59enfardava para ser<strong>em</strong> vendidos como matéria-prima. Ele era o “operário”, enquanto que oatacadista - o “atravessador” - era o patrão.Assim, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que o conceito mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> lixo levanta a idéiada reciclag<strong>em</strong> como forma <strong>de</strong> se evitar um colapso no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> gestão dosresíduos nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos, também resgata a percepção histórica <strong>de</strong>valorização dos rejeitos. Na verda<strong>de</strong>, ambas as noções estão historicamente<strong>de</strong>finidas <strong>em</strong> consonância aos preceitos do modo <strong>de</strong> produção no qual estãoinseridas. A idéia <strong>de</strong> valoração é implícita ao sist<strong>em</strong>a capitalista e, <strong>de</strong>sta forma,perfeitamente ajustada ao tratamento dos resíduos por meio da reciclag<strong>em</strong>.Contudo, <strong>de</strong> forma contraditória, os valores <strong>de</strong>terminados pelo mercado e pelapercepção humana se chocam e revelam a tensão por <strong>de</strong>trás dos interesseseconômicos que apresentam o lixo como vilão causador <strong>de</strong> mazelas e mortes, aomesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que po<strong>de</strong> ser reconhecido pelo seu “po<strong>de</strong>r curador” para os maisprecarizados e excluídos.Diante <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> que <strong>de</strong> forma consciente ou não acredita evaloriza a ef<strong>em</strong>erida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus produtos, uma quantida<strong>de</strong> cada vez maior <strong>de</strong><strong>de</strong>scartes é acumulada – n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada – e acaba por saturar porcompleto a capacida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos e aterros. Nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos domundo, a questão da distribuição a<strong>de</strong>quada do espaço geográfico é cada vez maiscomplexa, muitas vezes forçando ainda mais as situações <strong>de</strong> exclusão social e <strong>de</strong>precarieda<strong>de</strong> humana.É por isso que os resíduos sólidos urbanos passam a constituir t<strong>em</strong>a central<strong>de</strong> interesse para ambientalistas <strong>de</strong> todo o mundo e, particularmente, preocupaçãoconstante para aqueles envolvidos na dinâmica da administração pública. Namedida <strong>em</strong> que a população mundial cresce e se concentra cada vez mais <strong>em</strong>gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s, a Gestão <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Urbanos (GRSU) ganhaimportância, já que está diretamente relacionada a geração <strong>de</strong> rejeitos <strong>de</strong>stapopulação. Concentram-se os indivíduos <strong>de</strong> forma não planejada <strong>em</strong> núcleosurbanos, aumentam-se as populações e, com elas, sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir lixo.Assim, a <strong>de</strong>manda por serviços especializados <strong>de</strong> coleta, transporte, tratamento e<strong>de</strong>stino final <strong>de</strong> resíduos também se eleva, impondo – especialmente nas esferasgovernamentais municipais – uma forte pressão no trato das questões relacionadasà GRSU como forma <strong>de</strong> se evitar probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong>gradação ambiental.
60O t<strong>em</strong>a da limpeza urbana está assumindo papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque entre as crescentes<strong>de</strong>mandas da socieda<strong>de</strong> brasileira e das comunida<strong>de</strong>s locais. Seja pelos aspectos ligados àveiculação <strong>de</strong> doenças e, portanto, à saú<strong>de</strong> pública; seja pela contaminação <strong>de</strong> cursosd'água e lençóis freáticos, na abordag<strong>em</strong> ambiental; seja pelas questões sociais ligadas aoscatadores – <strong>em</strong> especial às crianças que viv<strong>em</strong> nos lixões – ou ainda pelas pressõesadvindas das ativida<strong>de</strong>s turísticas, é fato que vários setores governamentais e da socieda<strong>de</strong>civil começam a se mobilizar para enfrentar o probl<strong>em</strong>a, por muito t<strong>em</strong>po relegado asegundo plano. (MONTEIRO, 2001, nota explicativa)Diante do agravamento da situação relacionada à GRSU no mundo e <strong>em</strong>nosso país, a produção, a coleta e a disposição final <strong>de</strong> resíduos se colocam como<strong>de</strong>safio para as políticas públicas, e também para a socieda<strong>de</strong> civil, no sentido <strong>de</strong>encaminhar soluções para o impasse provocado pelo consumismo.3.2 A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (GRSU)3.2.1 A gestão <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos no BrasilÉ inequívoca a constatação <strong>de</strong> que, através da história, os governos e ascida<strong>de</strong>s se <strong>de</strong>pararam e buscaram soluções frente a probl<strong>em</strong>ática relacionada aosresíduos com o qual lidavam. Definido <strong>em</strong> função das forças produtivas que<strong>de</strong>terminavam o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento científico-tecnológico <strong>de</strong> cada país, cadaregião, ao seu modo, procurava sanar os probl<strong>em</strong>as advindos do acúmulo <strong>de</strong>rejeitos ou das conseqüências geradas pela má disposição do lixo. Nesse sentido, o<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> recursos econômicos, b<strong>em</strong> como a vonta<strong>de</strong> (política) <strong>de</strong> solucionar osprobl<strong>em</strong>as correlacionados aos resíduos s<strong>em</strong>pre foram fatores <strong>de</strong>terminantes para agestão da questão. É o que se po<strong>de</strong> extrair da “História da Limpeza Urbana” 43apresentada pela Companhia Municipal <strong>de</strong> Limpeza Urbana (COMLURB) do Rio <strong>de</strong>Janeiro, uma das mais antigas e conceituadas <strong>em</strong>presas do Brasil relacionadas aotratamento dos resíduos.No Brasil, aos olhos do Governador M<strong>em</strong> <strong>de</strong> Sá, edificar a cida<strong>de</strong> <strong>em</strong> região aquosa, era umprobl<strong>em</strong>a quase insolúvel que <strong>de</strong>mandava gasto <strong>de</strong> muito dinheiro, t<strong>em</strong>po e engenharia.No Rio do século XVI, dinheiro não se contava <strong>em</strong> notas <strong>de</strong> papel, mas <strong>em</strong> barras <strong>de</strong>melaço, a forma pela qual a cana <strong>de</strong> açúcar era beneficiada e exportada para a Europa. Foiexatamente nesta conjuntura, <strong>em</strong> que predominou o espírito mercantilista - o mínimo <strong>de</strong>43Disponível <strong>em</strong>: http://comlurb.rio.rj.gov.br/<strong>em</strong>p_hist.htm. Acesso <strong>em</strong>: 03/02/2008.
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