</strong> TV por subscrição – registaramacréscimos expressivos. A qualificação dos recursoshumanos reforçou-se também nos anos maisrecentes, o mesmo suce<strong>de</strong>ndo com a dinâmica <strong>de</strong>crescimento dos estabelecimentos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>económica (só em 2009 é que este assumiu umavariação negativa <strong>de</strong> 2,5%). As mudanças maismarcantes são contudo as que surgem associadasao setor do turismo. Entre 2006 e 2010, as dormidasnos estabelecimentos cresceram a um ritmo<strong>de</strong> 7% ao ano e no caso dos passageiros do aeroportoFrancisco Sá Carneiro, o seu incrementoanual rondou os 10%, o que lhe permitiu reforçarfortemente a sua importância competitiva nocontexto nacional e do noroeste peninsular.Sendo este o panorama que é possível analisarnesta altura, importa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já assinalar o facto <strong>de</strong>as tendências <strong>de</strong>scritas não correspon<strong>de</strong>rem a umúnico horizonte temporal, o que po<strong>de</strong>rá contribuirpara “mascarar” alguns dos efeitos da recessãoeconómica atual. Com efeito apesar <strong>de</strong> se preten<strong>de</strong>ranalisar neste relatório a situação no período2006-2010, para alguns indicadores ainda nãose dispõe dos valores para este último ano, tendosido necessário recorrer a dados anteriores.114 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


<strong>2011</strong>RENDIMENTO E CONSUMOSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOOs recursos económicos que os indivíduos têm disponíveis condicionam o acessoa todo um conjunto <strong>de</strong> bens e serviços essenciais para o seu bem-estar material. Otrabalho constitui, em geral, a principal fonte <strong>de</strong> rendimento das famílias sendo quenas situações <strong>de</strong> inativida<strong>de</strong> económica - por <strong>de</strong>semprego ou incapacida<strong>de</strong> paratrabalhar - os indivíduos ficam <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos sistemas <strong>de</strong> proteção social.Os níveis <strong>de</strong> rendimento encontram-se, por outro lado, diretamente relacionadoscom a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo privado. O aumento do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> consumo, <strong>sobre</strong>tudo<strong>de</strong> bens duradouros, para além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r refletir uma melhoria do nível <strong>de</strong> vida doscidadãos, constitui um estímulo para a vitalida<strong>de</strong> da economia local.INDICADORES SELECIONADOS:· Rendimento coletável <strong>de</strong>clarado· Remuneração média mensal· Quociente entre os percentis 90 e 10 da remuneração média mensal· Pensionistas <strong>de</strong> invali<strong>de</strong>z e <strong>sobre</strong>vivência· Beneficiários do Rendimento Social <strong>de</strong> Inserção· Compras através <strong>de</strong> terminais <strong>de</strong> pagamento automático· Automóveis ligeiros· Assinantes do serviço <strong>de</strong> TV por subscriçãoCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 115


Rendimento coletável<strong>de</strong>claradoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOValor anual, a preços constantes, do rendimento das pessoas singulares sujeito a tributação emse<strong>de</strong> <strong>de</strong> IRS.UNIDADEeuros/habitanteLEITURA DO INDICADORO rendimento coletável dos contribuintes consiste no valor resultante da totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rendimentosdas várias categorias, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> feitas as <strong>de</strong>duções previstas legalmente para cada uma <strong>de</strong>las, bemcomo as <strong>de</strong>duções <strong>de</strong> perdas (resultado líquido negativo apurado em qualquer categoria <strong>de</strong> rendimentos)e as <strong>de</strong>duções por abatimentos (nomeadamente <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> educação, donativos <strong>de</strong>interesse público, entre outros). Constitui, pois, o valor do rendimento com base no qual é apurado oimposto.Este indicador permite medir a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rendimentos dos cidadãos, o mesmo é dizer, a suacapacida<strong>de</strong> para satisfazer, <strong>de</strong>signadamente, necessida<strong>de</strong>s materiais que contribuam para o seu confortoe bem-estar.EVOLUÇÃO RECENTENo ano <strong>de</strong> 2009, o valor anual do rendimentocoletável por habitante dos resi<strong>de</strong>ntes no Portosituou-se em 8.958€.Entre 2005 e 2009, apesar <strong>de</strong> terem ocorrido algumasoscilações, evi<strong>de</strong>nciou-se uma tendênciado crescimento dos rendimentos <strong>de</strong>clarados. Orendimento coletável aumentou, neste período, auma taxa média ajustada <strong>de</strong> 1,8% ao ano, a preçosconstantes (taxa <strong>de</strong> 3,8% a preços correntes).116 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do rendimento coletável<strong>de</strong>clarado em se<strong>de</strong> <strong>de</strong> IRS (a preços constantes <strong>de</strong> 2009)(euros/hab)9.5009.0008.5008.0007.5002005 2006 2007 2008 2009Fonte: CCDR-N/cálculos CMP-GEPEm termos comparativos, a situação da cida<strong>de</strong>mostrava-se claramente mais favorável do que ado Gran<strong>de</strong> Porto e do país cujos valores anuais <strong>de</strong>rendimento por habitante não iam além, respetivamente,<strong>de</strong> 69% e 62% do valor observado parao Porto.Rendimento coletável <strong>de</strong>clarado em se<strong>de</strong> <strong>de</strong> IRS2009(euros/hab)10.0009.0008.0007.0006.0005.0004.000Porto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalFonte: CCDR-N/cálculos CMP-GEPCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 117


Remuneração médiamensalSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOValor médio da remuneração mensal dos trabalhadores registados nos Quadros <strong>de</strong> Pessoal doMTSS, a preços constantes.UNIDADEeurosLEITURA DO INDICADORA remuneração média mensal constitui um indicador privilegiado para se medir a evolução do nível <strong>de</strong>rendimento dos trabalhadores.Com efeito, o salário, sendo uma das componentes principais da compensação que os trabalhadoresrecebem pelo trabalho efetuado, condiciona diretamente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> riqueza e <strong>de</strong>aquisição <strong>de</strong> bens e serviços, permitindo o acesso a todo um conjunto <strong>de</strong> condições e <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>sque influenciam o bem-estar geral.EVOLUÇÃO RECENTEA remuneração média mensal dos trabalhadores– que engloba o rendimento base, as prestaçõesregulares, as prestações irregulares e os ganhosextraordinários era, em 2009, <strong>de</strong> 1.202€. No intervaloentre 2005 e 2009 o ritmo médio <strong>de</strong> progressão<strong>de</strong>ste indicador não ultrapassou 1,1% ao ano apreços constantes (3,1% a preços correntes).Evolução da remuneração média mensal(a preços constantes <strong>de</strong> 2009)(euros)1.3001.2501.2001.1501.1002005 2006 2007 2008 2009Fonte: MTSS-GEP118 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOComo seria <strong>de</strong> esperar face ao perfil da sua baseprodutiva o Porto evi<strong>de</strong>nciava, em 2009, um nívelremuneratório, em média, cerca <strong>de</strong> 15% superiorao do Gran<strong>de</strong> Porto e 16% superior ao do país.Remuneração média mensal2009(euros)1.3001.2501.2001.1501.1001.0501.000950900Fonte: MTSS-GEPPorto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 119


Quociente entre ospercentis 90 e 10da remuneraçãomédia mensalSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOQuociente entre o valor da remuneração média mensal acima do qual ganham 10% dos trabalhadorese o valor abaixo do qual ganham 10% dos trabalhadores registados nos Quadros <strong>de</strong> Pessoaldo MTSS.UNIDADEn°LEITURA DO INDICADORTraduzindo as disparida<strong>de</strong>s salariais, a evolução <strong>de</strong>ste indicador permite i<strong>de</strong>ntificar se se está perantetendências <strong>de</strong> acentuação ou <strong>de</strong> atenuação das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s na distribuição dos rendimentos dotrabalho.Quanto maior for o quociente entre o percentil 90 e o percentil 10 maiores são as assimetrias salariais e,consequentemente, maiores os <strong>de</strong>sequilíbrios em termos dos padrões <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> consumo potenciais.EVOLUÇÃO RECENTENo Porto, em 2009, o valor da remuneração médiamensal acima do qual ganhavam 10% dos trabalhadoresera 5,2 vezes superior ao valor abaixo doqual se encontravam as remunerações dos 10%dos trabalhadores com as remunerações maisbaixas.Des<strong>de</strong> 2005, verificou-se uma situação <strong>de</strong> relativaestabilida<strong>de</strong> em termos da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> nadistribuição dos rendimentos na cida<strong>de</strong>, com umaligeira atenuação ao longo dos anos analisados.Evolução do quociente entre os percentis 90e 10 da remuneração média mensal(n°)6,05,55,04,52005 2006 2007 2008 2009Fonte: MTSS-GEP120 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOComparando-se, ainda, o salário médio mensaldos trabalhadores com rendimento superior aopercentil 90 com o dos trabalhadores com rendimentoinferior ao percentil 10, verifica-se que oprimeiro é cerca <strong>de</strong> 17 vezes superior ao segundo,o que evi<strong>de</strong>ncia também uma forte disparida<strong>de</strong>salarial.Diferença nos salários médios mensais dos trabalhadores(a preços constantes <strong>de</strong> 2009)Salários médios mensaisTrabalhadores com remuneração superior aopercentil 90 da remuneração média mensalTrabalhadores com remuneração inferior aopercentil 10 da remuneração média mensalQuociente2005 2006 20073.74222017,03.64825814,13.64821716,82008 20093.790 4.010226 23816,8 16,8Fonte: MTSS-GEPComparativamente com outros âmbitos geográficos,as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s na distribuição dosrendimentos, em 2009, no Porto, eram mais acentuadasdo que as verificadas ao nível do Gran<strong>de</strong>Porto e a nível nacional, territórios on<strong>de</strong> a relaçãoentre os percentis 90 e 10 era, respetivamente, <strong>de</strong>4,4 e 4,2.Quociente entre os percentis 90 e 10 daremuneração média mensal 2009(n°)6,05,55,04,54,03,53,0Porto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalFonte: MTSS-GEPCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 121


Pensionistas <strong>de</strong> invali<strong>de</strong>ze <strong>sobre</strong>vivênciaSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOIndivíduos que auferem uma prestação pecuniária mensal, por <strong>sobre</strong>vivência ou invali<strong>de</strong>z, doRegime Geral da Segurança Social.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADOROs indivíduos que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> prestações pecuniárias - por invali<strong>de</strong>z ou <strong>sobre</strong>vivência - asseguradaspelos sistemas <strong>de</strong> proteção social representam ten<strong>de</strong>ncialmente um dos grupos mais <strong>de</strong>sfavorecidosem termos <strong>de</strong> rendimentos.No plano coletivo, um aumento <strong>de</strong>ste indicador significa que uma maior franja da população se encontraexposta ao risco <strong>de</strong> enfrentar problemas <strong>de</strong> privação económica e, consequentemente, maislimitada no acesso a bens e serviços que proporcionam conforto e bem-estar.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2010, cerca <strong>de</strong> 117 em cada 1000 habitantes dacida<strong>de</strong> do Porto encontravam-se na situação <strong>de</strong>pensionistas por invali<strong>de</strong>z ou <strong>sobre</strong>vivência.O peso relativo <strong>de</strong>stes pensionistas na estruturasocial-económica local tem-se mantido relativamenteestável <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006.Evolução do número <strong>de</strong> pensionistas <strong>de</strong>invali<strong>de</strong>z e <strong>sobre</strong>vivência(n°/1000 hab)1<strong>2011</strong>81161141121102006 2007 2008 2009 2010Fonte: INE/cálculos CMP-GEP122 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOComparativamente com outros âmbitos geográficos,os valores registados no Porto apresentamsemais elevados - em 2010, o número dos queauferiam uma pensão por invali<strong>de</strong>z ou <strong>sobre</strong>vivênciaem cada 1000 resi<strong>de</strong>ntes não ultrapassavao valor <strong>de</strong> 95 no caso do território nacional e <strong>de</strong> 91no Gran<strong>de</strong> Porto. Para este facto concorre, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>logo, o maior grau <strong>de</strong> envelhecimento da populaçãoresi<strong>de</strong>nte no Porto.Pensionistas <strong>de</strong> invali<strong>de</strong>z e <strong>sobre</strong>vivência2010(n°/1000 hab)140120100806040200Porto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalFonte: INE/cálculos CMP-GEPCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 123


Beneficiários doRendimento Social<strong>de</strong> InserçãoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOPessoas que auferem Rendimento Social <strong>de</strong> Inserção. São contabilizados todos os beneficiários damedida, isto é, quer o titular, quer os membros do agregado familiar abrangidos que tenham tidopelo menos o processamento <strong>de</strong> uma prestação no ano em análise.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORO Rendimento Social <strong>de</strong> Inserção é uma medida <strong>de</strong> política social que consiste na atribuição <strong>de</strong> umaprestação pecuniária a todos os cidadãos que se encontram em situação <strong>de</strong> grave carência económicae que obe<strong>de</strong>çam a um conjunto <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong>finidos em legislação própria. O objetivo do subsídio éassegurar os recursos financeiros para satisfazer as necessida<strong>de</strong>s mínimas, nomeadamente, em termos<strong>de</strong> alimentação, habitação, saú<strong>de</strong> e educação.Este indicador traduz, por isso, o peso que assumem no total da população os indivíduos que não conseguem,<strong>de</strong> forma autónoma, obter os rendimentos necessários para a sua subsistência, encontrandose<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> uma prestação social.O indicador permite acompanhar a evolução <strong>de</strong> um estrato populacional que vive num limiar mínimo<strong>de</strong> <strong>sobre</strong>vivência, ou seja, que se encontra numa situação <strong>de</strong> forte precarieda<strong>de</strong> económica e eventualrisco <strong>de</strong> exclusão.EVOLUÇÃO RECENTEAo longo dos últimos anos, tem vindo a assistirsea uma tendência marcada <strong>de</strong> crescimento donúmero <strong>de</strong> beneficiários do Rendimento Social <strong>de</strong>Inserção na cida<strong>de</strong> do Porto.Em 2010, encontravam-se abrangidos pela medida28.980 resi<strong>de</strong>ntes o que significava umarelação <strong>de</strong> 122 beneficiários por cada 1000 habitantes.Face ao ano <strong>de</strong> 2006, o número <strong>de</strong> beneficiáriosresi<strong>de</strong>ntes na cida<strong>de</strong> aumentou cerca <strong>de</strong>55%, o que equivale a uma taxa média ajustada <strong>de</strong>crescimento <strong>de</strong> 12,5% ao ano.124 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTO(n°/1000 hab)1401301<strong>2011</strong>010090807060Evolução do número <strong>de</strong> beneficiários doRendimento Social <strong>de</strong> Inserção2006 2007 2008 2009 2010Fonte:MTSS-II/cálculos CMP-GEPNo mesmo ano, e numa perspetiva comparativa,os valores registados para a cida<strong>de</strong> afiguravamseclaramente superiores aos verificados ao níveldo Gran<strong>de</strong> Porto e, principalmente, ao nível dopaís no seu conjunto, on<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> beneficiáriosda medida em cada 1000 resi<strong>de</strong>ntes nãochegava a 50.Beneficiários do Rendimento Social <strong>de</strong> Inserção2010(n°/1000 hab)140120100806040200Porto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalFonte: MTSS-II/cálculos CMP-GEPCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 125


Compras através <strong>de</strong>terminais <strong>de</strong> pagamentoautomáticoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOMontante <strong>de</strong>spendido em compras efetuadas a partir <strong>de</strong> terminais <strong>de</strong> pagamento automático,não incluindo o pagamento <strong>de</strong> serviços.UNIDADEeuros (milhões)LEITURA DO INDICADORO recurso cada vez mais frequente aos cartões <strong>de</strong> crédito ou <strong>de</strong> débito como forma <strong>de</strong> pagamento permitea utilização <strong>de</strong>ste indicador como uma proxy do consumo dos particulares.Nesta perspetiva um aumento dos montantes <strong>de</strong>spendidos será interpretado como uma manifestação<strong>de</strong> um reforço da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo e, nessa medida, <strong>de</strong> uma melhoria do nível <strong>de</strong> vida materialdas populações.EVOLUÇÃO RECENTEEntre 2006 e 2010, o montante <strong>de</strong>spendido emcompras efetuadas através <strong>de</strong> terminais <strong>de</strong> pagamentoautomático (não consi<strong>de</strong>rando o pagamento<strong>de</strong> serviços) tem vindo a aumentar continuamenteno Porto, a um ritmo médio <strong>de</strong> 4,7% aoano. Em 2010 este montante superou a fasquia<strong>de</strong> 1.330 milhões <strong>de</strong> euros, tendo-se observado omaior incremento entre os anos <strong>de</strong> 2009 e 2010,com uma taxa <strong>de</strong> crescimento que atingiu 12%.As compras nacionais, efetuadas com cartõesemitidos em Portugal por instituições pertencentesà SIBS (Socieda<strong>de</strong> Interbancária <strong>de</strong> Serviços),são prepon<strong>de</strong>rantes nesta trajetória, representando,no último ano analisado, 92% do montantetotal.Ao longo <strong>de</strong>stes cinco anos, foi invariavelmentenos meses <strong>de</strong> julho e <strong>de</strong>zembro (períodos <strong>de</strong> fériase do Natal) em que se verificaram os montantesmais elevados relativos a pagamentos através <strong>de</strong>terminais automáticos.126 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do montante das compras realizadasatravés <strong>de</strong> terminais <strong>de</strong> pagamento automático(milhões euros)1.4001.3001.2001.1001.0002006 20072008 2009 2010Fonte: SIBSO montante referente aos levantamentos efetuadosem caixas automáticas localizadas na cida<strong>de</strong>tem também vindo a aumentar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006 atingindo,em 2010, o valor <strong>de</strong> 1.038 milhões <strong>de</strong> euros.Em termos comparativos, a variação das comprasefetuadas entre 2006 e 2010 no Porto foi inferiorà registada ao nível do Gran<strong>de</strong> Porto e <strong>de</strong> Portugal.Um aspeto que <strong>de</strong>verá ser tido em conta nainterpretação <strong>de</strong>stes últimos resultados pren<strong>de</strong>secom a própria difusão dos terminais <strong>de</strong> pagamentoautomático a qual, primeiramente, privilegiouos territórios mais <strong>de</strong>nsamente urbanizados.A disseminação <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pagamentopor todo o território nacional ocorreu <strong>sobre</strong>tudonos últimos anos pelo que nalguns casos aselevadas taxas <strong>de</strong> variação ainda po<strong>de</strong>m estar arefletir essa mesma disseminação.Em 2010, 30% da soma total das compras efetuadasno Gran<strong>de</strong> Porto correspondia a transaçõesrealizadas na cida<strong>de</strong> do Porto.Taxa <strong>de</strong> variação (2006-2010) do montante das comprasrealizadas através <strong>de</strong> terminais <strong>de</strong> pagamento automático(%)403020100Fonte: SIBSPorto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 127


Automóveis ligeirosSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOVeículos automóveis ligeiros com apólices <strong>de</strong> seguro válidas.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORA dimensão do parque automóvel seguro constitui uma proxy do consumo <strong>de</strong> bens não essenciais.Em termos gerais, a evolução favorável do número <strong>de</strong> automóveis segurados está associada a umadinâmica positiva em termos <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento particular ou empresarial.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2010, existiam 453 automóveis ligeiros seguradospor cada 1000 resi<strong>de</strong>ntes no concelho.A dimensão do parque automóvel, em valores relativos,aumentou <strong>de</strong> 2006 a 2008, registando-sequebras nos anos seguintes.A tendência observada à escala da cida<strong>de</strong> nosquatro primeiros anos em análise enquadra-sena linha <strong>de</strong> tendência verificada a nível nacional.Contrariamente ao que se verificou no caso doPorto - em que o movimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimo semanteve - o país registou entre 2009 e 2010 umaumento do número <strong>de</strong> veículos ligeiros com apólices<strong>de</strong> seguro válidas por 1000 habitantes.(n°/1000 hab)600Evolução do número <strong>de</strong> automóveis ligeiroscom apólices <strong>de</strong> seguro válidas5004003002006 2007 2008 2009 2010Fonte: ISP/cálculos CMP-GEP128 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEm 2010, o indicador para o Porto encontrava-seem linha com o valor registado em termos nacionaise ligeiramente acima do valor referente àaglomeração do Gran<strong>de</strong> Porto.Automóveis ligeiros com apólices <strong>de</strong> seguro válidas2010(n°/1000 hab)600500400300Porto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalFonte: ISP/cálculos CMP-GEPCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 129


Assinantes do serviço <strong>de</strong>TV por subscriçãoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOAssinantes do serviço <strong>de</strong> televisão – por cabo, satélite, fibra ótica e outras tecnologias - por subscrição.UNIDADEn°LEITURA DO INDICADORO acesso ao serviço <strong>de</strong> televisão por subscrição está condicionado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, pelo nível <strong>de</strong> rendimentosdos indivíduos ou famílias.O aumento <strong>de</strong>ste indicador reflete uma maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo e do acesso a bens que não são<strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong>.EVOLUÇÃO RECENTEEm termos evolutivos tem-se registado na cida<strong>de</strong>uma cada vez maior a<strong>de</strong>são ao serviço <strong>de</strong> TV porsubscrição. O número <strong>de</strong> assinantes passou <strong>de</strong>cerca <strong>de</strong> 70 mil no 2° trimestre <strong>de</strong> 2008 para umvalor próximo <strong>de</strong> 84 mil no 4° trimestre <strong>de</strong> 2010(neste ano, o valor médio correspon<strong>de</strong>u a 81.983assinantes), o que representa um acréscimo <strong>de</strong>quase 21% num período <strong>de</strong> dois anos e meio.Em termos <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>, os assinantesdo Porto tinham um peso <strong>de</strong> 23% na totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>subscritores registados no 4° trimestre <strong>de</strong> 2010 noGran<strong>de</strong> Porto.(n°)85.000Evolução do número <strong>de</strong> assinantes do serviço <strong>de</strong>televisão por subscrição80.00075.00070.00065.0002° T - 20083° T - 20084° T - 20081° T - 20092° T - 20093° T - 20094° T - 20091° T - 20102° T - 20103° T - 20104° T - 2010Fonte: ANACOM130 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOA variação positiva do número <strong>de</strong> assinantes dacida<strong>de</strong> nestes últimos anos reproduziu um comportamentoigualmente evi<strong>de</strong>nciado não só ao níveldo Gran<strong>de</strong> Porto mas também ao nível do paísno seu conjunto, escala a que, <strong>de</strong> resto, tiveramlugar os maiores acréscimos relativos, tendo-seatingido 2,8 milhões <strong>de</strong> subscritores no 4° trimestre<strong>de</strong> 2010.(%)12108642Taxa <strong>de</strong> variação homóloga do número <strong>de</strong> assinantes doserviço <strong>de</strong> televisão por subscrição0Fonte: ANACOMPorto Gran<strong>de</strong> Porto Portugal4°T 2008 / 4°T 20094°T 2009 / 4°T 2010RENDIMENTO E CONSUMO - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOCE (2010), The Social Situation in the European Union 2009, ed. Comissão Europeia/ PublicationsOffice of the European Union.EUROFOUND (2010), Working poor in Europe, ed. European Foundation for the Improvement ofLiving and Working Conditions.GONÇALVES, Alda e PALMA, Carlos (<strong>2011</strong>), Rendimento Social <strong>de</strong> Inserção - Relatório Anual 2010,ed. Instituto da Segurança Social, I.P.ICP-ANACOM (<strong>2011</strong>), Situação das Comunicações 2010, ed. Autorida<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Comunicações.INE (11 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> <strong>2011</strong>), Destaque <strong>sobre</strong> Rendimento e Condições <strong>de</strong> <strong>Vida</strong> 2010, ed. InstitutoNacional <strong>de</strong> Estatística.ISP (<strong>2011</strong>), Relatório do Setor Segurador e dos Fundos <strong>de</strong> Pensões 2010, ed. Instituto <strong>de</strong> Seguros <strong>de</strong>Portugal.RODRIGUES, Eduardo Vítor (2010), Escassos Caminhos - Os Processos <strong>de</strong> Imobilização Socialdos Beneficiários do Rendimento Social <strong>de</strong> Inserção, Biblioteca das Ciências Sociais, ed. EdiçõesAfrontamento.SITES RELACIONADOShttp://www.anacom.pthttp://www.gep.mtss.gov.pthttp://www.isp.pthttp://www.observatorio-das<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s.cies.iscte.ptCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 131


<strong>2011</strong>MERCADO DE TRABALHOSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOO emprego, para além <strong>de</strong> constituir a principal fonte <strong>de</strong> rendimento, contribui paraa realização pessoal e para uma integração e participação ativa dos indivíduos nasocieda<strong>de</strong>.As cida<strong>de</strong>s enquanto polos dinamizadores da economia são por excelência centrosgeradores <strong>de</strong> emprego, <strong>sobre</strong>tudo no setor terciário. No contexto atual em queganham cada vez maior protagonismo as ativida<strong>de</strong>s baseadas no conhecimento ena criativida<strong>de</strong>, a educação e formação assumem-se como fatores <strong>de</strong>cisivos para avalorização pessoal, condicionando fortemente o acesso ao mercado <strong>de</strong> trabalho eo nível <strong>de</strong> funções <strong>de</strong>sempenhadas.As situações mais <strong>de</strong>sfavoráveis como a precarieda<strong>de</strong> laboral ou o <strong>de</strong>semprego sãoparticularmente gravosas nos seus efeitos negativos ao nível da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida,por po<strong>de</strong>rem <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar processos <strong>de</strong> exclusão social e pobreza.INDICADORES SELECIONADOS:· Emprego privado· Trabalhadores com habilitações superiores· Emprego terciário em serviços <strong>de</strong> conhecimento intensivo· Desempregados inscritos nos Centros <strong>de</strong> Emprego132 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


Emprego privadoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOTrabalhadores registados nos Quadros <strong>de</strong> Pessoal do MTSS.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORO nível <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> emprego nos centros urbanos condiciona as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> participaçãono mercado <strong>de</strong> trabalho que as cida<strong>de</strong>s oferecem.A evolução positiva do indicador, por representar uma componente fundamental da criação <strong>de</strong> empregos,traduz uma dinâmica favorável do mercado <strong>de</strong> trabalho e, <strong>de</strong> uma forma mais genérica, daeconomia local.EVOLUÇÃO RECENTENa ausência <strong>de</strong> dados estatísticos atualizados<strong>sobre</strong> a totalida<strong>de</strong> dos postos <strong>de</strong> trabalho existentesna cida<strong>de</strong> (que ultrapassavam os 218.000,<strong>de</strong> acordo com os Censos <strong>de</strong> 2001), a informaçãodisponibilizada pelos Quadros <strong>de</strong> Pessoal doMinistério do Trabalho e da Solidarieda<strong>de</strong> Socialpermite acompanhar a trajetória <strong>de</strong> evolução <strong>de</strong>um segmento importante, relativo essencialmenteao emprego privado. Com efeito, os Quadros <strong>de</strong>Pessoal cobrem todos os trabalhadores ao serviço<strong>de</strong> pessoas singulares ou coletivas (excetuando-setrabalhadores <strong>de</strong> serviço doméstico) abarcandotambém os trabalhadores ao serviço da administraçãocentral, regional e local e dos institutospúblicos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se encontrem em regime jurídico<strong>de</strong> contrato individual <strong>de</strong> trabalho.Assim, com base nesta fonte estatística, no ano <strong>de</strong>2009, existiam no Porto 124.610 postos <strong>de</strong> trabalho.Este indicador tem-se mantido relativamenteestável <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005, registando um ritmo médio<strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> 0,8% ao ano.O <strong>de</strong>créscimo do número <strong>de</strong> empregos em 2009enquadra-se na tendência verificada quer parao Gran<strong>de</strong> Porto quer a nível nacional, embora, nocaso da cida<strong>de</strong> do Porto, a perda (-5,5%) tenhasido comparativamente superior à do Gran<strong>de</strong> Porto(-3,8%) e <strong>de</strong> Portugal (-4,4%).CONDIÇÕES ECONÓMICAS / 133


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução dos trabalhadores ao serviço no setor privado(milhares)1401301<strong>2011</strong>01002005 20062007 2008 2009Fonte: MTSS-GEPRelativizando o volume <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalhopela base da população resi<strong>de</strong>nte, o Porto registava,em 2009, 518 empregos por 1000 habitantes,valor que comparado com as capitaçõesdo Gran<strong>de</strong> Porto e <strong>de</strong> Portugal – <strong>de</strong> 318 e 294,respetivamente – revela bem o seu protagonismono que toca à concentração <strong>de</strong> emprego. O Portorepresentava, no mesmo ano, 30% da força <strong>de</strong>trabalho do conjunto dos 9 concelhos do Gran<strong>de</strong>Porto.Trabalhadores ao serviço no setor privado2009(n°/1000 hab)600500400300200Porto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalFonte: MTSS-GEP/cálculos CMP-GEP134 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


Trabalhadores comhabilitações superioresSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOTrabalhadores dos Quadros <strong>de</strong> Pessoal do MTSS com habilitações ao nível do ensino superior.UNIDADE%LEITURA DO INDICADORNuma economia que valoriza cada vez mais o conhecimento e a inovação, a mo<strong>de</strong>rnização do mercado<strong>de</strong> trabalho aumenta a exigência quanto às competências que os indivíduos tenham adquirido no seupercurso educativo mas, também, em processos <strong>de</strong> formação ao longo da vida.Regra geral, quanto mais elevado for o nível <strong>de</strong> habilitações dos trabalhadores maior será a sua capacida<strong>de</strong>para fazer face aos novos <strong>de</strong>safios profissionais e maior a sua habilitação para respon<strong>de</strong>r àsexigências do mercado <strong>de</strong> trabalho.A nível dos territórios, uma força <strong>de</strong> trabalho qualificada constitui, no contexto atual, um fator <strong>de</strong>cisivopara a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma economia dinâmica e competitiva.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2009, cerca <strong>de</strong> 1/4 dos trabalhadores inscritosnos Quadros <strong>de</strong> Pessoal no Porto <strong>de</strong>tinham umgrau <strong>de</strong> habilitação correspon<strong>de</strong>nte ao ensinosuperior. Esta proporção tem vindo a aumentarsucessivamente nos últimos anos (2005-2009),com base num ritmo <strong>de</strong> crescimento médio <strong>de</strong>5,9% ao ano, o que <strong>de</strong>monstra que a cida<strong>de</strong> temsabido adaptar a sua força <strong>de</strong> trabalho às exigênciasque se fazem sentir ao nível da qualificaçãodo mercado <strong>de</strong> emprego.Evolução da proporção <strong>de</strong> trabalhadores comhabilitações superiores(%)302520152005 20062007 2008 2009Fonte: MTSS-GEPCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 135


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOComparativamente com os outros âmbitosgeográficos a situação do Porto, em 2009, eraclaramente mais favorável, com um diferencialpositivo <strong>de</strong> quase 8 pontos percentuais face aoGran<strong>de</strong> Porto e 10 pontos percentuais face ao paísno que toca à proporção <strong>de</strong> trabalhadores comhabilitações superiores.Trabalhadores com habilitações superiores2009(%)3025201510Fonte: MTSS-GEPPorto Gran<strong>de</strong> Porto Portugal136 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


Emprego terciário emserviços <strong>de</strong> conhecimentointensivoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOEmpregos num segmento particular do setor do terciário que, pela natureza dos serviços produzidos,requer competências elevadas e conhecimentos específicos e que, por isso, habitualmente se<strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> conhecimento intensivo.UNIDADE%LEITURA DO INDICADORAs ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conhecimento intensivo assumem uma importância crescente nos processos <strong>de</strong> criação<strong>de</strong> inovação, distinguindo-se das <strong>de</strong>mais por utilizarem o conhecimento como input na produção<strong>de</strong> serviços, exigindo uma força <strong>de</strong> trabalho qualificada e criativa.Nas cida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> o setor terciário tem particular importância na geração <strong>de</strong> emprego, a expressão daforça laboral nos serviços <strong>de</strong> conhecimento intensivo é um elemento condicionador da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>criação e acumulação <strong>de</strong> conhecimento e, consequentemente, da produção <strong>de</strong> inovação, fatores estesque, por sua vez, são <strong>de</strong>cisivos na aquisição <strong>de</strong> vantagens competitivas por parte dos territórios.EVOLUÇÃO RECENTEO emprego em serviços <strong>de</strong> conhecimento intensivorepresentava, em 2009, 51,5% do total <strong>de</strong>empregos em serviços no Porto. Des<strong>de</strong> 2005, arepresentativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> emprego apresentauma quota relativamente estável.lida com cautela, já que, em 2007, entrou em vigoruma versão revista da Classificação das Ativida<strong>de</strong>sEconómicas (CAE) que introduziu algumaalteração no universo <strong>de</strong> serviços incluídos nestesegmento <strong>de</strong> “conhecimento intensivo”.A inflexão da tendência verificada <strong>de</strong> 2006 para2007 que o gráfico inferior apresenta <strong>de</strong>ve serCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 137


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do peso relativo do emprego terciárioem serviços <strong>de</strong> conhecimento intensivo(%)60555045402005 20062007 2008 2009Fonte: MTSS-GEPEm termos comparativos, a proporção do empregoda cida<strong>de</strong> neste tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s era, em2009, superior em cerca <strong>de</strong> 14 pontos percentuaisao valor do Gran<strong>de</strong> Porto e do país, traduzindo aimportância da base económica do Porto enquantopolo <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> serviços ligados aoconhecimento e à inovação.Emprego terciário em serviços <strong>de</strong>conhecimento intensivo 2009(%)555045403530Porto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalFonte: MTSS-GEP138 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


Desempregados inscritosnos Centros <strong>de</strong> EmpregoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOIndivíduos inscritos nos centros <strong>de</strong> emprego que nunca tiveram emprego, não têm emprego ouprocuram um emprego, e que estão disponíveis para trabalhar (conceito do IEFP).UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORO nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego constitui um elemento chave para se aferir a vitalida<strong>de</strong> do mercado <strong>de</strong> trabalho,revelando o <strong>de</strong>sequilíbrio entre a procura e a oferta <strong>de</strong> emprego.A sua existência assume-se, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, como um <strong>de</strong>preciador dos territórios, condicionando as dinâmicasda economia local. A sua maior ou menor expressão, que <strong>de</strong>verá ser sempre lida num quadro económicomais abrangente, influi no <strong>de</strong>sempenho da cida<strong>de</strong> enquanto núcleo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> económica.No contexto atual, a inserção no mercado <strong>de</strong> trabalho do segmento <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra menos qualificadaé cada vez mais dificultada pelas exigências crescentes impostas a este nível pela economia urbana.Do ponto <strong>de</strong> vista dos indivíduos, o <strong>de</strong>semprego, <strong>sobre</strong>tudo o <strong>de</strong> longa duração, tem implicações gravesao nível da diminuição dos recursos financeiros, assim como ao nível da atualização dos conhecimentosprofissionais (know-how), aumentando as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> retorno ao mercado <strong>de</strong> trabalho. Alémdisso ten<strong>de</strong> a fragilizar as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interação social e cria barreiras à participação nas ativida<strong>de</strong>s dacomunida<strong>de</strong>.EVOLUÇÃO RECENTETal como havia já acontecido em 2009, em 2010,voltou a registar-se um aumento do número <strong>de</strong>resi<strong>de</strong>ntes na cida<strong>de</strong> inscritos nos Centros <strong>de</strong> Emprego,tendo-se praticamente atingido o valor <strong>de</strong>15.500 <strong>de</strong>sempregados, o que correspon<strong>de</strong> a umacréscimo <strong>de</strong> 12% face ao ano transato e equivalea quase 65 <strong>de</strong>sempregados por 1000 habitantes.Estes dois últimos anos evi<strong>de</strong>nciam, assim, umaalteração da tendência <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimo observadanos anos anteriores.CONDIÇÕES ECONÓMICAS / 139


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTO(n°/1000 hab)Evolução do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregadosinscritos nos Centros <strong>de</strong> Emprego807060504030201002006 2007 2008 2009 20101° empregoNovo empregoFonte: IEFP/cálculos CMP-GEPOs dados disponíveis revelam, adicionalmente,que os indivíduos inscritos que se encontravam àprocura <strong>de</strong> “novo emprego” constituíam um universomuito mais alargado do que os que aguardavama oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ace<strong>de</strong>r a um “primeiroemprego”, contingentes que representavam, respetivamente,92% e 8%. Quanto ao perfil <strong>de</strong>stesinscritos, a maioria eram homens (52%), encontravam-sena situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego há menos <strong>de</strong> 1ano (54%), situavam-se <strong>sobre</strong>tudo na faixa etáriados 35 a 54 anos (46%) e tinham um baixo nível <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong> – 6 ou menos anos (45%).Em termos comparativos, a situação do Porto em2010 era ligeiramente mais favorável do que a doGran<strong>de</strong> Porto mas mais grave do que a que caracterizavao continente português no seu conjunto.Desempregados inscritos nos Centros <strong>de</strong> Emprego2010(n°/1000 hab)80706050403020100Porto Gran<strong>de</strong> Porto Continente1° empregoNovo empregoFonte: IEFP/cálculos CMP-GEP140 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOMERCADO DE TRABALHO - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOCAPER/CCDR-N, Norte Conjuntura, Relatórios trimestrais, ed. Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e DesenvolvimentoRegional do Norte.CCDR-N (2009), Plano <strong>de</strong> Acção para a Promoção da Empregabilida<strong>de</strong> no Norte <strong>de</strong> Portugal, AgendaRegional para a Empregabilida<strong>de</strong>, ed. Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional do Norte.CE (2010), Europa 2020: Estratégia para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, ed. ComissãoEuropeia.Observatório do QCA III/MAOTDR (2007), Quadro <strong>de</strong> Referência Estratégico Nacional - Portugal 2007-2013, ed. Observatório do QCA III/ Ministério do Ambiente, do Or<strong>de</strong>namento do Território e do DesenvolvimentoRegional.ODRN/CAPER (2010), Emprego e Desemprego na Região do Norte <strong>de</strong> Portugal – Edição <strong>de</strong> 2009, ed. Comissão<strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional do Norte e Observatório das Dinâmicas Regionais doNorte/ Centro <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Políticas e Estudos Regionais.OEFP (<strong>2011</strong>), Aspectos estruturais do Mercado <strong>de</strong> Trabalho, Observatório do Emprego e Formação Profissional.SITES RELACIONADOShttp://oefp.iefp.pt/http://www.gep.mtss.gov.pthttp://www.qren.pthttp://www.oecd.orgCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 141


<strong>2011</strong>MERCADO DE HABITAÇÃOSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOA habitação <strong>de</strong>sempenha funções que vão muito para além das relacionadas com aproteção e o abrigo dos indivíduos e das famílias. As condições habitacionais ten<strong>de</strong>ma exercer uma influência direta em áreas como a saú<strong>de</strong>, a educação ou o nível<strong>de</strong> integração dos indivíduos na vida da comunida<strong>de</strong>, constituindo por isso uma dascomponentes fundamentais para uma boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.Representa, igualmente, um bem <strong>de</strong> consumo e, nessa medida, encontra-se sujeitoàs leis e dinâmicas do mercado. Estas estão associadas a um equilíbrio entre diversosfatores interligados entre si, tais como o enquadramento legal vigente, os instrumentosfinanceiros existentes <strong>de</strong> apoio à compra ou arrendamento ou a relaçãoentre a oferta e a capacida<strong>de</strong> financeira das famílias para aquisição <strong>de</strong> uma casa.A existência <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> externalida<strong>de</strong>s (acessibilida<strong>de</strong>s, proximida<strong>de</strong> a equipamentosdiversificados, a diversos tipos <strong>de</strong> serviços ou a áreas recreativas, etc.)assume-se como um outro fator condicionador dos preços praticados. Por se tratar<strong>de</strong> condições <strong>de</strong> bem-estar pessoal, influenciando os indivíduos na escolha <strong>de</strong> umlocal para residirem, estes aspetos representam também fatores <strong>de</strong> atração dos territórios,refletindo <strong>de</strong> forma geral as condições <strong>de</strong> vida que estes têm para oferecer.INDICADORES SELECIONADOS:· Custo médio <strong>de</strong> aquisição· Custo médio <strong>de</strong> arrendamento142 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


Custo médio <strong>de</strong> aquisiçãoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOValores da avaliação bancária, por área útil, <strong>de</strong> alojamentos <strong>de</strong>stinados à habitação que sãoobjeto <strong>de</strong> financiamento.UNIDADEeuros/m 2LEITURA DO INDICADORO valor da avaliação bancária constitui uma proxy do custo efetivo da habitação. Na avaliação dosimóveis feita pelas instituições bancárias está naturalmente contemplado todo um conjunto <strong>de</strong> característicasqualitativas das habitações e <strong>de</strong> condições oferecidas pela sua localização que ditam o seuvalor no mercado. Mas essa avaliação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> igualmente do equilíbrio entre as dinâmicas do mercadohabitacional e a conjuntura económica e financeira do momento.Não obstante um custo elevado da habitação ser <strong>de</strong>sfavorável para os cidadãos individualmente - porrepresentar um encargo consi<strong>de</strong>rável no conjunto do orçamento familiar – o seu aumento <strong>de</strong>ve serentendido como o reflexo da valorização do território em termos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e o reconhecimentodas suas mais-valias enquanto área resi<strong>de</strong>ncial comparativamente a outros locais. Por outraspalavras, o aumento do custo <strong>de</strong> aquisição da habitação, apesar <strong>de</strong> ser negativo para os potenciaiscompradores, po<strong>de</strong> sinalizar uma situação <strong>de</strong> vantagem para a cida<strong>de</strong> ao refletir um aumento da suaatrativida<strong>de</strong>.EVOLUÇÃO RECENTEO custo médio <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> habitação no Portoatingiu, em 2010, o valor <strong>de</strong> 1.432,7€ por m 2 .Des<strong>de</strong> 2006 que os valores médios da avaliaçãobancária têm vindo a diminuir. Esta trajetóriareproduz aquela que tem sido uma tendênciaobservada a nível nacional. De salientar, contudo,que a baixa <strong>de</strong> preços foi inferior, no caso doPorto, à registada quer no Gran<strong>de</strong> Porto, quer nopaís. As taxas <strong>de</strong> variação média anual para o período2006-2010 foram, respetivamente, <strong>de</strong> -3,2%,-4,4% e -5,0%, a preços constantes.CONDIÇÕES ECONÓMICAS / 143


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do custo médio <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> habitação(a preços constantes <strong>de</strong> 2010)(euros/m 2 )1.7001.6001.5001.4002006 2007 2008 2009 2010Fonte: INEEsta tendência enquadra-se na conjuntura geral<strong>de</strong> recessão da economia e, particularmente,do setor imobiliário. Com efeito, as implicações<strong>de</strong>correntes da crise instalada, <strong>de</strong>signadamenteo aumento do <strong>de</strong>semprego e a diminuição dacapacida<strong>de</strong> financeira das famílias, associadaao excesso <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> habitações – resultante<strong>de</strong> um período <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> dinamismo no setor daconstrução impulsionado pelo acesso facilitadoao crédito por parte dos indivíduos –, conduzirama um enfraquecimento da confiança dosbancos no mercado da habitação. Esta quebra <strong>de</strong>confiança traduziu-se numa maior restrição noacesso ao crédito e numa diminuição dos valores<strong>de</strong> avaliação dos imóveis.À escala intra-urbana, a área oci<strong>de</strong>ntal da cida<strong>de</strong>(freguesias da Foz do Douro, Lor<strong>de</strong>lo do Ouro eNevogil<strong>de</strong>) era, em 2010, a área mais valorizadaem termos habitacionais, com custos médios queatingiam quase os 1.705€ por m 2 . Os preços maisbaixos – cerca <strong>de</strong> 1.371€ por m 2 – diziam respeitoàs freguesias da cintura interior (Bonfim, Cedofeita,Massarelos e Santo Il<strong>de</strong>fonso).Nesse ano, o preço por m 2 das casas no Porto foicerca <strong>de</strong> 275€ superior aos preços praticados aonível do Gran<strong>de</strong> Porto e do país.Custo médio <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> habitação2010(euros/m 2 )1.5001.4001.3001.2001.1001.000Fonte: INEPorto Gran<strong>de</strong> Porto Portugal144 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


Custo médio <strong>de</strong>arrendamentoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOValores médios do valor <strong>de</strong> arrendamento mensal, por área útil, <strong>de</strong> casas <strong>de</strong>stinadas à habitação.UNIDADEeuros/m 2LEITURA DO INDICADORPara além <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das características construtivas do alojamento, o custo <strong>de</strong> arrendamento traduzigualmente todo um conjunto <strong>de</strong> fatores associados à sua localização (proximida<strong>de</strong> a equipamentose serviços diversificados, acessibilida<strong>de</strong>s, facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a áreas recreativas, entre outras)que condicionam o grau <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> da área on<strong>de</strong> se inserem.Deste modo, o aumento do valor <strong>de</strong>ste indicador indicia o reforço, por parte da cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> vantagenscomparativas face a outras localizações, vantagens essas que são valorizadas nas escolhas resi<strong>de</strong>nciaisdos indivíduos e das famílias.O custo médio <strong>de</strong> arrendamento também se encontra, no entanto, fortemente condicionado pelofuncionamento global do mercado <strong>de</strong> habitação. Por exemplo, o aumento da procura, quando acompanhadoda escassez da oferta, conduz ao aumento das rendas. Em sentido inverso, caso haja um stockexcessivo relativamente à procura, os valores das rendas baixam.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2010 o valor médio do preço do arrendamento<strong>de</strong> habitação no Porto situou-se em 7,2€/m 2 .Em termos evolutivos, o custo das rendas na cida<strong>de</strong>tem vindo a diminuir ligeiramente nos anosmais recentes, em linha com a tendência observadaao nível do Gran<strong>de</strong> Porto. Mantém-se por issoestável o diferencial <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2€ que separaos preços praticados por m 2 na cida<strong>de</strong> central eno conjunto dos nove concelhos que formam aaglomeração metropolitana. Em termos relativos,os preços praticados no Porto são cerca <strong>de</strong>40% superiores à média <strong>de</strong> preços verificada noGran<strong>de</strong> Porto.CONDIÇÕES ECONÓMICAS / 145


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do custo médio <strong>de</strong> arrendamento(a preços constantes <strong>de</strong> 2010)(euros/m 2 )9876542006 20072008 2009 2010PortoGran<strong>de</strong> PortoFonte: Confi<strong>de</strong>ncial ImobiliárioAo nível das freguesias, em 2010, os valores docusto médio <strong>de</strong> arrendamento oscilaram entre os6,2€ por m 2 praticados no Bonfim e os 9,9€ por m 2em Nevogil<strong>de</strong>.e 2010, o que terá certamente contribuído paraa redução que se verificou no valor das rendas.Neste último ano, a cida<strong>de</strong> concentrava 55% daoferta <strong>de</strong> arrendamento <strong>de</strong> todo o Gran<strong>de</strong> Porto.O número <strong>de</strong> fogos em oferta para arrendamentono Porto aumentou quase 240% entre 2006MERCADO DE HABITAÇÃO - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOINE, Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação, Destaque – Informação à comunicaçãosocial, Publicação mensal, ed. Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística.SITES RELACIONADOShttp://www.arrendamento.gov.pthttp://www.confi<strong>de</strong>ncialimobiliario.comhttp://www.portaldahabitacao.pt146 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


<strong>2011</strong>DINAMISMO ECONÓMICOSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOPara criarem riqueza e postos <strong>de</strong> trabalho, as cida<strong>de</strong>s têm que atrair fatores <strong>de</strong> produçãoe competir com outras cida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>signadamente, para captar investimentos,resi<strong>de</strong>ntes e visitantes.Os indicadores relacionados com a ativida<strong>de</strong> económica, dando indicações <strong>sobre</strong>o <strong>de</strong>sempenho da cida<strong>de</strong> neste domínio, oferecem uma perspetiva <strong>sobre</strong> o grau <strong>de</strong>sustentabilida<strong>de</strong> local do nível <strong>de</strong> bem-estar material.INDICADORES SELECIONADOS:· Variação dos estabelecimentos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> económica· Variação das vendas <strong>de</strong> combustíveis· Variação da <strong>de</strong>spesa total do Município· Variação das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros· Variação dos passageiros em voos comerciaisCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 147


Variação dosestabelecimentos <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong> económicaSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOTaxa <strong>de</strong> variação anual do número <strong>de</strong> estabelecimentos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> económica.UNIDADE%LEITURA DO INDICADOREnquanto polos <strong>de</strong> dinamização da economia, as cida<strong>de</strong>s apresentam uma elevada concentração <strong>de</strong>estabelecimentos económicos com ativida<strong>de</strong>s mais ou menos variadas consoante o seu perfil funcional.A evolução positiva do número <strong>de</strong> estabelecimentos indicia uma situação favorável em termos dodinamismo da economia local, na medida em que traduz uma potencial maior oferta <strong>de</strong> bens e serviços,bem como a criação <strong>de</strong> mais emprego e geração <strong>de</strong> riqueza.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2009 localizavam-se na cida<strong>de</strong> do Porto14.377 estabelecimentos com ativida<strong>de</strong> económica.Analisando a variação anual <strong>de</strong>stas unida<strong>de</strong>sprodutivas no período compreendido entre 2005e 2009, verifica-se que o balanço foi sempre positivo,à exceção do último ano, em que se registouuma redução na or<strong>de</strong>m dos 2,5%.Evolução da taxa <strong>de</strong> variação anual dosestabelecimentos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> económica(%)543210-1-2-32005 2006 2007 2008 2009Fonte: MTSS-GEP148 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEsta inversão <strong>de</strong> comportamento, que ocorrenuma conjuntura <strong>de</strong> agravamento da crise económica,acompanha uma tendência <strong>de</strong> retraçãodo número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s económicas verificada àescala nacional (-2,5%) e do Gran<strong>de</strong> Porto (-2,3%).A metrópole do Porto mantém, contudo, a suaimportância relativa enquanto polo central <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong> económica, concentrando, nesse ano,cerca <strong>de</strong> 29% do total <strong>de</strong> estabelecimentos daaglomeração metropolitana.Taxa <strong>de</strong> variação anual dos estabelecimentos <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong> económica 2009(%)10-1-2-3Fonte: MTSS-GEPPorto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 149


Variação das vendas <strong>de</strong>combustíveisSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOTaxa <strong>de</strong> variação anual das vendas <strong>de</strong> gasóleo e <strong>de</strong> gasolina aditivada, IO 95 e IO 98.UNIDADE%LEITURA DO INDICADORAs vendas <strong>de</strong> combustíveis (gasolina e gasóleo), consumidos essencialmente pelos veículos motorizados,constituem um indicador tradicional do dinamismo da economia.O aumento das vendas reflete em geral os recursos económicos investidos pelas empresas e pelas famíliaspara satisfazer as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2009, no Porto, registou-se uma quebra <strong>de</strong>21,8% nas vendas <strong>de</strong> combustíveis, face ao valordo ano transato. Consi<strong>de</strong>rando o horizonte temporal2005-2009, as taxas <strong>de</strong> variação têm sidosempre negativas, à exceção do ano <strong>de</strong> 2008 queregistou um crescimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 8%.Este é um indicador cuja leitura tem que ser cautelosana medida em que vários fatores condicionama sua trajetória, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, o preço base dospróprios combustíveis.Evolução da taxa <strong>de</strong> variação anual das vendas<strong>de</strong> combustíveis(%)1050-5-10-15-20-25-302005 2006 2007 2008 2009Fonte: DGEG150 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODe sublinhar que esta variação negativa das vendas<strong>de</strong> combustíveis em 2009 foi também sentidaao nível do Gran<strong>de</strong> Porto e do país, ainda que <strong>de</strong>uma forma não tão acentuada.Taxa <strong>de</strong> variação anual das vendas <strong>de</strong> combustíveis2009(%)1050-5-10-15-20-25-30Fonte: DGEGPorto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 151


Variação da <strong>de</strong>spesa totaldo MunicípioSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOTaxa <strong>de</strong> variação anual do montante das <strong>de</strong>spesas efetivas (correntes e <strong>de</strong> capital) do município.UNIDADE%LEITURA DO INDICADOROs orçamentos municipais refletem a capacida<strong>de</strong> financeira do po<strong>de</strong>r local para implementar e <strong>de</strong>senvolverestratégias e medidas <strong>de</strong> intervenção em todo um conjunto <strong>de</strong> domínios que influenciam diretamentea qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos cidadãos e as condições <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> dos territórios. Quantomaiores os recursos financeiros da autarquia maiores serão os impactos previsíveis no dinamismoeconómico da cida<strong>de</strong>.EVOLUÇÃO RECENTEA <strong>de</strong>spesa total efetiva do município do Porto, referenteao ano <strong>de</strong> 2010, cifrou-se em 183,2 milhões<strong>de</strong> euros, menos 4,4% do que no ano anterior.A série <strong>de</strong> dados correspon<strong>de</strong>nte ao período 2006-2010 revela uma flutuação <strong>de</strong> valores no quadro<strong>de</strong> uma relativa estabilida<strong>de</strong>.Do ponto <strong>de</strong> vista da estrutura, a maior fatia da<strong>de</strong>spesa refere-se, em todos os anos analisados, àcomponente das <strong>de</strong>spesas correntes, que representaram,em 2010, 68% do montante total pagopelo município. Estas englobam <strong>sobre</strong>tudo as<strong>de</strong>spesas com pessoal e com a aquisição <strong>de</strong> bens eserviços, mas também as transferências correntese as transferências para as empresas municipais,bem como, o pagamento <strong>de</strong> juros e outros encargos.Por seu lado, as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> capital incluem aaquisição <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> capital, as transferências eoutras <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> capital, não se encontrandoaqui contemplados os ativos e os passivos financeiros.152 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução da taxa <strong>de</strong> variação anual da <strong>de</strong>spesatotal do município(%)6420-2-4-6-8-10Fonte: CMP2006 2007 2008 2009 2010A redução da <strong>de</strong>spesa total do Porto verificadaneste último ano vai ao encontro do esforço realizadonos últimos anos, por parte da autarquia, <strong>de</strong>equilíbrio orçamental, <strong>de</strong>signadamente através<strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> contenção das <strong>de</strong>spesas correntese <strong>de</strong> redução do passivo financeiro.Em termos comparativos, a variação da <strong>de</strong>spesaverificada no caso do Porto em 2009 - ano maisrecente para o qual se dispõe <strong>de</strong> informação comparável- foi muito próxima à que se registou parao conjunto dos municípios do Gran<strong>de</strong> Porto e ligeiramenteinferior à verificada à escala nacional.Taxa <strong>de</strong> variação anual da <strong>de</strong>spesa total dos municípios2009(%)6543210Fonte: INEPorto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 153


Variação das dormidasnos estabelecimentos hoteleirosSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOTaxa <strong>de</strong> variação anual das dormidas em estabelecimentos hoteleiros.UNIDADE%LEITURA DO INDICADORO total <strong>de</strong> dormidas verificadas em hotéis, pensões e outros estabelecimentos hoteleiros me<strong>de</strong> a atrativida<strong>de</strong>turística da cida<strong>de</strong>.Uma evolução positiva do indicador reflete um reforço do <strong>de</strong>sempenho da cida<strong>de</strong> como <strong>de</strong>stino turístico,o qual é atualmente visto como uma das apostas chave para o <strong>de</strong>senvolvimento económico local.EVOLUÇÃO RECENTENos anos mais recentes (2006-2010) a evoluçãodo número <strong>de</strong> dormidas na cida<strong>de</strong> tem sido semprepositiva, à exceção do ano <strong>de</strong> 2009 em que severificou um <strong>de</strong>créscimo na or<strong>de</strong>m dos 3,7%. Em2010 foi retomada a trajetória <strong>de</strong> crescimento,com as dormidas <strong>de</strong> hóspe<strong>de</strong>s a progredirem 16%face aos valores verificados no ano anterior.Este <strong>de</strong>sempenho francamente favorável espelhaa afirmação da cida<strong>de</strong> enquanto <strong>de</strong>stino turístico,sendo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar a importância das vertenteslazer e negócios para estes resultados. Com efeito,à atrativida<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong> histórica, com um ricopatrimónio arquitetónico e cultural e uma gran<strong>de</strong>oferta gastronómica e <strong>de</strong> comércio, juntam-seas condições geradas pela centralida<strong>de</strong> económicae empresarial do Porto que permitem a suapotencialização enquanto local <strong>de</strong> realização <strong>de</strong>reuniões, conferências e congressos.154 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTO(%)Evolução da taxa <strong>de</strong> variação anual das dormidas nosestabelecimentos hoteleiros181614121086420-2-42006 2007 2008 2009 2010Fonte: INEO expressivo incremento no número <strong>de</strong> dormidasverificado na cida<strong>de</strong> do Porto em 2010 ganhaespecial significado quando confrontado com oaumento <strong>de</strong> apenas 2% verificado a nível nacional.Neste ano, 64% das dormidas efetuadas no Gran<strong>de</strong>Porto foram registadas por estabelecimentoslocalizados no concelho do Porto o qual <strong>de</strong>tém,nesta altura, uma quota <strong>de</strong> 58% das unida<strong>de</strong>shoteleiras existentes nos 9 municípios da aglomeraçãometropolitana.Taxa <strong>de</strong> variação anual das dormidas nosestabelecimentos hoteleiros 2010(%)181614121086420Fonte: INEPorto Gran<strong>de</strong> Porto PortugalCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 155


Variação dos passageirosem voos comerciaisSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOTaxa <strong>de</strong> variação anual dos passageiros transportados em avião comercial, em serviço regular ounão regular.UNIDADE%LEITURA DO INDICADORQuanto maior o movimento <strong>de</strong> passageiros registado no Aeroporto, maior o dinamismo económicoesperado, já que tal significa o incremento <strong>de</strong> visitantes ou turistas que utilizam a cida<strong>de</strong> - por motivos<strong>de</strong> lazer ou para negócios.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2010, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro movimentouquase 5,3 milhões <strong>de</strong> passageiros em vooscomerciais o que significou um incremento <strong>de</strong>cerca <strong>de</strong> 17% em relação ao ano anterior. Foi assimretomada a tendência positiva verificada nosúltimos anos, interrompida apenas em 2009 pelosefeitos conjugados da crise económica e financeiramundial e do surto <strong>de</strong> Gripe A, quebra que foisentida não só a nível nacional mas também nageneralida<strong>de</strong> dos países da Europa.Para o <strong>de</strong>sempenho global tão positivo do Aeroportocontribuiu a abertura do novo terminal <strong>de</strong>passageiros, em Outubro <strong>de</strong> 2005, o alargamentodo número <strong>de</strong> companhias aéreas a prestar serviçose uma cada vez maior oferta <strong>de</strong> rotas.O impulso das viagens low-cost favoreceusignificativamente o incremento do tráfego <strong>de</strong>passageiros e permitiu que o Aeroporto FranciscoSá Carneiro consolidasse a sua importância nocontexto nacional e <strong>de</strong> todo o noroeste peninsular.O tráfego do Aeroporto do Porto correspon<strong>de</strong>u,em 2008, a 18% do total <strong>de</strong> passageiros que semovimentaram em aeroportos portugueses.156 / CONDIÇÕES ECONÓMICAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução da taxa <strong>de</strong> variação anual dos passageiros emvoos comerciais no Aeroporto Franscisco Sá Carneiro(%)181614121086420-22006 2007 2008 2009 2010Fonte: ANAEm 2010, no ranking “Airports Service Quality”,na categoria dos aeroportos que movimentaramentre 2 e 5 milhões <strong>de</strong> passageiros, o AeroportoFrancisco Sá Carneiro posicionou-se como o 2°Melhor Europeu e o 5° Melhor do Mundo. Estegalardão atribuído pelo Airports Council Internationalpremeia os aeroportos que proporcionaramaos seus passageiros os maiores índices <strong>de</strong>satisfação quanto a um conjunto diversificado <strong>de</strong>serviços prestados entre a realização do check-ine a entrada na porta <strong>de</strong> embarque.DINAMISMO ECONÓMICO - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOANA (2007), Plano Director Aeroporto Francisco Sá Carneiro [Porto], ed. ANA – Aeroportos <strong>de</strong> Portugal,SA.CCDR-N (2008), Plano <strong>de</strong> Acção para o Desenvolvimento Turístico do Norte <strong>de</strong> Portugal, AgendaRegional <strong>de</strong> Turismo, Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional do Norte e Ministériodo Ambiente, do Or<strong>de</strong>namento do Território e do Desenvolvimento Regional.ODRN (2009), Turismo na Região do Norte <strong>de</strong> Portugal, Edição 2009, ed. Observatório das DinâmicasRegionais do Norte (Centro <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Políticas e Estudos Regionais).MOPTC (2009), Plano Estratégico <strong>de</strong> Transportes 2008-2020, ed. Ministério das Obras Públicas,Transportes e Comunicações.SITES RELACIONADOShttp://www.dgge.pthttp://www.gep.mtss.gov.pthttp://www.instituto<strong>de</strong>turismo.orghttp://www.portalautarquico.pthttp://www.portoenorte.pthttp://www.unwto.orgCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 157


158 / CONDIÇÕES MATERIAIS COLETIVAS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOCondições Económicas - Quadro sínteseIndicadorUnida<strong>de</strong>Valor maisrecenteValor AnoEvoluçãoSinal daTendênciaPeríodoRendimento e consumoRendimento coletável <strong>de</strong>claradoeuros/hab8.95820092005-2009Remuneração média mensaleuros1.20220092005-2009Quociente entre os percentis 90 e 10 da remuneraçãomédia mensaln°5,220092005-2009Pensionistas <strong>de</strong> invali<strong>de</strong>z e <strong>sobre</strong>vivêncian°/1000 hab11720102006-2010Beneficiários do Rendimento Social <strong>de</strong> Inserçãon°/1000 hab12220102006-2010Compras através <strong>de</strong> terminais <strong>de</strong> pagamentoeurosautomático(milhões)1.330,720102006-2010Automóveis ligeirosn°/1000 hab45320102006-2010Assinantes do serviço <strong>de</strong> TV por subscriçãon°81.98320102008-2010Mercado <strong>de</strong> trabalhoEmprego privadon°/1000 hab517,820092005-2009Trabalhadores com habilitações superiores%24,720092005-2009Emprego terciário em serviços <strong>de</strong> conhecimentointensivo%51,520092005-2009Desempregados inscritos nos Centros <strong>de</strong> Empregon°/1000 hab64,920102006-2010Mercado <strong>de</strong> habitaçãoCusto médio <strong>de</strong> aquisiçãoeuros/m 21.432,720102006-2010Custo médio <strong>de</strong> arrendamentoeuros/m 27,220102006-2010Dinamismo económicoVariação dos estabelecimentos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>económica%-2,520092005-2009Variação das vendas <strong>de</strong> combustíveis%-21,820092005-2009Variação da <strong>de</strong>spesa total do Município%-4,420102006-2010Variação das dormidas nos estabelecimentoshoteleiros%16,020102006-2010Variação dos passageiros em voos comerciais%17,120102006-2010Evolução favorávelEvolução <strong>de</strong>sfavorávelEstabilida<strong>de</strong>Sem tendência <strong>de</strong>finidan.d. Não disponívelCONDIÇÕES ECONÓMICAS / 159


SOCIEDADE· POPULAÇÃO· EDUCAÇÃO· DINÂMICA CULTURAL· PARTICIPAÇÃO CÍVICA· SAÚDE· SEGURANÇA· QUADRO SÍNTESE


<strong>2011</strong>SOCIEDADESISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTONo atual contexto <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> territorialuma metrópole bem-sucedida é aquelaque oferece boas oportunida<strong>de</strong>s aos indivíduos<strong>de</strong> participarem ativa e plenamente nas suascomunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>senvolverem projetos <strong>de</strong> vidagratificantes. Mudanças profundas atualmenteem curso – e com um ritmo muito intenso – estãoa afetar diretamente várias <strong>de</strong>terminantes sociaisdo bem-estar estabelecendo novos <strong>de</strong>safios àspolíticas públicas.No que diz respeito à educação - no atual contextoda socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação e <strong>de</strong> conhecimento-, as habilitações e as competências, para além <strong>de</strong>alimentarem sentimentos <strong>de</strong> realização pessoal,influenciam mais do que nunca as oportunida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> emprego e as perspetivas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoda carreira profissional. Paralelamente, a educaçãoinfluencia <strong>de</strong> forma cada vez mais evi<strong>de</strong>nte aprópria acessibilida<strong>de</strong> quotidiana à generalida<strong>de</strong>dos serviços, continuando, naturalmente, a sercrucial para que os indivíduos interpretem e exerçamplenamente os seus direitos nos planos cívicoe político. Representa a via mais promissora esustentável para promover a coesão social.Para a valorização integral dos cidadãos e para ocontacto com novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagemcontribui também, hoje em dia, <strong>de</strong>cisivamente,o acesso à cultura e ao lazer, ativida<strong>de</strong>sencaradas pelas cida<strong>de</strong>s, cada vez mais, comoum setor chave para a sua afirmação competitivae projeção internacional. Neste plano dacultura e do lazer um dos <strong>de</strong>safios que se colocaé o <strong>de</strong> alcançar um equilíbrio entre a afirmaçãoda i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> local e a aposta nas ofertas maisinovadoras.A uma elevada qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida estão tambémcada vez mais associadas as oportunida<strong>de</strong>s quesão dadas às populações <strong>de</strong> tomarem parte nosmúltiplos processos <strong>de</strong>cisionais inerentes à vidaem socieda<strong>de</strong> e fortes níveis <strong>de</strong> envolvimentocívico.Na socieda<strong>de</strong> contemporânea a insegurançaten<strong>de</strong> a constituir uma ameaça a uma participaçãoplena na vida social. Para além do aumentoa que se tem vindo a assistir dos índices genéricos<strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>, é hoje em dia reconhecidauma vulnerabilida<strong>de</strong> global das cida<strong>de</strong>s a novosfenómenos e acontecimentos que po<strong>de</strong>m colocarem causa o seu funcionamento normal e <strong>de</strong>struira tranquilida<strong>de</strong> das populações e os seus níveis <strong>de</strong>confiança.A saú<strong>de</strong>, por seu lado, apresenta-se inegavelmentecomo a <strong>de</strong>terminante maior da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida individual, tanto no plano físico, como noplano psicossocial. Apesar da evolução favorável<strong>de</strong> muitos indicadores relacionados com a mortalida<strong>de</strong>e a morbilida<strong>de</strong> da população ao longo dasúltimas décadas, há a assinalar sinais <strong>de</strong> agravamentoda prevalência <strong>de</strong> certas doenças relacionadascom os estilos <strong>de</strong> vida, nomeadamente, dasperturbações do foro mental.Ainda no capítulo da socieda<strong>de</strong>, as transformaçõesque se estão a operar ao nível das estruturas<strong>de</strong>mográficas têm no envelhecimento da populaçãoo seu traço mais marcante. Se à escala dospaíses a sustentabilida<strong>de</strong> dos sistemas <strong>de</strong> pensõesten<strong>de</strong> a ser o foco central do <strong>de</strong>bate <strong>sobre</strong> oaumento do peso relativo das pessoas idosas, àescala das cida<strong>de</strong>s os <strong>de</strong>safios colocam-se <strong>sobre</strong>tudoao nível da procura <strong>de</strong> serviços, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<strong>de</strong> outros tipos, e da expansão/adaptação da re<strong>de</strong><strong>de</strong> equipamentos, garantindo a sua acessibilida<strong>de</strong>a todos os cidadãos. Perante o problema dos baixosníveis <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong>, o fenómeno imigratórioreveste-se <strong>de</strong> particular importância no contextoatual pela vitalida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>rá trazer a algunsterritórios urbanos, contribuindo não só para ocrescimento populacional mas também para umamaior diversida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong>. Neste caso o<strong>de</strong>safio que se coloca é, <strong>sobre</strong>tudo, o da efetiva eplena integração da população migrante./ 161


Principais mudançasNo que diz respeito à cida<strong>de</strong> do Porto e às suasdinâmicas recentes, observaram-se muitas tendênciaspositivas neste domínio da Socieda<strong>de</strong>. Noentanto, o panorama em termos gerais é misto,já que em várias áreas os progressos foram muitoténues, havendo um indicador em que a evoluçãono intervalo <strong>de</strong> tempo analisado foi mesmo<strong>de</strong>sfavorável.Os indicadores relacionados com o tema daeducação e da cultura sinalizaram mudançasno sentido <strong>de</strong>sejável, em linha com a crescenteprojeção da metrópole como polo criativo e <strong>de</strong>conhecimento.Em todos os restantes temas que foram alvo <strong>de</strong>atenção os sinais dados pelos indicadores utilizadospermitem mais do que um tipo <strong>de</strong> leitura.Se, em matéria <strong>de</strong> participação cívica, o reforçoda presença das mulheres no exercício <strong>de</strong> cargosdo po<strong>de</strong>r local foi significativo, a participaçãogeral dos cidadãos nos atos eleitorais não registouganhos assinaláveis, mantendo-se em redordos 50%.Uma gran<strong>de</strong> estabilização <strong>de</strong> valores foi tambémo traço marcante do comportamento dos indicadores<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, exceção feita à incidência local <strong>de</strong>doenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração obrigatória, que registouuma quebra no intervalo <strong>de</strong> tempo analisado. Nãose revelando esta estabilida<strong>de</strong> particularmentepreocupante no caso da mortalida<strong>de</strong> precoce edas mortes por doenças do aparelho circulatório -em que o Porto não se distancia muito <strong>de</strong> valores<strong>de</strong> referência do país, no caso da maternida<strong>de</strong> naadolescência ela traduz a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um fenómenoque na cida<strong>de</strong> apresenta uma gravida<strong>de</strong>claramente acima da média nacional. No que dizrespeito à ocorrência <strong>de</strong> suicídios, não é possívelassociar uma tendência clara quanto ao comportamentoevolutivo <strong>de</strong>ste indicador que, emqualquer caso, registou sempre valores absolutosmuito baixos.No caso dos indicadores <strong>de</strong>mográficos, a notamais favorável a reter diz respeito à evoluçãodos pedidos <strong>de</strong> residência por parte <strong>de</strong> cidadãosestrangeiros já que ao nível do fenómeno do envelhecimentoe do dinamismo natural as medidasestatísticas sofreram oscilações ligeiras que nãoanunciam gran<strong>de</strong>s mudanças ao nível dos processosevolutivos instalados.O tema da segurança é aquele que encerra as tendênciasmais contrastantes. A trajetória positiva<strong>de</strong>scrita pelo indicador referente à sinistralida<strong>de</strong>rodoviária mais grave - que caiu no período2006-2010 – não se reproduziu, com efeito, nocaso da taxa <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>, que registou aevolução mais <strong>de</strong>sfavorável neste período, tendotido lugar um incremento acentuado dos crimescontra o património.162 / SOCIEDADE


<strong>2011</strong>POPULAÇÃOSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOEntre as mudanças mais marcantes que afetam atualmente as estruturas <strong>de</strong>mográficas– em particular as oci<strong>de</strong>ntais – conta-se o envelhecimento populacional,<strong>de</strong>corrente <strong>sobre</strong>tudo do aumento da esperança média <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> uma quebraacentuada das taxas <strong>de</strong> fecundida<strong>de</strong>. Se a maior longevida<strong>de</strong> da população representa,só por si, um importante sinal <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento social, o que é hoje inquestionávelé que o envelhecimento impõe importantes <strong>de</strong>safios à socieda<strong>de</strong> e apelaà emergência <strong>de</strong> novas respostas que possam ajudar a enfrentar muitas das suasconsequências práticas na vida quotidiana das cida<strong>de</strong>s.Uma outra tendência evolutiva que se tem vindo a <strong>de</strong>stacar diz respeito ao aumentodos movimentos migratórios. A crescente mobilida<strong>de</strong> dos cidadãos por motivos<strong>de</strong> trabalho, estudo, lazer, entre outros, apresenta-se como uma das dimensões dofenómeno da globalização. Nas situações em que a integração na socieda<strong>de</strong> local ébem conseguida, a presença <strong>de</strong> estrangeiros - propiciando e estimulando o contactoentre povos e culturas - representa um trunfo para as metrópoles contemporâneasjá que promove a sua diversida<strong>de</strong> étnica e cultural.INDICADORES SELECIONADOS:· Nados-vivos· Envelhecimento populacional· População estrangeira que solicitou estatuto <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>nteSOCIEDADE / 163


Nados-vivosSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃONados-vivos registados.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORA diminuição progressiva do número <strong>de</strong> nascimentos constitui uma tendência instalada na maior partedos países <strong>de</strong>senvolvidos, fruto <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> transformações sociais que têm vindo a influenciara organização e o funcionamento da socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna.O total anual <strong>de</strong> nados-vivos registados constitui um indicador útil para se acompanhar a dinâmica<strong>de</strong> crescimento natural da população. A sua evolução fornece pistas importantes <strong>sobre</strong> a vitalida<strong>de</strong><strong>de</strong>mográfica local.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2010, nasceram no Porto 1.974 crianças, valorequivalente a uma relação <strong>de</strong> 8,3 nados-vivos por1000 habitantes. Analisando a trajetória recente<strong>de</strong>ste indicador, verifica-se que este se temmantido relativamente estável. O ano <strong>de</strong> 2007 foiaquele que registou a quebra mais expressiva, nãose tendo atingido a fasquia dos 8 nados-vivos por1000 habitantes.Evolução do número <strong>de</strong> nados-vivos(n°/1000 hab)9,08,58,07,57,02006 20072008 2009 2010Fonte: INE/cálculos CMP-GEP164 / SOCIEDADE


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do saldo natural(n°)02006 2007 2008 2009 2010-200-400-600-800-1000-1200Fonte: INEOs baixos valores registados em termos <strong>de</strong> nascimentossão explicados por tendências diferentescujos efeitos são convergentes. Por um lado, o número<strong>de</strong> nados-vivos diminui pela quebra dos níveis<strong>de</strong> fecundida<strong>de</strong> e, por outro, porque a própriaestrutura da população tem vindo a envelhecer.No que diz respeito à dinâmica <strong>de</strong> crescimentonatural da população do Porto, verifica-se queao longo do período consi<strong>de</strong>rado (2006-2010) onúmero <strong>de</strong> nascimentos não tem sido o suficientepara compensar os óbitos, daqui resultando saldosnaturais anuais invariavelmente negativos.Estes balanços fisiológicos negativos, conjugadamentecom taxas migratórias <strong>de</strong> sinal igualmentenegativo, são os responsáveis pela tendência quese tem vindo a observar <strong>de</strong> diminuição da populaçãoresi<strong>de</strong>nte.Nados-vivos2010(n°/1000 hab)10,09,59,08,58,07,57,0Porto Gran<strong>de</strong> Porto PaísFonte: INE/cálculos CMP-GEPA comparação dos valores <strong>de</strong>ste indicador baseadono registo <strong>de</strong> nados-vivos entre o Porto, oGran<strong>de</strong> Porto e o país no seu conjunto permite,por seu lado, constatar que é ao nível da cida<strong>de</strong>que a vitalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica é menor.SOCIEDADE / 165


Envelhecimento populacionalSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃORelação entre a população idosa resi<strong>de</strong>nte (com mais <strong>de</strong> 65 anos) e a população jovem resi<strong>de</strong>nte(entre os 0 e os 14 anos).UNIDADEíndice <strong>de</strong> base 100LEITURA DO INDICADORA maior longevida<strong>de</strong> da população representa, só por si, um aspeto positivo do <strong>de</strong>senvolvimento dasocieda<strong>de</strong>. Contudo, o envelhecimento <strong>de</strong>mográfico - fenómeno que se tem vindo a acentuar ao longodas últimas décadas - coloca gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios aos diversos atores sociais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Estado, às empresas,às organizações da socieda<strong>de</strong> civil e às próprias famílias. No plano económico, a preocupaçãodominante pren<strong>de</strong>-se com a sustentabilida<strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> pensões mas na verda<strong>de</strong> as questões quese colocam são múltiplas e envolvem muitos outros domínios: saú<strong>de</strong>, apoio social, transportes, educação,recreio e lazer, etc.A informação <strong>sobre</strong> a evolução <strong>de</strong>ste indicador revela-se essencial para acompanhar variações daestrutura etária da população local.EVOLUÇÃO RECENTEA estrutura etária dos resi<strong>de</strong>ntes no Porto é atualmentecaracterizada por um forte envelhecimento<strong>de</strong>mográfico. Em 2010, por cada 100 jovens,residiam na cida<strong>de</strong> 162 idosos.Tratando-se <strong>de</strong> uma tendência genérica da <strong>de</strong>mografianacional e europeia - que surge associadaa um aumento da esperança média <strong>de</strong> vidaconjugada com baixos níveis <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> -, estefenómeno do envelhecimento na cida<strong>de</strong> do Portotem-se, no entanto, mantido relativamente estávelnos anos mais recentes.166 / SOCIEDADE


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do índice <strong>de</strong> envelhecimento populacional(índice)1651601551501451402006 2007 2008 2009 2010Fonte: INEFace aos índices <strong>de</strong> envelhecimento registados noGran<strong>de</strong> Porto e no continente, no Porto havia, em2010, mais <strong>de</strong> 56 e 39 idosos, por cada 100 jovensresi<strong>de</strong>ntes, respetivamente.Índice <strong>de</strong> envelhecimento2010(índice)200150100500Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: INESOCIEDADE / 167


População estrangeiraque solicitou estatuto <strong>de</strong>resi<strong>de</strong>nteSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOPessoas <strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong> não portuguesa que anualmente solicitam um título <strong>de</strong> residência aoabrigo da legislação em vigor que regula a entrada, permanência, saída e afastamento <strong>de</strong> estrangeirosem território nacional (conceito adaptado do INE).UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORUm dado importante para se conhecer o dinamismo <strong>de</strong>mográfico das cida<strong>de</strong>s é o que diz respeito à suaatrativida<strong>de</strong> migratória. Medindo o fluxo <strong>de</strong> novas entradas, este indicador preten<strong>de</strong> captar a capacida<strong>de</strong>da cida<strong>de</strong> se afirmar como local <strong>de</strong> eleição para se viver e estudar ou trabalhar.EVOLUÇÃO RECENTENo ano <strong>de</strong> 2009 registaram-se no Porto 1.564 pedidos<strong>de</strong> cidadãos estrangeiros para obtenção doestatuto <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>nte, equivalendo a 6,5 pedidospor 1000 habitantes. A trajetória global <strong>de</strong> evolução<strong>de</strong>ste indicador no período 2005-2009 foi <strong>de</strong>crescimento, com um pico muito pronunciado noano <strong>de</strong> 2006, coinci<strong>de</strong>nte com a introdução <strong>de</strong> alteraçõeslegislativas que favoreceram a regularizaçãoda situação <strong>de</strong> muitos cidadãos estrangeirosque anteriormente não estavam enquadradospor este tipo <strong>de</strong> autorização 1 .1Há um conjunto <strong>de</strong> legislação recente relativa à entrada e permanência <strong>de</strong> estrangeiros em território nacional, publicada entre 2002 e2007, que teve impacto <strong>sobre</strong> o crescimento da população estrangeira resi<strong>de</strong>nte em Portugal. Um exemplo <strong>de</strong> alterações ocorridas diz respeitoà conversão <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong> visto <strong>de</strong> longa duração e autorizações <strong>de</strong> permanência em autorizações <strong>de</strong> residência.168 / SOCIEDADE


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do número <strong>de</strong> estrangeiros que solicitaramestatuto <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>nte(n°/1000 hab)1098765432102005 20062007 2008 2009Fonte: INE/cálculos CMP-GEPEm 2009, em termos relativos, o Porto superouainda que ligeiramente, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atração<strong>de</strong> novos cidadãos estrangeiros exercida peloconjunto do território nacional, revelando-se<strong>sobre</strong>tudo como um polo <strong>de</strong> atração no contextometropolitano, com um fluxo <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> novosestrangeiros duas vezes superior ao valor médioregistado ao nível do Gran<strong>de</strong> Porto.Estrangeiros que solicitaram estatuto <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>nte2009(n°/ 1000 hab)86420Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: INE/cálculos CMP-GEPPOPULAÇÃO - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOEuropean Commission (2010), Demography Report, Working document.GEP (<strong>2011</strong>), Análise dos Resultados Preliminares dos Censos <strong>2011</strong> (documento <strong>de</strong> trabalho).SEF (2009), Relatório <strong>de</strong> Imigração, Fronteiras e Asilo, ed. Serviço <strong>de</strong> Estrangeiros e Fronteiras.SITES RELACIONADOShttp://www.sef.ptSOCIEDADE / 169


<strong>2011</strong>EDUCAÇÃOSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTONa socieda<strong>de</strong> atual o conhecimento, as competências e a capacida<strong>de</strong> para a inovaçãosão cada vez mais valorizados. A educação, para além <strong>de</strong> constituir um recursofundamental para o <strong>de</strong>senvolvimento pessoal, aparece também estreitamente ligadaao crescimento das economias e à prosperida<strong>de</strong> dos territórios. Populações maisescolarizadas ten<strong>de</strong>m igualmente a participar mais ativamente na vida social.Em causa não está apenas o prolongamento dos estudos dos mais jovens - <strong>de</strong>signadamente,no que diz respeito à obtenção <strong>de</strong> habilitações <strong>de</strong> nível superior –, masuma lógica <strong>de</strong> aprendizagem ao longo da vida que ten<strong>de</strong> a favorecer a integraçãodos indivíduos no mercado <strong>de</strong> trabalho, ajudando à construção <strong>de</strong> uma cidadaniamais ativa.Um dos problemas nacionais mais preocupantes em matéria <strong>de</strong> educação consistena persistência <strong>de</strong> níveis elevados <strong>de</strong> retenção e abandono escolar cujos resultadoscontinuam a separar Portugal dos padrões europeus atuais. Esta situação constitui,no plano coletivo, uma grave ameaça ao <strong>de</strong>sejado e necessário aumento global daqualificação dos recursos humanos.INDICADORES SELECIONADOS:· Alunos no ensino superior (1° e 2° ciclo)· Alunos em pós-graduações não conferentes <strong>de</strong> grau· Taxa <strong>de</strong> retenção e abandono no ensino secundário170 / SOCIEDADE


Alunos no ensino superior(1° e 2° ciclo)SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOIndivíduos inscritos em estabelecimentos <strong>de</strong> ensino superior, <strong>de</strong> caráter público ou privado, emlicenciatura e em mestrado (1° e 2° ciclos <strong>de</strong> estudos).UNIDADEn°LEITURA DO INDICADORNo contexto atual, em que as novas exigências dos mercados e dos diversos setores da socieda<strong>de</strong>tornam imprescindível a existência <strong>de</strong> recursos humanos qualificados, este indicador permite acompanhara evolução <strong>de</strong>sta “massa crítica”.EVOLUÇÃO RECENTENo ano letivo <strong>de</strong> 2010/<strong>2011</strong>, estavam inscritos noensino superior correspon<strong>de</strong>nte ao 1° e 2° ciclo<strong>de</strong> Bolonha 51.720 indivíduos, na cida<strong>de</strong> do Porto.Este valor representava, à data, 94% do total <strong>de</strong>alunos a frequentar os estabelecimentos <strong>de</strong> ensinosuperior do concelho.Analisando a evolução recente <strong>de</strong>ste indicador,verifica-se atualmente uma tendência para umacerta estabilida<strong>de</strong>, na sequência <strong>de</strong> uma fase emque teve lugar um crescimento bastante acentuado.Evolução do número <strong>de</strong> alunos no ensino superior(1° e 2° ciclos)(n°)60.00050.00040.00030.0002006/07 2007/082008/09 2009/10 2010/11Fonte: GPEARISOCIEDADE / 171


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOAnalisando a repartição dos alunos inscritos em1° e 2° ciclo pelos subsistemas público e privado,é possível observar, em termos evolutivos, queo ensino superior privado ganhou, nos últimosanos, uma maior quota, muito embora os alunosque frequentam o ensino público continuem arepresentar mais do dobro dos que estudam nosestabelecimentos do setor privado.(%)Evolução da proporção <strong>de</strong> alunos inscritos no ensinosuperior público e privado90807060504030201002006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11Ensino superior público (1° e 2° ciclo)Ensino superior privado (1° e 2° ciclo)Fonte: GPEARIEm 2010/<strong>2011</strong> os alunos inscritos no ensino superiorno Porto representavam 13,6% do total nacional(englobando os diferentes subsistemas públicoe privado) e 92% do total dos alunos inscritos nosestabelecimentos <strong>de</strong> ensino superior do Gran<strong>de</strong>Porto, números que não <strong>de</strong>ixam margem <strong>de</strong> dúvidaquanto à importância do Porto enquanto polouniversitário e <strong>de</strong> conhecimento.172 / SOCIEDADE


Alunos em pós-graduaçõesnão conferentes <strong>de</strong> grauSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOIndivíduos inscritos nos estabelecimentos <strong>de</strong> ensino superior público universitário, em formaçãopós-graduada, não conferente <strong>de</strong> grau (formação contínua, especializações e estudos avançados).UNIDADEn°LEITURA DO INDICADORNa socieda<strong>de</strong> atual e, numa conceção alargada <strong>de</strong> aprendizagem, é cada vez mais valorizada a formaçãoao longo do percurso <strong>de</strong> vida possibilitando a atualização <strong>de</strong> competências e <strong>de</strong> saberes e contribuindopara uma qualificação acrescida das experiências profissionais.EVOLUÇÃO RECENTEA difusão <strong>de</strong> novos conceitos <strong>de</strong> educação e aemergência <strong>de</strong> um novo paradigma tecnológico,baseado nas tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação,são frequentemente apontados comofatores chave para o reconhecimento crescenteda importância das aprendizagens não formaise informais ao longo da vida, em particular dasque ten<strong>de</strong>m a condicionar a empregabilida<strong>de</strong> e amobilida<strong>de</strong> dos profissionais. Na Universida<strong>de</strong> doPorto, a formação não conferente <strong>de</strong> grau académicoenvolveu um total <strong>de</strong> 6.675 alunos no ano<strong>de</strong> 2009, valor que sofreu um ligeiro <strong>de</strong>créscimoface ao ano <strong>de</strong> 2008. Fundamentalmente, são oscursos <strong>de</strong> “formação contínua” - que possibilitama atualização <strong>de</strong> conhecimentos ou ainda o aperfeiçoamentopessoal - aqueles que se apresentamcomo os mais procurados, neste tipo <strong>de</strong> formaçãopós-graduada.Evolução do número <strong>de</strong> alunos em pós-graduações20092008“Especializações” e estudos avançados02.0004.0006.0008.000(n°)Formação contínuaFonte: UPSOCIEDADE / 173


Taxa <strong>de</strong> retenção e abandonono ensino secundárioSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃORelação entre o número <strong>de</strong> alunos que não concluiu (por insucesso ou abandono) o ensino secundáriopor cada 100 indivíduos inscritos.UNIDADE%LEITURA DO INDICADOREste indicador é uma medida importante para aferir o sucesso escolar dos jovens que se encontramna fase final do seu percurso escolar <strong>de</strong> nível secundário. Existe uma relação estreita entre as qualificaçõesescolares dos jovens e a sua futura integração no mercado <strong>de</strong> trabalho, pelo que uma saídaprecoce do sistema <strong>de</strong> ensino compromete não só as trajetórias escolares como os próprios projetos <strong>de</strong>vida futuros.EVOLUÇÃO RECENTEApesar do valor mais atualizado disponível – referenteao ano letivo 2008/2009 - revelar uma taxa<strong>de</strong> retenção e abandono no ensino secundárioelevada (17,1%), a trajetória recente <strong>de</strong>ste indicadortem vindo a ser favorável.Evolução da taxa <strong>de</strong> retenção e abandonono secundário(%)3025201510502004/05 2005/062006/07 2007/08 2008/09Fonte: INE174 / SOCIEDADE


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTONuma análise comparada com outros âmbitosgeográficos, o Porto apresenta uma taxa <strong>de</strong>retenção e abandono no secundário próxima àverificada ao nível do Gran<strong>de</strong> Porto e um poucomais favorável ao valor médio do continente.Para além do risco <strong>de</strong> abandono <strong>de</strong>finitivo daescola, esta realida<strong>de</strong> ligada ao insucesso revelaseigualmente problemática quando se consi<strong>de</strong>rao futuro <strong>de</strong>stes jovens que apresentam resultadosinsatisfatórios em termos <strong>de</strong> aprendizagem aolongo da vida (formal e informal), conhecida queé a influência das fases anteriores das trajetóriasescolares nas opções <strong>de</strong> vida futuras.Taxa <strong>de</strong> retenção e abandono no ensino secundário2008/09(%)212019181716Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: INEEDUCAÇÃO - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOANQ (2009), Mais escolarida<strong>de</strong> – realida<strong>de</strong> e ambição. Estudo preparatório do alargamentoda escolarida<strong>de</strong> obrigatória, Luís Capucha [e al], ed. Agência Nacional para a Qualificação.ESEL, “Estudos Horizonte 2013” / Concepção Estratégica das Intervenções Operacionais noDomínio da Educação -Relatório Final - análise do sistema educativo português entre 1995-2005, ed. Escola Superior <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> Lisboa.GEPE (2009), Trajectórias escolares e profissionais <strong>de</strong> jovens com baixas qualificações, ed.Ministério da Educação.GEPE (2010), Educação em números – Portugal 2010, ed. GEPE/Ministério da EducaçãoOCDE (2009), “Education at a Glance: OECD Indicators.SITES RELACIONADOShttp://www.ec.europa.eu/education/higher-educationhttp://www.eurydice.giase.min-edu.pthttp://www.gepe.min-edu.pthttp://www.gpeari.mctes.pthttp://www.up.ptSOCIEDADE / 175


<strong>2011</strong>DINÂMICA CULTURALSISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOAs ativida<strong>de</strong>s artísticas e culturais são fatores fundamentais para a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida numa cida<strong>de</strong> na medida em que proporcionam oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> valorização esatisfação pessoal dos cidadãos. A cida<strong>de</strong> beneficia igualmente <strong>de</strong>stas amenida<strong>de</strong>sna esfera económica, encontrando aqui um fator crescente <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> eatrativida<strong>de</strong> no plano regional, nacional e global.A existência na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma oferta cultural alargada e diversificada no seu tipo<strong>de</strong> eventos, com programação que procure chegar a diversos públicos, contribui<strong>de</strong>cisivamente para a dinâmica urbana. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> e o seudinamismo está em larga medida <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do caráter alargado e diversificadoda oferta e do tipo <strong>de</strong> públicos que consegue atrair e fi<strong>de</strong>lizar.INDICADORES SELECIONADOS:· Eventos culturais· Exposições temporárias· Visitantes <strong>de</strong> museus176 / SOCIEDADE


Eventos culturaisSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOEventos culturais realizados nas áreas <strong>de</strong> dança, música, teatro, festivais e outros eventos, promovidospelas instituições com programação cultural regular no Porto (o cinema não é consi<strong>de</strong>rado).UNIDADEn°LEITURA DO INDICADORA arte e a cultura são fatores fundamentais para a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, quer no plano individual, quer noplano coletivo. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> gerar em permanência eventos diversificados - <strong>de</strong>stinadosnão só à população resi<strong>de</strong>nte mas também à sua população utilizadora/consumidora - constituiuma dimensão chave do dinamismo cultural. Representando um importante fator <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>afirmação local, esta capacida<strong>de</strong> contribui para a projeção da imagem externa da cida<strong>de</strong>.EVOLUÇÃO RECENTEEnquanto importante espaço <strong>de</strong> criação e cultura,o Porto constitui um polo <strong>de</strong> oferta privilegiada <strong>de</strong>espetáculos e manifestações culturais. Em 2010realizaram-se na cida<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 714 eventosculturais nas áreas da dança, música, teatro,festivais e outros (<strong>sobre</strong>tudo ativida<strong>de</strong>s do serviçoeducativo e ativida<strong>de</strong>s infanto-juvenis). Muitos<strong>de</strong>stes eventos <strong>de</strong>sdobraram-se em várias sessões<strong>de</strong> espetáculos.Entre o tipo <strong>de</strong> manifestações culturais consi<strong>de</strong>radasno âmbito <strong>de</strong>ste indicador, a música constituia área que registou o maior número <strong>de</strong> realizaçõesfacto ao qual não será certamente alheio odinamismo <strong>de</strong> um dos equipamentos culturais <strong>de</strong>referência do Porto: a Casa da Música.SOCIEDADE / 177


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTORepartição dos eventos culturais por área artística2010(%)6050403020100DançaFestivaisMúsica Teatro Outros eventosFonte: AMPEste indicador foi calculado com base em informaçãoda Agenda Cultural Metropolitana e, nestaaltura, ainda não é possível apresentar uma sérietemporal <strong>de</strong> dados consistente que torne possívela leitura <strong>de</strong> tendências evolutivas a partir <strong>de</strong>stafonte.178 / SOCIEDADE


Exposições temporáriasSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOExposições temporárias coletivas e individuais.UNIDADEn°LEITURA DO INDICADORA realização <strong>de</strong> exposições temporárias é um sinal importante da vitalida<strong>de</strong> dos agentes e promotoresculturais que procuram dar a conhecer a um público alargado o resultado do trabalho <strong>de</strong> diferentesartes visuais e performativas. Cobrindo áreas como a pintura, a escultura, a fotografia, o <strong>de</strong>sign, entreoutras formas <strong>de</strong> arte e criativida<strong>de</strong>, as exposições continuam a ser um importante veículo <strong>de</strong> divulgaçãoe <strong>de</strong> projeção do trabalho que em diferentes áreas vai sendo produzido.EVOLUÇÃO RECENTEPara a dinâmica cultural da cida<strong>de</strong> contribuem<strong>de</strong>cisivamente as exposições temporárias (coletivase individuais) promovidas por diversosagentes culturais da cida<strong>de</strong> (museus, bibliotecas,galerias, entre outros). A Agenda Cultural Metropolitanadivulga trimestralmente os acontecimentosculturais que têm lugar em todo o territóriometropolitano do Porto. Em 2010, <strong>de</strong> acordocom esta fonte, realizaram-se 206 exposições<strong>de</strong>sta natureza. Em termos médios, a duração<strong>de</strong>stas mostras foi <strong>de</strong> 34 dias.Tal como no caso do indicador anterior, referenteaos eventos culturais ocorridos na cida<strong>de</strong>, onúmero <strong>de</strong> exposições foi <strong>de</strong>terminado com baseem informação da Agenda Cultural Metropolitana.Nesta altura, ainda não é possível apresentaruma série temporal <strong>de</strong> dados consistente quetorne possível a leitura <strong>de</strong> tendências evolutivas apartir <strong>de</strong>sta fonte.SOCIEDADE / 179


Visitantes <strong>de</strong> museusSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOVisitantes <strong>de</strong> museus e espaços museológicos, excluindo museus zoológicos, botânicos e aquários.UNIDADE%LEITURA DO INDICADOROs museus, na diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>senvolvem (disponibilização dos seus acervos, realização<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s culturais e <strong>de</strong> lazer) representam um dos principais equipamentos culturais das cida<strong>de</strong>s,ao serviço da valorização dos indivíduos e das comunida<strong>de</strong>s. Simultaneamente, os museus po<strong>de</strong>mconstituir um fator <strong>de</strong> atração turística da cida<strong>de</strong> promovendo a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> patrimonial, históricae artística e beneficiando a economia local. Assim, o número <strong>de</strong> visitantes <strong>de</strong> museus traduz o fluxo <strong>de</strong>pessoas que são atraídas por este tipo <strong>de</strong> equipamentos.EVOLUÇÃO RECENTENo ano <strong>de</strong> 2009, o número <strong>de</strong> visitantes <strong>de</strong> museusatingiu no Porto o seu valor máximo, aproximando-se<strong>de</strong> um milhão e meio <strong>de</strong> visitantes(1.473.353). Analisando a trajetória <strong>de</strong> evoluçãorecente verifica-se que a tendência <strong>de</strong> crescimentose intensificou neste ano, com um aumento naor<strong>de</strong>m dos 24%. A projeção internacional crescente<strong>de</strong> vários dos equipamentos da cida<strong>de</strong>, nomeadamentedo Museu <strong>de</strong> Arte Contemporânea <strong>de</strong>Serralves, ajuda a explicar esta progressão.180 / SOCIEDADE


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução do número <strong>de</strong> visitantes <strong>de</strong> museus(n°)1.500.0001.200.000900.000600.000300.00002005 2006 2007 2008 2009Fonte: INENeste último ano para o qual se dispõe <strong>de</strong> informação,os visitantes no Porto representavam 93%do total <strong>de</strong> visitantes <strong>de</strong> museus registados aonível do Gran<strong>de</strong> Porto.DINÂMICA CULTURAL - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOAMP, Agenda Cultural iPorto, ed. Área Metropolitana do Porto.SITES RELACIONADOShttp://www.iporto.amp.pt/http://www.oac.pthttp://www.ipmuseus.ptSOCIEDADE / 181


<strong>2011</strong>PARTICIPAÇÃO CÍVICASISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOA governança mo<strong>de</strong>rna das cida<strong>de</strong>s e das regiões implica que os cidadãos se envolvame participem diretamente nas <strong>de</strong>cisões que dizem respeito ao futuro dos seusterritórios. Nas socieda<strong>de</strong>s atuais existem formas plurais dos indivíduos expressaremo seu envolvimento cívico e <strong>de</strong> assumirem um papel ativo na vida política e social.O envolvimento dos indivíduos na vida associativa e a sua a<strong>de</strong>são a causas cívicasconstitui um importante valor <strong>de</strong> cidadania e um sinal <strong>de</strong> vitalida<strong>de</strong>, quer do funcionamentodas instituições, quer da participação dos cidadãos. Inscreve-se, nestalinha, o voluntariado como uma ativida<strong>de</strong> com uma dimensão solidária cujo contributopara a vida da cida<strong>de</strong> e, em particular, das suas instituições, é um importantevalor social que enriquece a vida da comunida<strong>de</strong> local.Por seu lado, o exercício inquestionável do direito <strong>de</strong> voto é uma das formas <strong>de</strong> plenoexercício <strong>de</strong> cidadania, em que assenta o funcionamento das <strong>de</strong>mocracias mo<strong>de</strong>rnas.Apesar <strong>de</strong> as mulheres constituírem ainda menos <strong>de</strong> 20% dos eleitos a nível mundial,segundo dados referidos num relatório recente da União Europeia, o reforço da suaparticipação na vida <strong>de</strong>mocrática tem-se traduzido numa progressiva ocupação <strong>de</strong>cargos políticos.INDICADORES SELECIONADOS:· Associações culturais, recreativas e <strong>de</strong>sportivas· Mulheres eleitas para órgãos municipais· Voluntários regulares (sem dados atualizados)· Votantes que exerceram o direito <strong>de</strong> voto nos últimos quatro atos eleitorais182 / SOCIEDADE


Associações culturais,recreativas e <strong>de</strong>sportivasSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOAssociações culturais, recreativas e associações <strong>de</strong>sportivas com ativida<strong>de</strong> regular.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORO associativismo, nas suas diferentes expressões (cultura, <strong>de</strong>sporto, lazer) constitui um importanteespaço para fomentar as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> e dinamizar a participação dos cidadãos nos territóriosem que se inserem. Constituindo a base do tecido social, as associações organizam-se com vista àprossecução <strong>de</strong> objetivos comuns e asseguram muitas ativida<strong>de</strong>s que representam um contributo importantena resposta a necessida<strong>de</strong>s locais, ao mesmo tempo que <strong>de</strong>sempenham um importante papel<strong>de</strong> reforço da cultura e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> local.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2009, a CMP proce<strong>de</strong>u a um levantamentodireto <strong>de</strong> informação - com a colaboração diretadas Juntas <strong>de</strong> Freguesia - que permitiu a recolha<strong>de</strong> dados atualizados para este indicador. Noconjunto foram i<strong>de</strong>ntificadas 287 associaçõesculturais, recreativas e <strong>de</strong>sportivas ativas, o queequivale a uma relação <strong>de</strong> 1,2 associações por1000 habitantes, ao nível da cida<strong>de</strong>.Neste universo <strong>de</strong> associações são predominantesas que se <strong>de</strong>dicam às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sportivas,encontrando-se menos representadas as associaçõesrecreativas. As freguesias que registam omaior número <strong>de</strong> associações são Ramal<strong>de</strong> (40),Campanhã (35), Paranhos (33), Cedofeita (32) eSanto Il<strong>de</strong>fonso (27). Quando se anula o efeitoda dimensão territorial das próprias freguesiase se relativizam os valores, o panorama alterasesignificativamente emergindo claramente asfreguesias do Centro Histórico – acompanhadaspela freguesia <strong>de</strong> Santo Il<strong>de</strong>fonso – como aquelasque exibem uma maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste tecidoassociativo.SOCIEDADE / 183


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTO(n°)454035302520151050Associações culturais, recreativas e <strong>de</strong>sportivas2009(n°/km 2 )4035302520151050AldoarBonfimCampanhãCedofeitaFoz do DouroLor<strong>de</strong>lo do OuroMassarelosMiragaiaNevogil<strong>de</strong>ParanhosRamal<strong>de</strong>Santo Il<strong>de</strong>fonsoSão NicolauSéVitóriaNúmeroDensida<strong>de</strong>Fonte: CMP-GEP184 / SOCIEDADE


Mulheres eleitas para órgãosmunicipaisSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOMulheres eleitas nas eleições autárquicas para a Assembleia Municipal e Câmara Municipal doPorto.UNIDADE%LEITURA DO INDICADORO processo <strong>de</strong> participação na vida política é uma das formas <strong>de</strong> pleno exercício <strong>de</strong> cidadania e <strong>de</strong>veestar associado a uma igualda<strong>de</strong> no acesso aos cargos políticos. Tradicionalmente, estes ten<strong>de</strong>m a ser,na sua gran<strong>de</strong> maioria, ocupados por homens. Não obstante, vem-se assistindo a um reforço do papelda mulher na ocupação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> cargos políticos, seja ao nível dos governos dos países, seja aonível da sua representação em órgãos municipais.EVOLUÇÃO RECENTEA análise da intervenção que, ao nível político, asmulheres <strong>de</strong>têm nos órgãos <strong>de</strong> gestão municipal,constitui uma das dimensões relevantes da participaçãofeminina na socieda<strong>de</strong>. Analisando osdois últimos atos eleitorais – 2005 e 2009 -,verificou-se um incremento significativo da participaçãopolítica <strong>de</strong> mulheres na gestão da cida<strong>de</strong>do Porto, tendo a respetiva proporção no conjuntodos eleitos passado <strong>de</strong> 17,6% para 25%.Evolução da proporção <strong>de</strong> mulheres eleitaspara orgãos municipais(%)3025201510502005 2009Fonte: CMPSOCIEDADE / 185


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOConfrontando esta proporção com a quota <strong>de</strong>cargos políticos ocupados por mulheres, quer naseleições legislativas nacionais, quer nas eleiçõespara o parlamento europeu, ocorridas mais recentemente,verifica-se que a participação femininaà escala local ainda se mantém ligeiramenteaquém <strong>de</strong>stes valores.Mulheres eleitas nos últimos atos eleitorais (2009)(%)Mulheres eleitas para a Assembleia da RepúblicaMulheres eleitas para o Parlamento Europeu27,434,9Fonte: PCM/CE186 / SOCIEDADE


Eleitores que exerceramo direito <strong>de</strong> votoSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOEleitores que exerceram o direito <strong>de</strong> voto nas últimas quatro eleições (Presi<strong>de</strong>nciais, Legislativas,Autárquicas e Parlamento Europeu).UNIDADE%LEITURA DO INDICADORA possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os cidadãos expressarem as suas escolhas através do exercício do direito <strong>de</strong> votorepresenta um contributo fundamental na construção e no fortalecimento <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> mais<strong>de</strong>mocrática e participada. Nesta medida, quanto mais elevada for a percentagem <strong>de</strong> votantes nosmomentos eleitorais, mais conscientes estão os cidadãos da sua responsabilida<strong>de</strong> cívica e mais contribuempara a vida coletiva.EVOLUÇÃO RECENTEA participação da população resi<strong>de</strong>nte na cida<strong>de</strong>do Porto nos diferentes tipos <strong>de</strong> atos eleitorais(para o Parlamento Europeu, Autárquicas, Legislativase Presi<strong>de</strong>nciais) tem-se mantido relativamenteestável no horizonte temporal aqui analisado,com valores que oscilaram entre 56,5% e53,8%, este último registado em <strong>2011</strong>.Evolução do número <strong>de</strong> eleitores que exerceram o direito<strong>de</strong> voto nos últimos quatro atos eleitorais(%)60,057,555,052,550,02007 2008 2009 2010 <strong>2011</strong>Fonte: MJ/STAPESOCIEDADE / 187


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOComparando a taxa <strong>de</strong> participação dos eleitoresda cida<strong>de</strong> nas últimas eleições com a registadaem outros âmbitos geográficos, constata-se queesta esteve praticamente em linha com a registadano Gran<strong>de</strong> Porto e acima da registada nocontinente.Eleitores que exerceram o direito <strong>de</strong> votonos últimos quatro atos eleitorais <strong>2011</strong>(%)56545250Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: MJ/STAPEPARTICIPAÇÃO CÍVICA - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOComissão Europeia (2010), Estratégia para a igualda<strong>de</strong> entre homens e mulheres 2010-2015.European Commission (2010), More women in senior positions – key to economic stability andgrowth.SITES RELACIONADOShttp://www. ec.europa.eu/socialhttp://www.eleicoes.mj.pt188 / SOCIEDADE


<strong>2011</strong>SAÚDESISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOCom o aumento da esperança média <strong>de</strong> vida as preocupações com a saú<strong>de</strong> adquiremum elevado grau <strong>de</strong> importância na perspetiva da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e do bemestarfísico e mental dos indivíduos.O facto <strong>de</strong> se viver em cida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> ter impacto na saú<strong>de</strong> dos indivíduos, não sópela questão da facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e a certo tipo <strong>de</strong> equipamentosmas também pela associação que existe entre o dia a dia numa metrópole e<strong>de</strong>terminados ritmos e estilos <strong>de</strong> vida os quais, por seu lado, po<strong>de</strong>m ser responsáveispelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> certas patologias e problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.INDICADORES SELECIONADOS:· Mortalida<strong>de</strong> precoce· Mortalida<strong>de</strong> por doenças do aparelho circulatório· Incidência <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração obrigatória· Nados-vivos <strong>de</strong> mães adolescentes· SuicídiosSOCIEDADE / 189


Mortalida<strong>de</strong> precoceSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOÓbitos <strong>de</strong> indivíduos com menos <strong>de</strong> 65 anos.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORSabe-se que a esperança média <strong>de</strong> vida tem vindo a aumentar gradualmente com a melhoria dascondições <strong>de</strong> vida e das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> alcançadas com o <strong>de</strong>senvolvimento da socieda<strong>de</strong>. Umataxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> precoce elevada po<strong>de</strong> significar um aumento da exposição a fatores que hojecontribuem para uma má qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida: excesso <strong>de</strong> stress, comportamentos <strong>de</strong> risco, maus hábitosalimentares, entre outros.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2010 na cida<strong>de</strong> do Porto, o número <strong>de</strong> óbitos<strong>de</strong> indivíduos com menos <strong>de</strong> 65 anos traduziu-senuma relação <strong>de</strong> 2,2 indivíduos por 1000 habitantes(519 casos), representando a mortalida<strong>de</strong>precoce 18% da mortalida<strong>de</strong> total.Analisando a trajetória <strong>de</strong>ste indicador no período2006-2010, verifica-se que, não obstante esta terregistado uma inflexão em 2009, a taxa <strong>de</strong> variaçãomédia anual ajustada no período analisado(2006-2010) foi <strong>de</strong> 0,8%, <strong>de</strong>nunciando um panorama<strong>de</strong> relativa estabilida<strong>de</strong>.Evolução do número <strong>de</strong> óbitos <strong>de</strong> indivíduos com menos<strong>de</strong> 65 anos(n°/1000 hab)2,82,62,42,22,02006 20072008 2009 2010Fonte: INE/cálculos CMP-GEP190 / SOCIEDADE


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEm 2010 a situação do Porto, comparativamentecom a do continente e do Gran<strong>de</strong> Porto, era<strong>de</strong>sfavorável, registando-se nestes âmbitos umvalor <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> precoce inferior a 2 óbitospor 1000 habitantes.Óbitos <strong>de</strong> indivíduos com menos <strong>de</strong> 65 anos2010(n°/1000 hab)2,52,01,51,00,50,0Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: INE/cálculos CMP-GEPEm termos <strong>de</strong> comparabilida<strong>de</strong> internacional,po<strong>de</strong> salientar-se que o Porto se aproxima dosvalores referidos no Atlas da Mortalida<strong>de</strong>, publicadoem 2009 pelo Eurostat, que situa em 20% asmortes abaixo dos 65 anos na União Europeia. Sãoreferidos como tendo baixas taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>precoce muitas das regiões <strong>de</strong> Itália e Suécia,algumas zonas da Holanda, o sul do Reino Unidoe a Islândia. Neste domínio, existe uma diferençaassinalável, no contexto entre os países da UE15e da UE27, com os novos países a<strong>de</strong>rentes, quasesem exceção, a registarem níveis <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>precoce ainda muito elevados.SOCIEDADE / 191


Mortalida<strong>de</strong> por doenças doaparelho circulatórioSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOÓbitos por doenças do aparelho circulatório.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORA mortalida<strong>de</strong> por doenças do aparelho circulatório tem sido uma das principais causas <strong>de</strong> morte dapopulação portuguesa, representando as doenças isquémicas do coração e as doenças cerebrovasculares,aquelas que atualmente mais matam. Em gran<strong>de</strong> parte estas doenças estão associadas à prevalência<strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco como o tabagismo, a hipertensão arterial, a hipercolesterolémia e estilos <strong>de</strong>vida se<strong>de</strong>ntários.EVOLUÇÃO RECENTEAs doenças do aparelho circulatório – que continuama constituir a principal causa <strong>de</strong> morte emPortugal – traduziram-se, em 2010, numa relação<strong>de</strong> 3,2 óbitos por 1000 habitantes na cida<strong>de</strong>do Porto. Nos anos mais recentes este indicadorregistou uma flutuação muito ligeira.(n°/1000 hab)Evolução do número <strong>de</strong> óbitos por doençasdo aparelho circulatório3,83,63,43,23,02,82006 20072008 2009 2010Fonte: INE/cálculos CMP-GEP192 / SOCIEDADE


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTONo Porto, em 2010, a taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> associadaa este tipo <strong>de</strong> doenças reproduzia o valorobservado a nível <strong>de</strong> Portugal continental (3,2óbitos por 1000 habitantes). No Gran<strong>de</strong> Portoeste indicador situava-se abaixo <strong>de</strong> 2,5 óbitos por1000 habitantes.Mortalida<strong>de</strong> por doenças do aparelho circulatório2010(n°/1000 hab)3,53,02,52,01,51,00,50,0Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: INE/cálculos CMP-GEPEm termos <strong>de</strong> comparabilida<strong>de</strong> europeia, as doençasdo aparelho circulatório ou cardiovascularsão também a principal causa <strong>de</strong> morte na UniãoEuropeia, representando 42% das mortes ocorridasno total da população, segundo refere o Atlasda Mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2009 (em Portugal, nesse ano,este valor ficava-se por 32%). Fatores <strong>de</strong> naturezasocioeconómica, <strong>de</strong> género e ida<strong>de</strong> e estilos <strong>de</strong>vida pouco saudáveis, contam-se entre algunsdos principais fatores <strong>de</strong> risco associados a estetipo <strong>de</strong> doenças.SOCIEDADE / 193


Incidência <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong><strong>de</strong>claração obrigatóriaSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOCasos novos registados <strong>de</strong> doença <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração obrigatória, isto é, doença que <strong>de</strong>ve ser notificadaà entida<strong>de</strong> competente por qualquer médico que a diagnostique, tanto em caso <strong>de</strong> manifestação,como em caso <strong>de</strong> óbito (conceito adaptado do INE).UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORVárias doenças infeciosas reassumem importância a nível europeu e mundial representando um <strong>de</strong>safiopara a saú<strong>de</strong> pública. Tratando-se <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração obrigatória o seu diagnóstico implicaque seja acionado um plano <strong>de</strong> controlo epi<strong>de</strong>miológico, a fim <strong>de</strong> reduzir os riscos <strong>de</strong> contágio nacomunida<strong>de</strong>, sendo esta uma responsabilida<strong>de</strong> das autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Uma vez que a existência <strong>de</strong>qualquer uma <strong>de</strong>stas doenças afasta os indivíduos das suas normais condições <strong>de</strong> vida e dos contextosem que estão inseridos (família, trabalho, comunida<strong>de</strong>) um aumento da sua incidência representa umaameaça ao bem-estar.EVOLUÇÃO RECENTEA lista <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração obrigatóriainclui várias doenças infeciosas, entre as quais atuberculose respiratória, a febre escaro-nodular, aparotidite epidémica e a hepatite por vírus B. Esteconjunto das doenças transmissíveis consta <strong>de</strong>uma lista oficial criada em 1949 e que tem sofridoalterações ao longo do tempo.Em 2008, foram notificados, no Porto, 0,5 casos<strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração obrigatória (DDO) por1000 habitantes, valor mais baixo no período emanálise representado no gráfico abaixo, e queassinala uma <strong>de</strong>scida acentuada face a uma trajetóriaque nos anos anteriores se tinha pautadopor uma gran<strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>.Segundo dados da Direção-Geral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> publicadospara o Gran<strong>de</strong> Porto, a tuberculose respiratóriaconstitui a doença com maior número <strong>de</strong>casos notificados, sendo consi<strong>de</strong>rada um problema<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública que requer uma atençãoacrescida.194 / SOCIEDADE


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOEvolução da incidência <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong><strong>de</strong>claração obrigatória(n°/1000 hab)1,21,00,80,60,40,20,02004 20052006 2007 2008Fonte: INE/cálculos CMP-GEPComparando a situação do Porto com a observadaem outros âmbitos geográficos, verifica-se queno Gran<strong>de</strong> Porto a incidência <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> doençasapresenta uma expressão idêntica à do Porto,assumindo este indicador valores mais baixos, nocaso do continente.Incidência <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração obrigatória2008(n°/1000 hab)0,60,50,40,30,20,10Porto Gran<strong>de</strong> Porto ContinenteFonte: INE/cálculos CMP-GEPSOCIEDADE / 195


Nados-vivos <strong>de</strong>mães adolescentesSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOProporção <strong>de</strong> nados-vivos <strong>de</strong> mães com ida<strong>de</strong> entre os 15-19 anos face ao total <strong>de</strong> nados-vivosregistados.UNIDADE%LEITURA DO INDICADORNa perspetiva da saú<strong>de</strong> pública há frequentemente riscos associados à maternida<strong>de</strong> em jovens adolescentesque po<strong>de</strong>m incluir a anemia, a hipertensão, <strong>de</strong>pressões nervosas, entre outros fatores. Existem,<strong>de</strong> igual modo, riscos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para os bebés <strong>de</strong>stas mães que, com maior frequência po<strong>de</strong>m ser bebéscom baixo peso à nascença (com menos <strong>de</strong> 2.500 gramas). A maternida<strong>de</strong> na adolescência constituitambém um fenómeno social que surge muitas vezes associado a projetos <strong>de</strong> vida não planeados e asituações <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> socioeconómica.EVOLUÇÃO RECENTEOs fenómenos da gravi<strong>de</strong>z e maternida<strong>de</strong> naadolescência constituem objeto <strong>de</strong> atenção nodomínio da saú<strong>de</strong> e a sua evolução permite acompanhar,<strong>de</strong> algum modo, as alterações comportamentaisdas jovens ao longo do tempo. No ano<strong>de</strong> 2009, na cida<strong>de</strong> do Porto, a proporção dosnascimentos <strong>de</strong> mães adolescentes (15-19 anos)foi <strong>de</strong> 8,1%, equivalendo a 158 casos. Analisando aevolução recente <strong>de</strong>ste indicador, que ao longo doperíodo analisado não sofreu gran<strong>de</strong>s variações,verifica-se que entre 2005 e 2007, a tendênciafoi <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimo, ainda que muito ligeiro, tendoocorrido uma inflexão a partir <strong>de</strong>sse ano.Evolução da proporção <strong>de</strong> nados-vivos <strong>de</strong>mães adolescentes (15-19 anos)(%)10987652005 20062007 2008 2009Fonte: INE196 / SOCIEDADE


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOComparativamente com outras realida<strong>de</strong>sgeográficas, verifica-se que no ano <strong>de</strong> 2009 ofenómeno dos nascimentos ocorridos em mãesadolescentes na cida<strong>de</strong> do Porto foi quase o dobrodo valor verificado no Gran<strong>de</strong> Porto e no conjuntodo país.Proporção <strong>de</strong> nados-vivos <strong>de</strong> mãesadolescentes (15-19 anos) 2009(%)1086420Porto Gran<strong>de</strong> Porto PaísFonte: INESOCIEDADE / 197


SuicídiosSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOÓbitos dos indivíduos que colocam termo à própria vida.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORO suicídio, enquanto morte autoinfligida por vonta<strong>de</strong> própria, constitui uma situação limite que po<strong>de</strong>resultar <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> circunstâncias diversas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> perturbações mentais e/ou emocionais à incapacida<strong>de</strong><strong>de</strong> os sujeitos se adaptarem às suas circunstâncias <strong>de</strong> vida. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da ida<strong>de</strong> egénero, há fatores <strong>de</strong> natureza comportamental e social que condicionam o suicídio. Do ponto <strong>de</strong> vistacoletivo, um número <strong>de</strong> suicídios elevado po<strong>de</strong> traduzir a incapacida<strong>de</strong> das socieda<strong>de</strong>s em promover aintegração e coesão sociais dos seus elementos mais vulneráveis.EVOLUÇÃO RECENTENo ano <strong>de</strong> 2009 há registo <strong>de</strong> 6 suicídios ocorridosna cida<strong>de</strong> do Porto, valor que equivale a umarelação <strong>de</strong> 0,025 suicídios por 1000 habitantes. Aeste indicador não é possível associar uma linha<strong>de</strong> evolução ten<strong>de</strong>ncial nos últimos anos já que osseus valores têm vindo a registar várias oscilações.Evolução do número <strong>de</strong> suicídios(n°/1000 hab)0,050,040,030,020,010,002005 20062007 2008 2009Fonte: INE/cálculos CMP-GEP198 / SOCIEDADE


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOA análise comparativa com a estatística nacional<strong>de</strong> suicídios para o ano <strong>de</strong> 2009 mostra queno País a expressão do fenómeno é mais do quequatro vezes superior à registada no Porto. Já nocaso do Gran<strong>de</strong> Porto (0,027 suicídios por 1000habitantes) os valores são mais próximos.Suicídios2009(n°/1000 hab)0,120,100,080,060,040,020,00Porto Gran<strong>de</strong> Porto PaísFonte: INE/cálculos CMP-GEPTratando-se <strong>de</strong> um indicador usado frequentementeno campo da saú<strong>de</strong> mental, a sua leituraaconselha, no entanto, alguma reserva. Este factorelaciona-se com a recolha dos próprios dados eo processo <strong>de</strong> codificação das causas <strong>de</strong> morte,que necessita ser aperfeiçoado, como observa aprópria Direção-Geral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (DGS).A questão da certificação das mortes por suicídioe a variabilida<strong>de</strong> das práticas <strong>de</strong> diagnósticotem dificultado nomeadamente as comparaçõesinternacionais do indicador. Recorrendo, em todoo caso, aos dados disponíveis, po<strong>de</strong>m salientar-sediferenças regionais na distribuição dos suicídios,<strong>de</strong>ntro da União Europeia. Segundo os dadosmais recentes publicados pelo Eurostat, (Atlas daMortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2009) são elevadas as taxas <strong>de</strong>suicídio nos Países Bálticos, na Hungria, na Eslovéniae muitas regiões da Polónia. Na UE15 sãoreferidas taxas elevadas <strong>de</strong> suicídio na Finlândia,algumas regiões da Bélgica e algumas regiões <strong>de</strong>França. Em contrapartida, no conjunto <strong>de</strong> paísesque apresentam as taxas mais baixas <strong>de</strong> suicídioconstam a Espanha, Inglaterra e particularmentea Grécia. Um traço comum aos vários países comelevadas taxas <strong>de</strong> suicídio diz respeito ao facto <strong>de</strong>este ser menos frequente em mulheres.SAÚDE - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOEurostat/European Comission, “Health Statistics – Atlas on Mortality in the European Union” (2009),Publicação Oficial.MS, Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental em Portugal, 2007-2016,Proposta <strong>de</strong> Plano <strong>de</strong> Acção, ed. Ministério da Saú<strong>de</strong>.OMS; Atlas of Health in Europe, 2nd edition in Europe (2008), Who Regional Office for Europe.SITES RELACIONADOShttp://www.dgs.pthttp://www.acs.min-sau<strong>de</strong>.ptSOCIEDADE / 199


<strong>2011</strong>SEGURANÇASISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOO estar e sentir-se seguro em casa, na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> e na cida<strong>de</strong> é umfator fundamental para a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida pessoal e global.O combate e a prevenção da criminalida<strong>de</strong> constituem uma preocupação principalnas cida<strong>de</strong>s. Igualmente importante e, por vezes mais difícil <strong>de</strong> combater, é a perceção<strong>de</strong> insegurança daqueles que resi<strong>de</strong>m e utilizam a cida<strong>de</strong>, induzida frequentementepor processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>squalificação social e territorial <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas zonasque ten<strong>de</strong>m a alimentar o sentimento <strong>de</strong> medo e que não têm necessariamentecorrespondência com a ocorrência efetiva <strong>de</strong> crimes.Uma outra dimensão da segurança tem a ver com a sinistralida<strong>de</strong> rodoviária quecontinua a constituir uma ameaça à integrida<strong>de</strong> física dos indivíduos nas cida<strong>de</strong>s,expondo-os a riscos que, em muitos casos, po<strong>de</strong>riam ser evitáveis.INDICADORES SELECIONADOS:· Taxa <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>· Aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> viação com mortos ou feridos graves200 / SOCIEDADE


Taxa <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOCrimes registados contra pessoas, património, vida em socieda<strong>de</strong> e outros.UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORElevadas taxas <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>, para além <strong>de</strong> fazerem crescer as experiências <strong>de</strong> vitimização direta eindireta dos indivíduos, contribuem para o sentimento <strong>de</strong> medo e <strong>de</strong> insegurança na comunida<strong>de</strong> localo qual po<strong>de</strong>, por seu lado, limitar as liberda<strong>de</strong>s pessoais e colocar em causa a coesão social.EVOLUÇÃO RECENTEDe acordo com dados fornecidos pela Polícia <strong>de</strong>Segurança Pública, o valor da taxa <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>na cida<strong>de</strong> do Porto, em 2010, foi <strong>de</strong> 101,6crimes por 1000 habitantes. Nos últimos anos onúmero <strong>de</strong> participações aumentou significativamentetendo o ritmo <strong>de</strong> crescimento atingido ovalor <strong>de</strong> 17,9% ao ano, entre 2006 e 2010.Evolução da criminalida<strong>de</strong>, segundo o tipo <strong>de</strong> crime(n°)30.00025.00020.00015.00010.0005.0000Fonte: PSP2006 2007 2008 2009 2010Outros crimesCrimes contra a vida em socieda<strong>de</strong>Crimes contra o patrimónioCrimes contra as pessoasSOCIEDADE / 201


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOAnalisando a repartição da criminalida<strong>de</strong> registadapelas gran<strong>de</strong>s categorias <strong>de</strong> crime verifica-seque a gran<strong>de</strong> maioria das ocorrências participadasà PSP correspon<strong>de</strong> invariavelmente aos crimescontra o património. Esta categoria tem sidoaquela cuja progressão é mais notória, representandocerca <strong>de</strong> 70% do total <strong>de</strong> crimes, em 2010.Comparativamente, os dados disponíveis parao país, apresentados no Relatório <strong>de</strong> SegurançaInterna (MAI), davam conta <strong>de</strong> uma taxa <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>inferior, na or<strong>de</strong>m dos 40 crimes por1000 habitantes em 2010. Importa sublinhar queestes valores não são diretamente comparáveiscom o valor da criminalida<strong>de</strong> apresentado paraa cida<strong>de</strong> uma vez que, para além dos dados daPSP, incluem as ocorrências participadas a outrasautorida<strong>de</strong>s policiais (Polícia Criminal, GNR, PSPe PJ).202 / SOCIEDADE


Aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> viação com mortosou feridos gravesSISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTODEFINIÇÃOAci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> viação envolvendo pessoas que tenham ficado gravemente feridas (pelo menosuma, sofrendo lesões que levem à sua hospitalização) ou mortas (conceito adaptado da ANSR).UNIDADEn°/1000 habitantesLEITURA DO INDICADORCom o crescimento das áreas urbanas tem-se verificado um aumento da mobilida<strong>de</strong>, sendo significativasas <strong>de</strong>slocações realizadas em automóvel, principalmente no acesso aos centros urbanos, mastambém nas <strong>de</strong>slocações no seu interior. Tal contribui para um aumento do tráfego e para um aumentodos congestionamentos. O presente indicador permite essencialmente avaliar a evolução das ocorrênciasmais graves, do ponto <strong>de</strong> vista da sinistralida<strong>de</strong>, e constitui uma medida do nível <strong>de</strong> segurançarodoviária.EVOLUÇÃO RECENTEEm 2010, ocorreram 17 aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> viação commortos ou feridos graves no Porto, número aoqual correspon<strong>de</strong> uma capitação <strong>de</strong> 0,07 aci<strong>de</strong>ntespor 1000 habitantes. Analisando a evoluçãoocorrida, no período <strong>de</strong> cinco anos, verifica-seque o panorama tem registado melhorias sensíveis,sendo notória uma tendência <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimodos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> viação no último ano.Evolução do número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes commortos ou feridos graves(n°)4540353025201510502006 20072008 2009 2010Fonte: MAI-ANSRSOCIEDADE / 203


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTONas cida<strong>de</strong>s a causa dos aci<strong>de</strong>ntes ten<strong>de</strong> a serdiversificada. Velocida<strong>de</strong>s excessivas, falta <strong>de</strong>civismo dos condutores, más condições ao nível<strong>de</strong> equipamentos e serviços urbanos (passa<strong>de</strong>iras,iluminação, passeios), o mau estado <strong>de</strong> conservaçãodos eixos viários, ten<strong>de</strong>m a estar entre osprincipais fatores que explicam a sinistralida<strong>de</strong>rodoviária.A sinistralida<strong>de</strong> tem constituído um problema <strong>de</strong>alcance nacional, refletido na Estratégia Nacionalpara a Segurança Rodoviária para o período2008-2015. A orientação da estratégia nacional eas metas <strong>de</strong>finidas, torna muito clara a importânciado combate à sinistralida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>signadamentecom o objetivo <strong>de</strong> melhorar a posição <strong>de</strong>sfavorávelque o país ocupou, nos últimos anos, naUnião Europeia, no que respeita à mortalida<strong>de</strong> emaci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> viação.Um outro indicador complementar com interessepara a análise do fenómeno da sinistralida<strong>de</strong> nacida<strong>de</strong>, é o índice <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>. Este traduz o “número<strong>de</strong> mortes por 100 aci<strong>de</strong>ntes com vítimas”.Em 2010 este índice no Porto era muito inferior aoregistado a nível nacional.Índice <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>2010(índice)2,52,01,51,00,50,0Fonte: MAI-ANSRPortoPaísSEGURANÇA - Informação adicionalDOCUMENTAÇÃOCMP (2007), Mobilida<strong>de</strong> na cida<strong>de</strong> do Porto - Análise das <strong>de</strong>slocações em transporte individual, ed. CâmaraMunicipal do Porto (Gabinete <strong>de</strong> Estudos e Planeamento).Eurostat, Statistics in focus, (58/2010), Population and Social Conditions, European Commission.MAI, Estratégia Nacional <strong>de</strong> Segurança Rodoviária 2008-2015 (<strong>de</strong>fine os Objectivos Estratégicos para aredução da sinistralida<strong>de</strong>, em particular, <strong>de</strong>ntro das localida<strong>de</strong>s), ed. Ministério da Administração Interna.MAI (2010), Relatórios Anuais <strong>de</strong> Segurança Interna, ed. Ministério da Administração Interna.SITES RELACIONADOShttp://www.mai.gov.pt/204 / SOCIEDADE


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOSocieda<strong>de</strong> - Quadro sínteseIndicadorUnida<strong>de</strong>Valor maisrecenteValor AnoEvoluçãoSinal daTendênciaPeríodoPopulaçãoNados-vivosn°/1000 hab8,320102006-2010Envelhecimento populacionalíndice162,220102006-2010População estrangeira que solicitou estatuto<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>nten°/1000 hab6,520092005-2009EducaçãoAlunos no ensino superior (1° e 2° ciclo)n°51.720<strong>2011</strong>2007-<strong>2011</strong>Alunos em pós-graduaçõesn°6.6752009n.d.Taxa <strong>de</strong> retenção e abandono no ensino secundário%17,120092005-2009Dinâmica culturalEventos culturaisn°7142010n.d.Exposições temporáriasn°2062010n.d.Visitantes <strong>de</strong> museusn° (milhões)1,520092005-2009Participação cívicaAssociações culturais, recreativas e <strong>de</strong>sportivasn°/1000 hab1,22009n.d.Mulheres eleitas para órgãos municipais%25,020092005/2009Eleitores que exerceram o direito <strong>de</strong> voto%53,8<strong>2011</strong>2007/<strong>2011</strong>Saú<strong>de</strong>Mortalida<strong>de</strong> precocen°/1000 hab2,220102006-2010Mortalida<strong>de</strong> por doenças do aparelho circulatórion°/1000 hab3,220102006-2010Incidência <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração obrigatórian°/1000 hab0,520082004-2008Nados-vivos <strong>de</strong> mães adolescentes%8,120092005-2009Suicídiosn°/1000 hab0,02520092005-2009SegurançaTaxa <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>n°/1000 hab101,620102006-2010Aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> viação com mortos ou feridos gravesn°/1000 hab0,0720102006-2010Evolução favorávelEvolução <strong>de</strong>sfavorávelEstabilida<strong>de</strong>Sem tendência <strong>de</strong>finidan.d. Não disponívelSOCIEDADE / 205


ANEXOS


<strong>2011</strong>SISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTOAnexo I - Matriz integral <strong>de</strong> indicadoresDomínio Tema IndicadorCondiçõesAmbientaisCondiçõesMateriaisColetivasEspaços ver<strong>de</strong>sClimaRuído<strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do arÁguaEnergiaResíduosEquipamentos culturaisEquipamentos<strong>de</strong>sportivosEquipamentoseducativosEquipamentos sociaise <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>EdificadoMobilida<strong>de</strong>Comércio e serviçosEspaços ver<strong>de</strong>s públicosExtensão <strong>de</strong> ruas arborizadasDias com registo <strong>de</strong> precipitaçãoPrecipitação totalMédia diária <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> solTemperatura média do mês mais frioTemperatura média do mês mais quentePopulação <strong>sobre</strong>-exposta a níveis <strong>de</strong> ruído noturnoReclamações entradas na CMP por motivos <strong>de</strong> ruídoPopulação <strong>sobre</strong>-exposta a níveis <strong>de</strong> ruído diurnoDias com Índice <strong>de</strong> <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> do Ar Bom ou Muito BomDias com execedências <strong>de</strong> PM10Registos com qualida<strong>de</strong> da água balnear BoaConsumo doméstico <strong>de</strong> águaConsumo doméstico <strong>de</strong> energia elétricaAutocarros que usam energias alternativasConsumo doméstico <strong>de</strong> gás naturalResíduos sólidos urbanos valorizáveisResíduos sólidos urbanosGalerias <strong>de</strong> arte e outros espaços <strong>de</strong> exposiçãoMuseusPavilhões poli<strong>de</strong>sportivosPiscinas <strong>de</strong> acesso públicoOutros equipamentos <strong>de</strong>sportivosExtensão <strong>de</strong> cicloviasEstabelecimentos do ensino básico e secundárioEstabelecimentos com oferta <strong>de</strong> educação pré-escolarCapacida<strong>de</strong> dos estabelecimentos do ensino básico públicoCapacida<strong>de</strong> das crechesCapacida<strong>de</strong> dos lares, centros dia e apoio domiciliárioCentros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e extensõesMédicosUtentes dos Centros <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> sem médico <strong>de</strong> famíliaEdifícios licenciados para reconstruçãoEdifícios reabilitadosVelocida<strong>de</strong> média em transporte individualVelocida<strong>de</strong> média em transporte públicoPassageiros em transporte públicoLugares em parques <strong>de</strong> estacionamentoLugares em parques <strong>de</strong> estacionamento com “park and ri<strong>de</strong>”Estabelecimentos <strong>de</strong> comércio a retalhoServiços <strong>de</strong> apoio à populaçãoHotéis e restaurantesUnida<strong>de</strong>m 2 /habkm%mmn°°C°C%n°%%n°%m 3 /habkWh/hab (milhares)%m 3 /hab%tonn°/1000 habn°/1000 habn°/1000 habn°/1000 habn°/1000 habkm/1000 habn°/1000 habn°/1000 habn°n°/1000 habn°/1000 habn°/1000 habn°/1000 hab%n°n°km/hkm/hn° (milhões)n°n°n°/1000 habn°/1000 habn°/1000 habClassificaçãodo IndicadorxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxTipo <strong>de</strong>IndicadorP C Es CjxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxP Principal; C Complementar; Es Estrutural; Cj Conjuntural;ANEXOS / 207


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOAnexo I - Matriz integral <strong>de</strong> indicadores (continuação)Domínio Tema IndicadorCondiçõesEconómicasSocieda<strong>de</strong>Rendimento econsumoMercado <strong>de</strong> trabalhoMercado <strong>de</strong> habitaçãoDinamismo económicoPopulaçãoEducaçãoDinâmica culturalParticipação cívicaSaú<strong>de</strong>SegurançaSocieda<strong>de</strong> dainformaçãoRendimento coletável <strong>de</strong>claradoRemuneração média mensalQuociente entre os percentis 90 e 10 da remuneração média mensalSalário médio dos 10% com remunerações mais elevadasSalário médio dos 10% com remunerações mais baixasPensionistas <strong>de</strong> invali<strong>de</strong>z e <strong>sobre</strong>vivênciaBeneficiários do Rendimento Social <strong>de</strong> InserçãoCompras através <strong>de</strong> terminais <strong>de</strong> pagamento automáticoLevantamentos multibancoAutomóveis ligeirosAutomóveis ligeiros <strong>de</strong> passageiros vendidosAssinantes do serviço <strong>de</strong> TV por subscriçãoEmprego privadoPostos <strong>de</strong> trabalhoTrabalhadores com habilitações superioresTrabalhadores com qualificação superiorEmprego do terciário em serviços <strong>de</strong> conhecimento intensivoDesempregados inscritos nos Centros <strong>de</strong> EmpregoCusto médio <strong>de</strong> aquisiçãoCusto médio <strong>de</strong> arrendamentoFogos em oferta no mercado <strong>de</strong> arrendamentoVariação dos estabelecimentos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> económicaVariação das vendas <strong>de</strong> combustíveisVariação da <strong>de</strong>spesa total do MunicípioVariação das dormidas nos estabelecimentos hoteleirosVariação dos passageiros em voos comerciaisNados-vivosEnvelhecimento populacionalPopulação estrangeira que solicitou estatuto <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>nteEstrangeiros resi<strong>de</strong>ntesAlunos no ensino superior (1° e 2° ciclo)Alunos em pós-graduações não conferentes <strong>de</strong> grauTaxa <strong>de</strong> retenção e abandono no ensino secundárioTaxa <strong>de</strong> pré-escolarizaçãoRetenção e abandono no 3° cicloAlunos matriculados no ensino profissional (nível 3)Alunos matriculados no ensino secundárioEventos culturaisExposições temporáriasVisitantes <strong>de</strong> museusAssociações culturais, recreativas e <strong>de</strong>sportivasMulheres eleitas para órgãos municipaisVoluntários regularesEleitores que exerceram o direito <strong>de</strong> votoMortalida<strong>de</strong> precoceMortalida<strong>de</strong> por doenças do aparelho circulatórioIncidência <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração obrigatóriaNados-vivos <strong>de</strong> mães adolescentesCrianças com baixo peso à nascençaSuicídiosTaxa <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>Aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> viação com mortos ou feridos gravesÍndice <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> rodoviárioFamílias com acesso à internetIndivíduos com mais <strong>de</strong> 15 anos que utilizam regularmente a internetUnida<strong>de</strong>euros/1000 habeurosn°euroseurosn°/1000 habn°/1000 habeuros (milhões)euros (milhões)n°/1000 habn°/1000 habn°n°/1000 habn°/1000 hab%%%n°/1000 habeuros/m 2euros/m 2n°%%%%%n°/1000 habíndicen°/1000 hab%n°n°%%%n°n°n°n°n°n°/1000 hab%n°%n°/1000 habn°/1000 habn°/1000 hab%%n°/1000 habn°/1000 habn°/1000 habn°%%Classificaçãodo IndicadorxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxXxxxxxxxxxxxxxxxxTipo <strong>de</strong>IndicadorP C Es CjxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxP Principal; C Complementar; Es Estrutural; Cj Conjuntural;208 / ANEXOS


SISTEMA DE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA URBANADO PORTOAnexo II - Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecedores <strong>de</strong> informaçãoInstituições/Entida<strong>de</strong>sAdministração Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Norte (ARS-Norte)Aeroportos <strong>de</strong> Portugal, S.A. (ANA)Área Metropolitana do Porto (AMP)Autorida<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Comunicações (ANACOM)Banco <strong>de</strong> PortugalComissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N)Confi<strong>de</strong>ncial Imobiliário (CI)Direcção Geral <strong>de</strong> Energia e Geologia (DGEG)EDP Gás Distribuição, S.A. (EDPGás)Gabinete <strong>de</strong> Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (MCTES-GPEARI)Instituto da Água, I.P. (INAG)Instituto <strong>de</strong> Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, I.P. (IGESPAR)Instituto <strong>de</strong> Meteorologia, I.P. (IM)Instituto <strong>de</strong> Seguros <strong>de</strong> Portugal (ISP)Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. (IEFP)Instituto Geofísico da Universida<strong>de</strong> do Porto (IG-UP)Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística, I.P. (INE)Metro do Porto, S.A.Ministério da Administração Interna - Autorida<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Segurança Rodoviária (MAI-ANSR)Ministério da Administração Interna (MAI)Ministério da Justiça (MJ)Ministério do Trabalho e da Solidarieda<strong>de</strong> Social - Gabinete <strong>de</strong> Estratégia e Planeamento (MTSS-GEP)Ministério do Trabalho e da Solidarieda<strong>de</strong> Social - Instituto <strong>de</strong> Informática, I.P. (MTSS-II)Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Transportes Colectivos do Porto, S.A. (STCP)Socieda<strong>de</strong> Interbancária <strong>de</strong> Serviços, S.A. (SIBS)Universida<strong>de</strong> do Porto (UP)Serviços Municipais e Entida<strong>de</strong>s participadas pelo MunicípioDirecção Municipal da Via Pública (CMP-DMVP)Direcção Municipal <strong>de</strong> Urbanismo (CMP-DMU)Departamento Municipal <strong>de</strong> Espaços Ver<strong>de</strong>s e Higiene Pública (CMP-DMASU-DMEVHP)Gabinete do Ambiente (CMP-DMASU-GA)Divisão Municipal <strong>de</strong> Limpeza <strong>Urbana</strong> e Transportes (CMP-DMASU-DMLUT)Departamento Municipal <strong>de</strong> Educação e Juventu<strong>de</strong> (CMP-DMEJ)Águas do Porto, EEMPorto Lazer, EEMPorto Vivo, SRU – Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Reabilitação <strong>Urbana</strong>, S.A.ANEXOS / 209


210 / ANEXOS


Ficha TécnicaTítuloSistema <strong>de</strong> Monitorização da <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Vida</strong> <strong>Urbana</strong> do Porto – Relatório <strong>2011</strong>EditorCâmara Municipal do Porto – Gabinete <strong>de</strong> Estudos e PlaneamentoCoor<strong>de</strong>naçãoIsabel Martins (CMP) e Luís Delfim Santos (FEP/UP)Equipa TécnicaMarta Gomes (CMP)Eugénia Rocha (CMP)Célia Ferreira (CMP)Data da publicação2012Gabinete <strong>de</strong> Estudos e Planeamentowww.cm-porto.pt


<strong>2011</strong>SISTEMADE MONITORIZAÇÃODA QUALIDADEDE VIDA URBANADO PORTO

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