Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...

64A PNSB (ibidem, p.49-50) revela que aparentemente o país parece estarnuma situação favorável quanto ao destino final do lixo coletado (Tabela 2), já quemais de 69% de todo o lixo coletado no Brasil estaria tendo um destino finaladequado em aterros sanitários e/ou controlados. Contudo, em termos numéricos,os municípios revelam um resultado antagônico bastante constrangedor (Tabela 2),com a predominância da disposição final dos resíduos de maneira inadequada.TABELA 2 - DESTINO FINAL DO LIXO COLETADO NO BRASILEM PESO EM Nº DE MUNICÍPIOSAterros sanitários 47,1% 13,8%Aterros controlados 22,3% 18,4%Lixões 30,5% 63,6%Não informado 5%FONTE: IBGE - PNSB, 2000Essa situação apresenta um quadro de degradação ambiental que vem seagravando ao longo de anos dada a tendência das prefeituras de apenas buscarafastar das áreas centrais urbanas o resíduo recolhido. Acrescente-se a issoquestões políticas e econômicas, além do freqüente despreparo técnico, e asituação torna-se ainda mais caótica com o lançamento de lixo em locaisimpróprios 46 , capaz de gerar grande impacto ambiental.Considerando-se ainda que em muitas dessas áreas de lançamento deresíduos é cada vez mais freqüente a presença de catadores, sendo eles muitasvezes crianças e jovens, expõe-se um quadro de degradação social que revelaclaramente os problemas que uma gestão inadequada dos resíduos sólidos urbanospode gerar.É verdade que se comparado aos resultados das pesquisas anterioresrealizadas no país, pode-se observar uma tendência de melhora no setor,46Sabendo-se que os aterros controlados podem transformar-se em lixões em curto espaço detempo, caso medidas regulares de controle não sejam adotadas, um percentual em torno de 70 e80% aproximadamente dos resíduos coletados pelos municípios podem estar sendo vazados a céuaberto, em cursos de rios ou outras áreas de relevante interesse ambiental, como encostas,florestas, mangues, fundos de vale, dentre outros.